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ENTRANDO NO JOGO
Neste jogo, você vai ser convidado a relembrar sua infância, quando ouvia histórias e se encantava com fadas, dragões, princesas e príncipes, animais falantes... Preparado para voltar a ser criança?
PORTAL 1 a) De qual desses animais você mais gosta? Por quê? b) Em histórias, como fábulas e contos de fada, esses animais costumam aparecer como personagens. Que características, positivas ou negativas, são normalmente associadas a cada um deles nas histórias que você já leu ou escutou? c) Na vida real, essas características podem ser, de fato, associadas a esses animais? Compartilhe com os colegas sua opinião. d) Você gosta de ler e ouvir histórias que têm animais como personagens? a) A turma deve se organizar em equipes de nove estudantes e se sentar em círculo. Cada equipe vai usar uma folha de papel em branco para escrever as informações ditadas pelo professor. A cada informação ditada, um estudante da equipe deve escrever o que foi pedido, dobrar o papel e passar para o colega, que vai realizar o mesmo procedimento. O importante é que ninguém veja o que o colega escreveu. b) Agora é o momento de anotar. Prestem atenção ao que o professor vai ditar. c) Agora é hora de ler cada uma das histórias produzidas. Elas justificam o nome Disparate? Elas fazem sentido? Vocês se divertiram realizando a atividade?
1. Observe as fotografias a seguir.
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2. Você e seus colegas vão criar “histórias” coletivamente, cada um adicionando “um pedacinho” à narrativa. Mas o detalhe é que, até o final, um não verá o que o outro escreveu. Por isso, o nome do jogo é Disparate, já que as histórias inventadas poderão ser absurdas, mas, nem por isso, menos divertidas! Sigam as orientações para participar da brincadeira.
• Escreva o nome de um animal. Dobre a folha e passe-a para a esquerda.
• Escreva o nome de outro animal. Dobre a folha e passe-a para a esquerda.
• Escreva o que os dois animais estão fazendo. Dobre a folha e passe-a para a esquerda.
• Escreva o momento (quando) em que estão fazendo. Dobre a folha e passe-a para a esquerda.
• Escreva onde estão fazendo. Dobre a folha e passe-a para a esquerda.
• Escreva qual outro animal chegou para participar da cena. Dobre a folha e passe-a para a esquerda.
• Escreva o que esse terceiro animal fez. Dobre a folha e passe-a para a esquerda.
• Escreva como os outros dois animais reagiram. Dobre a folha e passe-a para a esquerda.
• Escreva o que aconteceu no final. Dobre a folha e passe-a para a esquerda.
Portal 2
Este será o portal para a entrada dos estudantes no mundo das narrativas, já que o objetivo é que eles criem histórias coletivamente utilizando os elementos da narração.
Respostas
2. a) Depois que a sala estiver organizada, leia as instruções e aguarde os estudantes terem escrito para solicitar a eles que dobrem os papéis e passem para os colegas de equipe.
b) • Por exemplo: leão. A indicação do nome de um animal se dá porque esse é um personagem comum em fábulas, como a que será lida no 1º episódio.
• Por exemplo: coelho. Neste item e no anterior, o objetivo é utilizar um elemento comum à narrativa: as personagens.
• Por exemplo: jogando futebol. Há aqui outro elemento comum na narrativa: uma ação do enredo.
• Por exemplo: de madrugada. Tem-se aqui o tempo, elemento fundamental para a narrativa.
• Por exemplo: em cima do sofá. Outro elemento típico da narrativa é o espaço.
• Por exemplo: coruja.
• Por exemplo: assoou o nariz.
• Por exemplo: bateram palmas.
• Por exemplo: todos foram ao cinema.
c) Com base nos exemplos dados, é possível montar a seguinte história: “O leão e o coelho estavam jogando futebol, de madrugada, em cima do sofá. De repente, a coruja chegou, assoando o nariz. O leão e o coelho, então, bateram palmas e, em seguida, todos foram ao cinema”.
Deixe que os estudantes leiam o que foi produzido por eles. Chame a atenção para que, no momento da leitura, eles adicionem conectivos para melhorar a coesão textual.
Jogando
1o episódio: Eu, leitor de fábula
Neste episódio, o foco está na reconstrução, pelos estudantes, da compreensão da fábula “O Leão, o Burro e o Rato”. Além dos sentidos do texto, as atividades visam também à abordagem de alguns aspectos socioculturais com base no viés literário. A fábula será estudada na perspectiva do reconto, já que o gênero tem sido ponto de partida para a produção de muitos outros textos, como paródias e paráfrases de fábulas, tirinhas, anúncios, entre outros. Uma das habilidades a ser desenvolvida no Ensino Fundamental — Anos Finais é a análise de efeitos de sentido decorrentes do uso de mecanismos de intertextualidade (EF89LP32). Para que os estudantes possam perceber essas relações, é fundamental que estabeleçam comparação entre seus conhecimentos prévios e as informações que as novas oportunidades de leitura oferecem.
