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6º EPISÓDIO: DE OLHOS E OUVIDOS BEM ATENTOS A NOTÍCIA NA TV
Neste episódio, você e os colegas vão entrar para o “estúdio de gravação” e mostrar que, quando a notícia é o assunto, estão muito bem-informados.
1. Você já assistiu a um jornal na televisão? No dia combinado com o professor, assista a um telejornal da emissora que for de mais fácil acesso para você.
• Ao assistir, anote o tempo de duração do programa, quais notícias foram veiculadas naquele dia e qual notícia mais chamou sua atenção.
2. Compartilhe com a turma suas anotações. Depois, conversem sobre as questões a seguir: a) Para começar, informem-se sobre as partes que, geralmente, compõem a notícia em um telejornal. b) Distribuam as funções entre os integrantes do grupo:
• Qual foi o telejornal mais assistido pela turma?
• No caso de telejornais diferentes, houve alguma notícia que se repetiu?
• Que tipo de notícia mais despertou o interesse da turma: de esporte, de política, de economia, de cultura etc.?
3. Forme um grupo com mais quatro colegas e, juntos, planejem e produzam uma notícia televisiva sobre a alfabetização de crianças de 6 e 7 anos em seu município.
• Texto principal: falado por dois apresentadores que se alternam em sua leitura. Deve ser planejado como um texto escrito que funcione para ser ouvido pelos telespectadores.
• Texto do videoteipe (VT): marcado pela mudança de imagem, que sai do estúdio de apresentação para imagens narradas por um repórter. Traz pequenas entrevistas com pessoas envolvidas com o fato noticiado, que podem ser pessoas com um conhecimento específico, relacionado ao fato, e/ou pessoas comuns, que expressam sua opinião ou relatam uma experiência de vida.
• Texto de fechamento: é marcado pela volta da imagem ao estúdio de apresentação, em que um dos apresentadores faz um breve comentário sobre o fato ou sobre o pronunciamento dos entrevistados.
• dois estudantes serão os apresentadores, que vão ler o texto principal e fazer o fechamento da notícia;
• um estudante será o repórter, que vai relatar as informações que não foram ditas pelos apresentadores e entrevistar pessoas envolvidas com o fato noticiado;
• coletivamente, elaborem o roteiro das perguntas que serão feitas aos entrevistados – é importante pensar que as perguntas devem ajudar a explicar a questão da alfabetização de crianças de 6 e 7 anos em seu município;
• dois estudantes serão responsáveis pela gravação das imagens dentro e fora do estúdio e pela edição dessas imagens; c) Agora que os grupos já foram organizados e as funções distribuídas, é preciso buscar informações sobre o assunto da notícia: a alfabetização de crianças de 6 e 7 anos em seu município. Para isso, sigam as orientações:
• todos os integrantes do grupo devem ser responsáveis pela redação do texto principal, do texto falado pelo repórter e pela elaboração das perguntas que serão feitas aos entrevistados.
• pesquisem o assunto em sites da prefeitura e em publicações da imprensa locais;
• entrevistem autoridades que estão por dentro do assunto, como o secretário municipal de educação, o diretor de uma escola que tenha os Anos Iniciais do Ensino Fundamental, uma pessoa com especialização, mestrado ou doutorado em educação etc.;
• converse com o entrevistado, solicitando consentimento para gravar a entrevista, e use a câmera do celular para coletar a imagem e toda a fala da pessoa entrevistada;
• entre outras questões, pode ser interessante para os telespectadores saberem:
I. quais são os índices de analfabetismo entre crianças de 6 e 7 anos no município – eles estão caindo, mantendose estáveis ou aumentando ao longo dos últimos 10 anos;
II. qual é o perfil (social, econômico, étnico) das crianças mais afetadas pelo analfabetismo;
III. o que o município tem feito para combater o analfabetismo nessa faixa etária;
IV. que os efeitos da pandemia de covid-19 ainda são sentidos atualmente;
V. como as famílias avaliam a escola em que seus filhos são alfabetizados; d) Com base nas informações coletadas, elaborem o texto principal e o texto que será falado pelo repórter. e) Com o material preparado, façam a gravação das imagens de estúdio, ou seja, das falas dos apresentadores. f) Divulguem as notícias produzidas pela turma no site da escola e em aplicativos de celular. g) Reflitam: como a notícia produzida por vocês pode ser importante para o combate ao analfabetismo em sua comunidade? c) Ajude os estudantes no agendamento das entrevistas e acompanhe a busca de informações, auxiliando-os a selecionar sites confiáveis. Seria interessante que os entrevistados fossem diferentes em cada grupo, para que houvesse diferentes versões do mesmo fato. d) É importante que esta parte seja realizada em sala de aula, a fim de que você possa acompanhar a redação das notícias, auxiliando na resolução de problemas. e) Verifique se há possibilidade de o estúdio ser improvisado em um espaço da escola. A gravação pode ser feita usando-se um celular. f) A divulgação é uma etapa essencial do processo de produção textual, seja na modalidade escrita, seja na modalidade oral. g) Incentive a reflexão dos estudantes, destacando que a repercussão dos dados pode ser uma importante estratégia no engajamento da comunidade no combate ao analfabetismo.
