20 minute read

5º EPISÓDIO: EU, AUTOR DE LETRA DE RAP

Você apreciou e analisou duas letras de rap, que tratam da relevância da causa dos povos originários. Agora, com um colega, você vai criar um rap e mostrar que está por dentro dos problemas vivenciados pelas pessoas da sua comunidade. O jogo agora tem rima, tem ritmo, tem luta, tem denúncia e muita consciência!

1. Informe-se sobre o que você vai fazer. Projeto de comunicação

Gênero Letra de rap

Situação Você vai criar um rap que aborde um problema da sua comunidade. Tema Uma questão ou problema da comunidade em que você vive.

1. Escrever uma letra de rap, que aborde alguma questão ou algum problema da comunidade.

5o episódio: Eu, autor de rap

Neste episódio, os estudantes produzirão um rap. Eles escolherão um tema que mereça ser “denunciado” no rap. Essa produção vai ser retomada no próximo episódio, no qual vão apresentar suas criações aos colegas da turma.

Tempo previsto: 3 aulas

Consideração das condições de produção / Estratégias de produção: planejamento, textualização e revisão/ edição: EF69LP51

Construção da textualidade / Relação entre textos: EF67LP31

Objetivos

2. Promover a consciência da comunidade escolar por meio do rap

3.Compartilhar com os colegas a apresentação do rap Quem é você Um adolescente consciente das questões e dos problemas do lugar onde vive. Para quem Comunidade escolar, familiares, colegas e demais interessados em rap Tipo de produção Em dupla.

2. Com um colega, pensem sobre vai ser o tema do rap que vocês vão escrever. É importante lembrar que o rap é uma manifestação da cultura hip-hop, que busca denunciar, protestar e contestar situações de injustiça e perda de direitos. O rap está ligado à luta! Decidam qual problema do cotidiano vivido pelas pessoas da sua comunidade será abordado.

3. Decidido o assunto, escrevam a 1ª versão do rap. Algumas dicas que podem ajudar:

• pensem na mensagem que vocês querem passar. O objetivo é captar a atenção de quem ouve o rap;

• escrevam o que vier à cabeça sem se preocupar, neste primeiro momento, com a “forma perfeita”. Essa 1ª versão ainda será revisada e ajustada. Pensem também em um refrão com potencial para “colar” na cabeça das pessoas;

• na composição dos versos, procurem incluir palavras variadas ao fazer as rimas, evitando, por exemplo, que todos os versos terminem em −AR;

• façam uso de metáforas e metonímias para construir imagens que remetam ao tema do rap;

• usem palavras ou expressões que, de alguma forma, simbolizem os usos da linguagem feitos pela comunidade em que você vive. Lembre-se de que Owerá, Kaê e Kandu usam suas línguas indígenas para valorizar suas tradições;

• usem os pronomes possessivos para criar uma identidade em relação à comunidade onde vocês vivem.

Coesão: EF67LP36

Figuras de linguagem: EF67LP38

Respostas

1. É importante que você faça a leitura do Projeto de comunicação com os estudantes, certificando-se de que eles entenderam a proposta. É importante também que os estudantes compreendam a importância de se apropriarem dos elementos que envolvem o trabalho que vão colocar em prática. O projeto prevê que a escrita seja em dupla. O processo de formação da dupla – escolha dos estudantes, escolha do professor, sorteio, outro – fica a seu critério com base nas especificidades da turma.

2. Se possível, assista com a turma ao vídeo da Escola do Flow, indicado no boxe Bônus na próxima página, para que os estudantes possam ampliar a discussão sobre a escrita de raps

3. É muito comum o uso de palavrões em letras de rap. Caso surja esse assunto durante o processo de escrita, discuta com os estudantes sobre a pertinência desse uso e comente que, em contexto escolar, ele não é adequado.

4. Esta etapa de leitura da letra do rap é fundamental para que os estudantes possam ter um feedback de seus pares. Reforce a importância da leitura atenta e de os comentários críticos serem feitos com respeito. Esse compartilhamento pode favorecer a reflexão sobre aspectos que não foram contemplados pela dupla.

5. Incentive os estudantes a revisarem a 1ª versão da letra de rap com base nas observações dos colegas.

6o episódio: E com vocês, os MC’s...

