REVISTA J.P | Edição 171

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R$ 19,50 R$ 19,50 771980

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ISSN 1980-3206

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J.P JUNHO JUNHO | JULHO | JULHO 2021 2 0 2 1N.171 N. 1 7 1

CHARME CHARME E PROPÓSITO E PROPÓSITO

AH, AMOR AH, OO AMOR

BÊ-Á-BÁ DESSE ESTADO OO BÊ-Á-BÁ DESSE ESTADO QUASE INATINGÍVEL QUASE INATINGÍVEL E UM PEQUENO GUIA E UM PEQUENO GUIA PARA ENTRAR NO CLIMA PARA ENTRAR NO CLIMA

OOPODER PODERDA DACOMÉDIA COMÉDIA COMO COMOOOHUMOR HUMORPODE PODE ALIVIAR ALIVIARESTES ESTESDIAS DIAS DE DECHUMBO CHUMBO

TEMPO TEMPO INTERIOR INTERIOR

GABRIELA GABRIELA FIGUEIREDO, FIGUEIREDO, PRODUTORA PRODUTORA E DIRETORA, E DIRETORA, E SEU E SEU JEITO JEITO HOLÍSTICO HOLÍSTICO DEDE ENCARAR ENCARAR A NATUREZA A NATUREZA VIDA VIDA REAL: REAL: UMA UMA CASA CASA NANA FLORESTA FLORESTA

AGORA AGORAÉÉSÉRIO SÉRIO

LEANDRA LEANDRALEAL LEAL EEOOESPELHO ESPELHODESTE DESTEMOMENTO MOMENTO

EEMAIS: MAIS:AAGENTE GENTETAMBÉM TAMBÉMQUER QUERDINHEIRO DINHEIRO EA EA ESPECIALISTA ESPECIALISTA NATHALIA NATHALIA ARCURI ARCURI NOS NOS ENSINA ENSINA COMO COMO CHEGAR CHEGARLÁ; LÁ;E EUMA UMACONVERSA CONVERSAREVELADORA REVELADORA COM COM OO GÊNIO GÊNIO ITAMAR ITAMAR VIEIRA VIEIRA JUNIOR JUNIOR



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ADRIANA DEGREAS . BIRKENSTOCK . CAUDALIE . CRIS BARROS . DVF . EGREY . LACOSTE LILLY SARTI . POLO RALPH LAUREN . RICARDO ALMEIDA . SAINT LAURENT . TIFFANY & CO THE NORTH FACE . TRACK & FIELD . VISIONARI

I G U AT E M I . C O M . B R


42

14 63

38

J.P CHARME E PROPÓSITO

50 52 56

A força e a beleza da atriz Julia Konrad 58

AH, O AMOR

Especial para aquecer os corações 38

42

O PODER DO RISO

Os nomes que fizeram da comédia uma forma de resistência 46

TRILHA SONORA

Maria Maud se lança como cantora com apoio dos pais, Cláudia Abreu e José Henrique Fonseca 48

60 63

QUEM QUER DINHEIRO?

Nathalia Arcuri ensina a investir com humor e sem complicação

J.P DE OLHO VIDA INTERIOR

Caderno especial sobre os aprendizados de uma vida mais simples

JOIA RARA

Kika Olsen traduz a mistura brasileira com o DNA sueco

MARIKA GIDALI

A bailarina que escapou do nazismo e veio dançar no Brasil

A atriz Leandra Leal segue lutando por um mundo melhor 23

RADIOGRAFIA CORPO E ALMA FERNANDO TORQUATTO

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POR AÍ

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J.P VIAJA CABALA

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HORÓSCOPO ENTRE LENÇÓIS

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CORREIOS/ AGRADECIMENTOS ÚLTIMA PÁGINA

Por Kiki Garavaglia

Por Shmuel Lemle

Por Roberta Sendacz

80

O escritor baiano Itamar Vieira Junior revela sua maior extravagância

LEANDRA LEAL Foto Jorge Bispo, edição de moda Felipe Veloso, beleza Rafael Senna. Body e cardigã Dolce & Gabbana, brinco H.Stern

O conteúdo desta revista na versão digital está disponível no SITE +glamurama.com.br/ revista-jp

NA REDE: facebook.com/revistajp @revistajp @revistajp

FOTOS JORGE BISPO; PAULO FREITAS; GETTYIMAGENS; DIVULGAÇÃO

NESTE NÚMERO 9 EDITORIAL 10 J.P ENTREGA 12 MÊS BOM PARA 14 J.P ADORA 16 POR INTEIRO



J.P CHARME E PROPÓSITO

DIRETORA-GERAL JOYCE PASCOWITCH joyce@glamurama.com EDITORA-EXECUTIVA Carol Sganzerla carol@glamurama.com EDITORA Luciana Franca luciana@glamurama.com EDITORA DE ESTILO Ana Elisa Meyer anaemeyer@glamurama.com EDITORES DE ARTE David Nefussi davidn@glamurama.com Jefferson Gonçalves Leal jeffersonleal@glamurama.com

PUBLICIDADE MULTIPLATAFORMA GERENTES MULTIPLATAFORMA Laura Santoro laura.santoro@glamurama.com Maria Luisa Kanadani marialuisa@glamurama.com Roberta Bozian robertab@glamurama.com

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Aline Belonha aline@glamurama.com Juliana Carvalho juliana@glamurama.com Tânia Belluci tania@glamurama.com

assinaturas@glamurama.com tel. (11) 3087-0250

PRODUÇÃO Meire Marino (gestora) meiremarino@glamurama.com Wildi Celia Melhem (produtora gráfica) celia@glamurama.com Inácio Silva (revisão) Luciana Maria Sanches (checagem)

ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS Carlos Melo (Diretor) carlosmelo@glamurama.com Clayton Menezes clayton@glamurama.com Heberton Gonçalves heberton@glamurama.com Hércules Gomes hercules@glamurama.com Núbia Dias nubia@glamurama.com Renato Vaz renato@glamurama.com

REDES SOCIAIS Bruna Fernandes bruna@glamurama.com

DISTRIBUIÇÃO EM TODO O BRASIL: RAC Mídia – (11) 98145-7822

FOTOGRAFIA Carla Uchôa Bernal carlauchoa@glamurama.com Claudia Fidelis (tratamento de imagem)

COLABORADORES Adriana Nazarian, Ana Elisa Egreja, Andréa Levy, Autumn Sonnichsen, Carla Julien Stagni, Carlos Rosa, Denise Meira do Amaral, Erica Gonsales, Felipe Veloso, Fernanda Grilo, Fernando Torquatto, Fernando Torres, Gabi Figueiredo, Gaby Alves,Isabelle Tuchband, Jorge Bispo, Kiki Garavaglia, Mariza Helena da Silva, Nina Rahe, Paulo Freitas, Paulo von Poser, Pedro Alexandre Sanches, Rafael Senna, Rose Luna, Roberta Sendacz, Sara Koimbra, Shmuel Lemle, Sofia Balestrin

contato@racmidia.com.br

CTP, IMPRESSÃO E ACABAMENTO: Gráfica e Editora PifferPrint Ltda. REPRESENTANTES DE PUBLICIDADE Aracaju: Pedro Amarante - tel. (79) 99978-8962 Belo Horizonte: Norma Catão - tel. (31) 99604-2940 Fortaleza: Aurileide Veras - tel. (85) 99981-4764 Porto Alegre: Lucas Pontes - tel. (51) 99309-1626 GLAMURAMA EDITORA LTDA. Rua Cônego Eugênio Leite, 282, Jardim América, São Paulo, SP CEP 05414-000. Tel. (11) 3087-0200

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J.P EDITORIAL

O

que dizer sobre escolher uma capa de revista nestes tempos tão complicados? Tarefa passada, tarefa cumprida e assim surgiu nossa estrela de junho/julho, uma mulher preocupada, engajada, necessária. Para esta edição, em que não temos grandes coisas a comemorar a não ser o fato de estarmos vivos e seguirmos em frente, resilientes, a escolha foi muito adequada: optamos pela atriz Leandra Leal, com ares de realismo italiano, quase uma homenagem a Anna Magnani. Quem captou esses momentos no Rio foi o fotógrafo Jorge Bispo, um campeão. Ai ai... Ainda bem que existe o amor… Algo quase inatingível, mas que está aí para iluminar o nosso caminho. E é nele que a gente se segura: com uma entrevista com o psicólogo Saulo Velasco, ilustrada por Gaby Alves, e com as elocubrações de Fabrício Carpinejar, esse poeta da paixão. O amor também surge na coluna de Roberta Sendacz, Entre Lençóis, ilustrada por Isabelle Tuchband, ela também uma louca de amor. Você notou como a gente está cada vez mais ligada em assuntos de morar, viver, se cuidar? Nós, por aqui, estamos nessa também e por isso fomos atrás de Gabriela Figueiredo e seu jeito de viver holístico com o marido, João Carrascosa, e as filhas gêmeas, todos exilados na pandemia na Serra Fluminense. O artista plástico e diretor criativo Luiz Wachelke também está por lá vivendo e aprendendo… Pra levantar o astral e tentar levantar também o faturamento, chamamos essa especialista, charmosa e engraçada, Nathalia Arcuri, para nos ensinar a poupar e, por que não, gastar – bem, é claro. Nosso colaborador Pedro Alexandre Sanches fala sobre o riso, tão necessário nos dias de hoje, fundamental para nossa sobrevivência. Você concorda? No mais, temos a nova cantora Maria Maud, filha da atriz Cláudia Abreu, e o jeito de viver da joalheira Kika Olsen, preocupada em reciclar e ressignificar. E na Última Página, uma conversa de Carol Sganzerla com nosso autor preferido do momento, o baiano Itamar Vieira Junior. Que bom ter ele conosco… E que bom ter você sempre perto. Obrigada e boa leitura.

glamurama.com


J.P ENTR EG A JOYCE PASCOWITCH

Médicas no samba, um hotel para sonhar em Portofino, moda com DNA indígena e mais lei a outr a s descoberta s em gl a mur a m a .com/nota s

ATO DE RESISTÊNCIA

Para DAY MOLINA, não há como falar de moda brasileira sem citar os povos originários dessa terra. Encantada pelo universo dos tecidos desde cedo, quando via a bisavó costurando para manter a família, ela optou pela moda com convicção, mas não sem incômodo, já que não conseguia se reconhecer nas páginas de revistas. Desde que se tornou estilista, vem lutando para mudar esse cenário. Da produção de sua marca, @OFICIALNALIMO, participam apenas mulheres indígenas e Day criou também a Aldeia Criativa Design do Futuro, escola de moda decolonial que tem o objetivo de capacitar ao menos 100 jovens por ano.

TEMPLO

LA DOLCE VITA

Um dos hotéis mais charmosos da Riviera italiana, o SPLENDIDO, em Portofino, que pertence ao grupo Belmond e é um dos preferidos dos milionettes brasileiros, passou por uma grande reforma para este verão europeu. O retrofit incluiu uma de suas casas anexas com 14 ambientes, que já virou objeto cobiçado. Antigo monastério do século 16 incrustado na costa, o Splendido era um dos lugares preferidos de Richard Burton e Elizabeth Taylor. 10 J.P JUNHO | JULHO 2021

A arquitetura e a paleta de cores avisam logo na entrada que o lugar é de contemplação. O novo DOIS TRÓPICOS, um verdadeiro tesouro em Pinheiros, em São Paulo, é uma mistura de loja de botânica, café com comida consciente e espaço para prática de ioga e autocuidado. Quem comanda o negócio é o casal CAROL VON ATZINGEN e FERNANDO WERNEY – ela, chef de cozinha, e ele, do mundo das artes. @DOISTROPICOS

PLAY!

É DANY ROLAND, músico, produtor musical e um dos nossos DJs favoritos, quem assina a trilha sonora da minissérie Onde Está Meu Coração, do Globoplay. A trama narra o drama da médica Amanda (vivida por LETÍCIA COLIN) viciada em crack. Tudo é embalado pelo som de Nina Simone, Depeche Mode e Gal Costa, entre outros. Dany diz que “convidaram a pessoa certa para criar a trilha”: ele admite que venceu a dependência química nos anos 1980.


NUNCA É TARDE Filhas de quilombolas do Maranhão, as

FOTOS GETTY IMAGES; REPRODUÇÃO INSTAGRAM PESSOAL; ARQUIVO PESSOAL; FERNANDO TORRES; DIVULGAÇÃO

RESGATE O isolamento e os cuidados

com a mãe doente, no interior do Rio, fizeram FRANCIS PETRUCCI, que sempre trabalhou com moda em São Paulo, resgatar uma antiga paixão: colocar a mão no barro, o que não fazia desde criança. “Foi o que me salvou nestes tempos”, conta ela. Seus vasos, jarras e moringas logo passaram de hobby a novo negócio. As cerâmicas “cruas” inspiradas em peças africanas e arqueológicas têm lista de espera e, em breve, vão se desdobrar em diferentes projetos. Francis foi diretora na Calvin Klein por anos, mas sempre flertou com o design de objetos.

irmãs gêmeas YACY SÁ e YARA SÁ foram parar nos editoriais de moda. Com formação em nutrição e ciências contábeis, respectivamente, as duas se mudaram para São Paulo em 2018 e, aos 30 anos, resolveram virar modelos. Precisaram, inclusive, mentir a idade para serem aceitas nos castings.

VAMOS JUNTAS

A pandemia chamou a atenção para outra escassez que atinge adolescentes e mulheres – e não é de hoje: a pobreza menstrual. A ONU estima que uma a cada quatro meninas falta na escola por não ter condições de comprar itens básicos de higiene, como absorventes. As ONGs G10 Favelas e Mulheres de Paraisópolis se uniram para distribuir os produtos em São Paulo. Ajude com doações pelo site: G10FAVELAS.COM.BR

@FRANCISPETRUCCI_ CURADORIA

PANDEIRO

Sim, sim, por que não? Médicas do Hospital das Clínicas de São Paulo são gente como a gente e também merecem ser felizes. Descobrimos que algumas das mais importantes e mais relevantes do HC, em se tratando de cuidados com a Covid, quem diria, são loucas… por Carnaval! Saem nas escolas de samba do Rio e de São Paulo, e ainda em blocos de rua. Entre elas estão as doutoras e professoras ANNA SARA LEVIN, HO YEH LI e ESTER SABINO. A gente, do lado de cá, só tem que aplaudir! +twitter.com/joycepascowitch | @joycepascowitch com luciana franca e nina rahe JUNHO | JULHO 2021 J.P 11


JUNHO E JULHO

são meses bons para... Incluir na playlist de outono “Fico Assim Sem Você”, de Claudinho & Buchecha: uma baladinha bem a ver com os dias atuais. Se dedicar à oficina de desenho com canetinhas coloridas ministrada por Pinky Wainer – suas aulas on-line estão cada vez melhores. Acender palos santos por toda a casa para renovar a energia dos ambientes. Para quem não sabe, palo santo é uma madeira aromática retirada da árvore Bursera graveolens. Seguir já no Instagram o perfil do jovem de 15 anos @pedrovinicio80 que, com frases sinceras e desenhos infantis, retrata o momento saco cheio dos brasileiros. Soltar a voz em aulas de canto, passe fundamental para estes tempos de angústia. Nossa recomendação? A professora Giovanna Moreira, que tal?

Provar o limoncello que a Bacio di Latte acaba de lançar produzido com as cascas dos limões-sicilianos utilizados no sorvete que fazem.

Assistir ao ótimo Saída à Francesa, que traz Michelle Pfeiffer como uma milionária arruinada que se muda para Paris. Muito engraçado, faz lembrar os filmes de Wes Anderson pela birutice. Tem roteiro e direção de Azazel Jacobs, o mesmo da série Mozart in the Jungle, sucesso no streaming. Começar uma coleção de espada-de-sãojorge de todos os tamanhos e tipos.

Seguir a dica da nossa colaboradora Daniela Arrais e ouvir a playlist sertaneja dos Amigos – como aquece o coração...

Viajar no livro Vida de Antiquário, Antiquário, memórias de Arnaldo Danemberg em busca de antiguidades nos últimos 40 anos, como experiências vividas no interior da França e em leilões em Londres. São dois volumes: um em forma de crônicas escritas por ele (“Viajante”) e outro ilustrado com imagens (“O Antiquário).

