Newsletter Comissão Nacional da UNESCO - JUL-DEZ 2022 | Nº3

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da UNESCO

As alterações climáticas constituem porventura a maior ameaça de sempre à conservação e preservação do património cultural e natural da Humanidade, à sua transmissão às gerações futuras, ao seu papel enquanto depositário da nossa História e da nossa cultura, do nosso lugar na evolução da Humanidade, da nossa própria identidade, do nosso orgulho e autoestima.

Todos os dias somos confrontados com o impacto das alterações climáticas e dos fenómenos extremos que provocam: secas persistentes, cheias inesperadas, acentuadas subidas das temperaturas, tsunamis, ciclones, chuvas torrenciais e outras ocorrências violentas, cada vez mais frequentes.

A consciência da ameaça das alterações climáticas para a preservação do património cultural mundial, para a geodiversidade e para a biodiversidade não é uma novidade. As alterações climáticas não são um conceito abstrato, são o resultado da ação humana.

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JUL-DEZ | Nº 3
AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS As Alterações Climáticas 1 Património Cultural e Ação Climática 4 As Alterações Climáticas e os Territórios UNESCO 5 As Reservas da Biosfera, Alterações Climáticas e Biodiversidade 6 Alterações Climáticas e Património Natural e Cultural 8 Alterações Climáticas Geoparques Mundiais da UNESCO portugueses 9 Alterações Climáticas: Precisamos de mais Informação? 11 Notícias da Comissão Nacional da UNESCO 12 Notícias UNESCO 22 Notícias das Redes UNESCO 24 Publicações em destaque, Eventos, Prémios e Concursos 33 Postos vagos, Efemérides e Celebrações 34
Newsletter Comissão Nacional
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É por isso que este desafio de tão grandes e profundas dimensões a todos convoca: responsáveis políticos, gestores, administrações públicas, organizações não governamentais, empresas, comunidades, cidadãos.

Se o efeito destruidor desses fenómenos sobre vidas, habitações e outros bens de natureza económica é para todos evidente e imediato, já o seu impacto negativo específico sobre bens de natureza cultural e natural passa, na maioria dos casos, largamente despercebida.

E, no entanto, a subida das temperaturas levará, a prazo, à destruição de paisagens classificadas devido à falta de água, tal como as cheias violentas que tenderão a multiplicar-se porão em risco monumentos, centros históricos e outros bens culturais que beneficiavam de um entorno de segurança que considerávamos adequado. A subida paulatina do nível das águas do mar constitui uma outra ameaça particularmente grave provocando danos irreversíveis na singularidade do património de determinada geografia.

Portugal, pela extensão da sua costa, encontra-se particularmente exposto a estes fenómenos climáticos extremos. No fim de um ano de seca extrema que assolou o país, as recentes chuvas intensas que causaram fortes inundações por toda a zona costeira são os exemplos mais recentes da violência destes fenómenos. No curto prazo, o impacto coloca-se em termos sócio económicos e de eventuais vidas humanas a lamentar. No médio e longo prazo a recorrência dos fenómenos põe em causa a geodiversidade e a biodiversidade, a qualidade da água e a disponibilidade de bens alimentares para as populações.

Acresce que o efeito nocivo dos fenómenos climáticos se adiciona e muitas vezes amplifica outras ameaças já anteriormente existentes, tão perniciosas quanto as alterações climáticas para a conservação do património.

É o caso do abandono dos centros históricos pelos seus habitantes, da progressão urbana incontrolada, da progressiva erosão de zonas de proteção, da construção selvagem, da exaustão dos solos, da descaracterização do património cultural e natural – ou seja a destruição do seu valor universal excecional – através do seu híperaproveitamento em termos exclusivamente ditados pelo ganho económico.

Mas, no que respeita aos efeitos destruidores das alterações climáticas, são precisas - e são urgentes - estratégias específicas destinadas a fazer face aos seus efeitos destruidores sobre o Património

Humanidade.

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Cultural e Natural da
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“É urgente a mudança de comportamento, de cada um enquanto indivíduo e de cada um enquanto parte integrante de uma comunidade”

Sensibilizar autoridades e comunidades locais para tais efeitos, conceder-lhes uma muito maior visibilidade, mobilizar novos meios humanos e financeiros para lhes fazer face, deve constituir uma prioridade no contexto da ação climática levada a cabo pelas Nações Unidas e as suas Agências e programas, que é um dos objetivos da Agenda 2030, bem como dos Governos e das administrações nacionais.

É uma tarefa para a qual os gestores dos sítios património da Humanidade, o ICOMOS e o IUCN, o Centro do Património Mundial, as designações UNESCO, Reservas da Biosfera e Geoparques, e a UNESCO em geral estão especialmente habilitados.

A Comissão Nacional da UNESCO em colaboração com as Redes UNESCO, continuará a desenvolver ações destinadas a difundir uma maior consciência do valor único do património cultural e natural nacional e mundial, e das exigências que se colocam à sua proteção e preservação.

É urgente a mudança de comportamento, de cada um enquanto indivíduo e de cada um enquanto parte integrante de uma comunidade. As designações UNESCO são de particular importância na mitigação destes eventos.

As alterações climáticas constituem uma ameaça global, com consequências ainda em parte desconhecidas. Mas o que já sabemos dos seus efeitos e das suas consequências, é em si já suficientemente aterrador.

*Embaixador, Presidente da Comissão Nacional da UNESCO

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PATRIMÓNIO CULTURAL E AÇÃO CLIMÁTICA

Património Cultural e Ação Climática é o título do plano científico trianual do ICOMOS para 2021-24. O Plano tem por base um inquérito efetuado às 104 Comissões Nacionais e 30 Comités Científicos Internacionais do ICOMOS, bem como o relatório do Grupo de Trabalho das Alterações Climáticas The future of our pasts: engaging cultural heritage in climate action, publicado em 2019. Esta é uma ferramenta prática sobre os impactos das alterações climáticas no património cultural e sobre a forma como o património cultural pode impulsionar a adaptação climática. Outras publicações de referência são a European Cultural Heritage Green Paper, desenvolvido em colaboração estreita com a Europa Nostra e Heritage and the Sustainable Development Goals, elaborado pelo Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento Sustentável.

Desde 1972 que o ICOMOS promove a relação entre o património cultural e natural para uma adaptação climática inclusiva, no âmbito da Convenção da UNESCO para a Proteção do Património Mundial Cultural e Natural. A Resolução de Nova Deli de 2007 sobre o impacto das alterações climáticas no património cultural recomenda a prevenção através da avaliação de riscos e a definição de estratégias para a proteção dos sítios contra as ameaças. A Assembleia Geral de 2020 declara o património cultural e a emergência climática, promove a ligação das pessoas com o sítio, o diálogo e a compreensão intercultural, a sustentabilidade e o bem-estar, a implementação de políticas do património e práticas locais, nacionais e internacionais.

Um exemplo de boas práticas no âmbito do Património Mundial é o Projeto Heritage on the Edge, desenvolvido em colaboração com a Google e a CyArk. Foram selecionados cinco bens em diferentes continentes para monitorização do impacto das alterações climáticas: o parque nacional Rapa Nui (Chile) e as ruínas de Songo Mnara (Tanzânia), afetados pela erosão costeira; a cidademesquita de Bagerhat (Bangladexe) degradada pela humidade e a salinidade devido ao aumento do nível do mar; o sítio arqueológico Chan Chan (Perú) e a Com o objetivo de envolver os cidadãos de todo o mundo nesta problemática, o tema escolhido pelo ICOMOS para celebrar o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios em 2022 foi Património e Clima e o tema previsto para 2023 é Património, ação climática e transformações inovadoras.

*Presidente do ICOMOS-Portugal, Professora Auxiliar do ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa

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AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS E OS TERRITÓRIOS UNESCO

As alterações climáticas representam uma ameaça ambiental e um desafio à prosperidade social e económica global, e de forma geral à paz e à segurança no mundo. A complexidade e a magnitude dos desafios que colocam à Humanidade, impõem compromissos firmes pela redução dos combustíveis fósseis e uma aposta global nas energias renováveis. Todos beneficiam: a indústria, a economia, o emprego, o planeta e o ambiente.

O acordo de Paris (2015) comprometeu os países signatários no combate às alterações climáticas, através de um empenho nacional para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e os seus efeitos no aquecimento do planeta. As emissões têm vindo a aumentar de forma consistente desde a era pré-industrial, sendo que a energia permanece como a fonte principal de emissões poluentes, seguida da floresta, da agricultura e do uso do solo, da indústria, e dos sectores dos transportes e da construção. Os impactes das alterações do clima são conhecidos: menor produtividade dos ecossistemas e redução da disponibilidade de água e de alimentos; movimento migratório imposto às comunidades mais vulneráveis; agravamento da pobreza; aumento de tempestades e outros eventos climáticos extremos, alteração das correntes marinhas e, por consequência, dos padrões climáticos à escala local, aumento do nível do mar e os seus efeitos sobre a orla costeira.

Apesar do compromisso em cumprir o limite de 1,5 º C, este limiar poderá ser ultrapassado numa década, provocando piores secas e ondas de calor, inundações e padrões de doença mais graves. Para que o mundo consiga cumprir o limite de 1,5 º C, as emissões globais terão de ser reduzidas em 5% a 7% ao ano. Atualmente, as emissões estão a aumentar entre 1% e 2% ao ano.

Uma iniciativa que poderia trazer ganhos rápidos e em larga escala para a biodiversidade, mitigação e adaptação climática, passa pela implementação de uma agenda ambiciosa de restauro dos ecossistemas naturais; preservar a floresta, requalificar os cursos de água, recuperar as turfeiras e as zonas húmidas, travar e reverter o declínio da biodiversidade. Esta é também a melhor tecnologia rapidamente disponível para sequestrar carbono e ajudar a combater as alterações climáticas, e a melhor forma de manter a água nos solos e mitigar as inundações e as secas. Os territórios distinguidos pela UNESCO, como as Reservas da Biosfera ou os Geoparques, privilegiam a salvaguarda do património e o bem-estar das comunidades, dando expressão à agenda 2030 e aos seus Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável, pelo que podem - e devem - representar territórios-piloto para a implementação desta agenda pela biodiversidade e pelo clima.

