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ENTRANDO NO JOGO

Nos portais 1 e 2, você vai participar de um desafio divertido, em grupo, para mostrar que sabe expressar sua opinião e respeitar pontos de vista diferentes do seu. Nas atividades seguintes, você vai conhecer um novo sentido para a expressão “ficar em cima do muro”.

PORTAL 1

1. Observe a fotografia e crie, em seu caderno, uma legenda.

2. Você conhece a expressão “ficar em cima do muro”? Fale com os colegas o que sabe sobre o sentido figurado dessa expressão.

Ativa O De Conhecimentos

O sentido figurado acontece quando uma palavra ou expressão sugere uma interpretação simbólica diferente do sentido original. O sentido figurado depende do contexto de utilização. Por exemplo, em um jogo de futebol, é comum o narrador dizer que “a bola tirou tinta da trave” quando a bola passa bem perto da trave.

3. Crie outra legenda para a fotografia considerando o sentido figurado que os textos podem adquirir em alguns contextos de uso.

4. Na atividade deste portal, você não pode “ficar em cima do muro”! Serão apresentadas questões polêmicas e você e os colegas vão ter de se posicionar a favor ou contra cada tema. O professor será o mediador. a) Para participarem do desafio de não “ficar em cima do muro”, sigam as orientações.

• Organizem-se em seis grupos. O desafio terá duas rodadas.

• Conheçam as três questões polêmicas envolvidas na primeira rodada do desafio e sorteiem uma questão polêmica para cada dois grupos. Não revelem a sua questão para os outros grupos.

Questões polêmicas – 1ª rodada

1. O uso de celular deve ser liberado nas escolas a partir do 6º ano do Ensino Fundamental?

2. Os animais devem ser utilizados para testes em laboratórios científicos?

3. Deve haver limites para a liberdade de expressão?

• Conversem por dez minutos sobre a questão sorteada por seu grupo e formulem um argumento favorável e um argumento contrário a ela.

• Os dois grupos que sortearam a questão 1 lançam um dado; aquele que tirar o número maior escolhe se quer responder sim ou não à questão polêmica.

• Depois do sorteio, o grupo que responde sim apresenta seu argumento; em seguida, o grupo que responde não apresenta o seu.

• Assim que os dois primeiros grupos apresentarem seus argumentos, os componentes dos outros quatro grupos devem escolher, escrevendo em um papel, o grupo que, em sua opinião, apresentou o argumento mais convincente.

• A pontuação é contabilizada e o professor anota na lousa o resultado: cada voto vale 1 ponto.

• Em seguida, o procedimento deve ser realizado entre os grupos que sortearam a questão 2 e, por último, os que sortearam a questão 3.

• Finalizada a primeira rodada, pode-se iniciar a segunda, repetindo-se os procedimentos. As questões da segunda rodada serão as seguintes:

Questões polêmicas – 2ª rodada

1. Cancelar alguém nas redes sociais é sinal de intolerância?

Portal 2

O objetivo principal das atividades do portal 2 é possibilitar o exercício da argumentação, a partir da participação em um desafio que envolve o debate de questões polêmicas.

Respostas

4. Para o sorteio das questões polêmicas, escreva em duas tiras de papel o número 1; em outras duas, o número 2; e em mais duas, o número 3. Assim que os grupos fizerem o sorteio da primeira rodada do desafio, dê a eles dez minutos para conversarem e formularem um argumento contrário e um argumento favorável à questão. Os dois grupos que sortearem o número 1 darão início à primeira rodada do desafio, decidindo no dado quem vai ser favorável e quem vai ser desfavorável à questão. O grupo que tirar o número maior pode escolher a posição que vai adotar.

2. A criação de pássaros silvestres em gaiolas deve ser liberada?

3. O ensino híbrido, após a pandemia, deve ser mantido?

b) Avaliem o desempenho de seu grupo e, se estiverem à vontade, compartilhem a avaliação com os demais colegas.

