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SUSTENTABILIDADE:
a sobrevivência do planeta é um OBJETIVO GLOBAL
A ecologia integral abraça não apenas a sociedade, mas também a mente humana, as indústrias, as cidades e as redes de conexão com a Terra. Por Fabiano Rodrigo da Maia em a necessidade de intervenção humana, os recursos da natureza são oferecidos pelo planeta e essenciais para a nossa sobrevivência. Contudo, ao longo da história, os seres humanos vêm esgotando esses recursos e, como consequência, os níveis de qualidade de vida começarão a diminuir por volta de 2030, caso medidas urgentes não sejam tomadas.
De acordo com a organização não governamental “Fundo Mundial para a Natureza” (do inglês, World Wide Fund for Nature, WWF), a atual superexploração desses recursos está criando um enorme déficit no meio ambiente. Anualmente, são consumidos 20% a mais de recursos em relação à quantidade reciclada e, se continuarmos nesse ritmo, precisaremos de 2,5 planetas para nos abastecer em 2050, de acordo com a própria WWF.
O consumo desenfreado contribui com efeitos catastróficos para a conservação da natureza. Em nível ambiental, devido ao desaparecimento de hábitats para a fauna e flora, pode-se citar a extinção de espécies. De acordo com União Internacional para a Conservação da Natureza (do inglês, International Union for Con- servation of Nature, IUCN), cerca de 28% das espécies conhecidas no planeta correm risco de extinção. Em termos econômicos, 33% do solo do planeta está degradado em níveis que vão do moderado ao alto, conforme dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, sigla do inglês Food and Agriculture Organization).
Além disso, haverá menos sumidouros de carbono e, portanto, mais poluição do ar. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que nove em cada dez pessoas no mundo respiram em meio a altos níveis de poluição, e sete milhões de pessoas morrem anualmente por conta dessa contaminação. Tudo isso sem entrar no mérito da relação entre fragmentação de hábitats e o surgimento de doenças emergentes (doenças infecciosas novas, por exemplo, a COVID-19).
Esse cenário de uso irracional dos recursos naturais elevou bastante a preocupação com a natureza. A sobrevivência do planeta virou praticamente um objetivo global nas últimas décadas. Devido a essa preocupação, em um dos primeiros encontros internacionais de meio ambiente, promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU), foi utilizada pela primeira vez a expressão “Sustentabilidade” pela ex-primeira-ministra da Noruega, em um documento denominado “Nosso Futuro Comum”, lançado em 1987, conhecido também como Relatório Brundtland (Brundtland, 1991).
Esse termo trouxe a compreensão de que é preciso utilizar os recursos da natureza, mas sem comprometer a vida das gerações futuras. Desde então, à medida que a discussão e a conscientização sobre a sustentabilidade avançam, a ONU desenvolveu, em 2015, os dezessetes Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que representam um plano de ação global para: eliminar a extrema pobreza e a fome; oferecer educação de qualidade ao longo da vida para todos; proteger o planeta e promover sociedades pacíficas e inclusivas até 2030. Cada vez mais existe uma conscientização de que tudo no planeta Terra está interligado e as sucessões de ocorrências catastróficas ligadas ao clima e ao meio ambiente apenas comprovam essa realidade. Isso fomenta a consciência global e indica que teremos que viver daqui para frente confrontados com o desafio permanente de reconstruir o planeta. Além disso, evidencia a necessidade de um novo paradigma que conecte a escala local com a global, chamando a atenção de nossas responsabilidades individuais em prol do cuidado com a casa comum e com a crise ambiental pela qual passamos.
Pensar em modificações relevantes de paradigmas sempre leva a refletir sobre mudanças na autopoiese de equilíbrio sistêmico, que substitua o consumismo desenfreado, como estimulante do círculo de virtuosidade social, pela busca do equilíbrio ecossistêmico e homeostase planetária. O futuro, como afirma a Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, representa um duplo desafio aos seres humanos: conservar as múltiplas formas e funções ecossistêmicas e criar um lar equitativo para as pessoas em um planeta com recursos limitados.
