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GESTÃO DE DADOS E INFORMAÇÃO
by CEFAMOL
GLN: Transformar os dados em vantagem competitiva para as empresas
“O crescente volume de dados disponibilizado por processos cada vez mais digitalizados e potenciados pelas novas tecnologias não se traduz, por si só, em informação útil que permita apoiar as operações e a tomada de decisão. Por essa razão, a gestão dos dados assume um papel cada vez mais decisivo na capacidade de extrair, transformar e compilar os dados obtidos em informação pertinente e que se traduza efetivamente numa vantagem competitiva para as organizações”. É desta forma que Vítor Paulo, da empresa GLN, vê a questão da gestão de dados.
Adianta que, “conscientes de que ainda há um longo caminho a percorrer na digitalização desta indústria, o maior foco da GLN tem sido na obtenção dos dados que permitam mapear o processo produtivo, não só os que são gerados de forma automática (ex: sinais, medições e parâmetros das máquinas, moldes e equipamentos periféricos) como também os que resultam de processos manuais/humanos que integram a cadeia produtiva (ex: dados dimensionais do produto, rejeições de qualidade e a sua root cause). O armazenamento destes dados é feito de forma centralizada em bases de dados únicas, de forma a permitir o seu tratamento, correlação e integração nos sistemas de gestão da empresa (MRP e ERP)”.
A recolha, armazenamento e tratamento dos dados do chão de fábrica permitem, no seu entender, “algo fundamental para qualquer indústria: estruturar o processo produtivo. Só desta forma é possível ter uma visão transversal do mesmo, monitorizar variáveis, criar indicadores operacionais e, não menos importante, atuar sobre os inputs para gerar os outputs que nos permitam alcançar a excelência produtiva com produção sustentável de ‘zero defeitos’, que possibilite concorrer a nível global e vencer os desafios do mercado”.
Sustenta ainda que, por outro lado, “quando se trabalha com sistemas integrados e bases de dados comuns, a disponibilidade de todos estes dados permite-nos de uma forma quase ‘natural’ proporcionar a visibilidade e os indicadores de gestão necessários às equipas diretivas e gestão de topo no apoio à tomada de decisão”.
Adianta que “todos trabalhamos para os ‘zero defeitos’ porque uma produção só é sustentável se tiver em mente essa meta. E isso começa logo no início da produção, na forma como afinamos o processo, como o monitorizamos, como olhamos para os defeitos. Tudo isto é gerador de dados que nos permitem alterar processos e corrigir parâmetros para não repetir os defeitos”.
Passo a passo
Para Vítor Paulo, a digitalização na indústria “não é uma corrida em sprint, mas sim uma maratona”. Significa isto que, por isso, “a GLN tem pautado o seu caminho por pequenas metas com objetivos bem definidos”, o que lhes permitiu chegar “ao dia de hoje com repositórios de dados onde o desperdício é mínimo”.
O responsável considera que esta é uma questão fundamental. “Ao invés de nos focarmos em trazer o máximo de dados possível para o sistema e só depois pensar no que fazer com eles, a nossa prioridade tem sido assegurar a integridade e fiabilidade dos dados carregados em sistema, sendo esse, aliás, um dos maiores desafios com que nos temos deparado ao longo do tempo, sobretudo nos processos que ainda carecem de intervenção humana/manual”.
Adianta ainda que a questão da ‘digitalização na indústria’ faz parte de um dos PPS do projeto Tooling4G, no qual a empresa está integrada, e que “poderá dar um contributo importante para a capacitação das empresas do sector de moldes e plásticos”.
“Há dois fatores amplamente discutidos e de conhecimento geral que acreditamos serem fundamentais para o sucesso da digitalização da indústria e da eficiente recolha de dados nas organizações”, defende, adiantando que “o primeiro, refere-se à capacidade dos fabricantes de equipamentos industriais e soluções tecnológicas compreenderem a necessidade de fazer convergir esforços, na criação de produtos assentes em standards de comunicação e recolha de dados, que permitam às empresas investir em soluções de software escaláveis e indiferentes à marca ou modelo dos equipamentos, sem recear um futuro em que a incompatibilidade de protocolos ou funcionalidades seja um obstáculo ao crescimento ou que obrigue a avultados investimentos na renovação dos parques de máquinas”.
O outro fator fundamental para o sucesso das empresas, acrescenta, “passa pela aposta na formação do capital humano. De pouco servirá às organizações disporem de enormes volumes de dados obtidos por toda uma panóplia de tecnologia inteligente, se não tivermos pessoas devidamente qualificadas para saber o que fazer com toda essa informação e aplicar esse conhecimento ao serviço das cadeias de valor”. Esta é “uma mudança de paradigma e é essencial que o sector comece a preparar, o mais breve possível, esse caminho”, conclui.
Leia o artigo completo na revista TECH-i9.