Jogando

1o episódio: Eu, leitor de artigo de opinião

Neste episódio, o foco está na reconstrução, pelos estudantes, das condições de produção do texto e de identificação de tese e argumentos em um artigo de opinião que aborda a polêmica envolvendo a existência ou não da fase chamada de pré-adolescência. Amplie seus conhecimentos sobre o gênero Artigo de opinião, lendo a entrevista com Ana Luiza Garcia, professora da PUC/SP. Disponível em: www.escrevendoofuturo.org. br/conteudo/biblioteca/nossas-publicacoes/ revista/entrevistas/artigo/1160/o-tema-daconversa-e-artigo-de-opiniao. Acesso em: 4 jul. 2022.

Tempo previsto: 3 aulas

Estratégia de leitura: apreender os sentidos globais do texto: EF69LP03

Efeitos de sentido: EF69LP05, EF67LP07

Construção composicional: EF69LP16.

Apreciação e réplica: EF67LP02

Distinção entre fato e opinião: EF67LP04

Estratégia de leitura: identificação de teses e argumentos / Apreciação e réplica: EF67LP05

RESPOSTAS

1. É importante que, antes de lerem o artigo, os estudantes tenham a oportunidade de expressar seu ponto de vista sobre o tema. É igualmente importante que, depois da leitura, eles possam manifestar se mudaram de opinião ou se continuam pensando da mesma forma. Esse é um exercício fundamental para que haja uma compreensão satisfatória do jogo argumentativo: eles precisam entender que mudar de opinião não é um problema.

2. O 2° parágrafo conclui o artigo. Depois da leitura, pergunte aos estudantes se o artigo os fez mudar de opinião sobre a pergunta “Pré-adolescente é criança?”.

Criança, pré-adolescente, adolescente... Como você se define hoje? O que, em sua opinião, é decisivo para definir se está em uma ou em outra fase? Daqui para a frente, você vai surfar nas ondas da infância... Ou seria nas ondas da pré-adolescência? Ou, quem sabe, seria nas ondas da adolescência?

1º EPISÓDIO: EU, LEITOR DE ARTIGO DE OPINIÃO

Neste episódio, você vai ver que, além de ter opinião, é importante saber sustentá-la. As pessoas não querem apenas saber o que você pensa sobre determinada questão, mas querem, ainda, saber por que você defende ou rejeita essa questão.

1. Você vai ler um artigo de opinião cujo título é “Pré-adolescente é criança?”.

• Antes de ler o texto, compartilhe com os colegas sua resposta à pergunta feita no título do artigo.

2. Agora, leia o artigo para descobrir a opinião da psicóloga Rosely Sayão sobre a questão.

• Ao final da leitura, você vai ter um desafio: são oferecidas três possibilidades para completar o último parágrafo do artigo. Escolha o parágrafo que, por demonstrar coerência com o que defende a autora, é o verdadeiro.

Pré-adolescente é criança?

Você já foi chamado de pré-adolescente?

Pensa que é um deles? Eu acho a coisa mais estranha essa história de chamar criança de pré-adolescente. Eu sei que algumas crianças gostam disso porque se sentem mais velhas e importantes. Quer saber de uma coisa? Ser criança é muito, muito importante.

Vamos pensar na expressão «préadolescente». «Pré» sempre quer dizer antes de alguma coisa. Por exemplo: pré-Páscoa (antes da Páscoa), pré-provas (antes das provas) etc.

Pensando nisso, pré-adolescente significa que a pessoa não é mais criança, mas também não é adolescente.

Mas ela é o quê? Nada? Dessa maneira, dá para perceber como essa expressão é esquisita – afinal, todo mundo é uma coisa agora e vai ser outra depois. Isso é natural.

Já pensou se chamarmos os adultos de pré-velhos? Eles não vão gostar nem um pouco, não é verdade? Mas eles nem pensam nisso quando chamam crianças de 11 ou 12 anos de pré-adolescentes. Pois saiba que elas são crianças. Estão no final da infância, mas ainda continuam crianças.

Vou contar uma coisa: quem usa essa expressão tem pressa de que a infância acabe logo. Não precisa ter essa pressa! Ser criança já dura bem pouco tempo, só e a turma vão desvendar as estratégias que Rosely Sayão usou em seu artigo para convencer os leitores a pensar como ela sobre a questão em debate. a) Releia o 1º parágrafo.

• Em seu caderno, copie o parágrafo com o qual você concluiria o artigo.

E quando um adulto disser que você é um pré-adolescente, aceite, pois ele já viveu mais do que você e, por isso, tem razão.