Neste episódio, os estudantes vão apresentar o rap que escreveram no episódio anterior para os colegas de turma. A proposta é que a apresentação seja feita em sala de aula. Caso avalie ser pertinente, amplie o evento para a comunidade escolar. A performance dos estudantes poderá ser gravada e postada nas redes sociais da escola e nas redes sociais dos próprios estudantes para divulgação do trabalho.

Tempo previsto: 3 a 4 aulas

Apreciação e réplica: EF69LP21

Reconstrução das condições de produção, circulação e recepção /

Apreciação e réplica: EF69LP46

Consideração das condições de produção / Estratégias de produção: planejamento, textualização e revisão / edição:

EF69LP51

Produção de textos orais / Oralização:

EF69LP53

Interdisciplinaridade: Processos de criação: EF69AR23

Para realizar as atividades desta seção são apresentadas sugestões que demandam que os estudantes utilizem celulares e/ou tablets com acesso à internet na escola. Caso não seja possível, eles podem criar a batida usando instrumentos musicais, o próprio corpo, as carteiras. Caso não seja viável o uso de internet e os estudantes optem por buscar o beat em aplicativos, combine com eles que providenciem uma gravação da batida para ser reproduzida no momento em que estiverem cantando no dia da apresentação.

RESPOSTAS

1. É importante os estudantes terem um tempo na escola para treinarem a letra do rap. Por isso, reserve parte da aula para que possam exercitar.

2. Incentive os estudantes a encontrarem o beat para cantar o rap que compuseram. Existem aplicativos gratuitos que podem ser baixados para celular, notebook e computador. Algumas sugestões

B Nus

Assista ao vídeo “Técnica para escrever letra de rap sobre qualquer coisa”, do canal “Escola do Flow” no Youtube, em que o Afroragga FlowMan dá dicas de como escrever raps. Na linguagem do hip-hop, flow (batida) é o encaixe dos versos na batida do rap e cada rapper tem uma forma de fazer: mais rápido, mais lento, com mais ou menos molejo, falando/cantando mais ou menos suave. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=HiouI_PCW4Y. Acesso em: 28 abr. 2022.

Escola do Flow é um projeto do rapper FlowMan que divulga conhecimentos sobre o rap

4. Com a 1ª versão escrita, troquem de texto com outra dupla. Todos devem ler o texto dos colegas, fazendo sugestões de acréscimos e cortes e sugerindo rimas. O respeito e a empatia devem ser exercitados ao comentar o texto dos colegas.

5. Revisem a letra de rap com base nas observações feitas pelos colegas. Façam as mudanças que avaliarem ser pertinentes. Essa versão vai ser utilizada no próximo episódio, na apresentação dos raps da turma.

6º EPISÓDIO: E COM VOCÊS, OS MC’S...

Agora o jogo ficará mais emocionante! O beat entrou na rodada e você e sua dupla vão se preparar para apresentar o rap que produziram aos colegas. Como diz o rapper Marcelo D2, vocês estão “à procura da batida perfeita”!

1. A dupla vai cantar o rap para os colegas da turma. O primeiro passo é memorizar a letra para que, no dia da apresentação, a música flua naturalmente. Decidam se a dupla vai cantar toda a letra em conjunto ou se cada um vai ficar responsável por uma parte e cantar junto apenas o refrão. Treinem bastante sem a batida para que a letra esteja na ponta da língua!

2. Agora é o momento de encontrar o beat, ou seja, a batida básica do rap para acompanhar a letra que você e seu colega compuseram. Existem diferentes possibilidades para escolher ou compor um beat. Ele pode ser criado com recursos tecnológicos, como aplicativos, programas de áudio; com instrumentos eletrônicos ou tradicionais; com o próprio corpo, fazendo percussão vocal (beatbox) ou corporal. Lembrem-se de que a batida se repete ao longo da música e que é fundamental que ela favoreça a entrada das rimas do rap que vocês compuseram.

BÔNUS que podem ser compartilhadas com os estudantes: Groovepad, BandLab, Voloco. Caso prefiram, eles podem também criar o beat usando o próprio corpo. Existem sites que ensinam como fazer beatbox, como o canal oficial de Fernandinho Beatbox, pioneiro dessa prática no Brasil (www.youtube.com/channel/ UCYpF72iJ8xpZZN71KTYBjfA. Acesso em: 18 abr. 2022).

Este episódio pode ser uma oportunidade para o trabalho interdisciplinar com o professor de Arte (Música).