Tempo previsto: 2 aulas.
Reconstrução das condições de produção, circulação e recepção / Apreciação e réplica: EF69LP44.
Reconstrução da textualidade e compreensão dos efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos linguísticos e multissemióticos: EF69LP47.
Relação entre textos: EF89LP32
Estratégias de leitura / Apreciação e réplica: EF89LP33
Adesão às práticas de leitura: EF69LP49
Respostas
1. Resposta pessoal.
Este jogo é um convite para relembrar sua infância, pois “senta que lá vem história”: você vai conhecer uma história de bichos que representam atitudes e sentimentos humanos. Certamente, haverá muito o que refletir com base na mensagem expressa no texto. Preparado para construir esses sentidos?
1º EPISÓDIO: EU, LEITOR DE FÁBULA
1. Com certeza você já leu fábulas. O você que sabe sobre esse gênero? Converse com os colegas.
Ativa O De Conhecimentos
As fábulas são narrativas muito populares, em versos ou em prosa, que, segundo estudiosos, nasceram da tradição oral no Oriente. A palavra “fábula” vem do latim fabulare, que significa falar, conversar. Uma das principais características das fábulas é apresentar animais que possuem características humanas (por exemplo, ganância, arrogância, sabedoria, astúcia, entre outros) como personagens. Também se caracterizam por apresentar uma lição de moral, ou seja, um ensinamento que tem por objetivo promover a reflexão sobre comportamentos das sociedades. No mundo ocidental antigo, Esopo foi um fabulista que viveu na Grécia. A ele são atribuídas muitas histórias popularmente conhecidas como Fábulas de Esopo – como a história da cigarra e da formiga. O francês La Fontaine, no século XVII, modernizou as fábulas, tornando-as muito populares por toda a Europa. No Brasil, Monteiro Lobato e Millôr Fernandes são considerados autores importantes do processo de releituras de fábulas.
2. Observe a capa e a quarta capa do livro em que foi publicada a fábula “O Leão, o Burro e o Rato”, que você vai ler. Depois, converse com os colegas sobre as questões propostas.
Capa da coletânea Novas fábulas fabulosas, 2 ed Publicada pela Editoria Nórdica Ltda. © Millôr Fernandes, Rio de Janeiro, 1978.
Quarta capa do livro Novas fábulas fabulosas, 2 ed Publicada pela Editoria Nórdica Ltda. © Millôr Fernandes, Rio de Janeiro, 1978.
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Millôr Fernandes retoma um dos mais tradicionais e populares gêneros da literatura mundial — a fábula — trocando seu aspecto moralista e conservador por um humor irreverente, anárquico mesmo, e por uma visão extremamente pessoal e independente. São textos curtos, com alta voltagem de criatividade e senso crítico, magistralmente ilustrados pelo próprio autor.
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a) Com base no título, qual parece ser a característica principal dos textos contidos no livro?
b) Observe a ilustração da capa. O que ela sugere sobre o gênero fábula?
c) Leia o texto da quarta capa na página anterior e, no boxe ao lado, alguns dados sobre o autor, Millôr Fernandes. Você se sentiu interessado em ler o livro Novas fábulas fabulosas? Por quê?
3. Leia silenciosamente a fábula a seguir, prestando especial atenção nas atitudes das personagens e no desfecho da história.
O Leão, o Burro e o Rato
Um leão, um burro e um rato voltaram, afinal, da caçada que haviam empreendido juntos¹ e colocaram numa clareira tudo que tinham caçado: dois veados, algumas perdizes, três tatus, uma paca e muita caça menor. O leão sentou-se num tronco e, com voz tonitruante que procurava inutilmente suavizar, berrou: “Bem, agora que terminamos um magnífico dia de trabalho, descansemos aqui, camaradas, para a justa partilha do nosso esforço conjunto. Compadre burro, por favor, você, que é o mais sábio de nós três (com licença do compadre rato), você, compadre burro, vai fazer a partilha dessa caça em três partes absolutamente iguais. Vamos, compadre rato, até o rio, beber um pouco de água, deixando o nosso grande amigo burro em paz para deliberar.”
Os dois se afastaram, os dois foram ao rio, beberam água² e ficaram um tempo. Voltaram e verificaram que o burro tinha feito um trabalho extremamente meticuloso, dividindo a caça em três partes absolutamente iguais. Assim que viu os dois voltando, o burro perguntou ao leão: “Pronto, compadre leão, aí está – que acha da partilha?”. O leão não disse uma palavra. Deu uma violenta patada na nuca do burro, prostrando-o no chão, morto.
Sorrindo, o leão voltou-se para o rato e disse: “Compadre rato, lamento muito, mas tenho a impressão de que concorda em que não podíamos suportar a presença de tamanha inaptidão e burrice. Desculpe eu ter perdido a paciência, mas não havia outra coisa a fazer. Há muito que eu não suportava mais o compadre burro. Me faça um favor agora – divida você o bolo da caça, incluindo, por favor, o corpo do compadre burro. Vou até o rio, novamente, deixando-lhe calma para uma deliberação sensata.”
