![](https://assets.isu.pub/document-structure/230426201402-1fce168624993dfc586c4ba51fb20ed9/v1/0f559711a369e5fa5c0749804164654b.jpeg?width=720&quality=85%2C50)
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HISTÓRIAS DOS POVOS ORIGINÁRIOS
Roteiro
Neste projeto literário, você vai:
ler a obra Vozes ancestrais: dez contos indígenas, do escritor Daniel Munduruku; discutir a importância de conhecer histórias e costumes dos povos originários do Brasil; trabalhar com os conceitos de presente anterior e presente atual; organizar uma roda de contação de histórias na escola. Como diz Yaguarê Yamã, escritor maraguá, para conhecer as histórias dos povos originários, é preciso se despir e renascer para entender o encantamento e a importância das coisas essenciais. É esse o convite para você! Vá de espírito aberto e se prepare para se vestir de novas ideias!
Motiva O Conversas De Leitor E Escritor
Leia a carta de uma leitora e a entrevista com um escritor.
1. Leia a carta da leitora Agenilda Teixeira de Queiroz sobre sua experiência com um dos livros do escritor Daniel Munduruku. Depois converse com os colegas.
São Paulo, 4 de maio de 1999.
Daniel Munduruku,
É um prazer muito grande escrever para falar o quanto gostei de ler o livro “Histórias de Índio”. Gostei muito do seu depoimento, da sua coragem e da sua vitória. O seu trabalho é muito bonito. Assim eu fiquei conhecendo um pouco da vida do índio. O seu depoimento me deu mais força e coragem para vencer os obstáculos da vida. Sou de família simples de 9 irmãos, mais duas adotivas e meus pais. Nós nunca tivemos uma boa oportunidade para estudar pois morávamos no sítio onde acordávamos com o canto dos wasuyu. No livro mostra uma casa muito parecida com as da região Nordeste. Andava descalça e tomava banho de idibi. Com todas as dificuldades eu era feliz.
Passou um tempo e minha família veio morar na vila mais próxima da cidade de Belo Jardim, Pernambuco; foi quando meus irmãos vieram para São Paulo trabalhar para ajudar meus pais.
Aos 13 anos cheguei em São Paulo. Como não tinha estudo e profissão, comecei a trabalhar em casa de família e é o que faço até hoje.
Não me arrependo: aprendi muito, tive grandes decepções, alegrias, saudades e feliz estou. A vida nos leva a aprender e a conhecer. Talvez se não tivesse saído da minha cidade não estaria escrevendo para um índio. O Colégio Rainha da Paz, no dia 23 de abril nos deu a oportunidade de apresentar um pequeno teatro. A nossa classe representou um quadro falando dos índios, escravos e imigrantes. Sem os índios, os escravos e os imigrantes não teríamos história.
Para mim foi muito gratificante. Nunca tinha participado de algo assim. Adoro bekitkit, velho e amo a natureza.
Sabe o que eu gostaria mesmo? É de ver todas as crianças na escola, o fim da discriminação racial e que os direitos humanos não fossem só no papel: mas para a sociedade em geral.
Um abraço
Agenilda Teixeira de Queiroz
QUEIROZ, Agenilda Teixeira de. [Correspondência]. Destinatário: Daniel Munduruku. São Paulo, 4 maio. 1999. 1 carta pessoal. In: GRAÚNA, Graça. Contrapontos da literatura indígena contemporânea no Brasil. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2013. p. 129-130.
Motiva O
Conversas de leitor e escritor
As atividades desta seção visam motivar os estudantes a ler, inicialmente, o conto “Os dois teimosos” do livro Vozes ancestrais, por meio de atividades lúdicas que os levem a entrar no universo temático da obra que lerão.
Tempo previsto: 1 ou 2 aulas
Estratégia de leitura: apreender os sentidos globais do texto: EF69LP03
Estratégia de leitura: identificação de teses e argumentos: EF67LP05
Respostas
Bekitkit: crianças. Idibi: rios. Wasuyu: pássaros.