3. Encontrado o beat, treinem bastante para que a letra se encaixe perfeitamente na batida. É importante pensar também na dicção: as palavras precisam ser entendidas por quem as ouve. Assistam a vídeos de rappers na internet para se inspirar. Observem a forma de cantar, a postura corporal, a movimentação durante a música, o jeito de segurar o microfone, o figurino... Façam escolhas que ajudem a compor o “clima” do rap

4. Caso a escola possua um espaço para apresentações, sugira aos estudantes que elas sejam feitas nesse espaço. É importante usar o equipamento de som para que todos possam ouvir as apresentações.

5. Sugira aos estudantes gravarem usando os celulares para postar as apresentações em suas redes sociais. Existem sites que apresentam dicas de como fazer boas gravações, como o disponível em: https://canaltech.com.br/produtos/10dicas-para-gravar-videos-incriveis-como-seu-smartphone (acesso em: 4 maio 2022).

6. Incentive a reflexão dos estudantes e deixe que compartilhem suas impressões e sentimentos sobre a experiência que vivenciaram.

7o episódio: Mesmo tema, outro campo de atuação social

Reportagem

Neste episódio, a partir da leitura de uma reportagem que discute o uso dos termos “índio” ou “indígena”, o tema da missão será retomado. O objetivo é propiciar mais uma reflexão sobre a importância e a necessidade de a sociedade valorizar os povos indígenas do Brasil.

Tempo previsto: 3 aulas.

Estratégias de leitura: apreender os sentidos globais do texto: EF69LP03

Participação em discussões orais de temas controversos de interesse da turma e/ou de relevância social:

EF69LP13

Efeitos de sentido / Exploração da multissemiose: EF67LP08

Curadoria de informação: EF67LP20

Respostas

1. Incentive os estudantes a se posicionarem. Ao longo desta missão, a palavra “índio” não foi usada como uma estratégia de valorização da diversidade dos povos originários. Depois que os estudantes se colocarem, pergunte a eles se, ao longo da missão, observaram a ausência da palavra “índio” e qual seria uma possível explicação para esse fato.

2. Sugere-se a leitura silenciosa da reportagem. Se avaliar ser pertinente, proponha outra forma de leitura.

A discussão sobre os usos que são feitos dos termos “índio” ou “indígena” também ocorre no Avatar literário “Histórias dos povos originários” a partir de uma entrevista com o escritor Daniel Munduruku. No Ava-

4. Chegou o momento de apresentar o rap aos colegas. Combinem com o professor o dia da apresentação. Usem um figurino para que todos possam apreciar o estilo de vocês e uma caixa acústica para reproduzir o som. Organizem-se em uma grande roda. Os rappers devem ficar no centro. No momento em que uma dupla estiver se apresentando, façam silêncio e ouçam com atenção. O respeito e a empatia pela performance dos colegas são fundamentais.

5. Gravem as performances das duplas e postem nas redes sociais da escola e nas de vocês para divulgar os rappers da turma.

6. Depois que todas as duplas se apresentarem, mantenham-se em roda e conversem sobre a experiência de ter criado um rap. As questões a seguir podem orientar a conversa.

• Quais questões foram abordadas nas letras produzidas pela turma? Você concorda que essas questões merecem ser cantadas em raps?

• Quais foram os maiores desafios enfrentados pelas duplas durante o processo?

• Como foi a experiência de criar um beat para inserir as rimas?

• Os figurinos ajudaram a compor o “clima” da apresentação? De que maneira?

7º EPISÓDIO: MESMO TEMA, OUTRO CAMPO DE ATUAÇÃO SOCIAL REPORTAGEM

Ao longo desta missão, estudamos a diversidade dos povos originários. Agora, você vai saber como o uso da linguagem é fundamental para valorizar ainda mais as diferentes etnias indígenas que vivem no Brasil.

1. Como você se refere aos povos originários: chamando-os de índios ou indígenas? Você acha que esses termos têm o mesmo sentido? Fale com os colegas.

2. Leia a reportagem de forma silenciosa e, em seguida, responda a algumas questões.

Índio ou indígena? Entenda a diferença entre os dois termos tar, os estudantes refletem sobre o uso dos termos pelo escritor em suas obras, a fim de perceberem como a percepção sobre os sentidos de “índio” sofrem variação ao longo do tempo. Neste momento, se os estudantes já tiverem realizado as atividades desse Avatar literário, retome com eles a discussão feita sobre esse assunto, reforçando a relevância dessa reflexão para diferentes etnias.

