aNo 30 10.2019 Nº 123
aNo 30 10.2019 Nº 123 €4,50
2019 E 2020 – MERCADOS EM MUDANÇA – INCERTEZA MARCA AMBIENTE COMPETITIVO
SHOTS INSPIRACIONAIS E A DITADURA DO URGENTE
do Antevisão so X Congres ia da Indústr e de Mold s
ÍNDICE CONTENTS N 123 | 10.2019
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X CONGRESSO DA INDÚSTRIA DE MOLDES MOLDPLÁS
DESTAQUE HIGHLIGHT 70
TECNOLOGIA
TECHNOLOGY
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EDITORIAL
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NOTÍCIAS CEFAMOL
16
NOTÍCIAS CENTIMFE
18
NOVOS ASSOCIADOS
20
ANIVERSÁRIO DOS ASSOCIADOS
22
NOTÍCIA DOS ASSOCIADOS
28
FORMAÇÃO NA INDÚSTRIA DE MOLDES
33
Reflexão magna da Indústria Portuguesa de Moldes tem lugar em novembro
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Sector refletiu sobre os seus principais desafios em preparação para o X Congresso da Indústria de Moldes
38
Gestão de Pessoas Em busca de recursos humanos qualificados
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Cooperação & Internacionalização Refletir em conjunto o novo rumo para os moldes
46
‘Organização & Tecnologia’ Cooperar para ganhar escala e competitividade
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Moldplás espera número recorde de expositores
54
Moldplás - A opinião dos expositores
71
Moldes i 4.0 - O que deve fazer uma aplicação de produção
74
Um mundo elétrico
77
2019 e 2020 – Mercados em mudança – Incerteza marca ambiente competitivo
86
O poder da visão
88
Shots inspiracionais e a ditadura do urgente
Equipamentos, Processos, Conhecimento Equipments, Processes, Expertise
76
NEGÓCIOS
BUSINESS
Economia | Mercados | Estatísticas Economy | Market information | Statistics 90
REFLEXÕES
FICHA TÉCNICA
PROPRIEDADE CEFAMOL - Associação Nacional da Indústria de Moldes • CONTRIBUINTE 500330212 • REDAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO Av. D.Dinis, 17 / 2430-263 MARINHA GRANDE PORTUGAL / T: 244 575 150 / F: 244 575 159 / E: revista_omolde@cefamol.pt / www.cefamol.pt • FUNDADOR Fernando Pedro • DIRETOR Manuel Oliveira • CONSELHO EDITORIAL António Rato, Eduardo Pedro, Luís Abreu e Sousa, Manuel Oliveira, Maria Arminda • TEXTOS Artur Ferraz, Fausto Esperança, Helena Silva, João Faustino, José Ferro Camacho, Paulo Guilherme Ferreira, Vítor Ferreira • PUBLICIDADE Rui Joaquim • PRODUÇÃO GRÁFICA Colorestúdio – Artes Gráficas, Lda / Zona Industrial Casal da Azeiteira, Pav. 3 - Quintas do Sirol - 2420-345 St.ª Eufémia - Leiria / T: 244 813 685 / E: colorestudio.lda@gmail.com • PERIODICIDADE Trimestral • TIRAGEM 600 exemplares • DEPÓSITO LEGAL 22499/88 • REGISTO ERC 113 153 • Nº ISSN 1647-6557 • Estatuto Editorial encontra-se disponível em www.cefamol.pt ANUNCIANTES PAM 2 / Norelem 5 / RTC 7 / Schunk 9 / Fluxoterm 11 / Jaba 12 / Newserve 13 / Cadsolid 15; 71 / Gecim 17 / S3D 19; 83 / Amtools 21 / SB Molde 23 / TTO 25 / Sew Eurodrive 27 / Open Mind 29 / Daikin 31 / TCA 33 / MAQ 35 / Hotel Mar&Sol 37 / Mater 41; 79 / Simulflow 43 / Rabourdin 45 / Isicom Tec 47; 55 / GrandeSoft 49 / Oerlikon Balzers 51 / Exposalão 53 / Fuchs 56; 57 / Jerónimo 58 / Moldmak 59 / Eurocumsa 61 / Hasco 63 / Deibar 65 / Tecnirolo 67 / Universal Afir 69 / Cheto 73 / Millutensil 75 / Synventive 77 / DNC Técnica 81 / Knarr 85 / FerrolMarinha 87 / Caasee 89 / Meusburger 91 / Trumpf capa interior / Yudo contracapa interior / Tebis contracapa
• Foto de capa gentilmente cedida pela Exposalão referente à edição de 2017 de Moldplás. • Nenhuma parte desta revista, pode ser reproduzida, sob quaisquer meios e para quaisquer fins, sem a autorização escrita da CEFAMOL. • Conteúdos conforme a nova ortografia, salvo se os autores não o autorizarem.
O MOLDE N123 | 10.2019
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EDITORIAL
manuel oliveira*
*Secretário-geral da CEFAMOL
A Moldplás e o Congresso da Indústria de Moldes
Moldplás and Mould Making Industry Congress
A “transformação digital” é, atualmente, um tema incontornável para qualquer empresa que pretenda manter a sua competitividade no mercado global. As empresas de moldes não são alheias a esta tendência, tendo, desde alguns anos a esta parte, progressivamente, vindo a integrar muitos dos conceitos, metodologias e tecnologias que lhe estão inerentes e que hoje fundamentam e alicerçam os conceitos de “digitalização” ou “Indústria 4.0”.
The “digital transformation” is currently an unavoidable discussion for any company that wants to remain competitive in the global market. Mould companies are not an exception, and, in the last years, they have progressively been integrating many of the concepts, methodologies and technologies that today are fundamental and the basis for “digitalization” and “Industry 4.0”.
Este não é um percurso fácil e claro, há que adequá-lo à tipologia de um sector de produção unitária como o nosso e às necessidades concretas das empresas de moldes, minimizando experimentalismos em investimentos avultados e sem o devido retorno económico ou organizacional. A inovação terá que ser devidamente fundamentada, assente num conhecimento claro dos fatores críticos de sucesso e, principalmente, nas competências adequadas das pessoas que podem fazer a diferenciação no mercado.
This is not an easy and clear path, needs to be adequate to a unique production sector like ours and to the specific needs of mould making companies, minimizing experiences and heavy investments without the proper economic or organizational return. Innovation must always be properly substantiated, built on a clear knowledge of critical success factors, and, above all, on competences adequate to people who can make the difference in the market.
Sem dúvida, teremos que promover a transformação e modernização do tecido industrial, estimulando dinâmicas colaborativas entre empresas em torno de desafios e objetivos comuns, garantindo a sua adaptação às mudanças em curso, antecipando tendências tecnológicas e de mercado, promovendo uma visão estratégica, identificando oportunidades, mas também os riscos inerentes, dinamizando iniciativas que permitam a mitigação dos mesmos.
Without a doubt, we will have to promote the transformation and modernization of industrial environment, stimulating cooperation dynamics among companies towards common challenges and objectives, assuring their adaptation to current changes, anticipating technologic and market tendencies, identifying opportunities, but also inherent risks that should be mitigated.
Nesta edição da Revista “O Molde” apresentamos uma antevisão de dois eventos que muito podem apoiar as empresas a definir a sua estratégia de curto e médio prazo: o X Congresso da Indústria de Moldes e a feira Moldplás.
On this edition of “O Molde” magazine, we anticipate two events that will support companies to define its short and mid-term strategies: X Mould Making Industry Congress and Moldplás exhibition.
Se no âmbito do Congresso da Indústria de Moldes se pretende discutir o momento atual, mas principalmente, o futuro do nosso sector, perspetivando estratégias de desenvolvimento que permitam reforçar a sustentabilidade da indústria e o seu êxito no contexto internacional, a Moldplás será o local perfeito para as empresas e o seus quadros técnicos, conhecerem e terem contacto com novas soluções tecnológicas que estão ao seu dispor e que serão um importante elemento para incrementar a produtividade e competitividade das suas organizações.
While the Mould Making Industry Congress intends to discuss the current situation, but, above all, the sector’s future, looking into development strategies that will reinforce its sustainability and international success, Moldplás will be the perfect event for companies and its technical staff to meet and contact with new and available technological solutions as a relevant element to increase productivity and competitiveness on its organizations.
Assistimos a uma época marcada por profundas alterações no mercado e nas empresas, onde o acesso à informação e a partilha do conhecimento se tornam fundamentais e se apresentam como elementos preponderantes para a diferenciação. Será imperativo continuar a investir na inovação, na otimização de processos, na integração de novas tecnologias e equipamentos, pelo que a Moldplás assume neste contexto um papel importante para a divulgação e interação com produtores e distribuidores de novas soluções. No entanto, a capacidade de colaboração, cooperação e criação de massa crítica será estruturante para nos diferenciarmos e situarmos um passo à frente da nossa concorrência internacional. O Congresso da Indústria de Moldes pretende debater tais temas, alinhando as empresas em torno de estratégias e objetivos comuns, consolidando o posicionamento de excelência e a notoriedade distintiva do sector.
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We are going through a season of deep changes, both in market and companies, where access to information and knowledge sharing are becoming fundamental and announced as key elements to stand out. It will be necessary to keep investing in innovation, optimizing processes, integrating new technologies and equipment, and this means that Moldplás takes an important role promoting and interacting with producers and distributors of new solutions. However, the capacity to collaborate, cooperate and create critical mass within the sector will be strategical to differentiate and remain one step ahead of international competition. The Mould Making Industry Congress intends to debate those subjects, aligning companies in common strategies and objectives, consolidating the positioning of excellence and distinctive notoriety of the sector.
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NOTÍCIAS NEWS CEFAMOL
O MOLDE N123 | 10.2019
NOTÍCIAS NEWS
CEFAMOL ESTABELECE PROTOCOLO DE COLABORAÇÃO COM COSEC Linha de €100 milhões de Seguro de Créditos de médio prazo para exportações dos sectores Metalúrgico, Metalomecânico e de Moldes já está em vigor. As empresas dos sectores de Moldes, Metalurgia e Metalomecânica contam agora com uma Linha dedicada de Seguro de Créditos com Garantia do Estado, no valor de €100 milhões, gerida pela COSEC no âmbito do Sistema dos Seguros de Créditos com Garantia do Estado (SCGE).
Protocolos para divulgação e cooperação Durante a sessão, a COSEC assinou protocolos com a CEFAMOL – Associação Nacional da Indústria de Moldes e com a Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP), com vista à divulgação desta Linha de Seguro de Créditos junto dos respetivos associados.
O lançamento oficial desta nova Linha teve lugar no dia 24 de julho, na sede da AICCOPN – Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas, no Porto, com a presença do secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, e do secretário de Estado da Economia, João Neves.
Também nesta sessão, foram assinados protocolos de colaboração com onze instituições financeiras: Caixa Geral de Depósitos, Banco BPI, Banco Comercial Português (Millennium bcp), Banco Santander Portugal, Bankinter – Sucursal em Portugal, BBVA Portugal, Caixa de Crédito Agrícola Mútuo, Caixa Económica do Montepio Geral, EuroBic, Montepio Investimento, Novo Banco.
A criação desta nova Linha de Seguro de Créditos com Garantia do Estado, que abrange a generalidade dos mercados, à exceção dos países da União Europeia, enquadra-se no programa Capitalizar Mercados Externos e no Programa Internacionalizar, estabelecidos pelo Governo. As candidaturas podem ser, desde já, feitas online, através de scge.cosec.pt.
“Estes protocolos reforçam a divulgação desta ferramenta para as empresas. No caso das instituições financeiras, para além da divulgação da Linha junto dos seus clientes, pretendem estabelecer bases de colaboração na montagem de operações em que seja requerido o recurso a esta Linha”, acrescenta Maria Celeste Hagatong.
“Esta Linha de Seguro de Créditos vai permitir às empresas exportadoras apresentar conjuntamente com as suas propostas de venda, soluções de financiamento a médio prazo ao importador, em condições concorrenciais”, explica Maria Celeste Hagatong, presidente do Conselho de Administração da COSEC.
A CEFAMOL tem já estabelecido com a COSEC um plano de trabalho, com o objetivo de realizar junto da indústria sessões de formação e esclarecimento sobre esta Linha.
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NOTÍCIAS NEWS CEFAMOL
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CEFAMOL INTEGRA PROTOCOLO DE COLABORAÇÃO PARA CRIAÇÃO DE “LIVING LAB DA INDÚSTRIA DO FUTURO” A CEFAMOL integra o acordo de colaboração para criação do Living Lab da Indústria do Futuro, assinado no dia 20 de setembro, com a Altice Labs, a Câmara Municipal da Marinha Grande, o Politécnico de Leiria, o Centimfe e o Cenfim, parceiros desta iniciativa. Pretende-se que o Living Lab da Indústria do Futuro seja uma plataforma de colaboração no domínio da transformação digital da indústria, servindo como demonstrador, com base em tecnologias digitais, designadamente “big data”, “industrial IoT”, “supercomputação” e conetividade avançada de baixa latência (5G), tendo em vista o desenvolvimento do tecido tecnológico e industrial da região da Marinha Grande, numa primeira instância, mas ambicionando abranger todo o Centro de Portugal. Assumindo a indústria de moldes uma forte aposta na inovação, I&D e integração de soluções, a evolução e interação dos sistemas é uma realidade cada vez mais presente no dia a dia das empresas, sendo as plataformas de comunicação, simulação produtiva ou virtualização da produção conceitos cada vez mais difundidos. O sector apresenta-se desta forma, quer pelas suas caraterísticas tecnológicas e comerciais, quer pela sua concentração geográfica e índice de clusterização, como um excelente espaço para introdução e experimentação de novas soluções de digitalização, comunicação,
formação e interação, como certamente será permitirá o Living Lab da Indústria do Futuro. Representando as empresas do sector, a CEFAMOL participará nesta plataforma de colaboração apoiando a transformação digital da indústria de moldes, dinamizando projetos e iniciativas que promovam um desenvolvimento diferenciador das empresas a nível tecnológico e industrial.
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NOTÍCIAS NEWS CEFAMOL
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PROGRAMA TALENTUM: APOIAR ORGANIZAÇÕES A GERIR PESSOAS E MELHORAR RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS ‘Design Thinking: otimizar a experiência do trabalho’ foi o tema do mais recente seminário, integrado no ‘Programa Talentum 4.0’, e que, organizado pela CEFAMOL, decorreu no dia 18 de setembro, na sede da Associação. Artur Ferraz, da International Business Consulting (IBC) foi o orador do seminário, começando por considerar o ‘Design Thinking’ como “uma ferramenta multidisciplinar” que pode “potenciar uma cultura de inovação e criatividade”. Através da ligação entre as pessoas e a partilha das suas várias opiniões, consegue-se reunir um conjunto de ideias para abordar problemas, propor a sua solução e, ao mesmo tempo, fomentar a coesão entre as equipas. Para que resulte, sublinhou, terá de passar por uma fase em que se compreenda a importância das pessoas dentro das organizações. Estas têm de conseguir falar umas com as outras, dar a sua opinião sem reservas e sem inibições, independentemente das áreas do processo produtivo em que estejam integradas. Uma fase primária, que classificou como “empatia”. Uma vez conseguida, o passo seguinte é selecionar, do conjunto de ideias proposto, o que pode gerar valor e ser motor da mudança necessária ao melhor desempenho da organização. Importa, depois, passar à prática, testando essas ideias, colocando-as em prática e, se for caso disso, melhorando-as. Esta sessão, na qual participaram cerca de duas dezenas de pessoas pertencentes a várias empresas, foi dividida em duas partes. Depois da primeira, mais teórica - apesar de interativa, com a colocação de questões e opiniões - seguiu-se uma mais prática. O grupo foi dividido em equipas e cada um foi desafiado a ouvir algumas das dificuldades detetadas em empresas e propor soluções. No final, salientou-se que nenhum dos problemas elencados nesta parte prática da sessão foi de natureza técnica. “Foram questões inerentes às pessoas e ao seu papel nas organizações porque, frequentemente, os problemas técnicos têm resolução mais rápida. As questões associadas às pessoas necessitam de ser trabalhadas”, considerou, frisando que o processo de mudança de cada empresa “começa sempre com poucos elementos e vai avançando, gradualmente, até se tornar fiável. Porque, quando a questão são pessoas, a confiança é essencial”. Gerir para mudar Esta sessão de setembro complementou a anterior, que teve lugar a 10 de julho, subordinada ao tema ‘Desafios 4.0: Gerir pessoas, gerir recursos, gerir a mudança’. “Num mundo em mudança, (é preciso) auxiliar as empresas a crescer através de sistemas pensados para as pessoas”. Esta frase de Peter Senge, reforçou a principal mensagem que tem marcado estas sessões: a importância das pessoas nas organizações. Numa era em que o processo produtivo está assente numa pirâmide que tem como vértices as Pessoas, a Tecnologia e o Trabalho, é imperioso preparar os colaboradores para o trabalho. E uma estratégia de Gestão de Pessoas tem de ter isso sempre presente.
A tecnologia veio alterar a forma de funcionamento das empresas e é hoje o motor da transformação. Mas uma mudança não se faz sem pessoas. O trabalho complexo está reservado para as pessoas enquanto o rotineiro tenderá a ser feito pelas máquinas e “não há trabalho complexo sem autonomia, sem comunicação, sem que as pessoas falem umas com as outras”. Por isso, no seu entender, é preciso mudar a estrutura organizacional e só depois perceber quais as competências necessárias.
Importa, pois, conhecer a tecnologia de forma a que as empresas se posicionem num outro patamar de desenvolvimento e, depois, passar da tradicional forma hierárquica para uma outra mais comunitária, de cooperação, e com uma geometria variável. A plateia - composta por vários profissionais da indústria - foi muito participativa, colocando várias questões e trocando opiniões e experiências. No início de cada uma das sessões, Manuel Oliveira, secretáriogeral da CEFAMOL, lembrou que o programa “Talentum”, em curso desde o início deste ano, está dividido em três áreas: por um lado, as sessões de sensibilização abordando várias temáticas e técnicas de Gestão de Pessoas; por outro, a criação de um grupo de trabalho constituído por elementos de várias empresas que está, já, a pensar em medidas que serão apresentadas no decorrer do Congresso da Indústria de Moldes, em novembro próximo; e, por último, o trabalho dentro de empresas que começaram já a aplicar algumas técnicas no sentido de mudar e melhorar a forma como olham para os seus recursos humanos. A atração, gestão e retenção de talento nas empresas, num momento em que o sector se debate com escassez de mão de obra especializada, são as linhas essenciais deste programa, sublinhou.
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POLITÉCNICO DE LEIRIA + INDÚSTRIA: APOIO ESTENDE-SE A MESTRADOS E CRESCE EM NÚMERO DE BOLSAS E EMPRESAS NO ANO LETIVO 2019/2020 Subiu para 39 o número de empresas que, no próximo ano letivo de 2019/2020 vão patrocinar 53 bolsas ‘Politécnico de Leiria + Indústria’ a estudantes das Escolas do Politécnico de Leiria. Este é um projeto que se tem afirmado pelo crescimento, ano após ano. No ano letivo de 2018/2019, na sua sexta edição, foram 41 os estudantes a ser apoiados com bolsas de estudo. Só na área da Engenharia Mecânica, foram atribuídas 19 bolsas. Nesta próxima edição, 16 das empresas patrocinadoras das bolsas integram os sectores de moldes e plásticos, o que é bastante revelador do interesse das empresas neste projeto que resulta de um protocolo firmado entre a CEFAMOL, NERLEI e o Politécnico de Leiria. Teve início em 2014 tendo sido, então, atribuídas sete bolsas por igual número de empresas. De então para cá, o número de empresas participantes e de bolsas tem crescido consideravelmente. Para além do número crescente de empresas, as bolsas no próximo ano letivo estendem-se, também, à área de mestrado e não, como até aqui, apenas às licenciaturas. Um dos cursos de mestrado que recebe uma bolsa é a Engenharia Mecânica - Produção Industrial, fortemente ligado à indústria de moldes e plásticos.
A próxima edição do protocolo ‘Politécnico de Leiria + Indústria’ inclui ainda outras novidades como o apoio financeiro das empresas a estudantes que desenvolvam projetos relevantes direcionados para a indústria, bem como o programa de “labelling” e remodelação de quartos nas residências de estudantes, em que as empresas ajudam financeiramente para a criação de melhores condições. No seu conjunto, vão ao encontro do que é um dos principais objetivos deste protocolo celebrado entre as três entidades: apoiar os jovens estudantes, os investigadores, os professores e as empresas da região que se debatem com escassez de recursos humanos qualificados. O VII Encontro “Politécnico de Leiria + Indústria”, onde foi feito o balanço do ano transato e apresentadas as novidades para o próximo, teve lugar no dia 16 de julho, no Edifício da Resinagem, na Marinha Grande. Na sessão, que juntou diversas entidades, autarcas, convidados e empresários da região, coube a Cidália Ferreira, presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande, abrir o painel de intervenções. A autarca realçou a ligação já consolidada entre a Academia e a Indústria, enaltecendo as potencialidades do concelho, nomeadamente a vertente industrial, com a sua ascensão e inovação ao longo dos tempos, desde o vidro e o plástico à produção de moldes.
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NOTÍCIAS NEWS CEFAMOL
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Ligação empresas e mundo académico João Faustino, presidente da CEFAMOL, recordou a origem deste programa, manifestando o seu agrado pelo envolvimento da Associação neste projeto, desde a sua génese. Na ocasião, lembrou, este surgiu como tentativa de resposta a uma série de necessidades das empresas, entre as quais, uma maior aproximação entre o meio académico e o meio empresarial. “Passámos de sete bolsas, no primeiro ano, para 53 bolsas em 2019; e de sete empresas para 39, o que equivale a um investimento líquido de 150 mil euros, e claro, à força de vontade”, afirmou João Faustino. Defendeu ainda que “cada vez há maior necessidade de soluções integradas, de novos métodos e processos e o investimento em tecnologia. É preciso termos melhores soluções para o aumento da competitividade e o fomento exponencial da qualidade para chegarmos aos nossos pares internacionais”, reforçando que “o processo de mudança é contínuo e não sabemos onde vai chegar; por isso, não podemos estar sozinhos, o mundo académico tem de ser o nosso grande aliado”.
Já o presidente do Politécnico de Leiria, Rui Pedrosa, sublinhou a relevância de ter cada vez mais o conhecimento ao serviço da sociedade. “É muito importante atrair e reter talento para garantir a grande competitividade que existe entre os territórios. Como tal, importa destacar quatro pontos: o ensino de qualidade, a qualidade de vida deste território, a segurança e a cultura”, considerou, destacando que “este protocolo ‘Politécnico de Leiria + Indústria’ cada vez mais afirma o território”. Agradeceu “a visão de duas instituições (CEFAMOL e NERLEI)”, salientando que “trazem para a luz do dia a inovação e a responsabilidade social”. Por seu turno, António Poças, presidente da NERLEI, frisou a importância do protocolo assinado e da sua efetividade no terreno, bem como das empresas que se associaram a esta iniciativa. “O alargamento das bolsas a todas as áreas de formação do Politécnico de Leiria potencia robustez e flexibilidade, que podem ajudar na resolução de dificuldades que as empresas possam ter”, destacou, defendendo que “neste sétimo ano de protocolo devemos apostar no reforço da qualidade da parceria e no fortalecimento da cooperação positiva entre empresas e estudantes”. Considerou que essa ligação empresas-estudantes pode ser reforçada, aconselhando as organizações a levar a cabo uma atitude mais proativa com os alunos que apoiam. Coube a Ana Sargento, vice-presidente do Politécnico de Leiria apresentar os principais resultados do protocolo relativos a 2018/2019. E revelou que a parceria entre as três entidades resultou, no último ano letivo, na realização de mais de 60 visitas
de estudo e 2.793 estágios, mais de 260 seminários e aulas abertas com oradores das empresas, e mais de 140 projetos de licenciatura e mestrado aplicados a empresas. Ao nível da partilha e valorização do conhecimento, foram aprovados 15 novos projetos que envolvem empresas e que representam 22 milhões de euros, e 73 novos contratos de prestação de serviços adjudicados, que equivalem a 850 mil euros. Foi também esta responsável que enumerou as quatro principais metas do protocolo para o próximo ano letivo: o alargamento do seu impacto a todas as escolas do Politécnico de Leiria, o aumento do número de bolsas e empresas envolvidas, o alargamento da possibilidade da aproximação das empresas a outras formas de apoio, e o aumento da interação dos estudantes que recebem as bolsas com as empresas que os apoiam. Empresas generosas Ana Abrunhosa, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), encerrou a sessão, protagonizando um discurso elogioso à região de Leiria, nas vertentes empresariais, culturais e sociais, e dirigindo-se ao Politécnico de Leiria, como sendo “um dos melhores do país”. E destacou que este “tomou a dianteira”, ao realizar uma parceria com as empresas, “indo ao encontro das necessidades do mercado de trabalho”. A responsável congratulou-se também com o facto das empresas abrirem “com generosidade as suas portas aos jovens”, e, dessa forma, ajudarem o Politécnico de Leiria a “formar melhor os seus estudantes”, não esquecendo de que “são as empresas que geram riqueza e emprego numa região”. “Esta é uma região onde as entidades trabalham em rede e partilham conhecimento. Souberam posicionar-se nas cadeias de valor e internacionalizar-se, o que as mantém competitivas”, considerou a responsável, sublinhando que “nesta região, celebram-se com orgulho os sucessos uns dos outros. Os projetos de investimento apoiados são dinamizados por empresários locais, o que aumenta a capacidade de produção e a realização de atividades”. A sessão foi ainda marcada por uma palestra subordinada ao tema da ‘Gestão de Talentos, proferida por José Bancaleiro, CEO da Stanton Chase, que destacou que as pessoas são o ativo mais importante das organizações. Mostrou alguns casos práticos de como o capital humano pode ser visto como um custo, onde há a tendência para minimizar, ou como um investimento, que bem gerido deve ter um retorno positivo. “Liderar passa por fazer um investimento de tempo e energia e criar emoção nas pessoas”, defendeu José Bancaleiro, considerando ainda ser de primordial importância uma estratégia de atração e de retenção de talentos nas empresas.
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VI EDIÇÃO DO ‘LEIRIA-IN’: MEIA CENTENA DE JOVENS CONTACTOU COM EXCELÊNCIA DA INDÚSTRIA Na sua sexta edição, a iniciativa “Leiria-In” abriu, pela primeira vez, as portas à participação internacional, contando com a presença de seis estudantes do ensino secundário oriundos do Equador. Juntaram-se a outros 46 jovens, de várias zonas do país, que, durante uma semana, entre 8 e 13 de julho, tiveram oportunidade de contactar de perto com a excelência da indústria da região de Leiria, visitando cerca de duas dezenas de empresas de vários ramos de atividades. Para além disso, participaram em workshops, atividades culturais, desportivas e de conhecimento transversal da região. Organizado conjuntamente pelo Politécnico de Leiria e pela Fórum Estudante, e tendo como parceiros a Associação Nacional
da Indústria de Moldes (CEFAMOL), a Associação Empresarial da Região de Leiria (NERLEI) e a Associação de Desenvolvimento da Alta Estremadura (ADAE) e ainda as Câmaras de Leiria e da Marinha Grande, o evento tem como objetivo proporcionar aos jovens experiências, de forma a evidenciar a importância da indústria para a economia e desenvolvimento de Portugal, e despertar interesse, junto dos estudantes do ensino secundário e profissional, para as profissões ligadas à indústria.
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Neste grupo, 53% dos jovens eram alunos com o 10º ano, 18% de cursos profissionais e 82% de cursos científicos. 55% dos participantes eram do género masculino. No total, pertenciam a 40 escolas, quer de Portugal, quer do Equador. Gonçalo Gil, diretor da Fórum Estudante, explicou que a presença do Equador surgiu na sequência do contacto já existente com o Politécnico de Leiria. Com efeito, o IPL acolhe, em vários dos seus cursos, jovens daquele país. Ao tomarem conhecimento do programa do “Leiria-In”, alguns estudantes mais jovens quiseram aproveitar a oportunidade para conhecer as escolas do Politécnico, bem como a região de Leiria e a sua dinâmica empresarial. “São jovens que, de alguma forma, têm Portugal como opção para os seus estudos futuros e consideraram esta, uma oportunidade de ouro para conhecer melhor a realidade”, contou. Dez empresas de moldes Na sessão de boas-vindas aos jovens, Manuel Oliveira, secretáriogeral da CEFAMOL, congratulou-se com a decisão dos jovens - de passarem uma semana das suas férias a conhecer empresas - e aconselhou-os a, durante as visitas, colocarem muitas questões e tentarem perceber bem a realidade industrial de sectores, como o dos moldes, que geram oportunidades de futuro a nível profissional. E na prática foi o que aconteceu. Os jovens foram divididos em grupos e, apenas na indústria de moldes, tiveram oportunidade de visitar dez empresas: Aníbal Abrantes, DRT, Erofio, Fozmoldes, Moldoeste, Planimolde, Ribermold, Socem, Tecnimoplás e TJ Moldes. Foram curiosos, colocando muitas questões e demonstrando uma aguçada curiosidade em relação à atividade e aos negócios das empresas. Ainda no seio deste sector, realizaram uma visita à exposição “Esculpir o Aço”. Conduzidos por Eduardo Pedro e António Rato, tiveram oportunidade de conhecer a história da indústria de moldes e a sua evolução até aos dias de hoje. Também aí, muitos dos estudantes se mostraram curiosos e colocaram questões e dúvidas.
