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2.2. Execução
Figura 5 – Critérios para definição do universo de pequenas propriedades, São Paulo, 2021 Fonte: dados da pesquisa
Sobre a base de dados geral do LUPA, o primeiro critério eliminou todas as propriedades rurais acima de quatro módulos fiscais, que representam as médias e grandes propriedades. Deste universo de pequenas propriedades rurais, também se descartaram as UPAs com área menor que 20% do módulo fiscal de cada município, visando excluir propriedades muito pequenas, que são utilizadas para lazer, ou em caso de utilização para atividade agropecuária são apenas complemento de renda.
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O segundo critério foi a participação da agropecuária na renda familiar do produtor. Permaneceram na seleção apenas as UPAs cujos proprietários haviam informado, no momento do cadastro do LUPA, obter mais de 50% da renda familiar proveniente da atividade agropecuária. O recorte teve como objetivo excluir as propriedades onde a atividade agropecuária não é a principal fonte de renda do produtor.
Além desses critérios utilizados na seleção da amostra, foram utilizados, no momento inicial das entrevistas, as seguintes opções que as invalidariam: o não consentimento do produtor rural em responder à entrevista, e se a propriedade era totalmente arrendada. As propriedades com a área totalmente arrendada foram descartadas na ocasião da aplicação do questionário. A razão foi que, nesses casos, o arrendante, embora tenha, por contrato, o gerenciamento sobre diversas atividades, não possui gerência total sobre questões estruturais da propriedade.
Após a elaboração das questões e a determinação da amostra, os 387 entrevistadores (Anexo II) distribuídos em todas as regiões paulistas, foram treinados para a correta aplicação do questionário, alinhando o entendimento sobre o objetivo da ação, o conteúdo, bem como a forma adequada de abordagem dos produtores.
Dentre os capacitados, foi definido um coordenador da ação para cada uma das regiões administrativas estaduais, para ter uma interlocução mais direta com a equipe gestora e oferecer apoio às equipesregionais da CATI/CDRS. Além do treinamento foi criado, um grupo de WhatsApp com os integrantes da equipe gestora, bem como os coordenadores da ação em cada uma das Regionais com o objetivo de tirar as dúvidas que surgiram no decorrer da aplicação do questionário.
De acordo com o Plano São Paulo de combate a pandemia da Covid-19, por segurança dos técnicos e dos produtores rurais, todas as entrevistas aconteceram por telefone, devido ao regime de teletrabalho em que se encontravam os servidores públicos e à obediência aos protocolos de segurança.
O prazo para aplicação do questionário foi definido entre os dias 8 e 30/12/2020. As entrevistas foram aplicadas pelas equipes técnicas regionais do quadro da CATI/CDRS e também por técnicos das prefeituras municipais conveniadas. A equipe gestora ofereceu suporte às equipes regionais, buscando mitigar as dificuldades que surgissem durante a execução das entrevistas.
Os produtores das UPAs contatadas foram previamente sorteados de forma aleatória, considerando as Boas Práticas de pesquisa e entrevista. Tomou-se o cuidado de realizar o sorteio com o dobro da quantidade de UPAs necessárias para cada município, para garantir a execução da meta localde entrevistas, já que algumas situações divergentes já eram previstas, como: o produtor não consentir em responder ao questionário, a UPA ser totalmente arrendada, o entrevistador não conseguir contactar o produtor ou o telefone indicado no LUPA não atender, estar fora de área ou desatualizado. Nesses casos, outra UPA era selecionada para realização da entrevista e o processo se reiniciava seguindo a ordem dos sorteios. Quando as UPAs sorteadas para determinado município se esgotaram, houve necessidade de sorteios adicionais. Nesse caso, as equipes regionais solicitaram à equipe gestora novas propriedades para entrevista. Desta forma, sorteios adicionais foram realizados de acordo com as necessidades apontadas pelas equipes regionais para suprir as UPAs descartadas. Não foi realizada a aplicação do questionário em 24 municípios, que são: Águas de São Pedro, Alumínio, Americana, Araçariguama, Barueri, Bertioga, Bocaina, Caieiras, Cajamar, Cubatão, Diadema, Francisco Morato, Ilha Comprida, Itapecerica da Serra, Itapevi, Mauá, Pirapora do Bom Jesus, Poá, Praia Grande, Santo André, Santos, São Bernardo do Campo, Serrana e Votorantim. As principais razões foram: municípios com poucas UPAs, ou UPAs selecionadas que não se enquadraram nos critérios do recorte realizado para a amostra. Nesse último caso, os proprietários da amostra não foram encontrados e não haviam mais UPAs para sorteios adicionais, esgotando as possibilidades.
Algumas regiões tiveram mais dificuldades na aplicação do questionário, como por exemplo, a Região Metropolitana de São Paulo. Nesse caso, os municípios caracteristicamente se concentram em regiões de conurbação, com poucas UPAs. Somou-se a isso, a dificuldade de contato com os produtores ou o não consentimento em responder aos questionários. Algo semelhante ocorreu na RA de Santos, que abrange toda a região litorânea paulista e que, além de possuir municípios com poucas UPAS, se caracteriza pela presença de atividades agropecuárias diferenciadas. Na região litorânea há muitos praticantes da pesca marítima, pescadores artesanais, maricultores, entre outros, atividades que independem de uma propriedade agrícola (um território propriamente), portanto não fazendo parte da base de dados do LUPA.
O questionário foi aplicado em 616 municípios, numa cobertura de 96,2% dos municípios cobertos pelo LUPA, totalizando 1.823 entrevistas realizadas. Destas, 75 produtores não consentiram ser entrevistados e 170 tinham a propriedade totalmente arrendada, resultando em 1.578 entrevistas válidas, possibilitando um grau de confiabilidade de 95% e margem de erro de 2,45% ao levantamento.
Após decorrido o prazo para a aplicação do questionário, os dados foram depurados, em que se verificaram duplicidades de lançamentos e informações inconsistentes nas respostas. A partir daí os dados passaram por um tratamento visando a padronização e uniformização das respostas, bem como desenvolvimento de um aplicativo “Power BI” para a representação estatística dos dados em forma de gráficos e figuras. Os filtros inseridos possibilitam a extração de dados gerais paulista e das 16 Regiões Administrativas com várias combinações possíveis, como: enquadramento do agricultor familiar, gênero, escolaridade, acesso a serviços, entre outros. Assim, cada Região Administrativa teve o acesso aos dados gerais para extrair as informações padronizadas para análise, estudos e elaboração de relatórios e diagnósticos regionais.