REVISTA ALGARVE INFORMATIVO #322

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Vamos lá a levantar o cuzinho… Júlio Ferreira (Inconformado Encartado) omeço a minha participação neste novo ano, nesta prestigiada revista, desejando que 2022 seja tudo de bom, para todos. Que traga saúde, luz e paz. Tenho muita esperança neste ano novo! Vai ser lindo, vai mesmo! Que viver é um privilégio incomparável e há sempre tanto por que lutar, a começar pelo esforço para sermos melhores, um bocadinho melhores, a cada dia. Ainda nem terminámos de mastigar as passas e de recuperar das ressacas (caseiras) e PIMBA, eleições!!! Mais uma volta no divertido carrossel da democracia. Como sabem, não gosto muito de escrever sobre política. Primeiro porque fico sempre com a sensação que, por mais que tente, não consigo ser imparcial, num assunto demasiado sério. Estamos em plena campanha eleitoral e até agora nenhum dos candidatos mostrou preocupação sobre a abstenção. Esta é a altura ideal para antecipadamente falar mais a sério sobre umas eleições que podem transformar-se numa das legislativas com a maior abstenção de sempre. Todos os indicadores apontam nesse sentido e só não os vê quem não quer. Continuamos a ter cadernos eleitorais que não refletem a realidade do País e arriscamos a ter, no dia 30 de janeiro, milhares de pessoas em ALGARVE INFORMATIVO #322

isolamento pandémico e outras com medo de se deslocarem às assembleias de voto. As projeções não são nada animadoras. Depois, continuam a existir os outros, os mesmos de sempre. Aqueles que, na altura de escolher os destinos políticos, económicos e sociais deste país, se estão perfeitamente nas tintas. Esperam sentados a salvação que nunca surge no meio do nevoeiro ou, pior ainda, arrotam postas de pescada impunemente em posts ou caixas de comentários...das redes sociais. Em 2022, vamos comemorar o 48.º aniversário do 25 de Abril de 1974, altura em que meia dúzia de inspirados capitães se asseguraram que os mamíferos que assentavam arraiais neste país pudessem escolher livremente os destinos da nação e não estarem subjugados a um partido único, a uma única ideologia, a uma única vontade. Antes dos capitães e durante muitos (demasiados) anos, centenas de portugueses morreram a lutar para que um dia os portugueses pudessem, entre outras coisas, ter a liberdade de votar. E o que continua a acontecer 48 anos depois? Eleições após eleições, uma grande percentagem desses mesmos mamíferos, afirmam descaradamente que se vão abster. Os indecisos já são de difícil compreensão, mas os abstencionistas são, na realidade, uns indecisos armados em finos. Não votam porque consideram que as atuais políticas estão ultrapassadas ou que nenhuma das 114


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