1. Na Introdução, os estudantes conhecerão um pouco do escritor Daniel Munduruku. Para saber mais a respeito da literatura indígena contemporânea, leia o livro Contrapontos da literatura indígena contemporânea no Brasil, de Graça Graúna, da Mazza Edições, lançado em 2013. Nele, a escritora potiguara aborda questões teóricas sobre a literatura indígena, apresenta a história do movimento indígena no Brasil e analisa textos de alguns escritores indígenas brasileiros, como Eliane Potiguara, Daniel Munduruku, Yaguarê Yamã, Olívio Jekupé e Renê Kithãulu.
a) A leitora achou o texto de Munduruku muito bonito, assim como seu exemplo de coragem e superação, e conheceu um pouco da vida do povo indígena Munduruku. O depoimento do autor deu a ela mais força e coragem para vencer os obstáculos da vida. Ela também se identificou com a casa e alguns hábitos dos indígenas comentados no livro, como andar descalço e tomar banho no rio.
b) As palavras possivelmente fazem parte da língua do povo Munduruku e Agenilda as conheceu no livro Histórias de índio c) Resposta pessoal. d) Agenilda destaca a importância dos indígenas, escravizados e imigrantes na construção da ideia de nação brasileira. a) O objetivo de Agenilda ao escrever a carta para Daniel Munduruku foi falar o quanto gostou do livro Histórias de índio, escrito por ele. O que a leitora diz ter gostado no livro? b) Observe as palavras do boxe Atalho. A que língua você acha que elas pertencem e onde a leitora as conheceu? c) Por que Agenilda diz gostar de criança, velho e natureza? O que eles teriam a ver com a cultura munduruku? d) Explique o trecho “Sem os índios, os escravos e os imigrantes não teríamos história.”
Espera-se que os estudantes percebam que a criança, o velho e a natureza têm lugar importante nas culturas indígenas.
2. Para a leitura do texto em sala, convide dois estudantes: um para ler as perguntas da BBC News Brasil e outro para ler as respostas de Munduruku. Caso queira deixar mais dinâmica a atividade, varie o entrevistador, como se fosse uma entrevista coletiva.
2. Na carta, Agenilda utiliza o termo “índio”, assim como ele aparece no título do livro de Daniel Munduruku, publicado em 1996. Veja o que fala o próprio escritor sobre a utilização desse termo em uma entrevista concedida à rede de televisão BBC News Brasil, em 2019.
[...] a) O livro que você e a turma vão ler é intitulado Vozes ancestrais: dez contos indígenas. Por que Daniel Munduruku utiliza o termo “indígena”, e não “índio”, como no seu livro anterior? b) Você já sabia da distinção entre os termos “índio” e “indígena”? c) Qual mudança há entre comemorar “O dia do índio” e “O dia da diversidade indígena” segundo Munduruku? d) Quais histórias indígenas você já leu ou escutou? Quais escritores indígenas conhece ou já ouviu falar? e) Como Daniel Munduruku explicou, há diferentes povos indígenas. Você sabe dizer quantos são os povos indígenas que vivem no território brasileiro atualmente? Sabe citar seus nomes? a) Porque o termo “índio” é genérico e se tornou pejorativo; portanto, perdeu seu sentido. Além disso, a palavra “indígena” remete à ideia de originário, que significa “aquele que está ali antes dos outros”. b) Resposta pessoal. c) Esse dia deixa de ser comemorativo para ser um dia reflexivo, de mais aprendizagem sobre os povos indígenas. d) Respostas pessoais. e) Respostas pessoais.
BBC News Brasil – Qual o problema da palavra "índio"?
Daniel Munduruku – Do meu ponto de vista, a palavra índio perdeu o seu sentido. É uma palavra que só desqualifica, remonta a preconceitos. É uma palavra genérica. Esse generalismo esconde toda a diversidade, riqueza, humanidade dos povos indígenas.
Quando a gente usa a palavra índio, estamos nos reportando a duas ideias.
Uma é a ideia romântica, folclórica. É isso que se comemora no dia 19 de abril. Aquela figura do desenho animado, com duas pinturas no rosto e uma pena na cabeça, que mora em uma oca em forma de triângulo. Há a percepção de que essa é uma figura que precisamos preservar, um ser do passado. Mas os indígenas não são seres do passado, são do presente.
A segunda ideia é ideologizada. A palavra índio está quase sempre ligada a preguiça, selvageria, atraso tecnológico, a uma visão de que o índio tem muita terra e não sabe o que fazer com ela. A ideia de que o índio acabou virando um empecilho para o desenvolvimento brasileiro.
BBC News Brasil – Então, deveríamos abandonar a palavra "índio" e usar "indígena"?
Munduruku – Uma palavra muda tudo? Sim, uma palavra muda muito. Nos meus vídeos e palestras, eu tenho sempre feito uma separação fundamental entre "índio" e "indígena". As pessoas ainda pensam que índio e indígena é a mesma coisa. Não é. O próprio dicionário diz isso.
A palavra indígena diz muito mais a nosso respeito do que a palavra índio. A palavra índio gera uma imagem distorcida. Já indígena quer dizer originário, aquele que está ali antes dos outros.