Um exemplo de vida Mas um dos momentos altos do programa, a exemplo do que tem acontecido nas anteriores edições, foi a apresentação, seguida de uma conversa com um empresário do sector. Coube, desta feita, a Telmo Ferraz, da Planimolde, fazer a apresentação do seu percurso de vida, numa sessão que decorreu no Edifício da Resinagem, na Marinha Grande, liderada pela presidente da Câmara local, Cidália Ferreira. O empresário relatou o seu percurso de vida, desde a escolaridade, o início da atividade profissional (com apenas 15 anos), ao futebol e à política, e até à criação da empresa Planimolde, falando ainda dos desafios que se colocam, hoje em dia, ao sector. Deixou também alguns conselhos à jovem plateia. Que tenham sempre palavras motivadoras para quem está a iniciar em qualquer função e que não se esqueçam da importância dos pequenos detalhes (seja a nível profissional, seja na vida). Foi bastante questionado pelos alunos, quer sobre detalhes do seu percurso profissional, quer sobre a sua vida de desportista. Considerou que, atualmente, a nova geração é confrontada com uma pressão enorme, resultante das novas tecnologias e sobretudo das redes sociais e meios de comunicação, considerando ser algo que o preocupa. E aconselhou ainda os jovens a nunca desistirem dos seus projetos, a lutarem por eles e a interessarem-se pela indústria. Mostrar o que a indústria tem de bom Gonçalo Gil, diretor da Fórum Estudante. considerou que, após esta semana, os participantes ficam com “um conhecimento que poucos jovens têm sobre o que de bom tem a indústria do nosso país”, para além de ficarem também a conhecer um pouco da região de Leiria e do seu Instituto Politécnico e da ligação que este tem com as empresas. Este ano, contou, o programa contemplou também a visita a algumas empresas de serviços (e não apenas da indústria, como nas anteriores edições). O responsável adiantou que, de uma maneira geral, os estudantes que passam por esta experiência (e o interesse tem sido crescente a cada ano que passa, atendendo ao número de inscrições que tem vindo a subir) mostram-se “bastante agradados, tecem críticas muito positivas sobre o que experienciaram” e, sublinha, “acabam por ser embaixadores desta atividade nas suas escolas e acabam por fazer nascer, nos seus colegas, o gosto em participar”. “Hoje em dia, os jovens têm muitas solicitações durante as férias de verão. O ‘Leiria-In’ é, apenas, mais uma. Mas queremos diferenciar-nos e criar programas atrativos que os levem a retirar desta experiência uma aprendizagem para o futuro, para além da vertente lúdica e de conhecimento da região”, adianta.
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Rui Pereira, 16 anos Oeiras “A precisão do trabalho nos moldes é impressionante” “Estou num curso profissional de Eletrónica e Automação. Foi a primeira vez que visitei empresas de moldes. Tinha curiosidade em conhecer esta indústria. Achei interessante, mas não é área que me seduza porque é muito específica e especializada em determinados pormenores. Mas a precisão trabalho é impressionante, tal como a evolução das máquinas ao longo dos tempos. O ramo que eu quero é mais na eletrónica. O ‘Leiria-In’ é muito positivo porque me permitiu conhecer estas realidades e isso pode ajudar-me a tomar uma decisão no futuro”.
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TESTEMUNHOS Catarina Freitas, 17 anos Matosinhos “A indústria de moldes é muito inovadora” Sempre tive muita curiosidade em conhecer a indústria e a forma como funciona. Por isso, decidi participar no ‘Leiria-In’. Conheci uma empresa de moldes e fiquei impressionada. As máquinas são muito evoluídas, o trabalho é muito complexo, mas a intervenção humana continua a ser muito precisa. Acho isso muito interessante. Não penso seguir, a nível profissional, para a indústria. Quero seguir Psicologia Forense. Mas esta experiência está a ser muito enriquecedora. Para além de conhecer esta realidade, tenho oportunidade de fazer novas amizades e viver um verão diferente”.
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EMPRESAS NACIONAIS DÃO NOTA POSITIVA AOS “AUTOMOTIVE MEETINGS” DE MADRID Foi “muito positivo” o balanço da participação nacional nos ‘Automotive & Manufacturing Meetings’ de Madrid, que decorreram nos dias 26 e 27 de junho, conta Patrício Tavares, da Associação Nacional da Indústria de Moldes (CEFAMOL). Foram sete as empresas que acompanharam a CEFAMOL neste evento (AES Molds, Expomold, Itecmo, KLC, Pearlmaster, Planimolde e VL Moldes). Segundo Patrício Tavares, os resultados foram bastante apreciados pelos participantes pois, “por um lado, o número de contatos por empresa foi considerável e, por outro, a qualidade da maioria justificou a presença no certame”. O responsável adianta que “esta avaliação só é possível graças ao facto das empresas terem abordado o modelo desta iniciativa da forma mais correta, não ficando ‘presas’ à agenda de contatos confirmados, mas indo também à procura de potenciais clientes presentes no evento, nos horários em que não tinham reuniões agendadas”.
Segundo o representante da CEFAMOL os ‘Automotive & Manufacturing Meetings’ de Madrid são “um modelo híbrido que aglomera em si o que há de melhor nas feiras tradicionais e nos encontros bilaterais”. Ou seja, “por um lado as empresas têm um espaço físico onde podem reunir e ser contactadas, mas por outro, já têm uma agenda de contactos definida no início do evento”. Esta forma de organização, sublinha, “permite às empresas gerir melhor o seu tempo, não só com as empresas confirmadas na sua agenda, mas também com os potenciais contatos diretos que podem efetuar com outras empresas presentes no certame”. E nesta edição, marcaram presença empresas OEM´s, fornecedores de primeira e segunda linha, assim como fornecedores de serviços complementares. “Apesar de vermos muitas empresas espanholas, era grande a presença de empresas multinacionais, de forma direta e indireta (por intermédio de agentes)”, explica, contando que as empresas nacionais tiveram oportunidade de contactar com organizações que prestam serviços de injeção de plástico no mercado espanhol.
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SEMINÁRIO ABORDOU CONCEITOS E APLICAÇÕES DE CANAIS QUENTES ‘Sistemas de Canais Quentes: Novos Conceitos e Aplicações’, foi o tema de um seminário que, organizado pela Newserve - Serviços de Engenharia, em colaboração com a CEFAMOL decorreu nos dias 10 e 11 de setembro, respetivamente na Marinha Grande e em Oliveira de Azeméis. O tema atraiu, no conjunto das duas sessões, seis dezenas de profissionais da indústria de moldes. Christoph Muench, da GÜNTHER Hot Runner Technology, foi o orador do seminário que se dividiu em dois momentos: por um lado, a exposição relacionada com canais quentes; e, por outro, as aplicações de canais frios no processo produtivo. No caso dos canais quentes, tema central da intervenção, Christoph Muench centrou a sua apresentação na necessidade de se apostar numa correta aplicação destes sistemas, lembrando que “98% de todas as falhas durante os testes do molde são devidas a uma geometria incorreta do ponto de injeção”. Abordou ainda questões relacionadas com o design e aplicação dos sistemas GUNTHER, apontando diversas resoluções para alguns dos problemas que podem ocorrer no processo. Ao nível dos canais frios, destacou que a tecnologia - com recurso ao silicone líquido (LSR) - tem algumas vantagens, como “a produção sem desperdícios, melhor qualidade do artigo devido ao menor stress aplicado ao material, a estabilidade térmica, fácil manuseio, manutenção e limpeza, e peças de desgaste fáceis de substituir”. Enunciou ainda algumas das vantagens dos canais frios standardizados, explicando pormenorizadamente a tecnologia, dando alguns conselhos e diretrizes gerais. Apresentou também alguns exemplos e aplicações práticas. A plateia, composta por técnicos de várias empresas do sector, mostrou-se interessada e participativa, colocando questões e partilhando experiências práticas.
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NOVOS MATERIAIS FORAM TEMA PARA SEMINÁRIO TÉCNICO A CEFAMOL, em conjunto com a empresa Universal Afir promoveu, nos dias 17 e 19 de setembro, em Oliveira de Azeméis e na Marinha Grande, duas sessões técnicas subordinados ao tema ‘Aços para injeção de plásticos reforçados e materiais para fabrico aditivo’. O orador destas sessões foi Gerhard Eichelberger, da Böhler, marca que a Universal Afir representa há várias décadas. Dividiu a sua apresentação por três temáticas: a injeção dos plásticos reforçados e o efeito que têm nos aços; a importância do polimento; e os aços para fabrico aditivo. Gerhard Eichelberger começou por sublinhar a importância que têm ganho, nos últimos anos, os plásticos reforçados como substitutos de alguns materiais (como o alumínio), e que são usados, por exemplo na indústria automóvel, mas também noutros sectores, como as utilidades domésticas ou eletrónica. E elencou algumas das suas vantagens, como a redução de peso e a maior dureza, resistência e força destes plásticos. Mas lembrou que, com o uso destes materiais, a complexidade dos moldes também se alterou sendo, por isso, “necessário implementar algumas medidas para acautelar problemas com o aço devido às propriedades das fibras”. Um dos alertas que deixou diz respeito ao desgaste.
Sobre o polimento, que considerou muito importante, lembrou também “que o tipo de aço tem influência nos resultados que se vão conseguir ter”, considerando de extrema importância “a experiência e conhecimento do polidor”. Neste processo, advertiu, esse conhecimento “faz toda a diferença”. “A escolha certa do tipo de aço pode melhorar a performance e o polimento, reduzindo tempo e aumentando a produtividade”, sublinhou. Finalmente, na questão do fabrico aditivo, explicou que a Böhler tem já uma gama de aço em pó (a AMPO) mas está a expandir o seu portfólio, alterando e melhorando características e desempenho. Lembrou que a opção pelo fabrico aditivo só tem ganhos em determinadas peças que não possam ser feitas por outros processos e que o design da peça tem de ser bem pensado, ocupando um lugar de destaque. Anunciou ainda que, para além do aço, a empresa vai avançar, no próximo ano e meio, com a produção de titânio em pó. As duas sessões atraíram dezenas de profissionais da indústria de moldes que, ao longo dos seminários, foram colocando algumas questões e esclarecendo dúvidas.
Apresentou, depois, o portfolio de aços da Böhler, pensado para várias utilizações e que pode solucionar alguns dos problemas para os quais foi chamando a atenção. “Os cuidados a ter com a escolha do aço para o tipo de molde que se quer produzir são fundamentais e justificam, muitas vezes, porque falham os moldes”, reforçou. Estas características foram ilustradas com casos práticos para que a plateia melhor entendesse as diferenças entre cada um dos aços.
Serviço exclusivo às empresas associadas.
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SEMINÁRIO APRESENTA BIBLIOTECAS COMO SOLUÇÃO PARA MELHORAR PROJETO DE MOLDES ‘Bibliotecas dinâmicas e interativas e o projeto de moldes’ foi o tema de um conjunto de dois seminários técnicos que, organizados em conjunto pela CEFAMOL e pela empresa Cadsolid, decorreram no dia 24 e 25 de setembro, respetivamente em Oliveira de Azeméis e na Marinha Grande. A utilização destas bibliotecas é, segundo considerou Paulo Olaio, responsável técnico pelo TopSolid (a solução apresentada), “a garantia de um bom projeto”. E explicou a razão: o conceito destas bibliotecas dinâmicas e interativas, aplicado na fase do projeto do molde, permite ao utilizador inserir componentes em interação com o software que foi concebido para avaliar e prever o erro, de forma a alcançar o sucesso das operações pretendidas. “Permite ao utilizador uma liberdade muito grande e é uma solução muito dinâmica”, explicou. O seminário foi dividido em duas partes. Numa primeira, Paulo Olaio e Marco Almeida (ambos da CadSolid) explicaram o funcionamento do conceito, expondo, de forma prática, os seus benefícios. E, na ótica de Paulo Olaio, as vantagens da utilização desta ferramenta são bastantes no que à indústria de moldes diz respeito. “Permite tempos de execução mais rápidos, mas também uma uniformização dentro da própria empresa dos vários componentes, para além de uma redução drástica de erros no projeto”, afirmou, frisando, ainda, que, da forma como está concebido, permite “uma interação com a fase seguinte de produção, o CAM”.
Uniformização do processo produtivo Aliás, Paulo Olaio explicou até que “este conceito (para já aplicado à fase do projeto) pode ser alargado à parte do CAM”. Ou seja, “podemos criar métodos, de forma a que sejam uniformes dentro da empresa, que vão desde os processos às próprias ferramentas a utilizar e até à forma como se fazem as maquinações”, acrescentou. Os dois seminários contaram com a adesão de dezenas de profissionais da indústria que, ao longo da apresentação, foram colocando várias questões aos oradores. Nas sessões realizadas, para além da exposição sobre o conceito das bibliotecas, a empresa convidou, como oradores, profissionais de duas organizações do sector (Moldes RP e Prifer em Oliveira de Azeméis; Socem e Tecnimoplás na Marinha Grande), as quais partilharam a sua experiência e opinião em relação à opção das respetivas empresas pelo conceito apresentado. Foi possível perceber, pelas explicações que deram, que estas bibliotecas são suficientemente versáteis para se adaptarem, com benefícios, à realidade de cada empresa.
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FORM2GROWTH- APOSTAR NO CRESCIMENTO PELA FORMAÇÃO A candidatura apresentada pelo Centimfe aos projetos conjuntos de Formação-Ação - 2º ciclo, foi aprovada. O projeto FORM2Growth pretende ser um instrumento de reforço das capacidades de gestão e competitividade das PMEs
Nesta fase, o Centimfe está a recrutar empresas para adesão ao projeto. Caso pretenda integrar este grupo de empresas, contacte: inovacao@centimfe.com
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através de formação para desenvolvimento de competências na área da Organização e Gestão, focado na implementação de práticas inovadoras de Lean Manufaturing, melhoria processos, ferramentas de melhoria contínua, estimulando o espírito de inovação e mudança nas empresas participantes.
Já se encontra disponível o Plano de Formação do Centimfe, para o segundo semestre de 2019. Os cursos de formação apresentados neste plano estão organizados por áreas de formação de acordo com a Classificação Nacional de Áreas de Educação e Formação, e serão divulgados individualmente no site do Centimfe em www.centimfe.com e respetivas redes sociais consoante o seu agendamento.
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O Centimfe participou na conferência “Tecnologias inovadoras e materiais avançados em moldes e plásticos” enquadrada no projeto SAMT SUDOE. A conferência teve lugar no passado dia 27 de junho no Instituto Tecnológico de Produtos Infantis e Lazer-AIJU em Ibi, Espanha e pretendeu difundir as oportunidades de fabrico aditivo e materiais avançados para as PME do sector de moldes e plásticos e criar sinergias entre empresas, institutos de inovação e universidades na região Sudoe. Os principais resultados do projeto SAMT SUDOE poderão ser consultados no website oficial em www.samtsudoe.com
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O Centimfe esteve presente em Évora, no passado dia 09 de julho, na reunião de coordenação do projeto Idercexa, cujo objetivo é o fomento da I+D+i em matéria de energias renováveis, com
os sectores empresarias da região #EUROACE, nomeadamente metalomecânico e eletrotécnico. Mais informação do projeto: idercexa.eu/pt-pt/
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CORSIL: QUATRO DÉCADAS DE QUALIDADE, HONESTIDADE E CUMPRIMENTO DOS COMPROMISSOS A Corsil, com sede em Oliveira de Azeméis, é fabricante português de moldes para injeção de plásticos, que conta com uma experiência de mais de quatro décadas e uma equipa de dez colaboradores, altamente qualificada, capaz de fabricar diferentes tipos de moldes. Fundada pelos sócios José Correia e Ampolino Silva, em 1977, a Corsil é especializada em soluções de qualidade no fornecimento de moldes de injeção de termoplásticos. Desde a sua fundação, a Corsil, baseada no princípio da melhoria contínua, tem pautado a sua atividade pela qualidade, honestidade e cumprimento dos compromissos assumidos. “Desta forma, os nossos mais de 40 de anos de existência, são a prova de que somos um parceiro de confiança e de que somos capazes de responder aos desafios propostos pelos nossos clientes”, sublinha Ampolino Silva.
competitivos e os serviços de acompanhamento e pós-venda. A empresa dispõe de uma capacidade de produção para moldes até 15 toneladas, com dimensões máximas de 2500mm x 1000mm x 1000mm. Ao longo dos anos, já produziu mais de 1.300 moldes, para os mais diversos sectores e, principalmente, dirigidos ao mercado externo de uma forma indireta. Portugal é geograficamente o maior mercado, exportando, no entanto para a Espanha e América do Sul. Atualmente, a empresa encontra-se num processo de renovação, baseado nos princípios lean e de melhoria contínua, com o objetivo de criar mais valor para o cliente e aumentar a sua competitividade. “A Corsil assume-se como um parceiro de confiança com know-how considerável e disponível para abraçar novos desafios”, sublinha Ampolino Silva.
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A empresa está inserida numa área geográfica onde a indústria dos moldes é bastante expressiva, o que tem permitido estabelecer um conjunto de relações comerciais e de parcerias que complementam a sua atividade. A Corsil é reconhecida pelos seus altos padrões de qualidade, mas também pelo cumprimento dos prazos acordados, os preços
RVRM & GEOCAD PT – CONSTRUIR MOLDES EM PORTUGAL COM VANTAGENS PARA OS CLIENTES A RVRM & GEOCAD PT é uma empresa que se dedica à fabricação, comercialização e reparação de moldes para a indústria e serviços de engenharia. Foi inaugurada em junho de 2016, tendo sede em Avanca, situando-se relativamente próxima da zona industrial de Loureiro, em Oliveira de Azeméis. A empresa portuguesa integra o grupo Geocad, que iniciou a sua atividade em Espanha, em 1998. É constituído por várias unidades que operam a nível global, especializado na gestão e fabrico no sector de moldes, trabalhando, sobretudo, para a indústria automóvel. Desde o início da atividade que tem uma presença global, tendo crescido, ao longo dos últimos anos, nos serviços de ‘second stage’, marcando presença em vários pontos do mundo, desde a Europa, à Ásia e América. Projeta abrir uma nova unidade em Tanger (Marrocos), em 2020. A sua abertura em Portugal deveu-se, segundo o seu responsável, João Silva, “ao crescimento extraordinário na atividade (no sector dos moldes) que não tínhamos previsto acontecer”. Ou seja, o grupo espanhol tinha, já, uma representação e ligação ao nosso país, mas face a este crescimento decidiu avançar com a constituição desta nova empresa. Iniciou a atividade com dois colaboradores e, em três anos, aumentou esse número para seis. Trata-se de uma
equipa jovem e muito dinâmica, composta por três engenheiros técnicos, dois project manager e uma contabilista. A grande mais-valia desta empresa é, aproveitando a experiência e rede internacional da empresa-mãe, conseguir desenvolver e construir moldes em Portugal, com vantagens para os clientes. A Geocad Portugal não vende apenas moldes: assegura a engenharia e o seguimento dos moldes, o conceito e projeto, análises moldflow, controlo dimensional, acompanhando a injeção e o teste, possibilitando também um serviço de nível global. A partir de Portugal, os serviços desenvolvidos conferem uma garantia de qualidade, segurança e confiança aos clientes.
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S3D: MAIS DE 25 ANOS A FORNECER AS MELHORES SOLUÇÕES À INDÚSTRIA
Fundada em maio de 1993, com sede na Marinha Grande e filial em Oliveira de Azeméis, a S3D está presente no mercado há mais de 25 anos, com o principal objetivo de fornecer à indústria soluções de CAD, CAM, CAE e Metrologia Ótica 3D, assim como formação e serviços de engenharia. Inicialmente, grande parte das soluções que propunha eram baseadas na marca CIMATRON, com a qual respondiam aos requisitos da indústria de moldes para plásticos, cunhos e cortantes e calçado. Com a viragem do milénio obteve a representação de duas marcas que permitiram alargar a sua oferta ao mercado de controlo dimensional e engenharia inversa: a GOM, uma referência mundial em Metrologia Ótica 3D, que utiliza o conceito de projeção de luz estruturada para aquisição da forma 3D de um qualquer modelo físico, permitindo ao mesmo tempo versatilidade e rigor necessários para aplicações industriais; e a GEOMAGIC que utiliza os dados exportados pelos sistemas de digitalização para construir modelos em superfícies e sólidos. Atualmente, a S3D apresenta duas linhas de soluções. Uma delas está ligada à produção com CIMATRON, FIKUS, LEMOINE e EUREKA, enquanto a outra está ligada à engenharia com GOM, 3DXpert e GEOMAGIC. “O nosso objetivo é que cada uma das marcas atenda a necessidade específica, mas que, simultaneamente, se complementem na oferta aos nossos clientes”, esclarece João Ferreira, diretor executivo da S3D. A empresa conta com 19 colaboradores e tem, no total, mais de 150 clientes em Portugal, englobando áreas como a indústria automóvel, moldes para plásticos, calçado, cunhos, cortantes e ferramentas e fundição.
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LISMOLDE: SEIS DÉCADAS DE RIGOR E BEM FAZER NA INDÚSTRIA DE MOLDES A Lismolde celebra este ano o 60º aniversário. Sessenta anos de uma história de sucesso, construída com muito trabalho, energia e dedicação, quer da administração, quer dos seus colaboradores. Uma gestão rigorosa e ponderada permitiu ultrapassar, com sucesso, vários períodos nas últimas décadas, alguns de alguma dificuldade. A empresa soube ir crescendo e afirma-se hoje em dia como um dos grandes exemplos de sucesso numa indústria muito competitiva como é o sector dos moldes. A carência de mão de obra qualificada é um dos desafios com que se depara, procurando solucioná-la através de uma maior ligação às escolas. A Lismolde é, atualmente, “uma empresa familiar focada na qualidade e projetos de cariz complexos, assente numa equipa muito experiente e com grande conhecimento do sector”, conta o administrador, Vladimiro Alexandre. Tem cerca de 50 colaboradores, muitos deles com mais de 30 anos de experiência no sector. A empresa nasceu em 1959, em Leiria, na Rua Capitão Mouzinho de Albuquerque. Tinha, então, cinco funcionários. Exportou o seu primeiro molde em 1965 e, três anos depois, mudou de instalações para a zona do Alto Vieiro, em Leiria, onde funcionou durante muitos anos. Vladimiro Alexandre destaca como alguns dos marcos do percurso da empresa a primeira fase de implementação do Sistema da Qualidade, em 1999; a certificação da empresa segundo a norma NP EN ISO 9001, em 2001; e, em 2003, o início da construção da Lismolde 2, na zona industrial de Porto de Mós (onde hoje funciona). Nesse mesmo ano, destaca também a certificação da empresa segundo a norma NP EN ISO 9001: 2000. Crescimento A expansão para Porto de Mós concretizou uma mudança de orientação estratégica da empresa que, desde finais dos anos 90, decidiu alargar os seus serviços e, consequentemente, optou pela criação de novas unidades. Procurou, dessa forma, controlar melhor a qualidade dos produtos ali fabricados e assegurar um serviço mais completo no que diz respeito à produção de moldes, a par de uma maior proximidade com os clientes. Em 2006, foi definido de forma ainda mais clara esse rumo de crescimento e teve início a construção das novas instalações da Molfatec e da Unitecmol, também na Zona Industrial de Porto de Mós. Em outubro de 2012, registou-se uma alteração da estrutura acionista da empresa, marcada pela aquisição da totalidade das quotas por parte de Vladimiro Alexandre e Diogo Pombeiro Alexandre (este último representando a nova geração na gestão e o espírito de continuidade deste projeto empresarial). Foi a partir desse momento que a empresa mudou, definitivamente, a sede e as atividades para o edifício Lismolde 2, em Porto de Mós. No ano seguinte, a Lismolde 2 passou a integrar o capital da Lismolde e foi incluída, também, a Temoinplas no capital da empresa, com a
passagem das máquinas de injeção para a Zona Industrial de Porto de Mós. É nessa localização que funciona, atualmente, o que é hoje em dia o grupo empresarial Lismolde. Aposta na formação de jovens A Lismolde tem na indústria automóvel o seu principal cliente. Procura, contudo, reduzir essa dependência, abarcando outras áreas de negócio. Desenvolve, por exemplo, uma parte significativa do seu trabalho para a indústria elétrica. Geograficamente, o seu mercado principal está localizado na Europa, repartido por vários países europeus. Vladimiro Alexandre considera que “o principal desafio para a Lismolde é, atualmente, a velocidade de evolução da tecnologia associada à fabricação dos moldes e a capacitação dos recursos para acompanhar e seguir na vanguarda do sector”. Ou seja, o rumo de futuro traçado pela empresa é no sentido da evolução constante, procurando conseguir melhor qualidade de serviço e, para isso, retirando o máximo partido que as tecnologias permitem. Mas se a evolução tecnológica possibilita melhorar tempos de resposta e qualidade, coloca, por outro lado, um grau de exigência cada vez maior. “Somos uma equipa que, na generalidade, conta já com muitos anos de experiência no sector; no entanto, a necessidade de atualização de conhecimentos é cada vez maior para podermos dar respostas a um mercado cada vez mais exigente”, sublinha. Para conseguir acompanhar essa evolução, explica, é necessária uma aposta na renovação de quadros. E, a exemplo de outras empresas do sector, a Lismolde também sente alguma dificuldade em encontrar jovens qualificados. No sentido de procurar colmatar essa dificuldade, a empresa tem trabalhado de mãos dadas com algumas escolas. Um dos exemplos que aponta é que, neste momento, a Lismolde tem em curso uma parceria com o Instituto Educativo do Juncal para formação de recursos. “Procuramos capacitar jovens de conhecimentos teórico/ práticos capazes de ingressar no mercado de trabalho a par das novas tecnologias, aliando a vasta experiência da nossa equipa à irreverência da nova geração”, sublinha. Só com a conjugação destes dois fatores, no seu entender, a empresas estará apta para continuar, como nestes últimos 60 anos, a responder de forma positiva aos desafios de futuro. E na passagem do 60º aniversário, Vladimiro Alexandre faz questão de dirigir uma palavra especial aos colaboradores da empresa. No seu entender, “o empenho, dedicação e profissionalismo que dedicaram ao projeto foram essenciais para a Lismolde ser o que é hoje em dia”. Deixa também um agradecimento aos fornecedores, sobretudo aos que, nos últimos sete anos, “acreditaram e estiveram sempre ao lado da Lismolde”.
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SETsa DESENVOLVE INTERIORES PARA PROTÓTIPO DE AVIÃO 100% ELÉTRICO
A SETsa, empresa do Grupo Iberomoldes, viu o seu trabalho reconhecido com a participação na construção de todo o interior da cabine, incluindo o cockpit, de uma aeronave 100% elétrica, a primeira com estas caraterísticas a nível mundial. Leonel de Jesus, responsável pela área industrial e desenvolvimento da SETsa, explicou que este projeto teve início em setembro de 2018 e foi apresentado em junho de 2019. No seu entender, todo este trabalho foi desafiante. “Foi a primeira vez que participámos num projeto de desenvolvimento desta dimensão. Fomos responsáveis pela engenharia de todas as peças e isso diria que foi o mais complexo e desafiante “, contou, sublinhando que a engenharia que o cliente pretendia - e que a empresa executou - foi a mais aproximada, a todos os níveis, à produção final da aeronave. “Não foi uma engenharia de protótipo; foi uma engenharia final de peça “, frisou. O que significa que, a partir daqui, é possível produzir, de facto, este avião. Deste protótipo, destacou ainda Leonel de Jesus, apenas os bancos estão aptos para poder integrar um avião e voar, uma vez que estão já certificados. “O resto da fuselagem e do interior ainda não está certificado, ou seja, ainda não pode voar”, explicou. O prazo de execução deste projeto foi um outro desafio, destacou. Tratou-se de um período de tempo mais reduzido do que é prática comum neste tipo de trabalho para a indústria aeronáutica. Contudo, a SETsa aceitou o desafio de desenvolver e produzir em oito meses o interior da aeronave, utilizando processos de engenharia aeronáuticos e produzindo todos os componentes nas mais diversas tecnologias e materiais.. Integrou o modelo à escala real da mock-up e este foi apresentado na exposição da indústria aeronáutica de Le Bourget, em Paris. Todo este trabalho destinou-se à cabine de passageiros e cockpit da aeronave ALICE, que transporta 9 passageiros e 2 tripulantes, a qual também esteve exposta nesta exposição mundial. “Estes projetos, para termos uma ideia, demoram sempre cerca de um ano e meio ou dois anos para o seu desenvolvimento e construção. Mas comprometemo-nos, e cumprimos, fazendo-o em oito meses”, explicou, destacando que, para além dos protótipos que desenvolveu por maquinação direta, a SETsa fez também a integração. Ou seja, abarcou toda a cadeia. Neste período de tempo,
a empresa teve alocada a este projeto uma equipa de dez pessoas: quatro delas no CAD e seis na montagem (que foi feita em Paris). Leonel de Jesus sublinha que a empresa da Marinha Grande tem já uma longa experiência na engenharia e construção de interiores para protótipos de veículos de transporte; comboios, autocarros, UAV’s, aviões de passageiros e outros. Mas foi a primeira vez que desenvolveu um projeto com a envergadura desta aeronave. Por outro lado, o facto de se tratar uma aeronave 100% elétrica trouxe, também, algumas diferenças na conceção. Leonel de Jesus explica que, por exemplo, o cockpit “é mais simples, e a fixação dos painéis em alguns casos também é diferente”. Coube a uma outra empresa nacional, a Alma Design desenvolver o design do interior da aeronave. Desta parceria, e do trabalho em equipa desenvolvido, resultou uma das mais inovadoras aeronaves de passageiros exposta nesta exposição mundial, iniciando-se um novo ciclo na aviação elétrica no qual a SETsa faz questão de estar presente. Aeronáutica como alternativa Leonel de Jesus explica ainda que, numa lógica de produção, se a empresa - como espera - se mantiver ligada a este projeto, o fabrico terá de ser desenvolvido de outra forma. “Os componentes podem ser exatamente iguais, mas a nível de produção das peças, algumas poderão ter de ser feitas com outros materiais, como os antifogo ou outros”, esclarece. Uma coisa é certa: este projeto vai entrar na fase de produção. Esta aeronave vai ser uma realidade e vai ser construída nos Estados Unidos. Leonel de Jesus sublinha que a participação em projetos deste género tem uma outra componente muito importante: permite olhar para alternativas, para além da indústria automóvel, no sector dos moldes. “Possibilita-nos pensar nesta como uma alternativa à indústria automóvel, na parte de engenharia, desenvolvimento de produto e maquinação de peças. Não tanto na substituição da produção de moldes porque, na aeronáutica, o plástico é pouco utilizado. Por isso, não nos é possível substituir o nosso core business, que são os moldes. Mas encontramos aqui uma alternativa na parte de engenharia, desenvolvimento e maquinação à indústria automóvel”, frisa.