E quando um adulto disser que você é um pré-adolescente, faça cara feia e afirme: sou criança e gosto de ser assim!

12 anos. Só! Depois disso, não dá mais para voltar atrás.

Você deve conhecer adolescentes e até adultos que se comportam como crianças. […] Então, aproveite bem, mas muito bem mesmo, esse finalzinho da sua infância.

Por mais que tenha vontade, de vez em quando, de ser mais velho do que é, resista! Mais um ou dois anos e você chega lá. E, quando chegar, vai precisar saber que, aí sim, acabou a infância – e para sempre.

Por enquanto use seu tempo livre e brinque, brinque muito ou fique sem fazer nada.

E quando um adulto disser que você é um pré-adolescente, fique “em cima do muro “, demostrando não ter certeza se ele tem razão.

SAYÃO, Rosely. Pré-adolescente é criança? Folha de S.Paulo São Paulo, 11 abr. 2015. Disponível em: www1.folha.uol.com.br/colunas/ quebracabeca/2015/04/1614954-pre-adolescente-e-crianca.shtml. Acesso em: 30 mar. 2022.

Você já foi chamado de pré-adolescente? Pensa que é um deles? Eu acho a coisa mais estranha essa história de chamar criança de pré-adolescente. Eu sei que algumas crianças gostam disso porque se sentem mais velhas e importantes. Quer saber de uma coisa? Ser criança é muito, muito importante.

• Copie o período no qual a autora dá, para os leitores, uma pista do ponto de vista que vai defender ao longo do artigo.

Ativa O De Conhecimentos

Período é uma estrutura sintática, formada por uma ou mais orações. Na escrita, ele se inicia com letra maiúscula e se encerra com ponto-final, ponto de exclamação, ponto de interrogação ou reticências.

• Agora, copie o período no qual a autora antecipa o que ela imagina que pode ser usado por alguns leitores para defender o uso do termo “pré-adolescente”.

• Como a autora tenta fazer esses possíveis leitores mudarem de ideia?

b) Releia o 2º e o 3º parágrafos do artigo de opinião.

Vamos pensar na expressão “pré-adolescente”. “Pré” sempre quer dizer antes de alguma coisa. Por exemplo: pré-Páscoa (antes da Páscoa), pré-provas (antes das provas) etc.

Pensando nisso, pré-adolescente significa que a pessoa não é mais criança, mas também não é adolescente.

• Nesses dois parágrafos, a autora manifesta uma opinião? Qual é a função deles na construção dos sentidos do texto?

• Por que se pode dizer que esses dois parágrafos cumprem uma função importante na estratégia da autora para convencer os leitores de sua opinião?

c) Agora, releia o 4º parágrafo.

Mas ela é o quê? Nada? Dessa maneira, dá para perceber como essa expressão é esquisita – afinal, todo mundo é uma coisa agora e vai ser outra depois. Isso é natural.

• Qual é a função desse parágrafo na construção dos sentidos do texto? A autora manifesta uma opinião nele?

• Por que se pode dizer que esse parágrafo é coerente com o 1º?

3. O objetivo desta questão é criar condições para que os estudantes identifiquem as estratégias argumentativas usadas pela articulista. Além disso, os estudantes são convidados a avaliar a eficácia dessas estratégias: elas funcionaram com eles? Mais adiante, há atividades cujo objetivo central é promover a interdisciplinaridade entre o artigo de opinião, uma tirinha e um painel de fotografias, a fim de aguçar a competência crítica dos estudantes.

a) • “Eu acho a coisa mais estranha essa história de chamar criança de pré-adolescente.”

• “Eu sei que algumas gostam disso porque se sentem mais velhas e importantes.” b) • Não há manifestação de opinião nesse trecho do artigo. A função desses parágrafos é apresentar o sentido da expressão “pré-adolescente”. c) • A função do parágrafo é apresentar a opinião da autora de que não faz sentido usar a expressão “pré-adolescente”: “Dessa maneira, dá para perceber como essa expressão é esquisita”. e) f) • Resposta pessoal. Perguntas que demandam respostas pessoais costumam ser eficazes na tentativa de tornar o texto lido mais significativo para os estudantes; por isso, elas se repetem com frequência ao longo da coleção. d) Releia o 5º e o 6º parágrafos. e) Releia, agora, os quatro últimos parágrafos do artigo. f) Releia, mais uma vez, o penúltimo parágrafo do texto.