Ah, então eu nasci em São Paulo, eu sou indígena? Não, você é nativo. Para ser originário precisa ter um pertencimento a um povo ancestral. O antônimo (contrário) de indígena é alienígena, aquele que vem de fora. Então, eu uso indígena para reforçar o fato de que somos originários.
Além disso, eu não sou um indígena qualquer. Eu tenho um lugar de pertencimento: Munduruku. É importante reforçar a identidade dos povos.
BBC News Brasil – No Brasil, ainda é muito raro tratarmos os povos pelo nome. Por quê?
Munduruku – É muito mais fácil usar uma palavra genérica do que efetivamente dar aos povos indígenas o peso da sua identidade. Identificar os diferentes povos indígenas significa garantir a eles direitos e políticas específicas, não políticas genéricas.
BBC News Brasil – Você já disse que o Dia do Índio, comemorado hoje, 19 de abril, é "uma farsa".
Munduruku – Quando a gente comemora o Dia do Índio, estamos comemorando uma ficção, uma ideia folclórica e preconceituosa.
Por isso, quase sempre as comemorações desta data feitas nas escolas reproduzem o estereótipo. Mas, se nós continuamos tratando isso como ficção, vamos continuar deseducando nossas crianças.
Talvez a data devesse ser chamada de Dia da Diversidade Indígena. As pessoas acham que é só uma questão de ser politicamente correto. Mas, para quem lida com palavra, sabe a força que a palavra tem. Tanto que apelido tem uma força destruidora - e "índio" é, de certa forma, um apelido.
Um Dia da Diversidade Indígena teria um impacto semelhante ao Dia da Consciência Negra, que gerou uma mudança absolutamente significativa.
BBC News Brasil – Então, como deveria ser lembrado o dia 19 de abril?
Munduruku – A sugestão que eu sempre faço para escolas é que a gente possa deixar de usar o 19 de abril como uma data comemorativa. É uma data para a gente refletir. Deve gerar nas pessoas um desejo de conhecer, de entrar em contato com essa diversidade dos povos indígenas.
BBC News Brasil – Qual o papel da literatura na mudança da visão do indígena pela sociedade?
Munduruku – A literatura é um instrumento superinteressante de construção de lugares de fala. Tem esse componente muito positivo de alimentar nas pessoas outros olhares, outras facetas da existência.
A literatura que eu faço é comprometida, minha forma de ser militante no movimento indígena. Eu tento usar a literatura para poder falar das nossas culturas. A literatura é fundamental para a gente ir desconstruindo esses estereótipos sobre os povos indígenas e ir construindo uma percepção diferente.
ROSI, Amanda. Dia do Índio é data ‘folclórica e preconceituosa’, diz escritor indígena Daniel Munduruku. Combate Racismo Ambiental [S. l.], 19 abr. 2019. Disponível em: https://racismoambiental.net.br/2019/04/19/dia-do-indio-e-data-folclorica-e-preconceituosa-dizescritor-indigena-daniel-munduruku. Acesso em: 16 fev. 2022.
A pergunta busca mostrar que o uso do termo “índio”, muitas vezes, deve-se à falta de informação, e não necessariamente a uma posição política e ideológica. Ao se informarem, espera-se que os estudantes passem a utilizar o termo “indígena”, que mostra respeito e mais conhecimento sobre os povos originários. Aproveite a ocasião para falar sobre o termo “escravo”. Hoje, utiliza-se a palavra “escravizado” para destacar que o ser humano é escravizado sob determinadas circunstâncias, de violência física ou simbólica. O termo “escravo” denota ideia de um sujeito inerte, convencido de sua inferioridade diante do opressor, o que mostra que não há e nem houve escravos, mas escravizados. Essa discussão também aparece na missão 3 deste volume.
A proposta deste projeto é que os estudantes leiam uma obra de Daniel Munduruku em que ele apresenta histórias e informações sobre dez povos indígenas que vivem no território brasileiro. Além disso, na introdução, o escritor afirma que há 307 povos indígenas no Brasil. Dessa forma, os estudantes poderão levantar hipóteses e depois checá-las. Incentive os estudantes a dizer que informações eles têm sobre os povos que forem citando, como em que região moram, que características se destacam, quais conflitos enfrentam etc. Se eles já tiveram feito as atividades da missão 6 deste volume, em que são apresentadas informações sobre os povos indígenas e trabalhado o rap “Xondaro Ka’aguy Reguá” (Guerreiro da Floresta), de Owerá e Bruno Silva, terão a oportunidade de avaliar o que foi apropriado sobre o assunto.