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SB MOLDE APRESENTA NOVA VERSÃO DO SOFTWARE VISI E ESTABELECE PARCERIA COM STAMPACK GMBH O VISI, líder em software CAD/CAM para a indústria de moldes e ferramentas, oferece uma combinação única de aplicações, modelação híbrida, estratégias abrangentes de maquinação 2.5, 3, 4, 5 eixos e erosão por fio, com rotinas dedicadas de alta velocidade e totalmente integradas. As aplicações específicas da indústria para o projeto de moldes de injeção plástica, incluindo análise reológica e projeto de ferramentas de estampagem, proporcionam ao fabricante de ferramentas níveis inigualáveis de produtividade. O lançamento da nova versão 2020.0 do software VISI abrangem as seguintes funcionalidades: Part Unfolding Sheet Metal Part Recognition VISI Reverse Compare Feature Mould Tool Templates VISI Flow Analysis VISI Flow Lines VISI Flow Thermal Function Digimat Direct Interface A outra grande novidade é a parceria da SB Molde com a Stampack GmbH para a representação do software com o mesmo nome em território nacional. O Stampack é um software de simulação que permite ao utilizador sem conhecimentos ou experiência em análise de elementos finitos (FEA), validar o processo de estampagem anulando a necessidade de criação de protótipos físicos tradicionais, permitindo reduzir o ciclo de desenvolvimento e produção das ferramentas, proporcionando assim uma significativa redução nos custos e no tão precioso tempo de fabrico. O Stampack possibilita uma apresentação rápida e fiável dos resultados, seja a simulação 3D feita em Pele ou Sólido. Com elevada capacidade de análise para materiais de espessura elevada, estiramento, raios pequenos entre outros processos.
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GRUPO JOFERLIS AMPLIA INSTALAÇÕES E AUMENTA CAPACIDADE DA TTO
Integrada no Grupo Joferlis, a TTO (Tratamentos Térmicos do Oeste) apostou, no início deste ano, na ampliação das suas instalações, localizadas na zona da Martingança. Tratou-se de um investimento realizado com capitais próprios que permitiu um aumento significativo da sua capacidade instalada. A empresa começou a laborar com três fornos a vácuo, em junho de 2006, numa fase experimental, tendo, então, cerca de duas dezenas de empresas como clientes. Passados três meses, tinha já 200 clientes. Hoje tem 18 fornos e o número de clientes é superior aos 900. Este projeto, segundo os seus responsáveis, Hugo Ferreira e João Ferreira, surgiu como tentativa de aumentar a oferta neste sector dos tratamentos térmicos do aço, onde laboravam, apenas, duas empresas. A TTO começou com três funcionários, aumentando, gradualmente, o seu número nos últimos anos. Tem, hoje em dia, 18 colaboradores com uma média etária de cerca de 25 anos. A grande maioria é formada na empresa, de acordo com o processo e os procedimentos que segue. Três deles têm formação superior. Prioridade aos prazos O cumprimento rigoroso dos prazos foi, desde o início, a prioridade da TTO que, ao longo do seu percurso, se tem pautado por cumprir escrupulosamente este desígnio. A proximidade com os clientes é um dos fatores-chave para a concretização desta meta. A grande maioria dos clientes são, por isso, empresas nacionais. Mas também executam trabalhos para organizações internacionais, sobretudo espanholas. “É muito curioso porque estas empresas (de Espanha) recorrem à TTO por uma opção que se prende exclusivamente com a qualidade e capacidade de resposta”, explicam João e Hugo Ferreira. A flexibilidade é outra das características, assegurada pela recente ampliação. “Cada vez mais esta indústria (de moldes) deixou de ser constante. Tem períodos em que o trabalho é reduzido e, de repente, aumenta muito e é preciso estar preparado para dar resposta a essa oscilação. Por isso, apetrechamo-nos de condições para que os nossos fornos possam executar cada tipo de trabalho”, assegura João Ferreira. Hoje, a empresa é reconhecida por estas características de qualidade e cumprimento dos prazos. “Mas a nossa ambição é fazer melhor todos os dias”, sublinha Hugo Ferreira. E neste
ponto, uma das imagens de marca é o serviço que prestam, desde o início da atividade, com um sistema de recolha e entrega. “A nossa porta está aberta o tempo que for necessário e os nossos clientes sabem-no”, afirma João Ferreira. Para além disso, a TTO foi das primeiras a enviar certificados em suporte digital, substituindo o papel. Aposta também em planos de formação dedicados às empresas clientes, sobre a importância dos tratamentos térmicos do aço, ao mesmo tempo que tem melhorado o seu próprio sistema de gestão da qualidade. “O nosso serviço é diferenciado porque está a ser constantemente atualizado, de forma a responder às necessidades dos clientes”, explica Hugo Ferreira. Para além do tratamento térmico mais convencional, a empresa presta serviço também, no caso do fabrico aditivo, no pós sinterização, apostando ainda em alguns tratamentos específicos e inovadores, mais ligados à metalomecânica. E tem sido a empresa escolhida por alguns fornecedores de aço como parceiro certificado para os tratamentos. Em 2017, a TTO distinguida como PME Excelência. Apesar de ser um projeto autónomo, a TTO está ligada, seja por afinidades familiares, seja por localização, com outras duas empresas: A Joferlis (moldes e acessórios), criada em 1996 e que tem vindo a evoluir ao longo dos anos, tendo sido distinguida também como PME Excelência. E a NO (Normalizados do Oeste), criada em 2011 e que também é PME Líder. Trata-se de uma unidade onde é visível a aposta na tecnologia e que tem passado por uma evolução notável. Uma outra aposta deste conjunto de empresas é a responsabilidade energética e ambiental. Nesse sentido, no início do verão de 2019, foram instalados mais de 1.600 painéis solares.
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DESENVOLVER UM PROJETO EMPRESARIAL A PENSAR NAS PESSOAS
Foi nesta fase que a empresa considerou como fundamental iniciar um processo de mudança organizacional alicerçada na promoção de ferramentas de gestão de pessoas integradas com os objetivos gerais da empresa. Este novo projeto – “CONETAR PESSOAS – ATINGIR RESULTADOS” visa garantir a execução de rotinas de trabalho pelas equipas, através do uso de ferramentas simples, mas orientadas para a prossecução dos objetivos da empresa.
Desde a criação da Neckmolde, Carlos Cruz, o seu fundador teve sempre presente nas suas orientações de gestão, alguns pilares fundamentais: a dignidade das pessoas, a qualidade dos produtos, a satisfação dos clientes e a contínua atualização. Com base nestes pilares, a empresa manteve um crescimento continuado e desenvolveu a sua forma de atuação junto dos seus clientes. As variáveis de mercado são cada vez mais complexas e exigem das equipas de trabalho uma integração constante entre os processos tecnológicos, de trabalho e as pessoas. Esta integração é difícil de se verificar, a dificuldade em mobilizar as pessoas para os novos processos de trabalho, a própria dificuldade em encontrar profissionais, originou uma grande necessidade de promover ações de mudança efetiva dentro da organização.
Este processo, embora pareça simples, exige uma enorme disciplina da parte das equipas de trabalho e de gestão, pois os processos de trabalho anteriores estão bastante enraízados. Expressões como “sempre se fez assim”, precisam de ser trabalhadas com as pessoas e com as equipas e as alterações são morosas. Alterar estas formas de trabalho, requer energia e ações constantes, direcionadas para os resultados. Felizmente, as nossas equipas têm demonstrado uma enorme capacidade de adaptação face a estas alterações. Julgamos que o papel da administração, neste processo, tem sido fundamental para o empenho junto das equipas de trabalho. Tal como refere Tom Peters, “desenvolvemos as Pessoas e estas têm ativamente desenvolvido o negócio”.
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GLN MÉXICO APOSTA NO MERCADO AUTOMÓVEL NA AMÉRICA DO NORTE A GLN México, empresa do grupo GLN, líder nacional no fabrico de moldes técnicos de alta precisão e injeção de peças plásticas, acaba de terminar o processo de certificação na norma IATF 16949. O Grupo ficará agora com duas unidades com esta certificação, dado que a GLN Plast, em Portugal, já era detentora deste certificado. A GLN é uma empresa do Grupo Manuel Champalimaud e representa uma aposta na sua internacionalização. Com a obtenção desta certificação de qualidade, obrigatória para o fornecimento de componentes no sector automóvel e que alinha as normas norteamericanas, alemã, francesa e italiana, o Grupo GLN pode agora consolidar a sua estratégia de crescimento para outros mercados, em particular México e EUA. Sediada em Querétaro, a GLN México é a única empresa portuguesa naquele país a conseguir a certificação IATF para o sector automóvel. “Esta certificação permite-nos consolidar a nossa estratégia de crescimento neste mercado e demostra a capacidade do Grupo GLN, em prestar serviços de alta qualidade que vão desde
a engenharia da peça à engenharia de processo, ao fabrico de moldes e à produção da peça plástica. A GLN tem a experiência, a tecnologia, a inovação e a vontade de crescer e é esse o caminho que estamos a trilhar”, afirma José Carlos Gomes, CEO do Grupo GLN. A fábrica GLN no México, inaugurada em 2017, representa um investimento na ordem dos cinco milhões de euros. Para 2020 está previsto um volume de negócio de 3,5 milhões de euros. O México é, neste momento o quarto fabricante de automóveis do mundo e conta com um sector de produção e exportação de componentes para automóveis em franco desenvolvimento. A GLN, que faz parte do Grupo Manuel Champalimaud desde 2014, exporta cerca de 75 por cento da sua produção e está dividida nas seguintes áreas de negócio: a GLN Molds e Famolde, que se dedicam ao fabrico de moldes técnicos, operando em vários sectores desde o automóvel, elétrico e eletrónico, packaging e médico/farmacêutico, a maioria destinada a exportação. A GLN Plast, dedicada à injeção de peças plásticas técnicas. E a GLN Innov, que desenvolve projetos integrados. Recentemente foi criado um centro de ensaios laboratoriais de moldes e de metrologia equipado com equipamento de CTScan (tomografia) que serve todo Grupo GLN.
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FORMAÇÃO NA INDÚSTRIA DE MOLDES
INSTITUTO SUPERIOR DOM DINIS (ISDOM) HÁ 29 ANOS A FORMAR QUADROS PARA A INDÚSTRIA DA REGIÃO Helena Silva*
* Revista “O Molde”
Com duas centenas de alunos e uma ligação muito estreita às empresas da região, o Instituto Superior Dom Dinis (ISDOM) aposta, há 29 anos, em cursos que têm em vista a qualificação para os sectores mais representativos da região, entre os quais, os moldes e plásticos. O ISDOM - Instituto Superior D. Dinis, é um estabelecimento de ensino politécnico que resultou da cessação de atividade, em 2005, do Instituto Superior de Humanidades e Tecnologias (ISHT) e do Instituto Superior de Matemática e Gestão da Marinha Grande (ISMAG). Enquanto projeto educativo de Ensino Superior (ISHT/ ISMAG/ISDOM) vai completar 29 anos no próximo ano letivo de 2019/2020. Desde a sua fundação, em 1990, formou centenas de licenciados, que, considera Cristina Simões, diretora do ISDOM, “são o património mais valioso da instituição”. Ano após ano, a instituição atualizou os seus cursos, qualificou o corpo docente e inovou na oferta de licenciaturas, tendo em conta as necessidades manifestadas pelo mercado de trabalho e as empresas da região. O Instituto enquadra-se no Projeto Educativo mais vasto do Grupo Lusófona, cabendo-lhe, especialmente, desenvolver o Ensino Superior Politécnico na região onde está inserido. O ISDOM foi dos primeiros estabelecimentos de Ensino Superior com todos os seus cursos adequados ao processo de Bolonha e a funcionarem integralmente desde 2006/2007.
No seu conjunto, estes cursos “visam proporcionar um conjunto de saberes teórico-práticos, suscetíveis de assegurar uma resposta de qualidade e uma especialização nas respetivas áreas de formação”, sublinha Cristina Simões. O Instituto tem também cursos livres: Preparação para o Exame OCC; Mandarim; Business English; Edição de Vídeo Digital; Programação, entre outros, numa lógica de prestação de serviços à comunidade. Atualmente, o ISDOM tem cerca de duas centenas de alunos. Muitos deles são profissionais que laboram no sector dos moldes e plásticos (e em outros sectores) e pretendem adquirir novos conhecimentos. A obtenção de um grau académico permite-lhes aumentar as suas competências e o acesso a uma melhoria, a nível das funções que desempenham nas empresas onde trabalham, ou uma reconversão profissional. A responsável adianta que, para além destes, o Instituto teve também, no ano letivo de 2018/2019, vários alunos, provenientes do ensino secundário.
“O principal objetivo do Instituto foi sempre e continua a ser, o de formar quadros de excelência para o tecido empresarial regional e local, dotando-os dos ‘instrumentos’ necessários à consubstancialização do Saber e do Saber como Fazer”, explica a responsável. Por isso, muitos dos cursos têm em vista a qualificação para os sectores mais representativos da região, entre os quais, os moldes e plásticos. Neste novo ano letivo, o Instituto tem uma nova licenciatura, em Gestão Industrial e Inovação Tecnológica. Mas tem também outras direcionadas para a indústria, como Engenharia da Produção Industrial; Design industrial; e Gestão de Recursos Humanos. Ao nível dos Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTeSP), a aposta é em Automação e Produção Industrial; Comércio Internacional; Gestão e Organização Industrial; Gestão da Qualidade, Ambiente, Higiene e Segurança no Trabalho. Para além da formação superior politécnica, o ISDOM também promove cursos de atualização, de pós-graduação e de especialização vocacionados para quadros médios e superiores de escolas, empresas e serviços. Tem as pós-graduações de Gestão e Estratégia de Internacionalização: Produção e Inovação Industrial (dedicadas à indústria) e ainda em Ciências da Educação, Turismo da Natureza, Psicogerontologia, Contabilidade e Finanças, e Design.
Protocolos A ligação com as empresas da região é uma das marcas do ISDOM, assente na sua prioridade de apostar “num ensino que faça a ligação ao mercado de trabalho” e que tem, por exemplo, protocolos estabelecidos quer com a Associação Nacional da Indústria de Moldes (CEFAMOL), quer com várias empresas de moldes que recebem os alunos em Estágios Integrados nos cursos e que acabam por absorver os jovens, dando-lhes uma oportunidade de emprego. Esta medida, considera, “tem contribuído fortemente para a formação dos nossos alunos e para o sucesso da sua empregabilidade”.
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FORMAÇÃO NA INDÚSTRIA DE MOLDES
Em relação à empregabilidade conta que, por exemplo, no curso de Engenharia de Produção Industrial, a taxa ascende praticamente a 100%, sublinhando que o ISDOM está, até, a colocar alunos dos 1º e 2º anos no mercado de trabalho, através da rede de parcerias com as empresas da região. Fruto da ligação estreita, várias empresas participam num programa de Prémios e Bolsas, atribuídos aos alunos. Um dos exemplos que cita é o Grupo MatosGest que, com o Prémio “Joaquim Matos”, apadrinha dois alunos pagando as suas propinas. Para além do apoio das empresas, o próprio Instituto criou o programa ‘Bolsas Para Quem é da Região’ (uma bolsa, no valor de 1.500 euros, durante o curso para alunos de acesso), que visa incentivar e apoiar a frequência do ensino superior pelos estudantes que residem na região onde a instituição se insere, contribuindo deste modo para a sua fixação no território. “Os protocolos com as empresas proporcionam aos alunos estágios no local de trabalho, disponibilizando laboratórios e oficinas para desenvolvimento de modelos e protótipos, o que é vital e essencial para o desenvolvimento do projeto”, destaca ainda, considerando que “o intercâmbio com o meio envolvente e a comunidade visa preparar e enfrentar os desafios que irão surgir no futuro, apostando no ensino-aprendizagem, na inovação e mudança”. Cristina Simões destaca ainda que o ISDOM tem um corpo docente “altamente qualificado académica e profissionalmente, profundamente ligado ao tecido empresarial da região, empenhado em veicular conhecimentos e desenvolver competências e aptidões”. “A constante partilha de saberes entre o ISDOM e o tecido empresarial da região onde se insere tem permitido, ao longo dos anos, assegurar uma efetiva transferência de conhecimentos entre o mundo académico e empresarial”, conta ainda, frisando que, “aqui se diplomaram milhares de alunos, jovens e menos jovens, e temos a certeza que o ISDOM teve a sua quota-parte de responsabilidade na formação de muitos quadros de empresas, que em nós confiaram e aqui se diplomaram, saindo desta instituição de ensino melhor preparados para vencer os desafios do futuro”. E destaca que muitos dos que passaram por aquele Instituto “criaram organizações de sucesso, são quadros superiores de grupos económicos, engenheiros de produção em empresas exportadoras, gestores de recursos humanos, designers de excelência… e por aí fora”.
“Com este programa, valoriza-se e reconhece-se o interesse para os estudantes em usufruírem das vantagens de estudar na sua terra o que lhes permitirá criar condições acrescidas para a sua inserção futura no mercado de trabalho da região”, destaca Cristina Simões. Parceria em Metalomecânica e CNC Em maio último, o ISDOM assinou um protocolo, passando a integrar a constituição de uma parceria técnica e científica ao nível da Formação Técnico-Profissional na área da Metalomecânica e CNC. Tal aconteceu, explica Cristina Simões, porque o Instituto “reconhece a enorme importância do sector da metalurgia e da metalomecânica na atividade económica e industrial da região e do país, e face à necessidade de contribuir para uma resposta sustentada aos desafios colocados perante a escassez de mão de obra qualificada nessa área”. “É cada vez mais evidente, a dificuldade de recrutamento de recursos humanos qualificados para esta indústria, em particular”, considera a responsável. Esta parceria pretende desenvolver uma aposta neste tipo de formação técnico profissional, particularmente dirigida a jovens em idade escolar, provenientes dos países de Língua Portuguesa. O ISDOM é membro fundador desta parceria de cooperação com membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, em conjunto com várias entidades públicas e privadas, que vão desde municípios a Associações e Instituições de ensino. Em relação ao futuro, o ISDOM está a preparar a submissão de novos cursos, e um mestrado em Engenharia Industrial, para dar resposta às necessidades do mundo empresarial.
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Reflexão magna da Indústria Portuguesa de Moldes tem lugar em novembro
Sector Refletiu sobre os seus Principais Desafios em Preparação para O X Congresso da Indústria de Moldes
Gestão de Pessoas Em busca de recursos humanos qualificados
Cooperação & Internacionalização Refletir em conjunto o novo rumo para os moldes
‘Organização & Tecnologia’ Cooperar para ganhar escala e competitividade
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REFLEXÃO MAGNA DA INDÚSTRIA PORTUGUESA DE MOLDES TEM LUGAR EM NOVEMBRO Trinta e seis anos depois do I Congresso, que, pela primeira vez, entre 28 e 30 de janeiro de 1983, juntou os profissionais da Indústria de Moldes a analisar os seus principais problemas e a definir soluções e um rumo para o sector, uma nova edição desta reflexão magna será promovida. O X Congresso da Indústria de Moldes terá lugar nos dias 22 e 23 de novembro de 2019, ano em que a CEFAMOL, promotora desta iniciativa, assinala o seu 50º aniversário. A Indústria Portuguesa de Moldes atingiu um patamar de excelência no mercado internacional, sendo emblemáticos os contínuos recordes de produção e exportação atingidos ao longo da última década, suportados em fortes investimentos organizacionais e tecnológicos, numa aposta ao nível do conhecimento, inovação e I&D. Tal posicionamento coloca novos desafios às nossas empresas que, ao operar no mercado global, estão também expostas ao contexto económico internacional, onde o arrefecimento da atividade a
que assistimos desde a segunda metade do último ano, com a diminuição, suspensão ou adiamento de muitos projetos em que a indústria se encontra envolvida, origina uma intensificação da concorrência, com a consequente redução de preços e imposição de condições de pagamento bastante restritivas. Esta situação é notória na indústria automóvel, o nosso principal cliente, onde a indefinição relativa às motorizações a utilizar no futuro, o advento da condução autónoma e todo um novo paradigma de mobilidade, obriga os grandes construtores a reformular e repensar a sua atividade e o lançamento de novos modelos. Em paralelo, surgem outros desafios, como os tecnológicos, com a integração da digitalização e de novos conceitos, processos ou materiais, os financeiros, com a necessidade contínua de investimentos em conhecimento e equipamentos, nunca esquecendo as pessoas e a imperiosa necessidade de atrair e reter talento nas empresas.
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Atenta, a todos estes fatores, a CEFAMOL considera fundamental que o sector discuta o momento atual e, principalmente, perspetive o seu futuro, identificando linhas de orientação e propostas de atuação comuns que levem as empresas para um novo patamar de desenvolvimento e consolidação do seu posicionamento internacional. É neste contexto que será organizado o X Congresso da Indústria de Moldes. Se, neste momento, questionarmos uma qualquer empresa sobre o que considera ser o maior desafio, a resposta será, sem dúvida, a busca por recursos humanos qualificados. Recrutar jovens qualificados para integrar as empresas e assegurar o futuro é hoje uma das principais preocupações dos responsáveis pelas organizações. A definição de uma estratégia que torne mais atrativo o sector junto das novas gerações e uma aposta firme na formação, que aproxime ainda mais as escolas das empresas são algumas das medidas que a indústria preconiza. Mas este é também um momento em que se tornou ainda mais evidente a necessidade de procurar alternativas à indústria automóvel, de forma a que as empresas não sejam tão afetadas pelas oscilações, cada vez mais frequentes, dessa indústria. Importa, pois, refletir, em conjunto, sobre o novo rumo para os moldes. É imperativo perceber que alternativas existem, sejam sectoriais, sejam de novos mercados. Por outro lado, mas não menos importante, é fundamental que as empresas pensem, também, em novas formas de cooperar para ganhar escala e competitividade junto aos seus concorrentes internacionais e conseguir argumentar melhor junto dos clientes que são, na sua maioria, gigantes empresariais. Em todas estas questões há um ponto que é transversal e está, desde há muito, colocado ao serviço da indústria: as tecnologias. As empresas devem equipar-se para melhorar, cada vez mais, a sua performance. Mas como equilibrar esse imperioso investimento com a ponderação necessária para não comprometer o futuro?
De tudo isto - e muito mais - se centrará a reflexão do X Congresso da Indústria de Moldes, cujo programa está, já, a atrair grande número de responsáveis por empresas e profissionais do sector. O PROGRAMA Composto por três sessões dedicadas, respetivamente, aos temas “Organização & Tecnologia”, “Gestão de Pessoas” e “Cooperação & Internacionalização”, pretende-se que esta iniciativa seja um marco para a indústria, dando voz às empresas, às suas preocupações, expectativas e propostas de intervenção. O X Congresso da Indústria de Moldes tem início no dia 22, a partir das 09h00, com a reflexão sobre ‘Organização & Tecnologia’. Vários temas estarão em discussão, desde o novo paradigma tecnológico da indústria, à digitalização, passando também pela apresentação de tecnologias avançadas para a produtividade e competitividade. Na tarde deste mesmo dia, o tema em destaque será a ‘Gestão de Pessoas’. Contará com a apresentação de uma primeira conclusão do grupo de trabalho que, criado recentemente em conjunto com a CEFAMOL, analisa exaustivamente esta questão. Em reflexão estarão o papel das pessoas nas novas organizações industriais, a gestão e retenção de talento nas empresas, a atração de talento para a indústria e a formação profissional. Este primeiro dia encerra com o jantar comemorativo do 50º aniversário da CEFAMOL. No dia 23, pela manhã, estará em reflexão o tema ‘Cooperação & Internacionalização’. O debate será feito em torno de questões como os desafios do mercado global, a cooperação, os novos modelos de negócio e o posicionamento da indústria, bem como a marca, mercados e promoção internacional dos moldes portugueses. Mais informações sobre esta iniciativa disponíveis em: https://xcim2019.org/
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SECTOR REFLETIU SOBRE OS SEUS PRINCIPAIS DESAFIOS EM PREPARAÇÃO PARA O X CONGRESSO DA INDÚSTRIA DE MOLDES Mais de três dezenas de empresários e quadros de empresas reuniram-se no dia 26 de setembro no auditório da CEFAMOL para uma reflexão conjunta sobre os ‘Desafios na Indústria de Moldes’. Esta ação enquadrou-se no conjunto de iniciativas que estão a decorrer no âmbito da preparação do X Congresso da Indústria de Moldes, que decorre dias 22 e 23 de novembro próximos. No início do encontro, João Faustino, presidente da CEFAMOL elencou algumas das principais preocupações com que se debate, neste momento, o sector. Começou por uma que, de uma forma transversal, está a causar alguma apreensão junto dos responsáveis pelas empresas: uma diminuição de trabalho resultante da falta de encomendas que, no seu entender, se deve sobretudo à estagnação da indústria automóvel. Mas considerou ainda que a tecnologia e a forma como a indústria a encara e adota é outra das questões a ter em conta, num momento em que as empresas são constantemente desafiadas pelos seus clientes a “fazer mais, melhor e em menos tempo”. Por isso, considerou de extrema importância que “as pessoas da indústria falem abertamente, troquem opiniões e experiências para, em conjunto, conseguir ultrapassar esta fase”. Dando o mote para este debate, Pedro Pereira, vice-presidente da CEFAMOL, considerou inevitável esta reflexão, face ao momento de mudança por que passa, não apenas o sector, mas a indústria e até o mundo, de uma maneira geral. “A velocidade com que está a acontecer esta mudança é o principal desafio”, defendeu. Tal como João Faustino, alertou para a realidade do mercado e dos clientes, considerando que a carteira de encomendas do sector está mais baixa devido, por um lado, à indefinição da indústria automóvel acerca do novo paradigma da mobilidade. Lembrou que o automóvel tem registado níveis recorde de vendas nos últimos meses, mas que isso não se está a traduzir na definição e lançamento de novos produtos, o que está a causar um constrangimento nos produtores de moldes. “Não há nada que nos oriente porque as montadoras continuam a atrasar o lançamento de novos modelos de automóveis”, afirmou. Por outro lado, advertiu, os fornecedores de equipamentos e softwares apresentam novas soluções a uma velocidade vertiginosa. “As empresas não têm capital para investir nos equipamentos à velocidade que estes estão a ser lançados. É uma questão de produtividade”, defendeu. Depois, lembrou ainda, há a questão dos novos materiais que vão surgindo também a grande velocidade. “Os clientes todos os dias nos pedem moldes para materiais que nem eles próprios conhecem muito bem”, disse. No meio de toda esta mudança, sublinhou, há uma questão essencial para as empresas: as pessoas, as suas atuais competências e as que estão ainda para surgir. “No passado, havia os moldmakers. Hoje, a realidade é diferente. Como encontrar as pessoas, como as requalificar e que competências vamos necessitar no futuro são,
apenas, algumas das questões”, considerou, para questionar logo de seguida: “como vamos preparar as nossas organizações para esta transição?” Lembrou a importância da “Indústria 4.0”, considerando que, a esse nível, as empresas terão um caminho árduo para percorrer, mas que, no seu entender, “não passará apenas por adquirir novos equipamentos, mas sobretudo por preparar as organizações”. Será, defendeu, uma transição para os produtos de valor acrescentado. Como aspeto fundamental em todo este processo, definiu a cooperação, considerando que as empresas terão de organizarse entre si para encontrar um caminho conjunto. “Já o fizemos no passado e fomos, até, fonte de inspiração para muitas indústrias”, lembrou. Coube a Nuno Silva, presidente do Centimfe a moderação dos trabalhos deste seminário. Explicou que o X Congresso da Indústria de Moldes pretende ser diferente dos anteriores, procurando fazer uma introspeção do sector, na qual os protagonistas sejam os próprios profissionais da indústria, que falarão e refletirão entre si. Serão três os temas em análise, os mesmos que estiveram em destaque no decorrer deste seminário: ‘Organização & Tecnologia’; ‘Gestão de Pessoas’ e ‘Cooperação & Internacionalização’. A TECNOLOGIA Iniciando o debate pela vertente da tecnologia, foi destacada a importância de fazer a sua ligação com o know-how e competências existentes nas empresas. Será necessária uma mudança de atitude que leve a que no momento de investir se pondere a rentabilização de equipamentos e adaptação à realidade de cada empresa e às suas reais necessidades. Será fundamental manter a aposta na inovação e na tecnologia, mas “de que serve uma máquina topo de gama se a maior parte do tempo está parada?”, como foi referido durante a sessão.