Márcia Mura, doutora em História Social pela USP, explica que o termo ‘índio’ carrega ideias ultrapassadas e genéricas e não abrange a diversidade que existe entre os povos originários.

Data que marca a luta dos povos originários pela sobrevivência desde a colonização do Brasil até os genocídios modernos, o “Dia do Índio”, celebrado nesta terça-feira (19), deveria se chamar “Dia dos Povos Indígenas”, de acordo com a professora e doutora em História Social pela Universidade de São Paulo (USP), Márcia Mura. Segundo ela, a mudança é necessária para refletir as ideias e lutas dos diversos povos indígenas.

“Índio é um termo genérico, que não considera as especificidades que existem entre os povos indígenas, como as especificidades linguísticas, culturais e mesmo a especificidade de tempo de contato com a sociedade não indígena”, explica.

Em contrapartida, “indígena” é uma palavra que significa “natural do lugar em que vive”. O termo exprime que cada povo, de onde quer que seja, é único.

“O que o movimento indígena reivindica é que esse termo [índio], que é colonizador, que reproduz um pejorativo que remete à ideia eurocêntrica de que somos atrasados, de que somos todos iguais, no sentido de que as diferenças linguísticas e culturais são desconsideradas, seja substituído por como nos autodenominamos[...]".

[...]

A mestra em Linguística Aplicada pela PUC-SP Maria Vitória Berlink defende que o movimento de adoção ao termo “indígena” é significante porque representa a exposição das individualidades dos povos.

“Os colonizadores portugueses e espanhóis, principalmente, usavam a palavra ‘índio’ para qualquer povo originário que encontravam pelo território. É um termo raso, que não considera qualquer traço individual destes povos. O que estes mesmos povos tentam fazer agora é tomar para si o direito de se definirem e de mostrar que são mais do que o termo exprime”, explica.

Ideia eurocêntrica: ideia que privilegia a visão de mundo dos europeus sobre outras.

Biomas: são ecossistemas, hábitats ou comunidades biológicas com certo nível de homogeneidade em relação ao macroclima, à fitofisionomia, ao solo, à altitude, entre outros critérios. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil pode ser dividido em seis biomas principais: Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal.

Inpe: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

Prodes: Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia por Satélites.

A mudança pode até ser oficializada em lei se o projeto de lei da deputada federal Joenia Wapichana (Rede-RR), que tramita no Senado, for aprovado. O PL que propõe que o “Dia do Índio” passe a ser chamado de “Dia dos Povos Indígenas” foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados em dezembro de 2021.

Para além da nomenclatura, Márcia Mura explica que o ideal é respeitar a identidade cultural individual de cada povo e tratar as etnias pelo nome.

“Quando dizemos que não somos índios, queremos dizer que somos Mura, Uru Eu-Au-Au, Guarasugwe, todos habitantes do território Pindorama, que é como os Tupinambá chamam o que os colonizadores deram o nome de Brasil [...]".

O debate sobre como os não indígenas devem se referir aos povos originários acontece entre os próprios povos, e a professora diz que há quem se conforme com o uso do termo cravado pelos espanhóis. “É preciso lembrar que muitos povos sofreram tentativa de apagamento desde a chegada dos colonizadores. Tentaram apagar nossas línguas, nossas culturas, nossas memórias, e deixaram para nós este termo cheio de estereótipos”, lamenta.

[...]

“Não há motivo para comemorar”

Apesar da ideia de que o dia 19 de abril é um dia para celebrar os povos indígenas, Márcia Mura defende que não é de comemoração, mas de reinvindicação. “Não temos o que comemorar, porque ainda precisamos reivindicar e pautar nossas lutas. Lutamos todos os dias pelo nosso território, pela nossa cultura e pelo direito de viver como vivemos, quando existe uma sociedade que está nos matando pouco a pouco”.

De acordo com dados do Prodes, sistema oficial do Inpe de monitoramento da Amazônia, o desmatamento atingiu 115 terras indígenas em 2019. Ao todo, foram destruídos 42.679 hectares, 80% a mais do que o registrado em 2018.

“Estamos perdendo nossas terras para estradas, hidrelétricas, termelétricas, pastos e para a mineração ilegal. Não podemos comemorar enquanto estamos em luta em defesa de nossos territórios", diz a professora.

Mas ela reforça que a floresta não é o único lugar de onde os indígenas resistem.