Introdu O
O escritor e organizador de histórias
As atividades desta seção visam introduzir a obra que será lida, ou seja, as condições de produção, com foco na autoria e nos paratextos da obra.
Tempo previsto: 1 aula
Reconstrução das condições de produção, circulação e recepção: EF69LP44
Adesão às práticas de leitura: EF69LP49 b) Resposta pessoal. c) Resposta pessoal.
Curadoria de informação: EF67LP20.
1. a) Resposta pessoal.
Aproveite para discutir com os estudantes a credibilidade dos sites em relação às informações recolhidas. Você pode sugerir alguns, como o disponível em: https://enciclopedia. itaucultural.org.br/pessoa641354/ daniel-munduruku (acesso em: 13 abr. 2022), e pedir a eles que sugiram outros. A ideia é comparar e ampliar as informações sobre o escritor.
Introdu O O Escritor E Organizador De Hist Rias
Olá! Sou Daniel Munduruku! Você já sabe que sou escritor indígena, do povo Munduruku, e escrevi o livro Vozes ancestrais: dez contos indígenas, que será lido pela sua turma. Que tal conhecer um pouco sobre minha história de vida e sobre os livros que publiquei?
1. Leia a biografia do escritor e depois faça as atividades.
Eu sou Daniel Munduruku. Pertenço ao povo Munduruku, do estado do Pará. Vim para São Paulo, onde me formei e iniciei minha vida literária. Sou professor de formação, fiz mestrado e doutorado em Educação na Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutorado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Comecei a escrever há 20 anos, depois que passei a contar histórias para crianças e jovens. Hoje tenho mais de 50 livros publicados por diferentes editoras. Meus livros são bastante lidos e estão presentes nas principais bibliotecas brasileiras, e alguns também estão em bibliotecas estrangeiras. Já ganhei alguns prêmios literários, como o Jabuti, o da Academia Brasileira de Letras e o da Unesco. Recebi com alegria o título de Comendador da Ordem do Mérito Cultural da Presidência da República por duas vezes. Resido na cidade de Lorena, interior de São Paulo. Sou casado há muitos anos com Tania Mara, com quem tenho três lindos filhos.
![](https://assets.isu.pub/document-structure/230426201402-1fce168624993dfc586c4ba51fb20ed9/v1/b6c0709b0080bd058692d73f83f75f06.jpeg?width=720&quality=85%2C50)
a) O que você gostou de saber sobre o escritor?
b) Seguindo as orientações do professor, pesquise na internet informações adicionais sobre Daniel Munduruku, anote-as e compartilhe com os colegas.
c) No caderno, escreva uma legenda para a fotografia a seguir a partir de uma informação que queira destacar. Imagine que ela acompanhará a biografia de Daniel Munduruku que você leu anteriormente.
d) Observe algumas capas de livros do escritor Daniel Munduruku e responda:
![](https://assets.isu.pub/document-structure/230426201402-1fce168624993dfc586c4ba51fb20ed9/v1/c4d77d62b22d4aa657fafe20ae06566d.jpeg?width=720&quality=85%2C50)
• Qual é a mais antiga e a mais recente? Para isso, faça uma pesquisa no site das editoras publicaram os livros ou em sites de livrarias na internet e identifique a data de publicação. d) • Histórias de índio é o livro mais antigo e Como surgiu: mitos indígenas brasileiros é o mais recente.
• Qual destas capas chamou mais a sua atenção? Por quê? Converse com os colegas.
![](https://assets.isu.pub/document-structure/230426201402-1fce168624993dfc586c4ba51fb20ed9/v1/41c557c4b23b8aed6ce3f222e69dfec0.jpeg?width=720&quality=85%2C50)
Veja a data de publicação dos livros na ordem do mais antigo para o mais recente:
• Histórias de índio, Companhia das letrinhas, 1996.
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• As serpentes que roubaram a noite e outros mitos, Peirópolis, 2001.
• Crônicas de São Paulo: um olhar indígena, Callis, 2004.
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• Meu vô Apolinário: um mergulho no rio da (minha) memória, Studio Nobel, 2005.
• Um dia na aldeia: uma história munduruku, Melhoramentos, 2013.
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• Como surgiu: mitos indígenas brasileiros, Callis, 2020.
Não deixe de pedir aos estudantes que pesquisem os livros do escritor na biblioteca da escola. É provável que haja alguns, já que o escritor tem diversas publicações para o público infantojuvenil e algumas de suas obras literárias foram aprovadas em edições do Programa Nacional do Livro e do Material Didático. Além disso, aproveite para ler as resenhas dos livros para os estudantes e incentive-os a conhecer outros.
