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6º EPISÓDIO: MOSTRA DE CURTAS NA ESCOLA

No 5º episódio, você escreveu um conto fantástico. Neste episódio, vai remidiar o seu texto em um curta-metragem para ser exibido na “Mostra de curtas na escola”, ou seja, vai transformar um texto escrito em uma produção multissemiótica, que usa linguagem visual, sonora, corporal e verbal. A ideia é mostrar à comunidade escolar sua aptidão para inventar histórias que podem provocar tensão e medo nos espectadores.

1. O que é um curta-metragem? Você tem hábito de assistir a esse tipo de produção audiovisual? Se sim, como e onde costuma acessar os filmes? Fale aos colegas.

2. Para iniciar o trabalho de produção dos curtas da turma, organizem-se em grupos de 3 a 5 estudantes e sigam as orientações: a) os curtas a serem produzidos deverão ter entre 2 e 6 minutos de duração, contando os créditos; b) o grupo deve escolher, entre os contos produzidos no 5º episódio, qual vai ser remidiado, ou seja, transformado em curta. Leiam, coletivamente, todos os contos e escolham aquele que o grupo considerar que tem mais potencial para ser transformado em um curta fantástico e deixar os espectadores com os pelos da nuca arrepiados. Não se esqueçam de que um bom título é fundamental para atrair a atenção; c) escolhido o conto, chegou o momento de produzir o roteiro que vai direcionar a gravação do curta. Um bom roteiro é um dos segredos para produzir um bom curta. Escrevam as cenas do roteiro do curta, a partir do conto escolhido, indicando onde, quando e como elas acontecerão. Vejam um modelo feito para o trecho inicial do conto “A porta aberta”, considerando a cena 1.

Cena

1: Sala de estar que tem uma porta grande aberta.

Final da tarde.

(Vera, usando um vestido longo e com os cabelos trançados, está sentada no sofá e, quando o sr. Nuttel, vestindo um terno, com chapéu e bengala na mão, toca a campainha, ela se levanta para atender calmamente. Enquanto isso, ao fundo, ouve-se uma música suave que diminui de intensidade quando a garota se dirige para a porta de entrada, abrindo-a. Nesse momento, a câmera se abre mostrando Vera e o sr. Nuttel).

Vera (usando um tom de voz tranquilo e amistoso): Minha tia vai descer logo, sr. Nuttel. Enquanto isso, o senhor pode ir me aguentando.

(Ambos se dirigem para o interior da sala e Vera sugere ao sr. Nuttel que se sente em uma confortável cadeira.)

Curta-metragem, ou simplesmente curta, é um filme de pouca duração. Geralmente, são considerados curtas filmes com duração de até 30 minutos. Entretanto, a depender dos regulamentos de festivais e mostras de cinema, esse tempo pode variar para mais ou para menos. Mas um curta não pode ser um filme de duas horas! Esse é um longa-metragem.

6o episódio: Mostra de curtas na escola

Neste episódio, os estudantes vão realizar a produção de curtas-metragens para a mostra de curtas na escola. Eles serão produzidos a partir dos contos fantásticos escritos no 5º episódio. O objetivo é que os curtas sejam exibidos na mostra a fim de prestigiar o trabalho desenvolvido. Esses vídeos também poderão ser compartilhados nas redes sociais dos estudantes e da escola com o objetivo de ampliar as possibilidades de apreciação para além dos muros da comunidade escolar.

Tempo previsto: 2 aulas. Não estão sendo computados o tempo de gravação e edição dos curtas nem o dia para exibição na mostra.

Reconstrução das condições de produção, circulação e recepção / Apreciação e réplica: EF69LP46

Relação entre textos: EF69LP50

Consideração das condições de produção / Estratégias de produção: planejamento, textualização e revisão /edição: EF69LP51

Produção de textos orais: EF69LP52 os curtas-metragens, é preciso garantir que eles conheçam esse tipo de produção audiovisual. Incentive-os a relatarem suas experiências com curtas e como fazem para acessá-los, caso tenham hábito de assistir. Existem diferentes plataformas digitais que disponibilizam gratuitamente curtas de diferentes gêneros: terror, sci-fi, arte, documentários etc.

Para realizar as atividades desta seção, é fundamental que os estudantes utilizem celulares e/ou tablets com acesso à internet na escola. A gravação do curta pode ser feita em casa, na escola ou em outro local que os estudantes avaliarem como adequado. É importante considerar esse tempo de execução do projeto em seu planejamento.