“Estamos em diferentes contextos. No interior da floresta, nas margens dos rios e dos lagos, mas também na cidade, em contexto urbano, além do território demarcado oficialmente como território indígena”.

Márcia Mura enfatiza o direito de demarcação dos territórios dos povos indígenas. Lembra também que todo território nacional é indígena e que o cuidado com a terra é de responsabilidade de todos.

“Os povos cuidam da floresta e dos rios, mas os não indígenas também precisam cuidar. Eles também vão ser afetados se faltar chuva, se os biomas forem destruídos. Todos os biomas são importantes e todos são ligados aos outros. Tudo está interligado e nós estamos ligados a este ambiente”, conclui.

SANTOS, Emily. Índio ou indígena? Entenda a diferença entre os dois termos. G1, São Paulo, 19 abr. 2022. Disponível em: https://g1.globo.com/educacao/noticia/2022/04/19/indio-ou-indigena-entenda-adiferenca-entre-os-dois-termos.ghtml. Acesso em: 19 abr. 2022. [Foram feitos pequenos ajustes no texto, a pedido da profª Márcia Mura.] a) Segundo Márcia Mura, por que o termo “índio” é carregado de ideias ultrapassadas e genéricas sobre os povos originários? b) Em que medida a fotografia de Mura reforça o tema discutido na reportagem? c) Qual é o principal argumento apresentando por Mura e Berlink para a defesa do uso da palavra “indígena”? d) Por que seria importante que a mudança de “Dia do Índio” para “Dia dos Povos Indígenas” fosse oficializada pela lei de autoria da deputada federal Joenia Wapichana, de Roraima? e) Segundo Márcia Mura, por que algumas etnias acabam se conformando com o uso do termo “índio”? f) Releia este trecho da reportagem. g) De que maneira a reportagem dialoga com os raps do 1º episódio? h) Ler e analisar a reportagem fez você perceber a importância de usar a palavra “indígena” ao se referir aos povos originários? Fale com os colegas.

• Para Márcia Mura, o que seria ainda mais relevante do que se referir aos povos originários como “indígenas”?

De acordo com dados do Prodes, sistema oficial do Inpe de monitoramento da Amazônia, o desmatamento atingiu 115 terras indígenas em 2019. Ao todo, foram destruídos 42.679 hectares, 80% a mais do que o registrado em 2018.

• Quais efeitos o uso desses dados produz?

3. Como a sua comunidade escolar se refere aos povos originários? Será que já existe a consciência da importância de usar o termo “indígena”? Para saber se, na escola, as pessoas usam “índio” ou “indígena”, a turma vai realizar uma enquete. A pergunta a ser feita é: você usa o termo “índio” ou “indígena” quando se refere aos povos originários? Para isso, sigam as seguintes orientações:

• façam um levantamento de quantas turmas têm em seu turno. Além das turmas, considerem também os funcionários da secretaria, da limpeza, da cantina. Essa informação é importante para que a turma possa se dividir em grupos de trabalho;

• a partir do número de turmas e de setores de funcionários, organizem-se em grupos de tal maneira que um grupo fique responsável por uma turma da escola ou por um setor de funcionários. Por exemplo, o grupo 1 vai realizar a enquete com a turma do 6º ano; o grupo 2, com a turma do 7º ano, e assim por diante;