* Professora Titular de Ecologia e

Biodiversidade

Presidente da Cátedra UNESCO “Biodiversidade e Conservação para o Desenvolvimento Sustentável”

Coordenadora do CEF - Centro de Ecologia Funcional - Ciência para as Pessoas & o Planeta | TERRALaboratório Associado para o Uso Sustentável da Terra e Serviços Ecossistémicos

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AS RESERVAS DA BIOSFERA, ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS E BIODIVERSIDADE

As alterações climáticas e a crise da biodiversidade são desafios determinantes na equação do desenvolvimento, seja a nível global seja local. Os impactos relativos à alteração da temperatura e dos regimes de precipitação, associados a uma maior frequência e imprevisibilidade dos fenómenos meteorológicos extremos, induzem problemas complexos relativamente a atividades socioeconómicas fundamentais como a agricultura e a pesca com reflexos muito negativos na qualidade de vida e bem estar de muitas sociedades humanas em todo o planeta. Outras consequências evidentes são o aumento de situações de risco e vulnerabilidade associadas a desastres como inundações, incêndios, desabamentos e deslizamento de terras, com perdas de vidas humanas, casas, infraestruturas públicas, implicando também perdas económicas astronómicas.

Do lado da biodiversidade, a par da pressão humana direta devido à ocupação, destruição e fragmentação de habitats naturais a extinção de espécies é igualmente potenciada pelas alterações climáticas.

A degradação da biodiversidade e perda de importantes serviços dos ecossistemas diminui a resiliência ambiental e social face às alterações climáticas. A disponibilidade de água e combate à desertificação promovida por ecossistemas florestais saudáveis perde-se com a destruição e uso insustentável dos recursos florestais.

As alterações químicas das águas costeiras são responsáveis pela morte dos recifes de coral, destruindo o habitat de muitas espécies importantes ao nível da segurança alimentar das populações humanas nas zonas costeiras. Estas evidências da estreita ligação entre as alterações climáticas e a perda de biodiversidade requerem uma abordagem integrada que não se deve limitar a mudanças tecnológicas com vista à redução das emissões de gases indutores do efeito de estufa.

A conservação da natureza, incluindo a restauração de ecossistemas é um dos pilares do desenvolvimento e, consequentemente, decisiva no combate às alterações climáticas.

Mesmo que o Acordo de Paris fosse cumprido na íntegra, não seria possível garantir as condições ambientais fundamentais para olhar o futuro com algum otimismo. A regulação da temperatura, só por si, não chega para garantir a disponibilidade de recursos e condições ambientais necessárias para uma população mundial que continua a crescer a rimo acelerado. A conservação da natureza ainda não mereceu reconhecimento suficiente quanto ao que significa para o desenvolvimento socioeconómico. Tradicionalmente a proteção da natureza é vista como um processo motivado por valores morais e menos pela importância funcional que desempenha.

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Reserva da Biosfera Transfronteiriça Tejo /Tajo Internacional © António Abreu

As áreas protegidas são vistas ainda como redutos de relíquias simbólicas e não como espaços promotores de recursos e funções fundamentais para o desenvolvimento. As áreas protegidas devem ser entendidas não apenas como espaços interessantes com curiosidades naturais, espécies emblemáticas ou paisagens deslumbrantes.

É fundamental entender o seu contributo seja para assegurar funções e recursos fundamentais, como a água; de suporte a actividades socioeconómicas relevantes, como o turismo, seja no combate às alterações climáticas. A biodiversidade é antes de mais um elemento promotor de resiliência ambiental e social, assegurando recursos e condições ambientais de suporte ao desenvolvimento humano.

É este o princípio proposto pelo Programa MaB (O Homem e a Biosfera) da UNESCO, através das Reservas da Biosfera (RB). As RB são territórios distinguidos pela UNESCO pela singularidade e qualidade do seu património natural e cultural e pela harmonia que privilegiam entre a salvaguarda do património e o bemestar das comunidades residentes. A rede mundial de RB dá expressão à Agenda 2030 e aos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável, assumindo um compromisso com as melhores práticas para um progresso justo e sustentável, alicerçado nos pilares da missão da UNESCO: ciência, educação, cultura e informação.

O modelo conceptual das RB assume uma importância de relevo no quadro global das iniciativas de conservação, gestão e utilização sustentável do património natural e cultural, catalisando as melhores práticas de conservação dos valores naturais, a prosperidade económica e o bem-estar das comunidades.

Tal como os Geoparques Globais e Sítios Património Mundial, as Reservas da Biosfera são instrumentos de desenvolvimento socioeconómico e ambiental promovendo soluções de base natural na mitigação e adaptação às alterações climáticas, mobilizando os atores relevantes à escala local e promovendo diálogo e parcerias multidisciplinares e a partilha de experiências através das diferentes redes temáticas e geográficas em que se integram.

*Biólogo Vice-Presidente do Bureau do Conselho Internacional de Coordenação do Programa MaB
Reserva da Biosfera de Castro Verde ©António Abreu
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Reserva da Biosfera de Castro Verde ©António Abreu

ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS E PATRIMÓNIO NATURAL E CULTURAL

Na última década, o apelo urgente à ação climática acentuou-se dramaticamente, em resposta à imensa ameaça para a humanidade que decorre das alterações climáticas. Existe hoje um consenso científico quase absoluto de que a mudança climática tem origem nas emissões de gases de estufa de origem humana; e a preocupação com esta mudança é hoje extensível a muitos cidadãos e sectores da nossa sociedade. As alterações climáticas manifestam-se por profundas mudanças do clima médio, mas a sua face mais tangível e assustadora está associada ao aumento da frequência de extremos climáticos. As alterações do clima médio têm que ver com aumentos de temperatura, mudanças nos padrões de precipitação, o degelo de zonas geladas e a subida do nível do mar, entre outros. Os extremos climáticos incluem ondas de calor, secas, incêndios, tempestades e inundações, etc, e por último, o efeito combinado destes extremos.

Os impactos das alterações climáticas dizem respeito a todos os domínios da civilização, desde a habitabilidade e capacidade de subsistência em vastas regiões, à saúde e segurança humanas, a todos os setores económicos, das regiões rurais às costeiras, e a ecossistemas terrestres e marinhos. O património natural e cultural, em todas as suas dimensões, é especialmente impactado pelas alterações climáticas. Desde há anos que conhecemos inúmeros exemplos de património mundial, classificado pela UNESCO, muito vulnerável ao aquecimento global: Veneza e o aumento de frequência da aqua alta resultante da sobre-elevação marítima e da subida do nível do mar, Chan-Chan (Peru) e Timbuktu (Mali), acometidos recorrentemente por inundações e secas; os glaciares alpinos de Jungfrau-Aletsch e o grande recife de coral da Austrália que desaparecem a um ritmo galopante em resultado da subida da temperatura da atmosfera a do oceano, etc.

De facto, a vulnerabilidade do património é extensível a todas as suas faces, desde o desaparecimento de comunidades e da sua cultura local, a sítios arqueológicos e monumentos ameaçados pelas elevadas temperaturas, pela seca, por inundações costeiras e fluviais, e a consequente erosão acelerada de estruturas, e, claro, à perda de condições bioclimáticas de ecossistemas. Os Modelos Globais e Regionais de Clima constituem a ferramenta física basilar que permite compreender e projetar o clima futuro, da escala global à local, de acordo com diferentes cenários de emissão de gases de estufa. Estes modelos permitem gerar informação de grande qualidade e resolução, que é vital para guiar o esforço de mitigação e adaptação que a sociedade tem a obrigação de empreender na salvaguarda do património natural e cultural.

*Investigador e Professor do Instituto Dom Luiz/Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa

Pedro
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ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

Geoparques Mundiais da UNESCO portugueses A nível global, há a ameaça crescente de no futuro virmos a enfrentar colapso ambiental, como resultado das alterações do clima dos dias de hoje. Os efeitos das alterações climáticas já não são apenas previsões de um futuro longínquo, mas sim problemas que temos de enfrentar no presente. Em todo o planeta, assistimos cada vez mais à ocorrência de eventos extremos como inundações, secas e crise hídrica, ventos fortes, incêndios florestais, deslizamentos de terra, subida do nível das águas do mar, entre outros. Também a ainda atual pandemia COVID-19 tem sido associada a uma consequência das alterações climáticas. A exploração desmedida do ambiente e da biodiversidade e a destruição de habitats, poderá levar à aproximação forçada entre as pessoas e espécies de animais selvagens, e desencadear zoonoses e doenças pandémicas como a COVID-19. Estes eventos não são apenas desastres naturais, são também o reflexo da ação do Homem, a qual resulta direta e indiretamente no aquecimento global e nas alterações climáticas. A comunidade científica estima que as atividades humanas, todos os anos, libertam para a atmosfera mais de 30 mil milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2), o que representa 60 vezes (ou mais) a quantidade de CO2 libertada por vulcões em cada ano. Num relatório publicado em outubro de 2022, liderado por investigadores da Universidade de Oregon, é referido que os níveis de CO2 atmosférico atingiram recentemente 418 partes por milhão, valor nunca antes registado. Além disso, 16 dos 35 “sinais vitais” do planeta utilizados para avaliar as mudanças climáticas obtiveram níveis recorde. Nesse sentido, cientistas de todo o mundo alertam que a humanidade enfrenta “inequivocamente” uma emergência climática.

Segundo o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, “Portugal é, em toda a Europa, um dos países que mais sente, e mais

vai sentir, os efeitos das alterações climáticas, dos fenómenos extremos e da subida do nível das águas”. Além disso, para o professor de meteorologia e climatologia da Universidade de Aveiro, Alfredo Rocha, as ondas de calor frequentes e longas, os incêndios florestais e a falta de água na agricultura serão os principais desafios que Portugal irá experienciar. Na verdade, as quatro maiores secas que afetaram todo o país ocorreram nos últimos 20 anos (incluindo o presente ano, 2022) e são o resultado de menores níveis de precipitação, temperaturas acima do normal e ondas de calor intensas. Ricardo Trigo, especialista em Variabilidade e Extremos Climáticos no Instituto Dom Luíz, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, esclarece que estas secas severas se têm devido principalmente “à temperatura do ar ser muito mais elevada” e a uma grande quantidade “da água que cai entre o inverno e a primavera” ser evaporada antes da estação mais quente, o que resulta em “stress agrícola, vegetativo e hídrico” muito acentuados. Para limitar os impactes das alterações climáticas é preciso reduzir as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) e adaptar o país a essas mudanças previsíveis.