Caso queira ampliar a discussão sobre curtas-metragens, acesse a matéria “O que é curta-metragem? Entenda a proposta e o conceito dessa arte!”. Disponível em: https://laart.art.br/ blog/o-que-e-curta-metragem. Acesso em: 9 abr. 2022. No site, você pode assistir a curtas premiados, como Hair love, produzido pela Sony Pictures Animation, que venceu o Oscar de melhor curta em 2020. Essa produção aborda a relação de uma menina negra com seu cabelo e a atuação de seu pai nesse processo. Embora não trate do tema da missão, esse curta pode ser apresentado aos estudantes em outra oportunidade que você julgar pertinente para tratar sobre questões relacionadas à valorização das pessoas afrodescendentes e ao combate ao racismo.

2. Sugerimos que os grupos de trabalho sejam menores para que, ao final, a turma tenha produzido uma quantidade de curtas que possa compor a mostra de curtas da escola. Caso necessário, o trabalho pode ser organizado da forma como você avaliar ser mais pertinente.

Segundo a BNCC (p. 486), “Remidiação é o processo pelo qual um gênero ou enunciado migra de uma mídia a outra. Esse processo acelerou-se tanto na Web 2.0 que provocou um funcionamento transmídia, isto é, um processo em que artefatos culturais (e comerciais) passam sucessivamente através das diversas mídias, incentivando o consumo, de tal forma que um mesmo personagem famoso está em livros, no cinema, na TV, em chaveiros, camisetas, mochilas e até em garrafinhas de água mineral”. O uso desse termo se justifica por se tratar de uma ação que faz parte das práticas de letramento vivenciadas, especialmente, na Web Os estudantes, ao produzirem um conto fantástico e criarem um roteiro para transformá-lo em curta-metragem, vão experienciar, no âmbito escolar, esse processo que implica usos de diferentes linguagens. É importante oferecer oportunidades para que eles se apropriem de um vocabulário e possam ter maior domínio dos usos da linguagem em suas práticas sociais.

Respostas

1. Para que os estudantes possam produzir a) Determinamos os tempos mínimo e máximo para que os estudantes possam produzir vídeos com tamanhos que sejam mais adequados a uma mostra de curtas na escola. A ideia é que eles consigam condensar a narrativa a ser remidiada, trabalhando com o que for essencial. Se você avaliar como necessário, altere esse intervalo. b) Caso haja discordâncias no momento de escolher o conto a ser remidiado, sugira aos estudantes fazerem uma votação. Se houver tempo e disposição da turma, os grupos podem produzir mais de um curta. c) Leia com os estudantes o modelo de roteiro a fim de que eles percebam que é necessário fazer adaptações em relação ao texto original. Fazer o roteiro não é repetir todos os trechos do conto, mas indicar onde e quando as cenas vão ser gravadas e como essa gravação será feita. É preciso indicar como as falas devem ser ditas também. e) Caso avalie como pertinente, sugira aos estudantes que assistam ao vídeo “Como gravar vídeos com celular do jeito certo”, disponível em: www. youtube.com/watch?v=dUvcMvG5IXI. Acesso em: 9 abr. 2022.

Para ampliar a discussão sobre a produção dos roteiros, acesse o site da Academia Internacional de Cinema e veja algumas dicas. Disponível em: www.aicinema.com.br/roteiros-decurtas. Acesso em: 9 abr. 2022.

Se julgar conveniente, compartilhe com os estudantes alguns sites em que os efeitos sonoros estão disponibilizados de forma gratuita, como: https://99sounds.org/; https:// elements.envato.com/pt-br/soundeffects; https://freesound.org (acessos em: 9 abr. 2022). Já o site https:// pixabay.com/pt/music/search/genre/ suspense (acesso em: 9 abr. 2022) apresenta diversas músicas que podem contribuir com a atmosfera de tensão e suspense do curta. Vale ressaltar que os sites indicados são em inglês e que o professor de língua inglesa pode ser convidado para participar da produção da mostra de curtas na escola.

Cena 1: Sala de estar que tem uma porta grande aberta.

Final da tarde.

Sr. Nuttel (a voz do sr. Nuttel está entediada e ele fala apenas para si mesmo, olhando para Vera e para o entorno da sala. A mesma música suave se faz ouvir ao fundo): “Duvido que essas visitas a pessoas estranhas vão contribuir para o meu tratamento dos nervos. Não sei por que fui ouvir a minha irmã. O que eu digo para essa mocinha enquanto sua tia não desce? Será que a sra. Sappleton faz parte do time das pessoas agradáveis?” d) Com o roteiro pronto, o grupo deve se organizar e decidir quem vai representar e quem vai ficar atrás da câmera. Além disso, é preciso pensar na maquiagem, no figurino, na locação e no cenário. Os atores devem ensaiar bastante para que, no momento da gravação, tudo funcione adequadamente. e) Antes de iniciarem as filmagens com o celular ou tablet, acessem a internet e assistam a vídeos que dão dicas de como fazer boas gravações. Vejam a seguir algumas observações que podem auxiliar o grupo no momento da gravação do curta. f) A gravação das cenas do curta foi feita. Agora é o momento de editar o material produzido. Acessem a internet e procurem programas, aplicativos ou softwares gratuitos de edição de vídeo. Vejam a seguir algumas observações. g) Antes de organizarem a mostra de curtas na escola, façam uma prévia na sala de aula para que os grupos possam compartilhar os curtas produzidos. h) Combinem com o professor o dia e o local para a mostra de curtas na escola. Verifiquem se há equipamentos adequados para a projeção dos curtas. É fundamental que os convidados possam ver e ouvir adequadamente para a experiência ser realmente de tirar o fôlego. i) Criem cartazes para divulgar a mostra de curtas na escola e compartilhem em suas redes sociais e nas da escola. Vejam a seguir informações que não podem faltar no cartaz. j) Depois da mostra, compartilhem os curtas produzidos pela turma nas redes sociais da escola e em grupos de mensagens para que outras pessoas possam apreciar o trabalho autoral que vocês realizaram.