FOTOS GETTY IMAGES; REPRODUÇÃO INSTAGRAM PESSOAL; ARQUIVO PESSOAL; DIVULGAÇÃO

Mergulhar no surpreendente romance sobre identidade, raça e sexualidade Garota, Mulher, Outras, de Bernardine Evaristo (Companhia das Letras).


Resgatar aqueles livros de colorir e pintar, para sossegar a mente. Testar uma nova receita de milho para matar a saudade das festas juninas. Pesquisar as obras e o universo de Joseph Campbell. Continuar se empenhando em ajudar com doações quem mais precisa. @vozdascomunidades, @mulheresdeparaisopolis e @ong_protagonistas são algumas sugestões. Colocar um ou vários vasos de alecrim em cantos da casa, o aroma fica delicioso. Se propor a desafios nos treinos semanais de exercícios: correr cada vez mais, aumentar a quantidade de repetições. Enfim, ultrapassar os limites é necessário. Assinar clube de leitura da livraria Dois Pontos, que manda um livro surpresa todo mês. Praticar a indulgência comendo uma barra de chocolate recheada com cerejas da Sigrist Patisserie. Ir à exposição Iluminarte Jardins, que promove encontro entre arte, natureza e tecnologia no CJ Shops Jardins, em São Paulo, a partir de 15 de junho. Paulo von Poser e Ale Jordão estão entre os cinco artistas que desenvolveram obras exclusivas para o shopping. Imperdível!

Escolher um dos premiados queijos da Pardinho Artesanal – nossos preferidos são cuesta e cuestinha – para fazer dupla perfeita com um vinho tipo natural. Uma paixão é o À Table Avec Léandre – Domaine Pignier.

Dar um glow, tonificar e tratar a flacidez do rosto com o novíssimo protocolo DermaGloss Treatment, feito com o equipamento Focus Dual, da LBT Lasers, e disponível na Clínica Dome, em São Paulo.


CONSUMO POR ANA ELISA MEYER

BRINCO

Bottega Veneta no Iguatemi SP R$ 1.790

EM JUNHO/JULHO

J.P ADORA DINA SFAT

YSL no Iguatemi SP preço sob consulta

JEANS

Sandro Paris na Farfetch R$ 1.516

SANDÁLIA

Dior preço sob consulta Dina Sfat e Paulo José em 1979

LUMINÁRIA

Lumini R$ 6.241

14 J.P JUNHO | JULHO 2021

FOTOS REPRODUÇÃO; DIVULGAÇÃO

BOLSA

Musa das telenovelas, do cinema e do teatro brasileiro, Dina Sfat estrelou a versão original da novela Gabriela (1975) e do celebrado filme do cinema novo Macunaíma (1969). A atriz foi casada com o ator e diretor Paulo José por 17 anos, com quem teve três filhas, até sua morte, em 1989, vítima de um câncer.


COLAR

CAMISA

Victoria Yazbek R$18.980

Chloé no CJ Fashion R$ 9.900

Dina Sfat em 1975 ALMOFADA

Luhome R$ 980

ÓCULOS

Salvatore Ferragamo preço sob consulta

SALADEIRA

Bordallo Pinheiro na Amoreira R$ 688

BULE

Le Creuset R$ 300

SOFÁ

Jacqueline Terpins na Dpot preço sob consulta

JUNHO | JULHO 2021 J.P 15


C A PA


C A PA

POR INTEIRO A atriz Leandra Leal é o espelho destes tempos: na pandemia, se dedicou às relações familiares, gravou documentário em hospital de campanha e segue lutando por um mundo melhor por nina r a he fotos jorge bispo edição de moda felipe v eloso belez a r a fa el senna


L

C A PA

eandra Leal se desculpa, mas diz que precisa atender o celular. “É de Aruanas”, justifica a atriz de 38 anos, antes de explicar que interromperá a conversa para realizar um teste de Covid. “Virá uma pessoa aqui, sou testada de 72 em 72 horas”, conta, enquanto afasta a gata que insiste em participar da videochamada e encobre, mais de uma vez, o rosto de Leandra com seu rabo de penugem acinzentada. “O controle é rígido, mas confesso que fiquei feliz de voltar a trabalhar”, completa. Para quem ouve a fala sobre o retorno de Aruanas – série da Globo na qual a atriz interpreta a ativista ambiental e que, por conta da pandemia, teve suas filmagens interrompidas – pode até parecer que as atividades pararam. Mas a verdade é que, no isolamento ao lado da família, a atriz fez do trabalho seu porto seguro. No início do ano passado, tão logo o distanciamento social se impôs, Leandra viu a oportunidade de atuar com a mãe, Ângela Leal, com quem nunca tinha realizado um projeto de maior fôlego. Isoladas em uma casa no interior do Rio, elas adaptaram a peça Esperando Godot, de Samuel Beckett. “São duas mulheres, de gerações diferentes, que são mãe e filha, e que têm um sentimento de entrega radical com o fazer artístico, pois eu e minha mãe somos definidas por isso”, resume Leandra. Durante as filmagens, antes de renovar o patrocínio do teatro da família, o Rival, no Rio, as duas viveram um período de incertezas em relação ao futuro do espaço e precisaram pensar, juntas, como ele sobreviveria no ambiente virtual. “Minha mãe tem um talento como produtora cultural, ela é a alma do Rival, e eu funciono mais a ajudando a viabilizar ideias”, conta. “Não possuo esse dom de liderança e foi muito sofrido descobrir isso. Acho que tenho mais para oferecer ao mundo em outros campos.” Mas se o isolamento foi uma possibilida-

de de se voltar para as relações familiares – e para si mesma –, o movimento não fez com que Leandra se esquecesse dos outros (e do talento que tem, como atriz e diretora, para oferecer ao mundo). No documentário Por Trás da Máscara, ela registrou os últimos 21 dias do hospital de campanha da Lagoa, no Rio. “Saí da investigação sobre a maternidade, o lugar de mulheres artistas, e fui diretamente para o lugar onde estava sendo travada a batalha”, explica. A experiência, com lançamento previsto para este ano, também influenciou a atriz em sua decisão de deixar de fumar. “Depois de ter ficado quase um mês em um ‘covidário’, você entende que ser fumante é uma comorbidade que escolhe. Foi um processo superdifícil parar, mas estou conseguindo”, conta, sem conter a indignação com a situação atual. “A gente tem um governo que escolheu passar esse período da pior maneira possível, negando a ciência, o conhecimento técnico e não pensando na vida das pessoas.” Sempre engajada, Leandra não se abstém de abordar temas que lhe são caros, como as causas dos movimentos feminista e LGBTQIA+, mas assume outro tom quando o assunto é sua vida pessoal, sobre a qual procura manter discrição. Da relação com a filha Júlia, de 6 anos, durante muito tempo ela pouco falou, mas isso vem mudando cada dia mais – o processo de adoção com o então companheiro Alê Youssef foi concluído em 2018. “É muito importante que essa maternidade se normalize e seja vista com menos preconceito”, explica a atriz, que nesse tempo descobriu que as pessoas podem ser “extremamente preconceituosas e inconvenientes”, tanto que se cansou de ser questionada sobre quando teria o seu. “Tenho pensado muito nisso, mas não quero transformar minha filha numa bandeira, então tomo cuidado”, Leandra continua, sem descartar a ideia de ampliar a família com mais filhos adotivos – e biológicos também. “Sou filha única, gosto dessa ideia de ter uma família grande.”


Vestido e jaqueta Armani, colar e brinco Julia Gastin


C A PA

“Depois de ter ficado quase um mês em um ‘covidário’, você entende que ser fumante é uma comorbidade que escolhe. Foi um processo superdifícil parar”, conta Leandra, que gravou documentário sobre os últimos dias de um hospital de campanha


“É muito importante que essa maternidade se normalize e seja vista com menos preconceito. Tenho pensado muito nisso, mas não quero transformar minha filha numa bandeira”, sobre adoção

Body e cardigã Dolce & Gabbana, brinco e anel H.Stern


C A PA C A PA

Vestido Andrea Marques, sutiã Intimissimi, colar, brinco e anéis Antonio Bernardo

Arte: Jeff Leal Direção criativa e produção executiva: Ana Elisa Meyer Assistentes de styling: Carol Sofia e Rafael Ourives Assistente de beleza: Luiz Villacorta Assistente de fotografia: Arthur Rangel

Na pandemia, inclusive, ela resolveu trocar alianças e oficializar o casamento com o fotógrafo baiano Guilherme Burgos. “As pessoas celebram durante guerras, a gente tem essa pulsação de vida e acho que celebrar o amor entre duas pessoas é algo que sempre pode ser feito.” A atriz ainda mantém a vontade de realizar uma cerimônia pós-pandemia, mas enquanto o desejo não se concretiza, vem se dedicando a uma série de atividades para manter a sanidade diante do cenário

atual. Começou a nadar no mar, alugou uma bicicleta de spinning, além de estar “fazendo ioga à beça”, dedicando-se cerca de duas horas diárias aos exercícios. Em paralelo a tudo isso, voltou a tricotar, algo que aprendeu com sua avó e havia deixado de lado há mais de 20 anos. “Adoro trabalhos manuais, me acalmam”, explica, contando que a manta que começou a fazer na pandemia deveria ser pequena, mas não para de crescer, assim como tudo a que a atriz se dedica. n


J.P

ESPECIAL

JIM DINE COURTESY TATE MUSEUM

AH, O AMOR... OBRA “FOUR HEARTS” DO ARTISTA NORTE-AMERICANO JIM DINE (1969)


ESPECIAL

A domicílio

Uma taça de vinho, comida pelo delivery e uma boa companhia – mesmo que seja apenas a sua. Aí é só apertar o play ou abrir um livro. Veja nossas sugestões para embalar mais um Dia dos Namorados comemorado em casa

s e i r Sé

DA R EDAÇ ÃO

1

s 1- Foodie Love 2- Betty em Nova York 3- 100 Días para Enamorarnos 4- I Love Dick 5- Modern Love 6- You Me Her 7- Outlander 8- Something in the Rain

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24 J.P JUNHO | JULHO 2021


Filmes 1

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1- Eu Te Amo 2- Por Um Destino Insólito 3- Dona Flor e Seus Dois Maridos 4- Jules e Jim 5- O Grande Gatsby (1974) 6- O Eclipse 7- Um Beijo Roubado 8- Seu Nome Gravado em Mim 9- Trama Fantasma 10- Confiança 11- Crown, o Magnífico 12- Antes do Amanhecer 13- Me Chame Pelo Seu Nome 14- Hiroshima, Meu Amor 15- Orgulho e Preconceito 16- Amor à Flor da Pele 17- Um Caminho para Dois 18- Encontros e Desencontros 4

Livros

1- A Espuma dos Dias, Boris Vian 2- O Amor Nos Tempos do Cólera, Gabriel García Márquez 3- Anna Kariênina, Liev Tolstói 4- Me Encontre, André Aciman 5- Cartas Extraordinárias: Amor, Shaun Usher 6- Norwegian Wood, Haruki Murakami 7- O Amante, Marguerite Duras 8- De Amor Tenho Vivido, Hilda Hilst 9- Este É Um Livro Sobre Amor, Paula Gicovate 10- Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios, Marçal Aquino 11- Um Dia, David Nicholls 12- O Que Ela Sussurra, Noemi Jaffe

JUNHO | JULHO 2021 J.P 25


ESPECIAL

7

2

Playlist 1- “Ninguém”, Fran e Chico Chico 2- “It’s Real Love”, Yellow Days 3- “Tangerina”, Tiago Iorc 4- “L-O-V-E”, Gregory Porter 5- “Azul Moderno”, Luiza Lian 6- “One More Night”, Michael Kiwanuka 7- “Volta”, Johnny Hooker 8- “My Baby Just Cares For Me”, Nina Simone 9- “Lumina”, Saulo Duarte & Luedji Luna 10- “Over the Rainbow”, Patti LaBelle & The Bluebelles 4

8

CONSUMO por ana elisa meyer

Uma seleção inspirada no clima de casal

Trousseau, preço sob consulta

ANEL Chloé CJ Fashion, R$ 2.100 ÓCULOS Persol na Sunglass Hut, R$ 1.460 COLÔNIA Granado, R$ 160 PRATOS Calu Fontes

para Tok Stok, R$ 38 (cada)

26 J.P JUNHO | JULHO 2021

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JOGO DE GAMÃO Louis Vuitton, preço sob consulta MANTAS

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CASTLE

M O U N TA I N

GRAMADO


ESPECIAL

É PRECISO AMAR Para o psicólogo Saulo Velasco, o romantismo retratado no cinema e na literatura faz com que criemos expectativas inalcançáveis nos relacionamentos. O amor começa justamente depois do final feliz e é uma habilidade que se aprende POR DENISE MEIRA DO AMARAL ILUSTRAÇÕES GABY ALVES

28 J.P JUNHO | JULHO 2021

A

paixão avassaladora de Romeu e Julieta, clássico de Shakespeare, só é eterna porque a morte chegou antes que a rotina e os percalços do dia a dia minassem o romantismo dos jovens de famílias rivais, Capuleto e Montecchio. Pós-doutor em psicologia experimental pela USP, professor da The School of Life e especialista na temática amor, Saulo Velasco brinca que a intensa, mas curta história entre Romeu e Julieta não permitiu que cada um conhecesse o lado miserável do outro. “Todas as histórias de


amor do cinema e da literatura acabam quando o casal consegue ficar junto e não mostram sua continuidade. Mas essa paixão é muito diferente do amor. O amor mesmo só começa quando o filme termina”, acredita ele. Apesar do ideal romântico ter criado uma série de mitos prejudiciais, como “depois que você encontrar sua alma gêmea seus problemas estarão resolvidos”, Velasco relembra que é justamente depois da paixão que é preciso arregaçar as mangas: “Esquecem de nos contar que amar dá trabalho. Amar é uma habilidade aprendida e envolve aprender e ensinar, constantemente”. J.P: Qual a importância do amor em tempos de pandemia? SAULO VELASCO: O amor, assim como qualquer conexão que a gente estabelece com outras pessoas, sempre foi importante, mas em contexto de adversidade, como agora, ele é fundamental para criarmos resiliência. Vários estudos demonstram o fator protetivo quando você tem conexões afetivas com as pessoas – e isso pode ser com amigos, familiares, mas mais ainda no amor. Uma das formas de a gente superar a adversidade e lidar com os desafios é estar com alguém que vai ser um suporte, um parceiro para pensar junto, que às vezes pode nos ajudar a tomar decisões que não conseguiríamos sozinhos. Às vezes, estamos encalacrados em um ponto cego e a outra pessoa pode nos ajudar a enxergar por outro ângulo.

J.P: Quais mazelas do amor romântico carregamos até hoje? SV: O romantismo foi um movimento artístico e literário, mas todas as histórias de amor que conhecemos se espelham nele. Se temos como parâmetro esse tipo de amor, a tendência é sempre estarmos insatisfeitos com o outro. Muitas vezes, estamos infelizes em função de expectativas erradas, como, por exemplo, achar que o outro precisa te aceitar do jeito que você é, que o sexo sempre vai ser incrível e frequente, que o outro não tenha defeitos, ou seja, criamos a ilusão de que existe alguém na Terra que me completaria plenamente. Ficamos numa eterna busca do amor perfeito. Somos formados nessa cultura. Não há ninguém perfeito na galáxia. O amor dá trabalho para qualquer um. Alain de Botton [fundador da The School of Life] disse uma vez que deveríamos experimentar vários relacionamentos antes de nos casarmos, não para termos mais experiência, mas para termos certeza que é sempre difícil, com qualquer pessoa. Cultivamos uma intolerância muito baixa às imperfeições dos outros. Esse ideal romântico do amor, como se tivesse uma necessidade inata de se apaixonar, é muito recente na história. Até o século 18, os casamentos não tinham nada a ver com o amor. Eles eram contratos políticos e econômicos, arranjos diplomáticos. O romantismo inaugurou essa ideia de que a pessoa com quem você vai dividir a vida pode ser alguém que você ame, o que é muito mais legal. O amor é uma habilidade aprendida. Nós aprendemos a amar.