VI. Acrescentem outras questões que o grupo julgar importantes.
• Deem preferência a períodos curtos, pois eles são mais fáceis de serem entendidos quando escutados.
• Verifiquem se o texto está de acordo com as regras da norma-padrão, principalmente no que diz respeito às concordâncias verbal e nominal.
• Preparem um gráfico ou um infográfico com os dados coletados sobre os índices de analfabetismo entre crianças no município.
• Para a gravação, deve ser preparado um cenário que tenha iluminação adequada.
• Durante a gravação, os apresentadores devem alternar turnos de fala – cada turno pode englobar dois períodos do texto.
• Os apresentadores devem cuidar da pronúncia, que precisa ser clara, da entonação e dos gestos faciais e corporais, que não podem ser exagerados, pois a atenção do telespectador precisa estar no fato noticiado.
• A última etapa é a da edição, em que as imagens estáticas (gráficos e infográficos, por exemplo) e as imagens em movimento (dos apresentadores, do repórter e dos entrevistados) precisam compor um único texto.
• Nessa etapa, usem uma ferramenta de edição de vídeo, disponível gratuitamente na internet.
• Assim que terminarem, exibam os vídeos para os demais grupos e ouçam com atenção o que eles têm para falar. Depois disso, ainda é possível fazer eventuais mudanças.
Se necessário, solicite a orientação do professor de matemática para a produção dos gráficos ou infográficos. Na missão 3, os estudantes produziram infográficos. Se necessário, retome a discussão com eles.
Os adolescentes costumam ter facilidade para lidar com ferramentas digitais. Caso haja dúvidas, há sites e aplicativos gratuitos com orientações, como WeVideo (www.wevideo.com), Clipchamp (https://clipchamp.com/ptbr). Sua principal ação didática nesse momento é verificar se a edição deixou o texto televisivo coeso e coerente.
7o episódio: Mesmo tema, outro campo de atuação social
Poema
Este episódio tem como objetivo mostrar, a partir da apreciação de um poema, como um tema como o analfabetismo pode ser abordado também por um viés subjetivo.
Tempo previsto: 2 aulas.
Reconstrução da textualidade e compreensão dos efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos linguísticos e multissemióticos: EF69LP47, EF69LP48
Adesão às práticas de leitura: EF69LP49.
Produção de textos orais / Oralização: EF69LP53
Recursos linguísticos e semióticos que operam nos textos pertencentes aos gêneros literários: EF69LP54

Variação linguística: EF69LP55
Estratégias de leitura / Apreciação e réplica: EF67LP28
Respostas
1. A leitura silenciosa vai permitir aos estudantes a experiência de vivenciar o impacto de ler um texto escrito propositalmente fora das regras da variedade linguística de prestígio da língua.
7º EPISÓDIO: MESMO TEMA, OUTRO CAMPO DE ATUAÇÃO SOCIAL
Poema
Preparado para apreciar versos muito bem escritos e distantes das regras da variedade linguística de prestígio? É essa experiência que você vai viver neste episódio.
1. Leia silenciosamente o poema de Jota Neris.
João de Sousa Neris, conhecido como Jota Neris, nasceu no Mergulão, município de Aracatu, sertão baiano. Desde 1994, mora em Mata Verde, Vale do Jequitinhonha. É professor, graduado em Normal Superior (formação de professores para lecionar na Educação Infantil e nos primeiros anos do Ensino Fundamental) e membro da Academia Conquistense de Letras (Vitória da Conquista/BA). Lê e escreve poemas desde criança.
Dedo lambuzado
Cheguei pra votá e nisturinha vortá, intrei limpim sem tê nada sujado mais conde eu terminei eu logo se toquei que tava cum o dedo breado.
Passei pela conta da vergonha e num carece de segredo, paricia queu vinha dum carvuero, limpim o corpo intero, mais sujado a cabeça do dedo.
Fiquei de congote invergado, todo iscabrunhado feito um grande pamonha, a cara fechada pariceno um réu iscundida cum chapéu dibaxo da vergonha. Isturdia fui no posto pro dotô tirá um inzame, passei ôto vexame cum vergonha de novo, tava todo o povo cum os zoião desse tamãe butecado pra riba deu fazeno cara de careta só pruque esse besta dizia quinda num sabia assiná de caneta.
