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GESTÃO DA PRODUÇÃO - O PAPEL DAS PESSOAS

Lismolde: “O papel das pessoas é cada vez mais importante”

Quando questionado sobre o que considera mais importante para assegurar uma boa produção numa empresa de moldes, Vladimiro Alexandre, da Lismolde, é perentório: o mais importante são as pessoas. “Ponho a tecnologia em segundo lugar. Trata-se de algo que continua a crescer e é igual para todos. A verdadeira diferença reside no modo como lidamos com a pessoa, com os recursos humanos, a forma como conseguimos cativá-los a trabalhar”, explica.

“Se falamos de gestão de produção na criação de um molde, o papel das pessoas é cada vez mais importante, seja ao nível da execução do trabalho, seja para assegurar a precisão com que esse trabalho é realizado”, adianta o responsável. E considera mesmo que, apesar de “hoje, o trabalho de fabricarmos produtos com muita precisão estar muito facilitado pelas tecnologias, as pessoas continuam a ter a maior importância”.

Afinal, sublinha, são elas que são responsáveis por “colocar essas tecnologias em marcha”. É que, defende, não se trata apenas de “carregar no botão e a máquina passa a trabalhar sozinha. Há aqui um grande ‘know- -how’ assegurado pelas pessoas e sem o qual seria impossível concluir as tarefas com sucesso”.

Formação e motivação

Esse saber-fazer, realça, é visível, por exemplo, no caso das pessoas mais antigas das instituições, detentoras de grande conhecimento. Destas, nem todas conseguiram evoluir e acompanhar a tecnologia, salienta. Contudo, importa a cada organização reter esse conhecimento. Como? Com estratégia.

“Cabe-nos a nós, empresas, conseguir fazer esta gestão porque não podemos mandar embora essas pessoas que têm experiência de vida e de trabalho”, explica, adiantando que, por isso, “apostamos na formação”. E uma parte significativa dos mais antigos colaboradores acaba por ir acompanhando a evolução tecnológica. E esse ‘know-how’ é, depois, passado para as novas gerações que chegam à indústria.

“Estamos a fazer dois caminhos: gente nova que vai, paralelamente, trabalhando e tentando evoluir porque domina muito melhor e mais facilmente as novas tecnologias, mas que o faz em conjunto com essas pessoas mais antigas”, relata, adiantando que o segundo caminho passa pela colaboração estreita com escolas. No caso da Lismolde, com o Instituto Educativo do Juncal, de forma a atrair os jovens para a indústria. Neste caso, conta, a empresa acolhe as aulas práticas do curso que a escola ministra direcionado para o sector dos moldes. São as duas situações conjugadas, explica Vladimiro Alexandre, que permitem à empresa ir renovando as suas equipas.

No entanto, o responsável chama a atenção para a necessidade de quem gere – seja equipas, seja as organizações – estar atento aos seus recursos humanos, de forma a identificar valores. Exemplifica com alguns casos que aconteceram na sua empresa, sobretudo de pessoas que, com atenção e acompanhamento, conseguiram adaptar-se e são hoje “grandes profissionais, conseguindo fazer coisas muito boas”. Para isso, enfatiza, “é muito importante a comunicação do dia-a-dia com as pessoas”. Por isso, diariamente, faz questão de ser o primeiro a chegar à empresa e, dessa forma, poder cumprimentar os colaboradores à medida que vão chegando. “Assim, vamos percebendo a sua reação quando falamos com eles e conseguimos até identificar e ajudar na resolução de alguns problemas”.

“Claro que proceder desta forma significa, por vezes, fazer um esforço grande”, salienta. Mas que, no final, assegura, é um esforço recompensado pela motivação das equipas. E essa motivação é “o segredo para assegurar uma produção de excelência”.

Leia o artigo completo na versão digital da revista TECH-i9.

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