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2º EPISÓDIO: NOSSO CENTRO DE ANÁLISE DE USOS DA LÍNGUA

Reflita sobre esta questão: se a notícia é um texto imparcial, por que ficamos com a sensação de que o redator tentou nos conduzir a uma conclusão sobre o assunto abordado? Este episódio vai ajudar você a manter sua liberdade de leitor quando estiver diante de uma notícia.

2o episódio: Nosso centro de análise de usos da língua

O foco deste episódio é iniciar o reconhecimento dos recursos linguísticos utilizados pelos redatores de notícias para levar os leitores a concluir aquilo que a empresa jornalística deseja.

Tempo previsto: 3 aulas.

Construção composicional: EF69LP16

Estilo: EF69LP17

Estratégia de leitura / Distinção entre fato e opinião: EF67LP04

Respostas

1. a) O título original deixa para o leitor uma impressão mais negativa. Isso se explica pela presença dos advérbios “levemente” e “ainda”. Os dois advérbios carregam avaliações do redator sobre o fato relatado: o primeiro induz o leitor a concluir que a queda na taxa de analfabetismo foi pequena; o segundo induz a concluir que não era mais para o Brasil ter 11 milhões de analfabetos.

1. Releia o título da notícia lida no 1º episódio.

Taxa cai levemente, mas Brasil ainda tem 11 milhões de analfabetos a) Compare-o com esta proposta de reescrita.

Taxa cai, mas Brasil tem 11 milhões de analfabetos b) Agora, compare o título original com este, no qual nenhuma palavra foi acrescentada ou cortada.

• Em qual dos títulos o leitor fica com uma impressão mais negativa sobre o fato relatado? Explique o que foi determinante para você chegar a essa conclusão.

Brasil ainda tem 11 milhões de analfabetos, mas taxa cai levemente c) Como o título da notícia poderia ser redigido caso o jornal quisesse manter um maior distanciamento do fato relatado, deixando para o leitor a decisão de tirar as próprias conclusões? b) Esta versão do título provoca no leitor uma sensação mais positiva. Embora nenhuma palavra tenha sido cortada ou acrescentada, a mudança de posição das duas orações em relação à conjunção “mas” provoca essa outra impressão. O que é selecionado para ser escrito depois do “mas” ganha mais força argumentativa. No novo título, o que fica em destaque não é o fato de o Brasil ainda ter 11 milhões de analfabetos, mas o fato de a taxa de analfabetismo ter caído. c) A forma menos comprometedora seria: “Brasil tem 11 milhões de analfabetos”. b) Possibilidade de resposta: A taxa de analfabetismo no Brasil passou de 6,8%, em 2018, para 6,6%, em 2019, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua Educação, divulgada hoje (15), o que representa uma queda de cerca de 200 mil pessoas. O Brasil tem, em 2019, 11 milhões de analfabetos c) Essa expressão pode ser interpretada como mais um elemento para o leitor se indignar, algo do tipo: “não é possível que haja pessoas de 15 anos que não sejam capazes de escrever um bilhete simples!”. b) • O redator busca produzir o processamento positivo das informações pelo leitor, afinal, da forma como essas informações foram organizadas, a informação que deve ser interpretada como a mais importante é que a diferença caiu, o que é bom.

• Na relação com o título original, essa outra versão provoca em você uma impressão mais negativa ou mais positiva do fato relatado? Por quê?

2. a) É provável que o leitor comece a se perguntar quem são os responsáveis pelo Brasil ainda ter 11 milhões de analfabetos em 2019 e pela taxa estar caindo tão lentamente.

3. O uso dessa expressão é fundamental para que a notícia continue conduzindo o leitor a tirar conclusões negativas sobre o fato abordado, pois o 2º parágrafo traz falas positivas da analista de pesquisa Adriana Beringuy. O redator, entretanto, interrompe esse viés positivo, introduzindo o parágrafo com a expressão “apesar de”. Ao contrário do efeito de sentido do “mas”, a afirmação que vem colocada logo depois de “apesar de”, no caso “ter registrado queda”, tem menos importância do que a outra, “os dados mostram que 18% daqueles com 60 anos ou mais são analfabetos”.

