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PROJETO ARTÍSTICO-LITERÁRIO RODA DE CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS
Você teve a oportunidade de ler histórias que estão guardadas na memória dos mais velhos, os guardiões da memória, e de ampliar seus conhecimentos sobre a cultura de alguns povos indígenas. Que tal se você experimentasse contar aos mais novos essas histórias e outras que fazem parte da sua comunidade?
Pensando Na Conta O De Hist Ria
1. Você se lembra de ter escutado histórias? Já participou de uma roda de contação de histórias? Conte a sua experiência aos colegas.
2. Hoje é possível escutar histórias também na internet. Acesse o link www.youtube.com/watch?v=67zhbcp8iLI (acesso em: 13 abr. 2022) e assista a um trecho de um vídeo - entre 24:26 e 46:46 - em que cinco contadores de história são entrevistados e falam sobre como se preparam para contar suas histórias.
Na imagem, da esquerda para a direita, bajaras têm dificuldades para manter sua identidade ancestral. Os Krenaks se esforçam para manter viva a sua língua, os Borun, assim como os jovens umutinas, lutam por resgatar a língua tradicional falada pelos seus antigos. Os Kaingangs têm sérias dificuldades para manter viva sua cultura. c) Exercício procedimental.

Distribua os temas da pesquisa entre os estudantes de maneira que todos os dez povos sejam contemplados. Depois que cada estudante escolher um dos povos, eles devem reler as informações que se encontram no livro de Daniel Munduruku em busca de perguntas que poderão ser respondidas durante a pesquisa. Por exemplo, sobre o povo Kurâ-Bakairi é dito que a gama de rituais é riquíssima e que são usadas máscaras ancestrais. Assim, em sua pesquisa, o estudante pode partir em busca desses rituais e dessas máscaras, tentando responder às seguintes perguntas: que rituais são realizados pelo povo Kurâ-Bakairi? Como são os tipos de máscaras usados por eles nesses rituais? Essas perguntas são só o ponto de partida, pois eles podem encontrar outras informações que julgarem mais interessantes. Lembre-os de identificar a fonte da pesquisa. Durante a socialização, os estudantes podem comparar as informações encontradas e você pode sistematizá-las no quadro para que eles as copiem no caderno e as usem para ampliar as informações apresentadas no livro lido. Você também já pode explicar que eles poderão utilizar essas informações no projeto a) Comente com os colegas: você conhece algum desses contadores? Quais? b) Dos pontos abordados no vídeo, qual(is) pode(m) servir de dica para a contação de história da turma? c) Escolha uma história contada por um desses contadores e assista-a. Para isso, você deve entrar no canal do contador de história escolhido ou procurar seus vídeos em um site de busca.
Durante o vídeo, observe os elementos a seguir:
• estrutura da história;
• voz (variação de volume, altura, ritmo etc.);
• expressões gestuais e faciais;
• materiais usados para auxiliar na contação da história (se houver); d) Lembre-se da experiência que você teve de contar história na seção anterior e discuta com os colegas: de qual experiência mais gostou, contar ou escutar história? De que maneira essas experiências se complementam?
• se há um jeito especial de iniciar e/ou finalizar a história.
Não se esqueça de anotar o nome da história, do contador e o link. Socialize com os colegas suas impressões.
3. Releia o início do conto “Como nossos pais recriaram o povo Paiter Suruí”.
Há muito tempo, Nossos Pais criaram todo o nosso povo. Era muita gente, vivíamos felizes na floresta, gostávamos de caçar e andar pelo mato. Um dia, enquanto caçávamos, as onças nos comeram. Elas eram muitas! Depois, elas levaram embora os nossos ossos e penduraram numa corda, em uma estradinha que ia do rio até a porta de suas tocas.
As onças comeram todo o nosso povo e não existia mais ninguém. Nossos Pais, que tinham nos criado, ficaram sozinhos, sem gente no mundo.