Diante desse cenário, gostaria de abrir uma reflexão sobre o uso do conceito “sustentabilidade”. O uso desse termo tornou-se imensamente popular nas últimas décadas, está tão na moda que chega a ser repetido à exaustão: nos jornais, na TV ou na internet, nos discursos dos políticos ou nos anúncios das mais variadas entidades. Pode-se dizer que é quase um mantra dos nossos tempos pós-modernos. Porém, usar levianamente um conceito de tal importância pode ser desastroso para as gerações futuras, tanto a partir da própria definição, quanto para a conservação da biodiversidade. Trata-se de um conceito antropocêntrico que está centrado somente no ser humano e não no ecossistema como um todo (flora, fauna, outros organismos vivos e o componente abiótico). Dessa forma, parece absurdo associar sustentabilidade com desenvolvimento econômico.
Na opinião do pensador Leonardo Boff, enquanto a natureza contém uma lógica circular de equilíbrio dinâmico, o capitalismo é linear, baseado na produção e consumo ilimitados. Na prática, se há exploração e utilização de recursos da natureza, é difícil pensar que ela seja de fato sustentável. Infelizmente, o discurso de Brundtland (1987) tentou conciliar a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento econômico. Contudo, foi legitimado pela mesma lógica capitalista que deu origem aos inúmeros problemas atuais e, por isso, tem se mostrado insuficiente para compreender a complexidade da realidade.
O antropólogo, sociólogo e filósofo francês Edgar Morin propõe que as soluções para responder aos problemas socioambientais não sejam apenas técnicas, pois o que se necessita é de uma reforma em nosso modo de abordagens voltadas para uma formação integral (tais como práticas e vivências ecopedagógicas), visa consolidar uma consciência ecológica ampla, profunda e difusa que deve estar em nosso caminho. pensar que englobe a relação sociedade/natureza em sua complexidade e engendre as mudanças demandadas por ambas. De igual pensamento, Boff afirma que a sustentabilidade só ganha consistência se vier amparada por uma espiritualidade, no sentido de que o indivíduo saiba que está ligado ao todo. É importante viver essa dimensão não só na consciência, mas como experiência de vida, afirma (Boff, 2017).
No Colégio Medianeira, como parte do currículo do novo Ensino Médio, a promoção de vivências ecopedagógicas garantem conhecimentos e habilidades em busca da formação integral do sujeito, no que se refere ao desenvolvimento sustentável, constitui-se como um dos pilares do itinerário formativo “Cidadania global: sociedade e sustentabilidade”. O objetivo desse itinerário é oferecer vivências ecopedagógicas aos estudantes para que compreendam a lógica por trás do termo “ecologia”, entendendo como poderia ser uma sociedade sustentável ao pensar/ser/ agir de forma integrada.
A sustentabilidade precisa também ser incluída, antes de tudo, na formação humana do indivíduo. A promoção de reflexões sobre atitudes responsáveis que levem o sujeito a considerar-se como parte da Terra, por meio de
O fundamento das discussões está centrado na origem da palavra “ecologia”, que deriva de “casa” (oikos, em grego) ficando assim mais clara para o estudante a ideia de cuidado com a casa comum a partir de uma consciência ecológica. Dessa forma, práticas que resgatam o cuidado dos seres humanos com a criação, como destacado pelo Papa Francisco na “Carta Encíclica Laudato Si’ 3”, são momentos que podem levar o sujeito a evidenciar os objetivos do desenvolvimento sustentável na prática e a reflexão sobre o cuidado com a biosfera.
Entre as estratégias ecopedagógicas realizadas no Colégio
Medianeira, podem ser citadas distintas propostas em diversos segmentos, como o projeto “Agricultura Sustentável” realizado com os estudantes do 1º ano do Novo Ensino Médio, que perpassa desde o cuidado com o solo, às técnicas artesanais de plantio e pelo cuidado com a saúde alimentar, promovendo assim uma consciência ecologicamente sustentável. Durante as vivências, são proporcionados momentos de reflexões teóricas em sala de aula sobre destinação dos resíduos sólidos, compostagem, ciclos dos materiais, impactos ambientais, alimentação orgânica e benefícios da agricultura sustentável no sistema alimentar.