4. a) O redator destaca que, segundo o IBGE, a diferença caiu “um pouco” e se mantém em um patamar elevado, dando mais destaque para a segunda declaração, ao escolher conectar as duas informações com um “porém”.

• Porque o parágrafo seria incoerente com a proposta do redator, que, desde o início do texto, é encaminhar o leitor a se posicionar negativamente diante das informações apresentadas.

5. A expectativa é de que os estudantes concordem com a afirmação, pois, dependendo das intenções do redator e da empresa para a qual ele trabalha, é possível articular um mesmo conjunto de informações de diferentes maneiras, e são essas formas de articulação que vão dar as pistas dos sentidos que os leitores a) Para ser coerente com o título, o fato continua sendo abordado segundo um viés negativo. b) Reescreva os dois primeiros períodos desse parágrafo, dando mais liberdade para o leitor tirar as próprias conclusões sobre os dados apresentados. c) Foque sua atenção no último período desse parágrafo.

2. Releia o 1º parágrafo da notícia, que é composto de três períodos.

A taxa de analfabetismo no Brasil passou de 6,8%, em 2018, para 6,6%, em 2019, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua Educação, divulgada hoje (15). Apesar da queda, que representa cerca de 200 mil pessoas, o Brasil tem ainda 11 milhões de analfabetos. São pessoas de 15 anos ou mais que, pelos critérios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não são capazes de ler e escrever nem ao menos um bilhete simples.

• Ao final da leitura desse parágrafo, qual é a pergunta mais provável que o leitor se faça?

• Como a expressão “nem ao menos“ pode ser interpretada pelo leitor nesse período?

3. Qual é a provável intenção do redator da notícia ao escolher a expressão “apesar de“ para introduzir o 3º parágrafo?

CHAVE MESTRA a) Ao falar sobre a queda da diferença na taxa de escolaridade entre brancos, de um lado, e pretos e pardos de outro, o redator demonstra a intenção de abordar o assunto por um viés negativo. b) Leia esta reescrita do último período do parágrafo em destaque. vão produzir. Também é possível orientar o leitor a chegar à determinada conclusão pela seleção lexical.

Para responder, você precisa considerar a relação entre o 2º e o 3º parágrafos.

4. Releia o antepenúltimo parágrafo da notícia.

A proporção daqueles com 25 anos ou mais que concluíram o ensino médio passou de 47,4% em 2018 para 48,8% em 2019. Entre os brancos, esse índice é maior, 57%. Entre os pretos e pardos, 41,8%. De 2016 para 2019, essa diferença, de acordo com o IBGE, caiu um pouco, “porém se manteve em patamar elevado, indicando que as oportunidades educacionais eram distintas para esses grupos”.

• Explique como ele faz isso.

De 2016 para 2019, essa diferença, de acordo com o IBGE, embora tenha se mantido em patamar elevado, indicando que as oportunidades educacionais eram distintas para esses grupos, caiu.

• Qual efeito de sentido o redator pretende produzir sobre o leitor com esse trecho?

• Por que se pode dizer que essa reescrita não seria adequada à notícia original?

5. Com os mesmos dados ou com as mesmas informações, é possível redigir notícias significativamente diferentes.

• Você concorda com essa afirmação ou discorda dela? Justifique seu posicionamento.

6. Você já usou essas estratégias intencionalmente na escrita de seus textos? Em outras palavras, você costuma usar os recursos linguísticos para conduzir os leitores à conclusão ou ao sentido que você quer que eles cheguem?

• Abra o jogo e compartilhe suas estratégias com os colegas.

6. Resposta pessoal. É importante que os estudantes reflitam sobre as manobras linguísticas que podem realizar para conseguir o engajamento dos leitores às suas ideias. Também é importante que eles se deem conta de que isso não acontece somente na produção de textos explicitamente argumentativos, como um artigo de opinião.

3º EPISÓDIO: DO TEXTO PARA A LÍNGUA VERBOS DE DIZER

Neste episódio, você vai observar e analisar verbos que têm uma função muita clara na notícia: introduzir a fala de uma pessoa que tem algo importante a dizer sobre o fato relatado.