Um dos Nossos Pais, sozinho em sua maloca, estava pensando em uma maneira de recuperar os ossos dos seus filhos. Nesse momento, apareceu o veado-mateiro tocando sua flautinha e cantando uma música assim:

Povo dos Makarabei esperem por mim descansando no calor da pedra. a) Com o colega, faça as adaptações necessárias nesse trecho para recontá-lo. Por exemplo, se você não pertence ao povo Suruí, você terá de ajustar o tipo de narrador, pois no texto original ele se assume como pertencente a essa etnia. Indique, ainda, as palavras e partes que você não pode deixar de falar –como faz a contadora Carol Levy. b) Quais gestos ou expressões faciais, instrumentos musicais, objetos ou músicas poderiam ser usadas para auxiliar a contação do trecho da história? Como seria a melodia da canção da flauta do veado-mateiro? tadores. Fafá fala que cada um tem o próprio jeito de decorar os textos, mas comenta também a importância da escolha da história e do repertório. Denise e Cristiano falam sobre a relação entre a interação do público e a inserção de novos elementos nas histórias. Ele também fala da importância de ficar pensando e retomando a história muitas vezes. Carol cita a necessidade de reconhecer a essência da história. Para isso, é necessário identificar a estrutura da história e depois pensar em como ela pode ser contada. Fala também que destaca as palavras no texto que ela não pode deixar de falar.
Se achar adequado, selecione outros trechos para assistir com os estudantes:
2:06 a 9:25 – Apresentação dos convidados.
10:40 a 23:23 – Resposta à pergunta sobre o porquê de contarem histórias.
23:24 a 46:48 – Resposta à pergunta sobre como eles se preparam para contar as histórias.
49:42 a 1:28:58 – Resposta à pergunta sobre como escolhem as histórias e se gostam e/ou usam objetos na contação das histórias.
1:29:14 a 1:53:37 – Resposta à pergunta sobre a importância de se contar histórias na pandemia. Caso os estudantes não consigam acessar o vídeo, peça a eles que façam uma pesquisa na internet em busca de entrevistas, relatos ou vídeos artístico-literário, quando forem falar, na roda de contação de histórias, sobre os povos indígenas.
5. Resposta pessoal.
Caso os estudantes tenham dificuldades em analisar as fotografias, ajude-os a observar os diferentes grafismos nas pinturas corporais dos Paiter Suruí, Krenak, Kadiwéu e Umatina; a máscara ancestral dos Kurâ-Bakairi; os tipos e os materiais usados nos adereços; os objetos que carregam e o que fazem; as suas expressões faciais etc.
6. Resposta pessoal.
Depois da conversa com a turma, incentive os estudantes a escreverem, de fato, a carta para o escritor relatando a experiência com a leitura do livro Vozes ancestrais: dez contos indígenas
PROJETO ARTÍSTICO-LITERÁRIO
Roda de contação de histórias
As atividades desta seção visam à realização de uma roda de contação de histórias.
Tempo previsto: 4 aulas.
Reconstrução das condições de produção, circulação e recepção / Apreciação e réplica: EF69LP44, EF69LP46
Reconstrução da textualidade e compreensão dos efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos linguísticos e multissemióticos: EF69LP47.
Produção de textos orais / Oralização: EF69LP53
Recursos linguísticos e semióticos que operam nos textos pertencentes aos gêneros literários: EF69LP54
Estratégias de leitura / Apreciação e réplica: EF67LP28
Contextos e práticas: EF69AR16
Pensando Na Conta O De Hist Ria Respostas
1. Exercício procedimental.
2. a) Resposta pessoal.
b) Resposta pessoal.
Os estudantes devem destacar algo que acharam útil para a preparação da contação de histórias que farão. Samara disse, por exemplo, que faz uma pesquisa sobre o escritor e se conecta com a história, conhecendo-a bem. Já Marina fala sobre a escolha dos textos e diz que reescreve o texto para decorar a história mais facilmente. Ela também destaca a importância do repertório, ou seja, de conhecer histórias e escutar outros con- em que esses contadores (ou outros conhecidos) falam sobre como se preparam para contar suas histórias. c) Exercício procedimental. d) Resposta pessoal. b) Exercício procedimental. c) Exercício procedimental.
Para escolher a história, os estudantes devem entrar no canal desses contadores, assistir às histórias que mais lhes interessar e escolher uma delas. Eles podem, ainda, acessar esses vídeos, fazendo uma pesquisa em um site de busca a partir do nome dos contadores. Caso os estudantes conheçam alguma história ou algum contador de história da internet e queira usar o vídeo, incentive-os a analisá-lo. Escolha um ou dois vídeos selecionados pelos estudantes e assista-os em sala para que você possa comentar e discutir com a turma as análises.
3. a) Exercício procedimental.
Informe aos estudantes que eles podem fazer uma breve introdução para a história, além de comentá-la ao final. Dessa forma, eles podem explicar de que povo é a história, assim como apresentar informações sobre ele.
Os estudantes devem sugerir gestos e sons que podem ser feitos no trecho. Por exemplo, ao final do trecho “Um dia, enquanto caçávamos, as onças nos comeram”, pode-se imitar ou inserir os esturros das onças. Pode-se também tocar flauta para acompanhar a música do veado-mateiro. Caso o estudante não saiba tocar nem tenha o instrumento, ele pode sugerir a ação com os gestos.