FOTO THAYS BITTAR/DIVULGAÇÃO

J.P: Como aprendemos a amar? SV: O amor romântico prega um conjunto

de suposições e uma delas é que o amor é algo espontâneo, que em algum momento você vai encontrar sua alma gêmea, que foi desenhada para você, vai se apaixonar e seus problemas vão acabar. Esse alguém vai compartilhar os mesmos valores, interesses e paixões e você não precisa falar nada que ela adivinhará o que está pensando. Não tem que aprender a conversar JUNHO | JULHO 2021 J.P 29


“Um amor a longo prazo é uma empresa, você precisa dividir contas, pagar boletos, cuidar da casa e combinar quem vai levar o filho para a escola” nem a se relacionar. Essa é ilusão criada pelo romantismo: o casal luta contra tudo e todos, e, depois que ficam juntos, a história não continua. Mas o amor começa justamente quando o filme termina. Isso que a gente chama de paixão é muito diferente do amor. Esse desejo de estar com o outro o tempo inteiro, essa cegueira em relação aos defeitos alheio, esse turbilhão de emoções e hormônios – que, inclusive, são úteis para a gente se reproduzir – nos embriagam e nos deixam cegos. Quando essas emoções se acalmam, começa o que a gente chama de amor. Amor é aprender a negociar as diferenças, a comunicar nossos incômodos, nossas próprias esquisitices, é buscar proximidade e ajudar o outro e, inclusive, facilitar a vida administrativa. Um amor a longo prazo é uma empresa, você precisa dividir contas, pagar boletos, cuidar da casa e combinar quem vai levar o filho para a escola. Por isso digo que amor é uma habilidade. Aprender a aprender. J.P: Como esse ensinamento pode ser feito? SV: A gente precisa lembrar que ensinar e

aprender é parte do amor. Amar é uma oportunidade das pessoas se tornarem melhores. O outro, que compartilha sua intimidade, pode ajudar a te conhecer melhor. Precisamos aceitar que sempre temos o que aprender e melhorar. O que vejo é que a comunicação sempre trava em algum ponto. Quando o outro age de maneira que nos desagrada, em vez de ensinar, brigamos e agredimos. Geralmente não somos bons aprendizes nem bons professores. Quando o outro está sendo de-

30 J.P JUNHO | JULHO 2021

sagradável deveríamos ser o mais acolhedor possível. Briga é um momento em que todos só querem ganhar. Não há diálogo. Se seu parceiro não está te entendendo, muitas vezes o problema é você que não está sabendo ensinar. O ensino precisa vir com afeto e carinho. J.P: A paixão a longo prazo é impossível? SV: Ela é muito rara. É muito difícil a gente

continuar apaixonado num relacionamento duradouro. Brinco que Romeu e Julieta, se não tivessem morrido, talvez tivessem matado um ao outro na convivência. Eles não faziam a menor ideia do que é dividir uma vida. Não tiveram tempo de conhecer o lado miserável um do outro, as manias, as pequenas chatices... Mas é possível nos reapaixonarmos pela mesma pessoa várias vezes durante a vida. A gente redescobre a pessoa.

J.P: E se escolhermos viver uma vida só de paixões, engatando uma após a outra? SV: Existem dois perfis. A pessoa que escolhe viver apaixonada e vive pulando de um relacionamento para o outro, e está tudo bem, mas existe também a pessoa que acha que está fazendo essa escolha, mas, na verdade, tem dificuldades em criar vínculos duradouros. Ela não sabe fazer concessões e não quer aprender a se relacionar. E se justifica dizendo que quer continuar sentindo as emoções da paixão. Falta autoconhecimento. Amar é se mostrar vulnerável. E muitas pessoas não querem. J.P: Por que as pessoas estão cada vez mais com dificuldade em criar laços? SV: Poderia fazer várias análises, mas vou ficar com uma vertente. A nossa cultura atual privilegia o prazer imediato em relação ao esforço. Muitos dos problemas que estamos vivenciando hoje tem a ver com isso. Quando começamos a usar veículos, começamos a destruir mais o mundo. Quando inventamos o celular e o computador, nos tornamos mais sedentários. Quando a


ESPECIAL gente não se esforça, a gente acaba perdendo o prazer de realizar algo e construir. Estamos em uma cultura do comodismo. As pessoas querem tomar remédios para solucionar problemas emocionais, em vez de fazer terapia. É a cultura da facilidade. Se a gente pensar que o amor dá esse trabalho todo, talvez seja melhor garantir o sexo e a paixão imediata do que se esforçar para construir algo. J.P: Como se beneficiar do humor? SV: Sabe quando você fala a mesma coisa e a

outra pessoa não muda? Se a pessoa não mudou até agora, é porque você não está ensinando do jeito que ela aprende. Falar não é ensinar. Ensinar é fazer o outro compreender. O humor é uma ferramenta que permite uma imunidade diplomática em falar coisas que seriam encaradas como um ataque. Mas se você fizer o outro rir, ele desarma. Eu tinha uma mania horrível de acumular meias ao lado da minha cama. Minha esposa reclamou mais de mil vezes e eu simplesmente esquecia. Um dia, cheguei em casa e tinha uma fileira de meias do meu quarto até o cesto do banheiro. Era a caravana das meias. Eu ri e, despois daquele dia, entendi.

J.P: Você disse numa live que é importante abrir o jogo e deixar espaço para questões “sobre o que você precisa ser perdoado” e “sobre o que eu quero que você me perdoe”.

“É muito difícil continuar apaixonado num relacionamento duradouro... Mas é possível nos reapaixonarmos pela mesma pessoa várias vezes durante a vida. A gente redescobre a pessoa”

SV: Sim, porque muitas vezes a gente guarda mágoas e não as colocamos na mesa. Mas tudo acumula, o que torna as coisas cada vez mais difíceis. Quando existe uma ferida e não se fala, ela vira um fantasma. Essas perguntas são formas para desentupir o que está entalado. Porque muitas vezes a gente tolera, mas não perdoa. E isso bloqueia os afetos. J.P: Na The School of Life, a maioria dos alunos é mulher. O homem não é ensinado a lidar com suas emoções? SV: Acho que, no geral, ninguém é muito ensinado. Mas o homem, muito menos. Isso faz parte da cultura patriarcal e machista. O cuidado sempre foi uma habilidade feminina na história, e parte por conta da maternidade, que sempre foi atribuída à mulher. O homem de hoje está pela primeira vez descobrindo o papel na maternidade. A mulher historicamente é ensinada a cuidar, a escutar, a abrir mão. Já o homem é ensinado a subjugar, a dominar e a se impor. É recriminado por demonstrar vulnerabilidades. J.P: Qual o preço que os homens pagam? SV: Eles adoecem, levam uma vida infeliz, não

se conhecem e não podem pedir ajuda. Eles também são vítimas dessas práticas. Mas todos nós pagamos enquanto sociedade. Isso acarreta uma série de estragos, como a divisão injusta do trabalho doméstico e dos filhos, e os altos índices de violência doméstica. J.P: É possível ser feliz sozinho? SV: O ser humano precisa de conexão e de

afeto. O amor a dois não é a única forma de supri-los. Agora, acho impossível ser feliz sem outros seres humanos. O isolamento predispõe situações de risco. Somos seres sociais. Nós precisamos do outro para nos entendermos, para nos construirmos humanos. É possível ser feliz tendo pessoas significativas em sua vida que tenha intimidade. Ser feliz sozinho completamente é impossível. n JUNHO | JULHO 2021 J.P 31


ESPECI A L

CUIDADO, FRÁGIL

TEMPOS LÍQUIDOS “O amor é muito sensível; o amor é aquela caixa que a gente transporta de um lado para o outro com a etiqueta frágil. Ele quebra e não tem como colar. Você pode ficar com o amor lascado e fissurado, mas sempre irá olhar para a rachadura, pois você sabe que ela existe. O vício do relacionamento é achar que, se há reconciliação, deve-se continuar de onde parou. É uma nova história, mas eu gosto de quem insiste em restaurar. Em tempos líquidos e de amores descartáveis, eu gosto dessa teimosia de uma nova história dentro de uma história. Mas nenhum amor vale a pena se não é correspondido. Não tem como amar sem amor-próprio. Às vezes, a gente demora mais para perceber a própria ausência do que a do outro.”

NO VÁCUO “Tem gente que usa a embalagem do amor romântico para desaparecer de repente. É uma pessoa que tem muita pressa, mas não é intensa. O apressado é falso, quer logo porque não sabe o quanto irá durar. A pressa quer tudo que vem pela frente, a intensidade escolhe com convicção. Muitos vêm com esse discurso de renúncia para depois sumir. Uma coisa é o amor que morre no chão, que já estava rastejando, outra coisa é o amor que morre no alto, é um baque, um susto, um terremoto.” 32 J.P JUNHO | JULHO 2021

AMOR DE MÃE “O papel da minha mãe é poema, é um papel escrito, é um papel em versos. Ela é um poema encarnado: ela fala poeticamente. Meu jeito de falar é impactado por tanto ouvi-la. Minha mãe nunca foi da perfeição, ela é da autenticidade. Ela queria que eu oferecesse o máximo de mim, que eu fosse sincero. Na hora que eu entendi o quanto a sinceridade é transformadora, eu fiquei ainda mais grato a minha mãe e quis escrever [o livro] Coragem de Viver, que é meu testamento para ela, meu testamento de filho para mãe. O costume é a mãe deixar um testamento para o filho, mas eu não queria que houvesse uma morte entre nós para falarmos o que é necessário.”

FOTOS RODRIGO ROCHA/DIVULGAÇÃO; GETTYIMAGES

Filho de dois poetas, Carlos Nejar e Maria Carpi, Fabrício Carpinejar cresceu cercado de livros. Aos 7 anos, com dificuldade para ler e escrever, foi diagnosticado por um neurologista com retardo mental, mas sua mãe conseguiu, em apenas três meses, ensinar o bê-á-bá. Para ela, segundo o escritor, sempre existe a possibilidade de uma primavera e é essa percepção de mundo que Carpinejar segue partilhando por onde passa. Em live com Joyce Pascowitch, o poeta contou que ele e o amor são delicados como um guardanapo, mas diz que, “ao escrever, cria alguém do tamanho da sua dor para consolar e confortar”. Aqui, os melhores momentos desse encontro.


J.P INDICA apresenta

No vermelho da noite

De cor rubi hipnotizante, aroma vivo e notas florais, o novo Periquita Red Blend chega para ser a sua companhia do inverno. Uma bebida que pode ser degustada sem cerimônia, em qualquer ocasião, com quem desejar. E por que não com você mesma? O dia cai, é hora de encerrar o home office, abrir uma garrafa e deixar a frenética trilha sonora da cidade para trás. “Agora sou eu comigo, um vinho e a noite para me abraçar.” As sensações e a potência das notas envolvem a atriz Maria Eugênia Suconic, despertando um momento único. Um brinde. fotos autum n sonnichsen

Saiba mais em:


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Suéter Trousseau, moletom Tommy Hilfiger. Na pág. ao lado, Vestido Zara, brinco Guerreiro


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Vestido Zara, brinco Guerreiro


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Arte: Jeff Leal Editora de estilo: Ana Elisa Meyer Produção executiva: Meire Marino Criação e planejamento: Carol Guimarães e Victor Brandão Roteiro: Erica Gonsales Styling: Andrea Levy Beleza: Carlos Rosa Manicure: Rose Luna Assistente de fotografia: Jozzuu Camareira: Mariza Eugênia da Silva


INSPIR AÇÃO

JOIA RARA

A paulistana Kika Olsen, que virou sinônimo de joalheria com propósito sustentável, traduz muito bem a mistura brasileira com o DNA sueco em seu jeito de criar e de levar a vida por luciana franca fotos paulo freitas

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FOTOS ARQUIVO PESSOAL

F

ilha de mãe sueca e pai brasileiro, Karina Olsen, mais conhecida como Kika, sabe bem traduzir ambas as culturas em seu estilo de vida e na joalheria. As criações da Olsen K, marca com propósito upcycling que lançou em 2018, resumem os dois universos: as joias têm design minimalista, mas, ao mesmo tempo, são bem assimétricas e coloridas. Kika só usa ouro e prata de reciclagem, provenientes de joias antigas de clientes e de lixo eletrônico, que passam por um processo de purificação. As gemas – sua paixão desde a infância, quando ganhou da mãe uma pequena caixa azul com pedras brasileiras e guardou como um tesouro – também entram de forma responsável em suas criações. “Utilizamos as gemas como um todo, desde a parte mais cristalina conhecida pelo mercado de luxo até a sobra. Então, passamos a criar desenhos também para essas sobras, gerando uma nova fonte de renda para os lapidários e dando destino para algo tão precioso”, diz. Atualmente, Kika se debruça sobre um projeto social na área de ourivesaria para ajudar famílias em situação de vulnerabilidade. A poucas quadras do ateliê em um charmoso predinho de São Paulo, fica a casa onde mora com o marido, Guilherme Padilha, o filho, Martin, de 2 anos, e dois cachorros. “Gosto de viver com o mínimo, de maneira simples, prática e em contato com a natureza”, conta ela, que costuma começar o dia com uma pequena extravagância de seu lado escandinavo: desenhando “minhocas” de pasta de caviar com dill no pão sueco, ao lado da família e cercada por verde.

Kika no jardim de casa com os cachorros Rufus e Mada na pág. ao lado. Aqui, detalhes da casa

O que vale ouro? Rir à toa. Minha joia mais preciosa é... a família! Incluindo os cães Rufus e Mada. Não saio de casa sem... meus óculos escuros. Não uso de jeito nenhum... de jeito nenhum, acho forte demais. Então, diria que no atual momento é panela de pressão. Infelizmente, sou um desastre na cozinha, mas espero chegar lá. Busco inspiração em… diversidades culturais, arquitetura e natureza.

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INSPIR AÇÃO Há um ano eu… tento desacelerar. Aff, que difícil! Daqui um ano eu… quero viajar muito! Minha paisagem preferida é... montanhas, em especial a Serra da Mantiqueira, como amo! Na minha geladeira sempre tem... mostarda sueca com dill, feita pela dona Mia Olsen, minha mãe. O que mais gosto de fazer com meu filho é... me permitir entrar em seu mundo lúdico e brincar como criança. No meu estilo não pode faltar… uma linda rasteira da Botti. Tenho coleção de... pedras, búzios e xícaras antigas. Todo ano, minha mãe me dá uma que era da minha avó, que também colecionava. Maior conselho que já recebi: Desde pequena, sempre que me via, meu pai me falava: “Filha, como está bonita, mas o mais importante é o que está por dentro”. Isso, acredito, me fez crescer como uma pessoa mais aberta, a dar o melhor de mim e tentar conhecer o interior das pessoas sem pré-julgamentos. Não perco um episódio de: Nunca fui muito de séries. A última vez que não perdia episódios foi na minha adolescência, com Friends (risos). Mas, recentemente, assisti a uma bem curiosa, Midnight Diner: Tokyo Stories. Para os que são vidrados no Japão como eu, recomendo! Música que ouço em repeat: Como uma boa pisciana com Lua em Peixes, mais uma vez é difícil também citar 40 J.P JUNHO | JULHO 2021

Acima, o processo criativo da joalheira. À esq., a chapeleira na entrada da casa. Abaixo, um canto de seu ateliê


uma só. Amo Caetano Veloso e Maria Bethânia. Que família é essa? Se é para citar uma música seria “Reconvexo”. Gostaria de ter uma obra de: Também poderia vir com uma lista, mas vamos lá: Marc Chagall. Aliás, não só uma obra, gostaria de ter tido a oportunidade de um bate-papo. Todas as entrevistas ou exposições que vi fiquei absolutamente encantada; um ser iluminado. A segunda seria de Hilma af Klint, pintora sueca muito a frente de seu tempo, da qual as suas obras já me inspiraram em coleções.