1. Releia o 2º parágrafo da notícia.

“É uma taxa que vem baixando ao longo do tempo”, diz a analista da pesquisa Adriana Beringuy. Em 2016, era 7,2%. “O analfabetismo está mais concentrado entre as pessoas mais velhas, uma vez que os jovens são mais escolarizados e, portanto, vão registrar indicador menor”, acrescenta a) Qual é a função dos verbos em destaque? b) Você considera que a escolha do verbo “acrescenta“ foi uma boa solução do redator para introduzir a segunda fala da analista Adriana Beringuy? Explique por quê. c) Entre os verbos ”analisar”, “anunciar”, “calcular” e “comemorar”, qual você considera mais adequado para substituir o verbo ”dizer”, usado pelo redator ao se referir à primeira fala de Adriana Beringuy? Copie-o no caderno e justifique sua escolha.

Chave Mestra

Para escolher o verbo mais adequado, considere o modo como Adriana Beringuy pode ter dito essa primeira parte de sua fala.

2. Releia o último parágrafo da 1ª parte da notícia.

“A gente percebe que chegou em 2019 com a taxa nacional próxima à meta de 2015, é como se estivéssemos quatro anos atrasados nesse atendimento”, diz Adriana.

• Entre os verbos ”lamentar”, “resumir”, “queixar-se” e “vibrar”, qual você considera mais adequado para substituir o verbo destacado nesse parágrafo? Copie o verbo escolhido no caderno e justifique sua escolha.

3. Agora, releia o penúltimo parágrafo da notícia.

O IBGE pondera que, apesar dos avanços, mais da metade, o equivalente a 51,2%, da população de 25 anos ou mais no Brasil não completaram a educação escolar básica.

• Entre os verbos “acreditar”, “advertir”, “alertar” e “alfinetar”, qual poderia comprometer a produção de sentidos caso fosse escolhido para substituir o verbo em destaque no parágrafo? E entre os três que poderiam substituir o verbo sem alterar o sentido da oração, qual você escolheria? Escreva sua resposta no caderno e justifique-a.

3o episódio: Do texto para a língua

Verbos de dizer

Neste episódio será aprofundado o estudo dos verbos dicendi, usados para descrever o modo como o interlocutor se expressa, e dos verbos sentiendi, que são aqueles que exprimem emoções, estados de espírito e reações psicológicas das personagens. Em outras palavras, verbos de dizer e de sentir.

Tempo previsto: 3 aulas

Estilo: EF69LP17

Respostas

1. a) Sinalizar, para o leitor, a presença da fala de uma pessoa na notícia.

b) A expectativa é de que os estudantes respondam que sim, pois, como as duas falas são da mesma pessoa, a analista de pesquisas do IBGE, Adriana Beringuy, a segunda fala foi considerada um acréscimo à primeira.

c) “Comemorar” é uma boa escolha, pois o que ela informa é satisfatório: que a taxa de analfabetismo vem baixando ao longo do tempo. Entretanto, há outras possibilidades. Analise se a justificativa dos estudantes é plausível.

2. A escolha adequada é “lamentar”, pois o verbo se refere a uma fala em que a analista de pesquisas do IBGE traz uma informação a ser lamentada: o fato de o Brasil estar quatro anos atrasados em relação à meta de combate ao analfabetismo.

3. O verbo que provocaria uma inadequação é “acreditar”, pois os dados fornecidos pelo IBGE estariam sendo colocados em dúvida. Entretanto, considerando a credibilidade desse instituto, não há justificativa para o uso de “acreditar”. Quanto à segunda parte da atividade, a resposta é pessoal: “advertir” e “alertar” teriam sentidos muitos próximos, enquanto “alfinetar” torna-se possível no contexto, pois poderia sinalizar uma provocação do instituto, dando pistas de que não haveria muitas razões para comemorar, já que mais da metade da população de 25 anos ou mais no Brasil não completaram a educação escolar básica.

4. a) Eles estão flexionados no presente do indicativo.

b) Porque o presente do indicativo cria para o leitor da notícia a sensação de que o entrevistado está dizendo naquele momento a sua fala. Esse efeito de atualidade é muito importante para manter o leitor engajado com o que diz a notícia.

