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DIGITALIZAÇÃO APLICADA AOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO

ADOÇÃO DE TECNOLOGIAS ASSEGURA GANHOS DE PRODUTIVIDADE

A digitalização veio trazer à produção maior rapidez nas decisões, menos erros e custos. Ou seja: ganhos de produtividade. Se uma grande maioria situa nos anos 80 a origem dessa digitalização na indústria de moldes, o certo é que, hoje em dia, seria impensável sustentar um sistema de produção sem a tecnologia. Esta tem evoluído rapidamente. E há empresas que deram passos importantes nos últimos anos e estão já a dar cartas, com a introdução de Inteligência Artificial na gestão da sua produção. Edilásio, DRT e MDA partilham a sua experiência.

António Pina – EDILÁSIO CARREIRA DA SILVA

“A Edilásio Carreira da Silva foi a primeira empresa independentes no mundo que no ano de 1983, introduziu a digitalização na produção, com a aquisição de um sistema de CAD/CAM. Foi a primeira empresa, a nível mundial, a ter um sistema destes integrado na indústria de moldes. Conjuntamente com a aquisição desse sistema, adquiriu dois centros de maquinação. Na altura, a maquinação na indústria de moldes era ainda toda convencional”. António Pina resume, desta forma, o percurso da Edilásio na digitalização aplicada à produção. No seu entender, a empresa foi “pioneira a nível mundial neste processo”.

O processo começou, então, na década de 80 e tem sido melhorado até à atualidade. “Fomos crescendo até agora. Desde o gerar de informação em termos do projeto, passando para a criação de programas de maquinação e até para a própria maquinação. Tudo isso é feito com base num sistema digital”, relata, sublinhando que, hoje em dia, na empresa “já não temos um único papel na produção: toda a informação, até nos poucos equipamentos convencionais de que ainda dispomos, é transmitida na forma digital. Mas para além desta, temos também a digitalização do processo produtivo”. E exemplifica. “Tirando um ou dois postos de trabalho, toda a maquinação está baseada numa plataforma em que tudo é maquinado através de programas CAM, a nível de CNC, eletroerosão e alguma retificação. Tudo é feito com base em sistemas digitais”.

A forma como este processo de digitalização tem sido desenvolvido leva António Pina a fazer uma comparação com a construção de uma casa. “Tem de ser gradualmente. Temos de ter os alicerces e temos de ter todo o processo adequado”, considera, frisando que “não é só investir em equipamentos. Isso é o mais fácil, desde que haja dinheiro. Se não tivermos por detrás todo o know-how e todo o processo estruturado e meios robustos de projeto e produção para adaptar à parte da digitalização, tudo desmorona”, afirma. Competitividade

E, afinal, digitalizar para quê? O que ganham as empresas com esse processo? António Pina esclarece que, desde logo, as empresas aumentam a sua competitividade. “Os processos e tudo o que lhes está associado permite-nos produzir de uma forma muito mais rápida e com menores custos do que fazíamos pelos processos tradicionais”, explica. E ressalva que neste processo de mudança para o digital, o objetivo não é a redução do número de pessoas na empresa. Pelo contrário. “Temos, até, aumentado o número de colaboradores na empresa”, assegura, adiantando que aquilo que se pretende é “aumentar as taxas de trabalho”. Ou seja, tentar chegar “o mais próximo possível das 24h00 de utilização dos equipamentos, aumentando o número de horas de ocupação dos mesmos”.

A empresa tem vindo a construir todo o seu sistema de forma a conseguir alcançar esse patamar. “É um processo de melhoria contínua”, explica, sublinhando que o objetivo “é ir aumentando sempre. No ano de 2019 tivemos uma taxa média de ocupação dos equipamentos de 130 horas, queremos, este ano, alcançar entre as 135 horas a 140 horas”.

E esse caminho tem de ser construído passo a passo, “não apenas com os equipamentos, mas também com alterações de processos”. Estes, diz, “têm de ser cada vez mais automáticos, de forma a permitirem reduzir o tempo de ‘setup’ das peças nas máquinas”. Para além disso, esta passagem para o digital tem também a grande vantagem de “poder reduzir a possibilidade de erro”, adianta.

“Tudo isto se resume a um conjunto de tarefas que fazemos e que têm de estar todas interligadas para que se atinja um objetivo e uma melhoria. E nós temos vindo a melhorar de ano para ano, com base em toda essa evolução”, explica.

