Revista J.P | Edição 149

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A CAMINHO DA CURA Falar que mulheres e homens são diferentes pode parecer muito óbvio, porém não é fácil se atentar para o fato do quanto essas diferenças não são respeitadas. É isso que prega o sagrado feminino. Mas, afinal, de onde surgiu esse termo?

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ivendo há tanto tempo em sociedades patriarcais – centradas no poder masculino – , as mulheres se viram privadas de exercer funções públicas, como estudar, trabalhar ou até mesmo frequentar as ruas. Mesmo após árduas lutas feministas e elas finalmente conquistarem direitos, ainda paira no inconsciente coletivo que a mulher precisa ser forte, viril e masculina para se destacar. Agora, depois de anos negando o lado feminino, existe um movimento para reconhecer e aceitar os ciclos femininos e identificá-los com a própria natureza. As mulheres começaram a resgatar rituais antigos e sentar-se em círculo com outras mulheres, criar empatia com seus pares, abençoar o útero ou “plantar a lua” – que é devolver o sangue menstrual para a terra. Por aqui, a estilista Paula Raia, por exemplo, lançou

20 J.P FEVEREIRO 2019

no ano passado uma coleção de roupas para celebrar a força feminina e a sororidade. Já a atriz Bianca Bin mostrou aos seus seguidores do Instagram o passo a passo de como plantar a lua. De acordo com a gineterapeuta e autora do site Saberes da Lua, Marion da Rosa, houve um tempo em que as mulheres eram consideradas seres mágicos, porque elas, assim como a terra, são cíclicas e responsáveis pela criação e pela vida. “A humanidade acreditava que elas eram verdadeiras divindades, que sangravam todo mês e não morriam, gestavam e pariam a vida”, explica. Só que algo mudou com o tempo: os povos nômades passaram a ser sedentários e surgiu então a propriedade privada. Junto com a terra, o homem – mais forte fisicamente – passa a proteger seu patrimônio, o que inclui sua família. As sociedades que eram matrifocais, centradas

FOTOS GETTY IMAGES; DIVULGAÇÃO

por aline vessoni


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