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

Minha rotina de beleza inclui... um bom demaquilante, massageador e creme para os olhos da Sisley, e sempre um protetor de alto fator solar. Sou filha e irmã de dermatologistas [respectivamente dr. Fernando de Almeida e dr. Guilherme de Almeida]. Meu esporte é... venho de uma família de velejadores e tenistas, puxei mais o lado dos tenistas. Mas tanto o mar quanto o esporte são formas de terapia para mim, sou muito acelerada. Para desacelerar eu... escuto bossa nova, caminho, medito e quando nada disso funciona, abro um bom vinho! n

No alto, detalhes da casa, como a coleção de santos. À dir., Kika com o filho, Martin, de 2 anos. Abaixo, à esq., sua mesa de trabalho no ateliê

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COMÉDI A

O PODER DO RISO Quem são os grandes nomes que souberam fazer do humor uma forma de resistência – à guerra, às epidemias e às pequenas tristezas de cada dia por pedro alexandre sanches “Rir é um ato de resistência”, disse o ator e humorista niteroiense Paulo Gustavo, em um vídeo de despedida do difícil ano de 2020, poucos meses antes de morrer de Covid-19, em maio. O ato de rir ficou mais penoso com o peso da pandemia, inclusive pelo simbolismo da morte do homem que fazia rir. Mesmo com altos e baixos, o poder depurador do humor não se extingue e é companheiro precioso em tempos duros como os de agora. Trata-se de um modelo de arte que acompanha a humanidade desde sempre, no mínimo desde as comédias teatrais gregas de Aristófanes, como As Rãs, datada de 405 a.C. Rir no cinema é tão antigo quanto ir ao cinema: no mesmo ano em que os irmãos Lumière promoverem a primeira exibição de um filme, 1895, o francês Louis Lumière dirigiu O Regador Regado, de menos de um minuto de duração, mas considerada a primeira comédia da história do cinema. Outro fundador dos alicerces da chamada sétima arte, que atravessou soberana todo o século 20, o francês Georges Méliès dirigiu a ficção científica Viagem à Lua (1902), que corre o 42 J.P JUNHO | JULHO 2021


mundo até hoje com a cena (cômica) em que um foguete espacial aterrissa na Lua, ou melhor, num dos olhos de uma Lua dotada de feições humanas. Inicialmente dominado pelos europeus, o cinema teve no francês Max Linder (1883-1925) o primeiro ator especializado em comédia, que abriu caminhos a partir de 1905 e influenciou toda a primeira geração de comediantes cinematográficos norte-americanos. Um de seus discípulos, Charles Spencer Chaplin, iria se tornar o primeiro comediante de multidão da história do cinema, num personagem alegre-triste que aqui no Brasil chamamos de Carlitos. Listamos algumas das expressões maiúsculas dessa linhagem que souberam desde o princípio que o humor era uma forma de resistência – à guerra, às epidemias, às pequenas tristezas de cada dia.

PETER SELLERS

Ator em filmes de gêneros variados, o inglês Peter Sellers (19251980) imprimiu sua imagem na história da comédia com A Pantera Cor-de-Rosa, uma série de cinco filmes lançados entre 1963 e 1978, nos quais interpreta o desastrado inspetor Jacques Clouseau. Outros personagens cômicos antológicos de Sellers aparecem em Dr. Fantástico (1964), aventura do sisudo cineasta Stanley Kubrick pelo humor, e em Um Convidado Bem Trapalhão (1968), de cenas impagáveis como aquela em que, atarantado com um garfo e uma faca, ele arremessa ao ar um frango que vai parar na cabeça de uma fina convidada do jantar elegante.

FOTOS GETTY IMAGES; REPRODUÇÃO; FREEPIK; DIVULGAÇÃO

O GORDO E O MAGRO

O inglês Stan Laurel (18901965) integrou a trupe em que trabalhava Charlie Chaplin, atuou como seu substituto e chegou aos Estados Unidos no mesmo navio que ele. Com o americano Oliver Hardy (1892-1957), formou a dupla que no Brasil ficou conhecida como O Gordo e o Magro, Laurel & Hardy no original. Os dois atuaram juntos no cinema em 1921, em O Cão da Sorte, mas se consolidaram como dupla no gênero pastelão a partir de 1926, com Laurel (o “magro”) no papel do atrapalhado e Hardy (o “gordo”) como o sabichão.

CHARLIE CHAPLIN

Nascido na Inglaterra em uma família atuante no gênero teatral chamado music hall, que misturava música e comédia, Charlie Chaplin (1889-1977) conheceu os Estados Unidos em turnês da trupe familiar e lá se radicou em 1912. Tornou-se um dos fundadores da United Artists, pela qual distribuiria os filmes mudos em preto e branco que ele, sozinho, escrevia, dirigia, produzia e financiava. Não bastasse tudo isso, criou também o mítico personagem Carlitos, ou, em inglês, The Tramp (O Vagabundo). Sem o recurso da fala, serviu-se da mímica e da expressão corporal como linguagens centrais e agrupou elementos expressivos como o rosto maquiado de branco, o bigodinho, o chapéu-coco, a bengala, o olhar tristonho e o modo de caminhar. Algumas de suas cenas de pastelão se confundem com o próprio cinema, como as do operário massacrado pela rotina da fábrica em Tempos Modernos (1936) e o “dono do mundo”, satirizando Hitler em O Grande Ditador (1940), sua estreia nos filmes falados. JUNHO | JULHO 2021 J.P 43


WOODY ALLEN

OS TRÊS PATETAS

O pastelão em trio se consagrou nos Estados Unidos nas figuras histriônicas dos Três Patetas, pelos quais seis atores passaram desde 1922 até 1970. Inicialmente eram Larry Fine e os irmãos Moe Howard, Shemp Howard e Curly Howard (os dois últimos se alternando como o terceiro personagem e sendo substituídos por outros atores após sua morte, nos anos 1950). Mais estimados pelo público que pela crítica, deixaram 30 longas e 190 curtas. O advento da televisão tornou os filmes curtos obsoletos como atração principal de sessões de cinema, o que levou o trio a se transferir para o veículo mais jovem na década de 1960.

Modernizador da tradição de comediantes que roteirizam, dirigem e atuam em seus filmes, o nova-iorquino Woody Allen revolucionou o gênero a partir dos anos 1960, fazendo seus pastelões se encontrarem com o cinema de arte e introduzindo uma dimensão psicológica que se tornaria elemento crucial de sua produção. Alguns traços são comuns aos personagens que interpreta: eles são intelectuais, neuróticos, inseguros, obsessivos em relação ao sexo e à morte. Inicialmente bem-sucedido nos palcos nas comédias stand-up, Allen debutou no cinema como roteirista e ator de O Que É Que Há, Gatinha? (1965). Como diretor, estreou em Um Assaltante Bem Trapalhão (1969) e seguiu elaborando comédias cada vez mais densas e sutis, até ser tolhido por denúncias de abuso sexual de menores, agravadas a partir de 2014.

JACQUES TATI

Como ator e diretor, o francês Jacques Tati (1907-1982) revolucionou a comédia cinematográfica ao divergir diametralmente dos modelos escancarados do humor americano. Nas obras-primas As Férias do Sr. Hulot (1953) e Meu Tio (1958), dirigidas por ele, interpreta Monsieur Hulot, sempre de sobretudo, ancorado por um guarda-chuva e um cachimbo, e caracterizado como um sujeito sonhador, bem-intencionado e desajeitado, que semeia confusão por onde passa.

JERRY LEWIS

Mais um gênio americano, Jerry Lewis (1926-2017) foi roteirista, produtor, diretor e cantor em seus filmes. No princípio, apenas como ator, formou a dupla Martin & Lewis, com o cantor Dean Martin. Desfeita a parceria, ele passou a dirigir seus filmes solo em fenômenos de bilheteria como O Professor Aloprado (1963), refilmado em 1996 por Eddie Murphy, quando Hollywood se abria relativamente aos comediantes negros. 44 J.P JUNHO | JULHO 2021


COMÉDI A

LUCILLE BALL

A comédia cinematográfica, assim como incontáveis outros setores, foi até muito recentemente monopolizada por homens, e nesse cenário a americana Lucille Ball (1911-1989) foi pioneira e estrela solitária. Nos anos 1930, ficou restrita a papéis menores. A televisão foi mais generosa com Lucille, que estrelou na CBS, entre 1951 e 1957, a sitcom I Love Lucy.

FOTOS GETTY IMAGES; REPRODUÇÃO; FREEPIK; DIVULGAÇÃO

MONTY PYTHON

Outra revolução aconteceria na Inglaterra, sob responsabilidade do coletivo Monty Python, integrado por John Cleese, Eric Idle, Michael Palin, Terry Jones e Terry Gilliam, entre outros. Eles incorporaram o nonsense absoluto ao humor, em comédias inteligentes e ácidas como Em Busca do Cálice Sagrado (1975) e a profana A Vida de Brian (1979), sobre um jovem judeu que nasceu no mesmo dia e local que Jesus Cristo. O grupo abriu caminho do estilo absurdo para produções como Apertem os Cintos... o Piloto Sumiu! (1980).

MR. BEAN

As 1001 expressões faciais do ator inglês Rowan Atkinson fazem a delícia do desastrado personagem Mr. Bean, que de certa maneira promove um retorno ao humor mudo da aurora do cinema, fundamentando a graça não na palavra, mas nas mímicas e no gestual do ator. Num movimento inverso aos de Lucille Ball e Os Três Patetas, Atkinson pavimentou o sucesso de Mr. Bean primeiro na televisão, entre 1990 e 1995, e em seguida no cinema.

NO BRASIL

As chanchadas da Atlântida deram aos atores Oscarito (19061970) e Grande Otelo (1915-1993) a primazia de trabalhar pela comédia cinematográfica brasileira, em filmes anárquicos que adaptavam o teatro de revista à sétima arte. Já Dercy Gonçalves (1907-2008), a mais escrachada entre todos os artistas de teatro, cinema e televisão no Brasil, começou no teatro de revista e saltou para as telas de cinema nos anos 1940, primeiro em papéis secundários e subalternos, que ela soube aos poucos converter em protagonistas, a bordo de interpretações entre exageradas, extrovertidas e espalhafatosas, mais tarde afrontosas e obscenas. Na geração que começou a despontar nos anos 1960 e conquistou lugar cativo na tela da Rede Globo – com Chico Anysio, Jô Soares e Agildo Ribeiro –, o quarteto Os Trapalhões foi o único a construir história retumbante também na cinematografia brasileira. O humor infantil e circense do nordestino Didi Mocó (Renato Aragão), do galã suburbano Dedé (Manfried Sant’Anna), do bebum carioca Mussum (Antônio Carlos Bernardes Gomes) e do caipira mineirinho Zacarias (Mauro Gonçalves) conquistou gerações. JUNHO | JULHO 2021 J.P 45


TRILHA SONORA

Ela é cantora e compositora de talento. Tem apenas 20 anos. Essa é Maria Maud, que sabe o que quer e estreia na carreira com o apoio e a benção da atriz Cláudia Abreu e do cineasta José Henrique Fonseca: seus pais POR CARL A JULIEN STAGNI

E

la é fã de Rita Lee, Amy Winehouse e John Lennon. “Acho que sou roqueira (risos).” Maria Maud, 20 anos, promete dar o que falar. Na verdade, já está dando o que falar com os vídeos que posta em suas redes sociais, em que aparece soltando a voz firme e melodiosa. Cantora e compositora, nasceu e cresceu cercada de arte. Filha mais velha da atriz Cláudia Abreu e do cineasta José Henrique Fonseca, Maria sempre se inspirou no talento dos pais para encontrar seu próprio caminho. “Desde criança minha mãe estimulou esse lado musical. Ela e meu pai adoram música, escutamos muito em casa. Fui acostumada a esse ambiente. Lembro de quando íamos viajar

46 J.P JUNHO | JULHO 2021

de carro escutando Beatles… Várias memórias. Quando fiz 8 anos, pedi um violão de Natal. Nessa época, estava muito ligada em Beatles, fiz até uma festa com o tema. Comecei a fazer aula de violão, a compor… Fiz minha primeira música com essa idade”, lembra ela, que depois engrenou em aulas de canto.


fotos rfaissal/divulgação; reprodução instagram pessoal

MÚSICA Mais tarde, com uns 16, Maria passou por um término de namoro, o primeiro da vida. “Fiquei muito triste. Comecei a compor, compor, compor, e transformei aquela tristeza em arte.” A partir dali, passou a enxergar a música como uma coisa mais séria em sua vida. Não demorou para que montasse uma banda com o amigo Antonio Leoni, filho do Leoni, do Kid Abelha, lembra? “Chamava Modélica e tinha uma pegada bem pop. A gente costumava brincar que éramos o Kid Abelha 2. Aprendi muito com o Antonio, mas resolvemos seguir caminhos diferentes.” E desde o ano passado, em plena pandemia, Maria decidiu se lançar na carreira de cantora solo. Além de cantar e compor, ela também toca piano e violão. Com mais de 20 músicas autorais prontas, o foco agora é o lançamento de um single, em agosto, e um álbum em breve. “É um trabalho em que você sempre está em busca de encontrar o que você é, sua estética musical, sonora… Até achar seu som, sua verdade, tem um trabalhinho aí. Desde 2019 tenho amadurecido isso. A gente amadurece junto com a música. Agora gosto desse som, amanhã posso estar interessada em outro. São fases.” Sem querer ser rotulada, Maria definiria seu som atualmente como uma nova MPB com pitadas de pop. “Pretendo lançar meu single, ‘Me Avisa’, e mais alguns outros antes que aconteça um álbum. Já tenho músicas prontas e estamos ainda estruturando tudo.” Paralelamente à carreira de cantora, ela cursa comunicação social na PUC do Rio de Janeiro. “Tranquei na pandemia, mas vou voltar este ano. Acho importante fazer. Escolhi jornalismo porque gosto de compor. Também curto publicidade, cinema. Inclusive, pode ser que eu mude para cinema. Sou cantora e não penso em trabalhar com isso agora, mas me interesso por produção, direção. Talvez tenha influência do meu pai, sim. Quando pequena, costumava ir aos sets, no Projac com a minha mãe, então sempre achei muito legal. Tudo está interligado e posso fazer muitas coisas, ser multitarefa.” Apesar de ter mãe e pai famosos, Maria e seus três irmãos foram mantidos longe dos holofotes. Cláudia Abreu é uma das atrizes mais reservadas da TV e do cinema. Sempre conseguiu manter sua vida pessoal preservada. Uma raridade. “Minha mãe é muito discreta, admiro muito isso nela. Eu já não sou tanto. Cada uma tem seu jeito. Ela optou por ter uma carreira maravilhosa e não se expor. Eu ainda não sei como vai ser a minha. Mas lido bem com a possibilidade de me expor. Costumo usar as redes, fazer vídeos no Instagram… É uma coisa muito natural. Sou mais extrovertida, sou muito pra fora.” Ainda bem, já que é por meio da

internet que a cantora tem mostrado seu talento para o mundo. “Meu maior sonho é conseguir viver de música. Num futuro próximo, quando a pandemia passar, gostaria de poder fazer shows, participar de festivais… Conseguir levar minha música para o mundo, para que as pessoas se identifiquem e gostem da mensagem que tenho para passar.” n

JUNHO | JULHO 2021 J.P 47


FINA NÇAS

QUEM QUER DINHEIRO? Com bom-humor, puxões de orelha e linguagem descomplicada, a jornalista Nathalia Arcuri tem como missão ensinar qualquer pessoa a poupar e investir POR LUCIANA FRANCA

T

udo o que ela fala pode virar ouro. Basta seguir suas dicas e agir. Musa das finanças e idealizadora da Me Poupe!, maior plataforma de entretenimento financeiro do mundo, a jornalista Nathalia Arcuri é um fenômeno em vendas de livro, na internet, no rádio e na TV ensinando a sair das dívidas e investir. Ela começou a poupar cedo. Aos 7 anos, desapontada com os pais que não faziam uma poupança para ela, Nathalia deci48 J.P JUNHO | JULHO 2021


diu que, a partir daquele momento, guardaria dinheiro para comprar um carro aos 18. E, assim, foi conquistando sua independência financeira, seu primeiro R$ 1 milhão investido aos 32 anos, quatro anos atrás, e mais de 6 milhões de inscritos no canal do YouTube. J.P: Tem gente que não investe porque não confia em outras pessoas palpitando sobre seu dinheiro. Como mudar esse pensamento? NATHALIA ARCURI: Estudando sobre investimentos e entendendo, de acordo com as suas metas, quais as melhores opções para você e para o seu dinheiro no momento. Assim, não vai precisar que ninguém opine sobre ele, mas terá total conhecimento para você mesmo opinar. O importante é tomar as rédeas da própria vida.