• Resposta pessoal.
Os estudantes devem comentar as imagens, as cores, a diagramação das capas e se eles se guiam por elas para escolher o que vão ler. É importante que eles percebam que criamos hipóteses sobre o conteúdo do livro a partir da capa e que ela acaba preparando o leitor para o que vai encontrar nele.
2. Explique aos estudantes que o prêmio Jabuti, criado em 1959, é o mais tradicional prêmio literário do Brasil, concedido pela Câmara Brasileira do Livro (CBL). Os escritores que se destacaram no ano em dada categoria – como adaptação, projeto gráfico, tradução, romance, contos, crônicas, poesia, infantil, juvenil, reportagem, biografia – são premiados, inclusive, com recursos financeiros. Também é importante discutir com os estudantes que os livros têm valor independentemente de prêmios, no entanto eles são exemplos de reconhecimento do trabalho desses escritores.
• O “Convite à leitura” funciona como uma introdução ao livro; é uma conversa com o leitor que está prestes a iniciar a leitura. O escritor pode esclarecer algum procedimento usado na escrita, sua motivação ou qualquer outra curiosidade ou elemento que julgue importante esclarecer sobre a obra. No “Glossário”, há palavras que podem ser desconhecidas do leitor. Em “Povos indígenas: suas narrativas tradicionais” e “Informações paratextuais”, espera-se encontrar mais informações sobre os povos indígenas cujas histórias aparecem na obra. Em “Agradecimentos”, o escritor agradece àqueles que contribuíram para a escrita e/ou a publicação do livro. “Sobre o autor” contém a biografia do escritor. Por fim, no “Créditos das imagens”, o leitor tem informações sobre quem tirou as fotografias e quem aparece nelas.
• Resposta pessoal. Não há uma ordem preestabelecida para a leitura dos paratextos. O importante é conversar com os estudantes sobre a função deles, que é motivar a leitura e/ou ampliar os conhecimentos da obra. Do modo que estão estruturados, o “Convite à leitura” pode ser lido antes da leitura dos textos e o restante, depois, com exceção do glossário, que deve ser consultado à medida que o texto é lido. No entanto, nada impede que os paratextos sejam lidos todos antes, durante ou depois da leitura do texto.
3. Se os estudantes estiverem com o livro em mãos, incentive-os a olhar os outros paratextos.
2. Agora você vai conhecer alguns elementos do livro Vozes ancestrais: dez contos indígenas. Publicado em 2016, foi vencedor do Prêmio Jabuti 2017 na categoria Juvenil. Leia o sumário do livro e faça as atividades.
• Identifique as partes do livro que antecedem e sucedem aos contos. Qual é a função dessas partes?
• Converse com os colegas: em que momentos essas partes devem ser lidas?
3. Agora leia o “Convite à leitura” para responder oralmente às perguntas.
Convite Leitura
DANIEL MUNDURUKU a) No texto, o escritor apresenta dados relacionados aos povos indígenas. Quais são e com que objetivo ele os apresenta? b) Sobre o projeto do livro, o que Daniel Munduruku comenta? c) Qual é o pedido feito ao leitor no último parágrafo?
Este livro é fruto de trabalho de pesquisa e coleta de contos de povos indígenas espalhados pelo território brasileiro.
Escolhemos apresentar os contos em língua portuguesa e ilustrá-los com fotos dos referidos povos a fim de que o leitor tenha também uma referência visual.
É uma pequena amostra, se levarmos em conta que, atualmente, há 307 povos indígenas morando no território brasileiro. Eles falam algo em torno de 275 línguas, que estão distribuídas em três grandes troncos linguísticos, e sabemos que há outras que não são conhecidas ou não foram devidamente estudadas. É muita coisa, não é mesmo? Ah, e ainda existem cerca de 60 grupos indígenas escondidos pelas florestas.
Talvez nem fosse necessário citar esses dados, mas é importante frisar como foi difícil selecionar quais histórias seriam recontadas posteriormente. Como eu queria fazer as coisas de um jeito bem diferente, em que os próprios indígenas fossem os narradores, inicialmente entrei em contato com amigos indígenas que tivessem interesse em participar do livro. Em seguida pedi que escolhessem, escrevessem e me enviassem histórias tradicionais que tivessem vontade de contar. Como isso demorou!
Mas esperei e esperei. Alguns enviaram. Outros disseram que preferiam não participar, porque precisavam do consentimento da comunidade, já que as histórias indígenas são sempre coletivas. Respeitei.