• Elaborem o roteiro do curta a partir do conto escolhido pelo grupo. Não se esqueçam de indicar os efeitos sonoros que vão compor as cenas. Em curtas fantásticos, a trilha sonora pode ser uma aliada importante para a construção do clima de suspense e tensão. Existem sites gratuitos em que sons diversos podem ser baixados e usados.

• Não é necessário gravar as cenas na sequência, pois no momento da edição é possível montá-las na ordem certa.

• A luz é um elemento que pode ampliar a sensação de tensão e medo no curta. Por isso, fiquem atentos a ela.

• A qualidade do som é essencial para prender a atenção do espectador. Evitem ambientes barulhentos e, se possível, usem microfones para ampliar o volume. É importante também que os “atores” pronunciem as palavras de forma clara, em um tom de voz adequado para a cena.

• Se for necessário, repitam a gravação das cenas até que o grupo avalie que a qualidade está adequada.

• Os cortes ditam o ritmo do curta: mais cortes devem acelerar a narrativa e menos cortes devem torná-la mais lenta. Esse elemento é importante para que o tempo do curta fique dentro do intervalo de 2 a 6 minutos.

• Durante a edição, insiram os efeitos sonoros previstos no roteiro. Uma música pode sinalizar para o espectador, por exemplo, que o clímax da história se aproxima.

• Não se esqueçam de inserir os créditos: diretor, ator, maquiador, roteirista etc.

• Nome do evento.

• Data, local e horário do evento.

• Informações sobre o conteúdo do evento.

• Informações sobre os organizadores do evento.

BÔNUS f) O processo de edição dos vídeos pode ser feito de forma coletiva caso a escola conte com uma sala de informática. Se isso não for possível, os estudantes podem utilizar os próprios celulares para fazer o trabalho de edição em sala de aula. Existem softwares gratuitos disponíveis, como Beecut, InShot, FilmoraGo, Kwai, KineMaster, TikTok, Magisto, entre outros, que podem ser utilizados. g) É fundamental promover essa exibição dos curtas produzidos antes da mostra para que possam ser apreciados pelos pares. Promova uma roda de conversa para que os estudantes relatem como foi a experiência, quais foram os maiores desafios e se ficaram satisfeitos com o resultado. O desenvolvimento de uma sensibilidade estética por parte dos estudantes passa pelo compartilhamento de gostos, de impressões, de críticas. h) Combine com os estudantes onde e quando a mostra de curtas vai acontecer. Seria interessante que familiares e amigos, além da comunidade escolar, pudessem participar como espectadores.

Fique por dentro de festivais de curtas-metragens e outras produções audiovisuais acessando o site da Associação Brasileira de Cinematografia. Disponível em: https://abcine.org.br/site/ category/festivais. Acesso em: 9 abr. 2022.

7o episódio: Mesmo tema, outro campo de atuação social Reportagem de divulgação científica

Neste episódio, a partir da leitura de duas reportagens de divulgação científica, os estudantes vão analisar o medo sob a ótica da Ciência: ambas as matérias abordam uma pesquisa que busca explicar o que acontece com o cérebro quando assistimos a filmes de terror. Um dos objetivos é propiciar a comparação dessas reportagens a fim de desenvolver habilidades relacionadas ao fazer científico, como a comparação de informações sobre o mesmo tema.

Tempo previsto: 3 aulas

Reconstrução das condições de produção e recepção dos textos e adequação do texto à construção composicional e ao estilo de gênero: EF69LP29

Relação entre textos: EF69LP30. Estratégias e procedimentos de leitura / Relação do verbal com outras semioses / Procedimentos e gêneros de apoio à compreensão: EF69LP32, EF69LP34. Marcas linguísticas / Intertextualidade: EF69LP43

Respostas

1. Sugerimos uma leitura coletiva para variar a maneira de acessar os textos da missão. Como a sugestão para o conto “A porta aberta” foi pela leitura silenciosa, agora a proposta é de leitura coletiva por parágrafos.

