Revista J.P | Edição 175

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FOTO DIVULGAÇÃO

RADIOGRAFIA

É no comum, naquilo que passa despercebido por muita gente, que Michel Onguer encontra poesia. Ele fotografa cenas cotidianas que, depois, vão ser ressignificadas em sua pintura. “Gosto de mostrar a brasilidade contemporânea e antiga”, diz o artista paulistano. Em Estudo Número 3 (Rio de Janeiro, 2021), une dois registros: a prateleira de um amigo com o vaso de plantas de outro. “Não me cobro para ser fiel à foto, pinto o que me chamou a atenção”, explica ele, que iniciou sua carreira no grafite, fase fundamental na sua formação antes de migrar para a pintura. “Eu sempre gostei de desenhar, mas o grafite era territorial, para ocupar espaços. Agora, eu quero olhar para as cores, analisar a cena, o significado. Tenho muita sensibilidade para detalhes, procuro beleza na rotina”, afirma Michel. Em seu próximo projeto, vai criar uma série de telas sobre prateleiras de conhecidos. “É um jeito de falar das pessoas sem mostrá-las; o acúmulo das nossas coisinhas expõe muito sobre nós.” (Por Isabella D’Ercole) MARÇO | ABRIL 2022 J.P 37


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