Conde eu saía desses canto eu já ficava cum medo, a coisa pra mim tava tão trapaiada queu já tinha a mão fechada pra inscondê a cabeça do dedo.
Mais teve um dia queu se retei e disse ansim: eu tem que toma um capricho, tô me sintino um lixo, deferente de todo mundo, cum esse meu dedo breado posso tá limpo e perfumado queu me sinto um sujismundo. a) Conte aos colegas as sensações que o poema despertou em você. b) Você já havia lido outro poema escrito em uma variedade linguística que não é prestigiada socialmente?
Num posso istudá as lei pra andá mais correto, num posso compra nos mercado sem preguntá o preço dos obijeto, num consigo intrá num oimbo sem tê pra fala o trajeto. Num sei pegá numa caneta pra iscrevê meus projeto, ninguém me iscreve uma carta de segredo pruque num fica secreto. já pirdi inté namorada qui vivia infezada pruque eu era um nafabeto.
Vô dexá de inrola, vô intrá numa iscola, aprendê desenhá meu nome, vô disbuiá o ABC e só dispois de sabê lê e iscrevê eu me sentirei um home.
2. Que tal experimentar e compartilhar com os colegas a leitura expressiva do poema? Cada um pode ler um verso da forma que achar mais emocionante.
• Por que se pode dizer que o uso dessa variedade linguística é fundamental na construção dos sentidos do poema?
3. O poema foi tirado de livro homônimo a) Observe a capa e responda: como você interpreta as imagens presentes nela? b) Resposta pessoal. b) Provavelmente porque essa foi uma forma que ele encontrou para homenagear o poeta e a forma como ele usa a língua. Além disso, pode ser uma maneira de sinalizar para o leitor que ele é como Jota Neris: alguém que valoriza o homem da roça, sua cultura e seu jeito de falar. b) Leia o texto publicado na orelha do livro, escrito pelo cantor e compositor Rubinho do Vale, nascido na cidade de Rubim, Minas Gerais.
Capa do livro Dedolambuzado, de Jota Neris.

Homônimo: que tem o mesmo nome; no caso, o livro tem o mesmo nome do poema.
2. a) Resposta pessoal. É importante que os estudantes tenham a oportunidade de expressar seus gostos e sensações: isso amplia as possibilidades de o poema se tornar significativo para eles, ainda que sejam pertencentes a uma realidade muito diferente daquela do eu lírico.
• O poema aborda a questão do analfabetismo por um viés subjetivo, muito diferente da forma como o mesmo tema foi abordado, por exemplo, na notícia lida no 1º episódio. A variedade linguística utilizada é coerente com a vida do eu lírico, que não teve oportunidade de frequentar a escola e tinha vergonha de ser um adulto analfabeto. Se fosse escrito na variedade linguística de prestígio, o poema soaria sem sentido para os leitores. É exatamente por isso que não se pode solicitar aos estudantes a reescrita do poema, adequando-o às normas da variedade linguística de prestígio: isso destruiria sua essência.
3. a) A capa traz a imagem de uma digital e de uma borracha. A primeira sinaliza o dedo lambuzado, de quem não sabe assinar e, por isso, precisa deixar a digital; a segunda sugere a vontade de apagar a digital, que marca e acompanha a vida da pessoa analfabeta.
4. O grande problema do eu lírico é o analfabetismo. Ele se mostra envergonhado, mesmo sem ter culpa de ser analfabeto. Os dados mostram que no Brasil há muitas pessoas que poderiam ser o eu lírico do poema, pois a taxa de analfabetismo entre pessoas adultas é ainda muito alta.
Que lindeza viajar nos versos de Jota Neris. Voltei, vivi, sonhei, sofri de saudade. Saudade dói, mas é boa. Eis aí a função do poeta: fazer a gente “ser criança que gargalha e chora”.
Passiando pel’universo sertanejo que o sinhô conhece tão bem, sêo Jota, Cuma é cocê iscreve bunito camarada! Quem viveu ô vévi na roça incanta cum seus iscritos e sua catiguria.
Catinguêra é sua fala, sua alma, sua calma e sua sabiduria.
Ocê buscô instrução para defendê sua cultura, poetizar sua terra e inaltecê a vida sertaneja. Tenho que parabenizá o sinhô pela sua trova, sua corage e seu amô pelo seu lugá.
Você é sensível, original, rico e pobre, autêntico.
Ser poeta é isso, você mesmo diz.
Ocê é lutador, trovador, poeta feliz.
É Jota de joia, de jorrar
De jiló e juá
De junta, justiça e junção
De Jesus, José e João
De jequi e jirau
De Jatobá, Jequitibá e Jacarandá, De Juremas e Jardins das matas verdes.
• Levante uma hipótese para explicar por que Rubinho do Vale escolheu escrever sua resenha em uma variedade linguística que não é prestigiada socialmente?