• combinem com o professor em que momento a enquete será realizada: durante o intervalo ou durante a aula? Se for durante a aula, é necessário comunicar à direção da escola, pois as aulas nas outras turmas vão ser interrompidas para que vocês façam a pesquisa; a) Porque o termo não considera as especificidades dos povos indígenas, como as linguísticas, culturais e de tempo de contato com a sociedade não indígena. Além disso, o termo “índio” é colonizador e pejorativo, reproduzindo uma visão eurocêntrica de que os povos indígenas são atrasados, sem cultura, primitivos. b) O que se defende na reportagem é o uso do termo “indígena” para marcar as especificidades dos povos originários. Na foto, Márcia, da etnia Mura, apresenta-se com a pintura corporal e os adereços de seu povo, simbolizando essa diversidade. c) O termo “indígena”, que significa originário, aquele que está ali antes dos outros, natural do lugar onde vive, exprime as especificidades das diferentes etnias dos povos originários. Por isso é um termo mais adequado. d) A mudança de nome oficializada por lei seria importante porque tende a dar mais visibilidade para as causas indígenas. Além disso, instituições públicas, como escolas, ao adotarem a terminologia “Dia dos Povos Indígenas”, podem colaborar para fomentar a discussão sobre a diversidade e as especificidades dos povos originários e sobre a invisibilidade que a palavra “índio” carrega. e) Como os povos indígenas sofreram e ainda sofrem um processo de apagamento de suas identidades pelos não indígenas, eles acabam se conformando e naturalizando o uso de um termo que é pejorativo. h) Incentive os estudantes a se posicionarem. A expectativa é de que eles, não apenas pelas atividades deste episódio, mas também pelas análises feitas ao longo da missão, percebam como essa ação é relevante para valorização dos povos originários. f) Esses dados indicam que, de fato, a luta dos indígenas é diária e atual. Em 2019, a situação de desmatamento das terras indígenas foi muito pior do que em 2018, revelando um aumento significativo da violência contra os povos originários, o que confirma a fala de Márcia Mura de que o dia 19 de abril não é de comemoração, mas de reivindicação. g) A reportagem incentiva a valorização dos povos indígenas pelo uso do termo “indígena”, apresenta dados recentes sobre o desmatamento, reforça a necessidade de toda a sociedade se juntar à causa indígena em defesa do meio ambiente e aponta a violência dos colonizadores europeus, estabelecendo, assim, diálogo com os raps analisados no 1º episódio, que também abordam essas questões.

• reúnam as respostas dos participantes, para que esses dados sejam organizados em um momento posterior.

Para responder, considere os efeitos de uma lei sobre a sociedade.

• Nomear os povos pela etnia. Esse fato implicaria considerar as especificidades de cada uma delas.

3. A enquete vai ser feita apenas com uma questão. A ideia é fazer um rápido levantamento para saber qual o termo é mais usado pela comunidade escolar, introduzindo os estudantes à construção e ao uso de questionários como metodologia de pesquisa. Faça a mediação com a coordenação da escola, a fim de que os estudantes possam realizar a enquete durante as aulas se assim for decidido.

5. Analise com os estudantes os resultados encontrados. Se o termo “indígena” aparece em maior número, pode-se dizer que a comunidade escolar parece ter uma consciência mais apurada sobre a questão indígena. Se o termo “índio” aparece em maior número, pode-se dizer que a comunidade escolar precisa se informar melhor sobre a questão indígena. A enquete pode servir como ponto de partida para ações de conscientização realizadas pelos estudantes, como a produção de cartazes para serem distribuídos nos espaços da escola. Outra ação que pode ser realizada é convidar um indígena para dar uma palestra e falar sobre a diversidade dos povos originários. A escola também pode organizar visitas a territórios indígenas no entorno, caso existam, para que os estudantes possam conhecer e valorizar a cultura e as especificidades dos povos originários.

4. Depois de realizar a enquete e registrar as respostas dos participantes, chegou o momento de a turma compilar os dados, ou seja, juntar todas as respostas para saber se na escola as pessoas usam o termo “índio” ou “indígena” ao se referirem aos povos originários. Para isso, seu professor vai registrar na lousa uma tabela como a do modelo. Cada grupo vai informar o número de pessoas que responderam “indígena” e o número de pessoas que responderam “índio”. Essa etapa é fundamental para obter uma visão geral dos usos que são feitos das palavras “indígena” e “índio”.

Grupos Pessoas que usam “indígena” Pessoas que usam “índio”

5. Ao final, somem os números de cada coluna da tabela e respondam: qual termo é o mais usado pelas pessoas da sua escola? A que conclusões vocês podem chegar sobre a consciência da comunidade escolar em relação à diversidade e às especificidades dos povos originários? Conversem com os colegas e o professor.

Nesta missão, você vivenciou algumas “batalhas”. O jogo valeu a pena? Você está mais consciente da relevância da causa dos povos originários e de sua luta pelo reconhecimento da pluralidade de suas culturas? Participe de uma roda de conversa com os colegas e falem sobre as questões organizadas no portal 1 (avaliação) e no portal 2 (autoavaliação).

Portal 1

O que é o movimento hip-hop?

Por que o movimento dos rappers indígenas é importante para a luta dos povos originários?

Por que a demarcação de terras indígenas é fundamental para esses povos e deve ser defendida por toda a sociedade?

Por que é importante que os rappers indígenas usem suas línguas nativas em suas composições?

O que são os pronomes possessivos e os pronomes demonstrativos?