NÃO SABEMOS COMO AS COISAS VÃO EVOLUIR DAQUI PARA A FRENTE, COM ESTA ´TERCEIRA GUERRA MUNDIAL’ CUJO FINAL NÃO SABEMOS QUANDO, NEM COMO SERÁ. NO ENTANTO, ESTAMOS INSERIDOS NUMA ECONOMIA GLOBAL E PENSO QUE AS “COISAS” NÃO ANDARÃO PARA TRÁS.

Formar pessoas, criar métodos

A passagem para o digital, reforça António Pina, é um caminho que tem de estar definido de forma a alcançar, com sucesso, o destino. Para isso, é preciso uma estratégia. “Definido o objetivo, é preciso traçar uma linha temporal, ao longo da qual vamos atingindo os vários patamares. Em primeiro lugar, começámos por formar pessoas e criar métodos e processos de fabrico para serem robustos. Depois, avançámos para a aquisição de equipamentos. Agora que já temos equipamentos, estamos a investir em processos de melhoria”, conta, frisando que “isto significa que estamos permanentemente a investir em novas ferramentas, softwares e equipamentos de apoio. É um processo evolutivo. E vamos assim cumprindo os objetivos definidos ao longo dos diferentes anos”.

No fundo, tudo se resume a uma definição clara do que se pretende alcançar. “Todos os passos, todas as decisões, tudo tem de estar enquadrado. Não pode ser feito com medidas avulso, têm de estar perfeitamente interligadas”, adverte, considerando que só desta forma as empresas conseguirão “atingir melhores resultados e servir melhor os clientes”. Porque, no final, reforça, “toda a nossa ação se resume a isso mesmo: dar as melhores respostas aos nossos clientes. Para isso, temos de ser competitivos no mercado, temos de ir ao encontro das necessidades dos clientes e continuar a ganhar dinheiro para ir investindo e melhorando o nosso processo produtivo”.

Num momento em que o mundo enfrenta um dos seus maiores desafios, com as alterações provocadas pela pandemia de Covid, o responsável lembra a grande indefinição que caracteriza todas as atividades e a economia mundial. “Não sabemos como as coisas vão evoluir daqui para a frente, com esta ´terceira guerra mundial’ cujo final não sabemos quando, nem como será. No entanto, estamos inseridos numa economia global e penso que as “coisas” não andarão para trás. Vão seguir em frente. Esta fase vai ser uma fase de seleção a nível dos negócios. Quem não estiver agora minimamente preparado – com estrutura, bases, know-how, métodos e processos robustos – e não conseguir manter-se neste ritmo, dificilmente conseguirá aguentar”, considera.

“Cada vez mais, o grau de exigências bem como os novos desafios apresentados serão maiores. E nós temos de estar preparados para eles, seja em termos de normas, tolerâncias bem como novos produtos e processos inovadores e mais desafiantes. Quem não estiver nesse caminho vai ter muitas dificuldades em sobreviver”, conclui.

MDA: Ganhar produtividade com decisões baseadas no ‘real’

“A nova Revolução Industrial”. É desta forma que José Velhas, da MDA (Grupo Simoldes) vê o processo de digitalização na indústria. “O conceito de digitalização na indústria dos moldes e noutros ramos de fabrico unitário tem muito a ver com a informação que conseguimos obter em tempo real. Não tanto com decisões automatizadas por equipamentos de inteligência artificial”, defende, considerando que “este segundo conceito é muito mais amplo e, de momento, aplicável nas indústrias de produção em série”.

No entanto, adverte que “o nosso processo atual exige flexibilidade e personalização do produto”, logo “o nosso ganho está em gerar informação em tempo real, em recebê-la tratada e de forma que nos permita e agilize o processo de decisão”. Porque, sustenta José Velhas, “com decisões mais rápidas, mais assertivas e mais baseadas no real e menos no ‘penso que’, conseguimos ganhos de produtividade sem elevar custos e sem perdas de qualidade”.

Todos os dias a indústria agrega mais e mais processos digitalizados e altamente eficientes, lembra, considerando que estes “têm de ser comandados por uma mão-de-obra qualificada e que pode pensar o seu dia-a-dia e rotina de trabalho de maneira muito mais estratégica”.