Mude a maneira de ler a reportagem se julgar necessário.

Atividade neural: atividade dos neurônios.

Letreiros: créditos dos filmes que aparecem na tela ao final.

Neuroimagem: uso de várias técnicas para produzir imagens da estrutura e da função do sistema nervoso (cérebro).

Neurônios: células que compõem o cérebro (sistema nervoso) responsáveis pela transmissão de informações através de impulsos nervosos.

Paradoxo: contradição.

Scanner de ressonância magnética: exame de diagnóstico por imagem que permite a captação de imagens detalhadas e tridimensionais de diferentes órgãos, incluindo o cérebro.

Ao longo da missão, você vivenciou diferentes situações de tensão e medo, como ler o conto “A porta aberta” pela primeira vez e assistir aos curtas fantásticos produzidos pelos colegas para a mostra de curtas na escola. Neste episódio, vai entender por que gostamos de sentir essa sensação. O medo agora é assunto da Ciência.

1. Leiam, de forma coletiva, a reportagem de divulgação científica publicada pelo Diário de Pernambuco. Seu professor vai convidar alguns estudantes para que leiam, de forma alternada, os parágrafos do texto. Os demais devem acompanhar a leitura atentamente. Depois da leitura, respondam às questões propostas.

Por que gostamos tanto de ver filmes de terror?

Estudo tenta decifrar os mecanismos que transformam o medo que vem das telas em algo agradável ao espectador

Publicação: 08/02/2020 03:00

O medo é uma das sensações mais abominadas pelo homem. Mas, ao mesmo tempo, o terror é um gênero cinematográfico bastante popular. Esse aparente paradoxo foi objeto de pesquisa de cientistas europeus, que tentaram compreender, a partir de testes de neuroimagem, por que as pessoas lotam salas de cinema com o objetivo de passar cerca de duas horas em um estado de pavor crescente.

A conclusão do estudo, publicado na revista NeuroImage, foi de que, enquanto se assiste a uma obra desse tipo, o cérebro ativa gradativamente regiões que trabalham na preparação de um “plano” para escapar do perigo. Essa sensação de excitação é prazerosa. Especialmente porque, quando sobem os letreiros, todos estão a salvo.

Os autores do estudo explicam que as redes de neurônios responsáveis pela sensação de medo estão bem definidas pela ciência, mas destacam que pesquisas que tentaram visualizar o medo no cérebro têm algumas limitações. Isso porque boa parte delas foi feita com base em fotografias mostradas a voluntários, que eram monitorados enquanto as analisavam.

“A vida real não é assim. Somos confrontados com um fluxo constante de informações sempre em mudança e nosso cérebro precisa acompanhar constantemente nosso ambiente complexo”, destacou ao Correio Braziliense/Diario Matthew Hudson, um dos autores do estudo e professor de psicologia do Colégio Nacional da Irlanda.

Para o cientista, os filmes de terror são uma ferramenta perfeita para ultrapassar essas barreiras de análise. “Imagine que você está andando por um beco escuro à noite. De repente, um barulho alto — uma garrafa de vidro quebra. Você olha em volta e dá de cara com um gato fugindo. Uma sensação de alívio ocorre. Isso é difícil de capturar em experimentos simples. Portanto, usamos filmes de terror para refletir o ambiente complexo e em constante mudança em que vivemos, e dessa forma entender melhor como a atividade cerebral muda nesses cenários”, explica Hudson.

No estudo, 37 voluntários assistiram a um filme de terror enquanto os cientistas mediam a atividade neural por meio de um scanner de ressonância magnética. Eles observaram que, nos momentos em que a ansiedade aumenta lentamente, as regiões do cérebro envolvidas na percepção visual e auditiva tornam-se mais ativas, o que se intensifica à medida que a sensação de ameaça vai crescendo. Depois do choque repentino provocado pela ficção, os neurônios ficaram mais ativos nas regiões envolvidas no processamento emocional, na avaliação de ameaças e na tomada de decisão. O cérebro estava se preparando para uma resposta rápida.

“A descoberta mais importante, para mim, foi que, embora existam várias áreas cerebrais ativas quando os participantes ficam ‘preocupados’ e um conjunto diferente de áreas cerebrais ativas ao lidar com um ‘súbito susto’, essas regiões estão em constante comunicação durante todo o filme”, diz Hudson. “É como se o cérebro estivesse se preparando para uma ameaça em potencial, elaborando a resposta ao perigo antes que ele realmente ocorra.”

Empolgação

De acordo com o cientista, o experimento mostra que o comportamento humano não muda repentinamente de um modo para outro. “O que existe é um elemento dinâmico gradual e antecipatório, e que se altera lentamente à medida que o ambiente muda.”