• Ela faz isso dizendo que “ser criança é muito, muito importante”.

• Porque a autora vai usar a definição da expressão “pré-adolescente” como ponto de partida para desqualificar a ideia de que faz sentido chamar pessoas de 11 e 12 de “pré-adolescentes”.

• Porque, no 1º parágrafo, a autora anunciou seu ponto de vista sobre o uso da expressão “pré-adolescente”: “Eu acho a coisa mais estranha essa história de chamar criança de pré-adolescente”. E esse ponto de vista é confirmado e reforçado no 4º parágrafo.

• Na primeira, a autora questiona o leitor sobre o que os adultos pensariam se fossem chamados de pré-velhos e responde que eles não gostariam de ser chamados assim. Na segunda, ela diz que quem usa a expressão pré-adolescente tem pressa de que a infância acabe logo.

• Resposta pessoal. É importante que os estudantes tenham a oportunidade de manifestar sua avaliação do potencial de convencimento dos argumentos usados pela articulista.

• Por apelação.

• Resposta pessoal. É fundamental que os estudantes tenham a oportunidade de expressar seu grau de adesão à proposta argumentativa da articulista. O tom de apelo adotado pela autora sugere o uso de uma última cartada para convencer o leitor de seu ponto de vista.

• A polêmica refere-se à existência de brincadeiras que seriam apenas “de menino” e brincadeiras que seriam apenas “de menina”. Essa questão é abordada na tirinha quando um amigo ri de Armandinho, provocando-o, ao vê-lo empurrando um carrinho de boneca – brincadeira supostamente “de menina”. Armadinho, entretanto, não entra na provocação e responde que está “brincando de pai”. A tirinha também toca em outra questão polêmica: a responsabilidade de cuidar dos filhos é só das mães?

Já pensou se chamarmos os adultos de pré-velhos? Eles não vão gostar nem um pouco, não é verdade? Mas eles nem pensam nisso quando chamam crianças de 11 ou 12 anos de pré-adolescentes. Pois saiba que elas são crianças. Estão no final da infância, mas ainda continuam crianças.

Vou contar uma coisa: quem usa essa expressão tem pressa de que a infância acabe logo. Não precisa ter essa pressa! Ser criança já dura bem pouco tempo, só 12 anos. Só! Depois disso, não dá mais para voltar atrás.

• Identifique, nesse trecho do artigo, duas declarações usadas pela autora para defender seu ponto de vista para os leitores.

• Como você avalia essas declarações: elas têm alto, médio ou baixo poder de convencimento? Compartilhe sua avaliação com os colegas e o professor.

Você deve conhecer adolescentes e até adultos que se comportam como crianças. Fica um pouco ridículo, não fica? Então, aproveite bem, mas muito bem mesmo, esse finalzinho da sua infância. Por mais que tenha vontade, de vez em quando, de ser mais velho do que é, resista! Mais um ou dois anos e você chega lá. E, quando chegar, vai precisar saber que, aí sim, acabou a infância – e para sempre. Por enquanto use seu tempo livre e brinque, brinque muito ou fique sem fazer nada.

E quando um adulto disser que você é um pré-adolescente, faça cara feia e afirme: sou criança e gosto de ser assim!

• Nesses quatro parágrafos, a autora do artigo faz uso de um discurso que se caracteriza principalmente por apelação, informação, explicação, opinião ou reclamação?

• Compartilhe com os colegas e o professor como você reagiu ao discurso adotado pela autora nessa parte final do artigo: ajudou você a se posicionar diante do uso da expressão “pré-adolescência”?

Por enquanto use seu tempo livre e brinque, brinque muito ou fique sem fazer nada.

• Você gosta de brincar? Qual é a sua brincadeira preferida?

18 g) Observe o painel de fotografias. g) Uma relação possível é que, embora a autora do artigo recomende, no último parágrafo, que as crianças brinquem, brinquem muito ou não façam nada, muitas são obrigadas a trabalhar. Apenas uma parte das crianças tem respeitado seu direito de brincar.