Em seguida, chegou o momento de recontar as histórias apresentadas pelos amigos indígenas. Procurando preservar o modo tradicional de narrar de cada um, esforcei-me para manter o máximo da originalidade, um trabalho bastante cuidadoso. Foi necessário fazer uma tradução do que foi dito/escrito e organizar as ideias de modo que você, leitor, pudesse tirar o máximo proveito delas. Enfim, agora está em suas mãos o resultado desse esforço.
Atente para o que vai ler, mas não se deixe conduzir apenas pela razão. Há coisas que são contadas aqui que só poderão ser bem compreendidas quando forem escutadas com o coração. Não se esqueça: os povos indígenas contam histórias não só para se divertir, mas também para ensinar. Nos contos estão presentes os sentidos da nossa existência. Quem souber ouvi-las assim, compreenderá a essência da vida.
B Nus
Observe o gráfico e o mapa a seguir para conhecer alguns dados sobre a população indígena no Brasil. Para saber mais sobre os indígenas no Brasil, acesse o site https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-brasil/populacao/20506indigenas.html. Acesso em: 7 jul.2022.
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a) Há 307 povos indígenas no território brasileiro. Eles falam em torno de 275 línguas, que estão distribuídas em três grandes troncos linguísticos, e há outras que não são conhecidas ou não foram estudadas. Ainda existem cerca de 60 grupos indígenas escondidos pelas florestas. Ele apresenta os dados para mostrar o quão difícil foi escolher somente dez contos para o livro.
b) O escritor fala que, inicialmente, o projeto era fazer com que os próprios indígenas fossem os narradores, mas isso não foi possível, por isso pediu aos amigos que escolhessem, escrevessem ou enviassem histórias tradicionais que gostariam de contar e depois recontou-as no livro. Nesse momento, tentou preservar o modo de narrar de cada um e, ao mesmo tempo, traduzir as histórias para que os leitores não indígenas pudessem entendê-las da melhor maneira possível.
c) O escritor pede ao leitor que não se deixe conduzir apenas pela razão, mas principalmente pelo coração para que possa compreender a essência da vida.
4. No “Convite à leitura”, lido anteriormente, Daniel Munduruku anuncia que preferiu ilustrar a obra com fotos para que o leitor tenha também uma referência visual de cada povo. Assim, a capa é coerente com o projeto gráfico como um todo, uma vez que apresenta a fotografia de um indígena. Embora não tenha legenda na capa, ao final do livro, na parte dos créditos, é possível identificar que a fotografia é do tabajara Juan Soler Cózar.
• De que maneira o projeto gráfico da capa dialoga com o restante do livro?
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LEITURA E INTERPRETAÇÃO (PARTE I) LENDO “OS DOIS TEIMOSOS”
O conto “Os dois teimosos” é do povo Maraguá, meus vizinhos. Você consegue imaginar quem serão esses dois teimosos? A palavra “teimoso” tem um valor positivo ou negativo para você? O que os mais velhos que convivem com você falam sobre ser teimoso?
1. Converse com os colegas: você se lembra de algum episódio em que se comportou com teimosia? Como foi?
2. Leia o conto “Os dois teimosos” e depois responda às perguntas.
Os Dois Teimosos
Dois irmãos caçadores foram à mata em um dia de inverno para caçar. Mesmo tendo comida em casa, eles diziam que no inverno era mais fácil caçar, pois a chuva fina que sempre caía fazia com que os animais não ouvissem sua aproximação. A chuva também tornava mais difícil aos animais sentir o cheiro dos caçadores. Assim, os dois irmãos saíram e caminharam, caminharam por horas e, depois de estarem bastante longe, não tinham visto nenhum animal ainda. Cansados, nem perceberam que muitas horas haviam passado, até que à tardinha encontraram uma cabana de palha no meio da mata, que pensaram ser de antigos caçadores. Entraram e o irmão mais velho deitou em um jirau que encontrou. O outro irmão andou um pouco na cabana e se espantou quando viu que havia fogo aceso e um fumeiro com um pedaço de carne. Alegre, ele contou ao irmão mais velho. Quando o irmão mais velho viu a carne, mesmo com fome, disse:
— Não mexa nisso, essa carne não é de verdade. Sinta o cheiro dela, é diferente de carne de caça, isso é bicho do mato que deixou aí querendo castigar. Não vê que a casa está abandonada há muito tempo?
Assim dizendo, o irmão mais velho dormiu. O caçador mais novo, então, assou o pedaço de carne e, por não conter a fome, comeu tudo e depois dormiu.
Lá pela madrugada, o irmão mais velho acordou ouvindo gemidos; rápido ele atiçou o fogo e foi ver o que era. Deitado sobre palhas, estava o irmão mais novo, agonizando de dor e cheirando igual ao cheiro da carne. Então o irmão perguntou:
— Tu comeste a carne, irmão?
