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3.5. Desempenho e gestão da propriedade

Outra atividade agropecuária importante na pequena propriedade é a fruticultura (citada por 18,3% dos entrevistados), principal atividade agropecuária da RA de Registro, onde se tem um importante polo produtivo de banana. A fruticultura foi também muito citada na RA Central.

3.5. Desempenho e gestão da propriedade

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Este tópico compreende 13 perguntas, de 17 a 29, que reúnem questões relacionadas ao geren- ciamento da propriedade e da atividade agropecuária, como a disponibilidade de máquinas e equipamentos, a autopercepção do produtor com relação a sua atividade e renda, bem comoas perspectivas futuras de melhorias. Outro questionamento refere-se a possíveis mudanças na produção, as quais poderiam resultar em incremento na renda (múltipla escolha). Houveram questões relacionadas às possíveis práticas para agregar valor à produção e aos serviços prestados, como também estratégias para redução de custos para que os produtores apontassem às quais ele aderiu (ambas com múltipla escolha). Questionamentos relacionados à apuração de custos de produção e controle financeiro (resposta múltipla) e a tomada das decisões na gestão da propriedade também foram abordados. E, por fim, como é gerenciada a compra de insumos. Tais questões tiveram o objetivo de obter dos produtores respostas sobre suas decisões em questões inerentes à gestão do negócio e que podem impactar na eficiência de sua produção, comercialização e, consequentemente, na renda. A questão da autopercepção remete à perspectiva de que, se o produtor se sentir motivado a melhorar sua atividade e renda, ele estará mais aberto às práticas orientativas de gerenciamento e de extensão rural.

Em relação à disponibilidade de máquinas e equipamentos nas propriedades, 55,6% dos pequenos produtores informaram que o maquinário de que dispõe é insuficiente para realizar suas atividades. Já 43,2% declararam ter máquinas e equipamentos suficientes e apenas 1,1% informou ter excedentes (Figura 28).

Figura 28 – Disponibilidade de máquinas e equipamentos para realização de atividades agropecuárias pelos pequenos produtores rurais, São Paulo, 2021. Fonte: dados da pesquisa

Visando suprir essa deficiência, muitos entrevistados informaram alugar de vizinhos e/ou de empresas e utilizar os serviços de patrulha rural oferecidos pelas prefeituras municipais. Outras

soluções apontadas foram: solicitação em suas respectivas associações e cooperativas, empréstimo/ permuta ou ainda outras alternativas, como ilustrado na Figura 29.

Figura 29 – Alternativas para suprir a deficiência de máquinas e equipamentos, São Paulo, 2021 Fonte: dados da pesquisa

No que se refere à autopercepção dos produtores sobre o desempenho nas atividades agropecuárias, a maior parte dos entrevistados (65,9%) se qualificou como “Bom” e 24% como “Regular”. Poucos produtores (8,2%) se classificaram como “Ótimos” e a menor parte (1,9%) se considerou “Ruim” (Figura 30). Entretanto, questionados se consideram que podem melhorar esse desempenho, a grande maioria (90,1%) afirmou que sim (Figura 31).

Figura 30 – Autopercepção quanto ao desempenho na atividade agropecuária, São Paulo, 2021 Fonte: dados da pesquisa

Figura 31 – Autopercepção quanto à possibilidade de melhoria no desempenho na atividade agropecuária, São Paulo, 2021. Fonte: dados da pesquisa

Quanto à autopercepção dos pequenos produtores sobre sua renda na atividade agropecuária, a maioria (52,3%) qualificou como “Boa” e 37,1% como “Regular”. Já para 6,8%, a renda obtida é “Ruim” e apenas 3,7% a consideram “Ótima” (Figura 32). Para a imensa maioria (92,2%) a percepção é de que essa renda pode melhorar (Figura 33).

Figura 32 – Autopercepção quanto ao desempenho na renda agropecuária, São Paulo, 2021 Fonte: dados da pesquisa

Figura 33 – Autopercepção quanto à possibilidade de melhoria na renda da atividade agropecuária, São Paulo, 2021. Fonte: dados da pesquisa

As principais soluções apontadas pelos entrevistados para uma possível melhoria de renda, demonstram que a maior parte dos entrevistados entende que a melhoria na renda está relacionada a ações na parte produtiva, como aumento da produção, redução do custo de produção e adoção de novas tecnologias, como mostrado na Figura 34. Todavia há produtores que acreditam que a agregação de valor, o acesso a novos mercados e a melhoria na gestão da propriedade são alternativas válidas para melhorar a renda.

Figura 34 – Estratégias adotadas pelos pequenos produtores para a melhoria da renda na propriedade, São Paulo, 2021 Fonte: dados da pesquisa

Também foram apontados como estratégias, mas com menos frequência, o acesso a outros mercados, as políticas públicas de estímulo, a diversificação da produção, a Ater pública efetiva, a melhor divulgação dos produtos e serviços, a eliminação da ação de intermediários, entre outros. Poucos informaram que não veem alternativas para aumento da renda e que se declaram satisfeitos com os rendimentos atuais.