• Como você relacionaria as fotografias desse painel com o último parágrafo do artigo de Rosely Sayão?

• Uma relação possível com o último parágrafo do texto é que, de fato, a criança tem vocação para brincar: o menino do cartum, submetido ao trabalho, transforma, pela imaginação, o instrumento de trabalho – a enxada – em um cavalo de pau, com o qual se diverte. Uma relação possível com o painel de fotografias é que, na realidade, a vida é dura para muitas crianças, pois a imaginação não é suficiente para reverter o triste quadro do trabalho infantil.

2o episódio: Nosso centro de análise de usos da língua

O foco deste episódio é o reconhecimento, pelos estudantes, das estratégias linguísticas utilizadas pela autora do artigo trabalhado para conseguir persuadir os leitores a defenderem a ideia de que pré-adolescente é criança. Além disso, eles serão convidados a refletir sobre a importância de usar essas estratégias quando forem produzir os próprios textos de opinião.

Tempo previsto: 2 aulas

Estilo: EF69LP17

Efeitos de sentido: EF67LP06, EF67LP07

Semântica / Coesão: EF07LP12.

Coesão: EF07LP13

Modalização: EF07LP14

RESPOSTAS b) As perguntas não são questões destinadas a obter uma informação que a

1. a) Embora pudesse expor seu ponto de vista fazendo uma afirmação, a autora escolheu fazê-lo em forma de pergunta para que, assim, o texto se tornasse mais convidativo para os leitores que pensam diferente dela. Aliás, esses leitores são exatamente quem a autora quer atingir, a fim de fazê-los mudar de opinião sobre a existência da pré-adolescência. Apresentando seu ponto de vista em forma de pergunta, ela cria, para o leitor, a ideia de que, ao longo do texto, ainda vai formar uma opinião sobre se pré-adolescente é ou não é criança. Além disso, ela começa a instaurar uma dúvida nos leitores que acreditam na existência da pré-adolescência.

• Resposta pessoal. A expectativa é de que os estudantes escolham a forma interrogativa, demonstrando que reconhecem o uso da interrogação em artigos de opinião como uma estratégia argumentativa.

Cartum é um gênero do campo de atuação Jornalístico-midiático, no qual se emite uma opinião ou se faz uma análise que critica, satiriza ou expõe situações por meio do desenho e do humor.

• Como você relacionaria o cartum a seguir com o último parágrafo do texto e com o painel de fotografias?

2º EPISÓDIO: NOSSO CENTRO DE ANÁLISE DE USOS DA LÍNGUA

Neste episódio, você vai mergulhar nas estratégias linguísticas utilizadas pela autora do artigo de opinião para conseguir o engajamento dos leitores ao ponto de vista que ela defende. Além disso, vai refletir sobre a possibilidade de utilizar essas estratégias quando for escrever os próprios textos de opinião.

1. No 1º episódio, você descobriu que, em seu artigo, Rosely Sayão defende o ponto de vista de que pré-adolescente é criança.

a) Por que o ponto de vista defendido por ela aparece, no título do artigo, em forma de pergunta – Pré-adolescente é criança? –, e não como afirmação?

• Qual das formas você considera com mais potencial para conseguir o engajamento do leitor: a interrogativa ou a afirmativa? Explique aos colegas e ao professor o que você pensa.

b) Ao longo do artigo, a autora apresenta outras perguntas.

• Ela faz essas perguntas porque realmente ainda não tinha respostas para elas ou por outra razão?

• Ao escrever um artigo de opinião, você já usou essa estratégia de fazer perguntas ao longo do texto?

autora não conhece. Ela já tinha as respostas e faz as perguntas para ter a oportunidade de apresentar suas respostas aos leitores e fazê-los refletir sobre as questões.

• Resposta pessoal. É importante que os estudantes vislumbrem a possibilidade de utilizar em seus artigos de opinião a pergunta ou interrogação retórica como estratégia argumentativa, assim como foi feito pela articulista Rosely Sayão.

Releia o 6º parágrafo do artigo de Rosely Sayão.

