que esse Bem possa ser um instrumento importante de desenvolvimento económico e social, e o possa ser de uma forma sustentável. Há, porém, ameaças de natureza bastante diferente, mas que se podem revelar fatais em termos da preservação da coerência da Convenção e do seu papel central na conservação e promoção do Património da Humanidade. Algumas resultam das dinâmicas por vezes contraditórias existentes entre os próprios Estados membros da Convenção; outras das tensões que por vezes se verificam no seio do Comité do Património ou ainda no relacionamento entre este Comité e as entidades de aconselhamento, designadamente o ICOMOS ou o IUCN. Existe um mal estar palpável que resulta do desequilíbrio geográfico evidente no que toca à localização dos bens incluídos na lista, a esmagadora maioria dos quais se situa na Europa. Esta é uma realidade que se tem procurado atenuar nestes últimos anos, privilegiando a inclusão na Lista de bens oriundos de regiões com mais fraca representação ou favorecendo candidaturas de bens pertencentes a categorias menos representadas ou ainda estimulando a apresentação de candidaturas transnacionais, apresentadas por um conjunto de países. Será na exploração destas vias de reequilíbrio da composição da Lista Mundial que se encontrarão, creio, os meios de ultrapassagem de alguns problemas reais com que se debate a Convenção. Mas não, como alguns pretendem, na sua descaracterização através da aceitação de novos critérios e de novas categorias para o acesso ao reconhecimento como Património da Humanidade.
SÍTIOS PATRIMÓNIO MUNDIAL EM PORTUGAL
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