E nesta questão, a digitalização pode ser aplicada com sucesso em praticamente todos os sistemas, defende. “Começando por uma menos óbvia, mas de uma importância extrema: a área da manutenção dos nossos equipamentos. Onde ganhamos dinheiro? A fazer manutenção curativa que nos pára as máquinas nas horas e dias mais inconvenientes e sem sabermos por quanto tempo? Ou na manutenção preventiva, que é uma evolução, mas que me faz parar equipamentos para ver se, hipoteticamente, aquele componente está em fim de vida. Ou ainda na manutenção preditiva, com recurso à recolha de dados, criação de histórico e com algoritmos de predição que nos permitem saber que vamos parar um equipamento antes deste avariar e para substituir algo que pode ficar danificado hoje, amanhã ou daqui a três dias mas que definitivamente está no fim de vida”, defende.

José Velhas – MDA (GRUPO SIMOLDES)

E acrescenta um outro exemplo, na área de fresagem. “Aqui tudo muda. Os vários softwares de CAD, CAM, simulações, comunicam entre si. Podemos comunicar com sistemas de ‘Gestão de Ferramentas’. Podemos comunicar com ‘ERP’. Podemos ter softwares ‘MÊS’. Podemos possuir em ‘real time’ dados do estado dos nossos equipamentos, mas que deixaram de passar unicamente pela dualidade ‘Parado/A operar’. Deixou de ser suficiente saber que a máquina está a trabalhar. Está a trabalhar bem? Com aquela máquina, aquele percurso de ferramenta, com o nível de acabamento superficial que queremos, com as tolerâncias exigidas na zona a maquinar, estamos a tirar todo o rendimento?”, exemplifica, considerando ter enumerado “diversas variáveis e todas elas com impacto elevadíssimo no desempenho do nosso processo”. Ora, questiona: “quem pode tratar disto se não tivermos algo que recolha, analise, gere dados fidedignos e que permita a cada um de nós decidir o caminho a tomar”.

O NOSSO PROCESSO ATUAL EXIGE FLEXIBILIDADE E PERSONALIZAÇÃO DO PRODUTO”, LOGO “O NOSSO GANHO ESTÁ EM GERAR INFORMAÇÃO EM TEMPO REAL, EM RECEBÊ-LA TRATADA E DE FORMA QUE NOS PERMITA E AGILIZE O PROCESSO DE DECISÃO

Inovação e futuro

José Velhas não tem dúvidas de que as empresas que perderem este ‘comboio’ da digitalização correm o risco de ficar pelo caminho. “Essa adaptação que é exigida à indústria será um fator diferenciador, num futuro próximo. Os que se adaptarem e inovarem terão um futuro. Os restantes não conseguirão ser competitivos e dar resposta positiva às novas exigências do mercado”, afirma.

E reforça, lembrando que “cada vez mais, os nossos clientes compram um ‘serviço’ do qual o molde é simplesmente uma parte do pacote. Uma parte importante, mas que não vai para além disso. Tudo o que até hoje consideramos secundário e que usávamos para superar as expectativas dos clientes, deixará de o ser. Grande parte desses serviços passam por processos de digitalização”.

Aludindo à “fase bem complicada” pela qual passam as empresas, como resultado da pandemia de coronavírus, interroga-se sobre o que seria das empresas de moldes se não estivessem preparadas para continuar a fornecer os seus serviços aos clientes. E deixa uma série de questões: “Será que já alguém andava a fazer ensaios com transmissão via web? Será que alguém usava plataformas digitais de comunicação com a frequências com que o estamos a fazer? Seria o teletrabalho uma prática comum como está a ser? E a derradeira questão: como é que todos estes processos funcionariam sem digitalização”?

De uma forma sucinta, no seu entender, o grande benefício do processo produtivo com a digitalização é permitir “a comunicação entre os vários sistemas”. Que podem, assim, “falar entre si e, com estas aplicações, os dados criados podem ser cruzados”. E isto permite tomar uma decisão mais sustentada. “O nosso ramo é complexo e uma decisão baseada num único facto, a maior parte das vezes, revela-se errada. Uma decisão baseada em dezenas de factos pode ser muito complexa e, por esse motivo, nunca ser tomada. Costuma dizer-se que pior que uma decisão errada é não tomar a decisão”, diz.

Uma coisa é certa: “a produção gera imensos dados e todos eles cruciais para a empresa. Toda esta informação relativa a CAD, simulações, CAM, ferramentas, planeamento, objetivos de tarefa, tempos, rastreabilidade,… ao ser cruzada por algoritmos bem pensados é um enorme facilitador das decisões e, grande parte das vezes, colocam-nos no trilho correto”, defende.