5. Nesse desafio, a sua mediação será muito importante, pois ora os estudantes trabalharão em equipe, ora com toda a turma. Leia as orientações com os estudantes a fim de garantir que eles compreenderam satisfatoriamente o que devem fazer.

a) Os grupos de verbos devem ter a seguinte configuração: I. afirmar, assegurar, garantir; II. insinuar, sinalizar, sugerir; III. avaliar, diagnosticar, julgar; IV. celebrar, comemorar, vibrar; V. citar, mencionar, referir-se; VI. destacar, enfatizar, evidenciar. VII. dizer, enunciar, falar; VII. elucidar, exemplificar, ilustrar; VIII. protestar, queixar-se, reclamar; IX. resumir, sintetizar, sumarizar.

Conquista

Os verbos que introduzem uma fala, sinalizando atitudes, sentimentos e emoções de um entrevistado, no caso de notícias e reportagens, ou de uma personagem, no caso das narrativas ficcionais, são chamados de verbos de elocução a) Em que tempo e modo verbal eles estão flexionados? b) Por que eles estão quase sempre flexionados nesse tempo e nesse modo nas notícias? a) Para participar do desafio, sigam as orientações:

4. Retome os verbos de elocução da notícia.

5. Chegou a hora do desafio gramatical da missão, que será em grupo! Há inúmeros verbos de elocução; confira alguns a seguir.

• organizem a turma em equipes de 4 ou 5 integrantes;

• listem os verbos de elocução por aproximação de sentido: ao todo, devem ser formadas dez listas com três verbos cada;

• compartilhem com os demais colegas da turma as listas de verbos que a sua equipe organizou;

• conversem, com a mediação do professor, sobre as eventuais diferenças entre as listas e busquem um consenso para que a turma trabalhe com o mesmo agrupamento de verbos;

• ordenem os verbos de cada lista de acordo com o maior ou o menor uso que os integrantes do grupo fazem deles em suas produções de texto. Por exemplo, se uma lista fosse formada pelos verbos “pedir”, “reivindicar” e “solicitar”, o grupo deveria indicar o mais usado, o segundo mais usado e o menos usado;

• elaborem uma nuvem de verbos de elocução usando um editor eletrônico de texto ou uma folha de papel A4, considerando que:

I. os verbos de uma mesma lista devem ter a mesma cor; b) Comparem a nuvem criada por sua equipe com as nuvens criadas pelas demais equipes e concluam: os verbos mais usados pelos integrantes de sua equipe coincidem com os mais usados pelos integrantes das outras equipes? c) Como esse desafio pode ajudar vocês na escrita dos próprios textos? a) Os três verbos a seguir podem ser reunidos em um mesmo grupo, considerando-se o critério semântico, ou seja, o critério de sentido. advertir alertar alfinetar b) Entre “reclamar”, “denunciar” e “botar a boca no trombone”, qual você selecionaria se fosse redator em um jornal sensacionalista? Justifique sua escolha.

II. o verbo mais usado de cada lista deve ser escrito com letra maior do que o segundo colocado, que, por sua vez, deve ser escrito com letra maior do que o menos usado.

6. Embora haja muitos verbos de elocução, isso não significa que você pode selecionar qualquer um em qualquer situação de uso da língua.

• Qual deles você excluiria em uma situação mais formal de uso da língua? Justifique sua escolha.

Atalho

Jornal sensacionalista é aquele que apresenta as informações de modo a causar fortes reações nos leitores. A prática do jornalismo sensacionalista envolve a utilização de exageros e de expressões com potencial impactante, além de polêmicas, por vezes, desnecessárias.

4º EPISÓDIO: UM GIRO PELO MUNDO DA ESCRITA AS SIGLAS

Na leitura de notícias e de textos de outros gêneros, você sempre se depara com as chamadas siglas Neste episódio, a turma vai aprender um pouco mais sobre a formação e o uso das siglas.

1. Na notícia lida no 1º episódio aparecem três siglas: Pnad, IBGE e PNE.

a) Retorne às partes da notícia em que essas siglas foram usadas pela primeira vez no texto: 1º e 4º parágrafos.

• Como as siglas são formadas?

b) Converse com os colegas e elaborem uma hipótese: por que na sigla Pnad há também letras minúsculas, diferentemente das siglas IBGE e PNE?