Como foi feito o estudo

• 37 voluntários assistiram a um filme de terror enquanto cientistas mediam a atividade neural por scanner de ressonância magnética;

• Nos momentos em que a ansiedade aumenta lentamente, as regiões do cérebro envolvidas na percepção visual e auditiva tornam-se mais ativas;

• O fenômeno se intensifica à medida que a sensação de ameaça vai crescendo;

• Depois do choque repentino, os neurônios ficam mais ativos nas regiões envolvidas no processamento emocional, avaliação de ameaças e tomada de decisão; a) O fato de as pessoas odiarem sentir medo e, ao mesmo tempo, lotarem salas de cinema que exibem filmes de terror para, exatamente, sentirem medo. b) De acordo com os resultados da pesquisa, assistir a filmes de terror provoca medo, e o cérebro, para escapar dessa situação, prepara planos de fuga. Essa sensação de excitação causa prazer, principalmente porque, no caso dos filmes de terror, as pessoas sabem que se trata de ficção, que o perigo, na verdade, não é real. c) De acordo com a reportagem, porque os filmes de terror, por apresentarem dinamicidade, refletem o ambiente complexo e em constante mudança em que vivemos. Os filmes de terror não são estáticos e as pessoas vivenciam diferentes situações com diferentes graus de tensão. d) Para o cientista, o mais importante “[...] foi que, embora existam várias áreas cerebrais ativas quando os participantes ficam ‘preocupados’ e um conjunto diferente de áreas cerebrais ativas ao lidar com um ‘súbito susto’, essas regiões estão em constante comunicação durante todo o filme [...]. É como se o cérebro estivesse se preparando para uma ameaça em potencial, elaborando a resposta ao perigo antes que ele realmente ocorra”. e) O uso da fala do cientista Hudson, um especialista no assunto e o responsável pelo estudo, confere mais credibilidade ao que está sendo veiculado pela reportagem de divulgação científica. f) Porque a revista NeuroImage, uma publicação científica com prestígio internacional, veicula artigos de pesquisa que são relevantes e importantes para o mundo científico. a) Qual é o paradoxo que intrigou os cientistas relatado pela reportagem? b) Quais são as conclusões da pesquisa para a pergunta: por que gostamos de sentir medo? c) Por que, para o cientista Matthew Hudson, filmes de terror são “uma ferramenta perfeita” para analisar a atividade cerebral em situações de medo? d) Qual foi a descoberta mais importante para o cientista Matthew Hudson? e) A reportagem apresenta a reprodução de falas de um dos cientistas responsáveis pelo estudo: Matthew Hudson.

• A conclusão é de que o cérebro está se preparando para uma resposta rápida ao perigo, antes que aconteça, o que gera sensação prazerosa.

POR QUE gostamos tanto de ver filmes de terror? Diário de Pernambuco, 8 fev. 2020. Disponível em: www.impresso.diariodepernambuco.com.br/noticia/suplementos/cienciaesaude/2020/02/por-quegostamos-tanto-de-ver-filmes-de-terror.html. Acesso em: 9 abr. 2022.

2. Como neste episódio estão sendo propostas duas leituras relativamente extensas, são sugeridas duas formas para acessar os textos: na primeira reportagem, cada estudante leu um parágrafo; nesta reportagem, sugerimos que você faça a leitura para a turma.

• Qual efeito o uso dessa citação produz no texto?

Chave Mestra

Para responder, considere que o argumento de autoridade é uma estratégia argumentativa em que um especialista opina sobre determinado assunto.

f) A pesquisa foi publicada originalmente na revista NeuroImage. Leia algumas informações sobre esse periódico.

Atalho

A revista NeuroImage, de prestígio internacional, é um periódico científico especializado em publicar artigos que apresentam resultados de pesquisas relacionadas à compreensão da função, organização e estrutura do cérebro. Os textos, publicados em língua inglesa, são produzidos por cientistas de centros de pesquisa em diferentes países do mundo.

Capa da edição de março de 2022 da revista NeuroImage

• Por que é importante dizer que o estudo, divulgado pela reportagem, foi publicado na revista NeuroImage?

2. Agora, seu professor vai ler outra reportagem de divulgação científica, publicada pela revista Veja. Acompanhe a leitura.

Estudo mostra como filmes de terror manipulam o cérebro para criar emoções Uma das conclusões aponta que, ao consumir o gênero, o cérebro é capaz de ativar áreas da massa cefálica que só seriam usadas em situações de perigo real

Por Sabrina Brito 17 fev 2020, 18h26

Uma pesquisa publicada recentemente no periódico científico NeuroImage buscou observar como o cérebro humano reage a filmes de terror. Para entender o fenômeno, cientistas da Universidade de Turku, na Finlândia, capturaram imagens de ressonância magnética de 37 pessoas enquanto elas assistiam a longas-metragens do tipo.