Millôr Fernandes (1923-2012) atuou como desenhista, humorista, escritor e tradutor. Foi um conhecido jornalista brasileiro que ganhou notoriedade pelas colunas de humor publicadas na revista Veja e nos jornais O Pasquim e Jornal do Brasil b) Incentive os estudantes a descreverem a imagem. A ilustração estabelece relação entre seres humanos (representados pela perna e por uma figura masculina sem roupas) e outros animais, o que é uma pista para o leitor de que as histórias, por mais que tenham animais como personagens, estão associadas à vida humana. c) Resposta pessoal. Incentive os estudantes a se posicionarem sobre o impacto que a capa e a quarta capa da referida obra provocaram neles e em seu desejo de lê-la. b)
Clareira: lugar no meio de mata ou bosque onde não há árvores.
Deliberar: decidir, resolver.
Empreendido (empreender): feito, realizado.
Inaptidão: falta de habilidade; incapacidade.
Meticuloso: cuidadoso; minucioso.
Perdizes (perdiz): tipo de ave que se costuma caçar.
Prostrando-o (prostrar): derrubar, fazer cair.
2. a) Resposta pessoal. Incentive os estudantes a levantarem hipóteses sobre o livro; essa é uma estratégia que tem potencial para motivá-los para a leitura do texto. Pelo título, pode-se inferir que se trata de uma coletânea de “novas fábulas”, ou seja, que a intenção do texto é retomar fábulas tradicionais e atualizá-las. Aproveite a oportunidade e solicite aos estudantes que consultem, em um dicionário, o significado do adjetivo “fabulosas”. “Fábulas” e “fabulosas” são palavras cognatas, ou seja, que têm o mesmo radical; consequentemente, têm sentidos comuns: o adjetivo “fabuloso” é relativo à fábula ou associado ao que é fictício, inventado, mitológico.
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3. Proponha que a leitura seja feita de forma silenciosa e individual. Essa é uma habilidade que precisa ser trabalhada ao longo do Ensino Fundamental — Anos Finais, a fim de garantir a autonomia dos estudantes. Em seguida, seria interessante ler o texto em voz alta para a turma. A realização dessa leitura expressiva é fundamental para que os estudantes aprendam a ler com entonação, ritmo e velocidade, buscando a expressão dos sentidos do texto.
3. a) O uso de letras maiúsculas no nome das personagens tem a função de individualizá-las. No título, além da inicial maiúscula, também a presença do artigo definido antecedendo os nomes tem a função de indicar para o leitor o nome das personagens principais. Aproveite a oportunidade para recordar com os estudantes a diferença entre os substantivos comuns e os próprios: os comuns – como rato, burro ou leão – indicam uma referência a animais da mesma espécie (uma coletividade), enquanto os nomes próprios representam um indivíduo em particular. No caso das fábulas, como geralmente as personagens (animais) representam determinados comportamentos humanos – o leão normalmente simboliza o comportamento autoritário de quem se sente superior, por exemplo –, o uso das iniciais maiúsculas serve de pista para o leitor fazer essa associação entre o animal e o que ele representa em textos do gênero.
• Ordem correta da resposta: II, IV, I, III.
• Se necessário, relembre os elementos que compõem o enredo de narrativas tradicionais com os estudantes. Esse assunto foi abordado ao longo dos volumes 6 e 7.
Situação inicial: II; conflito: IV; clímax: I; desfecho: III.
Argúcia: capacidade de entender facilmente o que está implícito.
Fúnebre: referente a morte ou funeral.
Ponderadamente: com equilíbrio, sensatez.
Mal o leão se afastou, o rato não teve a menor dúvida. Dividiu o monte de caça em dois. De um lado toda a caça, inclusive o corpo do burro. Do outro apenas um ratinho cinza³ morto por acaso. O leão ainda não tinha chegado ao rio quando o rato o chamou: “Compadre leão, está pronta a partilha!”. O leão, vendo a caça dividida de maneira tão justa, não pôde deixar de cumprimentar o rato: “Maravilhoso, meu caro compadre, maravilhoso! Como você chegou tão depressa a uma partilha tão certa?”. E o rato respondeu: “Muito simples. Estabeleci uma relação matemática entre seu tamanho e o meu – é claro que você precisa comer muito mais. Tracei uma comparação entre a sua força e a minha – é claro que você precisa de muito maior volume de alimentação do que eu. Comparei, ponderadamente, sua posição na floresta com a minha – e, evidentemente, a partilha só podia ser esta. Além do que, sou um intelectual, sou todo espírito!”. “Inacreditável, inacreditável! Que compreensão! Que argúcia!”, exclamou o leão, realmente admirado. “Olha, juro que nunca tinha notado, em você, essa cultura. Como você escondeu isso o tempo todo, e quem lhe ensinou tanta sabedoria?”. “Na verdade, leão, eu nunca soube nada. Se me perdoa um elogio fúnebre, se não se ofende, acabei de aprender tudo agora mesmo, com o burro morto.” a) Como acontece comumente, o título das fábulas contém os nomes das personagens principais iniciados por letras maiúsculas. Por que isso ocorre? Qual efeito de sentido esse recurso provoca? b) Para que uma narrativa seja coerente, os acontecimentos dela precisam ter uma sequência lógica, ou seja, o enredo precisa ter ações encadeadas. Considerando a fábula “O Leão, o Burro e o Rato”, faça o que se pede.
