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Gianfranco Azzali
from PVEC25Abril20
by casadaachada
Gianfranco Azzali (Micio)
Nas actuais circunstâncias, a liberdade está suspensa. Passado este período, há duas possibilidades. A primeira hipótese é que a pandemia se torne permanente. Desse modo mantêm-se as pessoas divididas e escravas do medo. A pouca socialidade que ainda sobrava vai desaparecer. Já há muitas pessoas entusiasmadas com o trabalho e o ensino à distância. Não compreendem que isso vai servir para as dividir e as reprimir. Depois há os que acham que a socialidade via internet se tornará muito mais forte. Esses são doidos varridos. A outra possibilidade é que as gerações jovens intuam que lhes estão a roubar a vida e se revoltem, o que seria sinal de uma boa mudança. Há, por exemplo, as pessoas que cantam juntas a partir das janelas, há formas de solidariedade nos prédios, há pessoas na casa dos noventa que tiraram do armário a velha máquina de costura e fazem máscaras porque já não se encontram em lado nenhum, há cozinheiros que preparam comida para quem não a tem, há pasteleiros que preparam croissants para médicos e enfermeiros nos hospitais e outras iniciativas deste tipo. Tudo isso gratuitamente. Se isso também continuar a seguir, quer dizer que fizemos um passo à frente para um mundo mais justo. Não é verdade que estamos todos no mesmo barco e que já não há classes. Pelo contrário, as diferenças de classe acentuaram-se ainda mais. Na zona de Bergamo, onde não fecharam a tempo as fábricas, a mortalidade foi mais alta. Se para o capitalismo a coisa mais importante é o lucro, para a maioria da população é a vida, e a cultura faz sempre bem. Mas qual? Vejo como os fanfarrões estão a gerir a pandemia. O que de mais notável conseguiram foi espalhar o medo. Tudo o resto é muito questionável… face aos dados que nos são comunicados, ninguém sabe quantos mortos foram causados pelo vírus.
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Gianfranco Azzali (Micio) – Lega di Cultura di Piadena Abril 2020