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Os conceitos ligados à “Indústria 4.0” e a sua real adaptação à indústria de moldes foi outro dos temas debatido. Foi defendido que a indústria de moldes “tem de se adaptar e incorporar os ventos de mudança”, deixando de olhar para si própria, como tem feito até agora, apenas como “uma indústria de protótipos”. O futuro passará por um papel cada vez mais interventivo das máquinas, sendo esta uma oportunidade tremenda para a transformação das empresas. As competências internas serão fundamentais neste processo e para uma exploração efetiva das vantagens e oportunidade que a tecnologia aporta. No entanto, foi deixado o alerta que a indústria não está a conseguir aproveitar o seu potencial interno nem a reconverter recursos humanos para as suas necessidades. Os processos são cada vez mais complexos e, por isso, as equipas terão de ser mais abrangentes multidisciplinares. O futuro vai obrigar as empresas nacionais a ganharem escala. AS PESSOAS Para que a tecnologia apresente os resultados indicados será fundamental o papel dos recursos humanos. Contrariando tendências demográficas, há que conseguir atrair novas pessoas para o sector, mais qualificadas e competentes, mas importa também conseguir reter o talento daqueles que são formados nas empresas pois atualmente podemos estar a perdê-lo para outras áreas. A capacitação das pessoas é uma preocupação que tem acompanhado, há décadas, as empresas. “Temos de saber como gerir as pessoas que vão trabalhar com os equipamentos e, para isso, é imperioso apostar na formação. As empresas precisam primeiro de pessoas bem formadas e só depois de tecnologias e da “Indústria 4.0”, foi uma das ideias que perdurou nesta fase do debate. Há um longo trabalho a fazer para conseguir cativar os jovens e a indústria de moldes tem de fazer mais e melhor neste aspeto. Tem de se aproximar mais das escolas, do conhecimento e discurso dos jovens, estando presente em eventos ou iniciativas que gerem oportunidades para cativar talento.
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“É preciso entender a nova geração, ir ao encontro das suas apetências e necessidades” foi um dos tópicos destacados. Há que desmistificar uma imagem da indústria de moldes que não corresponde à realidade e a tecnologia detida e aplicada pelo sector pode ser um elemento estruturante para alterar perceções. Por outro lado, será fundamental que as empresas apostem claramente na criação de planos de carreira e num ambiente propício ao acolhimento e integração de jovens. A COOPERAÇÃO “O modelo de gestão tradicional consegue responder aos desafios que temos pela frente?”. Foi a questão deixada por Nuno Silva, quando mudou a tónica do debate para um outro tema: “Cooperação & Internacionalização”. “Não precisamos de ganhar escala para ter capacidade de gestão?” Foi lembrado que, historicamente, as empresas têm conseguido unir-se e cooperar, sobretudo em momentos de crise ou maior incerteza. Essa essência da cooperação no sector não se perdeu e a CEFAMOL teve um papel importante neste contexto. No entanto, foi admitido que atualmente, face a uma nova cultura na sociedade, “é mais difícil conseguir que as pessoas se juntem”. A aposta numa “gestão profissionalizada” tem de ser uma realidade e nesta área há muito a fazer, considerando as novas competências e tecnologias que as empresas integram e que não se permitem a “experimentalismos” que originem perdas de competitividade. Ao nível do mercado foi defendido que o futuro do sector terá de fazer-se pela aposta nos produtos de valor acrescentado e na inovação. Uma cada vez maior integração de competências nas empresas será o caminho a seguir e “vender soluções das quais o molde faz parte”. Ou seja: “evoluir na cadeia de valor”. A reflexão durou mais de duas horas e, no final, João Faustino considerou que os temas abordados são, apenas, alguns dos desafios que o sector enfrenta atualmente, remetendo para o Congresso, em novembro, uma reflexão ainda mais alargada. “As expectativas que temos são positivas e que no futuro próximo irá surgir mais atividade para as nossas empresas. Mas não sabemos exatamente quando. Sabemos, sim, que estamos a passar por um período de ‘seca’ no qual todas as gotas de orvalho são importantes para a nossa sobrevivência”.
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GESTÃO DE PESSOAS - EM BUSCA DE RECURSOS HUMANOS QUALIFICADOS Helena Silva*
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Recrutar jovens qualificados para integrar as empresas e assegurar o futuro. Esta é uma das principais preocupações dos responsáveis pelas organizações da indústria de moldes e plásticos. A carência de mão de obra leva algumas das empresas a pensar em possibilidades de atração de quadros, como o recrutamento fora da região assegurando alojamento, ou até, a procura alémfronteiras. No sentido de encontrar soluções, defendem um estreitamento ainda maior com escolas e instituições de ensino. E defendem a definição de uma estratégia que torne mais atrativo o sector junto das novas gerações. “Tentamos fazer com que os colaboradores se sintam bem na empresa. Somos todos uma família e fazemos parte dessa família. A começar pela gerência, cada colaborador é um amigo. Na empresa, somos, acima de tudo, amigos”. Octávio Jesus, diretor de produção da Sedlom explica, desta forma, a filosofia que tem presidido à administração da empresa e que, nos últimos anos, tem conseguido assegurar uma taxa de retenção de quadros bastante elevada. Poucos são os colaboradores que sentem necessidade de sair e a equipa tem-se mantido coesa. “Temos vindo a criar um contexto, ao longo dos anos, para dar melhores condições de trabalho. Para além do bom ambiente, procuramos criar também alguns incentivos”, sublinha. A Sedlom foi constituída em 1978 com 11 sócios e em 2000 foi adquirida pelos atuais gerentes e também pela Tecmolde que esteve presente até no capital social até 2014. Tem desde essa data uma gerência composta por quatro pessoas e conta, atualmente, com cerca de 40 colaboradores. Em 1984, a Sedlom construiu as atuais instalações que têm vindo a ser melhoradas e atualizadas ao longo dos anos, de forma a responder a todas as necessidades e exigências do mercado. Durante os anos de 2017 e 2018 a empresa operou uma grande transformação, ampliando as suas instalações e duplicando a área produtiva. Com esta transformação, foram adquiridos novos equipamentos e reorganizado todo o layout permitindo uma melhoria da organização e gestão de todos espaços, contribuindo para o melhoramento dos processos. A indústria automóvel é o principal sector em que opera, direcionando a sua atividade para determinadas especializações dessa indústria. Tem na Alemanha o principal mercado. A média de idades da equipa situa-se entre os 35 e os 40 anos. Sem departamento de recursos humanos constituído, a empresa tem conseguido manter os quadros. Alguns deles, explica Octávio Jesus, são mais antigos na casa do que a própria gerência. “Acreditamos que os nossos colaboradores sabem e sentem que são a peça mais importante da empresa. Sentem-se acarinhados e estimados. E creio que esse será um dos fatores decisivos para a equipa se ir mantendo coesa”, considera.
A rotatividade de pessoas não é, portanto, um problema. Contudo, quando há necessidade de recrutar novos elementos, a empresa sente alguma dificuldade. Isto porque a necessidade implica que os novos elementos tenham determinados conhecimentos técnicos que são, por vezes, difíceis de encontrar. “Temos algum cuidado a recrutar porque procuramos pessoas que tenham as competências que nós achamos indicadas para a função. E não contratamos a qualquer preço”, explica, sublinhando que a estratégia de recrutamento é sempre baseada “em função das reais necessidades”. FORMAÇÃO O processo não é fácil. A solução é, na generalidade dos casos, recrutar e assegurar alguma formação dentro da empresa. Exemplifica com o que diz respeito ao trabalho nas CNC. “Recrutamos jovens e formamolos cá”, conta, adiantando que, contudo, “não podemos fazer apenas isso. Não é producente para uma empresa. Temos de ter pessoas qualificadas e com experiência. Bons técnicos. E ir incorporando os jovens com menos experiência”. Considera que os jovens são uma mais valia para a empresa porque “trazem ideias novas e aprendemos com eles”. Mas as equipas só se mantêm se forem equilibradas. Ou seja, se forem compostas por pessoas com experiência na casa, que são da casa; com novas pessoas, mas experientes no sector e com os jovens que estão agora a entrar na indústria. Desta forma, sustenta, as equipas são “saudáveis, motivadas, têm uma boa relação e espírito de entreajuda”. Tudo se resume a uma forma harmoniosa de conseguir um bom ambiente que, no seu entender, é mais importante, muitas vezes, do que o salário. “O dinheiro não é tudo. As perspetivas de futuro e evolução das pessoas são questões fundamentais e são a nossa prioridade”, diz. Octávio Jesus considera que esta nova geração que está a chegar à indústria “tem mais competências e mais vontade de aprender a fazer bem”. Considera que isso se deve ao papel das escolas, que formam pessoas, não apenas com conhecimentos técnicos mas também com mais espírito de partilha e envolvimento na tomada de decisão. “Ao longo dos anos, temos procurado rodear-nos de um conjunto de pessoas que podem confiar na empresa e nas quais sabemos que podemos confiar”, relata, sintetizando que a confiança é, neste aspeto, um valor fundamental. “Tentamos reduzir a pressão, aprender e falar todos sobre os erros, mas de uma forma natural. Todos contribuímos com ideias e opiniões”, conta.
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IMAGEM DO SECTOR Quando centra o seu pensamento no futuro, Octávio Jesus considera que é de fulcral importância trabalhar a imagem do sector. E explica porquê. “Temos de desmitificar o que é a indústria de moldes porque a ideia é que não há disponibilidade para nada, que somos escravos da empresa”, defende, considerando que “tecnologicamente esta é das indústrias mais desafiantes, sempre em constante evolução, que tem tudo para atrair muita gente jovem mas da forma como as empresas estão expostas a condicionantes externas, os técnicos vêem-se ‘obrigados’ a fazer da empresa a sua casa”. E é apenas uma questão de imagem? No seu entender, não. A realidade é mesmo essa e, por isso, considera que todo o sector deveria refletir a forma de mudar estas condicionantes e alterar o tempo que o trabalho absorve a cada colaborador. “Temos de trabalhar muito nas organizações para mudar isso e temos de conseguir que não seja assim”, defende. Uma outra questão que, no seu entender, poderia ajudar a cativar mais jovens seria a criação de parcerias com as autoridades locais, de forma a criar condições (de alojamento e outras) para atrair mais famílias para a região. Porque, lembra, uma das dificuldades é que a própria região não tem capacidade de resposta, a nível de recursos humanos, para as necessidades das empresas. “Conseguimos ir buscar pessoas de fora (para trabalhar nas nossas empresas) e depois seria bom conseguir retê-las cá, criando condições especiais ou diferenciadas para atrair mais habitantes”, explica, lembrando que os concelhos do interior do País já o fazem, tentando contrariar a desertificação. E poderia seguir-se um modelo semelhante para ajudar a colmatar as dificuldades das empresas. “As escolas já fazem um bom trabalho que, claro, pode ser melhorado. Mas, sobretudo, precisamos de atrair pessoas”, considera. PMM: GRANDE ROTAÇÃO DE JOVENS A dificuldade de fixar jovens quadros é um dos principais problemas da PMM. “Temos tido muita rotação de jovens que vêm da universidade, de todo o lado, e tentamos fazer uma triagem. Há os que se adaptam e se fixam pela zona e trabalham connosco. Mas há outros que simplesmente desistem e isso é um problema”, conta Virgílio Barbeiro. A PMM, fundada em 1987, tem atualmente 40 colaboradores, 30% dos quais são quadros superiores. A equipa é jovem, com uma média de idades de 34/35 anos. A atividade tem-se pautado por um crescimento assinalável, tendo sido cinco vezes ‘PME Excelência’. Virgílio Barbeiro relata encontrar na nova geração uma grande dificuldade de integração. “Temos conseguido ir buscar engenheiros a várias universidades do país, mas, cada vez mais, sentimos que vêm sem ter a noção do que é o mundo do trabalho. Apenas a experiência da academia. Não estão preparados para as exigências do mundo do trabalho”, explica, frisando que “como a atividade dos moldes é muito especifica, muitos acabam por desistir, o que é uma pena”.
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De forma a conseguir cativar mais as novas gerações - até porque, muitos são oriundos de concelhos distantes da região da Marinha Grande -, a empresa criou, há dois anos, um programa, através do qual providenciava alojamento. “Asseguramos um apartamento, pagamos a estadia, mas estamos a pensar desistir porque não tem valido a pena. Tivemos alguns jovens até bastante promissores, mas desistiram”, conta, considerando ter concluído que “hoje em dia, temos uma geração de desistentes. Os jovens estão muito dependentes dos pais, não estamos a conseguir dar-lhes autonomia e conhecimento para do futuro”. Por isso, conclui que “a indústria de moldes não pode perder tempo com isto, tem de criar alternativas, assim é desgastante”. MEDIDAS DE ATRAÇÃO Apesar do programa que a empresa criou não ter dado os resultados esperados, continua a considerar que, se fosse alargado à indústria no seu todo, talvez conseguisse melhor desempenho. “Podíamos, possivelmente, criar uma espécie de residências do género das universidades, mas aplicadas à indústria, por exemplo na Marinha Grande, onde os jovens pudessem viver e aos poucos integrar-se na indústria. Há muitos do interior que, possivelmente, gostariam de vir para cá. Um dos nossos problemas é que nesta região temos carência de jovens”, defende. Lembra que “as empresas só conseguem sobreviver se forem rentáveis com pessoas aplicadas, que sejam uma mais valia, com valências, com conhecimentos de novas tecnologias e inovação. Precisamos de jovens com (open mind), que queiram evoluir e ser criativos, ambiciosos e mais seguros. As universidades têm-nas, mas precisam de as direcionar para a indústria”. Até porque, considera, quando saem das universidades, apesar de tecnicamente preparados, os jovens precisam sempre de formação em contexto de empresa, o que leva as organizações a perder muito tempo a formá-los. Por outro lado, “os jovens saem da universidade com a convicção de experimentar e mudar até encontrar algo que gostem mesmo”. Se a formação já fosse mais direcionada, considera, evitaria essa indefinição. A PMM tem, na área dos recursos humanos, uma psicóloga. Virgílio Barbeiro conta que, muitas vezes, até ela se surpreende com a atitude dos jovens. “Para subsistir, a indústria precisa de pessoas com vontade e dinâmica. E não está a conseguir encontrálas”, adverte. O recrutamento é, pois, a grande dificuldade que a empresa sente. Porque, quando compara esta realidade com os colaboradores mais antigos, salienta que a taxa de retenção é bastante interessante. A equipa tem-se mantido sem grandes alterações. DESAFIOS Motivar a nova geração é a prioridade até porque, quando pensa no futuro, Virgílio Barbeiro considera que esta é uma indústria sempre em constante mutação e evolução. Que precisa de jovens. “Temos de estar constantemente a investir em tecnologia para nos mantermos competitivos, mas também necessitamos dos jovens que nos ajudem a operar e rentabilizar essas mesmas máquinas que fazem as empresas seguir em frente”, sublinha.
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“Temos de conseguir criar pessoas capazes de assegurar o futuro deste sector enquanto estamos cá. A indústria requer muita inovação e são as pessoas que a garantem. Precisamos, cada vez mais, de ajudar os nossos clientes. Mas temos de ter pessoas com conhecimento para conseguir isso”, lembra. Apesar deste grande desafio, manifesta-se otimista em relação ao futuro, acreditando ser possível “encontrar as pessoas certas, acompanhá-las, acarinhá-las e dizer-lhes que são boas”. Aconselha ainda as universidades a mudar um pouco a forma de se relacionarem com as empresas. “Se olharmos para exemplos de outros países, vemos que os jovens, cada vez mais cedo, trabalham e estudam. Isso tem de ser também pensado nas nossas universidades. Os próprios professores universitários têm de trabalhar mais com as empresas, estar mais próximos delas”, defende, considerando que “a indústria tem de viver mais perto das universidades. Quanto mais cedo os alunos souberem que gostam da indústria, melhor para todos”. “As organizações não são apenas o que as pessoas querem, mas também, e muito, o que conseguimos encontrar no mercado de trabalho. Sem lucros, as empresas não sobrevivem. Mas para os terem, têm de ter pessoas com características de ambição e vontade de vencer. E este é o grande desafio da indústria”, conclui. CARFI: MAIS FÁCIL RETER DO QUE RECRUTAR Adaptar o recrutamento à nova realidade, apostando mais nas redes sociais, tem sido um dos passos adotados pela Carfi para atrair os jovens para a empresa. Apesar disso, Guida Figueiredo admite que recrutar é, hoje em dia, mais difícil do que reter as pessoas na organização. A Carfi tem 38 anos. Começou a sua atividade como fábrica de plásticos e moldes. Mas hoje é muito mais do que isso, apostando muito no design próprio, na integração de serviços e colaboração com os clientes, e caminhando para um produto cada vez mais completo, o que implica a procura de mais valias que vão muito para além do core business inicial. Aposta, hoje em dia, e cada vez mais, no desenvolvimento eletrónico e eletromecânico e nas novas tecnologias, como a internet das coisas. No fundo, explica Guida Figueiredo, “estamos a adicionar o fator inovação com os nossos clientes”. Um dos exemplos de um serviço que prestam é o registo de patentes. “Este modelo de negócio é diferenciado e diferente do que são as tradicionais fábricas de moldes e plásticos”, explica. A Carfi é um grupo empresarial, constituído por quatro unidades, uma das quais funciona na Polónia. No conjunto, tem 246 colaboradores, 146 dos quais em Portugal. No todo da sua atividade,
não há uma indústria predominante: a empresa opera desde o sector médico, à segurança antifogo e na construção. Também trabalha para a indústria automóvel, mas essa parte da produção está localizada, sobretudo, na Polónia. Os principais mercados situam-se no norte da Europa, com destaque para a Alemanha, mas também fornece o Brasil, Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul e China. COMPETIÇÃO INTERNACIONAL A especialização de quadros que necessitam é um dos principais constrangimentos no recrutamento. “Quanto mais especializadas as funções, mais difícil é contratar”, explica Guida Figueiredo, admitindo que esta dificuldade será transversal a muitos outros sectores. “Se procurarmos um bom técnico, é difícil encontrar”, sublinha. No entanto, também admite que, num passado recente, a dificuldade era maior. A partir do momento em que a empresa desenvolveu políticas de melhor retenção, começou a notar uma maior estabilidade nas equipas. A resolução deste problema tem sido uma aposta reforçada na formação interna. “As pessoas estão a perceber o valor de uma empresa que se tem mantido ao longo de décadas e que, no fundo, tem determinadas políticas que têm sido consistentes”, explica. Por isso, a principal ameaça à saída de colaboradores não está ao nível local e nem noutras empresas do sector. “Temos técnicos nossos que saem daqui para locais como o CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear) ou para a Bosch. Ora, com isto não conseguimos competir. Têm passado por aqui jovens bastantes criativos e esta tem sido uma das maiores dificuldades”, conta. “Por um lado, sentimos que é bom saber que quando saem, vão daqui para melhor e se essas instituições vêm buscá-los aqui é porque somos uma boa escola”, salienta. De qualquer forma, a empresa está constantemente a pensar e criar novas formas de reter as pessoas. “Tal como damos possibilidade para desenvolverem a sua criatividade, também damos, por exemplo, a possibilidade de desenvolverem atividades - de convívio e outras - entre eles. Deixamo-los à vontade para organizar atividades e a empresa apoia no que for necessário. O fundamental é que sintam a empresa como sua e se sintam valorizados e motivados cá dentro”, explica. Para além disso, desde há bastante tempo, a empresa tem por hábito partilhar os lucros com os colaboradores em função da avaliação de desempenho. Tem planos de carreiras e procura sistematicamente apostar em formação e valorização dos seus quadros. “À medida que vamos crescendo, torna-se mais difícil conseguir dar atenção a toda a gente. Mas queremos que as pessoas sintam que são o mais importante. E, no fundo, aproximar quem está a liderar dos colaboradores”, diz. Esta política da Carfi em Portugal é aplicada pela Polónia, mas com algumas adaptações à realidade desse país.
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RECRUTAR ALÉM-FRONTEIRAS Quando não consegue recrutar em Portugal, a empresa tenta fazê-lo além-fronteiras. Tem, neste momento, trabalhadores estrangeiros nas suas equipas. Para conseguir estes técnicos, Guida Figueiredo destaca a importância de trabalhar de perto com as embaixadas. “As embaixadas têm sido muito úteis. Muitas vezes, estão ligadas com a AICEP e isso ajuda”, afirma. Mas, de uma maneira geral, defende que a grande ligação das empresas deve ser feita com as escolas e universidades. Para além disso, considera que deveria existir um patamar de formação intermédio, entre a escola e a empresa, que permitisse aos jovens quadros ingressar no mundo do trabalho mais bem preparados. “Se pensarmos numa formação necessária ao dia-adia, podemos dizer que as instituições aqui à volta não colmatam todas as necessidades, seja em quantidade, seja em qualidade. Por isso, o que acabamos por fazer é formação no local de trabalho”, exemplifica.
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Uma outra questão que defende ser fundamental passa pelas empresas conseguirem tornar-se mais atrativas, de forma a cativar as pessoas, sobretudo os jovens. “Há a possibilidade das empresas se ligarem e trabalharem estas questões em conjunto. Haveria bastantes vantagens nisso, mas é preciso que haja esse dinamismo, em conjunto com as instituições como a CEFAMOL, a APIP e o CENTIMFE”, defende, considerando que o ponto de partida terá de ser sempre a partir das instituições. Até porque “as empresas não serão assim tão amigas que consigam avançar por si com uma coisa destas. Isso é utópico. Há limites para o que se pode partilhar, apesar de aqui, nesta zona, haver até bastante fair play em relação a outras áreas de negócio”. Para Guida Figueiredo, esta nova geração que está a chegar ao mercado de trabalho tem aspetos muito vantajosos. “Apesar de aparentemente mais volátil, é muito mais fácil de trabalhar. É mais dinâmica, mais compreensiva e mais flexível e tem um sentido de cooperação no qual as pessoas sentem responsabilidade partilhada.”, considera.
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COOPERAÇÃO & INTERNACIONALIZAÇÃO – REFLETIR EM CONJUNTO O NOVO RUMO PARA OS MOLDES Helena Silva*
* Revista “O Molde”
Que desafios se colocam à internacionalização das empresas de moldes num momento em que é evidente a dependência da indústria automóvel? Foi o que procurámos saber, junto de três empresas do sector. Uma opinião foi unânime: urge o encontro e a reflexão para, em conjunto, perceber que alternativas existem, seja ao nível das indústrias clientes, seja ao nível de novos mercados. “Quando a questão é internacionalizar, o desafio é gigantesco”. Assim o vê Nuno Oliveira, da Engtool, precisando que “num contexto de mercado que não é favorável, sobretudo devido ao abrandamento da indústria automóvel, mas também pela forte e cada vez maior concorrência da Ásia e de países emergentes, sejam na Europa de Leste ou mesmo na Turquia, não é fácil internacionalizar”. A Engtool foi criada em 2011. A maioria da sua produção está assente na indústria automóvel, que representa cerca de 70%, estando, neste momento, a desenvolver esforços para aumentar a quota noutros sectores como a embalagem, dispositivos médicos, utilidades domésticas e a indústria do calçado. Esta última, revela o responsável, pode vir a representar, já este ano, 20% da faturação da empresa que tem atualmente 15 colaboradores. O principal mercado é a Alemanha. Portugal é também um mercado importante, como outros na Europa e a empresa tenta estender a sua ação também aos Estados Unidos da América. Nuno Oliveira considera que para crescer e conquistar novos mercados, “as ferramentas clássicas são hoje em dia algo ineficazes”. E concretiza: “aquela ideia do empresário de moldes pegar na mochila e andar a percorrer a Europa em busca de clientes, já não faz tanto sentido. A velocidade de circulação de informação e a maior autonomia do cliente em procurar soluções que lhe convenham mais, mas também a crescente aglomeração dos principais players desta indústria a nível mundial, nomeadamente os que atuam no fornecimento de soluções plásticas para a indústria automóvel, condicionam a estratégia”. Assim sendo, como podem as empresas atuar? Nuno Oliveira defende que a estratégia passará por uma nova forma de “preparação de comunicação, de investigação ou procura de novos parceiros, muitas vezes via web ou via plataformas de associação, câmaras de comércio ou a própria diáspora portuguesa”.
Contudo, no seu entendimento, o contacto pessoal com o cliente não está, de forma alguma, posto de parte. Pelo contrário. “O contacto pessoal continua a ser a forma de fechar muitos dos negócios”, defende. Deixou, apenas, de ser o veículo principal do início do negócio que, hoje em dia, passa por aproveitar as potencialidades das ferramentas informáticas. “O paradigma comercial de hoje em dia é assim”, considera, explicando que, como vantagem, esta forma de atuar diminui, por exemplo, o número de viagens e assegura um melhor conhecimento do cliente antes mesmo de iniciar o negócio. É uma aposta na preparação prévia. E com isto, as empresas ganham tempo, objetividade e maximizam a probabilidade de negócio, conseguindo dispersar por mais países e clientes. Nuno Oliveira revela ainda que no caso da sua Engtool, esta estratégia é relativamente recente, mas já provou eficácia: “Notase que temos mais orçamentos entregues e isto permite-nos pensar em alargamento, não apenas geográfico, mas também sectorial”. Reforça, contudo, que esta alteração só é possível devido à digitalização. No fundo, frisa, trata-se de colocar as ferramentas informáticas ao serviço da inovação e, com isso, “sermos mais rápidos e mais assertivos”. COOPERAR É FUNDAMENTAL E em todo este processo qual o papel da cooperação? Nuno Oliveira considera ser um aspeto fundamental. “Todas as ferramentas que nos possam ajudar nesta tarefa são bem vindas, sejam elas criadas pela empresa mas também os contactos feitos com associações sectoriais, com câmaras de comércio, com a diáspora, com atividades resultantes do trabalho da CEFAMOL ou contactos que começam a existir de clientes que passam a palavra a outros potenciais clientes”, explica, considerando ainda muito importante “o papel dos organismos públicos, como facilitador desta comunicação”. A forma como cada empresa decide o que usar é também determinante. “O cunho pessoal do empresário ou da organização pesa muito. A ânsia pela internacionalização e chegar a novos mercados é comum a todas as organizações; a forma como chega lá depende de cada um”. No seu entender, é necessário refletir sobre uma outra questão: “como é que estamos em termos de cooperação dentro do próprio sector, seja entre as empresas, seja no relacionamento que temos com os fornecedores”. E no seu entendimento, “estamos ainda pouco integrados se queremos dar este passo”. É que, adverte, “a longo prazo, se continuarmos como estamos, o sector poderá vir a implodir como consequência do seu próprio sucesso”. Explica o seu raciocínio: “temos sido um sector que, muitas vezes, tem sido rotulado como de sucesso. E foi de sucesso porque incrementamos a produção e conseguimos ir a mercados diferentes. Mas não foi tanto por acrescentar valor ao que fazemos ou termos
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dentro da indústria automóvel”. Esta é a visão de Pedro Conde, diretor comercial da Fozmoldes. Adianta que a indústria automóvel “não é um constrangimento: é a nossa realidade, o mercado onde trabalhamos e onde somos mais competitivos”.