MORAL: SÓ UM BURRO TENTA FICAR COM A PARTE DO LEÃO.
1. A conjugação de esforços tão heterogêneos na destruição do meio ambiente é coisa muito comum.
2. Enquanto estavam bebendo água, o leão reparou que o rato estava sujando a água que ele bebia. Mas isso é outra fábula.
3. Os ratos devem aprender a se alimentar de ratos. Como diziam os latinos: Similia similibus jantantur FERNANDES, Millôr. Novas fábulas fabulosas 2. ed. Rio de Janeiro: Nórdica, 1978. p. 43-45.
• Escreva em seu caderno a ordem correta em que ocorreram os acontecimentos.
I. O rato faz a divisão da caça.
II. Um leão, um burro e um rato voltam de uma caçada e precisam dividir a caça.
III. O leão concorda com a nova divisão da caça.
IV. O leão mata o burro, porque este não dividiu a caça corretamente.
• Considerando os elementos que compõem o enredo das narrativas – situação inicial, conflito, clímax e desfecho –, classifique os tópicos do item anterior.
4. Releia o trecho da introdução da fábula e compare-o com um verbete.
O leão sentou-se num tronco e, com voz tonitruante que procurava inutilmente suavizar, berrou: “Bem, agora que terminamos um magnífico dia de trabalho, descansemos aqui, camaradas, para a justa partilha do nosso esforço conjunto. [...]” tonitruante (to.ni.tru:an.te) a2g.
1. Que troveja.
2. Fig. Que troa, que é barulhento como o trovão; RUIDOSO
3. Fig. Que fala ou canta com estrondo; TONITRUOSO: Seu modo tonitruante de falar assustava as pessoas
[F.: Do lat. tonitruans, antis.] a) No trecho da fábula, qual expressão usada pelo narrador equivale à ideia de voz tonitruante? b) Segundo o narrador, o leão conseguiu suavizar seu tom de voz? Por quê? a) Leia novamente o primeiro e o segundo parágrafo da fábula de Millôr, observando a atitude do leão em relação aos companheiros de caça, e explique a mudança de comportamento dessa personagem. b) Relembre as fábulas que você conhece e reflita: a atitude do leão, na fábula de Millôr, é coerente com o perfil que a personagem geralmente tem nas fábulas? Justifique sua resposta. a) Nesses trechos, quais elementos linguísticos demonstram a intenção do leão de demonstrar gentileza e tolerância? b) Todo texto manifesta um discurso, ou seja, subentende determinados valores, pontos de vista ou ideias. Explique o discurso que está por trás das falas do leão.
TONITRUANTE. In: AULETE digital. Rio de Janeiro: Lexikon Editora Digital, [20--]. Disponível em: www.aulete.com.br/tonitruante. Acesso em: 25 abr. 2022..
5. Geralmente, as fábulas têm personagens-tipo, ou seja, personagens que representam comportamentos padronizados, estereotipados, ou de determinado grupo social.
6. Releia as falas do Leão.
— Compadre burro, por favor, você, que é o mais sábio de nós três (com licença do compadre rato), você, compadre burro, vai fazer a partilha dessa caça em três partes absolutamente iguais.
— Compadre rato, lamento muito, mas tenho a impressão de que concorda em que não podíamos suportar a presença de tamanha inaptidão e burrice. Desculpe eu ter perdido a paciência, mas não havia outra coisa a fazer.
CHAVE MESTRA
Para responder, leve em conta as falas da personagem e o desfecho da história.
7. Explique o desfecho da história.
8. Releia o diálogo entre o leão e o rato no parágrafo final da história.
O leão, vendo a caça dividida de maneira tão justa, não pôde deixar de cumprimentar o rato: “Maravilhoso, meu caro compadre, maravilhoso! Como você chegou tão depressa a uma partilha tão certa?”. E o rato respondeu: “Muito simples. Estabeleci uma relação matemática entre seu tamanho e o meu – é claro que você precisa b) Não. Se o leão berrou para os demais animais, pode-se inferir que ele não conseguiu suavizar sua voz. Além disso, o narrador afirma que o leão “procurava inutilmente suavizar” a voz. a) Inicialmente, o leão buscou agir com certa gentileza, mas, quando notou que não tinha sido privilegiado na partilha realizada pelo burro, agiu com violência, evidenciando sua verdadeira natureza. b) Sim. Espera-se que os estudantes associem o comportamento do leão ao que é típico nas fábulas: arrogante, violento e prepotente.