FOTO DIVULGAÇÃO; ILUSTRAÇÕES FREEPIK

J.P: Qual é o primeiro passo para começar

a investir? NA: Tudo é uma questão de planejamento. O primeiro passo é organizar o quartinho das finanças: detalhe tudo o que você ganha e seu custo de vida, separe tudo o que for fixo (gasto que não muda mês a mês), do que for flexível (gasto com variação de preço). Isso vai ajudar você a entender para onde vai seu salário e o quanto é possível economizar. Agora que você já sabe quanto entra e quanto sai, está na hora de se desafiar, pois o que você ganha e o que gasta é o básico: parta para as metas, defina tudo o que quer para seu dinheiro a curto, médio e longo prazo. Depois de saber onde está e para onde pretende ir, se organize e estude as opções. Existe um tipo de investimento para cada necessidade, o importante é começar, nem que seja com R$ 1. J.P: Por que você diz que é preciso olhar o ex-

trato bancário todos os dias?

NA: O hábito de acompanhar o

extrato bancário todos os dias faz você entender para onde

está indo o dinheiro e, a partir disso, definir com mais clareza quais gastos podem ser reduzidos ou até cortados. Além disso, é preciso também entender o que está sendo cobrado pelo seu banco, pois existem tarifas que o consumidor não é obrigado a pagar, mas muitas – muitas mesmo – vezes pagam. J.P: Qual é a maior besteira financeira que as pessoas cometem? NA: Não existem besteiras, existem hábitos ruins que podem ser transformados. O importante é tomar conta do seu dinheiro e não deixar que ele tome conta de você. J.P: Existem estratégias para não comprar por impulso? NA: Transforme tudo em metas: pegue todos os seus desejos e coloque-os no papel. Quer algo a curto prazo, seja uma calça ou um sapato? Nomeie como “metinhas”. Quer algo a médio prazo? Nomeia como “metas”. Por fim, quer algo mais complexo, a longo prazo? Nomeie como “metonas”. Respeitando o tempo de cada uma delas, será possível ter aquilo que se quer, sem abrir mão de nada, mas com maior planejamento. Existem também as compras por impulso feitas quando você vai até elas (ou agora, em casa, quando elas vão até você). Para estes casos, a dica é simples: se sabe que um tipo de compra é um gatilho consumista, não vá até onde você pode comprar e, em casos on-line, muito comuns agora que estamos mais em casa, experimente bloquear as notificações do celular de e-commerce e aplicativos que podem te convencer com aquele cupom de desconto. n

JUNHO | JULHO 2021 J.P 49


RADIOGRAFIA

A atmosfera doméstica está no trabalho de Ana Elisa Egreja desde a época em que era estudante de artes plásticas na Faap, em São Paulo, quando seu interesse se voltou para os cantos do próprio lar, entre janelas e revestimentos. Tendo como referência pintores holandeses do século 17, que retratavam cenas cotidianas, a artista conseguiu se aprofundar no tema quando fez da casa dos avós paternos, já falecidos, seu ateliê: os cômodos vazios e os objetos abandonados, então, ganharam mais evidência. Após o imóvel ser vendido, com a mudança para a rua Augusta – onde estabeleceu o novo estúdio, em 2018 – e a impossibilidade de visitar outras residências por conta da pandemia, ela se concentrou em seu acervo, com pastas e pastas de referências, que vão de padrões de tapetes a azulejos. Habituada a pinturas de grandes dimensões, volta e meia ela se detém nos pequenos formatos, como a série de 30 saboneteiras que ocupam telas diminutas e refletem a melancolia que se impôs com a Covid-19. “A pintura é inventada a partir de um arquivo de imagens, mas há um dispositivo afetivo que transporta para a casa dos avós”, explica. (por Nina Rahe) 50 J.P JUNHO | JULHO 2021

FOTO FILIPE BERNDT/DIVULGAÇÃO

ANA ELISA EGREJA


J.P INDICA torno de uma hora e meia para ser realizado, já que os fios são desenhados um a um, mas seu efeito é instantâneo e com apenas uma sessão já é possível notar os resultados desejados”, explica a especialista. Ela lembra também que outro ponto positivo da nanopigmentação fio a fio é o sucesso do procedimento em todos os tipos de pele, sejam elas oleosas, sensíveis, secas ou mistas. Além disso, o processo é quase

NATALIA MARTINS

FOTOS DIVULGAÇÃO; ILUSTRAÇÃO FREEPIK

FOCO NO OLHAR Os olhos ganham mais evidência quando bem emoldurados. E ainda bem que as sobrancelhas estão cada vez mais democráticas, cada um tem liberdade para escolher seu estilo preferido: mais alinhada, fina, grossa ou messy. Celebridades como Duda Reis, Deborah Secco, Isabelle Drummond, Simone e Simaria, Thelma Assis e Tata Estaniecki apostaram na técnica NanoBlading para realçar o olhar e conquistar um aspecto extremamente natural, mas sempre com identidade própria. “É possível fazer fios mais bagunçados e selvagens, mais comportados, mais volumosos, mais alinhados, mas sempre mantendo a naturalidade, a essência e a identidade da cliente”, explica NATALIA MARTINS, nome à frente da NATALIA BEAUTY, expert em pigmentação e a responsável pelo desenvolvimento da evolução da técnica por aqui. O procedimento, em que o pigmento é aplicado na pele com o auxílio de uma caneta manual acoplada a uma nanolâmina, desenhando as linhas uma a uma, se diferencia pelos fios ultrafinos e nítidos na pele, dando a impressão de que eles foram “implantados” nas sobrancelhas. O tebori, como é chamado o instrumento utilizado na Natalia Beauty, é composto por nanolâminas descartáveis, que atingem a camada mais superficial da pele para fixar o pigmento. “O procedimento leva em

indolor, já que é usada uma pomada anestésica própria para esse tipo de tratamento. Como a tecnologia é ultrarrealista, que entrega ao público imagens muito mais nítidas e riquíssimas em detalhes na telona ou na telinha do celular, Natalia explica que também por essa razão as famosas estão em busca de procedimentos que cheguem ao máximo próximo do natural. “Cada dia atendo mais e mais celebridades em busca de uma sobrancelha com leveza, movimento e naturalidade. E o resultado é harmônico com o rosto, sempre realçando a beleza linda e natural de cada uma”, finaliza a especialista. @NATALIABEAUTY AVENIDA REBOUÇAS, 1481 – SÃO PAULO – SP


COR PO E A LM A Em busca do bem-estar na pandemia, novidades para tirar manchas e outras belezinhas P O R LU CI A N A F R A N C A

VAMOS FLORESCER

Depois que muita gente se identificou com o termo languishing, cunhado pelo psicólogo Adam Grant em um artigo do The New York Times como um sentimento de estagnação e vazio nos tempos atuais, uma nova palavra com sentido completamente oposto a esse mal-estar típico da pandemia tem aparecido frequentemente. Com o aumento dos índices de vacinação e o retorno gradativo a uma vida quase normal em diversos países, muita gente está falando sobre FLOURISHING, que pode ser traduzido como florescer e significa o auge do bem-estar, um sentimento de preenchimento, felicidade e propósito. Há algumas atitudes que ajudam a virar a chave e encontrar esse caminho mais positivo, entre elas buscar pequenos prazeres no dia a dia, fazer algum tipo de trabalho voluntário e experimentar algo novo.

RASTRO

@SEPHORABRASIL @ATELIERCOLOGNE

Por aqui, o BOTICÁRIO lança Alchemists, sua linha mais sofisticada e exclusiva criada por quatro grandes perfumistas do mundo. ALCHEMISTS OUD EAU DE PARFUM – nosso preferido –, Alchemists Rose Eau de Parfum, Alchemists Iris Eau de Parfum e Alchemists Neroli Eau de Parfum prometem uma nova experiência olfativa. (R$ 349,90/75 ML) @OBOTICARIO

52 J.P JUNHO | JULHO 2021

BELA ADORMECIDA

Noites maldormidas deixam sinais visíveis no rosto e o BENEFIANCE OVERNIGHT WRINKLE RESISTING CREAM (R$ 699), da Shiseido, tem

o poder de restauração da pele enquanto dormimos. Com complexo Kombu Bounce, o creme hidratante noturno ajuda a suavizar as linhas. Aprovadíssimo! @SHISEIDO

FOTOS DIVULGAÇÃO

Os perfumes da casa FRANCESA ATELIER COLOGNE – frescos, sofisticados e unissex – ainda são pouco conhecidos por aqui, mas conquistam para sempre quem usa pela primeira vez. Com ingredientes naturais e sustentáveis, dois pilares da maison, as fragrâncias Atelier Cologne Absolue, com 15% de concentração de puro perfume para garantir maior fixação, trazem combinações deliciosas. Pacific Lime (limão, coco e eucalipto) e Clémentine California (vetiver, clementina, anis-estrelado) são algumas delas – e vendidas com exclusividade na Sephora por R$ 549 (cada uma).


J.P INDICA

RENATA FRANÇA

FOTOS JULIA RODRIGUES.; FLAVIO BATTAIOLA; FREEPIK

HIDRATAÇÃO MÁXIMA

Criadora da famosa massagem Miracle Touch, Renata França costuma chamar atenção para a importância das mãos, ferramentas que, segundo ela, levam saúde, beleza e bem-estar aos amantes do seu método mundo afora. E foi pensando em cuidar delas que a empresária desenvolveu o creme nutritivo para as mãos LÍRIO & MUSK SPA RENATA FRANÇA. A novidade traz óleos de amêndoa e de jojoba, agentes emolientes que permitem uma hidratação mais efetiva para a pele. Para potencializar a formação de novas fibras e melhorar sua elasticidade, o produto conta também com a imprescindível elastina. Mas não é só: o colágeno, umectante cutâneo natural e importante aliado na prevenção do envelhecimento, se soma à gama de componentes desse hidratante. Outro ponto a ser destacado é a tecnologia envolvida, que associa textura leve com rápida absorção. J.P testou e aprovou! O resultado são mãos super-hidratadas e perfumadas. O creme nutritivo para as mãos Lírio & Musk Spa Renata França pode ser usado diariamente, em todos os tipos de pele. Para mais informações, acesse +sparenatafranca.com | @renatafrancaa


CORPO E ALMA

SORRIA

As escovas de dentes mais desejadas agora chegam em versão para viagem. A CURAPROX lança um kit que contém um creme dental vegano BE YOU, duas escovas interdentais e a clássica CS 5460 Ultra Soft em formato desmontável – ideal para ser levado para qualquer lugar. O travel set está disponível em seis cores e cada um deles traz uma combinação de sabor diferente de creme dental: melancia, amora e alcaçuz, pêssego e damasco, gim-tônica e caqui, grapefruit e tangerina, e maçã verde e aloe vera. O kit custa R$ 80.

OURO

Cabelos loiros – naturais ou não – precisam de cuidados específicos e a nova linha HEART OF GLASS , da DAVINES , vem com essa missão. A formulação com extrato azul de jenipapo e de baobá combinados com BIACIDIC BOND COMPLEX e FORTIFYING BOTANICAL SHIELD – criados pelo laboratório da marca italiana – atua em sinergia para proteger e reparar a fibra capilar e ainda equilibra a cor e dá luminosidade aos fios. O xampu custa R$ 238,88 e o condicionador, R$ 300,90.

@DAVINESBRASIL

SEM VESTÍGIOS

Esta época é ideal para dar fim às manchinhas escurecidas do rosto causadas pelo sol e pela idade. Novidades não faltam nas prateleiras que ajudam a uniformizar o tom de pele e prevenir o reaparecimento das manchas.

uma combinação inovadora de vitamina C e cogumelo shiitake branco (R$ 379).

@BIOSSANCEBRASIL

54 J.P JUNHO | JULHO 2021

• A linha CELLULAR LUMINOUS630® ANTISPOT, da NIVEA, traz SÉRUM DIA E NOITE (R$ 149,90) e FLUIDO PREVENTIVO FPS 50 (R$ 119,90), que, além de tratar, oferece proteção solar.

@NIVEABRASIL

• A Pigmentbio, linha de clareadores da Bioderma, ganhou o PIGMENTBIO DAILY CARE FPS 50+, com vitamina C, que clareia e protege contra a radiação UV. (R$ 199,90).

@BIODERMABRASIL

FOTOS DIVULGAÇÃO

• SQUALANE + VITAMIN C DARK SPOT SERUM, da BIOSSANCE , tem


J.P INDICA

PELE RADIANTE

Se existe uma estação perfeita para cuidar da pele é o outono. O clima ameno é mais tolerante com a pele e, por isso, ideal para reparar os danos causados pelo sol no verão. Ao mesmo tempo, esta é a melhor época do ano para deixar a pele mais resistente e saudável para se proteger do ressecamento do clima frio do inverno. Pensando nisso, a LBT Lasers – líder em alta tecnologia para equipamentos médicos e estéticos – acaba de lançar o DERMAGLOSS TREATMENT, protocolo de tratamento de ação rápida que combate o envelhecimento e a flacidez, restaura o brilho, tonifica e suaviza a pele. Tudo isso é possível graças ao equipamento dermatológico FOCUS DUAL, que combina duas tecnologias para o tratamento avançado da pele: Ultrassom Multifocado (MTFU) com o Microagulhamento por Radiofrequência. Unidas, as tecnologias promovem lifting e tightening, a contração e firmeza da pele, tudo de forma não invasiva e rápida, gerando um efeito glow, que proporciona aquela tão desejada pele iluminada e saudável. O resultado pode ser visto imediatamente logo após a primeira sessão, como afirma a dermatologista Bruna Bravo, uma das primeiras especialistas do país a utilizar o Focus Dual em sua clínica, no Rio de Janeiro. “É um tratamento poderoso que combina inovação e tecnologias avançadas para um lifting de pele imediato, com ação antienvelhecimento duradoura.” A dermatologista explica ainda que tudo acontece por meio do Ultrassom Multifocado, conhecido como MTFU (MultI-Focused

DRA. BRUNA BRAVO

Ultrasound) – ele trata a flacidez com eficiência por meio de microlesões que, ao cicatrizarem, promovem encolhimento e estimulam a produção de colágeno. Já com o Microagulhamento por Radiofrequência (RF) ablativo, o objetivo é tratar cicatrizes de acne, rugas, estrias e outras imperfeições, além de estimular o colágeno. ONDE ENCONTRAR: CLÍNICA BRAVO - DRA. BRUNA BRAVO AV. ATAULFO DE PAIVA, 245 - 5º ANDAR LEBLON, RIO DE JANEIRO - RJ TELEFONE: (21) 2527-5812 | WHATSAPP: (21) 98272-3502 CLÍNICA DOME - DR. DANIEL MANOR AV. ANGÉLICA, 2163 - CJ 133/134 - 13º ANDAR HIGIENÓPOLIS, SÃO PAULO – SP TELEFONE: (11) 3926-0515 | WHATSAPP: 11 94547-1428