mais tecnologia no que fazemos. Ora, esta imagem de sucesso tem custos”. E os custos refletem-se, no seu entender, nos preços pagos aos fornecedores ou no custo médio da hora de trabalho. Mas a dimensão das empresas nacionais é pequena, enquanto os clientes, os grandes players, são cada vez maiores. “Acredito que, no curto prazo, para colmatar os constrangimentos da distância física, com o ‘boom’ da economia chinesa que deixa os moldes portugueses para trás, os asiáticos poderão vir a comprar empresas na Europa e isso pode ser um problema”. Neste momento, lembra, “os clientes estão a propor-nos preços muito baixos e nós sentimo-nos obrigados a aceitá-los porque há pouco trabalho e os clientes sabem isso”. Ou seja, “não conseguimos sustentar essa nossa imagem de sucesso porque não estamos a conseguir passar para o exterior quais as bases desse sucesso”. Nuno Oliveira não tem dúvidas de que “se todos discutirmos abertamente estes problemas, podemos contribuir para nos alertar uns aos outros, para riscos e caminhos alternativos. Por isso é importante a reflexão”. FOZMOLDES: DIVERSIFICAR MERCADOS PARA GANHAR COMPETITIVIDADE A dependência da indústria automóvel é encarada com naturalidade pela Fozmoldes. “O que fazemos é, dentro da indústria automóvel, diversificar em termos de fornecimento de soluções, seja para Espanha, Alemanha, França, ou Polónia. Isto porque, do nosso ponto de vista a indústria automóvel não é toda uma só. Há micro indústrias
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Por isso, quando convidado a refletir sobre alternativas sectoriais aos moldes nacionais é perentório: “não nos parece possível reduzir esta dependência, tendo em conta o volume de negócios que necessitamos para alimentar a organização e tendo até em conta o nosso conhecimento. Não temos outra indústria em que sejamos fortes e que consiga garantir o número de encomendas de que as nossas organizações necessitam”. A Fozmoldes, criada em 1996, é hoje composta por três empresas e integra 85 colaboradores. A indústria automóvel representa 80% da sua produção. Tem a Europa como principal mercado, sobretudo a França e Alemanha. Consciente da dependência do automóvel, Pedro Conde considera que o principal desafio é “tentar alargar o máximo do leque de proveniência das encomendas”. Ou seja, diversificar “geograficamente, procurar outros mercados, sempre novos mercados. Mas diversificar dentro do que sabemos fazer. Só desta forma a nossa dependência da indústria automóvel não nos
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estrangula porque conseguimos vender para a indústria automóvel, mas para várias localizações”. E se dúvidas houvesse, a experiência da empresa é exemplificativa do que defende. Mesmo num período em que as empresas sentem uma redução da atividade devido ao abrandamento da indústria automóvel, a Fozmoldes tem conseguido aumentar o seu volume de faturação. PREPARAR PARA INTERNACIONALIZAR Pedro Conde não tem dúvidas de que um dos principais caminhos para as empresas do sector de moldes é a diversificação de mercados. “Se as empresas tiverem capacidade para diversificar em termos de produto, ótimo. Mas isso requer alguma disponibilidade, tanto a nível de recursos humanos como financeiros. Diversificar em termos de produto requerer um investimento e uma capacidade que algumas empresas terão mas outras não”, explica. E nesta diversificação considera que a cooperação é um passo estratégico e essencial. “Em Portugal, somos um conjunto de pequenas e médias empresas mas, no panorama global que é onde operamos, somos um pequenino player. Somos empresas muito pequenas comparados com os nossos clientes. Por isso, é muito importante credibilizar-nos enquanto grupo de empresas, sector ou cluster. Se agirmos como cluster, como marca, ganhamos uma enorme importância. E isso permite credibilizar melhor uma pequena empresa no mercado global”, defende. No seu entender, a generalidade das empresas partilha esta posição. Prova disso, exemplifica, é a adesão das empresas à sua associação (CEFAMOL) e a participação em iniciativas conjuntas. Considera ainda que, no que diz respeito à internacionalização, as instituições mais locais ou nacionais têm apoiado as empresas. A necessidade que sente, clarifica, prende-se com uma outra questão: formação específica para quem contacta diretamente com os clientes. “Penso que é muito importante a formação das pessoas que desempenham este papel uma vez que representam o país, a indústria e o sector. Os interlocutores que encontramos lá fora mudaram, ao longo do tempo. Nota-se uma alteração geracional nos clientes e é preciso acompanhar isso. As necessidades e o grau de entendimento são diferentes. As nossas pessoas que vão lá fora têm de estar preparados para isto; é preciso adaptar geracionalmente os interlocutores”, explica, sublinhando que “a capacitação das pessoas para essa realidade é fundamental”. A nível da cooperação, lança ainda uma outra questão que, no seu entender, traria benefícios ao sector. “Se as empresas conseguissem organizar-se como um grupo, a nível da fabricação, poderiam tornar-se mais fortes”, afirma. Como exemplo, refere o caso do consórcio criado no mercado mexicano, a Mexportools. “Uma iniciativa que sem dúvida aumentará a competitividade das empresas envolvidas nesse mercado”, defende. AES MOLDES: VALORIZAR O BOM TRABALHO QUE PORTUGAL FAZ Quando se projeta o futuro, o principal desafio que se coloca ao sector é reduzir a dependência da indústria automóvel, no entendimento da AES Moldes. No entanto, trata-se de um objetivo difícil de alcançar. “A indústria automóvel é que movimenta o sector dos moldes e traz o volume de negócio. As outras indústrias são
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interessantes, consegue-se algumas especialidades e há um esforço para tentar reforçar algumas. Mas com o crescimento, haverá sempre uma dependência grande da indústria automóvel”. Quem o defende é Rui Marques, adiantando que não vê solução para esta questão. “Este ciclo de pujança do sector automóvel seguida de abrandamento abrupto é histórico na nossa indústria. Não estamos a conseguir dar a volta, no sentido de encontrar alternativas ao automóvel”, considera, sublinhando até que “há uma relação entre a dimensão da empresa com o impacto da crise. Ou seja, acho que as pequenas, se calhar, sofrem um bocadinho menos porque se calhar o volume não é tão significativo. Nas empresas maiores, o abrandamento tem um impacto maior”. A AES Moldes foi criada em 2001. É hoje composta por três empresas (uma delas nos Estados Unidos) e tem 45 colaboradores. A empresa iniciou a sua atividade produzindo para a indústria de telecomunicações mas com as mudanças de mercados e alterações geográficas que se seguiram, acabou por ir entrando cada vez mais na indústria automóvel, que representa, atualmente, 75% da sua produção. A estratégia que segue é focar-se em peças mais técnicas dentro desta indústria. “Na nossa perspetiva, há sempre mercado. Apesar do número total ter caído um bocadinho, temos conseguido, dentro da indústria automóvel, especializar-nos. E essa tem sido a nossa solução”, esclarece. A Europa é o principal mercado, com a Alemanha a encabeçar a lista, seguida pela Espanha e República Checa. Mas a empresa produz também para os Estados Unidos e México. Crescer geograficamente não se afigura tarefa fácil, mas, defende Rui Marques, é possível. “Cada empresário tem uma visão. No nosso caso, com o tipo de mercado que estamos a tentar ter, temos crescido nas regiões que conhecemos bem. É uma área mais especializada, os clientes valorizam esse trabalho e a proximidade tem sido um fator contributivo para o nosso sucesso. Estamos a focar-nos nos mercados em que somos fortes”, explica. Mas contempla outras opções, considerando que “quem estiver disposto a expor-se a maiores riscos, há mais espaço, há mais mundo”. No seu entender, não é fácil. Exemplifica com o caso do mercado asiático que, diz, “está a dar cartas a nível de expansão porque é um mercado muito preparado. Ou aparecemos com soluções diferentes ou eles também as têm”. Outro exemplo que dá é a América Latina. Considera-a um mercado interessante, mas sublinha que se trata de uma zona onde as economias trazem algum risco associado.
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A DIFÍCIL COOPERAÇÃO
ORGANIZAÇÃO
A cooperação, cujos benefícios seriam imensos, pode ser difícil de alcançar num momento em que “os mercados estão a apertar e as empresas têm como prioridade a sobrevivência”. “É um pau de dois bicos”, considera.
E o que podem fazer as empresas para evitar estes constrangimentos resultantes do abrandamento do sector automóvel? Rui Marques considera que as empresas têm de preparar-se, organizar-se de outra forma.
No caso da AES Moldes, trata-se de um passo normal. “A nossa empresa nasceu a partir do conceito sustentado na cooperação. Começamos como área comercial, apesar de sempre termos tido engenharia, uma mais valia ao parceiro fabricante e ao cliente. Isto é cooperação. Por isso, estamos habituados a colaborar com vários parceiros locais e a conseguirmos encontrar soluções para os clientes”, afirma, frisando acreditar, cada vez mais, na cooperação.
“O ciclo tem de estar preparado nos perfis económicos das empresas. Têm de saber que essa capacidade está exposta e esse risco faz parte do jogo. A solução terá de ser a valorização desse tempo morto no momento do pico do volume de negócios. Não podemos olhar simplesmente para o ano e pensar que é um ano muito bom; temos de contar de forma diferente, ver a atividade com uma perspetiva temporal maior e antecipar os ciclos de abrandamento”, defende.
Mas consegue perceber que nem todas as empresas, neste momento em particular, a entendam dessa forma. “Quando chega a realidade do dia a dia em que não há trabalho para todos e há uma concorrência muito grande, infelizmente é difícil conseguir pensar em cooperação”. Esta situação tem, no seu entender, um risco: “fazer cair por terra todo o trabalho que temos feito estes anos, de afirmação da qualidade do nosso sector, que nos permitia manter os preços”. No entanto, continua a defender a necessidade de “continuar a fazer o que temos feito e tentar vender a nossa imagem de moldes portugueses no mundo. Acho que é muito bom para todos. E isto também é cooperação”.
Considera ainda que o sector ficou mais exposto nestas últimas décadas “porque a nossa curva de crescimento tem sido muito grande. E tendemos, possivelmente, a sobre dimensionar-nos para as exigências do mercado. Temos de acautelar isso”. De qualquer forma, mantém-se otimista em relação ao futuro. Aconselha as empresas a apostar sempre numa estratégia de diversificação, seja sectorial, seja geográfica. “Há muitos moldes para serem feitos. E há mercados a fazer mais moldes que nós. Por isso, há de haver espaço para continuarmos a crescer”, sustenta. Deixa ainda um último alerta aos empresários do sector: “a proximidade com o cliente é muito importante. E essa proximidade não tem necessariamente de ser física. É importante conseguirmos ter uma solução para quando ele tem um problema e sabermos quando ele está a ter um problema. A proximidade é crítica e define a questão da internacionalização”.
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ORGANIZAÇÃO & TECNOLOGIA – COOPERAR PARA GANHAR ESCALA E COMPETITIVIDADE Helena Silva*
* Revista “O Molde”
Um novo modelo de organização, assente numa forma de colaboração entre empresas que lhes permita ganhar escala e, dessa forma, aumentar a competitividade junto dos clientes que são, na sua maioria, gigantes empresariais. É por aqui que, no entender de alguns empresários do sector, passará o futuro da indústria de moldes nacional. Neste percurso, as tecnologias têm um lugar de destaque. As empresas devem equipar-se para melhorar, cada vez mais, a sua performance. Mas o investimento em tecnologia tem de ser feito com ponderação. E uma das prioridades deve passar pela aposta em pessoal qualificado, seja colaborando de forma cada vez mais próxima com as escolas, seja apostando na formação permanente dos seus quadros. É a perceção de que, muitas vezes, as empresas nacionais de moldes perdem, para outros países, projetos um pouco mais ambiciosos por não terem capacidade de resposta que leva Eugénio Santos, da Geocam, a defender um novo modelo organizacional no sector. Que passe pela colaboração entre empresas. “Uma das formas de ultrapassarmos esta situação é juntarmo-nos, sermos parceiros uns dos outros, conseguir estabelecer parcerias entre empresas para conseguir agarrar os projetos”, afirma. A Geocam, que completa, este ano, duas décadas de atividade, tem, atualmente, cerca de 80 colaboradores. A esmagadora maioria do seu trabalho destina-se à indústria automóvel, tendo a Europa como principal mercado. A característica da indústria nacional de moldes, onde predominam as pequenas e médias empresas (PME), pode ser, no seu entender, limitador de crescimento no futuro. “Se nos fecharmos na nossa empresa, acho que temos os dias contados”, enfatiza, considerando que o futuro “passa pela união de várias empresas ou a discussão de projetos em simultâneo, com a divisão desses mesmos projetos por várias empresas. Somos todos pequeninos e, se não nos juntarmos, não ganhamos a dimensão necessária”. Defende, por isso, uma união até agora não alcançada, mas que permita às empresas “ir tendo trabalho, ter outro poder de discussão de projetos e mais volume de trabalho”. E como conseguir essa organização? “Essa união tem de estar sempre muito assente na vontade de cada empresa, mas também na honestidade e na transparência que tem de haver”. E para aí chegar, diz que seria importante criar “normas que permitam estabelecer estes acordos”. Mas considera também que reside, precisamente aí, a primeira dificuldade: “arranjar parceiros que estejam à altura, que defendam os mesmos valores e se comprometam pelas mesmas regras”. Eugénio Santos clarifica que a sua visão não passa pelo que tem acontecido a algumas empresas do sector que, com o crescimento, vão aumentando valências, ganhando dimensão e constituindo
grupos empresariais. “Essa opção faz parte, naturalmente, da estratégia de cada empresa. Mas o que me parece mais adequado é uma organização, um entendimento entre diversas empresas, no sentido de dividirem projetos, mas sem perder a sua autonomia enquanto empresa”. Adianta, ainda, ver “com algum receio a criação de alguns grupos a partir da aquisição (de empresas) por pessoas que não são conhecedoras do sector dos moldes”. Contudo, sublinha que esta é uma dinâmica empresarial recente e que não tem dela, ainda, uma opinião muito sustentada para conseguir ajuizar vantagens e desvantagens. De uma coisa, no entanto, diz não ter dúvidas: as empresas nacionais têm de estar preparadas para seguir as OEM para onde elas forem. “Há mercados emergentes, há estas deslocalizações e nós temos de ir atrás, abordar os produtores de plástico no sentido de angariar moldes para cá”. E essa abordagem, defende, deve ser, cada vez mais, feita em parceria. Considera que o exemplo de consórcio criado para o mercado mexicano (a Mexportools) poderá ser um exemplo a seguir. Estabelece um paralelo com o que as empresas fazem em conjunto com a CEFAMOL - representações nacionais - para se apresentarem em feiras ou missões e considera que essa união “mostra competências e as várias capacidades de cada empresa mas mostra também o poder que as pessoas podem ter de se unir para agarrar projetos e passar uma imagem muito positiva do sector nacional”. TECNOLOGIA COM PONDERAÇÃO Eugénio Santos considera que a tecnologia é imprescindível para o desenvolvimento do sector. Mas deixa um alerta: “os recursos humanos não estão a conseguir acompanhar a evolução da tecnologia e, dessa forma, não estão a conseguir rentabilizá-la convenientemente”. Por isso, adverte, a generalidade das empresas investe, “mas nem sempre consegue rentabilizar esses investimentos”, frisando que “um cuidado que as empresas têm de ter é nos investimentos que fazem”. Ou seja, “devem olhar bem para as necessidades que têm, não ir atrás de modas ou vaidades e não dar passos maiores do que as pernas”.
X CONGRESSO DA INDÚSTRIA DE MOLDES
É que, salienta, “as tecnologias são precisas, mas têm de ser dominadas”. De pouco serve estar na vanguarda tecnológica se, na prática, essa tecnologia não é rentabilizada. “Ponderação” é, no seu entender, a palavra-chave desta questão. Uma outra reflexão que deixa, associada à tecnologia, passa pela ‘Indústria 4.0’. “Fala-se muito desse tema, mas creio que tem de ser muito ponderado e discutido a nível do sector”, defende, concretizando que “a ideia que tenho é que ninguém sabe muito bem como implementar essa ‘Indústria 4.0’, pôr toda essa tecnologia a funcionar eficazmente dentro de uma empresa de fabrico de moldes”. “Creio que todos sentimos um pouco isto, vamos fazendo algumas coisas, mas não temos os resultados que gostaríamos; investimos mas sem os proveitos que desejaríamos ter”, afirma. PLANITEC: UNIÃO PERMITE MELHORAR CONTROLO DE CUSTOS Manter o sector composto, maioritariamente, por PME ou mudar esta característica de forma a assegurar o futuro? Esta é, no entender de Carlos Silva, da Planitec, uma das principais reflexões que a indústria necessita de fazer. “Com todas as alterações a que temos assistido no mercado, por exemplo, esta nova aproximação do mercado chinês a tudo, inclusivamente em termos tecnológicos, uma união das empresas, sob a forma de grupos empresariais, poderia ser uma das soluções”, defende, considerando que esse tipo de organização “permite ganhar escala, por um lado, e, por outro, baixar os níveis de encargos indiretos”. Por isso, preconiza que o caminho passará por “pensar na melhor maneira de o fazer, seja no nosso país, seja no estrangeiro”. Porque acredita que, em muitas situações, a indústria tem se seguir os seus clientes e localizar-se perto deles, seja em que parte do mundo estejam. A Planitec, criada em 1990, é especialista na produção de moldes pequenos, mas de alta precisão. Tem, atualmente, 30 colaboradores e planos para, num futuro próximo, aumentar este número. O principal mercado da empresa é a indústria automóvel, mas a tipologia de moldes que desenvolve permitelhe posicionar-se também na indústria farmacêutica ou na de cablagem, conectores ou cosmética. “A tipologia da empresa permite trabalhar para vários tipos de mercado, contudo trabalhamos quase exclusivamente para a indústria automóvel”, esclarece. Os principais clientes estão localizados em Portugal. São várias empresas multinacionais com sede no nosso país. Esclarece que, até hoje, a empresa não teve necessidade de alterar esta orientação mas, em termos de futuro, poderá mudar.
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E essa mudança poderá ser possível pela forma como, recentemente, a Planitec mudou, passando a integrar um grupo empresarial que, no seu entender, pode ser um bom exemplo do rumo a seguir pelo sector. “A WeMold, criada pela Atena Equity Partners, reúne empresas com valências e especificidades distintas, mas que acabam por se complementar em termos de trabalho”, explica. Ou seja, no seu conjunto, asseguram uma resposta mais completa. Permitem oferecer um produto diferenciado aos seus clientes. Porque, defende Carlos Silva, esta especificidade terá de ser sempre o trunfo de cada uma das empresas. Devem, no seu entender, especializar-se em determinados produtos nos quais são verdadeiros garantes de qualidade e, mesmo que integradas em grupos, não devem perder essa característica de especialização. “Esse é o fator diferenciador que nos permite afirmar-nos pela qualidade e conquistar a confiança dos clientes”, sublinha. Mas não será utópico pensar que as empresas conseguem reunir-se desta forma? “Talvez seja. Mas a verdade é que há exemplos disso a acontecer. O nosso Grupo é um deles. E esta ligação está a fazer-se com sucesso”, esclarece, considerando que “o fundamental é que as empresas percebam as vantagens deste rumo. E são imensas”. A competitividade é, talvez, a mais importante. “O fundamental é ser reconhecido pela qualidade e pelo cumprimento de prazos, mas não podemos esquecer-nos que também competimos em preços com os nossos concorrentes. Por outro lado, também temos de controlar os custos dentro de cada organização”, defende. Uma organização em grupo permite, no seu entender, “assegurar a colaboração com o cliente cada vez mais cedo, numa fase cada vez mais prematura, de forma a que ele entenda a vantagem de nos ter como parceiro e tenha confiança”. GUARDAR CONHECIMENTO A tecnologia assume, em todo este processo, um papel fundamental. Permite às empresas desenvolverem-se. Crescerem. Mas, mais importante, destaca, é que possibilita que cada organização aprenda com a sua própria experiência. Isso é, no seu entender, “fundamental para assegurar o futuro das empresas”. “É preciso trabalhar em bases de dados que permitam guardar os históricos da resolução dos problemas. Só assim as empresas conseguem ir inovando. É a experiência a ser usada como trunfo para conseguir melhorar cada vez mais”, afirma. “A inovação é constante, as soluções estão sempre a surgir, mas temos de conseguir melhorar a forma de as adaptar a cada realidade. Controlar a produção, melhorá-la em todas as suas fases é importante, faz-nos ganhar tempo e a tecnologia permite-nos isso. Permite que vamos encontrando tanta solução que, um dia, vai ser difícil encontrar problemas para os quais não tenhamos já uma resolução na base de dados”, sublinha. Mas para que a tecnologia seja devidamente rentabilizada, adverte, “é imprescindível uma aposta intensiva na formação constante”.
BIG MAQ: TRABALHAR PARA O PATAMAR DE EXCELÊNCIA Vitor Mendes, da Big Maq centra a sua reflexão no conjunto de competências e prioridades que cada empresa deve ter como forma de assegurar o futuro. Dá como exemplo o próprio percurso da empresa. “Investimos e trabalhamos diariamente para, no futuro, podermos colocar-nos num patamar de excelência e qualidade de forma a fazer face a toda uma resposta que o mercado europeu exige”, conta. A prova disso mesmo, adianta, é o processo de certificação no qual a empresa se encontra (AS 9100) de forma a constituir-se como “um parceiro de excelência nas maiores companhias do ramo aeronáutico”.
A estratégia de cada empresa deve passar, então, por uma cada vez maior especialização e aposta na qualidade, no bem fazer e em dar passos para melhorar a resposta que dá aos seus clientes. A Big Maq está no mercado há onze anos e é especializada na prestação de serviços de maquinação de peças de grande dimensão para o ramo metalomecânico essencialmente automóvel e aeronáutico. Conta com 40 colaboradores, prestando os seus trabalhos essencialmente em Portugal, Espanha, Alemanha, Polónia República Checa e França. No entender de Vitor Mendes, o grande desafio com que as empresas se debatem, neste momento, é “a escassez de mão de obra”. No seu entender, as pessoas são o fundamental quando se pensa no futuro das organizações. O que acaba por acontecer, muitas vezes, é que as organizações são forçadas a ponderar determinados investimentos devido “à incerteza existente na mão de obra qualificada”. No entanto, sublinha, “esse mesmo investimento em novas tecnologias é imperativo para que sejamos competitivos num mercado global e cada vez mais feroz e exigente”. CRIAR SINERGIAS O papel da tecnologia é inquestionável e “imperativo para o sucesso das empresas”, defende, considerando que “só com exigência de qualidade e capacidade de resposta poderemos fazer face a mercados tão exigentes como o automóvel e aeronáutico”. Centrando a sua reflexão no futuro do sector, Vitor Mendes defende ainda a necessidade de “se criarem cada vez mais sinergias entre organizações e associações, de forma a potenciar um mercado tão competitivo e apelativo ao estrangeiro como é o caso da metalomecânica”. Por outro lado, considera também essencial “criar parcerias com faculdades e institutos tecnológicos e, em conjunto, combater as nossas principais ameaças como a necessidade de mão de obra qualificada”.
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MOLDPLÁS
Moldplás espera número recorde de expositores
Moldplás - A opinião dos expositores
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MOLDPLÁS ESPERA NÚMERO RECORDE DE EXPOSITORES A 11ª edição da Moldplás, que tem lugar de 6 a 9 de novembro, promete ser a maior até hoje realizada. Esta é a convicção da organização, a cargo do Centro de Exposições da Batalha (Exposalão). O Salão de Máquinas, Equipamentos, Matérias Primas e Tecnologia para Moldes e Plásticos, que pretende dar a conhecer as soluções tecnológicas e as inovações para o sector, vai reunir mais de 180 expositores (ocupando toda a área de exposições da Exposalão) desde fabricantes, importadores, distribuidores de máquinas, equipamentos, ferramentas, acessórios, tecnologia e informática para as indústrias dos moldes e plásticos e fabricantes e exportadores de moldes para plásticos. São esperados 25 mil visitantes. Rogério Henriques e Carla Pereira, da organização, explicam que se trata de um certame que “é uma referência no sector”. “Os nossos clientes, os expositores, fazem questão de estar nesta feira que tem características únicas no País”, conta Rogério Henriques adiantando que “após a anterior edição (há dois anos), surgiu a possibilidade de juntar a esta feira outro tipo de maquinaria, uma indústria metalomecânica mais abrangente e isso não foi
aceite pelos expositores que solicitaram que se mantivessem as características das edições anteriores”. Carla Pereira acrescenta que “as empresas dizem que os contactos que fazem aqui são mais dirigidos do que noutras feiras”, frisando que “uma vez que a indústria de moldes se assume como uma das bases da sociedade de consumo e da sustentabilidade produtiva de muitas empresas que, direta ou indiretamente, recorrem a moldes ou peças plásticas para desenvolver as suas atividades, a participação das empresas do sector nesta feira é uma vantagem competitiva reconhecida por elas”. E Rogério Henriques sublinha ainda que se tem notado, nos últimos anos, uma qualificação constante da feira e dos visitantes. “Atraímos pessoas de áreas tão diversas como a aeronáutica ou a indústria automóvel porque os expositores presentes permitem essa atração”, explica, contando que se trata de um certame muito importante, até a nível ibérico. “Temos muitos visitantes de Espanha”, frisa, adiantando que o certame tem atraído, até, nos últimos anos, visitas de outras partes do mundo. Marrocos é um dos exemplos.
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fosse alterada e a Moldplás direcionou-se para as empresas que forneciam e equipavam a indústria nacional. Tinha, como hoje, duas vertentes: por um lado as máquinas, equipamentos para a fabricação de moldes, e, por outro, as máquinas e equipamentos para a injeção de plástico. Foi, desde sempre, um reflexo do sector, sendo que a sua dimensão correspondia ao crescimento ou abrandamento da indústria em Portugal. Começou por realizar-se de três em três anos, tendo sempre presente a calendarização das grandes feiras internacionais, sobretudo na Alemanha, tais como a EMO, a FAKUMA, EUROMOLD ou a K.
Novas soluções Nesta edição, considera o responsável, a Moldplás vai ser uma verdadeira montra das últimas versões dos equipamentos e soluções para os sectores de moldes e plásticos. “A feira tem uma boa representação, por exemplo, ao nível da injeção, com marcas novas de equipamentos; mas também com novidades nos equipamentos CNC e outros”, explica. Também a ‘Indústria 4.0’ terá lugar de destaque, com a realização de workshops técnicos e novas soluções tecnológicas para a indústria. A feira apresenta uma grande diversidade de equipamentos que se podem dividir em duas categorias: por um lado, máquinas, equipamentos, acessórios e tecnologia para a indústria dos moldes (máquinas-ferramenta, CNC, ferramentas de corte, componentes, canais quentes, acessórios normalizados e especiais, torneamento, retificação, material de polimento, soluções técnicas para extração e refrigeração, software de gestão e produção de moldes para plásticos, impressoras 3D, metrologia, hidráulica e pneumática, equipamentos e tecnologia laser, corte, gravação e soldadura ou lubrificantes); por outro lado, máquinas e equipamentos para a indústria de plásticos (máquinas de injeção e periféricos, robótica, sistemas de transporte de matéria prima, sistemas de refrigeração, bombas de vácuo, doseadores e misturadores, controladores de temperatura dos moldes, controladores de temperatura dos canais quentes, granuladores, sistemas de esvaziamento, misturadores, sistemas de monitorização e controlo de produção, matérias primas plásticas ou chillers). A exemplo das anteriores edição, o certame conta com o apoio da Associação Nacional da Indústria de Moldes (CEFAMOL), da Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP) e da Associação Nacional das Empresas Metalúrgicas e Electromecânicas (ANEMM), bem como dos centros tecnológicos e científicos CENTIMFE e CENFIM. Marcará presença ainda a Pool-net, associação responsável pela dinamização do cluster de competitividade ‘Engineering & Tooling’. 25 ANOS DE HISTÓRIA A Moldplás nasceu em 1994, com a perceção, pela Exposalão, da importância dos sectores de moldes e plásticos. Em 1996, foi criada uma feira dedicada única e exclusivamente a estas áreas industriais, com o objetivo inicial de reunir os fabricantes de moldes e atrair visitantes internacionais. No entanto, o elevado grau de internacionalização que o sector já apresentava, com a maioria das empresas a participar nas mais prestigiadas feiras internacionais, levou a que a estratégia
Em 2014, como resultado da crescente notoriedade dos fabricantes de moldes junto das grandes marcas das indústrias automóvel e aeronáutica, o que incrementou em muito as encomendas e, por conseguinte, a necessidade de aumentar a capacidade de produção, a Moldplás ganhou uma nova dimensão. Nesse ano, perspetivando o crescimento do sector, a feira foi calendarizada para 2015, passando a realizar-se de dois em dois anos, de forma a alternar com a Exposição Internacional de Máquinas-Ferramenta e Acessórios (EMAF), organizada pela Exponor. Na última edição, em 2017, 92% dos expositores presentes afirmaram que a Moldplás foi uma feira importante para os seus negócios.
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FABRICO ADITIVO EM DESTAQUE EM 2020 A Exposalão vai realizar, de 19 a 21 de do próximo ano, a primeira feira em Portugal dedicada exclusivamente ao Fabrico Aditivo. A ‘3D Additive Expo’, será muito direcionada para a indústria de moldes, mas não só. O certame, de carácter profissional, abarcará todo um conjunto de soluções e tecnologias que começam a ‘dar cartas’ em sectores como a saúde ou a educação, entre outras. Rogério Henriques conta que a criação da feira surgiu como resposta a uma necessidade que a Exposalão foi detetando junto dos mais variados sectores industriais. Assim, reunirá no espaço do Centro de Exposições da Batalha desde as empresas que vendem os equipamentos, às empresas que disponibilizam a tecnologia para o mercado. “É uma oportunidade para as empresas estarem, se fazerem conhecer como fornecedores das soluções aditivas”, explica, frisando que o certame terá também outras áreas associadas como as matérias primas ou os softwares. Rogério Henriques salienta que, fora de Portugal, têm surgido alguns certames dedicados a estas tecnologias, transversais a várias áreas industriais. A Exposalão vai agora apostar no seu lançamento em Portugal e, assegura, “o interesse que está a despertar é muito significativo”.
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MOLDPLÁS A OPINIÃO DOS EXPOSITORES 1. Como caracteriza o atual período que vive a indústria de moldes? 2. Que expectativas tem em relação a esta edição da Moldplás? 3. Que novidades vai apresentar na feira? Nuno Gomes (Hasco) “É uma oportunidade de contactar com os nossos clientes” 1. O ano de 2019 está a ser um pouco atípico. É notória alguma instabilidade nas empresas em termos de trabalho e continuidade do mesmo, o que nos dificulta fazer qualquer tipo de previsão, mesmo que seja a curto prazo. Temos situações muito díspares. Há empresas que têm trabalho para os próximos meses, outras que estão a terminar trabalho e, uma vez concluído, não sabem bem o que vão fazer. Isto deixa-nos com alguma preocupação. Em termos de vendas, por parte da Hasco, estão ligeiramente abaixo do ano passado, mas não significativamente. 2. As expectativas são sempre interessantes. É uma oportunidade de, em primeiro lugar e num ambiente diferente, contactar com os nossos clientes. A Hasco é uma marca reconhecida, não há uma expectativa de encontrar alguém que não nos conheça. Pretendemos apresentar aos nossos clientes portugueses alguns dos produtos que, numa primeira fase, vamos mostrar em primeira mão na K, em outubro, na Alemanha. Algumas das empresas portuguesas aí presentes já vão ter algum contacto com essas novidades. Mas, de uma forma mais alargada, vamos mostrar essas novidades ao mercado nacional, na Moldplás. 3. Vamos ter oportunidade de, por exemplo, apresentar as novidades do nosso departamento de canal quente vai passar a ter uma imagem própria. Vai designar-se Hasco Hot Runner. Teremos ainda oportunidade de dar a conhecer alguns dos produtos que vão surgir este ano, nomeadamente o nosso novo controlador.