4. Como o grande problema enfrentando pelo eu lírico do poema se relaciona com os dados a seguir, estudados no 1º episódio?
Números do analfabetismo no Brasil por região em 2019
Região: Norte
60 anos ou mais: 25,50
15 anos ou mais: 7,60
Região: Nordeste
Região: Centro-Oeste
60 anos ou mais: 16,60
15 anos ou mais: 4,90
60 anos ou mais: 37,20
15 anos ou mais: 13,90
Região: Sudeste
60 anos ou mais: 9,70
15 anos ou mais: 3,30
Região: Sul
60 anos ou mais: 9,50
15 anos ou mais: 3,30
Fonte: AGÊNCIA BRASIL. Taxa cai levemente, mas Brasil ainda tem 11 milhões de analfabetos. Uol Notícias [S. l.], 15 jul. 2020. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-brasil/2020/07/15/taxa-cailevemente-mas-brasil-ainda-tem-11-milhoes-de-analfabetos.htm. Acesso em: 21 abr. 2022.
Com quantas estrelas você avaliaria a sua missão de compreender que é preciso se apropriar das estratégias dos redatores de notícias para não se deixar manipular pela mídia e usar a informação como ferramenta para mudar o mundo? Para refletir sobre o que foi estudado ao longo desta missão, participe de uma roda de conversa com os colegas e falem sobre as questões organizadas no portal 1 (avaliação) e no portal 2 (autoavaliação).
Portal 1
Quais são as características principais de uma notícia?
Em que tempo e modo o verbo é geralmente flexionado no título de notícias?
Por que os verbos são flexionados nesse tempo e modo nos títulos de notícias?
Por que a notícia não pode ser definida como um relato imparcial dos fatos?
Qual é a importância dos verbos de dizer na redação de notícias?
O que é jornalismo sensacionalista?
Como são formadas as siglas?
Quais são as principais partes de uma notícia de TV?
Portal 2
Você se sente um leitor que percebe as estratégias do redator e consegue elaborar as próprias conclusões ao ler uma notícia? Fale para os colegas.
Você consideraria a possiblidade de ser um jornalista profissional depois de vivenciar esse papel ao longo desta missão?
Você acha que o uso de siglas torna mesmo o texto mais ágil?
Você gostou de vivenciar o papel de produtor de notícia para a TV? Por quê?
Ler o poema “Dedo lambuzado” aumentou sua empatia com pessoas que não tiveram a oportunidade de se alfabetizar?
Salvando O Progresso
É importante que os estudantes tenham a oportunidade de avaliar o que foi estudado e de autoavaliar sua aprendizagem. No portal 1, avalie a aprendizagem dos estudantes acerca dos objetos de conhecimento trabalhados ao longo da missão. No portal 2, os estudantes terão a oportunidade de avaliar a própria aprendizagem, a partir de perguntas que fomentam a manifestação da subjetividade diante dos objetos estudados. Durante a realização da roda de conversa, oriente os estudantes a exercer a escuta atenta, respeitando os turnos de fala. Enquanto para as perguntas do portal 1 há respostas objetivas, que podem ser avaliadas como certas, parcialmente certas ou erradas, para as perguntas do portal 2 é impossível exigir respostas padronizadas.
Tempo previsto: 1 aula.
Portal 1
As características da notícia foram estudadas ao longo dos episódios 1, 2 e 3. A questão do jornalismo sensacionalista foi introduzida no 3º episódio. As siglas foram estudadas no 4º episódio. A notícia de TV foi estudada no 6º episódio.
Portal 2
Respostas pessoais.
Miss O 8
Nesta missão, o campo de atuação predominante é o das Práticas de estudo e pesquisa, com destaque para o estudo com o gênero História em quadrinhos (HQ), de divulgação científica. Outro campo de atuação abordado nesta missão é o da Vida pública, com destaque para o gênero Projeto de lei
Os Temas Contemporâneos Transversais (TCTs) em destaque nesta missão são Educação Ambiental e Ciência e Tecnologia
Inicie pedindo aos estudantes que observem a imagem da abertura e pergunte se conseguem identificar qual é o animal em destaque. A imagem é de uma abelha mamangava (Xylocopa frontalis), conhecida por polinizar principalmente o maracujá-amarelo. Solicite aos estudantes que relacionem a imagem com a onomatopeia do título da missão, que simula uma “conversa” entre abelhas. Em seguida, leia com eles o Roteiro da missão: é importante que compreendam, ainda que introdutoriamente, o que estudarão. Enquanto lê, pergunte a eles se consideram as habilidades que serão desenvolvidas ao longo desta missão realmente importantes. Como já foi salientado anteriormente, pedir aos estudantes que se coloquem diante do roteiro do que aprenderão é fundamental na construção da autonomia e do protagonismo.