De que maneira os falantes do português brasileiro resolveram o apagamento da distinção entre os pronomes “ esse “ e “este“ na fala?

Para que os parênteses podem ser usados?

O que é beat?

Por que os povos originários defendem o uso do termo “indígena” em vez de “índio”?

Portal 2

Conhecer o movimento dos rappers indígenas ampliou o que você sabia sobre a causa dos povos originários? Como?

Analisar os usos dos pronomes pessoais e demonstrativos ampliou seus conhecimentos sobre o fenômeno da variação linguística?

Estudar os usos dos parênteses fez você perceber que esse sinal não é apenas “coisa da matemática”?

Como escrever um rap com seu colega fez você refletir mais profundamente sobre questões ou problemas que afetam sua comunidade?

Cantar o rap para os colegas fez você sentir “um gostinho” do que significa ser um rapper profissional? Essa seria uma possibilidade profissional para você?

Você se convenceu sobre a relevância de usar o termo “indígena” para se referir aos povos originários?

Salvando O Progresso

É importante que os estudantes tenham a oportunidade de avaliar o que foi estudado e de autoavaliar sua aprendizagem. No portal 1, avalie a aprendizagem dos estudantes acerca dos objetos de conhecimento trabalhados ao longo da missão. No portal 2, os estudantes terão a oportunidade de avaliar a própria aprendizagem, a partir de perguntas que fomentam a manifestação da subjetividade diante dos objetos estudados. Durante a realização da roda de conversa, oriente os estudantes a exercer a escuta atenta, respeitando os turnos de fala. Enquanto para as perguntas do portal 1 há respostas objetivas, que podem ser avaliadas como certas, parcialmente certas ou erradas, para as perguntas do portal 2 é impossível exigir respostas padronizadas.

Portal 1

O movimento hip-hop, a relevância do movimento do rap indígena e a demarcação de terras indígenas foram abordados no 1º episódio. O uso argumentativo das línguas indígenas foi estudado no 2º episódio. Os pronomes pessoais e os demonstrativos foram estudados no 3º episódio. Os usos dos parênteses foram abordados no 4º episódio. O conceito de beat foi abordado no 5º episódio. A discussão sobre o uso de “indígena” e “índio” foi feita no 7º episódio.

Portal 2

Respostas pessoais.

Miss O 7

O título desta missão retoma uma expressão popular muito usada dentro e fora da escola para se referir ao que era considerado importante no processo de escolarização. O escritor mineiro Bartolomeu Campos Queirós, apropriando-se dessa expressão, escreveu um livro com o mesmo título, Ler, escrever e fazer conta de cabeça, cujo enredo mostra a visão de um menino em relação à família e aos seus primeiros contatos com a escola.

Nesta missão, o campo de atuação predominante é o Jornalístico-midiático, com destaque para o trabalho com o gênero Notícia. Outro campo de atuação abordado é o Artístico-literário, explorado a partir da leitura de um poema.

Os Temas Contemporâneos Transversais (TCTs) em destaque são Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso, Vida familiar e social e Trabalho

Inicie pedindo aos estudantes que observem a imagem da abertura da missão: pergunte a eles se, pela fotografia, é possível dizer se está retratada uma pessoa jovem ou mais velha. Pergunte também se essa pessoa parece ser de uma camada socioeconômica mais ou menos favorecida; se ela é preta, parda ou branca; se parece ter facilidade ou dificuldade com a escrita e o que ela está escrevendo.

A situação apresentada se encaixa na descrição feita pelas pesquisas que analisam aqueles que tiveram pouco ou nenhum acesso à escola e, por isso, não são alfabetizados: pessoas mais velhas, não brancas e da camada popular. Na imagem, observa-se alguém que não parece escrever com facilidade. Entretanto, por enquanto, não fale sobre esse perfil, pois essa questão será abordada mais à frente; no momento, o importante é que eles se detenham sobre os aspectos que a fotografia pode sinalizar. Em seguida, leia com os estudantes o boxe Roteiro da missão: é importante que eles compreendam, ainda que introdutoriamente, o que estudarão na missão. Enquanto lê, pergunte a eles se consideram as habilidades que serão desenvolvidas ao longo desta missão importantes. Como já foi salientado anteriormente, pedir aos estudantes que se coloquem diante do roteiro do que aprenderão é fundamental na construção da autonomia e do protagonismo.

This article is from: