PEDRO PADIS
CEO e sócio da Gourmetzinho Alimentos pedropadis@hotmail.com
COLUNISTA
METACOMMERCE
I
mersão, interatividade, NFTs, AR (realidade aumentada), VR (realidade virtual), criptomoeda, blockchain. Todas essas palavras-conceito, embora ainda pouco familiares ao grande público, têm ganhado cada vez mais atenção midiática por fazerem parte de um novo momento - para alguns, revolucionário - do desenvolvimento tecnológico. Considerado como o futuro da Internet e das interações digitais, o metaverso conflui diversas inovações técnicas e demandas comportamentais a fim de tangibilizar a tecnologia típica da esfera digital e o mundo físico. Apesar de já ter se tornado uma buzzword, o entendimento e a aplicabilidade do que constituiria, de fato, o metaverso, ainda são nebulosos. O termo alcançou ampla repercussão, ultrapassando o vocabulário da geração Z, apenas em outubro de 2021, quando o Facebook anunciou seu compromisso com a construção desse novo mundo digital e, por isso, mudaria o nome da holding que abriga a rede social para Meta. Na ocasião, Mark Zuckerberg descreveu o metaverso como "a próxima evolução das interações sociais". Contudo, a ideia não é assim tão disruptiva, principalmente para jogadores assíduos de plataformas como Fortnite ou Roblox; e, até mesmo, o mais conhecido Second Life, que também mantém um mundo digital semelhante ao metaverso há algumas
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décadas. Justamente, o termo metaverso foi cunhado por Neal Stephenson em seu romance de 1992 “Snow Crash”, que retratava um lugar onde as pessoas usam fones de ouvido de realidade virtual para interagir em jogos digitais. O caráter abstrato e hodierno do novo universo digital se reflete nos resultados do último relatório divulgado pela agência global de marketing Wunderman Thompson, em que apenas 38% dos consumidores estão familiarizados com o conceito de metaverso. No entanto, o desconhecimento acerca das nomenclaturas e tendências que regem o movimento de ultradigitalização não impede que o público e, principalmente, os consumidores, usufruam das novas ferramentas digitais que compõem o que hoje entende-se por metaverso. Mesmo com as empresas ainda ensaiando iniciativas, potencialidades e impactos, já é possível vislumbrar a concepção da próxima fronteira da economia digital. E o ecommerce, é claro, não poderia deixar de liderar esse processo. À medida que a tecnologia e a adoção de tecnologias aumentam, a tendência é que novos recursos que mesclam compras offline e online sejam desenvolvidos. Em especial, a crescente popularidade da realidade aumentada faz com que consumidores se sintam mais confiantes na qualidade e adequação dos produtos antes da compra, agregando conveniência e apro-