O leão tenta demonstrar gentileza, mas, na verdade, usa esse tom para manipular e se impor; a linguagem apenas é usada para persuadir seus interlocutores, para ganhar a confiança deles. A personagem, na verdade, está sendo falsa, mentindo sobre sua verdadeira intenção, que é satisfazer as próprias necessidades, o que fica claro observando-se a história como um todo. Pelo desfecho da fábula, pode-se concluir que a intenção da personagem sempre foi ter privilégios em relação aos dois companheiros de caça.
4. a) O verbo “berrar”.
5. Lembre os estudantes de que personagem-tipo é aquela que representa determinado comportamento social. Nas fábulas, o leão tende a ser violento, assim como a raposa geralmente é caracterizada como quem usa a esperteza para enganar alguém, enquanto o rato é também esperto, mas age honestamente, tentando ser justo.
6. a) Resposta possível: o tratamento usado para se referir ao burro e ao rato –“compadre” – e expressões como “por favor”, “lamento” e “desculpe”.
19 b) Aproveite a oportunidade para refletir com os estudantes sobre o conceito de discurso. Todo texto está inserido em um contexto – seja histórico, seja social ou seja cultural – que o precede e serve de base para que sua produção seja desenvolvida. Às vezes, por estarmos inseridos nesse contexto, não percebemos os diálogos e as relações que o texto traz. Contudo, muitas vezes, as produções não são tão sutis e fazem referências diretas a obras que as precederam. O nome dado a esse fenômeno é dialogismo: processo de interação entre textos que ocorre em meio à polifonia, ou seja, às múltiplas vozes e ideias presentes em todos os discursos veiculados. Tanto na escrita como na leitura, o texto não é visto isoladamente, mas correlacionado com outros discursos similares ou próximos. Segundo o pensador russo Mikhail Bakhtin, “os enunciados não são indiferentes entre si, nem se bastam cada um a si mesmos; conhecem os outros e se refletem mutuamente uns aos outros. Cada enunciado é pleno de ecos e ressonâncias de outros enunciados com os quais está ligado” (2004, p. 297). Nesse sentido, cada novo discurso produzido é, de certa maneira, derivado de um vasto número de outros enunciados que o precederam e, de algum modo, influenciaram-no. b) Incentive os estudantes a se posicionarem. A ambiguidade da palavra “burro”, discutida no item a, é uma pista para os estudantes perceberem que, na verdade, não se está falando apenas dos animais e da divisão da caça, mas de outras situações que podem ser vivenciadas pelas pessoas. Aquele que se atreveu a pegar a parte do mais forte foi castigado com a morte. c) Esses termos fazem referência a trechos numerados no 1º, no 2º e no 4º parágrafo da fábula, respectivamente. O item 1 se refere ao trecho da caçada; o item 2 se refere ao trecho em que o leão e o rato bebem água enquanto o burro faz a partilha; o item 3 se refere ao trecho em que o rato separa apenas um ratinho para si mesmo. d) Esses itens são comentários feitos pelo autor em relação aos trechos. Ao comentar, o autor apresenta temas contemporâneos – a preservação do meio ambiente no item 1 –, estabelece relação de intertextualidade com a fábula “O Rato e o Leão” e faz um comentário irônico sobre os ratos terem de se alimentar de ratos usando uma expressão latina. comer muito mais.[...] Além do que, sou um intelectual, sou todo espírito!”. “Inacreditável, inacreditável! Que compreensão! Que argúcia!”, exclamou o leão, realmente admirado. “Olha, juro que nunca tinha notado, em você, essa cultura. Como você escondeu isso o tempo todo, e quem lhe ensinou tanta sabedoria?” [...] a) Explique os dois sentidos que podem ser associados à palavra “burro” no contexto. b) Em sua opinião, essa moral está adequada à fábula? c) Releia os itens 1, 2 e 3 que se encontram após a moral nessa parte final da fábula. A que eles se referem?
7. O rato, percebendo-se ameaçado pela violência do leão, faz uma partilha desigual da caça, justificando sua atitude com a ideia de que o leão, por ser maior, precisa comer mais. Ao ser questionado pelo leão sobre o que o motivou a agir dessa forma, o rato explica que a morte do burro lhe serviu de lição, já que não queria correr o risco de também ser morto pelo leão.
8. • Pelo contexto, pode-se inferir que o diálogo é irônico. Na verdade, o rato privilegiou o leão por ter se sentido ameaçado por ele e, por temer a reação do companheiro caso declarasse a verdade, falseia sua explicação.
9. a) Burro: o animal; burro: ser desprovido de inteligência.
Ironia é uma figura de linguagem por meio da qual se diz o contrário do que se quer dar a entender, em que as palavras ou frases são usadas literalmente para dizer algo diferente ou oposto ao que realmente se quer dizer.
• Você acha que realmente o rato foi sincero ao explicar a razão que o levou a fazer a partilha privilegiando o leão? O leão foi sincero ao elogiar a cultura e a sabedoria do rato?
Ou ambos os personagens foram irônicos um com o outro? Explique sua resposta.