FOTOS DIVULGAÇÃO; FREEPIK

CLÍNICA MB - DRA. MICHELLE BATALHA SHOPPING 33 TORRE II, RUA 40 - SALA 713/714 - 14º ANDAR VILA SANTA CECÍLIA, VOLTA REDONDA – RJ TELEFONE: (24) 3348-3325 | WHATSAPP: (24) 99856-1376 MKDERMA DERMATOLOGIA – DRA. MARIA FRANTZEZO R. PADRE ANCHIETA, 2050 - SALA 1.707 - 17º ANDAR BIGORRILHO, CURITIBA – PR TELEFONE: (41) 3335-3488 | WHATSAPP: (41) 99868-0119



fernando torquatto BEAUTY ARTIST

UNHAS: ROBERTA MUNIZ; AGRADECIMENTO: TRASH CHIC

JULIA KONRAD

Julia atua, canta e dança. No momento, é a versão atriz que tem levado seu talento para longe. Ela acaba de estrear a série Dom, da Amazon Prime Video, e recentemente fez sucesso em Cidade Invisível, da Netflix, que vai ganhar segunda temporada. No papel de uma ativista ambiental nesta última, Julia recebeu elogios de todo canto, inclusive de fãs de Buenos Aires e de Nova York, por onde deixou rastros. De família gaúcha, ela nasceu no Recife há 30 anos, onde o avô materno decidiu empreender: visionário, abriu uma churrascaria na capital pernambucana e construiu um império na área. Aos 11, ela se mudou com os pais para Buenos Aires e ficou na cidade por uma década. “Me sinto bem argentina porque cresci e me conheci como pessoa lá. Foi lá também que comecei a fazer teatro musical no colégio, que era superforte, e ganhei uma bolsa para estudar em Nova York”, conta. Julia frequentou The American Musical and Dramatic Academy, onde teve como colegas de classe Madeline Brewer, de Handmaid’s Tale, e Jeremy Pope, da série Hollywood – e são amigos até hoje. De volta ao Brasil, em 2013, fez sua estreia na novela Geração Brasil, da Globo, e não parou mais de atuar. Recentemente, ela também soltou a voz no clipe de “Vuelve”, versão em espanhol da música “Volta”, de Johnny Hooker, e no single “Colores”, que compôs em parceria com o músico pernambucano Barro. O engajamento em causas relevantes é outra forma de expressão de Julia. Há um ano, ela escreveu uma carta aberta contando sobre um relacionamento anterior, no qual havia sido vítima de estupro conjugal. “Foi um passo muito importante na minha cura pessoal, mas também na cura coletiva porque é aquela coisa do efeito dominó: você fala e outra mulher tem coragem de falar da situação dela, que inspira outra, e a gente vê mudanças acontecendo”, revela. “Foi muito especial

receber o retorno de mulheres que tinham passado por situações parecidas ou que puderam identificar uma situação a partir do meu relato. Escrevi a carta que eu gostaria de ter lido enquanto estava vivendo aquele relacionamento.” Ela também se coloca politicamente nas redes. “Como uma pessoa que tem uma plataforma e certa visibilidade, é uma responsabilidade ética me posicionar e trazer o debate, compartilhar notícia”, conta. A troca com os seguidores e uma nova forma de viver serviram de boia de salvação em tempos de pandemia. Por causa dos trabalhos parados no início do isolamento, ela e o namorado, Pedro Marques, dono de bar, decidiram dar um passo atrás e foram morar na casa dos pais dele, em um condomínio em São Paulo. “A sensação de estar em família, de preparar almoço junto, de jogar baralho, deu um suporte emocional e é um grande privilégio”, diz ela, que mira no futuro. O próximo passo? A carreira internacional. (POR LUCIANA FRANCA)

FERNANDO TORQUATTO já transformou todo mundo que importa – aqui e lá fora. só vai

sossegar depois de clicar madonna

JUNHO | JULHO 2021 J.P 57


MOV IMENTO

MARIKA GIDALI

FOTO EMIDIO LUISI/DIVULGAÇÃO

Ela nasceu em 1937 na Hungria e, antes de se mudar para o Brasil, aos 10 anos, as lembranças que possui são de pouco brincar. A bailarina, que viveu a infância no contexto da guerra, foi, juntamente com sua família, uma sobrevivente – seus pais, um casal de alfaiates judeus, chegaram a ser presos pelos nazistas e escaparam por pouco. E foi somente com a mudança de país que Marika começou a dançar, primeiro no Ballet IV Centenário, depois no Theatro Municipal do Rio e, por fim, no Ballet Stagium, fundado por ela e Décio Otero, em 1971. “Me considero a dança. Lembro que tudo que fiz foi dançando, mesmo nos momentos mais tristes e nos mais alegres, sempre dancei”, já disse ela. A sua dança, certamente, também transformou a vida de milhares de pessoas que não teriam acesso à arte, como as populações ribeirinhas do rio São Francisco – que a viram dançar em cima de um tablado montado em uma barca – e as mais 80 mil crianças e adolescentes que tiveram contato com seus espetáculos por meio do projeto Escola Stagium. A história de Marika está no livro Sobreviventes II (ed. Maayanot), de Luiz Rampazzo e Marcio Pitliuk, que traz uma coletânea de relatos sobre o Holocausto.

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J.P INDICA

FOTO DIVULGAÇÃO

TUDO EM CIMA

Melhorar o contorno corporal, firmar músculos, queimar gordura e eliminar a celulite... Estamos sempre querendo algum desses objetivos, não é mesmo? Ainda bem que nos dias de hoje, com os avanços da área dermatológica, todos esses desejos são realidades muito possíveis. A novidade é o protocolo EMup: a combinação de dois tratamentos da BTL AESTHETICS, com duas tecnologias exclusivas de sucesso na Europa, nos Estados Unidos e por aqui também, o EMsculpt e o EMtone. Uma das primeiras adeptas do protocolo no Brasil é a apresentadora e atleta Daniella Cicarelli. “Ninguém tem o corpo perfeito, porque mesmo quem tem este corpo vai ter uma implicância com uma microgordura que só a pessoa mesmo consegue enxergar, certo? Treino bastante porque sou apaixonada por esportes e por todos os benefícios que ele traz na nossa vida, mas também gosto bastante das tecnologias que vão me deixar mais fortalecida para praticar os esportes que gosto, como EMsculpt. E por que não aliar ao EMtone para sair de lá com o serviço completo?”, disse ela a J.P. O EMsculpt é responsável por fortalecer a musculatura com contrações supramáximas, resultando num aumento da massa muscular em torno de 16%, e uma diminuição da massa de

gordura em torno de 19%, promovendo hipertrofia e o aumento de fibras novas nos músculos. Já o EMtone emprega radiofrequência e energia de pressão direcionada para atingir camadas profundas da pele e assim estimular a fabricação de colágeno e elastina, aumentar o metabolismo celular, melhorar a circulação sanguínea e linfática e atuar no tecido fibroso da celulite. “É um procedimento verdadeiramente eficaz e muito aguardado, não só pelas pacientes, mas pelos médicos, pois há muito tempo não se descobria nada de novo nessa área, que tem uma demanda enorme”, explica Fernanda Budin, diretora comercial da BTL Aesthetics Brasil. Segundo ela, no tratamento de celulite, os estudos clínicos e científicos mostram que EMtone é 64% mais eficaz no estímulo da produção da elastina do que nos tratamentos autônomos e 59% mais potente para a produção do colágeno. Além disso, o aparelho mostrou ser 50% mais rápido do que as terapias independentes e tradicionais, com uma taxa de 90% de satisfação do paciente. “O EMtone não trata apenas os diferentes tipos de celulite, mas as diversas condições do problema”, completa Ana Rosa Marques, diretora técnica da empresa. Ela recomenda que o protocolo EMup, que une as duas tecnologias, seja feito pelo período de quatro semanas. + BTLAESTHETICS.COM/PT


J.P DE OLHO Uma seleção de marcas e designers independentes, e seus produtos cheios de charme e afeto P O R A N A EL I S A M E Y ER

LAR SELVAGEM

Após passar meses em sua cidade natal, Indaiatuba, interior de São Paulo, ajudando seus pais na loja Garden Center durante a pandemia, o artista plástico Giuliano Baroni, 30 anos, se reconectou com sua essência e saiu da experiência com vontade de trazer mais verde, cor e arte para a capital. Nasceu assim, em agosto de 2020, a Selvática. Com uma pegada tropical-cool-chic, a marca vende plantas, principalmente para ambientes internos, e peças únicas desenvolvidas em colaboração com artesões e artista plásticos – e também pelo próprio Giu –, para quem deseja um pouco de natureza, beleza e arte dentro de casa. As plantas podem ser compradas direto pelo site ou nas lojas Casa Cipó, Casa 77 e Goiaba Urbana – multimarcas cheias de charme com produtos exclusivos em São Paulo. @_SELVATICA_

JOIA BRASILEIRA

A paixão pelo Brasil antigo, pelos designers e pelos movimentos artísticos do século 20, e a vontade de explorar a rica diversidade e estética nacional – em vez de ficar importando tantas referências externas –, foram algumas das motivações para a arquiteta Pri Pasquarelli, 26 anos, lançar a Guá. Encantada por joias e acessórios desde sempre, tirou da gaveta alguns desenhos durante a quarentena e começou a viabilizar a marca, cujo nome foi escolhido enquanto escutava a música “Guá”, do álbum Joia de Caetano Veloso. Daí em diante, criou um universo se aprofundando cada vez mais sobre o movimento moderno e tropicalista, e logo o público se identificou com a abordagem. “Acredito muito que a joalheria é uma forma de aproximação e materialização desses temas, que por vezes parecem pouco acessíveis.” @GUA___ 60 J.P JUNHO | JULHO 2021


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MENOS É MAIS

Há cinco anos em São Paulo, a mineira Clarissa Miranda, de 32, começou a se envolver com cerâmica em 2018, quando fez um workshop de fim de semana para experimentar algum fazer manual e se apaixonou. Após cursos para se aprofundar na técnica, foi aos poucos desenvolvendo sua própria produção e criou, em 2020, o ateliê Camelo Cerâmica. Inspirada pela arte abstrata geométrica de artistas como Lygia Clark e Lygia Pape, pelas formas da natureza e, principalmente, pelas sensações do jogo de luz e sombra, Clarissa confecciona peças orgânicas, minimalistas e delicadas feitas sob encomenda e em colaboração com outras marcas. “A cerâmica é sobre processo, construção e sensação. Num mundo com tanto ruído, acredito ser possível encontrar silêncio quando olhamos para dentro, e os objetos que nos cercam dizem muito sobre isso.”

ARTE NA PELE

Valorizar a beleza da imperfeição, praticar o não desperdício – desde a escolha do couro até a entrega na casa do cliente – e o uso de materiais não tóxicos e que não poluam o meio ambiente. Esses são os propósitos da arquiteta e designer paulista Maraí Valente com sua marca de tapetes Pellle. Tudo começou em 2017, quando resolveu pintar para esconder os pequenos defeitos de uma peça de couro que seria descartada para presentear um amigo e pensou: “Essa pele pode ser usada como tapete na casa nova dele”. Os conhecidos gostaram, começaram a encomendar e o sucesso foi tanto que decidiu lançar a marca em fevereiro de 2018. Inspirada pelos grafismos indígenas, após retornar de uma visita à aldeia Yawanawá, na Amazônia, Maraí cria peças somente sob encomenda, únicas e cheias de charme, que transformam o ambiente. @PELLLE__

@CAMELOCERAMICA

MIX DE DELÍCIAS

“Granoleira” desde pequena, a carioca Julia Sa Faria começou a Granbiju quando entrou em confinamento por conta da pandemia e passou a ajudar o marido na pequena fábrica Araucária Pães. Acostumada a produzir sua própria granola, Julia foi adaptando a receita base e hoje cria artesanalmente, no forno convencional da cozinha de sua casa, receitas com diferentes ingredientes, veganas e sem conservantes para quem busca uma alimentação saudável e gostosa. @GRANBIJU JUNHO | JULHO 2021 J.P 61


J.P INDICA

O estilo comfy, definitivamente, veio para ficar. Os dias de confinamento se tornaram um marco na moda e apostar em roupas com tecidos e modelagens mais confortáveis, mas sem perder o estilo, não é uma tendência passageira. A 3JOLIE, marca criada há quase cinco anos por Rosana Florênço, já trazia em seu DNA essa ideia de unir moda e conforto e fazia as pessoas repensarem suas escolhas no guarda-roupa. A maternidade serviu como ponto de partida para a diretora criativa, que começou a enxergar novas demandas na hora de se vestir e a importância de estar pronta para qualquer ocasião. No início, a label fazia exclusivamente camisetas de moletom com cores e texturas diferentes, e transformava as peças em parceiras de todos os estilos. Aos poucos, a vontade de criar e ousar cresceu e o moletom deixou de ser exclusividade, mas o conforto se manteve firme como o propósito da 3jolie. É aquele tipo de roupa que cabe em todos os momentos do dia, em que o básico é elevado a outro nível, sem contar com a atenção aos tecidos, acabamentos primorosos e processos sustentáveis. “Para mim, moda não tem nada a ver com tendências, moda é uma ferramenta para ativar o que de mais particular existe em nós. Não existem dois corpos iguais, não existe uma história como a sua, ou a minha, não existem duas pessoas iguais. Somos seres complexos, completos e únicos, e a moda é para nos ajudar a ter confiança na imagem que escolhemos para nós. É uma escada para subirmos ao palco”, explica Rosana.

3JOLIE.COM.BR @3JOLIESHOP

FOTOS DIVULGAÇÃO

O CONFORTO VEIO PARA FICAR


J.P

MODO DE VIDA

FOTO FREEPIK

TEMPO INTERIOR MARÇO 2021 J.P 63


MODO DE V IDA

NA FLORESTA 64 J.P JUNHO | JULHO 2021


Luiz Nadal (à esq.) e Wachelke

ILUSTRAÇÕES FREEPIK

Em uma casinha simples em Macaé de Cima (RJ), o diretor de arte Luiz Wachelke e o escritor Luiz Nadal encontraram o refúgio que precisavam para se dedicar à pintura e à escrita, respectivamente, e perceberam que a vida no campo não será temporária POR NINA RAHE FOTOS LUIZ WACHELKE

JUNHO | JULHO 2021 J.P 65


MODO DE V IDA

A mesa desgastada pelo sol foi reformada pelo próprio casal, com aplicação de azulejos. No detalhe, fruteira com vaso-onça da marca Ceramiquinho e, no móvel abaixo, gatinho garimpado em uma viagem a Lisboa

L

uiz Wachelke pergunta se a conversa pode ser às 18h em vez de 17h, pois o horário tem sido “valioso para pintar” aproveitando a luz natural. Desde julho de 2020, o diretor de arte e seu namorado, o escritor e pesquisador Luiz Nadal, encontraram em Macaé de Cima o refúgio que precisavam para se dedicar a suas paixões: a pintura e a literatura. Se agora Wachelke tem não só inspiração, como toda a flora da área de proteção ambiental a seu dispor, para representar nas telas seu principal objeto, o jardim; Nadal se aproveitou das conversas com os locais, da vizinha com conhecimento sobre as plantas ao caboclo que sabe os nomes de todos os passarinhos, para concluir seu primeiro romance, sobre a história de uma cidade colonial que mantém viva – e sob tensão – a presença dos povos originários. “Foram meses intensos e minha escrita se alimentava desses contatos”, diz Nadal. Moradores do Rio de Janeiro desde 2013 – os dois são de Santa Catarina –, eles não pensavam em deixar a cidade até resolverem alugar uma casa no meio do mato “para respirar”. Ali, em meio às reclamações sobre a metrópo66 J.P JUNHO | JULHO 2021

le, foram questionados pela proprietária, Sandra, sobre o porquê de não se mudarem. “Nossa perspectiva era continuar no Rio, mas começou a ficar insustentável manter o aluguel sem poder usar a cidade para encontrar amigos, ir ao cinema, a exposições”, explica Wachelke. “De repente, percebemos que nada nos prendia e tudo que precisávamos era paz e tranquilidade”, completa Nadal. Entre as hipóteses de vida no campo e a mudança de fato não foram nem dois meses. Foi Sandra, inclusive, quem os ajudou a encontrar a casinha onde estão agora. O espaço que, em um primeiro momento, parecia abandonado, foi aos pou-


cos mudando de cara após receber pintura nova e os toques de decoração do casal. O lar de hoje é menor do que o apartamento de antes (são cerca de 70 metros quadrados e apenas um quarto), mas a vantagem, neste caso, é abrir a porta e ver a natureza inteira como extensão do ambiente doméstico. A imersão na mata, por outro lado, trouxe desafios, como a impossibilidade de recorrer a um delivery ou ter frutas e verduras sempre à disposição, uma vez que esses itens sumiam rápido da conveniência mais próxima. A solução para contornar o problema pode ter sido óbvia, mas não pouco trabalhosa: cozinhar tudo, e sempre, e se empenhar para o sonho da horta própria. Os passeios ao redor, também, não acon-

tecem sem algum esforço. “Não tem como ficar sem fogo nesse frio. Toda voltinha que damos é para pegar graveto e madeira para poder queimar. Tem essa coisa dos aprendizados da terra, de administrar a lenha, fazer a manutenção da horta, cuidar das pragas”, conta Wachelke. Agora, o projeto de vida em Macaé de Cima, que a princípio tinha sido pensado exclusivamente para o período de pandemia, já mudou de rumo e o casal tem planos de permanecer indefinidamente. “Por que não transformar a casa

em um refúgio para receber os amigos e torná-los também nossos anfitriões no Rio?”, indaga Wachelke. As duas caixas grandes, que vieram na bagagem, repletas de fantasias, inclusive, continuam guardadas para quando a pandemia findar e o Carnaval chegar. n

Acima, uma das “primeiras necessidades da casa”, as prateleiras para acomodar os livros. À esq. Luiz Nadal cuidando da horta e, à dir., fachada da casa

JUNHO | JULHO 2021 J.P 67


REFÚGIO

ROTA DE FUGA Se pensar no futuro dá uma certa vertigem, a produtora e diretora Gabriela Figueiredo conta em um texto pessoal que ela e as filhas se concentram em saudar os deuses das pequenas coisas no sítio da família, na serra fluminense

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

POR GABRIEL A FIGUEIREDO

As gêmeas Catarina e Estela, de 6 anos. Ao lado, Gabi, o marido, João Carrascosa, e as filhas

68 J.P JUNHO | JULHO 2021


A

pandemia chegou gritando – vive com o que você tem, pessoas, livros, roupas e gavetas. Catastróficos previram o fim. Românticos viram como uma chance de sonhar novos sonhos.

Mães, sem tempo de elaborar, entenderam a mensagem – ajusta a realidade e vai. A minha bússola foi ajustada em direção ao mato. Decidimos fugir. – Mãe, tá chegando? Contei a elas que quando criança competia com minha irmã quem via mais Fuscas amarelos na estrada. – Mãe, o que é Fusca? Nunca mais foram à escola. Ficaram craques em lagartas, pedras e cupinzeiro. Aprenderam que coelho se multiplica, que a bolinha preta no lago vira sapo e que louva-a-deus junta as mãozinhas em oração. – Mãe, me mostra uma foto de Deus? Mesmo vítimas da minha culinária, elas cresceram. E perderam todos os sapatos. Uma bota e um chinelo foi o que restou. Para mim, um par de botas Pisa Forte, comprado na loja de material de construção local. Vamos nessa, faremos bolhas nos pés, andaremos descalças, teremos as unhas pretas de terra. – Mãe, minhoca tem pé? Agarramos um gosto por inventar e recontar histórias. Estela, mesmo com medo de escuro, diz que vai ser guardiã da floresta e que vai usar vagalumes para acender a noite. Meu coração se ilumina. Catarina é louca pelas mariposas pretas. Coisas de bruxa, ela diz. Não aprendemos a fazer pão, mas, distraídas, observamos a formiguinha pequena carregando folhas enormes, um passarinho à toa, a aranha tecendo uma teia. A vida pode ser grande, mas viver é pequenininho.

– Mãe, Deus é grande? À noite, fazemos fogueira para aquecer e para deixar ir o que não é mais necessário. Queimamos ideias, trabalhos, desenhos e num ato libertador todos os meus sutiãs com bojo. Olho pro céu procurando minha avó – ela estaria orgulhosa? Aproveito pra dizer a ela que “plantar batata” não é castigo! E a vida que não para de acontecer o tempo todo, perto e longe dos nossos olhos – penso, enquanto salvo uma esperança, assino um contrato, choro pelo telefone, rio de um meme, tiro a couve-flor queimada do forno, emudeço o noticiário. Não vou mentir, já planejei fugas. Idealizei minha solidão acompanhada de uma taça de vinho, que tomaria tranquilamente onde ninguém a derrubasse, onde os insetos passariam sem que eu tivesse que contar suas patas, onde não precisasse saber como descansa um beija-flor. JUNHO | JULHO 2021 J.P 69


REFÚGIO

– Mãe, por que a gente não se “camuflica” que nem o lagarto? Mais uma taça pra mim, mais chocolate pra elas e seguimos, parceiras e exaustas de nós mesmas. Mas quando a casa se enche de silêncio, brindo a elas que me roubam e me devolvem a paz. – Mãe, sabe a música do “Lindo Balão Azul”?... Se a estrada estava tão bonita, por que eles pegaram carona na cauda do cometa? Às vezes choro no banho, pelas notícias e por ter perdido o primeiro dente que caiu. Imagino qual será o meu castigo, mas sou interrompida, ou salva.

Gabi e as filhas Estela e Catarina conectadas entre elas e com a natureza no sítio onde a família tem passado mais tempo no último ano

– Mamãe, quer ouvir uma “engraçadez”? Rio como se o mundo nunca tivesse perdido a graça e recebo um cafuné feito com dedinhos macios e minúsculos. Se elas vão aprender que certeza é com z, não sei. Mas se pensar no futuro dá uma certa vertigem, por aqui concentramos, diariamente, em saudar os deuses das coisas pequenas. – Mãe, o mundo tá colado no céu?... Nuvem cai?... Com olhinhos cheios de amanhã, elas me perguntam o que vai ficar quando o vírus for embora. Não sei, tem muita gente com fome. De pão e abraços. Mas o mesmo mundo que tem tantas saudades tem também joaninha, luar e ataque de riso.

Quando isso passar, e as certezas já não nos servirem mais, vamos ensaiar novos passos, pisando forte ou descalças, pela terra ou pelas pedrinhas portuguesas da cidade. E se vier uma tristeza, estaremos como a formiguinha – ocupadíssimas com a tarefa de viver a vida que nos atravessa, pequena, imensa, urgente e inadiável. n 70 J.P JUNHO | JULHO 2021

FOTOS FOTOSARQUIVO ARQUIVOPESSOAL PESSOAL

– Mãe, Deus ri?


POR AÍ POR KIKI GARAVAGLIA

UM VAZIO ENORME

FOTO ARQUIVO PESSOAL

Quando voltaremos a ter um futuro de liberdade, sem medos, em que se possa sonhar e viajar? Um dos ensinamentos de Dalai Lama é: “Conhecer um lugar novo ao menos uma vez por ano”. Todos os anos, eu seguia esse sábio conselho e procurava ir a um país, uma cidade diferente, e o planejar de uma viagem me enchia muitos dias de alegria. Viajar: sair da mesmice, conhecer outras culturas, rumo ao novo, à aventura, ao desconhecido. Quando “escolho” aonde quero ir, não conhecendo o lugar, começo a estudar e “já estou viajando”. Começo pesquisando na internet, perguntando por dicas aos amigos que já foram, quais são os voos que pegarei, vejo se poderia fazer uma escala num lugar de interesse, estudo as companhias aéreas, comparo preços com outras companhias... Aliás, sempre pago em “cash”, sem dividir em cinco ou dez vezes, pois se quiser viajar outra vez ainda estarei pagando a viagem que passou. Aí, começo a procurar hotéis ou um apartamentinho para alugar, que prefiro. Me sinto uma “local” comprando uma comidinha na rua, levando umas flores para a sala, fazendo minha “casinha” naquela cidade... Escolhido o bairro, estudo a localização, começo a imprimir passeios, lugares de interesse, restaurantes que irei e “já estou viajando”. Como vocês podem ver, toda essa preparação demora, pesquisas, estudos, horas no computador... Mas assim que chegar lá, poderei ir direto ao que me interessa. Portanto, parte dos meus dias que passo durante o ano organizan-

do uma viagem “ já estou viajando”. A data do voo se aproxima, começo a organizar a bagagem, o que devo levar, pois odeio levar muita coisa... Viajo light, todas as roupas deverão ser usadas. Se for cidade grande, simplifico a mala usando peças nas cores preta, marrom e branca. Fico horas estudando como posso restringir ao mínimo, mas na maior animação já que “já estou viajando”, pensando e vivendo o lugar... No dia do embarque, minhas malas já estão fechadas, etiquetadas, chaves dos cadeados na minha bolsa de mão, caso algum chato queira abrir ao chegar no destino e passo o dia calmamente para não demostrar à família, que ficará em casa, que estou histérica de animação e emoção em ir viajar! Chego ao aeroporto, local que a maioria das pessoas odeia, e vibro, sei que falta pouco para o meu destino! Tenho a maior paciência com filas e atendentes, pois, “já estou viajando” rumo à aventura! Essa porcaria de vírus que me prende em casa, me proíbe de viajar, de sonhar, de planejar uma viagem e, para aumentar minha tristeza, sem ter muito o que fazer, acabo vendo os noticiários tristes e deprimentes e penso neste nosso lindo planeta com tantas pessoas sofrendo, morrendo, sem se saber quando este pesadelo vai acabar, quando voltaremos a ter um futuro de liberdade, sem medos, em que se possa sonhar, em que se possa viajar. n

VIAJANTE INSACIÁVEL, KIKI GARAVAGLIA JÁ CORREU O MUNDO, MAS AINDA TEM MUITO LUGAR PARA CONHECER. SÓ TEM MEDO DE MORRER SEM ANTES IR AO SRI LANKA

JUNHO | JULHO 2021 J.P 71


J.P V I A JA

Caça a cogumelos no Rio Grande do Sul, um enorme centro cultural de arte imersiva em Miami e outras experiências inspiradoras estão na nossa lista de desejos POR ADRIANA NAZARIAN

GRANDE-ANGULAR

E já que a gente segue sonhando com um verão na Grécia, MYKONOS tem um novo hotel que vale incluir nos planos futuros. Para começar, a localização do KALESMA é especial: fica no topo de uma montanha na região de Aleomandra, com vistas panorâmicas do nascer ao pôr do sol. Daí tem o projeto, inspirado nos mínimos detalhes nas heranças e histórias das ilhas Cíclades. Das 25 suítes – todas com piscina privativa – à fogueira, passando pelo bar, o clima é deliciosamente despretensioso. +KALESMAMYKONOS.COM

72 J.P JUNHO | JULHO 2021


FOTOS DIVULGAÇÃO

TAMANHO FAMÍLIA

Cada vez mais, MIAMI prova que sua programação vai muito além das compras. No nosso radar da vez está o SUPERBLUE , centro cultural de arte imersiva prestes a abrir suas portas. O projeto, instalado em um antigo prédio industrial no bairro de ALLAPATTAH, promete: são 30 mil m² que abrigarão instalações imensas, workshops e café. Batizada de Every Wall Is a Door, a primeira exposição terá obras de artistas como James Turrell, o coletivo japonês teamLab e Es Devlin, a cenógrafa responsável por shows de Beyoncé, The Weeknd e outros.

fotos divulgação

+SUPERBLUE.COM

MAMMA MIA Para quem anda sonhando

com alguns dias em ROMA , vale anotar: o centenário bairro de GARBATELLA , antes frequentado exclusivamente por trabalhadores industriais, tem cada vez mais galerias, lojinhas e restaurantes em clima cool. E é lá que fica o TRE DE TUTTO, misto de trattoria e bar instalado em uma padaria abandonada, que ganhou toques de pop art no décor. No cardápio, novas versões para receitas italianas tradicionais e drinques inspirados nas muitas histórias que compõem a região de Garbatella. @TREDETUTTO_GARBATELLA

JUNHO | JULHO 2021 J.P 73


J.P V I A JA

MEU LUGAR NO MUNDO Se no mundo pré-pandemia a busca por expe

CAÇADA SELVAGEM O , hotel estilo glamping em

PARADOR CAMBARÁ DO SUL (RS), entrou na rota dos viajantes e não

é só pelo seu cenário bucólico, entre cânions e mais cânions. O destino oferece uma série de atividades nada óbvias, como a caçada aos cogumelos, inspirada na busca pelo tartufo italiano. A bordo de um quadriciclo, os viajantes desbravam as florestas de pinus da região atrás do ingrediente. Para coroar, o passeio inclui um jantar no restaurante do Parador com pratos feitos à base do tubérculo. +PARADORCASAHOTEIS.COM.BR

SENTE A MARESIA segue no nosso SÃO MIGUEL DOS MILAGRES

imaginário de quem busca férias pé na areia e em total privacidade. Inaugurada no ano passado, a HAYA é uma boa pousada para entrar no clima. Entre o mar, os coqueiros e um mangue, o local tem bangalôs com vista para o mar, piscina embalada pela brisa e restaurante que utiliza ingredientes da horta local. +POUSADAHAYA.COM.BR

74 J.P JUNHO | JULHO 2021

FOTOS SERGIO AZEVEDO/DIVULGAÇÃO; DIVULGAÇÃO

riências cada vez mais autênticas e longe de lo tações já era uma crescente, imagine agora. E é justamente por isso que a gente se encantou pelo CAMP V, um glamping inaugurado em NATURITA , cidadezinha mineradora do Colorado, fundado por uma americana que cresceu no local. O proje to, que tem uma forte conexão com a arte, inclui cabanas equipadas e uma série de experiências outdoor que desvendam a história da região. En tre os detalhes simpáticos, os boxes de café da manhã vêm de mercados orgânicos da região e as tardes são aquecidas por fogueiras na beira de um rio. @CAMPVCO


CABALA POR SHMUEL LEMLE shmuel@casadakabbalah.com.br

DEVOÇÃO TOTAL O sábio Baal Shem Tov recebeu uma mensagem dizendo que o trabalho que mais agradava aos céus era o do pastor Moshe. O mestre decidiu ir com os alunos observar o que fazia o pastor de tão especial. Chegaram no campo e ficaram olhando de longe. Moshe estava com seu rebanho. Era analfabeto e não sabia rezar. Tinha apenas um apito. O pastor se voltou para os céus dizendo que amava o Criador e que queria fazer alguma coisa por Ele. Em sua simplicidade, disse que ia soprar o apito e implorava que isso fosse aceito como oferenda. Soprou com toda força até desmaiar de cansaço. Ao se levantar minutos depois, disse que agora ia dançar como oferenda. E dançou até cair exausto. Por fim, disse que era pobre, mas que o Criador era tão maravilhoso que ele queria fazer uma doação. Pegou sua única moeda e jogou para cima com toda força. O Baal Shem Tov e seus alunos viram uma mão surgir no céu e aceitar a doação do humilde pastor. Ao fim, o mestre explicou que o segredo do pastor é que ele fazia cada ação com total devoção. Os céus se abrem quando colocamos foco e energia no que estamos fazendo. CONEXÃO DIRETA

Vav

Vav

Lamed

visualizar da direita para a esquerda

JUNHO | JULHO 2021 J.P 75


HORÓSCOPO POR SARA KOIMBRA ILUSTRAÇÕES PAULO VON POSER

Energia de junho

Para a maioria dos signos, este mês será favorável. Perspectivas em relação à vida pessoal e carreira são energizadas por vários aspectos planetários. Em geral, os signos do elemento Ar podem notar melhoria nas condições materiais, os signos de Terra devem vislumbrar novidades em negócios pessoais, os signos de Fogo devem esperar um grande aumento de energia, que estava escassa, e, para os signos do elemento Água, há promessa de novidades no campo afetivo. Uma temática importante para o mês é a reavaliação da nossa fé e qual é o nosso papel dentro do contexto social (retrogradação de Júpiter) – precisávamos desse cutucão diante de tudo o que está acontecendo – e também teremos uma reavaliação de assuntos que lá atrás ficaram sem conclusões racionais o suficiente (pelo eclipse solar em Gêmeos). É um mês importante para conclusões, talvez até as que achávamos terem expirado. Resolvido isso, podemos esperar que nossa esperança e energia recebam novas diretrizes para o segundo semestre com mais responsabilidade e calor humano. A paulistana Sara Koimbra é a nova astróloga da J.P.

ÁRIES (21/3 a 20/4) Os arianos, em geral, são beneficiados por muitos aspectos, mas é bom que tomem cuidado com o excesso de ambição e com o direcionamento de energia em coisas que nem querem de verdade, mas que correm atrás por pura competição ou birra. A habilidade de comunicação dos “arianjos” pode ser prejudicada por Mercúrio retrógrado até a última semana do mês e, como todo ariano já é bronco para falar naturalmente, pode ser o caos! Meditem, orem e pensem sempre antes de qualquer ação: “Estou cutucando alguém com meu tom? Se fosse eu ouvindo, iria querer matar a pessoa?” Se a resposta for sim, fique em silêncio. Se for não, ainda assim se pergunte novamente para ter certeza. TOURO (21/4 a 20/5) Junho pode ser bastante tranquilo para os taurinos no que diz respeito ao envolvimento social pela influência de aspectos positivos de Júpiter. Já no amor, na primeira metade do mês, pode parecer que o relacionamento pode estar

76 J.P JUNHO | JULHO 2021

sufocando vocês. Talvez olhem para alguém que amam e se perguntem: “Quê?” – mas vai passar! Tenham paciência, não dá para ser beneficiado em tudo e de uma vez só. As finanças serão estáveis, mas o peso de vocês, no fim do mês, não. Cuidado com a gula!

GÊMEOS (21/5 a 20/6) Geminianos precisam tomar um pouco de cuidado com a saúde por causa do eclipse solar trazendo alguns percalços, principalmente alérgicos ou respiratórios. Favor ficar em casa e lavar bem o nariz com soro. Na verdade, o eclipse pode mexer com todas as áreas, mas as de comunicação e de pequenos deslocamentos, até o eclipse, requerem cuidados. Não recomendo pequenas viagens até o dia 20. Após o eclipse, a vida fica menos bagunçada e toma ares de novas perspectivas, principalmente em relação aos estudos e ao amor. CÂNCER (21/6 a 22/7) Cancerianos precisam se concentrar bastante na carreira porque ainda estão em nuvens cor de rosa, vivendo as influências afetivas

do mês passado. Amor é lindo, mas não paga boletos! Vamos descer para a Terra porque o profissional de vocês precisa de atenção. Não se preocupem que o afetivo não vai desandar, há boas prospecções para este mês ainda. Junho também é bom para os contatos sociais e pode haver uma notícia boa na família.

LEÃO (23/7 a 22/8) Para os leoninos que tiveram algum probleminha de saúde, boas notícias: junho beneficia muito a saúde de vocês, mas é importante manter uma dieta adequada e exercícios de fortalecimento postural. O mês é bom para assuntos de carreira e vocês prestem atenção em quanto podem aprender com pessoas mais velhas no trabalho. As posições planetárias estão incentivando novos projetos e negócios. Não gaste o dinheiro que sobrar com luxo e nem nada com muito brilho, invista em títulos confiáveis para obter retorno.

VIRGEM (23/8 a 22/9) Virginianos com negócio próprio envolvendo comércio podem ter contratempos pela energia de


Mercúrio retrógado nas próximas semanas, mas nada catastrófico. Em relação ao amor, aconselho que sejam menos cricris e deixem as coisas fluírem sem excesso de crítica e sem DRs preferencialmente. Discutir a relação nas primeiras duas semanas do mês pode estragar absolutamente tudo e não trazer nenhuma solução. Cuidado com o que vocês postam no Twitter.

LIBRA (23/9 a 21/10) Para os librianos, junho é bom para investimentos e relacionamentos amorosos que já existem, entretanto, para assuntos familiares, o mês pode não ser tão positivo, principalmente com a família do cônjuge, namorado ou namorada. Talvez seja melhor um relacionamento mais distante com eles este mês e que você não visualize muito mensagens do grupo no WhatsApp. ESCORPIÃO (22/10 a 21/11) É importante que os escorpianos segurem um pouco a energia da reatividade esse mês e, sempre que necessário, usem a diplomacia para resolver coisas. Quanto ao amor: é um mês bom para o sexo, mas não para relacionamentos sérios. Sejam felizes com o que têm para agora. Há harmonia e a possibilidade de aproximação com os familiares com mais idade. Se vocês não se envolverem em discussões desnecessárias, os demais aspectos da vida são estáveis este mês.

SAGITÁRIO (22/11 a 21/12) A ênfase para os sagitarianos é a comunicação, que deve ser criteriosa principalmente nas redes sociais porque, em geral, vocês falam o que não devem e só depois pensam: “Puxa, acho que foi ‘sincericídio’”. O mês é estável para relacionamentos. Com assuntos de saúde, tomem cuidado com sintomas de ansiedade e depressão.

Já para os sagitarianos que têm o próprio negócio, atenção com investimentos muito arriscados. Se você trabalha com comércio exterior, pode ter dores de cabeça em relação a prazos de entrega.

CAPRICÓRNIO (22/12 a 20/1) Os boletos podem trazer alguma ansiedade e eu aconselho que fiquem atentos a oportunidades para incrementar suas finanças. Contatos sociais, inclusive, podem fazer toda a diferença. Sei que vocês não são as pessoas mais expansivas do mundo, mas vale a pena um esforço de vez em quando – boletos pagos são importantes na vida de vocês. As perspectivas de saúde estão boas. Família pode trazer conflitos em relação a mudanças. Relacionamentos são estáveis. AQUÁRIO (21/1 a 19/2) Mês extremamente favorável para se divertir um pouco mais e relaxar. No amor, um mês agitado para solteiros

e inusitado para os comprometidos. Entretanto, não se esqueçam que o distanciamento social ainda não acabou. Para crianças aquarianas, o desenvolvimento escolar pode ser um pouco melhor. Para as questões de família, aconselho também que maneirem na assiduidade no grupo dos parentes.

PEIXES (20/2 a 20/3) A influência de Júpiter traz muita fé, criatividade, sensibilidade e envolvimento com causas dignas, mas tomem cuidado para não idealizarem demais! É bom que vocês mantenham os dois pés no chão. A saúde não traz problemas e vocês podem se diferenciar na carreira com soluções nada lógicas, além da criatividade. Dinheiro tem um bom fluxo este mês e a convivência com a família pode demandar um comportamento do tipo: “abstraio e finjo demência para a minha sanidade mental”.

LEIA AS PREVISÕES SEMANAIS EM GL AMURAMA.COM

JUNHO | JULHO 2021 J.P 77


ENTRE LENÇÓIS POR ROBERTA SENDACZ

Dar moldura ao tema amor não é fácil. Quase a totalidade de músicas, livros de literatura, filosofia e religião cuidam do assunto para a humanidade desde sempre. Adjetivando o título de seu livro com a palavra “corajoso”, o filósofo e professor Luiz Felipe Pondé lançou Amor para Corajosos, no qual destrincha em 36 textos curtos e temáticos o que é o amor romântico na contemporaneidade, derivado de uma herança medieval característica. “O amor nietzschiano tem a força de vulcão; o kantiano, a segurança de férias num resort”, desafia o filósofo brincando com autores importantíssimos dos séculos 19 e 18, respectivamente, que tinham como referência o Romantismo. Era ir contra ou a favor ao longo da história. “Um nietzschiano seria fiel aos impulsos do desejo e à autenticidade deste.” Lembrando que Nietzsche escreveu sobre o apolíneo e o dionisíaco, dois deuses gregos ligados à ordem e ao desregramento. E Pondé segue virando a chave do amor ao erotismo: “Pode existir safe sex, mas não existe safe love”. Outra pérola: “A cura do amor pode matar sua beleza”. Valendo-se de exemplos dentro da literatura medieval e romântica, cada uma na sua época, estabelece a potencialidade de se colocar amor e morte na mesma dimensão. “A morte do amor deixa você mais cético. E todo cético é um triste, mesmo que inteligente nessa tristeza,

resta-lhe o gozo do hábito. E o hábito é um dos amigos mais fiéis na vida.” O ceticismo é uma corrente filosófica grega, mas o livro não se exercita no domínio do fracasso do amor. Ele é alto-astral e positivo. Incentiva-se a apoderar-se do amor. Iremos passear no pequeno texto de Pondé sobre o amor e a universalidade. Enquanto o universalismo domina o pensamento, não se deve aceitar o universal do cristianismo, pois, segundo o filósofo Edmund Burke, diz Pondé, quem ama a humanidade, detesta seu semelhante. O autor tem razão, já que a falácia do amor universal serviu para todo tipo de violência política desde o fim do século 18. A inveja de um amor correspondido não é de hoje, mas da era medieval. O amor desperta esse sentimento também lendário. O amor, oras, “sempre foi objeto de reflexão pela fortuna crítica que trata da teoria medieval do amor”. A inveja, assim, “gera produtos”. E há além: as pessoas que são narcisistas ou autocentradas amam com menos capacidade, pois têm dificuldade de investir no mundo. Para quem tem vontade de entrar nesse tema há o livro O Amor e o Ocidente, de Denis De Rougemont, e o texto sobre Tristão e Isolda, de José Miguel Wisnik, todos inseridos na era medieval. Tudo tem a ver com certo desencontro amoroso. Indo em direção ao casamento, este aprisiona e torna o desejo uma obrigação. Antigamente, não se casava por amor. Ler todo estudo que já se fez sobre reis e rainhas e o casamento é um exemplo do papel versus o amor. Enfim, as múltiplas ações do amor na voz de Pondé. A leitura é puxada: trata-se de filosofia. Fica como testemunho de seu amor (corajoso) que une e desune os casais. Chega a dizer que os heterossexuais amam mais que os outros. Agora é com você: leia. Poderá discordar do autor, porém tudo é muito fundamentado. Eis um estudo importante e sem ambição. n

ROBERTA SENDACZ É JORNALISTA, MAS SE ENCONTROU NA FILOSOFIA. GOSTA DE EXPERIMENTAR TUDO O QUE FICA VELADO

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FOTO FERNANDO TORRES; ARTE ISABELLE TUCHBAND

Toda forma de amor


AGRADECIMENTOS

GABY ALVES Em sua estreia por aqui, a artista coloriu a entrevista com Saulo Velasco sobre amor

FELIPE VELOSO O stylist escolheu uma moda leve, sem grandes produções, para o ensaio com Leandra Leal

JORGE BISPO O fotógrafo aproveitou a luz do fim da tarde carioca para dar o clima das fotos de capa

SARA KOIMBRA A nova astróloga da J.P comprou um deck de tarô aos 13 anos e não largou nunca mais

RAFAEL SENNA O beauty artist apostou nos olhos delineados dos anos 1960 em Leandra Leal

J.P NAS REDES P

MARCAS DO MÊS

CARTAS@GLAMURAMA.COM

FOTOS JORGE BISPO, ARQUIVO PESSOAL; REPRODUÇÃO INSTAGRAM PESSOAL

@mari_fava Essa capa ficou TUDO! @rafaaveras ai que capa LINDA @caio_blat Ficou linda!!!! @rosyrodrigues162 Dois lindos, gosto bastante! @antonioclaudioarquitetos Parecem John & Yoko @suzzato Está certíssima @luisaarraes, devemos sim estar sempre produzindo

Amoreira + AMOREIRA.COM.BR Andrea Marques + ANDREAMARQUES.COM Antonio Bernardo + ANTONIOBERNARDO.COM.BR Armani + ARMANI.COM Bottega Veneta + BOTTEGAVENETA.COM CJ Fashion + CJFASHION.COM Dior + DIOR.COM Dolce & Gabbana + DOLCEGABBANA.COM Dpot + DPOT.COM.BR Farfetch + FARFETCH.COM.BR Granado + GRANADO.COM.BR Guerreiro + GUERREIRO.COM H.Stern + HSTERN.COM.BR Intimissimi + INTIMISSIMI.COM.BR Julia Gastin + JULIAGASTIN.COM.BR Le Creuset + LECREUSET.COM.BR Louis Vuitton + LOUISVUITTON.COM.BR Luhome + LUHOME.COM.BR Lumini + LUMINI.COM.BR Persol + PERSOL.COM Salvatore Ferragamo + FERRAGAMO.COM Tommy Hilfiger + TOMMY.COM Trousseau + TROUSSEAU.COM.BR YSL + YSL.COM Zara + ZARA.COM

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JUNHO | JULHO 2021 J.P 79


Ú LT I M A PÁ G I N A

ITAMAR VIEIRA JUNIOR

O escritor baiano é hoje o nome mais incensado da literatura contemporânea e virou assunto de todas as rodas com o best-seller Torto Arado (Todavia), ganhador do Prêmio Jabuti 2020. Lançando o esperado Doramar ou a Odisseia (Todavia), no qual segue dialogando com as questões sociais, e isolado em sua casa em Itapuã, onde vive com um irmão, dois cães e quatro gatos, o autor fala sobre manias, memórias, talentos, saudades e revela sua maior extravagância. por carol sganzerla J.P: O SUCESSO DE TORTO ARADO ME TROUXE... ITAMAR VIEIRA JUNIOR: Muito mais

trabalho, o que é bom. Para um autor em começo de carreira, essa grande divulgação é algo de muito sonho. Mas meu vínculo com a literatura antecede tudo isso. Esse sucesso não pode ser um peso para os próximos.

nunca consigo por causa das obrigações do dia. Acaba que só escrevo à noite. J.P: SEU PRÓXIMO LIVRO EM UMA PALAVRA? IVJ: Odisseia. A vida humana é uma

odisseia e a gente não se dá conta disso. Por mais banal que seja, cada vida carrega nela uma odisseia e é isso que ocorre com os personagens de Doramar. J.P: LÊ TODOS OS DIAS? IVJ: Sim. É meu ansiolítico, preciso

de leitura. A gente vive num mundo com tantas distrações, os livros nos ajudam a concentrar em uma história, em um pensamento.

adversidades. É como se o perdão fosse a possibilidade de recomeçar. J.P: COMO DEFINE O MUNDO ATUAL? IVJ: Um mundo em que é necessário

cada vez mais que as pessoas tomem consciência e passem a tratar os seres, a fauna e a flora com sentimento de equidade. Precisamos romper com esse ciclo de destruição e pensar numa vida menos predatória. J.P: UMA EXTRAVAGÂNCIA? IVJ: Comer. Gosto de comer coisas

saborosas. Se você abrir meu armário, vai ver que as roupas têm cinco, dez anos. Comida é minha extravagância. J.P: UM TALENTO QUE NINGUÉM CONHECE? IVJ: Gosto de cuidar de plantas, de

IVJ: Não fizeram diretamente, mas

soube pela roteirista do Conversa com Bial que a pergunta que mais buscam no Google é se sou casado. Fui ver e, de fato, aparece. Penso que, se pesquisam se eu sou casado é porque só podem querer fazer alguma proposta, né? J.P: UMA SAUDADE? IVJ: Das pessoas que se foram. Meu

avô, avó, pai… até dos bichinhos. Quando a gente descobre o significado da palavra saudade, é algo que não tem retorno, que deixa um vazio. Essa ausência permanente é que suscita saudade. J.P: DO QUE SE ARREPENDE? IVJ: De não ter sido mais livre, ousa-

parei de circular pela cidade por conta da pandemia. Tenho saudade.

do, principalmente na adolescência. E esses anos de experiência não voltam mais, tem coisas que não têm a mesma graça quando acontecem em outro tempo. Tem gente que não se arrepende de nada, eu sou mais humilde [risos].

J.P: MANIA? IVJ: De limpeza. Todo dia passo aspi-

J.P: UMA FRASE? IVJ: Sobre a terra há de viver sempre

o mais forte. Escrevendo o romance Torto Arado, tive a consciência de que o mais forte é quem resiste a tudo.

J.P: MOMENTO QUE VOCÊ LEVA PARA A VIDA? IVJ: Todas as vezes que fui capaz de

rador de pó e pano molhado. Até aos domingos. Uma mania que herdei da minha mãe. Tínhamos pouco recursos, os móveis eram herdados, mas ela tinha muito cuidado para que a casa fosse um lugar agradável para a família.

perdoar e que fui perdoado. Isso mostra como somos capazes de superar

J.P: PERGUNTA QUE MAIS FAZEM PARA VOCÊ?

J.P: QUAL A MEMÓRIA MAIS FORTE DA SUA INFÂNCIA? IVJ: A da liberdade para brincar, para

viver na rua. Tenho uma lembrança muito bonita da leitura. Não tinha acesso a livros e um amigo que estudava em uma boa escola particular me trazia. Tudo isso me estimulou. J.P: FIGURA HISTÓRICA QUE ADMIRA? IVJ: Tenho admiração profunda por

Nelson Mandela.

80 J.P JUNHO | JULHO 2021

mexer com a terra. Se não escrevesse, talvez fosse jardineiro. J.P: UM LUGAR NO MUNDO? IVJ: Salvador. Moro em Itapuã, mas

J.P: COMO GOSTARIA DE MORRER? IVJ: Em um dia ensolarado, na mi-

nha cama, com a janela aberta… Não queira entrar na cabeça de alguém que escreve, você vai ficar doida com o que vai encontrar.

FOTO DIVULGAÇÃO

J.P: QUAL A MELHOR HORA PARA ESCREVER? IVJ: Pela manhã muito cedo. Quase


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CORREIOS AGRADECIMENTOS

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ÚLTIMA PÁGINA

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ENTRE LENÇÓIS

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HORÓSCOPO

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J.P VIAJA

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CABALA

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POR AÍ

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VIDA INTERIOR

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J.P DE OLHO

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pages 62-64

MARIKA GIDALI

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pages 60-61

FERNANDO TORQUATTO

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pages 58-59

CORPO E ALMA

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pages 54-57

RADIOGRAFIA

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QUEM QUER DINHEIRO?

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pages 50-51

AH, O AMOR

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POR INTEIRO

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O PODER DO RISO

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pages 44-47

MÊS BOM PARA

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pages 14-15

TRILHA SONORA

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pages 48-49

JOIA RARA

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pages 40-43

EDITORIAL

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page 11

J.P ENTREGA

3min
pages 12-13
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