Conquista

Diferentemente do uso implementado na maioria dos jornais e revistas, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa recomenda o uso de siglas com todas as letras maiúsculas.

c) Algumas empresas jornalísticas recomendam que as siglas sejam escritas de acordo com as grafias adotadas pelas próprias instituições que elas representam. Exemplo: o Conselho Nacional de Pesquisa adota a sigla CNPq, com a última letra minúscula, portanto ela deve ser grafada assim em jornais e revistas.

• O que você pensa sobre isso? Você concorda com essa recomendação ou discorda dela?

b) Discuta com os estudantes as diferentes possibilidades de nuvens em função dos usos dos componentes de cada equipe.

c) Resposta pessoal. É importante que os estudantes tenham percebido que os verbos têm valores semânticos diversos e que não precisamos repetir sempre os mesmos verbos ao introduzir o discurso de um terceiro em nossos textos.

6. a) O verbo “alfinetar” deveria ser excluído em uma situação mais formal de uso da língua, pois apenas considerando seu sentido figurado é que ele faz parte do mesmo grupo semântico dos verbos “advertir” e “alertar”.

b) Provavelmente, um redator de jornal sensacionalista selecionaria “botar a boca no trombone”, pois essa expressão sinaliza um grau de irritação que vai além de uma reclamação ou de uma denúncia, o que configura o uso do exagero a fim de abrir possibilidade para a instalação de uma polêmica.

4o episódio: Um giro pelo mundo da escrita

As siglas

Neste episódio, o foco do trabalho serão as siglas, muito utilizadas em textos noticiosos.

Tempo previsto: 2 aulas

Fono-ortografia: EF67LP32.

Respostas

1. a) Elas são formadas pelas letras iniciais das palavras.

b) Em textos jornalísticos, por questão de economia de espaço, os redatores geralmente escrevem as siglas que podem ser lidas como novas palavras e que tenham quatro ou mais letras com apenas a letra inicial maiúscula e as demais minúsculas, como é o caso de Pnad.

Se julgar necessário, informe aos estudantes que, quando uma sigla pode ser lida como uma nova palavra, e não necessariamente letra a letra, ela é chamada de acrônimo. Assim, Pnad é um acrônimo; o mesmo não acontece com IBGE e PNE.

c) Resposta pessoal. Considerando os usos, a recomendação parece fazer sentido; considerando a necessidade de uniformizar uma grafia, faz sentido seguir as regras do Acordo Ortográfico. É importante que os estudantes percebam que estão diante de uma questão em torno da qual não existe um consenso.

2. Elas foram introduzidas logo após as palavras que lhes deram origem: primeiro vem Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e depois a sigla IBGE.

3. Elas ajudam a economizar espaço de escrita, principalmente se ela se referir a nomes de instituições que precisam se repetir várias vezes ao longo do texto, como IBGE. Oriente os estudantes a refletir sobre a seguinte questão: já pensou se cada vez que a notícia lida fosse se referir ao IBGE tivesse de registrar Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística?

4. A sigla PNE, pois a notícia só se refere uma única vez ao Plano Nacional de Educação.

5. Para o primeiro caso, PALOP; para o segundo, Palop.

5o episódio: Eu, redator de notícia

O foco deste episódio é a redação de uma notícia a partir de dados já apurados. A expectativa é de que os estudantes utilizem na articulação entre as informações os recursos linguísticos discutidos e analisados nas seções anteriores.

Tempo previsto: 5 aulas

Relação do texto com o contexto de produção e experimentação de papéis sociais: EF69LP06

Textualização: EF69LP07

Revisão / edição de texto informativo e opinativo: EF69LP08.

Estratégias de produção: planejamento de textos informativos: EF67LP09

Textualização, tendo em vista suas condições de produção, as características do gênero em questão, o estabelecimento da coesão, adequação à norma-padrão e o uso adequado de ferramentas de edição: EF67LP10

Fono-ortografia: EF67LP32

Elementos notacionais da escrita:

EF67LP33

Morfossintaxe: EF07LP06, EF07LP07, EF07LP10, EF07LP11

Coesão: EF07LP13

Interdisciplinaridade:

Gráfico de setores: interpretação, pertinência e construção para representar conjunto de dados: EF07MA37.

Respostas

1. É importante fazer a leitura do Projeto de comunicação com os estudantes, certificando-se de que eles entenderam a proposta. Os estudantes vão se colocar no lugar de redatores de jornal.

2. Como as siglas foram introduzidas na notícia?

3. Qual é a importância das siglas na construção dos textos noticiosos e de outros gêneros?

Chave Mestra

Conte o número de vezes que a sigla IBGE foi escrita na notícia.

4. Em seus manuais de redação, as empresas jornalísticas costumam orientar que seus redatores só usem uma sigla que não seja de conhecimento geral quando o nome a que ela se refere tenha de ser repetido muitas vezes ao longo de um mesmo texto e o nome a que se refere seja muito longo.

• Considerando essa informação, o uso de qual sigla não é necessário na notícia? Justifique sua resposta.

5. Agora, experimente o desafio de identificar a sigla do nome a seguir.

Países africanos de língua oficial portuguesa

• Primeiro, registre a sigla conforme as orientações do Acordo Ortográfico; depois, de acordo com as orientações da maioria dos manuais de redação de empresas jornalísticas.

5º EPISÓDIO: EU, REDATOR DE NOTÍCIA

Você leu uma notícia sobre o analfabetismo que atinge a população adulta. Agora, vai produzir uma notícia sobre o analfabetismo entre as crianças. Manter-se informado e engajado é o primeiro passo para mudar a realidade da educação brasileira. O Brasil não pode perder esse jogo!

1. Informe-se sobre o que você vai fazer.

Projeto de comunicação Gênero Notícia. Situação Você vai se colocar no lugar de um redator de jornal e escrever uma notícia com base em informações e dados apurados por um repórter. Tema O analfabetismo entre crianças em tempos de pandemia. Objetivo Mostrar como a pandemia afetou negativamente a alfabetização das crianças brasileiras, principalmente das mais pobres. Quem é você Um redator da seção de educação de um jornal. Para quem Toda a comunidade. Tipo de produção Coletiva.

2. Leiam as informações coletadas pelo repórter.

I. Estudo feito pela ONG Todos pela Educação sobre as crianças que não aprenderam a ler e escrever no período da pandemia, com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

2. Leia com a turma as informações com base nas quais será redigida a notícia. As informações foram retiradas da reportagem “Número de crianças que não aprenderam a ler e escrever chega a 2,4 milhões e aumenta mais de 65% na pandemia, diz ONG”, de Emily Santos, 08/02/202, publicada no portal G1, disponível em https://g1.globo.com/educacao/noticia/2022/02/08/ numero-de-criancas-que-nao-aprenderam-a-ler-e-escreveraumenta-na-pandemia-aponta-levantamento.ghtml. Acesso em: 7. jul. 2022.

II. O estudo foi divulgado no dia 8 de fevereiro de 2022.

III. Número de crianças com 6 e 7 anos que não aprendeu a ler e escrever em 2021: 2,4 milhões, o que equivale a 40,8%.

IV. O recorte de idade se deu em razão do Plano Nacional de Educação, que tem como diretriz curricular a alfabetização de crianças no 1º e 2º ano do Ensino Fundamental, quando as crianças têm idades entre 6 e 7 anos.

V. Entre crianças pretas de 6 a 7 anos, 47,7% não foram alfabetizadas em 2021; entre crianças pardas, 44,5%; entre crianças brancas, 35,1%; em 2019, nenhum dos índices chegava a 30%.

VI. O número de crianças de 6 e 7 anos sem ler e escrever em 2021 aumentou 65,6% em comparação com os números de 2019.

VII. O levantamento não considera amarelos, indígenas e não declarantes; se esses públicos fossem considerados, o aumento seria de 66,3% entre 2019 e 2021.

VIII. A ONG diz que a explicação para a queda na alfabetização foi a pandemia de covid-19, que levou à suspensão de aulas presenciais.

IX. Depoimento de Vanusa Alves, mãe de Marcelly, de 7 anos, que fez o 1º ano em 2021 em uma escola municipal de Malhada, cidade do interior da Bahia: “Ela fazia as atividades em uma plataforma digital, mas quase não teve aulas. Ela dividia o celular com a irmã e eu auxiliava na hora das atividades. Mas não é a mesma coisa que estar numa sala de aula, com um professor sanando as dúvidas e ajudando no dia a dia”.