Visão e orientação

José Velhas destaca ainda que as tecnologias possibilitam às empresas gerar “dados irrefutáveis”, os quais “permitem explicar, evidenciar à organização o que está bem e o que está mal. A maior parte das vezes ninguém faz mal por prazer.

Faz-se mal por desconhecimento. Reconhecendo este facto é mais fácil direcionarmos a equipa, alinharmos estratégia e definirmos onde a empresa quer estar daqui a 10 ou 20 anos”.

“Quem souber utilizar a era da digitalização para responder e qualificar a sua mão-de-obra de forma a otimizar informação, decisão, real(idade), mão-de-obra qualificada e estratégica, terá o sucesso assegurado”, considera, reforçando que “com base em informação real podemos decidir estrategicamente e podemos ter as nossas equipas qualificadas, a decidir bem e a todos os minutos, nos processos produtivos”.

Com isto, sublinha, “temos uma visão, temos uma orientação e temos um ‘chão de fábrica’ eficiente e bom a decidir. Uma boa decisão é o passo determinante para se fazer mais e com menor custo”. Destaca ainda que, “na indústria portuguesa estamos muito habituados a decidir por ímpeto” enquanto “as economias mais evoluídas decidem por factos”. Ora, considera, “a era da digitalização vai-nos permitir ter esses factos e facilitar uma mudança de mentalidades”. “Este ‘gap’ cultural que sempre tivemos para culturas melhor sucedidas pode desaparecer e isto será um grande benefício para a indústria portuguesa”, conclui.

DRT: Business Intelligence é solução para evitar a morte das empresas

“Não adaptar as nossas empresas com softwares de ‘Business Intelligence’ é protelar a sua morte e acelerar a morte dos outros”. Valdemar Duarte, da DRT, defende desta forma, a integração dos sistemas de gestão inteligente nas empresas.

E para justificar a sua afirmação, recorre a uma analogia marítima. “A ausência de um controlo e instrumentos de navegação obriga as embarcações a rumar sem GPS e sem radar. Desta forma, são forçadas a navegação à vista, o que provoca alguma entropia quando se aproxima o nevoeiro. Se ele for cerrado, a probabilidade de embater é exponencial e pode levar a embarcação a naufragar, principalmente se o rombo do casco for grande”, afirma, lembrando que “existem empresas que navegam sem instrumentos, com o casco reforçado e com uma estrutura mais forte, por vezes, fruto das pancadas e subsequentes camadas colocadas ao longo da sua vida, para mitigar e fazer face aos vários abalroamentos. Um dia virá, e sem dinheiro e sem o casco para planar, e já com algumas embarcações submersas, a frota terá que encostar”.

Ora, a forma de estar de algumas, acaba por condicionar a evolução das restantes. “Abalroamento daqui e mazelas dali todos estamos no mesmo mar e todos sofremos com as nossas atitudes e forma de governar”, sublinha, considerando que, possivelmente “é tempo de alguns dizerem basta, que não existem condições para enfrentar estas tempestades e deixar que aqueles que ainda têm coragem e meios, mudem o rumo”.

Valdemar Duarte – DRT

Aplicando a sua opinião ao momento atual que a indústria e o mundo vivem, consequência da pandemia de Covid-19, Valdemar Duarte afirma que “todos temos que estar mais atentos e unidos”, considerando que “a época em que vivemos vai ficar para a História e não podemos expressar a nossa opinião em relação ao futuro das nossas empresas sem a associar ao período atual”.

Recordando que a digitalização teve início, na indústria de moldes, na década de 80, com os sistemas de CAD, CAM e máquinas assistidas por controlos numéricos (CNC), salienta que a situação evoluiu muito. De tal forma que, exemplificando com o que se passa no grupo DRT, explica que hoje em dia “falamos de um Sistema Inteligente de Negócios (System for Business Intelligence ou SBI) que, no fundo, é um conjunto de teorias, metodologias, processos, estruturas e tecnologias que transforma uma grande quantidade de dados brutos (big data) em informação útil para a tomada de decisões estratégicas”.

Esta tipologia de softwares, reforça, pode ser encontrada também sob a denominação MES (Manufacturing Execution System). Contudo, no caso da tecnologia da DRT, “tivemos de associar softwares ERP, BI e CRM, entre outros, num total de 16 módulos/softwares para garantir o controlo da empresa em tempo real e de uma forma transversal”.