Como uma primeira vivência prática, partindo da realidade de que não podemos ignorar o fato de que o lixo é um grande pro - blema ambiental, com proporções maiores ainda nos centros urbanos, discutem-se ideias sobre como podemos reutilizar o plástico e produzir uma alternativa sustentável para a redução do lixo orgânico, ao mesmo tempo em que transformamos a matéria orgânica em adubo. Para isso, realizamos a integração entre o Centro de Educação Ambiental do Colégio, o Itinerário Formativo e o Espaço maker. Aproveitamos a cultura da “mão na massa” com um dos pilares do movimento maker, que é a “sustentabilidade”, para promover ao aluno a formação integral.
Promovendo a espiralidade com a vivência citada, a continuação da proposta envolve o cuidado com a terra por meio do planejamento de uma horta orgânica, utilizando o adubo produzido nas composteiras. Oferecemos aos estudantes a reflexão sobre a ciclagem de recursos retirados na natureza, promovendo com isso não somente uma consciência ecologicamente correta, mas contribuindo para a formação de educandos transformadores de seu ambiente e preocupados com a casa comum. Atividades como essas oferecem um amplo conhecimento sobre a ciclagem de nutrientes, o uso de agrotóxicos e a qualidade de vida, assim como temas transversais e interdisciplinaridade, proporcionando uma formação integral aos estudantes
Em seu livro “Sustentabilidade: o que é, o que não é”, Boff relembra que tudo deve ser “ecologizado”, quer dizer, cada saber e cada instituição deve oferecer sua colaboração para proteger a Terra, a vida humana e o projeto planetário. Essa transformação virá por meio de uma nova visão de mundo. Afirma ainda, que não podemos restringir a ecologia ao puro e simples ambientalismo, como é predominante nas discussões atuais. Fazer isso seria reduzir o conceito de ecologia e empobrecer o debate, prejudicando uma compreensão mais ampla de sustentabilidade.
A ecologia engloba não apenas a sociedade, mas também a mente humana, as indústrias, as cidades e as redes de conexão com a Terra. Por outro lado, na perspectiva da “ecologia integral” o ser humano é a própria Terra. Não estamos no mundo, mas somos mundo. Nossas células são compostas pela mesma água que corre nos rios, pelos mesmos minerais existentes no ar, no solo e nas plantas. Dessa forma, compreender a relação da humanidade com o planeta torna a educação para a sustentabilidade como algo visceral e menos antropocêntrico, conforme mencionado no início. Nossa vida e a vida da Terra são uma só, pois tudo está integrado.
Pensando na globalização e formação integral dos estudantes, é fundamental o intercâmbio entre educandos de diferentes nações do planeta, promovendo aprendizagens sob diferentes óticas culturais, sociais e econômicas por meio do debate de temas, como: poluição local, desperdício e práticas de consumo consciente, a erradicação da pobreza, educação de qualidade, energia limpa, trabalho, crescimento econômico e agricultura sustentável. Todos esses temas estão presentes entre os 17 objetivos do desenvolvimento sustentável da ONU e poderão fortalecer a conexão global entre os educandos, bem como prepará-los nas dimensões cognitivas, socioemocionais e espirituais.
Atualmente, plataformas de conexões globais já permitem trabalhar em conjunto para desenvolver soluções capazes de contribuir para debates importantes. Mas, numa escala local, as vivências podem fornecer um arcabouço teórico sobre questões ligadas à sustentabilidade e colocar os estudantes como protagonistas, com atividades que os levem a refletir sobre diplomacia, relações internacionais e organizações transnacionais. Na prática, estas atividades podem assim fornecer subsídios para uma mudança de paradigmas no cuidado com a Terra (i.e., simulações da ONU).