O irmão não respondeu nada.
Então ele repetiu a pergunta:
— Tu comeste a carne?
Então, como só gemia o irmão mais novo, o mais velho saiu da casa para procurar algum remédio ali por perto. Quando já vinha voltando, ouviu um barulho de galhos secos vindo da mata, e uma voz que dizia:
LEITURA E INTERPRETAÇÃO (PARTE I)
Lendo “Os dois teimosos”
Nesta seção, os estudantes farão a leitura do conto “Os dois teimosos”, do povo Maraguá.
Tempo previsto: 1 a 2 aulas.
Reconstrução das condições de produção, circulação e recepção / Apreciação e réplica: EF69LP44.
Reconstrução da textualidade e compreensão dos efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos linguísticos e multissemióticos: EF69LP47.
Adesão às práticas de leitura: EF69LP49 Estratégias de leitura / Apreciação e réplica: EF67LP28
Respostas
Agonizando (agonizar): morrendo, sofrendo.
Atiçou (atiçar): tornou mais vivo. Fumeiro: espaço entre o fogão e o telhado onde se penduram os alimentos (especialmente carnes e peixes) para defumar.
Jirau: grade feita de varas de madeira, semelhante a um palanque, que pode ser usada como cama, depósito de utensílios domésticos e secador de frutas.
1. Resposta pessoal.
É possível que a maioria dos estudantes caracterize o termo “teimoso” como negativo, como sinônimo de “desobediente”. No entanto, o termo também pode ser interpretado como “resistente”, “obstinado”, “persistente”, o que é positivo em certos contextos.
2. A leitura pode ser feita por você em sala de aula.
a) Resposta pessoal.
b) Eles decidiram caçar em um dia de inverno, porque o barulho da chuva fazia com que os animais não os ouvissem se aproximar, assim como a chuva dificultava aos animais sentirem o cheiro dos caçadores.
— Quem comeu o meu irmão? Quem comeu o meu irmão?
O irmão mais velho subiu em uma grande árvore para observar melhor, e quando viu o que era, tremeu de medo. Por trás das árvores surgia um enorme bicho feio, parecia um homem todo peludo, que vinha rasgando as árvores ao meio e seguia em direção à casa onde estava o irmão mais novo. Com medo daquele monstro, o irmão mais velho ficou olhando para ver o que aconteceria. Nesse instante, lembrou-se dos conselhos dos mais velhos, que diziam para não mexer nas coisas da floresta sem ter necessidade. Para sua tristeza, o que viu foi horrível: o bicho chegou perto do irmão que estava deitado e disse:
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— Quem comeu o meu irmão que estava deitado ali no fumeiro se aquecendo?
O irmão mais novo só tremia, e o monstro continuou:
— Como sei que foi você que o comeu, pois está com o cheiro dele no corpo, agora vou comê-lo também.
Com isso, o irmão mais velho desceu da árvore e saiu correndo, mas de longe ele ouvia o monstro dizer:
— Corra, corra e conte a todos que não se deve mexer com o que não se conhece, comi seu irmão por ele ter comido o meu.
Correndo, correndo, o irmão nem se deu conta de que já estava chegando em casa. Contando a todos o que havia acontecido, ouviu do velho sábio as seguintes palavras: a) Suas previsões sobre o texto se confirmaram? b) Por que os dois irmãos decidiram sair para caçar? c) O narrador faz uma ressalva em relação à decisão dos dois irmãos de caçar. Identifique-a. d) Qual argumento o irmão mais velho usou para mostrar ao mais novo que não deveriam comer a carne? e) Por que algum bicho do mato deixaria a carne querendo castigá-los? f) Que indícios o irmão mais velho considerou para acreditar que o mais novo teria comido a carne? g) A descrição do bicho se parece com alguma personagem do folclore brasileiro que você conhece? h) Em que momento o irmão velho se dá conta da consequência de sua teimosia? i) Qual pista o bicho levou em consideração para concluir que um dos irmãos caçadores havia comido seu irmão? j) De quem é a última fala do texto e qual é a sua função? c) O narrador afirma que os irmãos decidiram caçar, mesmo tendo comida em casa, ou seja, não era necessário que fizessem isso. d) A carne tinha um cheiro diferente da carne de caça. Além disso, a casa tinha sinais de estar abandonada. Logo, a carne não poderia ser verdadeira. e) Resposta pessoal. f) Ele estava sentindo dor e tinha o mesmo cheiro da carne. g) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes se lembrem do curupira ou do caipora, caracterizado como o protetor das matas e dos animais. h) Quando ele se lembra dos conselhos dos mais velhos de não mexer nas coisas da floresta sem ter necessidade. Dessa forma, ele relembra que a desobediência pode gerar consequências negativas. i) O cheiro do irmão mais novo parecia o do irmão do bicho. j) A última fala do texto é do velho sábio, que explica para o irmão mais velho e toda a comunidade a moral da história: o dono da mata se vingou dos irmãos por terem ido caçar sem necessidade e mexerem com o irmão dele. a) São apresentadas informações sobre o lugar onde vivem (localização, nome conhecido da região, se já vivem há tempos na região, quem são seus vizinhos), a língua, a quantidade populacional, o processo identitário, as atividades econômicas e culturais. b) Resposta pessoal. c) Resposta pessoal.