9. A fábula é um gênero que contém, explícita ou implicitamente, uma lição moral. Na fábula lida, esta é a lição definida por Millôr. Releia o trecho a seguir.
MORAL: SÓ UM BURRO TENTA FICAR COM A PARTE DO LEÃO.
1. A conjugação de esforços tão heterogêneos na destruição do meio ambiente é coisa muito comum.
2. Enquanto estavam bebendo água, o leão reparou que o rato estava sujando a água que ele bebia. Mas isso é outra fábula.
3. Os ratos devem aprender a se alimentar de ratos. Como diziam os latinos: Similia similibus jantantur d) Com que objetivos esses itens aparecem?
10. Você sabia que, no Brasil, o leão é símbolo do imposto de renda? Essa foi a escolha de uma campanha publicitária e está relacionada às características que o animal representa. Para conhecer melhor essa história, leia a matéria a seguir e responda à questão.
Chave Mestra
Imposto de renda é um tributo – como o próprio nome diz – aplicado, em percentual, sobre a renda anual de todo trabalhador formal brasileiro por meio de um órgão ligado ao Governo Federal: a Receita Federal.
O leão foi adotado, em 1979, como símbolo do imposto de renda.
Por que o leão é o símbolo do Imposto de Renda
Muita gente não sabe por qual motivo a Receita Federal adotou o leão como símbolo do Imposto de Renda. No final de 1979, a Receita Federal pediu para a lendária agência DPZ uma campanha publicitária para divulgar o Programa Imposto de Renda. A ideia era estabelecer uma forma de ampliar a arrecadação. Após analisar as propostas dos publicitários, nasceu a ideia de um leão como símbolo da ação fiscalizadora da Receita, em especial do Imposto de Renda. [...]
Foram 4 os motivos para a escolha do leão, levaram em consideração algumas de suas características, segundo a própria Receita:
1. Ele é o rei dos animais, mas não ataca sem avisar;
2. É justo;
3. É leal;
4. É manso, mas não é bobo.
Em dez anos, o leão apareceu em 30 filmes. A campanha resultou, de imediato, numa identificação pela opinião pública do leão com o imposto de renda. O leão é manso, mas não é bobo, foi a mensagem dos filmes da campanha.
O sucesso da campanha publicitária foi tão grande que chegou aos dicionários. O Dicionário “Houaiss” define Leão como o órgão responsável pela arrecadação do imposto de renda. Segundo o “Aurélio”, Leão é o órgão arrecadador do imposto de renda. Para o “Sacconi”, Leão é o serviço de arrecadação do imposto de renda. Na definição do “Dicionário da Academia Brasileira de Letras”, Leão é o órgão encarregado de recolher o imposto de renda.
[...]
[...] Embora hoje em dia a Receita Federal não use o leão, a imagem do símbolo ficou guardada na mente dos contribuintes, numa das mais bem-sucedidas peças publicitárias da mídia brasileira.
CERTIFICADO Digital. Por que o leão é o símbolo do Imposto de Renda. Serasa Experian, 8 abr. 2021. Disponível em: https://serasa. certificadodigital.com.br/blog/e-cpf/por-que-o-leao-e-o-simbolo-do-imposto-de-renda. Acesso em: 25 abr. 2022.
• A imagem representada pelo leão no imaginário popular e que inspirou a campanha publicitária é semelhante à da fábula? Justifique sua resposta.
2º EPISÓDIO: NOSSO CENTRO DE ANÁLISE DE USOS DA LÍNGUA
Na leitura da fábula “O Leão, o Burro e o Rato”, você refletiu sobre sentidos e intenções do texto. Agora, vai analisar alguns recursos linguístico-semióticos usados pelo escritor Millôr Fernandes na construção do texto.
Recursos linguísticos são formas verbais mobilizadas na construção de textos para obtenção de determinados efeitos de sentidos. Recursos semióticos são aparatos, como cor, fonte, palavra, gesto, fisionomia, imagens, entre outros, usados para estabelecer comunicação. Ao usar tanto as formas verbais como os diferentes aparatos em textos escritos e orais, é possível dizer que foram mobilizados recursos linguístico-semióticos
NOLIVR
10. • Não há uma única resposta; o importante é os estudantes sustentem sua afirmação, apresentando argumentos. À primeira vista, o leão da fábula parece ser diferente, pois tem um comportamento violento que não corresponde ao que a campanha buscou. Contudo, tanto na fábula quanto na campanha publicitária, o leão simboliza liderança, lealdade e esperteza. Certamente, a imagem explorada pela campanha publicitária é positiva.
2o episódio: Nosso centro de análise de usos da língua
Neste episódio, o foco está nos usos de recursos linguístico-semióticos usados na construção da fábula. Assim, serão abordadas, além dos elementos que compõem a estrutura narrativa (personagem, espaço, narrador, tempo e enredo), as características que fazem o gênero fábula ser reconhecido como tal. Aborda-se, ainda, a paródia, recurso utilizado pelo texto do 1º episódio e que contribuiu para torná-lo atual.