A maior parte (68%) dos pequenos produtores não realizou nenhuma prática para agregação de valor à produção (Figura 35). Contudo, para aqueles que realizam alguma prática para agregação de valor, as alternativas mais apontadas foram: padronização da produção, classificação dos produtos e processamento dos produtos. Nesse item, poucos citaram que possuíam algum tipo de certificação (Figura 36).

Figura 35 – Realização de práticas de agregação de valor aos produtos agropecuários, São Paulo, 2021 Fonte: dados da pesquisa

Figura 36 – Estratégias para agregação de valor aos produtos agropecuários, São Paulo, 2021 Fonte: dados da pesquisa

A base para a gestão das propriedades é conhecer os custos de produção. De acordo com o Levantamento, 42,5% informaram não realizar nenhum tipo de controle (Figura 37). Dos que informaram fazer controles, 43% informaram que controlam as entradas e saídas em caderno. Apenas 6,2% informaram usar planilhas eletrônicas, 4,7% livro-caixa e 3,6% algum tipo de sistema informatizado (Figura 38).

Figura 37 – Realização da apuração do custo de produção pelos pequenos produtores, São Paulo, 2021 Fonte: dados da pesquisa

Figura 38 – Métodos de apuração do custo de produção utilizados pelos pequenos produtores, São Paulo, 2021 Fonte: dados da pesquisa.

Os principais controles financeiros informados pelos produtores foram controle de contas a pagar e a receber e declaração de imposto de renda, conforme Figura 40. Um dado que chama a atenção é que 27,4% dos produtores entrevistados declararam não realizar qualquer controle financeiro da propriedade (Figura 39), significando que dificilmente conseguem se planejar financeiramente para o incremento das atividades da propriedade.

Figura 39 – Realização de controle financeiro da propriedade, São Paulo, 2021 Fonte: dados da pesquisa

Figura 40 – Tipos de controle financeiro da propriedade, São Paulo, 2021 Fonte: dados da pesquisa

Para a questão sobre tomada de decisões na gestão da propriedade, 66,5% dos produtores compartilham a mesma com a família, 26,3% informaram que decidem individualmente, 3,8% compartilham as decisões com técnicos e/ou consultores e apenas 3,4% compartilham com sócios ou parceiros (Figura 41).

Figura 41 – Formas de tomada de decisão sobre a gestão da propriedade, São Paulo, 2021 Fonte: dados da pesquisa

Quando considerado apenas o universo de entrevistados que não se enquadram nos critériosde agricultor familiar, a participação da família nas decisões também é alta, chegando a 60,9%. Contudo o número dos que informaram tomar decisões individualmente chegou a 29,1% e apenas 4,1% informaram que as decisões são compartilhadas com consultores ou técnicos. Mesmo quando este produtor entrevistado tem assistência técnica frequente, a porcentagem de produtores que compartilham as decisões com técnicos ou consultores ainda permanece baixa, com apenas 5,9% dos entrevistados.

Embora a maioria dos produtores aponte a necessidade de redução de custos como essencial para o aumento de renda da propriedade, 42,1% dos entrevistados informaram não adotar nenhuma medida deste tipo (Figura 42). Dos 57,9% que adotam alguma estratégia nesse sentido, as mais citadas foram: adoção de novas tecnologias, otimização de recursos e insumos, terceirização parcial das atividades produtivas, reaproveitamento de subprodutos, realização de parcerias e controle/ avaliação das atividades produtivas, conforme mostra a Figura 43.

Figura 42 – Estratégias de redução de custo de produção, São Paulo, 2021 Fonte: dados da pesquisa

Figura 43 – Estratégias de redução de custo de produção utilizadas pelos pequenos produtores, São Paulo, 2021 Fonte: dados da pesquisa

Em relação ao momento e à forma de aquisição dos insumos, a maioria (78,7%) dos produtores entrevistados informou que adquirem os mesmos somente conforme a necessidade. Em seguida, 18,4% apontaram que fazem antecipação de compra e apenas 2,8% realizam compras de forma coletiva ou em grupo (Figura 44). Contudo, quando o produtor recebe assistência técnica suficiente, o número de produtores que apontaram que realizam compra antecipada sobe para 28,1%. Quando o produtor informa que foi capacitado e aplica os conhecimentos em administração e comercialização, este número chega a 33,1%.

Figura 44 – Formas de decisão de compra de insumos, São Paulo, 2021 Fonte: dados da pesquisa

A compra antecipada é mais evidente nas cadeias de grãos, bovinocultura de corte e cana-de-açúcar, enquanto a compra conjunta é mais comum nas cadeias de bovinocultura de leite, bovinocultura de corte e grãos.

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