Carlos Teixeira (Cheto) “A Moldplás é a ‘nossa’ feira em Portugal” 1. A indústria nacional de moldes ainda está num processo de adaptação e transformação das partes processuais, ou seja, continua ainda em desenvolvimento. Toda a gente sabe que o mercado abrandou, nomeadamente
na parte dos novos projetos automóvel e o sector dos moldes tem desta indústria uma dependência superior a 80%. Temos empresas que estão bem, continuam a trabalhar normalmente, mas sabemos que há outras que estão em baixa porque não têm projetos de momento. Mas considero que a indústria de moldes ainda está num processo de adaptação, após a última crise de 2008/2009/2010. Foi muito crítica. Colhendo a opinião de diversos clientes, diria que nos próximos dois anos será um período não de estagnação, mas de estabilização do mercado. 2. A Moldplás é a ‘nossa’ feira em Portugal. Nós fazemos cerca de oito feiras por ano e só fazemos uma em Portugal que é a Moldplás. Não deixamos de marcar presença. É o momento de encontrar todas as pessoas da indústria de moldes nacional. É uma forma de prestigiar a nossa marca, prestigiar os nossos contactos, ver os nossos clientes e estar com eles. É uma feira importante para nós em termos de promoção nacional. 3. A Cheto vai estar presente na EMO, em Hannover, onde vai apresentar um modelo novo. E esse modelo vai ser, depois, apresentado oficialmente em Portugal na Moldplás. É um produto que teve quatro anos de desenvolvimento, está disponível no mercado desde maio deste ano. É uma máquina mais pequena. E é a primeira máquina de furação e fresagem horizontal com um braço de furação profunda. Não existe uma máquina semelhante a nível mundial.
Acácio Telmo (Gecim) “A Moldplás é uma feira na qual temos de estar presentes” 1. A indústria de moldes está num momento delicado por causa da instabilidade do mercado, em termos económicos, políticos e também geográficos. A Europa tem os níveis de confiança em baixo, o que se sente em vários países, desde a Alemanha, a França, a Espanha e a Inglaterra com o Brexit. Neste cenário, os grupos económicos mostram alguma hesitação em investir. O que vejo é que há trabalho, mas é difícil conseguir fazer previsões sobre o futuro. No nosso caso, felizmente, temos trabalho mas percebemos a dificuldade que é, neste contexto, conseguir fazer planeamento.
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2. A Moldplás é uma feira na qual temos de estar presentes. É uma oportunidade para ‘abrirmos as portas’ e contactar com o mercado. É uma forma de receber o mercado e estabelecer vias de comunicação. O mercado é como um jardim: tem as plantas e nós temos de as regar e cuidar. No fundo, é isso que fazemos com esta feira. E esperamos que nos traga novas ideias, novos clientes, reavivar a memória de antigos clientes, melhorar a informação com outros mas, sobretudo, ouvir os clientes. 3. Nós temos um novo produto. É, no fundo, uma nova atividade. Aceitámos o desafio de uma empresa suíça, no início deste ano, que nos permite aliar a comercialização com a investigação. São sistemas de limpeza, quer de máquinas de injeção para mudanças de cor e de material mais rápidas, mais eficientes e para poder estender a área dos canais quentes (o nosso principal negócio), fazendo com que os nossos parceiros poupem custos e ganhem competitividade. Mas ressalvo que um produto novo numa feira não é o fundamental: o importante é a consistência do nosso trabalho nos últimos 30 anos. Evoluímos, crescemos, somos diferentes, em serviço e capacidade técnica.
Rui Rocha (Eurocumsa) “Aproveitamos a feira para estar com os nossos clientes num ambiente menos formal” 1. A indústria de moldes está numa fase que era expectável. Depois de um período de alguns anos em alta - com um boom de trabalho e muitas empresas a preparar as suas estruturas para dar resposta a essa solicitação - houve uma curva negativa. Neste momento, há visivelmente menos trabalho. Agora, a dúvida é saber quando voltamos a ter o período de retoma. Mas esta situação é cíclica. Quem anda nos moldes há alguns anos sabe isso. Notamos este abrandamento porque a nossa atividade está dependente diretamente da quantidade de moldes que é feita. Neste momento, não sinto que seja tão dramático como foi em 2008, 2009. O que sinto é que existe uma capacidade instalada no sector, possivelmente de 30% acima do que havia há cerca de cinco anos. E se este abrandamento se prolongar, isso pode ser preocupante. 2. A Moldplás é, para nós, um ponto de contacto privilegiado com os nossos clientes e com o sector, numa perspetiva que consideramos até muito social. Ao contrário de outras empresas que fazem vendas durante a feira, nós aproveitamos para estar com os nossos clientes num ambiente um bocadinho mais descontraído e menos formal, fora das empresas. E isso permite-nos, muitas vezes, contactar um leque de pessoas das empresas que, normalmente, não contactamos. Claro que também aproveitamos para mostrar as nossas novidades ou as potencialidades dos nossos produtos os quais, em muitos casos, o sector já conhece bem.
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3. O nosso destaque nesta edição serão os nossos hidráulicos Cumsa. Há um ano e meio, lançámos a nossa própria gama de cilindros hidráulicos. E queremos ser reconhecidos no mercado mundial ao nível dos nossos concorrentes. A feira servirá para apresentarmos este nosso produto e as suas potencialidades para os produtores de moldes.
mercado. O problema que noto na indústria é a inconstância e os próprios ciclos (de altos e baixos) estão a ser mais prolongados. O mercado está cada vez mais volátil e o tempo de resposta é crucial.
“A Moldplás permite a apresentação de novas soluções e processos”
2. A Moldplás tem a particularidade de, sendo realizada no final do ano, permitir a apresentação de algumas novas soluções e novos processos de trabalho. Esta feira surge depois da EMO (em Hannover) e será uma boa oportunidade para os empresários que não conseguirem ir à Alemanha, verem (mais perto de ‘casa’) o que se está a preparar na indústria. Algumas das novas soluções vamos apresentá-las, pela primeira vez, ao mercado português.
1. Na indústria de moldes, é notória uma quebra de trabalho. Na verdade, a indústria está um pouco parada. No entanto, também existe alguma reorganização de empresas e a procura de otimizar os processos internos, tanto de produção, como de organização, de forma a melhorar a eficiência. Temos a certeza de que o mercado vai levantar. Sabemos que algumas empresas começam já a notar a entrada de mais trabalho. A grande incógnita é saber quando será esse retomar de atividade de forma mais generalizada ao
3. Vamos apresentar o novo Tebis 4.1. É uma nova versão da nossa solução que vai trabalhar mais na otimização e nos automatismos no processo de fabrico e começará a ser instalada nos clientes a partir de 2020. Aplica-se não só à indústria de moldes, mas na metalomecânica de um modo geral e, em particular, na aeronáutica. Também vamos apresentar a nova versão do software ProLeiS MES mais específica para a nossa indústria, tendo em conta as particularidades do mercado português e da forma de trabalho. Vai integrar cada vez mais a solução, não só da produção interligada ao Tebis, mas com interligação a outras soluções do mercado.
Pedro Bernardo (Tebis)
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Vítor Fragoso (Deibar)
2. Para esta edição da Moldplás tenho um misto de pensamentos
“Pensamentos positivos e grande
positivos e grande expectativa. O ano passado foi interessante, a
expectativa em redor da Moldplás”
nível de negócios com a indústria de moldes e tudo fazia pensar
1. Se me centrar no momento atual, diria que estou a ver o sector dos moldes
com
algum
cuidado,
na
medida em que encontro algumas empresas
numa
situação
de
que este ano poderia ser de continuidade. Na verdade, temos sentido uma diminuição grande no volume de negócios, mas também sabemos, por experiência, que este mercado tem fases. Mas a Deibar vai apostar mais nesta edição da Moldplás do que em anos anteriores.
dificuldade, com pouco trabalho e
3. Vamos apresentar algumas novidades, nomeadamente algumas
algumas muito desanimadas. Penso que esta situação terá a ver
máquinas e modelos novos. Vamos apresentar produtos específicos
com as questões comerciais: Estados Unidos-China, o Brexit e a
para os moldistas: soluções que vão ao encontro daquilo que
própria economia alemã que está também a estagnar. Não deixa
os produtores nos têm vindo a solicitar. Por outro lado, também
de ser preocupante. Agora, se olhar para a situação de uma forma
queremos apresentar a nova imagem que a empresa tem. Já foi
mais alargada, penso que os moldes estão a passar por uma
apresentada oficialmente, mas vamos fazê-la de forma mais forte
fase de um grande desafio. A concorrência é cada vez maior. A
na Moldplás, tanto mais que, este ano, reformulámos a zona da
tecnologia vai evoluindo. A “Indústria 4.0” é um desafio mesmo
Marinha Grande como área comercial. Implantámos e temos um
muito interessante e que está a introduzir grandes modificações a
serviço de assistência técnica aí sediado e estamos a apostar muito
nível estrutural nas empresas. No global, acredito que a situação
mais na área dos moldes. Os nossos produtos podem ser uma
é positiva. Mas é preciso continuar a caminhar com alguma
ajuda grande para esta indústria.
atenção.
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CILINDROS HIDRÁULICOS CUMSA: PRODUTO INOVADOR MADE IN PORTUGAL PARA OS MOLDES DO MUNDO INTEIRO A Eurocumsa é representante exclusiva, em Portugal, dos cilindros hidráulicos Cumsa. Estes novos cilindros foram criados há um ano e meio e representam a aposta da empresa espanhola Cumsa, que investiu mais de dois milhões de euros numa unidade de produção, instalada na zona industrial da Marinha Grande. Esta nova gama de cilindros foi especificamente desenhada para a indústria de moldes, mas é, no entanto, aplicável a outros sectores de atividade. Tem algumas especificidades em relação a outros produtos idênticos disponíveis no mercado, possuindo, por exemplo, vários tipos de fixações ajustáveis às necessidades dos projetos mais exigentes. Por outro lado, todos os hidráulicos podem incorporar um sensor de fim de curso sem precisar de recorrer a outro tipo de materiais para o corpo do cilindro. Rui Rocha, da Eurosumsa, explica que, com este produto, “queremos ser reconhecidos no mercado ao mesmo nível que os nossos concorrentes. Não apenas como um fornecedor local, mas como distribuidor de um produto de reconhecida qualidade mundial”. Depois de mais de duas décadas no mercado, onde consolidou a sua posição como um dos parceiros de confiança e qualidade da indústria de moldes, a Eurocuma decidiu apostar neste novo produto que, assegura Rui Rocha, é garante de uma qualidade ímpar. “A vontade da Cumsa, em Espanha, de montar uma unidade de produção em Portugal teve em consideração a concentração de know-how ao nível da indústria de moldes, muito interessante e específica nesta zona geográfica, e difícil de encontrar noutra parte do mundo”, sublinha. Na unidade criada na Marinha Grande, são produzidos cilindros hidráulicos, um produto que a Eurosumsa conhece muito bem comercialmente e há vários anos, mas aos quais foi adicionada nova tecnologia que os torna mais eficientes. OTIMISMO Este investimento, frisa o responsável, permite concluir que, em Portugal, “temos massa crítica para lançar produtos inovadores a nível mundial e competir com o que de melhor se faz no mundo”. O pavilhão da Cumsa na zona industrial da Marinha Grande está equipado com diversas máquinas de produção, incluindo uma linha de oxidação das mais modernas do país, e conta neste momento com nove colaboradores. Os cilindros hidráulicos Cumsa são aí produzidos na sua totalidade. Não há subcontratação de nenhum tipo de serviço associado à produção, exceto a parte eletrónica. Rui Rocha conta que, nesta fase, “podemos considerar que estamos ainda a dar os primeiros passos, a demonstrar ao mercado as enormes potencialidades dos nossos produtos”. E manifestase otimista em relação aos resultados. “Já vendemos algumas
centenas de hidráulicos a dezenas de clientes. Em termos técnicos, conseguimos um produto de elevada qualidade e estamos muito satisfeitos com ele”, afirma, frisando que “a nossa maior satisfação é perceber que os clientes que apostam neste produto têm tido excelentes resultados e estão muito satisfeitos com a opção que fizeram”, com o benefício extra de ser “MADE IN PORTUGAL”. A proximidade com os produtores de moldes é outra das vantagens. “Conseguimos fazer um hidráulico num dia e entregá-lo em tempo recorde. Há poucas empresas que o possam fazer”, salienta, lembrando que esse prazo de entrega competitivo era uma das metas quando lançaram o produto e estão a conseguir concretizála com sucesso. É certo que, nesta fase, a maioria dos clientes são as empresas de moldes nacionais, mas os cilindros Cumsa estão a ser comercializados a nível mundial, por toda a rede de distribuição da empresa, chegando já a mais de 60 países. Itália, Espanha, República Checa e Rússia são, apenas, alguns dos exemplos onde já foram vendidos. “O produto é feito em Portugal, mas, vendido a todo o mundo”, reforça. De forma a conseguir chegar a mercados mais distantes, como o Asiático ou o Americano, a Cumsa criou uma gama modular, possível de configurar em várias formas e normalizar a 100%. “Desta forma, conseguimos fazer stock em todo o mundo, incluindo nas áreas geográficas para as quais exportar o produto tem custos elevados”, explica. A PENSAR NA INDÚSTRIA DE MOLDES “Ao desenvolver este produto, fizemo-lo a pensar na indústria de moldes. Este é um aspeto essencial porque, enquanto toda a nossa concorrência produzia hidráulicos para os quais as empresas de moldes tiveram de se adaptar, nós optamos por desenvolver um produto específico e direcionado para a indústria de moldes, possuindo determinadas características e detalhes que facilitam muito a sua aplicação no molde”, destaca. Exemplo disso é a nova gama de cilindros refrigerados para moldes técnicos que trabalham a altas temperaturas, sendo a Cumsa a primeira marca a colmatar esta necessidade recente do mercado. Para além disso, reforça, o preço de comercialização “é muito atrativo”. Para Rui Rocha é, apenas, uma questão de tempo até o produto se afirmar no mercado pelas suas características de inovação, desempenho e qualidade. “Ainda não somos conhecidos no mundo como produtores de hidráulicos. Mas esse momento virá. É um caminho que estamos a percorrer, com persistência. Não temos dúvidas de que, nos próximos cinco anos, seremos uma das principais marcas do mercado porque a nossa qualidade é muito grande e fator de diferenciação”.
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HASCO CRIA NOVA IMAGEM PARA CANAIS QUENTES, A “HASCO HOT RUNNER”
A HASCO tem sido pioneira na criação e desenvolvimento de componentes standard para a indústria de moldes desde há 95 anos, garantindo assim processos de fabrico de moldes o mais rápidos possíveis. Com 45 anos de experiência e um grande número de patentes, a HASCO desempenha um papel pioneiro na tecnologia de canais quentes, onde os exigentes e diferenciados requisitos dos produtos plásticos exigem uma eficaz abordagem no apoio ao cliente, uma gestão de projetos profissional e ágil processamento dos pedidos. Há alguns anos, a HASCO viu uma oportunidade para desenvolver a sua divisão de Canais Quentes, que atualmente integra uma equipa de 70 colaboradores com competências em diferentes áreas e sectores e onde se destacam engenheiros de polímeros experientes ou projetistas e especialistas em moldes para injeção de materiais plásticos. A HASCO oferece um conjunto de soluções em aplicações de canais quentes, apoiando os clientes desde o projeto, até à fase final da produção do molde e obtenção da peça plástica. Para destacar claramente essa competência, a divisão de canais quentes apresenta os seus produtos com uma nova imagem HASCO hot runner, mantendo o seu alto valor de qualidade e reconhecimento da marca. Esta divisão está 100% dedicada à tecnologia e soluções na área de canais quentes. Com sua garantia “built to run”, a HASCO promete máxima confiabilidade, serviço exclusivo, rápidos prazos de entrega e qualidade certificada. “Após a fase de desenvolvimento contínuo, queremos enviar um forte sinal para o exterior e também destacar o nosso desempenho no negócio de canais quentes”, refere Florian Larisch, vicepresidente executivo da HASCO hot runner. No portal HASCO (www.hasco.com/en/hotrunner/home), a área dedicada aos canais quentes, foi reestruturada e configurada recentemente, de acordo com a nova imagem, sendo complementada com uma grande quantidade de informações. Um dos novos recursos, é o novo formulário de consulta intuitivo que pode ser usado para enviar consultas para sistemas de canais quentes de maneira rápida e direta. K 2019 - Inovações A Divisão HASCO canais quentes, apresentará os seus produtos sob a marca “HASCO hot runner” pela primeira vez na K’2019 como um projeto próprio com alto valor de reconhecimento. O novo bico simples “Single Shot” tem uma ótima relação preço / desempenho no campo de plásticos fáceis de processar. Ele
foi desenvolvido e projetado com a finalidade de garantir a homogeneidade máxima de temperatura e generosas seções transversais de canal de fluxo. As diferentes geometrias das ponteiras, garantem uma ótima qualidade de corte e condução de calor. A pressão para a redução de custos e os “tempos de comercialização” cada vez mais curtos exigem soluções capazes, de atender a essas necessidades. Ao usar o HASCO Hot Half bico simples de válvula, os utilizadores vão beneficiar, em primeiro lugar, da alta eficiência e segurança do sistema completo, adequado para produção imediata, voltado para as necessidades do cliente. Outro destaque é o bico Vario Shot aparafusado. Permite sistemas prontos para montar, projetados e produzidos de acordo com as especificações individuais do cliente. A fácil montagem e desmontagem no molde são garantidas, assim como a ausência de vazamentos e a homogeneidade ideal da temperatura. Investimento no futuro Com o investimento no novo centro técnico de canais quentes localizado em Guntramsdorf (Áustria), a HASCO criou oportunidades adicionais de serviço. Equipado com tecnologia de ponta da WITTMANN BATTENFELD, o novo centro técnico possibilitará um desenvolvimento de produtos ainda mais rápido, fornecendo a base para novas descobertas relativas à tecnologia de canais quentes. Com estas novas oportunidades, a HASCO reforça a sua posição de mercado como uma inovadora fornecedora de canais quentes, mantendo assim o crescimento positivo dos negócios registados nos últimos anos. Através do seu foco organizacional e específico do produto, a HASCO, como uma empresa fornecedora de serviços completos de componentes standard, fornece agora um serviço personalizado na tecnologia de canais quentes, qualidade superior e serviço internacional, tudo a partir de uma única fonte. O portal HASCO (www.hasco.com) fornece acesso fácil e rápido em todo o mundo, a todos os novos desenvolvimentos e à sua gama completa de produtos.
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Fundado em 1971 por Esteban Aranbarri e dirigido há mais de 15 anos por Xavier Aranbarri, o Grupo DELTECO lidera a distribuição de máquinas-ferramenta, na Península Ibérica.
Ao longo dos anos a DEIBAR estabeleceu e fortaleceu parcerias de longa duração com importantes fabricantes mundiais de máquinasferramenta da Coreia do Sul, Japão, Alemanha, Espanha e Taiwan.
As novas instalações da sede, em Zumaia, no País Basco, são o reflexo do crescimento dos últimos anos, suportado pelas várias delegações em Madrid, Barcelona e Valência e pela DEIBAR, em Santa Maria da Feira, Portugal.
Apresentando um catálogo de produtos com variadas soluções em processos de fabricação por arranque de apara e deformação plástica, salientam-se marcas bem estabelecidas como a HYUNDAI WIA, QUASER, HERMLE, ROEDERS, CORREA, IBARMIA, GENTIGER e SODICK.
A DEIBAR é uma empresa importadora e distribuidora de máquinas-ferramenta para as empresas do sector metalúrgico e metalomecânico, tendo vindo a desempenhar um papel fundamental nesta área ao longo das duas últimas décadas. Desde a sua fundação, a DEIBAR tem vindo a acumular knowhow no mundo das máquinas-ferramenta e é hoje sinónimo de qualidade, responsabilidade e seriedade nas relações comerciais com os seus parceiros de negócio. Com cerca de 15 colaboradores, conta com uma equipa de vendas profissional, cobrindo todo o território nacional, sendo apoiada por uma experiente equipa técnica, e assumindo o compromisso de oferecer aos seus clientes as melhores soluções, o apoio personalizado, e o envolvimento em cada projeto. Conta ainda com o apoio de uma equipa de engenheiros, especialistas tanto nas aplicações mais simples como nas mais complexas, passando pela automatização dos processos produtivos e nas soluções chave na mão.
Algumas dessas soluções estarão patentes na próxima edição da Moldplás, no Pavilhão 2, stand 2B11, de 6 a 9 de novembro, na Exposalão, Batalha.
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TEBIS APOSTA EM SOLUÇÃO INTEGRADA DE CAD/ CAM E MES ALTAMENTE AUTOMATIZADA A empresa Tebis, especializada em soluções CAD/CAM e sistema MES (Manufacturing Execution System), tem vindo a desenvolver novas funcionalidades e melhorias relacionadas com o desenho, preparação da produção e a programação NC, apostando na automatização e na integração num só sistema.
solução MES Proleis, específica para o planeamento e controlo de todo o processo de produção, é possível ter uma visão detalhada de todos os projetos, sendo muito mais fácil cumprir prazos de entrega e reduzir custos.
A versão 4.1 do software CAD/CAM tem lançamento anunciado para novembro próximo, pelo que se antevê a revelação de novidades durante a feira Moldplas.
TEBIS VERSÃO 4.1. - POUPAR TEMPO COM O DESIGN PARAMÉTRICO
O Tebis assume-se com um sistema completo de CAD/CAM, no qual todas as tarefas da programação NC podem ser realizadas num único sistema. De acordo com Pedro Bernardo, diretor da Tebis Portugal, “o ambiente de fábrica, assim como as informações e históricos podem ser guardados no Tebis. E os processos CAD e CAM estão ligados diretamente ao sistema MES. O objetivo da Tebis passa por oferecer ferramentas que deem aos nossos clientes vantagem competitiva, através de uma solução completa e automatizada de CAD/CAM e MES”. Em comunicado, a empresa esclarece que o Tebis é ideal para processos de maquinação, desde aos 2,5 Eixos aos 5 Eixos contínuos. Através do Job Manager, é possível controlar vários processos, tais como operações de torno, corte a laser, endurecimento a laser ou eletroerosão por fio. Além disso, máquinas convencionais ou robôs podem igualmente ser programados com o Tebis, adequado também a materiais especiais, tais como alumínio, inconel ou titânio. De referir ainda que o Tebis está totalmente adaptado a fresas HPC, HFC e de segmento circular, em maquinações a 3 eixos e a 5 eixos contínuos. O sistema MES Proleis, para o controlo e planeamento do processo de produção, faz a gestão de tarefas planeadas para pessoas e máquinas, permitindo uma maior otimização de todos os recursos. AUTOMATIZAÇÃO NC COM TEBIS AUTOMILLTM A Tebis tem vindo a focar os seus desenvolvimentos em aspetos relacionados com a rapidez na programação NC. Por isso, este ano na Moldplás, irá dar destaque à automatização NC. De acordo com a software house, “com o Tebis, as etapas convencionais e repetitivas da programação são substituídas por um processo automatizado, com base em informações guardadas. Através dos Templates, é possível identificar automaticamente as geometrias relevantes, independentemente do programa de desenho utilizado, sendo apresentadas as estratégias e ferramentas ideais, para total otimização”.
No design paramétrico e associativo, parâmetros de elementos como comprimento, raio ou direção são facilmente alterados após o desenho inicial, fazendo com que a peça completa seja atualizada automaticamente. “Estes desenvolvimentos simplificam o trabalho e poupam tempo. Em breve, não apenas a programação NC, mas também o desenho será altamente automatizado no Tebis”, afirma Peter Obermaier, responsável pelo lançamento da versão 4.1 do Tebis. NOVO JOB MANAGER De acordo com a Tebis, a programação NC está mais simplificada e mais orientada para a prática. O novo Job Manager do Tebis determina com precisão o procedimento durante todo o processo de programação: o tipo de maquinação, as estratégias e os elementos são selecionados e as máquinas e ferramentas são especificadas, de forma muito simples. NOVAS TECNOLOGIAS PARA A MAQUINAÇÃO A 2,5 EIXOS E A 5 EIXOS CONTÍNUOS A nova Release irá apresentar várias novas funções para a fresagem, destacando-se a estratégia de fresagem vertical a 2 eixos, ideal para a maquinação de contornos quando os mesmos são demasiado altos. E a fresagem a 3 eixos, com a operação de desbaste ainda mais otimizada, conseguindo-se um melhor desempenho e menor desgaste da ferramenta.
O Simulador CNC do Tebis passa o chão de fábrica para o monitor. Combina maior rapidez com segurança.
SEGURANÇA E PLANEAMENTO NA PRODUÇÃO Os gémeos digitais contribuem não apenas para uma maior velocidade e segurança, mas também como apoio ao planeamento. Antes do pós-processamento, o Tebis verifica a existência de colisões através do Simulador, pelo que as máquinas podem produzir sozinhas e em total segurança. Adicionalmente, com a
Na programação automatizada, o Tebis utiliza representações digitais do ambiente de fábrica para calcular programas NC.
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REVOLUÇÃO NA TECNOLOGIA DE FABRICAÇÃO POR INJEÇÃO DIRETA DE FIBRAS DE CARBONO Desde a sua invenção por Thomas Edison em 1878, o interesse por este material tem crescido a cada ano que passa. A produção de fibras de carbono comerciais começou apenas em 1950, e desde essa data muitas pesquisas e novas tecnologias foram desenvolvidas para melhorar a qualidade e formas de processamento deste material. As primeiras industrias a perceber as vantagens deste material foram as do sector aeroespacial e aeronáutico, pelas suas propriedades físicas e mecânicas. Os elevados custos e complexidade de processamento do material, limitou durante muitos anos a que outras indústrias dela pudessem tirar partido. Em 1981, a indústria automóvel percebeu as vantagens deste material e passou a usá-la em desportos de alta competição, tendo a McLaren sido a pioneira na sua utilização, vencendo logo na estreia do seu monovolume em fibra de carbono no grande prémio de Fórmula 1 da Grã-Bretanha em 1981, dando assim início a uma nova era que perdura até os dias de hoje. Passando a ser uma realidade em muitas outras industrias, os variados processos de produção que vão desde o inteiramente manual, Spray Lay-up, fabrico por vácuo em saco, enrolamento de filamento, Pultrusão, RTM (Moldagem por Transferência de Resina), Pré-Impregnados, Processos de Infusão (SCRIMP, RIFT, VARTM), mas todos eles continuam a ser muito morosos, com muita mão-de-obra, pouca produtividade e com elevados custos de produção. Com o reconhecimento das vantagens que o material oferece, a indústria dos plásticos adotou-o e desenvolveu novos compósitos com a incorporação de fibras de carbono. Este novo processo permitiu a produção de um maior número de peças com fibra de carbono a preços substancialmente mais baixos e em grandes quantidades. Ainda assim, os resultados não foram os que a indústria automóvel precisava, quer nas características mecânicas, limitado pelos 3mm de comprimento da fibra préprocessada, quer nos custos associados da matéria-prima, pedindo-se que mais fosse feito para que este material se tornasse uma realidade nos dias de hoje.
A BOLE, uma empresa de alta tecnologia que se concentra na pesquisa, desenvolvimento e fabricação de máquinas de injeção de precisão, que tem por base o desenvolvimento tecnológico Alemão, com fabrico na China e com direção técnica por especialistas alemães, foi desafiada por estas indústrias a desenvolver equipamentos que permitissem a utilização das fibras de carbono de forma mais eficiente e com redução de custos na produção das peças. Com sucesso, a marca patenteou uma nova tecnologia, única, que rapidamente apresentou vantagens tecnológicas para o sector automóvel e aeronáutico. O novo processo, rapidamente chamou a atenção da maioria dos fabricantes de automóveis europeus, que já optaram por integrarem equipamentos da série DK e CIML da BOLE, para produção de peças automóveis visando a substituição de peças metálicas por peças em fibra de carbono, de forma a permitir a redução de peso dos carros sem comprometer as propriedades mecânicas. A tecnologia da BOLE, denominada de CIML (Carbon-Fiber Inteligent Molding Line) combinada com os equipamentos de injeção de duplo prato da serie DK, utiliza um processo fibras continuas, com vantagens na produção de peças com fibras longas e com custos reduzidos no processamento da matéria-prima e redução significativa no peso das peças na ordem dos 67%. Os equipamentos DK e CIML oferecem inúmeras vantagens pois permitem processar em tempo real o compósito necessário, evitando assim o stock de diferentes matérias-primas com fibra, a par dos custos superiores do material pré-processado. Outra das vantagens desta tecnologia patenteada é permitir a utilização de fibras longas, de forma a conferir melhores propriedades às peças, deixando de ter uma limitação aos 3mm máximos que o préprocessado permite. A par desta evolução e da crescente necessidade na indústria automóvel na redução de peso tendo em vista a economia nos combustíveis fósseis, e com a introdução dos veículos elétricos,
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a Tecnirolo, S.A. empresa sedeada em Leiria, abraçou o projeto desenvolvido pelo fabricante de máquinas de injeção BOLE e tem vindo a colaborar e acompanhar os desenvolvimentos nesta área nos últimos anos. Estimamos um impacto significativo na indústria automóvel e aeronáutica com o recurso a esta tecnologia pela enorme redução de peso alcançada o que em termos ambientais terá implicitamente um contributo extremamente positivo. Como forma de melhor contribuir para a nossa indústria, a TecniRolo fez a aposta na BOLE, tornando-se no distribuidor exclusivo da marca para Portugal. A marca oferece a qualidade exigida no nosso mercado, com uma gama completa de equipamentos vocacionados para as diferentes áreas da indústria dos plásticos. A TecniRolo, distribui em Portugal e Marrocos a gama completa que conta com 6 séries de tecnologias distintas. Gama de equipamentos: 1. A série servo hidráulica EK-S, de elevada eficiência energética, conta ainda com um sistema patenteado de aperto central, precisão de posicionamento de abertura e fecho do molde em ±0,5 mm e elevada precisão na repetibilidade do peso do produto em 0.3% 2. A série FE totalmente elétrica, igualmente equipada com o design de aperto central BOLE, sistema de fuso de esfera blindado em permanente lubrificação com patente registada, sem contacto com o ambiente de forma a prolongar a vida útil do fuso. Conta ainda com sistema de lubrificação a massa, ideal para sala branca. 3. A série CIML (Carbon-Fiber Inteligent Molding Line) é adequada para o desenvolvimento peças leves e resistentes em fibra vidro e carbono, ideal para a redução do peso dos veículos elétricos. 4. A máquina de injeção de dois pratos da série DK, desenhada para ser compacta, eficiente energeticamente, para a produção de peças de grande dimensão. 5. Série HK de alta velocidade, especialmente desenvolvida para a produção de embalagens e de espessuras finas, com elevada cadência e precisão. 6. Série MK, Injeção de bi-material, servo hidráulicas de elevada eficiência energética. Uma gama completa, que vai desde 70 a 6.800 toneladas, com volumes de injeção de 65g a 60.000g TecniRolo, o distribuidor exclusivo BOLE
www.tecnirolo.com T.: (+351) 244 830 060 • bole@tecnirolo.com Doroana Park • Estrada Nacional 109, nº 947 • Nave 11 Ponte da Pedra • Regueira de Pontes • 2415-180 Leiria
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TECNOLOGIA TECHNOLOGY Equipamentos, Processos, Conhecimento Equipments, Processes, Expertise
Moldes i 4.0 - O que deve fazer uma aplicação de produção
Um mundo elétrico
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MOLDES I 4.0 - O QUE DEVE FAZER UMA APLICAÇÃO DE PRODUÇÃO Paulo Guilherme Ferreira*
*Sócio-Gerente e Chefe da Equipa de Desenvolvimento na Isicom
Todos nós ouvimos falar e falamos de “Indústria 4.0” mas na verdade será que estamos a falar de uma coisa nova ou apenas da continuação da melhoria na automatização de processos? Para ilustrar o meu ponto de vista vou começar por introduzir algumas tipologias de indústria. A tipologia de produção varia de acordo com as quantidades de peças fabricadas, com o número de peças por série, com os elementos de processo, com a organização dos fluxos de produção que tem de se ajustar ao canal de fornecedores, parceiros e clientes. Grosso modo, podemos dividir os tipos de produção em Série ou Contínua, tendo como exemplo a industria de plásticos ou automóvel, em Produção ao Projeto, no caso de uma obra de construção civil, e em Produção Descontínua, em que vários projetos partilham vários recursos em tempos alternados. Este é o caso da indústria de Moldes com vários Moldes em produção a partilharem recursos diferentes. É aqui que me irei focar.