Vou contar uma coisa: quem usa essa expressão tem pressa de que a infância acabe logo. Não precisa ter essa pressa! Ser criança já dura bem pouco tempo, só 12 anos. Só! Depois disso, não dá mais para voltar atrás.

a) Identifique os recursos linguísticos que a autora usa para destacar o quanto, segundo ela, a infância passa rapidamente.

• Explique por que esses recursos ajudam a autora a destacar seu ponto de vista sobre a duração da infância.

b) Ao escrever, você já usou, em seus textos, esses recursos com essa mesma intenção?

3. Releia o 7º parágrafo do artigo de opinião.

Você deve conhecer adolescentes e até adultos que se comportam como crianças. Fica um pouco ridículo, não fica? Então, aproveite bem, mas muito bem mesmo, esse finalzinho da sua infância.

a) Compare a forma original do artigo com esta:

“Você, com certeza, conhece adolescentes e até adultos que se comportam como crianças.” b) Ao escrever textos em que emite sua opinião, você costuma usar expressões como “deve”, “é provável”, “possivelmente” ou prefere usar expressões como “com certeza”, “certamente”, “sem dúvida alguma”?

• Qual das duas formas você teria escolhido caso fosse o autor do artigo de opinião? Justifique sua escolha.

4. Releia trechos dos quatro últimos parágrafos do artigo de Rosely Sayão.

[...] Então, aproveite bem, mas muito bem mesmo, esse finalzinho da sua infância.

Por mais que tenha vontade, de vez em quando, de ser mais velho do que é, resista! [...] a) Em que modo estão flexionados os verbos destacados: indicativo, subjuntivo ou imperativo? b) Embora a flexão dos verbos esteja ligada à ideia de “comando”, nem sempre usamos verbos flexionados nesse modo para dar ordens. b) A expectativa é de que os estudantes respondam que concordam, pois, nos trechos em destaque, os verbos flexionados no modo imperativo não sinalizam uma ordem, mas um apelo que a autora faz aos leitores. É importante que os estudantes também aprendam a considerar a relação entre os interlocutores como um fator que interfere no tipo de ação sinalizada pelo verbo no imperativo: se ordem, apelo, conselho, pedido etc. Não existe uma relação hierárquica entre a autora e os leitores a ponto de ela poder se dirigir a eles dando uma ordem. b) Resposta pessoal. Mais uma vez, é importante que os estudantes vislumbrem a possibilidade de utilizar em seus artigos de opinião recursos e estratégias já consagrados por escritores profissionais. Também é importante que o uso se dê não pela mera imitação do estilo desses escritores, mas pela escolha deliberada por parte do estudante a partir da compreensão do efeito que determinado recurso linguístico pode provocar no processamento do texto pelo leitor. b) Resposta pessoal. Assim como no caso da pergunta retórica, é importante que os estudantes vislumbrem a possibilidade de utilizar, nos próprios artigos de opinião, modalizadores como estratégia argumentativa, a fim de evitar um comprometimento excessivo do autor com o que é dito.

[...] use seu tempo livre e brinque, brinque muito ou fique sem fazer nada.

[...] faça cara feia e afirme: sou criança e gosto de ser assim!

• Você concorda com essa afirmação ou discorda dela? Use os trechos destacados do artigo de opinião para justificar seu ponto de vista.

Para identificar os recursos linguísticos, compare o parágrafo original com esta reescrita: Vou contar uma coisa: quem usa essa expressão tem pressa de que a infância acabe logo, mas não precisa ter essa pressa, já que ser criança já dura bem pouco tempo, só 12 anos, e, depois disso, não dá mais para voltar atrás.

2. a) A autora utiliza frases curtas e pontos de exclamação.

A expectativa é de que, com o apoio da Chave mestra, o estudante consiga identificar a importância das frases curtas e dos pontos de exclamação na construção de sentidos desse parágrafo. O desafio aqui exige identificar mudanças de sentido decorrentes das variações nos padrões gramaticais da língua. No trecho destacado, as frases curtas aumentam o número de pausas, proporcionando ao leitor um efeito de ênfase, e dando-lhe tempo para incorporar a ideia de que a infância é curta.

• As frases curtas criam mais pausas e isolam o que é dito, dando mais tempo ao leitor para incorporar a ideia do quanto a infância passa rapidamente. Isso pode ser observado, principalmente, na frase “Só!”, que intensifica a ideia de que ser criança dura pouco tempo. Além disso, o uso do ponto de exclamação dá ainda mais ênfase à pouca duração da infância.