— Foi o dono da mata que se vingou por você e seu irmão terem ido caçar, mesmo tendo comida em casa, e ainda mexerem com o irmão dele.
3. Como é o espaço em que as ações acontecem e como as personagens se relacionam com ele?
4. Há uma série de repetições na história. Identifique-as.
• Converse com os colegas: qual é a função dessas repetições na narrativa?
5. Quais elementos da cultura Maraguá é possível perceber com base no conto?
6. Se essa história fosse representativa da sua comunidade, você acha que os irmãos teriam tido o mesmo fim? Por quê?
7. Leia as informações sobre o povo maraguá que aparecem no livro de Munduruku.
• A repetição é uma característica importante das narrativas orais e objetiva garantir referência ao que já foi dito e continuidade narrativa.
5. Eles têm uma relação de respeito com a natureza e acreditam que devem tirar dela somente o necessário.
6. Resposta pessoal.
É possível que os estudantes respondam que os bichos são retratados como seres justos, protetores da natureza e capazes de castigar quem não a respeita, como é o caso dos dois irmãos que foram caçar sem necessidade.
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3. A história se passa principalmente na mata. Só no final, a personagem se encontra junto à sua comunidade. Na mata, os irmãos encontram uma cabana, o mais velho busca remédio para o mais novo e sobe na árvore para identificar melhor o bicho que vai em direção à cabana.
4. As repetições podem ser percebidas, por exemplo, em falas das personagens (o irmão mais velho pergunta duas vezes se o mais novo comeu a carne), em alguns elementos da narrativa (o cheiro da carne é diferente e tanto o irmão mais velho quanto o bicho sentem o cheiro dela no irmão mais novo), em palavras (“corra, corra”; “correndo, correndo”), em ideias (anuncia-se que os irmãos estão indo caçar sem necessidade no começo da história e finaliza-se o conto retomando que isso causou a morte do irmão; no meio da narrativa, o irmão mais velho também retoma essa ideia).
7.
Espera-se que os estudantes percebam que o escritor maraguá Yaguarê Yamã é mencionado no início deste projeto. Eles também podem encontrar outros artistas por meio do uso de palavras-chave como “artista maraguá”, “arte maraguá” e “escritor maraguá” em sites de busca. Os artistas visuais Uziel Guaynê Oliveira (ilustrador de alguns dos livros de Yaguarê Yamã) e Elias Yaguakãg e o escritor Roni Wasiry Guará são algumas dessas personalidades.
Maragu
O povo Maraguá vive no estado do Amazonas, às margens do rio Abacaxis. Vivem numa região denominada Maragua-pajy (o país dos Maraguá). Historicamente, foram citados por viajantes desde o século XVII habitando nessa mesma região. São vizinhos dos Sateré-Mawé e dos Munduruku. Sua língua é o Nheeng — som da boca — e pertence ao tronco linguístico Tupi, embora a memória ancestral desse povo o coloque como parte do tronco Aruak, possivelmente descendentes da rica civilização tapajônica. Sua população é de aproximadamente 500 pessoas, distribuídas em cinco aldeias. Até meados dos anos 2000 não se autodenominavam Maraguá, pois viviam entre os Sateré-Mawé. Os Maraguá são exímios pescadores e muito se orgulham disso. Hoje é a população que conta com o maior número de escritores e artistas indígenas. Essa história, contada por um Maraguá, lembra a importância que esse povo dá ao “tempo da natureza”, pois entende que é importante respeitar a Terra, mãe de todos nós.
Localização do povo
Maraguá no estado do Amazonas a) Que tipo de informação sobre o povo Maraguá são apresentadas? b) Em qual informação apresentada no texto você gostaria de se aprofundar? c) Pesquise na internet e cite um escritor ou artista maraguá.