Diante do exposto, convido o caro(a) leitor(a) a entender a cidadania global como um caminho para interpretar o conceito de sustentabilidade, como uma prática que vai além da preservação dos recursos naturais em prol da viabilidade do desenvolvimento econômico. A leitura desse termo pode ser feita a partir do entendimento de que somos cidadãos de uma única nação, onde todos têm os mesmos direitos e responsabilidades sobre a conservação dos recursos naturais do planeta.
Referência em educação, o professor Moacir Gadotti afirma que qualquer pedagogia, pensada fora da globalização e do movimento ecológico, tem hoje sérios problemas de contextualização, fazendo menção à canção “Estrangeiro eu não vou ser/ cidadão do mundo eu sou” do cantor e compositor Milton Nascimento (Gadotti, 2005). Segundo ele, se entendêssemos a profundidade e o significado das palavras dessa canção, estaríamos iniciando uma verdadeira revolução pedagógica e curricular. Ou seja, como posso sentir-me estrangeiro em qualquer território se pertenço a um único território, ao planeta Terra? Não há, na Terra, lugar estrangeiro para terráqueos. Se sou cidadão global, não podem existir fronteiras para mim. As diferenças culturais, geográficas, raciais e outras enfraquecem diante do meu sentimento de pertencimento ao todo.
A horta escolar desenvolvida no “Itinerário Formativo de Cidadania global: sociedade e sustentabilidade no Colégio Medianeira”, constitui-se como um projeto de eco pedagogia voltado para a sustentabilidade ambiental e social, favorecendo uma postura ética e mais humana dos sujeitos.
De fato, a noção de cidadania global sustenta-se na visão unificadora do planeta e de uma sociedade globalizada. Ela se manifesta em diferentes expressões, tais como: “nossa humanidade comum”, “unidade na diversidade”, “nosso futuro comum”.
Conforme pressupostos defendidos pelo Projeto Educativo Comum (PEC, 2021-2025) da Rede Jesuíta de Educação Básica (RJE),
Indicação
os processos educativos precisam ser transformadores de vidas, por meio de uma educação para a cidadania global que promova a sustentabilidade. Essa pode ser uma prática adotada para ensinar um conjunto de princípios, valores, atitudes e comportamentos que demonstrem uma nova percepção da Terra como uma única comunidade. Essa prática, quando associada ao “desenvolvimento sustentável”, torna esse conceito muito mais amplo (entenda-se, ecologicamente correto) do que a simples relação de dependência com a economia. Trata-se de um ponto de referência ético indissociável da civilização e da ecologia.
A Terra é “Gaia”, a Mãe Terra. Ela é um superorganismo vivo e em evolução. Aquilo que lhe for feito repercutirá em todos os seus filhos. O respeito às diversidades, ao entendimento dos direitos e deveres individuais e coletivos, a conexão entre saberes e culturas, têm como objetivo buscar um mundo mais humano, transformando-o em um lugar melhor para se viver agora e no futuro.
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Fabiano Rodrigo da Maia é formado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Mestre em Botânica pela mesma universidade, Doutor em Biologia Vegetal pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e com Pós-Doutorado em Botânica pela UFPR. Atualmente, é professor na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e educador do Colégio Medianeira.
Aprendizagem transformadora. Uma visão educacional para o século XXI
Edmund O'Sollivan | Editora Cortez
O autor analisa a necessidade da transformação da matriz educativa e pedagógica, no sentido da substituição de uma instrumentalização dos educandos para a dominação e a apropriação por uma cultura que leve à construção de uma comunidade humana comum.
I, Daniel Blake, directed by Loach, The film shows how poor and working-class people struggle to receive state aid, to have at least something to eat and a place to live. Unfortunately, candidates often fail or drop out midway because the welfare automation system is completely online, and candidates often don't understand the lingo used by state officials, let alone the questions on application forms.
I, Daniel Blake (O'Brien,2016), portrays the dehumanizing process of applying for the Employment and Support Allowance (ESA), a United Kingdom welfare benefits payment. The ESA is a substitute for wages and intended for people too young to receive state pensions or because they have a disability.