X. Depoimento da professora da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro e presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, Maria Eduarda Quiroga: “Faltaram políticas públicas, como a construção de espaços de diálogo entre os responsáveis e os profissionais da educação. A gente fazia as atividades remotas, as propostas, mas quem estava lá orientando no dia a dia os estudantes não tinha nenhuma instrução ou preparo para trabalhar com esse tema, e faltou receberem alguma mediação para fazer isso. Sobretudo nas escolas públicas, porque muitas vezes os responsáveis têm menos escolaridade; nelas foi onde encontramos essa dificuldade de forma mais aguda”.

XI. Depoimento de Gabriel Corrêa, líder de políticas educacionais da ONG: “Claro que todos foram afetados, mas neste cenário as mais prejudicadas foram as crianças negras, as mais pobres, que já tinham um desnível no acesso à educação em relação às crianças brancas e às ricas”.

XII. Outro depoimento de Gabriel Corrêa: “A evasão escolar já é maior entre pretos e pardos. Se não houver políticas públicas para reparar as aprendizagens dessas crianças, em alguns anos esse pode ser mais um dos motivos que vai levá-las a abandonar a escola”.

XIII. Mais um depoimento de Gabriel Corrêa: “É preciso priorizar a educação, fazer muito mais do que tem sido feito. Estabelecer ações desde já para minimizar esses efeitos. E atender essas populações que estão em situação de vulnerabilidade, com ações de recuperação e de recomposição de alfabetização que essas crianças tanto precisam”.

3. Caso queira, você pode solicitar a participação do professor de Matemática para conduzir a interpretação dos infográficos. O infográfico 1 traz dados comparativos dos anos de 2019, 2020 e 2021: os números mostram que o analfabetismo entre crianças de 6 e 7 anos subiu 65,6% de 2019 para 2021. O infográfico 2 destaca os números do analfabetismo considerando o critério racial: a taxa de analfabetismo entre crianças, assim como entre idosos, é maior entre as pretas e as pardas.

Infográfico

1

Infográfico 2

Arte: g1

Fonte: IBGE/Pnad Contínua/Todos pela Educação. A cor do analfabetismo. In SANTOS, Emily. Número de crianças que não aprenderam a ler e escrever chega a 2,4 milhões e aumenta mais de 65% na pandemia, diz ONG. G1 São Paulo, 8 fev. 2022. Disponível em: https://g1.globo.com/educacao/ noticia/2022/02/08/numero-de-criancas-quenao-aprenderam-a-ler-e-escrever-aumenta-napandemia-aponta-levantamento.ghtml. Acesso em: 22 abr. 2022.

Arte: g1

Fonte: IBGE/Pnad Contínua/Todos pela Educação. A cor do analfabetismo. In: SANTOS, Emily. Número de crianças que não aprenderam a ler e escrever chega a 2,4 milhões e aumenta mais de 65% na pandemia, diz ONG. G1 São Paulo, 8 fev. 2022. Disponível em: https:// g1.globo.com/educacao/noticia/2022/02/08/ numero-de-criancas-que-nao-aprenderama-ler-e-escrever-aumenta-na-pandemiaaponta-levantamento.ghtml. Acesso em: 25 jul. 2022..

4. Redijam, com base nas informações e nos infográficos apresentados nas questões 2 e 3, uma notícia para a seção de educação de seu jornal. O professor vai ser o escriba ou o digitador da notícia da turma.

• Na redação da notícia, considerem as orientações a seguir:

I. Tenham sempre em mente o objetivo da notícia que vão escrever: mostrar como a pandemia afetou negativamente a alfabetização das crianças brasileiras, principalmente das mais pobres.

II. Sempre que concluírem a escrita de um parágrafo, releiam-no e avaliem se ele traz uma informação nova em relação ao que foi dito anteriormente, mantendo uma lógica que permite ao leitor construir sentido para o que está lendo.

III. Certifiquem-se de que os recursos linguísticos selecionados têm potencial para levar o leitor a concluir o que vocês querem: que a pandemia afetou negativamente a alfabetização das crianças.

IV. Nas partes em que houver citação direta de um entrevistado, selecionem um verbo de elocução que ajude o leitor a atribuir sentido ao que a pessoa disse.

