Isaias Miliano
Isaias Miliano (Uiramutã-RR, 1971)
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Qual é a sua etnia?
ATELIÊ DO ARTISTA, EM 24 DE MARÇO DE 2015.
Meu pai é Macuxi, minha mãe é Patamona, que é uma outra etnia que fica entre as duas fronteiras. Eu me considero mais Patamona mesmo, acho que é onde está a veia artística e essa coisa toda. Ela até hoje é a minha inspiração. Fui saber dos meus avós, dos meus tios, todos tinham uma veia artística, então, eu acho que daí que veio. Os índios Patamonas eles falam inglês, espanhol, português e a língua patamona. São da região da Guiana, na região da fronteira onde falam várias línguas. Vira um caldeirão cultural aí, né? De línguas, de cantos, de falas. Eu nasci nessa fronteira doida aí. Como tu começou a trabalhar com arte?
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Com doze anos eu me mudei para Porto Velho, meu pai morava lá. E era muito engraçado porque meu pai queria me levar pra ver, pra trabalhar com ele, era época do garimpo lá. E eles garimpando lá e eu coletando as raízes. “Meu filho é louco! A gente aqui trabalhando e ele coletando raiz!”. Eu já tinha a veia. Conheci um mestre lá, quando eu tinha uns dezesseis anos, o mestre Ramos Oleiro, um mestre da arte. Ele ainda está vivo, acho que vive em Pimenta Bueno. E ele me deu a direção. “Olha, está aqui a pintura, escultura, madeira, cerâmica...”. Fiz cerâmica um tempão com ele, hoje eu não faço mais.