A Gestão de Produção tem de ajustar-se ao tipo de produção de acordo com os métodos e tecnologias disponíveis num dado momento temporal. Ora nos últimos anos, tendo como suporte principal a Internet, emergiram um conjunto de tecnologias que vêm permitir o aparecimento de novas formas de gestão. Dou como exemplo a Computação na Nuvem, os dispositivos IOTs (Internet of Things), a comunicação 5G, a democratização de sensores e atuadores, a Imagem LED, o reconhecimento de Imagem e Som, etc. A complexidade da Gestão de produção em Fabrico de Moldes, advém intrinsecamente da sua tipologia de Produção Descontínua). A fabricação de peças únicas, a variedade de trabalhos a efetuar, as enumeras variáveis e imponderáveis nos processos. Esta complexidade torna difícil o estabelecimento de padrões que nos permitam estimar e cumprir uma sequência predefinida de operações. O software de Gestão de Produção desempenha, por isso, um papel fulcral e decisivo na eficiência e eficácia de uma Fábrica de Moldes.
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A organização dos meios produtivos deve ser ajustada às novas possibilidades. Se antes organizávamos às máquinas pelo tipo de operação que executam (ex: secção de fresagem, secção de erosão, secção de retificação, etc, hoje, por diversos motivos, convém considerar a organização ao tipo de peça, ou seja, à célula de fabrico. Na célula de fabrico várias máquinas concorrem para fabricar totalmente um tipo de peça. A combinação de ambas as topologias, secção / Célula, fará o layout opimo numa fábrica de moldes. A utilização de robôs articulados numa célula de fabrico, difere em muito da sua aplicação em processos repetitivos. Cito como exemplo a extração de peças de uma máquina de injeção ou a execução de soldaduras numa linha de montagem automóvel. Nestes casos, os robôs executam trabalhos repetitivos. Inicialmente, eles são “ensinados” por um ser humano e, a partir daí, repetem as operações como resposta a sinais tipicamente enviados por autómatos. Em “Indústria 4.0” falamos de células de fabrico inteligentes. Neste caso, as sequências de movimentos de robôs não são repetitivas. Não se repetem porque falamos de peças diferentes, onde diferem as operações de peça, diferem os programas por operação e também porque há imponderáveis a acontecer num dado momento que alteram a sequência de eventos do processo. Por isso a lógica de processo deve estar definida em WorkFlow com pontos de decisão de forma a conseguir responder a todo o tipo de situações. Como foi dito, a Célula de Fabrico é a organização de máquinas de diversas tecnologias com vista à fabricação completa de peças de um dado tipo. A alimentação de peças e/ou ferramentas dos diversos recursos fabris pode ser feita de forma automática ou manual. A alimentação automática faz-se através de magazines com braços lineares ou através de robôs articulados de 6 eixos fixos com alcance circular ou montados num carril (7º eixo). Esta última topologia permite a alimentação de um número superior de máquinas. O carril terá de ser dimensionado ao espaço e ao número e tamanho de máquinas a alimentar. A par desta alimentação automática, temos de poder introduzir no processo operações manuais, que devem ser geridas centralmente pela mesma Aplicação Informática de forma que o processo decorra integrado. Dou como exemplo uma máquina de Erosão de Penetração (EDM) que é alimentada de elétrodos por um Robot articulado e, a par disto, é alimentada manualmente de peças de aço, com recurso a uma ponte rolante. Pontualmente um dado elétrodo pelo seu peso tem de ser colocado manualmente na máquina. O software que gere uma célula de Fabrico tem de ser responsivo. Isto significa que tem de estar preparado para tomar decisões como resposta às variáveis do processo.. O sistema deve gerir recursos redundantes. Deve ser robusto e não permitir erros humanos. As falhas só podem acontecer em caso de ocorrências externas, como poderá ser o caso de falha elétrica. Em caso de falha, o sistema deve poder restaurar-se de forma rápida e automática. Deve permitir a remoção de um recurso para uso pontual numa operação manual ou para manutenção, e voltar a integrá-lo, continuando a trabalhar de forma fluida. No caso da Indústria de Moldes, são exemplos de utilização deste conceito, células com tecnologias de Fresagem, Controlo
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Dimensional, Erosão de penetração, Erosão de fio, Retificação, etc. O software deve gerir a gama de operações por peça, seguindo o processo de fabricação delineado, onde o conhecimento ao detalhe de cada tecnologia envolvida é fundamental para a tomada de decisão em tempo real. Por outro lado, aos utilizadores deverão ser disponibilizadas ferramentas que lhes permitam interagir de forma fácil e ágil com o sistema. Todos os dados passíveis de entrar automaticamente na base de dados (BD) sem intervenção humana, devem sê-lo efetivamente. Nunca duas introduções do mesmo dado devem ocorrer. Os dados devem ter um único local onde constam na BD devidamente relacionados. Outro elemento importante para a fiabilidade é a virtualização do sistema (Digitalização) que deve ser inerente à Aplicação. Para ilustrar a lógica de decisão que o sistema deve gerir, dou como exemplo as duas situações muito comuns no dia-a-dia dos profissionais deste sector. Na primeira situação, consideremos uma peça numa fresadora e um programa CAM que foi enviado para execução. O programa executou corretamente, mas, quando a ferramenta foi a verificar, esta apresentava um desgaste superior ao admitido e ficou inválida. Neste caso, a sequência de trabalho tem de ser alterada. Tipicamente, procura-se uma ferramenta com as mesmas caraterísticas da anterior (Gémea) e repete-se o programa, embora haja quem prefira retirar a peça da máquina para análise e tomar uma decisão posterior. Nestes casos, o programa deve instruir o robôs de célula para remover a peça e continuar a alimentar a fresadora com outras peças cujos programas não dependam da referida ferramenta invalidada. No limite, o sistema deve executar programas em todas as peças até à ferramenta em falta. O importante é que o recurso máquina não fique parado. Outro exemplo é o elétrodo que, após ser fresado, entra no Controlo Dimensional. Poderá ser validado ou não em função das cotas reais obtidas nos pontos controlados ou de desvios eventualmente medidos nas faces de referência (também conhecidas na gíria moldista como faces Mestra). Se o elétrodo não for validado, o número de respostas que o sistema pode dar é variado. A Aplicação pode simplesmente suspender o elétrodo, esperando definição posterior de um operador. Pode também dar entrada imediata em produção de um novo elétrodo com a mesma forma. Pode ainda repetir os programas no mesmo material numa cota DZ mm abaixo e compensar de imediato os pontos de erosão associados. Caso o elétrodo seja dado como válido mas com desvios lineares ou angulares, esses desvios devem ser automaticamente introduzidos pelo sistema nos pontos de erosão. Estas são apenas algumas das competências que uma Aplicação integrada de Gestão e Automação 4.0 deve possuir. Muitas mais devem ser consideradas. Em jeito de conclusão prevejo que, num futuro muito próximo, esta Gestão Automática que o conceito 4.0 preconiza vá massificar-se na indústria de moldes, primeiramente em grupos de recursos (células), mas rapidamente estender-se à fábrica toda e até a conjuntos de fabricantes organizados em parceria. Vamos entrar num paradigma de humanos a preparar trabalhos para que as máquinas os executem de forma autónoma.
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UM MUNDO ELÉTRICO Fausto Esperança*
*Diretor-Geral da YUDO EU
Nem todas as soluções simples são boas, mas as boas soluções são sempre simples.
- os moldes e a sua performance, onde os sistemas de injeção desempenham um papel muito importante.
De alguma forma é assim que vejo a introdução de soluções de controlo de valve gate no mercado, usando atuadores elétricos.
O desafio de ter, ao nível dos sistemas de injeção, soluções técnicas que fossem para além das que posso chamar de clássicas, não é novo. O mercado é muito exigente e dinâmico e já há anos que se procuram tecnologias para romper as barreiras dos limites do que o sistema de injeção pode fazer, conduzindo o processo a todo um mundo novo. Em particular, os artigos automóveis de média e grande dimensão sofrem de problemáticas do trinómio processo/ especto/custo, que frequentemente procuram exigir dos sistemas de injeção mais do que eles podem dar, na sua conceção mais clássica.
A exigência ao nível dos artigos plásticos injetados é continuamente crescente. Os requisitos estéticos não param de aumentar ao mesmo tempo que se exigem custos de produção mais baixos. Esta é, de facto, uma equação de muito difícil resolução. Queremos peças de elevado requisito estético, mas queremos ao mesmo tempo usar matéria-prima de baixo custo, ciclos muito curtos e artigos mais finos e leves. Querem-se tempos de desenvolvimento e de chegada de produtos ao mercado cada vez mais curtos. Frequentemente nos deparamos com estudos e simulações elaboradas em fase de engenharia que são completamente desconsiderados quando se chega à fase de testes ou de industrialização. A engenharia assistida por computador (CAE) e o estudo reológico, muito usado no sector dos moldes e plásticos, são ferramentas de apoio à decisão muito importantes, que muito têm evoluído e que, podemos considerar, conseguem aproximações à realidade muito boas. No entanto, também constato que a dinâmica dos projetos do sector, em que ao longo do processo, acabam por aparecer alterações aos materiais aos requisitos ou mesmo limitações “novas” ao processo inicialmente idealizado, leva a que, frequentemente, todo o quadro técnico de produção das peças pouco tenha a ver com os estudos e simulações que estiveram na sua base e que determinaram muitas das opções técnicas do molde. Estamos a falar, em particular, da escolha do número e posição de pontos de injeção, com tudo o que isso implica. Diferentes escolhas e combinações destes dois “simples” fatores poderão originar resultados muito diferentes. Os sistemas de injeção hot runner, há muitos anos adotados nesta indústria, nasceram e afirmaram-se no sector por permitirem expandir muito o que se podia fazer em artigos plásticos injetados e com uma redução do custo assinalável. No entanto, a exigência sobre os sistemas de injeção nunca deixou de aumentar e de ser fortemente “puxada” pelo mercado, que sempre esteve num crescente de exigência sobre as ferramentas de produção
Tem-se assistido, ao longo do tempo, a algumas abordagens mais ou menos bem-sucedidas a novas soluções tecnológicas de controlo avançado de injeção ao nível dos hot runner. Mesmo as mais desenvolvidas seguiam na linha da evolução direta dos atuadores hidráulicos. Os controlos de fluxo no sistema de injeção por valve pin axial acionado por um cilindro hidráulico é a solução clássica, que foi alvo de derivações e evoluções que procuravam incorporar no sistema de injeção o “poder” de controlo com que quem injeta sonhava - ter capacidade de regular o que acontece em cada bico de injeção do hot runner, de forma análoga à que controla a própria máquina de injeção. Embora o mercado tenha visto ao longo dos anos a chegada de algumas soluções muito interessantes a este nível, estas não tiveram grande aceitação e acabaram por não assumir uma expressão significativa. Creio que eram soluções de engenharia muito bem trabalhadas, mas que estavam fortemente constrangidas por serem de base hidráulica. O custo, a complexidade de construção e de operação, o tamanho, a dificuldade na repetibilidade e consistência e mesmo a robustez exigida foram, a meu ver, determinantes na baixa adesão do mercado as estas soluções.
Hot runner
Estamos agora a assistir ao que me atrevo de chamar o advento de uma nova era dos sistemas de injeção: montar servo motores nos sistemas de injeção.
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Acionar os obturadores dos bicos de injeção de um hot runner com um servomotor. Algo aparentemente tão simples, mas com implicações e de alcance tão grande. A verdade é que os servomotores, sendo uma tecnologia de há muitos anos e que está generalizada nos mais diversos tipos de máquinas, tem algumas características e limitações que muito dificultaram o seu uso como atuadores diretos nos sistemas de injeção. Só mais recentemente se tem vindo a encontrar soluções de evolução dos servomotores e dos próprios sistemas de injeção que permitiram a junção dos dois numa solução combinada, com real viabilidade para os moldes modernos. Num sistema de injeção com servomotores temos toda uma nova capacidade de controlo - um poder de comando sobre o processo de injeção que nenhuma outra solução nos dá, abrindo um campo de possibilidades que antes não existiam e que alargam, de forma incrível, o campo de manobra do processo. É dispor no sistema uma extensão do controlo que se tem sobre uma máquina de injeção. Para além disso, aporta em si uma outra perfectiva que ganha cada vez mais peso. Traz simplicidade ao molde e a quem injeta. Não tem de ter baterias de electroválvulas, mangueiras volumosas e pesadas, óleo e a sua limpeza. Basta ligar umas fichas elétricas e nada mais. É o plug and play dos sistemas num tempo em que as máquinas de injeção full electric proliferam. Se a máquina já não usa óleo vai o sistema continuar a usar? Tão limpo e simples! Por outro lado, estamos perante uma solução muito racional no uso da energia, na medida que só a consome quando se movimenta e na proporção do esforço que lhe é solicitado. Muito diferente de bombas hidráulicas ou mesmo de compressores de ar, que têm eficiências energéticas tão baixas. O mundo está cada vez mais “elétrico” e os sistemas de injeção entraram nessa era. Mais controlo, mais simples, mais limpo.
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NEGÓCIOS BUSINESS Economia, mercados, estatísticas Economy, market information, statistics
2019 e 2020 – Mercados em mudança – Incerteza marca ambiente competitivo
O poder da visão
Shots inspiracionais e a ditadura do urgente
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2019 E 2020 – MERCADOS EM MUDANÇA – INCERTEZA MARCA AMBIENTE COMPETITIVO José Ferro Camacho*
* IADE / Universidade Europeia
1. INTRODUÇÃO O atual quadro competitivo apresenta um elevado grau de incerteza associado a três dimensões: 1) a guerra comercial, em particular neste período entre EUA e a China; 2) a redução da atividade económica, com hipótese de recessão em diversos países, incluindo a Alemanha; 3) o Brexit sem acordo. O antagonismo entre a China e os EUA, associado à disputa pelo domínio estratégico, expressa-se em várias dimensões e domínios. Na guerra comercial em curso, o recurso à imposição de tarifas alfandegárias ou o bloqueio a empresas como a Huawei são as componentes mais visíveis e imediatas do conflito. Um relatório1 do Banco Mundial analisa o impacto da disputa comercial no comércio global e no rendimento com base exclusiva no efeito das alterações tarifárias. Os cenários analisados evidenciam reduções importantes no comércio bilateral para os dois países que poderão atingir até cerca de 9% das exportações no pior cenário.
Todavia, existem outras variáveis não integradas no modelo do World Bank, em particular a possibilidade de amplificação das consequências por via da dinâmica dos mercados financeiros e das decisões de política monetária. No princípio de Agosto de 2019, a moeda chinesa apresentava uma desvalorização robusta - 6,3% desde meados de Junho e -10% desde Abril – num movimento que resultava de uma mudança da política monetária chinesa. Esta dinâmica tem um impacto global em todos os países e fortalece no imediato a posição competitiva dos bens chineses transacionados. Contudo, são as características da interdependência, como os gráficos 1 a 4 expressam, que marcam a forma como as três dimensões da incerteza se integram. O défice comercial em USD correntes dos EUA (Figura 1) com a China foi, em 2018, 1,76 superior ao valor de 2008. O valor correspondente com a União Europeia (UE) foi de 1,57.
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Comércio Internacional – Balança de Bens
F1 – EUA – China e EU, USD bilhões, 2008 – 18
Fonte: cálculos próprios - dados Census.gov; U.S. International Trade Data
F3 – Alemanha – China e EUA, EUR mil milhões, 2008 – 18
Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat
F2 – UE – China e EUA, EUR mil milhões, 2008 – 18 Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat
F4 – Alemanha – Abertura ao Comércio, EUR mil milhões, 2008 – 18 Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat
Todavia, no conjunto da UE o défice comercial com a China em EUR correntes não evidencia a mesma tendência de crescimento (Figura 2). Contudo, a ventilação deste valor por país mostra uma realidade diversa. A Alemanha com um nível de comércio com a China, em 2018, duas vezes superior em EUR correntes ao realizado em 2008 (gráfico não mostrado), apresenta uma balança positiva com a China (Figura 3). Variações de comércio resultantes da imposição de novas tarifas e/ou da redução da atividade económica na China determinam agora efeitos amplificados na economia alemã, em particular se incidirem nos domínios de especialização destes fluxos, como por exemplo máquinas e equipamentos. A economia alemã evidencia agora um grau de abertura (medido como a soma das importações e das exportações) de cerca 1,33 vezes superior ao existente em 2008 (Figura 4). Em percentagem do PIB as exportações representaram em 2018 46,8% (43,5%, em 2008) e as importações 40,8% (37,5%, em 2008). O excedente da balança comercial em percentagem do PIB tem vindo a reduzir-se de um máximo de 8,01% em 2015 para 6,77% em 2018. Igualmente neste capítulo existem diferenças significativas com 2008. O excedente com os países da UE é agora menor (Figura 3) como resultado da melhoria da balança de transações não só com países como a Espanha e a Itália, mas também com a Polónia (gráficos não exibidos). A redução da atividade económica alemã tem vindo a acentuar-se2. O comércio de moldes e ferramentas pode ser entendido como um dos indicadores avançados de investimento em produtos de grande consumo. Os gráficos deste comércio apresentados mais à frente evidenciam esta tendência desde 2016. Para as empresas portuguesas do sector esta redução não foi demasiado evidente até agora nos valores transacionados uma vez que o contínuo crescimento das importações alemãs esteve em contraciclo com redução do consumo aparente.
A crescente adesão à ideia de aplicação de um programa de estímulos à economia alemã leva em conta (1) o reconhecimento de que os instrumentos do Banco Central Europeu (BCE) se revelam insuficientes, (2) a degradação do quadro económico global e (3) o efeito amplificador para economia europeia, como a breve descrição anterior evidenciou. Contudo, os regularmente elevados rácios para o PIB das exportações (46,8%) e das importações (40,8%), umas excelentes estatísticas de emprego (que revelam um mercado doméstico ainda insensível às dificuldades externas) e um défice orçamental nulo como dogma podem constituir-se como desincentivos na aplicação de um pacote de estímulos domésticos da ordem dos 50 mil milhões de euros. Recorde-se que em 2008 e em 2009, as iniciativas políticas incluídas no pacote implementado e dirigidas à indústria automóvel possibilitaram ao sector suavizar as consequências da crise e iniciar um ciclo de crescimento que só agora exibe sinais de abrandamento. Os resultados da implementação de um potencial novo pacote dependerão do desenho dos estímulos, ainda pouco claro, e da resposta das empresas. O Brexit sem acordo insere-se num quadro de acentuada insegurança nas relações externas e na emergência de soluções políticas populistas e nacionalistas. Para além das dimensões simbólicas, estratégicas e políticas interessa quantificar as dimensões diretas e indiretas. No âmbito da UE, o excedente comercial da Alemanha com o Reino Unido é o mais elevado na ordem dos 41 mil milhões de euros. Os EUA exibem um excedente comercial em bens com o Reino Unido de 5,5 biliões de dólares3. Os próximos tempos apresentam fortes traços de incerteza que, contudo, podem vir acompanhados de oportunidades. Embora com causas fora do nosso controlo, a inteligência estratégica e a velocidade comercial serão determinantes para o resultado final. 2. AVALIAÇÃO DOS MERCADOS 2.1 PORTUGAL 2.1.1 Mercado Doméstico, Primeiro Destino de Vendas Em Portugal, entre 2010 e 2018, a produção de MPB (Moldes para Plástico ou Borracha) cresceu a uma taxa média anual composta de 11,8%, em Euros correntes, para EUR milhões 774,4 e, ao contrário das exportações, não apresentaram uma estagnação 2018 (Figura 5). Estes indicadores comparam com os valores agregados da UE28 (Figura 6). Entre 2010 e 2018, a produção TDM na UE28 de todas as categorias cresceu a uma taxa média anual composta de 5,3%, em Euros correntes, de EUR mil milhões 9,18 para 13,84. Entre 2017 e 2018, verificou-se uma redução de 0,4%.
F5 – Portugal – Mercado de Moldes para Plástico ou Borracha, EUR milhões, 2008 a 2018 Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat
F6 – UE28 -Produção TDM Todas as Categorias e MPB, EUR mil milhões, 2008 a 2018 Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat
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No mesmo período, e unicamente para a categoria Moldes para Plástico ou Borracha (MPB), a taxa média anual composta evidencia uma evolução positiva de 5,0%, em Euros correntes, de EUR mil milhões 4,54 para 6,70. Na produção da UE28, os MPB mantêm uma quota de produção próxima dos 50%, com um mínimo de 48,9% em 2011 e um máximo de 51,3% em 2016. Como sinal mais relevante, entre 2017 e 2018 a produção de MPB observa uma redução de 4,9%. Em Portugal, as importações e o consumo aparente ostentam crescimentos importantes. As primeiras são agora três vezes superiores aos valores de 2008 e o consumo seis vezes superior, exibindo o valor EUR milhões 315,6. De acordo com estas estatísticas, o mercado português é, em 2018, o primeiro destino isolado de vendas com um valor aparente de EUR milhões 153. Este resultado é naturalmente não só o reflexo das dinâmicas de exportação referenciadas mas também o resultado das transformações industriais e empresariais do país. Fica em aberto, porque não existem dados, uma avaliação das reexportações, se se vierem evidenciar como significativas.
F7 – Portugal, Exportações, Moldes para Plástico ou Borracha, 5 Maiores Destinos, EUR mil milhões, 2008 – 18 • Fonte: cálculos
F8 – Portugal, Exportações, Moldes para Plástico ou Borracha, 5 Seguintes Destinos, EUR mil milhões, 2008 – 18 • Fonte: cálculos
F9 – Portugal, Exportações, Moldes para Plástico ou Borracha, 5 Maiores Destinos, %, 2008 – 18
F10 – Portugal, Exportações, Moldes para Plástico ou Borracha, 5 Seguintes Destinos, %, 2008 – 18
F11 – Exportações MPB em Conjunto para Alemanha, Espanha e França, Rep. Checa, % do total, 2008 – 18 • Fonte: cálculos
F12 – Exportações Portuguesas MPB, Quota por País, %, 2018
próprios - dados de ITC – Trademap
Fonte: cálculos próprios - dados de ITC – Trademap
próprios - dados de ITC – Trademap; Nota: MPB – Moldes para Plástico ou Borracha
próprios - dados de ITC – Trademap
Fonte: cálculos próprios - dados de ITC – Trademap
Fonte: cálculos próprios - dados de ITC – Trademap; Nota: MPB – Moldes para Plástico ou Borracha
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2.1.2 Exportações Portuguesas Entre 2010 e 2017, as exportações portuguesas progrediram a uma taxa média anual composta de 8,2% para TDM (todas as categorias) e de 11,7 % para MBP. A transição entre 2017 e 2018 interrompeu esse ciclo. As exportações em 2018 mantiveram-se, no essencial, ao nível de 2017. As exportações portuguesas têm apresentado como destinos principais a Alemanha, a Espanha e a França. Embora de forma lenta, a quota conjunta dos três maiores mercados têm vindo a decair de 65% no início do intervalo para 52% em 2018. Contudo, se a esse valor adicionarmos a República Checa reencontramos uma quota superior a 60%. Neste ano, a República Checa (6,%), os EUA (5,8%), a Polónia (4,7%) e o Reino Unido (4,6%) constituem destinos com quotas imediatamente superiores e exibi8ndo uma tendência crescente.
F15 – Alemanha, Mercado, Moldes para Plástico ou Borracha, EUR milhões, 2008 – 18 Fonte: cálculos próprios - dados de ITC Trademap
F16 – Alemanha, Importações, Moldes para Plástico ou Borracha, EUR milhões, 2008 – 18 Fonte: cálculos próprios - dados4 de ITC Trademap
Em termos dinâmicos, interessa salientar o bom comportamento da tendência de crescimento da República Checa e dos EUA (nos últimos dois anos) e da Polónia e do Reino Unido com valores próximos do intervalo entre 30 e 40 milhões de euros em 2018. Recorda-se que a atual tendência de desvalorização da Libra, a manter-se, poderá introduzir uma barreira competitiva adicional. 2.1.3 Importações Portuguesas Em 2018, a Espanha (26,9%) e a Alemanha (20,1%) constituem as principais origens das importações portuguesas em MPB. A China, a Itália e a França com cerca de 10% cada são as fontes seguintes em fluxos de entrada.
F17 – Alemanha, Importações, Moldes para Plástico ou Borracha,%, 2008 – 18 Fonte: cálculos próprios - dados de ITC Trademap
2.2.2 Espanha
F13 – Portugal - Importações MPB, EUR milhões, 2008 – 18 Fonte: cálculos próprios - dados de ITC – Trademap; Nota: MPB – Moldes para Plástico ou Borracha
F14 – Portugal - Importações MPB, %, 2008 – 18
Fonte: cálculos próprios - dados de ITC – Trademap; Nota: MPB – Moldes para Plástico ou Borracha
2.2 MERCADOS DA ALEMANHA, ESPANHA E FRANÇA 2.2.1 Alemanha
Entre 2009 e 2018 (Figura 15) o mercado alemão de moldes para plástico ou borracha cresceu a uma taxa média anual composta de 4,4%. No mesmo período, as exportações cresceram 6,5% e as importações 5,6%. Contudo, evidencia uma redução do consumo aparente desde 2016 de 5,4%. Para os países exportadores para a Alemanha, esta redução é matizada por um crescimento (2017, +13,5%) e quase estagnação (2018, -1,5%) das importações. Os principais beneficiados do aumento das importações foram a China (EUR milhões 297, 24,7%, 2018) com um crescimento acentuado e a Itália (EUR milhões 268, 22,3%, 2018). Segue-se Portugal (EUR milhões 143, 11,9%), que multiplicou por 1,74 em euros correntes entre 2008 e 2018, mas mantem uma quota tendencialmente plana. A Suíça e, principalmente, a Áustria exibem uma redução de quota no período.
Entre 2009 e 2018 (Figura 18) o mercado espanhol de moldes para plástico ou borracha cresceu a uma taxa média anual composta de 5,4%. No mesmo período, as exportações cresceram 4,2% e as importações 7,1%. Contudo, evidencia uma redução do consumo aparente desde 2016 de 15,9%. Para os países exportadores para a Espanha, esta redução é matizada por um crescimento (2017, +5,8%) e uma redução, em 2018, de -5,5% das importações. Os principais beneficiados do aumento das importações foram Portugal (EUR milhões 101, 29%, 2018) e a China (EUR milhões 95, 27%, 2018) com um crescimento acentuado. Seguem-se a Alemanha, a Itália e a França com valores próximos de 10% em 2018. A quota máxima de Portugal teve lugar em 2013 com um valor de 40,5%.
F19 – Espanha, Importações, Moldes para Plástico ou Borracha, EUR milhões, 2008 – 18 Fonte: cálculos próprios - dados5 de ITC Trademap
F18 – Espanha, Mercado, Moldes para Plástico ou Borracha, EUR milhões, 2008 – 18 Fonte: cálculos próprios - dados de ITC Trademap
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F20 – Espanha, Importações, Moldes para Plástico ou Borracha,%, 2008 – 18
Fonte: cálculos próprios - dados de ITC Trademap
2.2.3 França Entre 2009 e 2018 (Figura 21) o mercado francês de moldes para plástico ou borracha apresenta dois períodos distintos: até 2013 existe um crescimento importante de 28,5%; no período seguinte assiste-se a uma redução de 33,4%. Estes desenvolvimentos são acompanhados no domínio da produção. As exportações e as importações apresentam evoluções pouco significativas desde 2012. Os principais beneficiados da evolução das importações foram a China (EUR milhões 110, 28,5%, 2018) e Portugal (EUR milhões 80, 20,8%, 2018). Seguem-se a Itália (12,9%), a Alemanha (11,2%) e a Polónia (4,5%) com valores próximos de 10% em 2018.