Para selecionar quais filmes usar no estudo, a equipe finlandesa avaliou uma lista de 100 filmes populares de terror, levando em conta quantos sustos eram proporcionados nos filmes e se os participantes já haviam assistido. Por fim, foram escolhidos os filmes Sobrenatural (2010) e Invocação do Mal (2016).

Para extrair os dados, o estudo se concentrou em dois tipos de medo: o de expectativa, quando se tem a impressão de mau presságio em um cenário assustador, e a resposta instintiva que se tem com uma aparição inesperada de um monstro ou outra ameaça (um susto).

Com esse foco, a equipe descobriu que, no primeiro caso, são acentuados os aumentos na atividade cerebral em termos de percepção visual e auditiva. Nos cenários de susto repentino, houve um aumento da atividade do cérebro nas porções que cuidam do processamento de emoções e tomada de decisões. Em todos os casos, essas áreas são ativadas, sobretudo, em situações de perigo real.

Por fim, os pesquisadores também conseguiram alguns dados sobre a atratividade do gênero terror. Precisamente, 72% dos voluntários relataram assistir a pelo menos um filme desse gênero a cada seis meses, comprovando a popularidade desse tipo de filme. Uma das conclusões dos cientistas foi de que, quanto mais assustador o espectador julgar ser a trama, mais provável era que lhe agradasse.

Segundo os participantes do estudo, a sensação mais comum provocada pelos filmes é a de empolgação, seguida por medo e ansiedade. Além disso, os longas de terror psicológico (ou seja, que costumam utilizar a instabilidade mental de personagens para mover a trama) foram considerados os mais assustadores e envolventes.

BRITO, Sabrina. Estudo mostra como filmes de terror manipulam o cérebro para criar emoções. Veja 17 fev. 2020. Disponível em: https://veja.abril.com.br/ciencia/estudo-mostra-como-filmes-de-terrormanipulam-o-cerebro-para-criar-emocoes. Acesso em: 9 abr. 2022.

a) A reportagem publicada pela revista Veja se refere à mesma pesquisa científica abordada na reportagem do Diário de Pernambuco. Você vai construir, coletivamente, um quadro comparativo entre os dois textos a fim de observar como as informações foram tratadas pelos dois veículos de imprensa. Para isso, siga as orientações: a) Para que os estudantes possam construir o quadro comparativo entre as duas reportagens, observando coincidências, complementaridades e contradições, sugerimos que esta atividade seja feita de forma coletiva. Reproduza o quadro e, com os estudantes, complete-o com trechos dos dois textos. Para completar o quadro, retome os textos com os estudantes e solicite que busquem as informações. Essa estratégia objetiva que eles fiquem atentos às informações e possam refletir sobre as similaridades e as diferenças nos dois textos. Apresentamos um modelo de quadro. b) Quadro comparativo.

• Criem um quadro com três colunas em seu caderno: na 1ª coluna, escrevam “Informações sobre a pesquisa”; na 2ª coluna, “Por que gostamos tanto de ver filmes de terror?”; na 3ª coluna, “Estudo mostra como filmes de terror manipulam o cérebro para criar emoções”. Façam como o modelo da próxima página.

Massa cefálica: massa que fica dentro do crânio.

Presságio: sinal, prenúncio.

Informações sobre a pesquisa

Onde foi realizada Cientistas europeus (Europa).

Por que gostamos tanto de ver filmes de terror?

Cientistas responsáveis Cientistas europeus. Matthew Hudson, um dos autores do estudo e professor de psicologia do Colégio Nacional da Irlanda.

Objetivos Tentaram compreender, a partir de testes de neuroimagem, por que as pessoas lotam salas de cinema com o objetivo de passar cerca de duas horas em um estado de pavor crescente.

Participantes 37 voluntários.

Metodologia 37 voluntários assistiram a um filme de terror enquanto cientistas mediam a atividade neural por scanner de ressonância magnética.