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Cântaro Magro © Joel Santos

Neste sentido, uma das metas mais ambiciosas que Portugal se comprometeu a atingir é a neutralidade carbónica até 2045, limitando o aquecimento global a 1,5 ° C em relação ao período pré-industrial. No mais recente Índice de Desempenho das Alterações Climáticas (CCPI 2023), devido ao recente fecho das centrais de carvão e da aprovação do Parlamento da Lei de Bases do Clima, Portugal ocupa o 14º lugar (de 59 posições), o que representa uma melhoria de dois lugares desde o ano anterior (16º lugar).

No entanto, há ainda um longo caminho a percorrer, e alcançar com sucesso todas as metas com que nos comprometemos é um desafio de toda a sociedade e de todos os setores económicos. É crucial sensibilizar a população nacional para esta temática, contrariar movimentos negacionistas das alterações climáticas e levar à adoção de hábitos mais sustentáveis e amigos do ambiente.

Cientes do seu importante papel para aumentar a consciência e a compreensão na sociedade sobre estas problemáticas, os cinco Geoparques Mundiais da UNESCO (UGGp) portugueses e os geoparques aspirantes a esta classificação, implementaram o “Biénio para a Ação Climática nos Geoparques portugueses 2022-2023”. Este projeto, liderado pelo Estrela UGGp, pretende incorporar medidas e contribuir para implementar estratégias de desenvolvimento territorial sustentável, minimizando os problemas e os desafios de cada território. Identificar os potenciais impactes das alterações climáticas nos territórios UGGp (ou aspirantes a esta designação), definir ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas e envolver a comunidade civil e escolar, tornando-os “Embaixadores para a Ação Climática”, são alguns dos principais objetivos a alcançar com este projeto. O “Biénio para a Ação Climática nos Geoparque portugueses 2022-2023” conta, assim, com diversas ações no domínio da sustentabilidade destes territórios e assenta em três temáticas prioritárias: a educação, a ciência e o turismo. Além das inúmeras ações que cada Geoparque irá desenvolver durante 2022 e 2023, foi desenvolvido um Plano de Atividades conjunto que inclui 4 ações na área da Educação, 7 na área da Ciência e 3 de Turismo.

Entre estas ações destacam-se o desenvolvimento de um concurso escolar, “Ação Climática no Meu Geoparque”, o qual irá fomentar a criatividade e o espírito crítico dos alunos do 3.º ciclo do ensino básico, desafiando-os a produzir vídeos sobre o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 13 (Ação Climática), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Os vencedores de melhor vídeo de cada território UGGp (e aspirantes a UGGp) serão premiados com a participação no “Encontro Jovem sobre as Alterações Climáticas”, que decorrerá no concelho de Proença-a-Nova (no Naturtejo UGGp). Aqui os alunos terão a oportunidade de apresentar os seus vídeos, de participar em atividades no Centro de Ciência Viva da Floresta e de realizar uma saída de campo num dos geossítios deste Geoparque. O “Biénio para a Ação Climática” contará ainda com a realização de um evento “Estratégia”, no Terras de Cavaleiros UGGp, em janeiro de 2023, onde os diferentes territórios irão debater os principais problemas das alterações climáticas e a forma como impacta o desenvolvimento sustentável. Este evento resultará, assim, na produção de uma “Carta Estratégica dos Geoparques Portugueses para as Alterações Climáticas”, com as principais propostas e metas para esta emergência climática. Finalmente, no dia 11 de dezembro de 2023, encerraremos o projeto com uma conferência no Estrela UGGp, com ampla divulgação mediática, onde cada Geoparque abordará as ações desenvolvidas no seu território, nas várias áreas de atuação dos Geoparques Mundiais da UNESCO (Ciência, Educação, Turismo, Desenvolvimento Comunitário e Comunicação). Nesta conferência haverá também o lançamento do “Livro Branco para as Alterações Climáticas nos Geoparques portugueses”.

Nunca é demais reforçar que o futuro do clima e da humanidade passa pela adoção urgente de medidas, e muitas estão ao alcance de todos. E todos os dias contam!

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ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS: PRECISAMOS DE MAIS INFORMAÇÃO?

Ana Horta* Fala-se cada vez mais em alterações climáticas. Um relatório recente do Media and Climate Change Observatory mostra que, por todo o mundo, 2021 e 2022 estão entre os anos em que os jornais mais falaram sobre alterações climáticas. Entre os tópicos mais abordados estão as conferências das Nações Unidas, como a COP27, que decorreu em novembro passado. Mas é cada vez mais frequente encontrarem-se conexões a fenómenos meteorológicos ou ecológicos, como furacões, inundações, secas, incêndios florestais ou ondas de calor. E nos últimos anos tornaram-se frequentes as notícias sobre protestos, manifestações e greves de estudantes pelo clima.

Na comunicação sobre estes tópicos encontramse muitas vezes mensagens contraditórias. Se, por um lado, os eventos climáticos extremos são caraterizados como sendo cada vez mais frequentes e acarretando devastação, perda de vidas humanas e animais e prejuízos económicos, e os protestos nas ruas exigem ação imediata, por outro lado, as negociações internacionais sobre medidas a tomar tendem a ser muito difíceis, roçando o imobilismo. Os líderes políticos que, nos seus discursos apelam à mudança, são também apanhados em contradição nas suas práticas (como quando viajam de avião apenas para assistir a um jogo de futebol do campeonato mundial, por exemplo). Estas contradições, num contexto de constantes apelos ao consumismo e entraves a escolhas com impactos ambientais mínimos,

contribuem para a chamadaeco-ansiedade, ou ansiedade climática, que afeta cada vez mais pessoas, sobretudo jovens. Embora esta ansiedade possa servir de motivação para agir, pode também conduzir à inércia, associada ao sentimento de que já é tarde demais ou que as mudanças necessárias são impossíveis dada a natureza humana e o peso dos interesses instalados.

As discrepâncias entre discurso e ação contribuem também para a erosão da confiança nos outros.

Se as atuais formas dominantes de comunicação sobre alterações climáticas têm como efeitos involuntários ansiedade ou erosão da confiança, em vez de incentivar a mudança, é preciso que os comunicadores reflitam criticamente sobre os seus próprios discursos. É possível comunicar de formas diferentes, mais criativas e inspiradoras. E dar voz a visões alternativas é dar-lhes poder.

* Investigadora no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa

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Reunião da Rede Portuguesa de Geoparques Mundiais da UNESCO 28 a 30 novembro 2022

A cidade de Angra do Heroísmo, cujo centro histórico foi inscrito na lista do Património Mundial da Humanidade em 1983, recebeu a reunião da Rede Portuguesa dos Geoparques Mundiais da UNESCO.

Dos pontos da agenda da reunião destacamos a candidatura do Aspirante Oeste e a aprovação do Plano de Atividades da Rede para 2023. Relativamente a este último, o Biénio para as Alterações Climáticas nos Geoparques Portugueses, um evento conjunto entre Reservas da Biosfera e os Geoparques Mundiais da UNESCO, a criação do Fórum da Juventude dos Geoparques Portugueses, as celebrações do Dia Mundial da Língua Portuguesa e do Dia das Comunidades Portuguesas, são algumas das atividades previstas. Houve, igualmente, lugar a visitas de campo a alguns dos Geossítios da Ilha Terceira.“

Participação no 4º Encontro Nacional das Escolas Associadas de Angola

A Comissão Nacional da UNESCO, a convite da Comissão Nacional da UNESCO de Angola, participou, nos dias 4 e 5 de outubro - Dia Mundial do Professor, no 4º Encontro Nacional das Escolas Associadas à UNESCO, sob o tema “Defendamos a Vida em Suas Diversas Formas - O Sistema de Educação e Ensino na Literacia sobre o Ambiente”.

O objetivo geral do Encontro centrou-se na reflexão sobre as estratégias globais e nacionais de proteção do ambiente e de combate às alterações climáticas. Quanto aos objetivos específicos, focaram-se em potenciar as escolas com informações globais e nacionais sobre a proteção do ambiente e combate às alterações climáticas desde a disposição legal; identificar experiências e boas práticas de atividades curriculares e extraescolares na preparação das gerações presentes e futuras na proteção do ambiente e incentivar as escolas a tomar atitudes de preservação do ambiente. Ao lado de Portugal, participaram as coordenações nacionais da rede das escolas associadas da UNESCO de Angola, do Brasil, de Moçambique e de Espanha.

A Comissão Nacional da UNESCO de Portugal, no âmbito do módulo 1 “A cooperação internacional entre as escolas associadas à UNESCO no combate às alterações climáticas”, partilhou experiências e boas práticas levadas a efeito pelas escolas associadas da UNESCO em Portugal, por exemplo, no âmbito da participação das escolas no programa Eco Escolas e Escola Azul, no projeto UNESCO “Roteiro da Sustentabilidade 20-30”, no Trash Hack Schools, em projetos ERASMUS+ e a participação em 2021 no “Global Student Climate Action Day”, onde escolas portuguesas foram distinguidas com o selo “Schols4Excellence”.

12 NOTÍCIAS DA CNU
©Carlos Bastos | Jornal de Angola | edições novembro

Projeto ‘Ponte nas Ondas’ no Registo de Boas-Práticas do Património Cultural Imaterial

A candidatura do projeto transnacional “PCI da Raia Luso-Galega: um modelo de salvaguarda criado pela Ponte nas Ondas” foi inscrito no Registo de Programas, Projetos e Atividades que melhor refletem os princípios e objetivos da Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, no decurso da 17ª sessão do Comité da Convenção, que decorreu em Rabat de 28 de novembro a 3 de dezembro.

Apresentado por Portugal e Espanha, o projeto desenvolvido pela Associação Cultural e Pedagógica Ponte… nas Ondas!, visa salvaguardar o património cultural imaterial da raia luso-galega, criando espaços onde essas práticas ocorrem e são transmitidas às gerações mais jovens. Começou em 1995, quando um grupo de professores de várias escolas primárias e secundárias de ambos os lados da fronteira, decidiu trabalhar em conjunto para manter, transmitir e disponibilizar contextos para manter viva a cultura patrimonial da sua raia. O projeto PNO! permitiu que os jovens se envolvessem na prática e transmissão das suas próprias tradições graças à divulgação do património cultural nas escolas, à formação de professores, à presença de detentores e praticantes nas salas de aula para partilharem os seus conhecimentos e experiências, bem como à utilização das tecnologias da informação e comunicação e dos recursos de rádio para transmitir, promover e valorizar o património cultural imaterial partilhado.