É importante que os estudantes saibam criticar educadamente e receber as críticas para que possam se aprimorar na técnica de contação de histórias.
PREPARANDO E ENTRANDO NA RODA
1. É importante que os estudantes deem ideias de como organizar a roda de contação de histórias.

• Exercício procedimental.
Chame atenção dos estudantes para a diferença do gênero cartaz de divulgação e convite. Embora as informações, como data, horário e local apareçam em ambos, a forma como elas são apresentadas é diferente.
Atalho
Para nós, indígenas, a música é um instrumento importante de socialização, mas também de ligação com nossos ancestrais. Quais instrumentos musicais indígenas você conhece? Para escutar o som de alguns deles, assista ao vídeo “Conhecendo instrumentos indígenas”, disponível em: www. youtube.com/watch?v=r3IRs8rgIvg (acesso em: 13 abr. 2022).
A ocarina é um instrumento musical de sopro, criado pelos indígenas, que pertence à família das flautas.

c) Depois de planejar e treinar o reconto, cada dupla deve contar o trecho para a turma. Depois, conversem sobre as performances das duplas.
Preparando E Entrando Na Roda
1. A turma e o professor devem decidir quando e onde a roda de contação de história será realizada: no pátio da escola, na biblioteca, em uma praça da cidade? Conversem também sobre quem serão os convidados e como pretendem organizar essa roda em relação ao espaço escolhido.
• Depois que decidirem essas questões, façam um cartaz de divulgação do evento se for aberto à comunidade ou um convite se não for. Vejam alguns exemplos.
2. Pensem na organização da roda.
a) Quais histórias do livro de Daniel Munduruku serão contadas? Elas serão contadas individualmente ou em grupo? Depois de conversar com a turma, anote no caderno o que for decidido.
b) Que tal se escolhessem histórias contadas pelos mais velhos que convivem com vocês, histórias que falassem sobre a comunidade? Quais seriam e quem ficaria responsável por contá-las? Faça as anotações no caderno.
c) Além de contar histórias da comunidade, vocês podem convidar alguém para contá-las. Pensem em conhecidos que gostam de contar histórias e/ou façam uma pesquisa com seus familiares.
3. Agora, preparem a história para contá-la durante o evento. Lembrem-se de memorizar a história e contá-la com o coração! Não se esqueçam de falar também o que aprenderam sobre o povo a que a história pertence.
4. Para que o público se prepare para a contação de história, a turma, além de decorar o espaço, deve colocar músicas. Escolham músicas de artistas indígenas e de artistas locais caso vocês tenham optado por contar também histórias da comunidade. Reserve um momento para citar os nomes das músicas e dos cantores escolhidos para tocar e, se for possível, fale um pouco sobre eles.
Avaliando O Projeto
1. Converse com a turma: b) Exercício procedimental. c) Exercício procedimental. lação da Tribo, formada por indígenas guajajaras; Kaê Guajajara; o grupo de reggae Sonissini Mavutsini, formado por povos do Xingu etc. Depois da pesquisa, os estudantes devem escolher as músicas e justificar a escolha. A ideia é apresentar ao público a diversidade musical dos povos indígenas, assim como ambientar o momento da contação das histórias, portanto devem avaliar o momento ideal para cada música escolhida. É importante também reservar um momento para citar os nomes das músicas e dos cantores e falar brevemente sobre eles se possível. Para isso, os estudantes devem anotar os nomes das músicas, dos cantores e as fontes durante a pesquisa. Um grupo pode ficar responsável por gravar essas músicas e discutir com a direção da escola os recursos necessários para a reprodução delas durante o evento, como caixas e aparelhos de sons, microfones (se for o caso). O grupo também deve ficar responsável por montar e testar os aparelhos antes do evento e devolvê-los depois.
• O que você aprendeu ao realizar este projeto sobre as identidades e as culturas indígenas brasileiras?
• Como você avalia a sua participação na roda com os colegas, contando e escutando histórias?
Fale sobre as emoções experimentadas, seu grau de envolvimento com as atividades, sua performance durante a contação da história: você conseguiu usar expressões para marcar a passagem do tempo, articular as partes do enredo, caracterizar o cenário e as personagens? Conseguiu modular a voz e usar gestos e expressões faciais para marcar as diferentes vozes do texto, dar ritmo à narrativa etc.?