Estudo mostra como filmes de terror manipulam o cérebro para criar emoções c) Incentive os estudantes a apresentarem suas conclusões a partir da observação do quadro comparativo. A expectativa é de que eles apontem que há mais semelhanças do que diferenças entre as informações veiculadas pelas duas reportagens. d) A expectativa é de que os estudantes percebam que não há informações contraditórias. Chame a atenção para as informações dos tópicos “Onde foi realizada” e “Cientistas responsáveis”. No primeiro tópico, a informação veiculada pelo Diário de Pernambuco é mais genérica, referindo-se apenas à Europa; já a informação veiculada pela Veja é mais precisa, referindo-se à Universidade de Turku, na Finlândia. No segundo tópico, acontece o contrário: o Diário de Pernambuco traz o cientista Matthew Hudson, participante da pesquisa; já a Veja faz referência apenas aos cientistas de Turku. e) Porque, como se trata de curiosidades, as reportagens apresentam informações diferentes. Não se está falando da pesquisa e de seus procedimentos e resultados, mas de aspectos relativos a essa pesquisa que extrapolam o que seria típico da informação científica. f) Incentive os estudantes a explicarem as razões de sua escolha. Ambas as reportagens apresentam informações interessantes sobre a pesquisa. No Diário de Pernambuco, as informações, em certa medida, foram tratadas de forma mais científica, por apresentar, por exemplo, o argumento de autoridade por meio da reprodução da fala de Matthews Hudson. Na revista Veja, a reportagem apresenta curiosidades que podem atrair os estudantes, como o nome dos filmes de terror que foram usados na pesquisa.

Universidade de Turku, na Finlândia.

Cientistas da Universidade de Turku, na Finlândia.

Buscou observar como o cérebro humano reage a filmes de terror.

37 pessoas.

Capturaram imagens de ressonância magnética de 37 pessoas enquanto elas assistiam a longas-metragens do tipo. Para extrair os dados, o estudo se concentrou em dois tipos de medo: o de expectativa, quando se tem a impressão de mau presságio em um cenário assustador, e a resposta instintiva que se tem com uma aparição inesperada de um monstro ou outra ameaça (um susto).

Quadro comparativo Informações sobre a pesquisa Por que gostamos tanto de ver filmes de terror?

Estudo mostra como filmes de terror manipulam o cérebro para criar emoções b) Preencham o quadro, com trechos dos dois textos, com os seguintes tópicos relativos a “Informações sobre a pesquisa”, como feito no modelo.

Onde foi realizada Cientistas responsáveis Objetivos Participantes

• Vejam, a seguir, como montar o quadro.

Metodologia Conclusões Curiosidades

Onde os resultados foram publicados

Quadro comparativo Informações sobre a pesquisa Por que gostamos tanto de ver filmes de terror?

Estudo mostra como filmes de terror manipulam o cérebro para criar emoções c) Em relação às informações do quadro comparativo construído pela turma, existem mais semelhanças ou diferenças entre as duas reportagens? d) Há informações contraditórias, ou seja, que podem ser consideradas opostas entre as duas reportagens? e) Por que no item “Curiosidades” as informações são diferentes? f) De qual das duas reportagens de divulgação científica você mais gostou? Explique por quê.

Onde foi realizada Cientistas europeus (Europa). Universidade de Turku, na Finlândia.

• Repitam o procedimento para os demais itens até completar todo o quadro.

Que tal testar as conclusões a que chegou a pesquisa sobre o prazer de sentir medo vendo o curta Alma, que conta a história de uma menina curiosa? Disponível em: https://trilhadomedo.com/2013/02/ curtas-do-medo-alma-2009. Acesso em: 9 abr. 2022. Você vai pensar duas vezes antes de entrar em uma loja de brinquedos!

Cartaz de divulgação do curta Alma (2009), dirigido por Rodrigo Blaas.

Informações sobre a pesquisa

Por que gostamos tanto de ver filmes de terror?

Estudo mostra como filmes de terror manipulam o cérebro para criar emoções Conclusões Eles observaram que, nos momentos em que a ansiedade aumenta lentamente, as regiões do cérebro envolvidas na percepção visual e auditiva tornam-se mais ativas, o que se intensifica à medida que a sensação de ameaça vai crescendo. Depois do choque repentino provocado pela ficção, os neurônios ficaram mais ativos nas regiões envolvidas no processamento emocional, na avaliação de ameaças e na tomada de decisão. O cérebro estava se preparando para uma resposta rápida.

“A descoberta mais importante, para mim, foi que, embora existam várias áreas cerebrais ativas quando os participantes ficam ‘preocupados’ e um conjunto diferente de áreas cerebrais ativas ao lidar com um ‘súbito susto’, essas regiões estão em constante comunicação durante todo o filme”, diz Hudson. “É como se o cérebro estivesse se preparando para uma ameaça em potencial, elaborando a resposta ao perigo antes que ele realmente ocorra.”

A conclusão é de que o cérebro está se preparando para uma resposta rápida ao perigo, antes que aconteça, o que gera sensação prazerosa.

A equipe descobriu que, no primeiro caso, são acentuados os aumentos na atividade cerebral em termos de percepção visual e auditiva. Nos cenários de susto repentino, houve um aumento da atividade do cérebro nas porções que cuidam do processamento de emoções e tomada de decisões. Em todos os casos, essas áreas são ativadas, sobretudo, em situações de perigo real.

Vocês chegaram ao fim da missão. O momento é de refletir se o jogo valeu a pena. Vocês vivenciaram momentos de tensão e humor com a literatura fantástica? Façam uma roda e conversem sobre as questões organizadas no portal 1 (avaliação) e no portal 2 (autoavaliação).