Tempo previsto: 2 aulas
Efeitos de sentido: EF69LP05.
Reconstrução da textualidade e compreensão dos efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos linguísticos e multissemióticos: EF69LP47 a) Identifique quais são esses elementos, desenhe o quadro a seguir no seu caderno e complete-o. Você também vai precisar citar alguns exemplos retirados da fábula. Então, volte ao 1º episódio para buscar esses trechos.
1. Por ser um texto narrativo, ou seja, para contar uma história, a fábula precisa reunir elementos que também podem aparecer em contos, romances e histórias em quadrinhos, por exemplo.
Elemento da narrativa Na fábula “O Leão, o Burro e o Rato”
Leão, burro e rato
Trecho da fábula
Espaço
[...] e colocaram numa clareira tudo que tinham caçado [...]
Recursos linguísticos e semióticos que operam nos textos pertencentes aos gêneros literários: EF69LP54
Relação entre textos: EF89LP32
Estratégias de leitura / Apreciação e réplica: EF89LP33
Respostas
1. a) Outros exemplos podem ser citados, desde que atendam ao que foi solicitado pela atividade. Assim, o rio também pode ser citado como espaço da narrativa. Além disso, como o enredo se organiza em uma estrutura com situação inicial, conflito, clímax e desfecho (o que será aprofundado na atividade 2), outras ações podem ser citadas pelos estudantes.
Se achar conveniente, dê uma dica aos estudantes para que memorizem os principais elementos da narrativa: Personagem, Espaço, Narrador, Tempo, Enredo.
b)
• O narrador é observador, já que ele não participa da história, apenas conta o que acontece.
• Espera-se que os estudantes respondam que o trecho final não faz uso de uma narração onisciente, já que se trata de um comentário do autor, como visto no episódio anterior. Além disso, conforme explicado no boxe Chave mestra, autor e narrador são seres distintos.
• O autor, ao fazer os comentários, pretende produzir humor. Há uma quebra de expectativa em relação ao final das fábulas tradicionais, que costumam se encerrar com a moral. Esses comentários sinalizam para o leitor que houve uma atualização da fábula.
Elemento da narrativa Na fábula “O Leão, o Burro e o Rato”
Narrador Observador
Leão matar o burro (conflito)
Ativa O De Conhecimentos
Trecho da fábula
[...] agora que terminamos um magnífico dia de trabalho [...]
O leão não disse uma palavra. Deu uma violenta patada na nuca do burro, prostrando-o no chão, morto.
Como o próprio nome indica, narrador é quem narra a história. Ele recebe esse nome justamente por ser a voz que conduz a narrativa, podendo ser:
• narrador-personagem: participa da história como personagem; por isso, ela é contada em primeira pessoa;
• narrador-observador: apesar de conhecer o enredo, ele não é um dos personagens da história; assim, ela é narrada em terceira pessoa; b) Observe que na fábula o foco narrativo é de terceira pessoa.
• narrador onisciente: sabe tudo o que se passa na história, incluindo os pensamentos, os sentimentos, o passado e o futuro das personagens. A narração costuma ser em terceira pessoa, mas também pode ser em primeira pessoa, se forem apresentados pensamentos dos personagens.
• Qual é o tipo de narrador?
• Na parte final da fábula, os itens 1, 2 e 3 adicionam informações ao texto, demonstrando certo posicionamento. Esse trecho utiliza uma narração onisciente? Explique sua resposta.
Chave Mestra
Para responder, lembre-se de que o autor é um indivíduo real, um ser humano de carne e osso, que imagina e escreve a história. Já o narrador é um ser textual, a voz que conta os acontecimentos da história. É por isso que, por exemplo, uma narrativa escrita por uma mulher pode ser narrada por um personagem masculino e vice-versa.
• Que efeito é pretendido com a inserção dos itens 1, 2 e 3?
2. Releia este trecho da fábula.
E o rato respondeu: “Muito simples. Estabeleci uma relação matemática entre seu tamanho e o meu – é claro que você precisa comer muito mais. Tracei uma comparação entre a sua força e a minha – é claro que você precisa de muito maior volume de alimentação do que eu. Comparei, ponderadamente, sua posição na floresta com a minha – e, evidentemente, a partilha só podia ser esta.
Elemento da narrativa
Na fábula “O Leão, o Burro e o Rato”
Trecho da fábula
Personagens Leão, burro e rato Um leão, um burro e um rato voltaram, afinal, da caçada [...]
Espaço Clareira da floresta [...] e colocaram numa clareira tudo que tinham caçado [...]
Narrador Observador Sorrindo, o leão voltou-se para o rato e disse [...]
Tempo Final do dia [...] agora que terminamos um magnífico dia de trabalho [...] a) Qual sinal gráfico é utilizado para indicar a fala das personagens?
Enredo Leão matar o burro (conflito) O leão não disse uma palavra. Deu uma violenta patada na nuca do burro, prostrando-o no chão, morto.