3. a) A expectativa é de que os estudantes escolham a construção original do artigo, pois a autora tem o cuidado de usar o “deve conhecer”: com o uso do “deve”, ela evita uma generalização – que estaria presente caso tivesse usado o “com certeza” – e se “protege” daqueles que eventualmente nunca conheceram adolescentes e adultos que se comportam como crianças. Além disso, esse uso implica o leitor, que acaba se sentindo coagido a responder que conhece adolescentes e adultos que se comportam como crianças.

4. a) No modo imperativo.

5. a) 3º : pré-adolescente

4º : ela; essa expressão

5º : pré-adolescentes

6º : essa expressão b) Porque essa reflexão é central para sua estratégia argumentativa: desconstruir o sentido da expressão “pré-adolescente”. c) O objetivo desta atividade é fazer os estudantes perceberem a repetição exaustiva do termo “expressão ‘pré-adolescente’” e se conscientizarem do trabalho de coesão referencial executado pela autora do artigo. a) Nesse parágrafo, a autora convida os leitores a pensarem, com ela, na expressão “pré-adolescente”. A reflexão sobre os sentidos da expressão se estende até o 6º parágrafo.

• Resposta pessoal. A expectativa é de que os estudantes rejeitem a reescrita em função da repetição desnecessária de “a expressão ‘pré-adolescente’”, já que a tendência é de que essa repetição produza certo cansaço no leitor.

• Resposta pessoal. É possível que apareçam os pronomes pessoais, com destaque para “ela” e “ele”, e os substantivos, que funcionam como sinônimos do termo referido. É importante salientar para os estudantes que a repetição não caracteriza sempre um problema textual. Por vezes, ela é usada deliberadamente pelo autor como uma estratégia para produzir um efeito de sentido. A repetição como estratégia foi estudada na missão 3 do 6º ano.

Releia o 2º parágrafo do artigo.

Vamos pensar na expressão “pré-adolescente”. “Pré” sempre quer dizer antes de alguma coisa. Por exemplo: pré-Páscoa (antes da Páscoa), pré-provas (antes das provas) etc.

• Copie o quadro a seguir em seu caderno e preencha-o, identificando os termos que foram utilizados pela autora para se referir à expressão “pré-adolescente” ao longo do artigo.

Parágrafos Termos que se referem à expressão “pré-adolescente”

3º parágrafo

4º parágrafo

5º parágrafo

6º parágrafo b) Por que a autora investe cinco parágrafos do artigo propondo uma reflexão sobre a expressão “pré-adolescente”? c) Leia, agora, uma proposta de reescrita da parte do artigo em que se reflete sobre a expressão pré-adolescente.

Vamos pensar na expressão “pré-adolescente”. “Pré” sempre quer dizer antes de alguma coisa. Por exemplo: pré-Páscoa (antes da Páscoa), pré-provas (antes das provas) etc.

Pensando nisso, a expressão “pré-adolescente” significa que a pessoa não é mais criança, mas também não é adolescente.

Mas a expressão “pré-adolescente” é o quê? Nada? Dessa maneira, dá para perceber como a expressão “pré-adolescente” é esquisita – afinal, todo mundo é uma coisa agora e vai ser outra depois. Isso é natural.

Já pensou se chamarmos os adultos de pré-velhos? Eles não vão gostar nem um pouco, não é verdade? Mas eles nem pensam nisso quando chamam crianças de 11 ou 12 anos pela expressão “pré-adolescente”. Pois saiba que elas são crianças. Estão no final da infância, mas ainda continuam crianças.

Vou contar uma coisa: quem usa a expressão “pré-adolescente” tem pressa de que a infância acabe logo. Não precisa ter essa pressa! Ser criança já dura bem pouco tempo, só 12 anos. Só! Depois disso, não dá mais para voltar atrás.

• Qual efeito a leitura desse trecho produziu em você?

• Ao escrever seus textos, você costuma refletir sobre os recursos que a língua oferece para que repetições desnecessárias sejam evitadas? Quais palavras você costuma usar com mais frequência para evitar que isso ocorra?

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