This drama, winner of the Palme d'Or at the 2016 Cannes Film Festival and directed by Ken Loach, does not have the cinematic flare of a Hollywood film. Instead, the life of Daniel, a 59-year-old widowed woodworker, who had a heart attack and was unable to work, is narrated slowly through several dialogues that engage us in his battles to survive poverty.
On this journey, Daniel meets Katie, a single mother receiving housing aid who moved from London to Newcastle, about 300 km away from her family. She was unemployed and living with two children in a house without electricity. Before moving, they lived in a homeless hostel for two years in one single room.
The film illustrates how poor and working-class people struggle to receive state assistance. Applicants often fail or give up because welfare applications are entirely online. Additionally, they often do not understand the jargon used by state employees and the questions on the application forms. Yet, all the backlashes from the middle class, economic elite, and conservative politicians do not prevent Disabled people, single mothers, and Black people — the most affected groups — from exercising their agency to survive the material and symbolic hadships of poverty.
AUTOMATION: A TOOL TO DEHUMANIZE THE POOR
“We're digital by default, ”said one of the state employees to Daniel, who was advised by his doctor to not work because of his serious heart condition. However, the health professional from a government-contracted company claimed that he was fit to work and then denied hiseligibility for ESA. Unfortunately, as Eubanks (2018) noted, tech companies have the power toset the rules of society as the government hires them.
Daniel, therefore, could only apply for Jobseeker's Allowance (JSA) online, which was problematic because he had never come close to a computer. All humanity is brutally pulled out from the poor and workingclass through automation. In this sense, Adorno (1995) warned about the danger of overvaluing technological forces because it creates a pathogenic relationship between human beings and technology.
As Freire (2018) contended, dehumanization, “although a concrete historical fact, is not a give destiny but the result of an unjust order that engeders violence in the oppressors, which in turn dehumanizes the oppressed” (p. 44). The oppressors, or the economic elite and politicians, claimed that the previous welfare system was inefficient and automated systems would increase transparency and eliminate fraud (Eubanks,2018). Still, data-driven technologies can push people in poverty into life-threatening situations, inhibiting them from accessing public resources. Furthermore, those who are not compliant are punished. For example, Daniel had to commit 35h a week to look for jobs andregister for a Saturday morning CV workshop to receive the JSA.
Eubanks (2018) remarked that these automated systems categorize the deserving and undeserving poor. The deserving are those whom the government considers acceptable to give benefits: White male wage workers — or their female spouses — who, they assume, will be temporarily unimployed. The undeserving are those viewed as not deserving benefits: Black people, Disabled people, the elderly, ill (such as Daniel), and single mothers (such as Katie). Machines make decisions about who may or may not receive assistance. Nowadays, industrial capitalism's panopticon and disciplinary power no longer govern our society (Foucault, 1995). Instead, we have another type of surveillance and punishment: automated systems, or, as Deleuze (1992) called it, the societies of control.
Eventually, Daniel applied for JSA and filed his appeal for ESA with the help of a neighbor, a young Black man who also struggled to make his job meet his needs. As Eubanks (2018) stated: “the movement's hightech tools... were actually systems for disempowering poor and working-class people, denying their human rights, and violating their autonomy” (p. 24). Ultimately, Daniel, his neighbor, and Katie exercised their agency to not succumb to the neoliberal state that seeks profit above people.
AGENCY: GETTING BY POVERTY
“This isn't your fault... You have nothing to be ashamed of, ”said Daniel to Katie. She had desperately opened a food can, poured it in her hand, and eaten right there at the food bank. In this heartbreaking scene, Katie tearfully said: “I'm just... really hungry. I can't cope. ”Since their first meeting at the welfare agency, Daniel and Katie had helped each other deal with poverty hardships. According to Lister (2004), this solidarity through social networks gives emotional support to cope with poverty.
That is why Lister (2004) claimed that poverty cannot be conceptualized with a narrow focus on absolute poverty, a lack of money to buy subsistence needs or relative deprivation, a lack of social