V. Nas partes em que houver siglas, certifiquem-se de que elas foram inseridas adequadamente.

VI. Decidam em que trecho da notícia vão inserir os infográficos.

VII. Elaborem um título que seja coerente com o conteúdo da notícia e tenha potencial para despertar o interesse do leitor.

5. Com a 1ª versão redigida, façam uma revisão cuidadosa da notícia. Para isso, considerem o roteiro a seguir:

• Os recursos linguísticos selecionados, sobretudo a conjunção “mas”, conduzem o leitor a concluir o que vocês querem?

• A notícia segue as regras de concordância da variedade linguística de prestígio no que diz respeito às concordâncias verbal e nominal?

• Todas as palavras estão de acordo com as regras ortográficas?

• Quando necessário, os verbos têm sujeito e complemento?

• A pontuação foi utilizada corretamente e não há vírgula separando sujeito do predicado?

• O verbo utilizado no título da notícia e os verbos de elocução estão flexionados no presente do indicativo?

6. Editem a notícia usando um programa no computador. Nesse momento, insiram os infográficos nos lugares que vocês predeterminaram, citando corretamente a fonte de onde eles foram retirados e a data de sua elaboração.

7. Publiquem a notícia na rede social da escola, para que todos possam se informar e, quem sabe, engajar-se na resolução dos problemas da educação brasileira.

• Acompanhem, por um tempo, se houve comentários no perfil da escola sobre a notícia redigida pela turma.

4. Os estudantes vão ditar o texto. Você pode registrá-lo na lousa ou usar um computador conectado a um projetor para digitá-lo. Das duas formas, os estudantes poderão acompanhar o texto ganhando forma. Sempre que necessário, faça perguntas que podem auxiliar os estudantes na escrita: “Será que da forma como está, a notícia vai cumprir seu objetivo?”, “Será que este é mesmo o melhor verbo de elocução para introduzir a fala dessa pessoa?”, “Esse é mesmo o melhor lugar para inserir o infográfico 1?”, “Vocês acham que esse título está coerente e chama a atenção dos leitores?” etc.

5. Faça uma a uma as perguntas do roteiro e, caso os estudantes não consigam identificar alguma inadequação ou impropriedade no texto, ajude-os nessa tarefa.

6. Se possível, é importante que o texto seja editado em um programa de computador. Você pode operar o computador enquanto os estudantes sugerem ações de edição. Estimule a participação, fazendo perguntas: querem fazer algum corte ou acrescentar alguma informação? Querem usar qual tipo e tamanho de letra? Como proceder para inserir os infográficos nos lugares predeterminados? Caso não seja possível usar um editor de texto, faça as atividades manualmente, usando cartolinas, lápis de cor, revistas.

7. Como forma de legitimar o trabalho de escrita dos estudantes, é importante que a notícia redigida por eles seja publicada e tenha circulação social.

6o episódio: De olhos e ouvidos bem atentos

A notícia na TV

O foco deste episódio são as notícias apresentadas na TV, caracterizadas pela presença de texto verbal oral, sons não linguísticos e imagens tanto estáticas quanto em movimento.

Tempo previsto: 4 aulas

Textualização: EF69LP07

Revisão / edição de textos informativo e opinativo: EF69LP08

Produção de textos jornalísticos orais: EF69LP10

Planejamento e produção de textos jornalísticos orais: EF69LP12

Variação linguística: EF69LP56

Planejamento e produção de entrevistas orais: EF67LP14

Respostas

1. Resposta pessoal. Agende com os estudantes uma data na qual todos deverão assistir a um telejornal – pode ser de qualquer emissora. Comente com os estudantes que é possível assistir à gravação dos telejornais nos aplicativos das emissoras ou em canais de compartilhamento de vídeos na internet.

2. Respostas pessoais. A finalidade da atividade é proporcionar aos estudantes a oportunidade de compartilhar com os colegas seus gostos pessoais, bem como suas impressões sobre a macro-organização de um telejornal.

3. a) Leia com os estudantes a orientação, certificando-se de que eles a entenderam.

b) Oriente os estudantes a distribuírem as funções levando em conta habilidades e gostos pessoais. Reforce a orientação de que todos devem participar do processo de redação do texto principal e do texto falado pelo repórter, bem como da elaboração das perguntas que serão feitas aos entrevistados.

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