F21 – França, Mercado, Moldes para Plástico ou Borracha, EUR milhões, 2008 – 18 Fonte: cálculos próprios - dados de ITC Trademap
=
<
0
)
Portugal foi ultrapassado pela China em valor e em quota em 2018.
F22 – França, Importações, Moldes para Plástico ou Borracha, EUR milhões, 2008 – 18 Fonte: cálculos próprios - dados6 de ITC Trademap
F23 – França, Importações, Moldes para Plástico ou Borracha,%, 2008 – 1
Fonte: cálculos próprios - dados de ITC Trademap
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3. PERSPETIVAS PARA 2019
Espanha
Neste capítulo, segue-se a metodologia utilizada em anos anteriores com bons resultados. O resultado do ano é perspetivado a partir da informação mensal já existente, até ao mês de Maio, e dos dados históricos de anos anteriores. A avaliação inclui três instrumentos:
As exportações para a Espanha exibem um comportamento positivo, qualquer que seja o instrumento de análise. O valor acumulado nos primeiros cinco meses é superior ao ano de 2016 e, consequentemente, superior ao de 2018, embora inferior a 2017. Da mesma forma, a avaliação do valor acumulado nos últimos doze meses – Junho de 2018 a Maio de 2019 – é apenas inferior ao ano de 2016_17, exibindo valores superiores aos restantes períodos. Na comparação de meses homólogos, os últimos 12 meses exibem valores mistos, embora os últimos meses, a partir de Dezembro emerjam como superiores a 17_18 e também, em alguns meses, superiores a 16_17.
1. A análise do volume acumulado de exportações dos meses com dados existentes de 2019, de Janeiro a Maio, comparados com o valor acumulado dos anos anteriores; 2. A análise do volume acumulado dos 12 meses anteriores, isto é, de Junho de 2018 a Maio de 2019, quando comparado com períodos idênticos de anos anteriores; 3. A comparação de meses homólogos nos 12 meses prévios.
Perspectiva: com os dados atuais, 122% a 149% do valor de 2018.
3.1 PRINCIPAIS MERCADOS Alemanha As exportações para a Alemanha exibem um comportamento negativo, qualquer que seja o instrumento de análise. O valor acumulado nos primeiros cinco meses é inferior aos anos anteriores. Da mesma forma, a avaliação do valor acumulado nos últimos doze meses – Junho de 2018 a Maio de 2019 – é inferior a anos anteriores avaliados da mesma forma. Na comparação de meses homólogos, apenas Março de 2019 exibe um valor superior a Março de 2018. Todos os restantes meses exibem valores iguais ou inferiores. Perspectiva: com os dados atuais, 76% a 83% do valor de 2018. A confirmar-se, este valor seria semelhante ou ligeiramente inferior ao obtido em 2016.
F24 – Exportações Mensais Acumuladas, Moldes para Plástico ou Borracha, Início em Janeiro, EUR milhões, 2015 a 2019 Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat
F27 – Exportações Mensais Acumuladas, Moldes para Plástico ou Borracha, Início em Janeiro, EUR milhões, 2015 a 2019 Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat
F28 – Exportações Mensais Acumuladas, Moldes para Plástico ou Borracha, 12 Meses, EUR milhões, 2015 a 2019 Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat
F29 – Comparação Exportações Mensais, Moldes para Plástico ou Borracha, 12 Meses, Mês Homólogo, EUR milhões, 2015 a 2019
F25 – Exportações Mensais Acumuladas, Moldes para Plástico ou Borracha, 12 Meses, EUR milhões, 2015 a 2019
Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat
Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat
França As exportações para a França apresentam um comportamento neutro, com uma relativa ambiguidade de resultados, em qualquer das vertentes em análise. O valor acumulado nos primeiros cinco meses é igual ou ligeiramente superior ao do ano de 2018. Da mesma forma, a avaliação do valor acumulado nos últimos doze meses – Junho de 2018 a Maio de 2019 – é ligeiramente superior ao de 2017_18. Na comparação de meses homólogos, todos os últimos 12 meses exibem valores oscilantes. F26 – Comparação Exportações Mensais, Moldes para Plástico ou Borracha, 12 Meses, Mês Homólogo, EUR milhões, 2015 a 2019 Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat
Perspectiva: com os dados atuais, 1% a 7% superior ao valor de 2018.
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F30 – Exportações Mensais Acumuladas, Moldes para Plástico ou Borracha, Início em Janeiro, EUR milhões, 2015 a 2019 Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat
F31 – Exportações Mensais Acumuladas, Moldes para Plástico ou Borracha, 12 Meses, EUR milhões, 2015 a 2019 Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat
F32 – Comparação Exportações Mensais, Moldes para Plástico ou Borracha, 12 Meses, Mês Homólogo, EUR milhões, 2015 a 2019 Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat
Uma avaliação em conjunto dos três principais mercados permite uma caracterização agregada. Enquanto a redução da procura por importações portuguesas na Alemanha está em linha com a contração do mercado e das importações (Figura 15), a evolução das compras espanholas confirma a tendência de crescimento das importações dos últimos anos, apesar da redução de mercado e substituindo a produção doméstica (Figura 18). A neutralidade da evolução das importações francesas está de acordo com a tendência de manutenção das importações em valor, apesar da redução do mercado e da produção doméstica (Figura 21). A confirmarem-se estas expectativas, os três mercados em conjunto poderão evoluir no final de 2019 para um valor entre os 90% e os 107% do correspondente montante de 2018.
F33 – Avaliação em Conjunto dos Três Principais Mercados, EUR milhões, 2008-2019 Fonte: cálculos próprios
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3.2 MERCADOS DO LESTE EUROPEU Europa do Leste República Checa, Polónia, Eslováquia, Hungria, Roménia A análise conjunta das exportações para este grupo de países tem em conta que a maioria das encomendas é dirigida à indústria automóvel e de as indústrias destes países fazerem parte dos sistemas produtivos automóveis europeus. No conjunto, as análises apresentam valores semelhantes ou ligeiramente superiores aos de 2018, embora com valores inferiores a 2017.
com a perspectiva de terminar 2019 com valores 54% a 77% dos valores de 2018. Por outro lado, a perspectiva para o México é difícil de estabelecer. Se a perspectiva a 12 meses é negativa (52% do valor de 2018), a realidade de curto prazo – Janeiro a Abril é a oposta com um aumento (167%) do volume do ano de 2018. Deste modo, a avaliação dos resultados finais para 2019 fica dependente das exportações para o México. Perspectiva conjunta: com os dados atuais, cerca de 66% do valor de 2018.
Contudo, existem evoluções diferentes. Enquanto a República Checa e a Eslováquia poderão finalizar o ano em linha com os valores de 2018, a Polónia apresenta uma evolução significativa, com valores próximos de 135% dos de 2018. A Roménia (-80%) e, em particular, a Hungria (-50%) apresentam valores inferiores. Perspectiva conjunta: com os dados atuais, entre 101% e 107% do valor de 2018. F37 – Exportações Mensais Acumuladas, Moldes para Plástico ou Borracha, Início em Janeiro, EUR milhões, 2014 a 2018 Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat
F34 – Exportações Mensais Acumuladas, Moldes para Plástico ou Borracha, Início em Janeiro, EUR milhões, 2015 a 2019 Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat
F38 – Exportações Mensais Acumuladas, Moldes para Plástico ou Borracha, 12 Meses, EUR milhões, 2015 a 2018 Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat
F35 – Exportações Mensais Acumuladas, Moldes para Plástico ou Borracha, 12 Meses, EUR milhões, 2015 a 2018 Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat
F39 – Comparação Exportações Mensais, Moldes para Plástico ou Borracha, 12 Meses, Mês Homólogo, EUR milhões, 2015 a 2018 Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat
3.4 OUTROS MERCADOS F36 – Comparação Exportações Mensais, Moldes para Plástico ou Borracha, 12 Meses, Mês Homólogo, EUR milhões, 2015 a 2018 Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat
3.3 MERCADOS DA AMÉRICA DO NORTE América do Norte EUA, México e Canadá A análise conjunta das exportações para este grupo de países tem em conta a integração industrial existente. Contudo, as exportações portuguesas para o Canadá são marginais. No conjunto, as análises apresentam um decrescimento relativamente a 2018 em todos os instrumentos de análise. Contudo, existem evoluções diferentes. Por um lado, as exportações para os EUA apresentam uma dinâmica decrescente em todas as análises,
Para completar a lista dos países apresentada, falta o Reino Unido e o conjunto representado pelo Resto do Mundo. O Reino Unido (gráficos não apresentados) apresenta em todas as análises uma perspetiva de crescimento efetivo para um valor de 118% a 154% do correspondente valor de 2018. A avaliação conjunta do Resto do Mundo exibe indicadores em linha com 2018. 4. CONCLUSÕES Será necessário recuar até 2008 para encontrar níveis de incerteza da mesma intensidade. Embora de natureza diferente, como explicado na introdução, o ano de 2020 apresenta-se impossível de definir, apenas viabilizando a discussão de hipóteses: não só o conjunto potencialmente interligado de recessão ou abrandamento significativo da atividade económica, da guerra comercial e Brexit introduz esta dimensão, como também a tipologia e o desenho das respostas são uma incógnita atual.
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ser implementados vão ser decisivos no impacto sobre a indústria portuguesa, em particular se existir uma componente direcionada à indústria automóvel. Neste caso, será com elevada probabilidade associada aos processos de transformação em curso.
F40 – Perspetiva Integrada de Evolução para 2019, EUR milhões, 20082019 Fonte: cálculos próprios
Com os dados atuais, a Figura 40 apresenta os resultados agregados das avaliações individuais realizadas. No primeiro caso, o limite superior poderá apresentar um ganho de 7%. Na segunda situação, o limite inferior representa cerca de 96% do valor final de 2018. Esta avaliação não inclui a componente doméstica das transações.
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O sector português tem demostrado formas de resiliência, em particular substituindo produções domésticas por via de importações mesmo em mercados em contração. Em 2018, pela primeira vez do ponto vista estatístico, o mercado doméstico foi o primeiro destino isolado da produção.
1 - Freund, Ferrantino, Maliszewaska e Ruta (2018), Impacts on Global Trade and Income of Current Trade Disputes, Marcoeconomics, Trade & Investment, World Bank Group.
A confirmar-se, a recessão na Alemanha poderá ter consequências diretas e indiretas, por via da crescente interdependência. A dimensão e o desenho dos estímulos que eventualmente venham a
4; 5; 6 - As importações obtidas em espelho, isto é, a partir das exportações declaradas por todos os países de origem, face aos erros grosseiros dos valores directos.
2 - A Destatis (agência oficial) anunciou que a economia alemã contraiu 0,1% no período de abril a junho (trimestre a trimestre) 3 - The Office of the U.S. Trade Representative (USTR)
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O PODER DA VISÃO Vítor Ferreira*
*Dom Dinis Business School
Em Gestão a palavra Visão tem um significado muito particular. Antes de mais ela representa a capacidade conceptual da gestão de topo para antecipar o futuro e a forma como este futuro interage com a organização. Esta capacidade é provavelmente uma das mais ilusivas entre aquelas que os gestores devem possuir – técnicas, relacionais e conceptuais (visão de futuro). As técnicas são adquiridas em formação tradicional – ler um balanço, fazer análise financeira, estruturar planeamento fiscal, desenhar um Balance Scorecard, etc. Curiosamente estas são as capacidades mais simples de adquirir. As relacionais prendem-se com a capacidade de motivar, liderar, trabalhar em equipa, etc. Estas são um pouco mais difíceis de obter, já que necessitam de formação comportamental/ prática e não de formação tradicional. Finalmente, “adquirir” visão ou capacidades conceptuais é particularmente complexo, já que não decorre da simples formação, mas de uma leitura do mundo. A história dá-nos conta de muitas frases e circunstâncias que traduzem a falta de visão – é famosa a frase do CEO da IBM no final dos anos 50, em que este acreditava que o mercado mundial de computadores era de 5 por ano ou a incapacidade dos CEOs da Kodak em ver o potencial da fotografia digital que havia sido inventada pelos seus investigadores. Por outro lado, existem gestores que não criaram produtos geniais mas souberam antecipar o futuro. Um bom exemplo seria Bill Gates e a Microsoft – o primeiro produto da empresa (MSDos) era um razoável sistema operativo “copiado” de um produto original, chamado CP/M. Mas para Bill Gates era claro que o micro-computador teria um papel fundamental no mundo moderno e estaria presente em todos os lares e postos de trabalho, tendo uma grande vantagem sobre os mainframes - era flexível. Da mesma forma Steve Jobs sabia que um computador podia ser outra coisa qualquer que não um “mono” numa secretária, desde uma peça estética até um agente pessoal no bolso de cada pessoa. Esta capacidade de antever o futuro distingue muitos gestores e empresários. No caso da indústria de moldes são inúmeros os exemplos de empresários que anteciparam o futuro, foram capazes de criar empresas para servir necessidades que ainda não eram visíveis ao comum dos mortais (diga-se que muitas vezes os nossos empresários possuem visão e serão as competências mais técnicas que se encontram em falta). No passado, antecipar o futuro, poderia meramente resultar de uma viagem ao estrangeiro (tal era o atraso do país). Salvador Caetano terá feito isso no caso do seu negócio, mas também Belmiro de Azevedo quando decidiu apostar na grande distribuição copiando o modelo francês. Hoje em dia, este tipo de “estratégia” dificilmente poderá resultar porque a maioria dos negócios é global. Mas em gestão Visão também significa o propósito que a empresa pretende atingir no futuro. Ela está intimamente ligada ao conceito de missão (que define o negócio da empresa). Ambas devem ser escritas, partilhadas, baseadas na história e nas competências da empresa. Muitas vezes, estas duas declarações são negligenciadas e vistas como meras obrigações do sistema de gestão da qualidade ou artifícios de relações públicas para comunicar uma qualquer
imagem da empresa. É talvez por isso que nos sites das empresas encontramos muitas vezes frases genéricas sem qualquer conteúdo ou aplicabilidade prática. Na verdade, a missão deve delimitar o negócio da organização e a visão deve ser a base da estratégia e isso fará toda a diferença. Uma empresa pode definir a sua missão como produzir calças e a visão como ser o maior produtor de calças de Portugal – claramente está definido o negócio (produção de vestuário) e o que a empresa quer ser - líder na produção. Por outro lado, outra empresa pode definir que o seu negócio é moda e quer ser top 4 do mercado juvenil em Portugal (ou outro espaço) – esta definição coloca ênfase no marketing e design e estabelece um caminho para uma posição de mercado (a visão deve ser sempre ambiciosa, mas realista – para motivar e envolver os colaboradores e não desperdiçar recursos). Comparemos duas empresas da área petroquímica – a visão da Galp Energia era, até há alguns anos, ser a líder do mercado ibérico de energia. Ora, esta frase coloca a empresa na produção, refinação, distribuição de combustíveis, mas também de gás ou de eletricidade – em Portugal e em Espanha. É muito ambiciosa (os players são enormes no mercado ibérico), mas exequível no médio/longo prazo de 5 a 10 anos (a visão deve ser flexível para se ajustar à evolução do negócio no longo-prazo). Se refletirmos, esta pequena frase engloba tudo aquilo que a empresa fez nos últimos anos. Por outro lado, uma das maiores empresas de petróleo do mundo, Exxon Mobile, diz que a sua visão é ser a maior empresa de petroquímica do mundo dando excecional retorno aos acionistas. É realista, ambiciosa, baseada no negócio da empresa. A empresa não diz que está no mercado de energia (não tem de ter divisões de geradores eólicos ou barragens ou outros tipos de produção de energia mais limpa), ela basicamente afirma que quer ser a maior empresa do mundo a gerar cash-flow a partir de hidrocarbonetos – isto está escrito e definido e todas as ações da empresa estão dependentes disto. A maioria das PMEs portuguesas e das empresas de moldes falha em definir o seu negócio (somos uma empresa de moldes ou de engenharia que fornece soluções?), em definir uma visão acionável, ou seja, que possa ser transformada em objetivos quantitativos (ser líder do mercado, top 5, ser líder de vendas, ser o maior produtor regional ou de um segmento, etc.) e ambiciosos (talvez por isso não tenha havido até hoje consolidação e crescimento de grandes grupos de moldes, salvo raras exceções). Se estas declarações forem partilhadas, a maioria dos colaboradores vai perceber o papel que tem na empresa, o que a empresa está a tentar fazer e poderse-á sentir mais motivado (por exemplo, a Space X de Elon Musk conseguiu durante anos atrair engenheiros aeroespaciais ultraqualificados com salários inferiores a outras organizações, pelo simples facto destes acreditarem na sua visão de colocar o homem em Marte). A visão e a missão são os primeiros blocos-chave da estratégia e fornecem parte das respostas às duas primeiras perguntas essenciais – onde competir e como competir? O facto desta visão ser vista como uma trivialidade tem prejudicado toda a construção das estratégias das empresas nacionais.
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SHOTS INSPIRACIONAIS E A DITADURA DO URGENTE Artur Ferraz*
*International Business Consultants (IBC)
“Rápido”, “agora”, “já”, são algumas das palavras mais ouvidas nas nossas organizações, mas também na nossa roda de amigos e conhecidos. As redes comunicacionais colocam-nos a uma distância instantânea de qualquer pessoa com a qual estejamos ligados, mesmo que não a conheçamos pessoalmente. A sensação de rapidez é fundamental, quando alguém envia uma mensagem, por qualquer um dos muitos sistemas, espera uma resposta rápida e, de preferência, com total disponibilidade. Estas tecnologias de comunicação colocam o nosso pobre cérebro num stress permanente, pois não tencionamos “falhar” para com as pessoas com que interagimos diariamente. Sem quase nos darmos conta vivemos a uma velocidade vertiginosa, mesmo sem sair do mesmo sítio. Os nossos pensamentos antecedem, em muito, as nossas ações e provocam tensões que, na realidade, não chegam a ser verbalizados. Esta realidade carece de análise, embora nunca chegue a ser partilhada de forma efetiva. Muitas vezes, no processo de comunicação, deixamos sinais ou ideias que esperamos que os outros entendam. Para nós, emissores, são simples, pois fazem parte do nosso universo de conhecimento. Porém, os recetores, que estão fora do nosso universo de conhecimento, não podem entender esses sinais ou ideias com igual intensidade e conteúdo. Este processo de incongruência da comunicação tem, muitas vezes o efeito contrário ao desejado, originando ainda mais entropia num processo de comunicação já viciado à partida, gerando efeitos ampliados quando e sempre que tais práticas comunicacionais são levadas para o dia a dia das nossas organizações. Na realidade são pessoas com universos de conhecimento diferentes que têm de interagir dentro ou entre organizações, sempre a um ritmo muito acelerado e focado no momento. Percebendo-se facilmente que as organizações têm de encontrar soluções para as questões que este fenómeno gera. Em época de especial e aconselhável redução coerente de custos, o poder das folhas de cálculo pode retirar coerência ao exercício e ditar apostas em soluções de curta duração, de formação rápida e pontual, com sedutora obtenção de resultados no curto prazo. Iludimo-nos, desta forma, ao pensar que estamos a colmatar um problema de fundo, com soluções de baixo impacto organizacional.
Os resultados destas ações são tendencialmente bem acolhidos no imediato, pois as pessoas gostam de participar em ações onde se sentem valorizadas e o grupo desenvolve atividades que promovem a sua integração e conhecimento mútuo. Sem dúvida, que estas atividades de “team bonding” tendem a beneficiar a cooperação entre indivíduos e, em contexto profissional, potenciam os projetos que têm de ser realizados em equipa. No entanto, a ausência de continuidade, de follow up das equipas e até de objetivos de longo-prazo faz, normalmente, com que após a euforia do acontecimento se instale um ambiente de apatia que não se explica facilmente. O desenvolvimento das pessoas dentro das organizações é um processo contínuo, intimamente ligado às suas funções, aos seus objetivos e, principalmente, ligado aos objetivos estratégicos. Assim, a formação não pode ser nem generalizada nem sujeita a ofertas de modelos padrão, estilo “injeção”, em vez de ser pensada e planeada em função das realidades que configuram cada organização, ficando claro que não será benéfico para as empresas a realização de ações isoladas, sem continuidade ou sem estarem integradas num plano integrado. Neste sentido, será importante que os decisores possam refletir e clarificar os objetivos estratégicos das suas organizações – áreas funcionais – equipas – pessoas e, a partir daí seja desenhado um plano para alcançar tais metas. Este plano passará, certamente, por alinhar pessoas e as suas competências, com o que a empresa pretende alcançar a curto / médio e longo-prazo. E, naturalmente, neste planeamento poderão estar contempladas micro ações de reforço motivacional, de alinhamento de equipas, de clarificação de papeis, de otimização da comunicação intra e/ou inter equipa ou outras, desde que, que acompanhadas de um trabalho integrado de acompanhamento e gestão da mudança. Nesta época em que começam a ser óbvias as principais implicações sociais e políticas das tecnologias que se apresentam no nosso horizonte, o investimento no desenvolvimento das pessoas nas nossas organizações é demasiado importante para estar nas mãos de shots inspiracionais e da ditadura do urgente.
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REFLEXÕES
João Faustino*
*Presidente da CEFAMOL
CAUTELA “Cautela” é uma expressão usada na linguagem comum, conotada com cuidado, precaução, prudência ou atenção, cujo significado ou mensagem inerente está relacionado com comportamentos a tomar de forma a evitar perigos ou consequências nefastas. É normal neste conjunto de expressões, estar subjacente a sensatez e a ponderação colocada nos atos, de forma a tornar as ações mais concisas, evitando descuidos ou negligências. Na nossa vida pessoal e profissional, face às adversidades de um mundo moderno e instável, todos temos de colocar a “cautela” nos nossos atos ou rotinas diárias. O mesmo se verifica nas empresas como um todo, mas em empregadores e empregados de forma particular. O mundo dos negócios e atividades inerentes tem tido progressos extraordinários nas áreas de fabrico. No entanto, o mesmo está repleto de incertezas que obrigam, consecutivamente, a esforços extra, para estarmos protegidos das vicissitudes da revolução tecnológica em marcha, das novas tendências internacionais ou aA Indústria de Moldes tem feito um caminho notável de adaptação e evolução das empresas, assim como na atividade que as mesmas aportam ao mercado. Esta capacidade, reconhecida por todos os stakeholders, associada à vontade de fazer “coisas”, inventar novas formas de trabalhar e crescer, colocou-nos num patamar internacional relevante. No entanto, com novos desafios diários para fazermos mais, mais barato e melhor, a par com a obrigatoriedade de mantermos o rumo, sob pena de ficarmos excluídos, impõe-se a devida cautela em todos os atos de gestão, coordenação e fabrico. A digitalização da indústria, do comércio e dos novos paradigmas da sobrevivência impõem uma maior competitividade e processos mais eficazes que, se não forem feitos de forma conclusiva, podemos vir a ser catalogados de negligentes face às mudanças em curso e às que se aproximam. Todos temos consciência de que algo está a mudar e vai continuar a mudar, com o desassossego impróprio que procura soluções rápidas para melhorar a eficiência, a produtividade e a redução do desperdício.
Nós, na Indústria de Moldes já tomamos consciência da importância da “cautela” que devemos colocar no momento das mudanças, por vezes radicais. Não é possível passar de oito para oitenta de um dia para o outro, mas o tempo urge e descuidos não serão permitidos. A otimização das operações com base nas novas tecnologias, alicerçadas na melhoria dos comportamentos, são atos contínuos, versáteis e dinâmicos com objetivos claros de transformação. Assim, os padrões comuns vigentes implicam reestruturações acertadas com a envolvência de todos, nos domínios da standardização, inovação e reforço das competências dos recursos humanos. Muito já foi feito, mas muito mais estará por fazer pela sobrevivência das empresas, estas, numa viagem sem retorno, têm de ser assertivas nas mudanças para colmatar lacunas e deficiências porventura existentes na organização. As empresas terão que ter a sabedoria de executar, com “cautela”, os necessários investimentos que devem alavancar as mudanças obrigatórias para se ajustar às necessidades dos mercados, mas, também tem de ter a sabedoria de medir o seu nível de acautelamento, sob pena de estagnarem e ficarem parados no tempo. Todos temos consciência de que mudanças provocam destabilização, no entanto, e por vezes, as mesmas são necessárias para eliminar costumes enraizados não consonantes com a necessidade da modernização tecnológica. Um aumento do conhecimento transversal, que faça frente aos constrangimentos existentes, deve ser encarado como uma oportunidade e uma mais-valia desejável para mitigar os riscos do negócio. “Cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém”, no entanto, doses de otimismo aportam sempre ganhos e mais-valias. Para isso, é desejável um ambiente económico mais favorável que permita fazer as mudanças como uma oportunidade inquestionável, tendo sempre a “cautela” como fator de ponderação.
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REFLEXÕES
João Faustino*
*Presidente da CEFAMOL
PRESSA, DEPRESSA… Neste mundo revolto de contradições, pressa e depressa são temas basilares para se conseguirem resultados, objetivos ou indicadores, no entanto, quando aplicados em demasia podem ter associados efeitos contraproducentes.
mercados exigem. Perante este cenário, se não houver pressa de agirmos depressa, não será possível atingir objetivos, nas áreas qualitativas e económicas indispensáveis ao progresso e ao desenvolvimento.
Podemos encarar a pressa e depressa como algo positivo, quando falamos em otimização do processo produtivo ou outro relacionado com aumento de produtividade, mas, temos também de considerar que o “ótimo é inimigo do bom” e, facilmente, o sentido figurado de depressa pode passar a um sentido real de depressão. Esta combinação (não desejável) consequente da dinâmica do mundo moderno, tende a aumentar, quando metas não são cumpridas ou, pura e simplesmente, ficam aquém do desejável.
A inconstância dos mercados, dos seus constrangimentos económicos e das incertezas geopolíticas, a par das dúvidas sobre a mobilidade automóvel, faz com que, atualmente, pressa e depressa sejam atos de referência dentro das organizações. A Indústria de Moldes vive diariamente com as pressas impostas pelos clientes. Estas tendem muitas vezes a ultrapassar os limites admissíveis, originando o fenómeno associado à pressa, chamado pressão. Menos ciclo, menos peso, menos tempo, mais barato, são algumas das caraterísticas impostas diariamente nos RFQ (request for quotation) dos clientes às empresas.
Pegando no velho ditado: “Depressa e bem há pouco quem”, não estaremos distantes de imaginar que teremos pela frente vários problemas que necessitam de engenho e arte para serem resolvidos com as “pinças” adequadas, de modo a não interferir com normas vigentes, não colocando sistemas da garantia da qualidade em causa e prosseguir com as metodologias necessárias para o grande objetivo que são os zero defeitos. Todos temos consciência de que a vida passa depressa. Sim, depressa e à pressa. Não existem dúvidas de que vivemos num mundo cada vez mais veloz, cheio de incógnitas, onde o espaço para a reflexão fica mais curto. Nas sociedades modernas tudo passa muito rápido, havendo pouco tempo para a tomada de decisões concertadas e objetivas em função das necessidades do momento. É neste mundo volátil que a Indústria de Moldes e o Cluster Engineering & Tooling operam. Também percebemos que não somos os únicos a viver com a virtualidade e realidade da pressa, para podermos sobreviver em mercados cada vez mais orientados para o time to market. Este processo, extensível a empresas que exercem atividades similares, faz com que tenhamos de assumir tais pressupostos, sob pena de não sermos contemplados para integrar a cadeia de processo. A gestão e a organização de novos conceitos têm acoplados um vasto conjunto de atividades relacionadas com a nossa área de trabalho. As empresas estão obrigadas a apresentar soluções eficientes e inovadoras, dentro dos prazos definidos e inflexíveis que os
Associados aos RFQ, somos confrontados com cadernos de encargos desajustados a quem quer fazer bem feito e pelo justo valor. A pressão de fazer depressa alinha-se em todas as frentes, conjugada com a inevitabilidade da maximização das forças e da redução de custos. Pressa e depressa são realidades com uma verdade comum, “O tempo passa depressa demais”. Somos diariamente abordados para agir com pressa e depressa a um sem número de solicitações. Esta pressão diária, obriga-nos a agir e interagir rapidamente para a captação de encomendas, onde os preços proibitivos convivem com a pressão de as fazer. A sequência e a lógica destes temas, associada à responsabilidade de termos de fazer bem à primeira, impõe-nos medidas rigorosas no apuramento e controlo dos custos. O mundo onde estamos, pela pressa e pressão imposta, não admite fazer por tentativas, os excessos de erros, desperdícios, defeitos e, não menos importante, a inflexibilidade. A pressa de nos ajustarmos aos novos paradigmas com a vontade e envolvência de todos, são cruciais para nos afirmarmos no patamar de desenvolvimento desejado. Sim, porque não temos outra alternativa que não seja a de agir com pressa e depressa, sob pena de perdermos competitividade perante os que andam com pressa, mas mais depressa do que nós.
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aNo 30 10.2019 Nº 123
aNo 30 10.2019 Nº 123 €4,50
O MOLDE DO FUTURO: AS OPORTUNIDADES NO CONTEXTO DA INDÚSTRIA 4.0
SOLUÇÃO HÍBRIDA INTEGRADA DE ELEVADO NÍVEL CRIPTOGRÁFICO PARA AUTENTICAÇÃO DE PRODUTOS
ENTREVISTA AO EMBAIXADOR DE MARROCOS EM PORTUGAL