• Como você avalia a reação do público: eles participaram durante a contação das histórias? Conseguiram se ambientar? Gostaram das músicas e das histórias selecionadas?
2. a) Exercício procedimental.
A turma deve estabelecer uma quantidade de histórias em função da duração do evento. Seria interessante para a dinâmica do evento ter histórias contadas por mais de um estudante. Os que se sentirem mais preparados ou desinibidos podem contar histórias sozinhos.
Seria interessante que os estudantes fizessem uma pesquisa com os familiares com o intuito de buscar essas importantes histórias que merecem ser repassadas de geração em geração.
Caso os estudantes tenham alguém na família ou na comunidade que seja conhecido por contar histórias ou que goste de contar histórias, incentive-os a convidar essa pessoa para participar do evento.

3. Exercício procedimental.
Os estudantes podem contextualizar a história antes de iniciar a contação e ampliar as informações sobre os povos indígenas depois. O importante é que eles apresentem, de alguma forma, os povos que aparecem no livro de Daniel Munduruku.
4. Exercício procedimental.
AVALIANDO O PROJETO
1. Exercício procedimental.
Se achar interessante, os estudantes podem fazer a autoavaliação de forma individual por escrito e, depois, com todo o grupo em roda, oralmente. Ajude-os a entender que esse momento é importante para a sistematização do que foi estudado, do caminho que foi percorrido e a projeção do que merece ainda ser apropriado.
Na missão 6 deste volume, os estudantes conheceram alguns músicos indígenas contemporâneos. Se achar necessário, amplie a pesquisa sobre esses cantores. Eles devem perceber a importância da música para os povos indígenas e que cada música tem uma função específica. Para se inteirar sobre a música indígena, você pode escutar o podcast “Música Indígena, com Marlui Miranda” (www.youtube.com/ watch?v=cmkjDOjutVg; acesso em: 11 maio 2022), que fala sobre a função da música para os seres humanos e apresenta músicas ancestrais que remontam desde milhares de anos até o momento atual. No vídeo “Indígenas e o significado das músicas” (www.youtube.com/watch?v=M16rer1De0I; acesso em: 11 maio 2022), o katukina Vina Varinawa fala sobre a função da música para seu povo e a relação do violão com a música indígena, além de cantar suas músicas. Os estudantes vão encontrar muitos sites que citam nomes de artistas indígenas contemporâneos, como Ademilson Umutina (representante da música sertaneja indígena); o grupo musical Arandu Arakuaa (primeira banda brasileira a cantar heavy metal em tupi-guarani); o grupo guarani-kaiowa Brô Mcs (primeiro grupo de rap indígena) ou a cantora Katú; Djuena Tikuna; Edivan Fulni-ô; o krukutu Kunumí MC (considerado o primeiro indígena artista de rap solo); Nory Kaiapo; a banda de forró Reve-
AVATAR LITERÁRIO 2 A vida nos livros
Neste projeto artístico-literário, os estudantes lerão a biografia Malala, a menina que queria ir para a escola, da autora Adriana Carranca. O projeto a ser desenvolvido, após a leitura de todo o livro, é um documentário. Propomos que este projeto seja desenvolvido no segundo semestre letivo. Dessa forma, é importante que seja previsto o tempo necessário para o desenvolvimento de cada uma das cinco etapas:
1. Motivação: atividades que aproximam os leitores da obra e que provoquem a “fome” de leitura por meio da ativação de conhecimentos prévios dos estudantes e formulação de hipóteses sobre o texto que se lerá.
2. Introdução: atividades cujo foco é o contexto de produção da obra literária, apresentando, principalmente, a autoria. 3. Leitura e interpretação (parte I): leitura de um trecho da obra, com atividades que trabalham a subjetividade do leitor e a compreensão textual. 4. Leitura e interpretação (parte II): orientação para a leitura da obra na íntegra, com proposta de intervalos de leitura e atividades de compreensão textual. 5. Projeto artístico-literário: orientação, com passo a passo, para a elaboração do produto e/ou evento a ser realizado na escola. Para que os estudantes consigam realizar as atividades deste projeto artístico-literário, todos devem ter acesso à obra de Adriana Carranca. É possível que eles a encontrem na biblioteca da escola, pois ela faz parte do acervo do PNLD Literário 2020.
Competências Gerais da Educação
Básica: 1, 3, 4, 5, 8, 9, 10
Competências Específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental: 1, 2, 3, 5, 6
Competências Específicas de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental: 1, 2, 3, 5, 7, 9, 10
Competências Específicas de Arte para o Ensino Fundamental: 2, 5, 7