A entidade avaliadora do projetou felicitou os Estados Parte pelo dossier de candidatura bem preparado, que destaca o envolvimento das comunidades, grupos e indivíduos na salvaguarda de um património cultural imaterial partilhado e praticado de ambos os lados da raia. Acresce que a Associação promotora da candidatura é desde 2016 entidade acreditada junto do Comité do Património Cultural Imaterial.

Este é a primeira boa-prática portuguesa reconhecida pelo Comité do Património Cultural Imaterial. Recordese que o nosso país conta já com nove elementos inscritos nas Listas da Convenção da UNESCO para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial. Assim, encontram-se já inscritos na Lista Representativa o “Fado, canção urbana popular de Portugal” (2011), a “Dieta Mediterrânica” (2013), o “Cante Alentejano, canto polifónico do Alentejo, sul de Portugal” (2014), a “Produção de Figurado em Barro de Estremoz” (2017), as “Festas de Inverno: Carnaval de Podence” (2019), a “Falcoaria, património vivo da humanidade” (2016, 2021) e as Festas do Povo de Campo Maior (2021). Encontram-se incluídos na Lista do Património Cultural Imaterial que necessita de uma salvaguarda urgente a “Manufatura de Chocalhos” (2015) e o “Processo de Confeção da Louça Preta de Bisalhães” (2016).

Webinares Património Mundial

Integrados nas comemorações do 50º aniversário da Convenção do Património Mundial, adotada pela UNESCO em 1972, a Comissão Nacional da UNESCO de Portugal em parceria com Direção-Geral do Património Cultural e a Cátedra UNESCO ‘Património, Cidades e Paisagens. Gestão Sustentável, Conservação, Planeamento e Projeto’ da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto organizaram um conjunto de três webinares sobre temas relativos à Convenção, que se encontram online para visualização e divulgação:

Património Mundial e os Desafios da Gestão, 5 de abril;

Património Mundial e Sociedade, 4 de maio;

Património Mundial e Intervenientes, 12 de dezembro

Os webinares contaram com a participação de académicos, coordenadores de redes UNESCO, especialistas, gestores, professores e representantes de diversas entidades que, em Portugal e em países com património de influência portuguesa, contribuem valiosamente para o conhecimento e a aplicação da Convenção para a Proteção de Património Mundial, Natural e Cultural.

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CNU participa nas Jornadas Pedagógicas sobre Edudação para a Sustentabilidade

A Comissão Nacional da UNESCO participou, no dia 8 de novembro nas “Jornadas Pedagógicas sobre Educação para a Sustentabilidade”, que teve lugar no Agrupamento de Escolas de Paço de Arcos - Escola Secundária Luís de Freitas Brancoescola associada da UNESCO.

Este evento integrou-se no âmbito do projeto “ERASMUS+ Mobility - Create the Future of yourcommunity - Education for Sustainable Development as impulses for transformation and Global Citizenship Education”.

Alunos e professores da Escola Secundária Luís de Freitas Branco e uma equipa de 80 professores e alunos alemães da Baixa Saxónia -Niedersächsisches Landesinstitut, partilharam as suas experiências ligadas ao tema das Jornadas, que contaram com a organização de conferências, tertúlias, workshops e outras atividades. As principais temáticas desenvolvidas foram: 1) Educação para o Desenvolvimento Sustentável; 2) Educação para a Cidadania Global; e 3) Incentivos para os processos de Transformação na Comunidade Global.

O evento teve o apoio da Câmara Municipal de Oeiras, da World Bike Tour, e contou com a participação dos parceiros do Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier (ITQB) e Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

Atualização da Lista Indicativa do Património Mundial de Portugal

Encontra-se a decorrer a atualização da Lista Indicativa Património Mundial de Portugal.

Os interessados deverão remeter as propostas de inscrição nesta Lista, que precede qualquer candidatura à Lista do Património Mundial, até dia 15 de janeiro de 2023.

Informações adicionais escontram-se disponíveis no website da Comissão Nacional da UNESCO

Cooperação entre Comissões Nacionais da UNESCO

Realizou-se de 29 a 31 de agosto, a 10ª reunião de Lugano, organizada pela Comissão Suíça para a UNESCO com o objetivo de promover a cooperação entre Comissões Nacionais da UNESCO.

Para as reuniões de Lugano, a Comissão Suíça convida um grupo limitado de secretários gerais de Comissões Nacionais da UNESCO e procura, num ambiente informal, aprofundar e discutir temas que possam dar origem a futuros projetos de cooperação entre Comissões Nacionais da UNESCO.

A Comissão Nacional da UNESCO de Portugal esteve representada pela Secretária Executiva, Dra Rita Brasil de Brito, que fez a apresentação ”Building Kinder Brains” – the work of The Mahatma Gandhi Institute of Education for Peace and Sustainable Development (MGIEP)” .

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©CMOeiras

Comemorações da Primeira Viagem de Circum-Navegação comandada pelo navegador português Fernão de Magalhães

Decorreu no dia 7 de dezembro, no Ministério dos Negócios Estrangeiros, uma cerimónia no âmbito das Comemorações da Primeira Viagem de Circum-Navegação comandada pelo navegador português Fernão de Magalhães,

civilizações; biodiversidade; a exploração além das fronteiras terrestres; as naus da época e a vida a bordo; cartografia; intercomunicabilidade entre os oceanos; teatro, música, pintura, realização de colóquios, palestras, exposições, atividades de âmbito artístico, visitas a museus.

Foram desenvolvidos inúmeros projetos relacionados com estes temas, podendo referirse o I Encontro da Rede das Escolas Associadas da UNESCO Magalhânicas em Lisboa, em junho de 2021, e o Concurso “A Expedição que falta”, destinado a alunos do 1º ciclo do Ensino Básico sobre intervenção artística, a alunos do 2º e 3º ciclos do Ensino Básico sobre escrita criativa, e aos alunos Ensino Secundário sobre Audiovisual.

onde esteve presente o Ministro dos Negócios Estrangeiros, tendo sido apresentada uma edição filatélica dedicada ao tema e um veleiro em miniatura a lançar ao mar com mensagens sobre a Viagem.

A Comissão Nacional da UNESCO participou nas Comemorações mediante o incentivo à constituição de uma Rede de Escolas Magalhânicas a fim de promover o estudo, a divulgação e a valorização da Viagem de Circum-navegação em várias faixas etárias, bem como a partilha de projetos, entre as diversas escolas na Rede, iniciativa enquadrada no âmbito da Década Internacional da UNESCO para a Aproximação de Culturas, que decorre entre 2013 e 2022.

Integraram esta Rede Magalhânica 28 escolas portuguesas de norte a sul do país, no Continente e nas Regiões Autónomas, cujos alunos trabalharam temas relacionados com a Viagem de Circum-navegação como sabores, aromas e especiarias; gastronomia; instrumentos de navegação; fauna e flora marinha; diversidade, herança cultural e encontro de culturas e de

A Comissão Nacional da UNESCO está a ponderar a organização no próximo ano de um concurso entre as escolas, recebendo a escola vencedora como prémio o direito de lançar ao mar o veleiro em miniatura com mensagens sobre a Viagem de Circum-navegação.

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©MNE ©MNE

15ª Reunião do Comité Nacional MaB

No passado mês de novembro, teve lugar a 15ª reunião do Comité nacional MaB (Programa o Homem e a Biosfera da UNESCO) na sede do ICNF, em Lisboa.

Dos pontos da agenda destacamos o papel dos jovens nas Reservas da Biosfera e a participação portuguesa no II Fórum Jovem IberoMaB, as alterações climáticas nas Reservas da Biosfera – estratégias e ações em curso nas Reservas da Biosfera do Paul do Boquilobo e Castro Verde, o Projeto “Territórios sustentáveis, comunidades resilientes” – EEAGrants e as principais decisões adotadas na reunião do Conselho Internacional de Coordenação do Programa, que teve lugar em Paris no passado mês de junho.

A Rede Mundial integra 738 territórios distribuídos por 134 países.

Portugal tem 12 Reservas da Biosfera inscritas na Rede Mundial de Reservas da Biosfera da UNESCO, das quais 3 Transfronteiriças.

Reunião da Rede Europeia de Associações do Património Mundial

Realizou-se de 26 a 28 de outubro, no Sítio do Património Mundial das Linhas Ferroviárias da Rética, paisagens de Albula/Bernina, na zona oriental da Suíça, uma reunião da Rede Europeia de Associações do Património Mundial, organizada com o apoio da Comissão Nacional da UNESCO da Suíça.

Esta reunião contou com a presença de representantes de diversas associações europeias do Património Mundial e das Comissões Nacionais da UNESCO da Alemanha, Áustria, Eslovénia França, Países Baixos, Portugal, Reino Unido, Suíça. A reunião, que teve como tema principal a cooperação entre associações europeias de Património Mundial e as Comissões Nacionais da UNESCO, integrou sessões de trabalho (workshops) promovidos pelos participantes, apresentação de boas práticas e permitiu a discussão de muitos assuntos de interesse relacionados com o Património Mundial.

A Comissão Nacional da UNESCO de Portugal fez uma apresentação sobre a Rede do Património Mundial de Portugal, que constituiu com os 17 Sítios do Património Mundial portugueses, e as suas atividades.

VI Congresso Literacia, Media e Cidadania

A sexta edição do Congresso Literacia, Media e Cidadania regressa nos dias 21 e 22 de abril de 2023, na Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa. “Transição Digital e Políticas Públicas” é a temática escolhida pelo GILM – Grupo Informal sobre Literacia Mediática (promotor da iniciativa) num momento em que, nas políticas que vêm sendo adotadas nacional e internacionalmente e no cenário atual da transição digital, a Literacia Mediática (LM) parece estar a assumir o seu lugar como uma das literacias-chave à capacitação de todos os cidadãos, sem exceção.

É inegável que, nomeadamente no contexto dos países da União Europeia, esse reconhecimento tem sido acelerado pelo papel que a LM pode ter no inadiável combate à desinformação e às falsas narrativas online, bem como na luta contra o discurso de ódio, que se amplia em ambientes digitais, fenómenos que ameaçam a saúde da democracia e o exercício pleno da cidadania. Afigura-se, assim, oportuno olhar para este momento como uma oportunidade de discutir as políticas públicas e refletir sobre a diversidade de outras matérias relacionadas com os media implicadas na área da literacia mediática, no sentido de encontrar soluções que ofereçam aos cidadãos o pacote completo das competências de acesso, autonomia, responsabilidade, espírito crítico, criativo e participativo na sua relação com e através dos media. Chamada de trabalhos e mais informações aqui.

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Conferência Internacional “Alterações Climáticas e o Património Mundial, Natural e Cultural”

Decorreu no dia 10 de novembro passado, no Auditório do Colégio dos Jesuítas no Funchal, a conferência “Alterações Climáticas e o Património Mundial, Natural e Cultural”, organizada pela Secretaria Regional de Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas, em conjunto com a Comissão Nacional da UNESCO. A iniciativa enquadrase no âmbito das atividades da Rede do Património Mundial de Portugal e pretendeu promover uma discussão integrada relativa aos impactos das alterações climáticas sobre os bens Património Mundial. Após a sessão de abertura pelo Embaixador José Filipe Moraes Cabral, Presidente da Comissão Nacional da UNESCO e pela Professora Doutora Susana Prada, Secretária Regional de Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas, o evento prosseguiu com a apresentação de uma mensagem do Secretário-Geral das Nações Unidas, Eng. António Guterres, na qual sublinhou a importância de serem combatidas as alterações climáticas por forma a proteger não apenas o nosso património cultural e natural, mas também toda a humanidade.

A conferência inaugural foi proferida pela Professora Doutora Helena Freitas que, apresentando dados científicos, resultados de investigações e conclusões de relatórios recentes, traçou um quadro bastante negativo quanto ao futuro do nosso planeta e da nossa civilização, caso não sejam tomadas de imediato medidas para mitigar as alterações climáticas tentar reverter o aquecimento global. Foram, em seguida, apresentadas comunicações por especialistas nacionais e internacionais, que aprofundaram as diversas vertentes e dimensões do tema em apreço.

Paralelamente à Conferência decorreu a 23º reunião da Rede do Património Mundial de Portugal, uma rede que reúne os gestores dos sítios do Património Mundial em Portugal com o objetivo de promover a aproximação entre estes sítios, nomeadamente através do debate de ideias sobre a gestão e reabilitação do património, do intercâmbio de conhecimentos e da discussão de questões de interesse mútuo, e também a participação conjunta em projetos e iniciativas que gerem valor para as regiões onde se inserem e difundam o Património Mundial em Portugal e no Mundo.

Descarregue aqui a mensagem de vídeo de António Guterres, Secretário-Geral das Nações Unidas, por ocasião da Conferência sobre Alterações Climáticas e o Património Mundial Natural e Cultural.

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Lançamento da exposição comemorativa do Centenário da Travessia Aérea do Atlântico Sul por Gago Coutinho e Sacadura Cabral

Decorreu a 26 de setembro, no Ministério dos Negócios Estrangeiros, o lançamento da Exposição comemorativa do Centenário da Travessia aérea do Atlântico Sul, realizada por Gago Coutinho e Sacadura Cabral, promovida pela Comissão Nacional da UNESCO e pelo Instituto Diplomático.

A exposição, composta por 10 painéis, e com a coordenação científica da Professora Doutora Fernanda Rollo, retrata as várias fases da viagem destes dois heróis portugueses da história da aeronáutica a nível mundial.

A itinerância desta exposição teve início no dia 10 de outubro e circulará pelas Redes UNESCO em Portugal continental e ilhas, tendo já estado patente no Funchal.

Estará patente em Lisboa, na Biblioteca Palácio Galveias de 2 a 30 de janeiro de 2023 e na Biblioteca Orlando Ribeiro, na 2ª semana de maio de 2023.

Já esteve exposta no estrangeiro com o apoio do Instituto Camões, nomeadamente em Buenos Aires, Florianópolis, Pretória e Xangai, estando ainda prevista a sua exibição, em 2023, em Astana, Basileia, Berlim, Berna, Budapeste, Dublin, Estocolmo, Florianópolis, Genebra, Otava, Pretoria, Washington, Zagreb, Zurique tendo já sido produzidas versões em Mandarim e em Espanhol.

Prémio Fundação Manuel António da Mota para Clubes UNESCO

de Guimarães vencem ex-aequo a 2ª edição do Prémio Fundação Manuel

O Clube UNESCO A Casa ao Lado de Vila Nova de Famalicão e o Clube UNESCO Mobilidade

Mota para Clubes UNESCO "Criar alicerces na sociedade, construir pontes para a paz".

O júri constituído por um representante da Fundação Manuel António da Mota, um representante da Federação de Associações, Centros e Clubes UNESCO, um representante da ANIMAR e um representante da Comissão Nacional da UNESCO, considerou que ambos os projetos eram merecedores de receber o Prémio pela sua grande qualidade e pela capacidade que tiveram de mobilizar um grande número de participantes, contrariando de forma inteligente a necessidade de distanciamento físico a que a pandemia obrigava. O júri decidiu assim, por unanimidade, atribuir o Prémio ex-aequo aos projetos TEAR – Territórios Artísticos e Férias na Casa V.O.A.R. – Valorizar, Oferecer, Aprender e Receber. Atendendo à grande qualidade dos restantes projetos submetidos, o Júri decidiu ainda atribuir duas menções honrosas aos projetos Arquivo de Memória por se tratar de um projeto que, embora já exista há vários anos, deve ter continuidade no tempo pela sua pertinência e pela valorização da história oral e diálogo entre gerações e Os nossos avós eram cientistas pelo seu caráter pedagógico e a sua dimensão de investigação. Um projeto promotor da literacia científica e de valorização e partilha das nossas tradições e da nossa memória coletiva.

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Intercultural António da
© CNU © CNU

2º Fórum Nacional das Redes UNESCO - Braga, 26 de novembro

No passado dia 26 de novembro, realizou-se no Altice Fórum Braga, o 2º Fórum Nacional das Redes UNESCO em Portugal. Organizado pela Comissão Nacional da UNESCO, com o apoio da Câmara Municipal de Braga e da Confraria do Bom Jesus do Monte, o evento reuniu todas as Redes UNESCO presentes em Portugal: Bibliotecas Associadas à CNU, Cátedras UNESCO, Cidades de Aprendizagem; Cidades Criativas; Clubes UNESCO; Escolas Associadas; Geoparques; Sítios Património Mundial e Reservas da Biosfera.

O 2º Fórum contou com a participação do Presidente da Assembleia da República, Professor Doutor Augusto Santos Silva que, na conferência inaugural, sublinhou a importância do trabalho diário das Redes UNESCO em prol da paz, levando-nos também aos primórdios da criação da UNESCO e relembrando-nos do seu importante papel nos dias de hoje.

No espaço expositivo os participantes puderam visitar as diversas exposições da Comissão Nacional da UNESCO sobre Património Mundial, Reservas da Biosfera e a 1ª Travessia aérea do Atlântico Sul, entre outras, e tomar conhecimento do trabalho desenvolvido pelas diferentes redes em Portugal.

Houve ainda lugar para a reflexão sobre o papel das redes UNESCO na promoção da paz nas áreas de ação da Organização no âmbito de quatro mesas redondas. Os participantes tiveram a oportunidade de partilhar boas práticas e de estabelecerem bases para um trabalho conjunto no futuro,

tirando assim partido da experiência específica de cada uma das Redes. Antes da apresentação das conclusões das Mesas Redondas que identificaram algumas propostas concretas de ações e projetos conjuntos, o Professor Doutor Manuel Pinto proferiu uma pequena conferência, deixando-nos muitas pistas de questionamento e reflexão sobre o lugar da comunicação e informação nas nossas vidas e sobre o seu papel na promoção e manutenção da Paz.

Veja as fotografias deste evento aqui.

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Laureados do Prémio de Jornalismo Direitos Humanos & Integração 2022

A Comissão Nacional da UNESCO e a SecretariaGeral da Presidência do Conselho de Ministros entregaram, a 12 de dezembro, em Cerimónia Pública que decorreu no Palácio Foz, em Lisboa, os Prémios de Jornalismo Direitos Humanos & Integração.

Estes Prémios visam reconhecer o trabalho desenvolvido por profissionais da comunicação social, a nível nacional, em prol dos direitos humanos e das liberdades fundamentais. O Prémio é atribuído ao melhor trabalho realizado, no ano anterior, por profissionais da comunicação social nas suas diversas modalidades – meios audiovisuais, rádio e imprensa escrita.

1º PRÉMIO:

IMPRENSA ESCRITA

A vida inteira com o salário mínimo. “Uma constante dor de cabeça”, de Natália do Carmo Teixeira Faria e Adriano Miranda, publicada no Público

1º PRÉMIO: RÁDIO

Exército de precários, de Nuno Viegas, Pedro Miguel Santos, Ricardo Esteves Ribeiro e Bernardo Afonso, difundida na Fumaça ex-aequo com Bissau – Geração Futuro, de Paula Borges, difundida na RDP África

ÕES HONROSAS

de Imprensa Escrit

A caminho de sítio nenhum, de Margarid José Carlos Carvalho publicada na Visão Nós somos oito mil histórias, de Marta P Tiago Miranda, Rúben Tiago Pereira, Tiag Maria Romero, publicada no Expresso; Para os jovens trans, ir à escola é “uma medo de que me agredissem”, de Andrei publicada no Público; Como está a União Europeia a acolher q Cátia Nabais Mendonça, Rui Pedro Paiva publicada no Público

MENÇÕES HONRO

oria de Rádio

os a dedo, de Filipe Santa Bárbara e a na TSF; gado, a bússola estilhaçada, de Nu a 1

ENÇÕES HONROSAS

goria de Meios audiovisuais

PRÉMIO DE IMPRENSA REGIONAL

Uma casa com vista para o céu Como (sobre)vivem os sem-abrigo de Braga ao frio, de Liliana Oliveira, difundida na Rádio Universitária do Minho

egã salva em Portugal, de Catarina Cadavez, Rodrigo Lobo Melo, emitida na RTP; o, de Maria José Garrido, emitida na TVI; Líbano, de Susana André, Odacir Júnior, Ricardo Tenreiro, Cláudia Ganhão, Diana Matias, Octaviano Rodrigues, Rui Branquinho e Amélia Moura Ramos, emitida na SIC e SIC Notícias; À Margem, de Dulce Salzedas, João Lúcio, Tiago Martins, Isabel Cruz, Diana Matias, Luís Botas, José Eduardo Zuzarte, Paulo Cepa, Octaviano Rodrigues, Rui Branquinho e Amélia Moura Ramos, emitida na SIC e SIC Notícias

Veja todas as peças em https://www.pjdhi.pt/2022/

O Júri foi composto, nesta 17ª edição, por Guilherme d’Oliveira Martins, Catarina Duff Burnay e Francisco Sena Santos. emitida na Divergente
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Reunião tradicional de Comissões Nacionais da UNESCO à margem do Conselho Executivo

A Comissão Nacional da UNESCO participou na reunião tradicional de Comissões Nacionais da UNESCO, que teve lugar nos dias 10 e 11 de outubro, na sede da Organização, à margem da 215.ª sessão do Conselho Executivo.

Da agenda desta reunião, fez parte a preparação em curso pelo Secretariado da UNESCO da publicação “Arquitetura das Comissões Nacionais” e apresentações por parte de Julien Pellaux, Diretor da Divisão para as Parcerias, Bureau do Planeamento Estratégico do Secretariado da UNESCO; do Diretor Geral Adjunto para a Cultura, Ernesto Ottone, sobre as conclusões da Conferência Mundial sobre Políticas Culturais e Desenvolvimento Sustentável – MONDIACULT – 2022, que teve lugar no México, de 28 a 30 de setembro; e da Diretora da Divisão para a Educação 2030, Maki Katsuno-Hayashikawa, sobre os resultados da Cimeira sobre a Transformação da Educação, TES 2022, que se realizou em Nova Iorque, no dia 19 de setembro. Estes temas foram seguidamente debatidos, tendo as Comissões Nacionais colocado questões e apresentado sugestões aos referidos altos funcionários do Secretariado da UNESCO.

Inauguração, na sede da UNESCO, da versão inglesa da exposição comemorativa do Centenário da primeira travessia aérea do Atlântico Sul

No dia 12 de outubro, também à margem da 215ª sessão do Conselho Executivo da Organização e contando com a presença das Comissões Nacionais presentes em Paris, teve lugar, na Salle des Actes, na sede da UNESCO, a inauguração da versão inglesa da Exposição comemorativa do Centenário da primeira travessia aérea do Atlântico Sul, realizada por Gago Coutinho e Sacadura Cabral, na presença do Diretor-Geral Adjunto para o setor Prioridade África e Relações Exteriores da UNESCO, Firmin Edouard Matoko, da Representante Permanente de Portugal junto da UNESCO, Embaixadora Rosa Batoréu e do Presidente da Comissão Nacional da UNESCO, Embaixador José Filipe Moraes Cabral. Recorde-se que a UNESCO se associou à celebração desta efeméride por proposta de Portugal e com o apoio do Brasil e de Cabo Verde.

© CNU © Ana Paula Rosa
© James Bridge
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NOTÍCIAS DA UNESCO

Decisões-chave adotadas para a segurança dos jornalistas, o direito de acesso à informação e o desenvolvimento dos meios de comunicação

Por ocasião da 33ª sessão bienal do Conselho do Programa Internacional para o Desenvolvimento da Comunicação (PIDC), que teve lugar na sede da UNESCO em Paris a 23 e 24 de novembro de 2022, 38 EstadosMembros avaliaram os resultados do Programa nos últimos dois anos e tomaram decisões para o futuro.

O Conselho aprovou um conjunto de decisões na sequência da discussão do relatório sobre a segurança dos jornalistas e o risco de impunidade e do relatório mundial sobre a implementação da legislação sobre o acesso à informação, reafirmando o papel crucial do PIDC e da UNESCO na monitorização do ambiente dos meios de comunicação social livres, independentes e pluralistas.

O Conselho registou igualmente com preocupação a crescente prevalência de ameaças a jornalistas, incluindo o aumento do cyber-bullying de mulheres jornalistas, e apelou aos Estados-Membros para que tomassem medidas adicionais para proteger os jornalistas e os trabalhadores dos meios de comunicação social. Após um extenso processo de consultas, os membros do Programa adotaram também um quadro estratégico para o PIDC.

Saiba mais sobre o PIDC - Programa Internacional para o Desenvolvimento da Comunicação aqui

O Sector da Comunicação e Informação está empenhado em responder aos desafios prementes da era digital, a começar pela inteligência artificial (IA)

O desenvolvimento da capacidade das diferentes partes interessadas para compreender e explorar a IA é essencial para que as sociedades possam usufruir dos seus benefícios, ao mesmo tempo que impedem a sua utilização de ameaçar os direitos humanos. Os destaques dos últimos projetos desenvolvidos incluem o lançamento de uma banda desenhada sobre IA para jovens, um quadro de competências em IA e de transformação digital para funcionários públicos, formação para o poder judiciário sobre IA e o Estado de direito, e um guia sobre abordagens multi-stakeholder para a elaboração de políticas em matéria de IA.

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© UNESCO
© Freepik

Ucrânia: UNESCO lança novo programa de apoio aos jornalistas ucranianos

A UNESCO, em parceria com o Sindicato Nacional de Jornalistas da Ucrânia (NUJU) e a Federação Internacional de Jornalistas (IFJ), lançou um programa de apoio aos jornalistas ucranianos concedendo-lhes subsídios de emergência para que possam prosseguir o seu trabalho, fornecendo informação essencial ao público.

mais no site da UNESCO

A UNESCO celebrou o 30º aniversário do Programa Memória do Mundo

O dia 27 de outubro marcou a dupla celebração do 30º aniversário do Programa Memória do Mundo (MoW) e do Dia Mundial do Património Audiovisual. Representantes de comités regionais e nacionais do Programa Memória do Mundo, organizações internacionais parceiras, bem como o pessoal dos escritórios fora da sede da UNESCO reuniram-se num espírito de celebração no Simpósio Global do Programa Memória do Mundo, realizado online e offline. Sob o tema “Colocar o património documental ao serviço de sociedades inclusivas, justas e pacíficas”, os oradores do simpósio partilharam os importantes passos dados pelas suas instituições na salvaguarda do património documental mundial, salientando ao mesmo tempo o papel do património documental na consecução da meta 16.10 da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

Orientações e Kit de Ferramentas para avaliações de impacto em contexto do Património Mundial

A UNESCO e as Organizações Consultivas do Comité do Património Mundial emitiram novas orientações para avaliar os impactos de projetos que possam afetar potencialmente os locais de património mais preciosos do planeta.

Destinado a entidades de gestão do património, governos e promotores de projetos, o manual ‘Guidance and Toolkit for Impact Assessments in a World Heritage Context’ tem como objetivo ajudar a encontrar as melhores soluções possíveis para atender tanto as prioridades de conservação como as necessidades de desenvolvimento.

Encontra-se disponível em aqui.

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© UNESCO International Centre for Documentary Heritage Saiba
©Shutterstock

NOTÍCIAS DAS REDES UNESCO

Jardim-Escola João de Deus em Matosinhos (Escola associada da UNESCO) participa em concurso #Decarbonize ART4CLIMATE

No passado mês de outubro, os alunos do 3º e 4º ano do Jardim-Escola João de Deus – Matosinhos realizaram trabalhos de carácter artístico para participarem no concurso #Decarbonize ART4CLIMATE proposto pela parceria entre o Centre for Global Education e o TakingItGlobal

Nas aulas de estudo do meio e de CLIL (Content Language Integrated Learning), os professores titulares e a professora de Inglês abordaram o tema das alterações climáticas, explicando com profundidade conceitos como “efeito de estufa”, “clima”, “gases nocivos”, “degelo”, “poluição”, “combustíveis fósseis”, “desperdício alimentar”, etc... Posteriormente, os alunos foram convidados a refletir sobre o impacto das alterações climáticas na sua própria comunidade e no mundo e a materializarem as suas ideias através da elaboração de uma “obra de arte”.

A Arte foi usada como meio para veicular as mensagens dos alunos, para encorajar a criatividade e estimular a partilha de sentimentos sobre o estado do ambiente no nosso planeta. O empenho, a motivação e a sensibilidade artística das crianças foram notórias em desenhos, colagens, bandas desenhadas e esculturas 3D, com recurso a materiais muito diversificados e até reciclados.

As famílias também foram envolvidas na realização destes trabalhos, aumentando assim o alcance desta iniciativa. Crianças e adultos aumentaram o seu nível de sensibilização para o tema e tomaram consciência de que, pequenos gestos fazem toda a diferença. As criações artísticas podem ser vistas na Galeria TakingITGlobal, uma plataforma internacional que promove o entendimento e o intercâmbio cultural.

Já imaginaste o Planeta sem solo fértil?

Este foi o desafio lançado aos jovens do quinto ano de escolaridade, da Escola Básica El-Rei D. Manuel I de Alcochete em 2021/22.

O Projeto Bioética ConVida e a disciplina de Ciências Naturais promoveram atividades educativas sobre O Solo.

Sendo a escola um espaço de atores, nasceu uma exposição de trabalhos de alunos, no âmbito da Bioética ambiental.

O local escolhido para a partilha do material expositivo foi a Biblioteca Municipal de Alcochete que inquietou a comunidade local. Artistas de 10 e 11 anos pintaram 134 telas e escreveram textos para esta Campanha de Sensibilização intitulada:

O Solo um Recurso Limitado?!

Agrupamento de Escolas de Alcochete Escola associada da UNESCO

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©Agrupamento de
Escolas de

Biblioteca Municipal Abade Correia da Serra, Serpa

A FLiS – Festa do Livro de Serpa, promovida pela autarquia anualmente, no mês maio, teve como tema em 2022, a Água. Ana Pêgo, bióloga marinha, participou na FLiS com a exposição “Plasticus Maritimus, uma espécie invasora”, desenvolvendo, paralelamente, atividades com os mais novos no âmbito da educação ambiental, combinando ciência e arte, sensibilizando para a conservação da vida marinha e dos oceanos.

A sustentabilidade ambiental, com especial enfoque para as alterações climáticas, tem sido uma temática que a Câmara Municipal de Serpa destaca em diversas atividades ao longo do ano, em especial nas que desenvolve com as escolas e os mais novos.

O apoio do município à rede Eco-Escolas do concelho, ao projeto “O mar começa aqui”, a plantação de espécies autóctones nos jardins municipais, as campanhas para a poupança da água, são alguns dos exemplos do que em Serpa se faz pelo ambiente.

Sustentabilidade no Agrupamento de Escolas Camilo Castelo Branco, Vila Nova de Famalicão

Ao longo da história da Terra tem-se verificado a perda da biodiversidade.

No entanto, a velocidade a que agora ocorre é preocupante, pois não se deixa margem de manobra para que os ecossistemas se regenerem por si só. Nesse sentido é necessário que os jovens se envolvam e levem a cabo ações que mobilizem os seus pares.

O projeto Marka é um projeto desenvolvido no Agrupamento de Escolas Camilo Castelo Branco com o objetivo de construir um currículo identitário, cujo principal objetivo é articular o currículo nacional com o património natural local e, assim, valorizar e preservar a biodiversidade. São envolvidas várias disciplinas em articulação com o Município/Parque Urbano, e capacitam professores e alunos (desde o 3ºano até ao 12ºano), tornando-os capazes de desenvolverem trabalhos científicos e artísticos que sensibilizam toda a comunidade.

A nossa Terra, o nosso lar!

Este foi o mote que serviu de ponto de partida para a realização de um trabalho sobre alterações climáticas.

Português e Cidadania juntaram-se a esta causa que puxou pela imaginação e pelo sentido crítico dos alunos do 8º ano do Colégio Quinta do Lago.

A poluição e as suas consequências – seca, desgelo, inundações… - deram vida, em diferentes tons, formas e técnicas, a uma exposição que espelha o sentido crítico destes jovens ativistas. A Terra condenada aos maus-tratos vs. a Terra utópica povoou o imaginário dos alunos que se espera serem os futuros guardiões deste nosso incrível e maravilhoso lar.

Colégio Quinta do Lago, S. Domingos de Rana - 8º ano – Cidadania e Desenvolvimento / Português Escola associada da UNESCO

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MONDIACULT 2022 - Evento paralelo

A Cátedra UNESCO em Gestão de Artes e Cultura, Cidades e Criatividade do Politécnico de Leiria organizou o evento “Learning From the Territory - Social and Artistic Community Practices” no âmbito do seu Fórum de Artes e Sustentabilidade e como evento paralelo do MONDIACULT 2022: The UNESCO World Conference on Cultural Policies and Sustainable Development. O encontro decorreu nos dias 26 e 27 de setembro na ESAD.CR –Escola Superior de Arte e Design, nas Caldas da Rainha, antecipando a Conferência Mundial no México. No âmbito do Encontro foram convidados criadores portugueses e internacionais, bem como programadores nacionais, investigadores e organizações culturais e governamentais, a apresentar e refletir sobre a tipologia dos projetos que crescem a nível mundial e constituem a principal marca cultural do território alargado de Leiria. O encontro visou catalisar a visibilidade, sustentabilidade e intercâmbio internacional dos projetos apresentados, bem como a compreensão e inclusão da Comunidade Social, Artística e Práticas Participativas nas políticas públicas e económicas regionais, municipais e nacionais. O encontro presencial contou com a participação de vários agentes culturais e representantes de organizações culturais e governamentais.

Arte, natureza e ambiente

O Património Cultural e Natural é uma prioridade para o Clube UNESCO da Cidade do Porto (CUCP). O CUCP acordou com a Campo Aberto - associação de defesa do ambiente - organizar, em 2023, um Ciclo de Visitas a jardins históricos, que constará de quatro visitas (em março, maio, junho e outubro), orientadas por especialistas convidados.

As duas associações decidiram basear a programação deste evento no livro recentemente reeditado Arte Paisagista e Arte dos Jardins em Portugal, volume 1, da autoria de Ilídio Alves de Araújo, arquiteto paisagista e engenheiro agrónomo (1925-2015, o que faz dele, também, uma homenagem ao autor.

O ciclo quer atrair para a proteção do que resta desse património e incentivar o amor pela arte dos jardins. Esta iniciativa conta com o apoio, na programação e execução, da Profª. Teresa Portela Marques, da Faculdade de Ciências do Porto, e da AJH – Associação Portuguesa dos Jardins Históricos, presidida pela Arq.ª Paisagista Teresa Andresen. Clube UNESCO da Cidade do Porto

Espaço de Leitura - Clube UNESCO da Cultura Saloia

O Clube UNESCO da Cultura Saloia abriu um Espaço de Leitura no bar do Grupo Musical e Recreativo da Bemposta.

É um espaço em que os associados poderão ler e conhecer melhor vários livros, sobretudo sobre cultura saloia.

Todos os meses, seis novos livros estarão em destaque para serem consultados no Espaço de Leitura.

De realçar também a preocupação ecológica na criação deste espaço, em que não foram adquiridas novas peças, recorrendo-se à utilização e reutilização de materiais já existentes na coletividade.

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Santa Maria da Feira - Cidade Criativa da Gastronomia da UNESCO

Santa Maria da Feira foi designada Cidade Criativa da Gastronomia em novembro de 2021, num desígnio de promoção do território Feirense que se quer alavancar internacionalmente.

A rede de cidades criativas da UNESCO, uma rede que exalta os valores da paz, criatividade e partilha entre as cidades tem-se mostrado um “local” de excelência quer para a divulgação do território, quer para o estabelecimento de parcerias que nos vão permitir implementar projetos e estratégias para um futuro mais sustentável e que se alinhem com os ODS.

Um destes projetos está intimamente ligado com o maior Festival Internacional de Teatro de Rua – Imaginarius, que lançará uma call internacional onde as sete áreas criativas se interliguem produzindo um produto ou uma instalação artística, dando assim, palco à Gastronomia!

Projeto Piloto - OUSAR

Organizar, Urdir, Solidariedade, Apresentar, Resiliência

Trata-se de um projeto inovador no Agrupamento de Escolas da Bemposta com articulação horizontal, entre disciplinas, e vertical, entre ciclos de ensino, para abordar a problemática: Portimão: Smart City?

•11º - Smart city - Portimão é uma cidade inteligente? Como se pode dar a transformação?

•7º, 8º e 9º - Eventos extremos - Portimão está preparado para as consequências das alterações climáticas? O que podemos fazer?

Os alunos de 11º formam grupos com um subtema, enquanto nos 7º, 8º e 9º há grupos de trabalho com o mesmo tema. Uma semana por período, o 11º trabalha só no projeto, com especialistas e professores, e no final apresenta o trabalho no auditório para os alunos das turmas envolvidas.

Os produtos finais serão APPs, vídeos / powerpoint, mapas e Sessões de esclarecimento na Câmara Municipal e para a comunidade escolar.

Agrupamento de Escolas da BempostaEscola associada da UNESCO

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Agrupamento de Escolas do Carregado

Escola Associada da UNESCO

No ano letivo anterior, as turmas do 4º ano desenvolveram projetos diversos no âmbito do ambiente e da sustentabilidade. Os temas em destaque foram as florestas, a poluição marinha, a criação de um jardim vertical.

Todo o caminho percorrido levou à apresentação dos projetos em formato de pitch perante um júri e à montagem de exposições.

Os alunos envolvidos compreenderam a importância que estas temáticas têm para o nosso futuro, para a conservação de um planeta que se sente tão ameaçado. Contamos dar continuidade a esta sementinha, sempre com os alunos, e em parceria com o programa Eco-Escolas, criando na escola sede uma minifloresta sustentável segundo o método Miyawaki. Já temos árvores autóctones para plantar! Sabendo que a floresta é um sumidouro de CO2, consideramos que este projeto é um pontinho verde que pode fazer a diferença!

Cátedra UNESCO “Inteligência artificial e realidade aumentada”, Universidade de Lisboa

A Cátedra UNESCO “Inteligência Artificial e Realidade Aumentada” da Universidade de Lisboa assinou, em outubro, o Acordo com o Programa UNITWIN/Cátedras UNESCO por um período de 4 anos. Nesta data, são 16 as Cátedras portuguesas com Acordo assinado com este Programa da UNESCO.

I Encontro das Reservas da Biosfera da CPLP

A sede da Comunidade de Países de Língua

da Biosfera da CPLP, que se realizou entre os dias 9 e 11 de novembro.

Neste Iº Encontro, que visou assinalar a criação da Rede como veículo para uma maior partilha da informação e de iniciativas futuras, houve igualmente oportunidade para reuniões técnicas, ações de capacitação e intercâmbio e uma visita técnica à Reserva da Biosfera de Castro Verde, no último dia do Encontro, onde a delegação teve oportunidade de conhecer diversos projetos.

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Portuguesa (CPLP), em Lisboa, recebeu o I Encontro das Reservas
©CPLP

A sala de aula: uma porta aberta à interação, aprendizagem e ação ambiental

Ao abraçar o Projeto “LIFE Ilhas Barreira”, os alunos participaram numa ação de sensibilização ambiental com o objetivo de proteger as ilhas-barreira, (Barreta, ou Deserta, Culatra, Armona, Tavira e Cabanas) e duas penínsulas (Ancão e Cacela) que formam uma barreira entre o mar e a Ria Formosa.

O projeto visa avaliar a resiliência das Ilhas Barreira; avaliar as medidas de conservação das chamadas “dunas cinzentas”; observar o estado das populações de aves, bem como implementar medidas para reduzir os impactos causados pela predação por espécies invasoras e pela perturbação humana; testar medidas para evitar a captura acidental de aves marinhas em extinção.

Houve lugar a saídas de campo ao RIAS e à Ilha Deserta para complementar a informação teórica dada em sala de aula e pôr em prática as regras de conduta em zonas protegidas e em locais de nidificação/dunas. Foi também realizada uma recolha lixo e os alunos foram sensibilizados para a ameaça que é o lixo nos oceanos, especialmente os plásticos.

Loures no Centro da Sustentabilidade Promovendo os valores da inclusão, inovação e resiliência, Loures está a desenvolver um LivingLab onde irá testar novas tecnologias, com vista à descarbonização, que possam ser replicadas pelo restante território.

Este projeto é desenvolvido no Parque Adão Barata, um espaço verde em meio urbano, que desempenha múltiplas funções, desde a contribuição para a preservação da biodiversidade à aproximação da população à natureza, promovendo, desta forma, a saúde e o bem-estar.

Financiado pelo EEA Grants e desenvolvido entre instituições públicas, de investigação, ONGDs e privados, procura encontrar soluções para a mitigação das alterações climáticas, envolvendo a população. Será criada uma CER, irá ser instalado um sistema de rega eficiente, e foi já instalado um parque infantil que gera energia com o movimento – o primeiro em território português! Loures - Cidade de Aprendizagem

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Agrupamento de Escolas Pinheiro Rosa, Faro Escola associada da UNESCO ©Agrupamento de Escolas Pinheiro

Braga integra projeto internacional Youth4Bauhaus

Braga, cidade criativa da UNESCO para as Media Arts, é uma das quatro cidades europeias integrantes do “Youth4Bauhaus”, projeto sobre desenvolvimento urbano sustentável e que tem como objetivo capacitar jovens para as mudanças que ocorrem nas cidades onde vivem, incentivando a sua participação no espaço público. Criado ao abrigo do programa Erasmus +, este projeto conta ainda com a participação de estudantes das cidades europeias de Kosice (Eslováquia), Ghent (Bélgica) e Bucareste (Roménia).

A primeira etapa do projeto decorreu durante 12 e 16 de setembro, em Kosice, e contou com a participação de 40 jovens das quatro cidades envolvidas.

Braga - Cidade criativa da UNESCO em Media Arts

Amarante, um laboratório criativo

O reconhecimento formal como Cidade Criativa da Música chegou em outubro de 2017, mas a música corre-lhe nas veias, seja ela tradicional, erudita ou alternativa. Assim é Amarante: uma cidade de natureza criativa. O seu plano de ação transforma-a numa cidade laboratório, onde as práticas amadoras assumem protagonismo no contexto artístico e a música o elemento aglutinador. Amarante, berço de poetas, pintores, artistas e refúgio de natureza, história e arte é, também, na sua génese, uma terra romântica e musical, materializada num instrumento musical com dois corações talhados; um gesto de amor que ficou eternizado na viola amarantina.

No seu percurso, foram dados passos importantes, desde investimentos em infraestruturas, capacitação da rede de artes local e realização de projetos e eventos musicais de referência.

Amarante sabe qual o caminho a seguir e a cultura e a criatividade são a aposta clara na consolidação da sustentabilidade do território e na resposta aos desafios. De olhos postos no futuro, o diálogo é a palavra de ordem, assumindo as raízes musicais um papel protagonista. Realizar iniciativas musicais que propiciem a capacitação profissional e mobilidade e criar condições físicas para a implementação de projetos artísticos e empreendedores criativos e artísticos são algumas das ações a implementa

Amarante - Cidade Criativa da Música

©JNS_0635_violas_amarantina_oficina 30
©Braga Media Arts

Exposição Itinerante “Primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul”

1922-2022

Foi inaugurada em Alcanena, no dia 18 de novembro 2022, a Exposição Itinerante “Primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul”.

A primeira travessia aérea do Atlântico Sul, que ligou Lisboa ao Rio de Janeiro em 1922, efetuada por Sacadura Cabral e Gago Coutinho foi um dos acontecimentos marcantes da aeronáutica mundial.

Esta Exposição, da responsabilidade da Marinha e da Força Aérea, pretende assinalar o 100º aniversário da Primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul, e foi gentilmente cedida pelo Museu de Marinha.

A

esteve

Campanha Vamos Todos Dar o Litro

A Campanha Vamos Todos Dar o Litro teve como mote principal alertar/motivar a comunidade escolar para a necessidade do encaminhamento dos óleos alimentares usados para a reciclagem.

Mais uma forma de contribuir para um desenvolvimento sustentável, em que as necessidades da geração atual não comprometam a existência das gerações futuras, através do cumprimento das metas dos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS), principalmente o n.º 6 – Água Potável e Saneamento e o n.º 14 – Vida na Água, apoiando e fortalecendo a participação das comunidades locais, para melhorar a gestão da água e do saneamento, assim como prevenir e reduzir a poluição marinha.

Foi possível valorizar os óleos alimentares usados recolhidos, cerca de 3 448 litros, através da sua reconversão em biodiesel, numa lógica de economia circular.

Ourém - Cidade de Aprendizagem

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Exposição patente na Biblioteca Municipal Dr. Carlos Nunes Ferreira, de 18 a 29 de novembro 2022. Biblioteca Municipal de Alcanena Biblioteca associada à CNU Alunos do Jardim Infantil do Centro Social e Paroquial da Atouguia a fazer um depósito de OAU ©Munícipio de Ourém

Livre para experimentar, responsável por transformar

O Colégio “O Cantinho dos Amigos” é uma Eco-Escola desde 2010, pelo que, nos projetos curriculares de escola há sempre uma componente ambiental, tendo sido já abordadas várias temáticas, como as alterações climáticas, a poluição dos oceanos e o degelo.

Presentemente, há uma brigada verde em cada sala, que são um grupo de crianças responsáveis por analisar os consumos de papel, água e luz ou o consumo de recursos como o papel.

Dinamizamos atividades experimentais, nas quais os alunos são convidados a refletir sobre a consequência para o meio ambiente das práticas humanas. Os recursos multimédia, como curtas de animação, ou a discussão de situações do quotidiano são usados como ponto de partida para a discussão do problema das alterações climáticas.

Acreditamos que as crianças devem ser livres para experimentar e conhecer o mundo, mas que serão elas as promotoras de uma mudança global.

Colégio “O Cantinho dos Amigos”

Projeto CoaClimateRisk

O Vale do Côa é caracterizado pela trilogia da cultura mediterrânica com predominância de olivais, amendoais e vinhas, correndo para o rio Douro um afluente cujo nome se tornou universal. Milénio após milénio, as rochas de xisto que delimitam o leito do Côa foram-se convertendo em painéis de arte, com milhares de gravuras legadas pelo impulso criador dos nossos antepassados.

Nesta paisagem bucólica espera-se que no futuro as alterações climáticas tenham impactos significativos, principalmente devido à escassez de água, fazendo com que essas culturas sejam particularmente vulneráveis.

O projeto CoaClimateRisk (FCT-COA/CAC/0030/2019), visa analisar o impacto destas alterações nas culturas agrícolas da região e assistir no desenvolvimento de medidas de adaptação.

Os resultados do projeto poderão ser mais-valias para o sector agrário no desenvolvimento de uma agricultura mais sustentável.

Sítios

Pré-Históricos de Arte Rupestre do Vale do Rio Côa e de Siega Verde Património

Mundial

NB: Os conteúdos relativos às atividades das redes são da exclusiva responsabilidade das mesmas e refletem apenas uma ínfima parte da variedade e riqueza das atividades e projetos desenvolvidos. Cabe à CNU selecionar, de entre as propostas recebidas, aquelas que considera enquadrar-se na temática de cada edição procurando dar uma visão mais vasta das diferentes dinâmicas.

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© Hélder Fraga ©Colégio “O Cantinho dos Amigos”

EVENTOS UNESCO PRÉMIOS E CONCURSOS

PRÉMIOS UNESCO

16 DE DEZEMBRO

UM OCEANO DE VIDA: Conhecimento e soluções para a biodiversidade marinha e costeira no quadro da Biodiversidade Global após 2020

18 DE JANEIRO

16ª Sessão do Comité Intergovernamental para a Protecção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais

26 DE JANEIRO

Entrega do Prémio UNESCO UNAM Jaime Torres Bodet

ATÉ 23 DE JANEIRO

Prémio UNESCO - Rei Hamad Bin Isa Al-Khalifa para a utilização das TIC na educação

PRÉMIOS E CONCURSOS CNU

ATÉ 31 DE MARÇO Concurso Media@ção AO LONGO DO ANO Candidaturas à Rede de Escolas Associadas Candidaturas à Rede de Bibliotecas Associadas à CNU

PUBLICAÇÕES EM DESTAQUE, EVENTOS, PRÉMIOS E
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CONCURSOS

16 DE JANEIRO

ATÉ 21 DE JANEIRO

ATÉ 15 DE FEVEREIRO

JANEIRO FEVEREIRO

Largo das Necessidades, 1350-215 Lisboa Tel. (351) 213 946 652 E-mail: cnu@mne.pt unescoportugal

www.unescoportugal.mne.pt

FICHA TÉCNICA

Uma edição da Comissão Nacional da UNESCO em formato digital (3ª edição - dezembro de 2022). Presidente: Embaixador José Filipe Moraes Cabral | Secretária Executiva: Rita Brasil de Brito Educação: Fátima Claudino | Ciência: Ana Paula Santos | Cultura: Clara Bertrand Cabral Comunicação e Informação: Anna-Paula Ormeche e Ana Sofia Lopes Secretariado: Susana Palhete

POSTOS VAGOS, EFEMÉRIDES E CELEBRAÇÕES DEZEMBRO
• 10
• 18
• 14
• 24
• 24
• 25
• 27
• 11 fevereiro - Dia Internacional das
• 13 fevereiro - Dia
• 21 fevereiro
Semanas internacionais Anos internacionais Décadas internacionais unescoportugal MARÇO • 4 março - Dia Mundial da Engenharia para o Desenvolvimento Sustentável • 8 março - Dia Internacional da Mulher • 14 março - Dia Internacional da Matemática • 21 março - Dia Internacional da Eliminação da Discriminação Racial - Dia Mundial da Poesia • 22 março - Dia Mundial da Água POSTOS VAGOS NA UNESCO
Chefe de secção para o setor das Ciências Naturais, Paris
Secretário Executivo da COI - Comissão Oceanográfica Intergovernamental da UNESCO (Diretor-Geral Adjunto da UNESCO), Paris
dezembro - Dia dos Direitos Humanos
de dezembro - Dia Internacional dos Migrantes
janeiro - Dia Mundial da Lógica
janeiro - Dia Internacional da Educação
janeiro - Dia Mundial da Cultura Africana e Afrodescendente
janeiro - Dia Internacional da Mulher no Multilateralismo
janeiro - Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto
Mulheres e Raparigas na Ciência
Mundial da Rádio
– Dia Internacional da Língua Materna
ATÉ
Diretor, Divisão para a Liberdade de Expressão, Desenvolvimento dos Media e Literacia dos Media e da Informação, Paris … MAIS POSTOS VAGOS NO SITE DA UNESCO 34

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