C U LT U R A
NOS PASSOS DE BACO Das experiências da vida anônima, o músico Diogo Moncorvo, o Baco Exu do Blues, retirou as inspirações para lançar o novo álbum, que o consagra no rap
Boa noite, minha família. Obrigado por hoje. Oito músicas no top 100 do Spotify Brasil. Uma no top 30 do Spotify global. Tocou som do disco no BBB. Tô realizado demais e sei que devo a vocês tudo isso. Obrigado, minha tropa.” O tuíte acima, escrito por Diogo Moncorvo, conhecido como Baco Exu do Blues, no fim de fevereiro, celebrava os resultados de Quantas Vezes Você Já Foi Amado?. Poucos dias depois do lançamento, o álbum alcançou o quinto lugar entre os mais ouvidos no mundo, segundo a plataforma de streaming Spotify. Aos 26 anos, o rapper baiano se consolida no gênero musical. Foi ainda na adolescência, quando ganhou o apelido de Baco por ser festeiro, que o artista começou a transformar sua criatividade e vivências em arte – o complemento ao seu nome artístico vem de uma música que ele escreveu nessa fase. A persistência levou ao primeiro EP, Oldmonkey, em 2015, e, dois anos depois, ao álbum Esú, sucesso estrondoso que o alçou à fama e rendeu prêmios. No começo da pandemia, o artista tinha mais um álbum pronto, Bacanal, mas achou que não entrava em sintonia com o momento
38 J.P MARÇO | ABRIL 2022
que vivíamos globalmente. A saída? Começou do zero, gravou faixas inéditas e produziu o EP Não Tem Bacanal na Quarentena, feito todo virtualmente. Baco é reconhecido por suas letras contundentes, sinceras e que escancaram situações de racismo e desigualdade, além de falar de saúde mental. Já Diogo é tranquilo e gosta da vida calma, de perder contato com o mundo e de se dedicar aos seus hobbies. Até agora, os dois coexistem em harmonia e constroem, juntos, um legado brilhante para a música nacional.
FOTOS RONCCA/DIVULGAÇÃO
POR BAÁRBARA MARTINEZ