PORTAL 1

O que é um conto fantástico?

De que maneira o uso da ironia (figura de linguagem) contribui para a construção da narrativa de “A porta aberta”?

Por que se pode afirmar que, em “A porta aberta”, adjetivos e advérbios exercem função estética?

O que são advérbios de constituinte e advérbios de sentença?

O que significa “remidiar” uma obra?

O que são curtas-metragens?

Por que as pessoas gostam de sentir medo, segundo a Ciência?

PORTAL 2

Você gostou da experiência de ser “enganado” por Vera?

De que maneira analisar os recursos linguísticos usados por Saki proporcionou a você possibilidades de ampliar a construção de sentidos de “A porta aberta”?

Conhecer os usos da letra H ajudou você a se apropriar melhor de estratégias para a escrita de palavras com correção ortográfica?

Você gostou da experiência de ser um escritor de contos fantásticos? Fale para os colegas.

Quais foram os maiores desafios que você enfrentou na remidiação do conto em um curta e na participação da mostra de curtas na escola? A experiência valeu a pena?

Saber por que sente medo quando assiste a filmes de terror modificou sua forma de interagir com esse gênero do cinema?

Comparar reportagens de divulgação científica ampliou sua percepção sobre o fazer científico? Por quê?

Salvando O Progresso

É importante que os estudantes tenham a oportunidade de avaliarem o que foi estudado e de autoavaliarem sua aprendizagem. No portal 1, avalie a aprendizagem dos estudantes acerca dos objetos de conhecimento trabalhados ao longo da missão. No portal 2, os estudantes terão a oportunidade de avaliarem a própria aprendizagem, a partir de perguntas que fomentam a manifestação da subjetividade diante dos objetos estudados. Durante a realização da roda de conversa, oriente os estudantes a exercerem a escuta atenta, respeitando os turnos de fala. Enquanto para as perguntas do portal 1 há respostas objetivas, que podem ser avaliadas como certas, parcialmente certas ou erradas; para as perguntas do portal 2 é impossível exigir respostas padronizadas.

Tempo previsto: 1 aula.

PORTAL 1

O gênero textual conto fantástico foi estudado no 1º episódio. O uso de ironia na construção do conto foi abordado no 2º episódio. A função estética de adjetivos e advérbios foi abordada no 2º e no 3º episódios. Advérbios de constituinte e de sentença foram estudados no 3º episódio. A remidiação foi abordada no 6º episódio. Curtas-metragens foram abordados no 6º episódio. O medo, sob a ótica da Ciência, foi abordado no 7º episódio.

PORTAL 2

Respostas pessoais.

Informações sobre a pesquisa

Por que gostamos tanto de ver filmes de terror?

Curiosidades Para o cientista, os filmes de terror são uma ferramenta perfeita para ultrapassar essas barreiras de análise. “Imagine que você está andando por um beco escuro à noite. De repente, um barulho alto — uma garrafa de vidro quebra. Você olha em volta e dá de cara com um gato fugindo. Uma sensação de alívio ocorre. Isso é difícil de capturar em experimentos simples. Portanto, usamos filmes de terror para refletir o ambiente complexo e em constante mudança em que vivemos, e dessa forma entender melhor como a atividade cerebral muda nesses cenários”, explica Hudson.

Estudo mostra como filmes de terror manipulam o cérebro para criar emoções

Foram escolhidos os filmes Sobrenatural (2010) e Invocação do Mal (2016). 72% dos voluntários relataram assistir a pelo menos um filme desse gênero a cada seis meses.

Onde os resultados foram publicados Revista NeuroImage Periódico científico NeuroImage.

Nesta missão, o campo de atuação predominante é o das Práticas de estudo e pesquisa, com destaque para o trabalho com os gêneros textuais/discursivos Artigo científico, Esquema e Infográfico. Também é abordado o campo de atuação Artístico-literário, com destaque para os gêneros Letra de canção e Partitura

Os Temas Contemporâneos Transversais (TCTs) em destaque são Diversidade cultural e Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras

Inicie pedindo aos estudantes que observem a imagem que compõe a abertura da missão: pergunte a eles se conseguem identificar qual prática está sendo executada pelas pessoas da fotografia e o que sentiram ao observá-la. A imagem retrata uma roda de capoeira. Em seguida, leia o boxe Roteiro da missão: é importante que eles compreendam, ainda que introdutoriamente, o que estudarão. Enquanto lê, pergunte a eles se consideram as habilidades que serão desenvolvidas ao longo desta missão realmente importantes. Como já foi salientado anteriormente, pedir aos estudantes que se coloquem diante do roteiro do que aprenderão é fundamental na construção da autonomia e do protagonismo.

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