Eficácia e eficiência

Apesar das vantagens, há riscos associados à criação de ‘uma empresa inteligente’? Valdemar Duarte diz que sim. “Os riscos são enormes se o processo não for devidamente assessorado por empresas e softwares com provas dadas no mercado”, explica.

Enumera alguns dos requisitos para a implementação: “criar os seus próprios add-ons sobre softwares ERP`s origina uma atualização constante dos mesmos e revela, ao longo dos tempos, que não tem sido eficiente e eficaz. Para além disso, a esmagadora maioria dos softwares não se encontra em plataformas web, o que provoca um acréscimo de custos de manutenção nos sistemas e dificulta a integração das máquinas via IoT. Alocar e confiar uma organização a um software e à inteligência artificial requer redundâncias diversas e físicas, a defesa contra os ciberataques, entre outros”.

“Estar assessorado por quem sabe e com provas dadas é fundamental. A sua implementação tem de ser muito bem planeada e faseada, tendo em conta os seus processos, métodos de trabalho e ser transversal a qualquer tipo de colaborador”, explica.

ESTAR ASSESSORADO POR QUEM SABE E COM PROVAS DADAS É FUNDAMENTAL. A SUA IMPLEMENTAÇÃO TEM DE SER MUITO BEM PLANEADA E FASEADA, TENDO EM CONTA OS SEUS PROCESSOS, MÉTODOS DE TRABALHO E SER TRANSVERSAL A QUALQUER TIPO DE COLABORADOR

Volta a exemplificar com a experiência do Grupo DRT para justificar as vantagens da implementação do sistema: “Os colaboradores melhoraram substancialmente a sua qualidade de vida, as palavras-chave são mais ‘eficácia’ e ‘eficiência’, mesmo com acréscimo acentuado de trabalho.

De uma maneira geral, a implementação deste sistema numa empresa pode levar cerca de um ano. E Valdemar Duarte garante que “os ganhos são visíveis logo após o primeiro mês de implementação e os custos do investimento são rentabilizados rapidamente. Passa a ter a empresa sob controlo em tempo real e aumentando a sua capacidade produtiva”, explica, adiantando que “posso dizer que tudo passa a ser fácil quando, no terreno, existe um staff qualificado”.

Uma das vantagens é que a organização encontra os desvios em tempo real e ao mais ínfimo pormenor. “Como costumo dizer, encontramos os desvios ao ‘parafuso’ ou, por outras palavras, as análises na empresa refletem o que se passa na realidade na produção” e isso permite que “em tempo real, tomemos decisões assertivas”.

Acrescenta que “todos os 10 módulos do nosso SBI estão integrados e permitem centralizar e cruzar toda a informação relativa aos processos da organização, em tempo real, associados à Inteligência Artificial”.

Rapidez, alcance, precisão

O Grupo DRT, conta Valdemar Duarte, “necessitou de 21 anos para desenvolver o sistema ‘business intelligence’ com o patamar onde se encontra hoje. Apenas nos últimos 6 anos é que o software se encontra consolidado e integrado em todos os departamentos, entre as diversas empresas do grupo”.

E, tendo como prioridade a continuidade do software, o grupo decidiu colocar o SBI no mercado, através da empresa DRT Advance. O sistema, assegura, “está adaptado para qualquer tipo de empresa que produza por encomenda”.

Sublinha, em três palavras, as vantagens da adoção do sistema: rapidez, alcance e precisão. “Alcance porque é possível às máquinas considerarem, simultaneamente, um conjunto gigantesco de dados ou informação na sua análise, numa escala fora do alcance do Ser Humano; rapidez porque às máquinas é-lhes possível ter esse alcance numa fração do tempo que seria necessário ao Ser Humano para o fazer; e por fim a precisão, uma vez que o alcance praticamente ilimitado, em simultâneo, de dados, permite às máquinas obter um grau de granularidade inalcançável ao Ser Humano na interpretação e consequente retirada de conclusões acerca da realidade”.

Relata ainda que, no departamento de orçamentação da DRT, “a inteligência artificial está a ter um desempenho e uma assertividade tão alta como nunca julguei ser possível”.

“Para quem pensa que só o ‘Google Maps’ é que descobre os nossos itinerários, posso afirmar que, nos moldes, a inteligência artificial está a dar cartas”, conclui.

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