Ativa O De Conhecimentos
Nos textos narrativos, quando a voz das personagens é percebida literal e explicitamente, tem-se o discurso direto Em geral, para a estruturação do discurso direto, são utilizados sinais gráficos, como dois-pontos, travessão, aspas ou mesmo itálico.
b) Qual é a função dos travessões no trecho?
c) Que efeito os termos em destaque, que se encontram logo depois dos travessões, produzem?
d) Por que é possível dizer que as expressões destacadas e os travessões foram usados com função estética na fábula?
3. Releia a parte final da fábula.
MORAL: SÓ UM BURRO TENTA FICAR COM A PARTE DO LEÃO.
1. A conjugação de esforços tão heterogêneos na destruição do meio ambiente é coisa muito comum.
2. Enquanto estavam bebendo água, o leão reparou que o rato estava sujando a água que ele bebia. Mas isso é outra fábula.
3. Os ratos devem aprender a se alimentar de ratos. Como diziam os latinos: Similia similibus jantantur a) Por que a moral está grafada com letras maiúsculas? b) No item 2, o autor afirma: “Mas isso é outra fábula”. Por que ele diz isso?
Chave Mestra
Para responder, peça a seu professor que conte rapidamente a fábula “O Lobo e o Cordeiro”.
c) Por que se pode dizer que Millôr, no item 2, faz uso de intertextualidade?
Ativa O De Conhecimentos
Intertextualidade é a relação entre dois textos caracterizada por um “citar” o outro. Esse “diálogo” pode ocorrer de modo explícito, quando são citados trechos de outros textos, por exemplo, ou de modo mais implícito, quando é necessário que o leitor conheça os textos para estabelecer a relação intertextual.
d) A expressão latina Similia similibus curentur significa “a cura pelos semelhantes”, ou seja, a doença poderia ser tratada pela aplicação de medidas semelhantes à doença.
• Com base na tradução feita para a expressão no campo da medicina, qual poderia ser uma tradução para a expressão usada por Millôr no item 3: Similia similibus jantantur?
• Por que se pode dizer que Millôr, no item 3, também faz uso de intertextualidade?
e) Reflita: no item 1, ao fazer um comentário crítico em relação à destruição do meio ambiente, é possível dizer que Millôr estabelece uma relação com o discurso de preservação do meio ambiente?
2. a) As falas das personagens ficam entre aspas.
b) Os travessões são usados para marcar as diferenças entre o rato e o leão feitas pelo próprio rato. Eles destacam os motivos pelos quais a divisão do rato foi feita, favorecendo o leão.
c) O uso da expressão “é claro” por duas vezes e do advérbio “evidentemente”, depois do travessão, reforça a atitude sábia do rato, que, para sobreviver, divide a maior parte da caça para o leão. Essas expressões mostram que o rato, agindo espertamente, sinaliza para o leão que a divisão foi justa.
d) Porque tanto as expressões quanto os travessões foram usados para realçar a atitude do rato ao partilhar a caça com o leão. Essa atitude é essencial para a construção da moral da fábula.
3. a) Para destacar essa informação. Em fábulas, a moral costuma encerrar a história e, para enfatizar esse elemento da forma composicional das fábulas, foram usadas letras maiúsculas.
b) Porque o item 2 se refere ao trecho da fábula em que o leão e o rato vão beber água no rio e o autor comenta que o leão havia reparado que o rato estava sujando a água. Existe outra fábula, “O Lobo e o Cordeiro”, cujo enredo é construído exatamente em cima da ação de beber água no riacho e sujá-la. Leia para os estudantes essa versão disponibilizada em: www.pensador. com/frase/ODEwMzk1 (acesso em: 12 jun. 2022).
“Um cordeiro estava bebendo água num riacho. O terreno era inclinado e por isso havia uma correnteza forte. Quando ele levantou a cabeça, avistou um lobo, também bebendo da água.
– Como é que você tem a coragem de sujar a água que eu bebo – disse o lobo, que estava alguns dias sem comer e procurava algum animal apetitoso para matar a fome.
– Eu não tenho irmão - disse o cordeiro – sou filho único.
– Alguém que você conhece, algum outro cordeiro, um pastor ou um dos cães que cuidam do rebanho, e é preciso que eu me vingue. Então ali, dentro do riacho, no fundo da floresta, o lobo saltou sobre o cordeiro, agarrou-o com os dentes e o levou para comer num lugar mais sossegado.
MORAL: A razão do mais forte é sempre a melhor” c) Porque Millôr, ao se referir à ação de beber água do rato e do leão, faz um comentário sobre o leão estar percebendo que o rato está sujando a água. Essa cena pertence à fábula “O Lobo e o Cordeiro” e, explicitamente, Millôr sinaliza que esse fato se refere à outra fábula e, portanto, a outro texto. Ele estabelece um diálogo entre as duas fábulas com seu comentário. d) • Estimule os estudantes a dizerem uma tradução. Com base no que é dito no item 3, uma possível tradução ao pé da letra seria “a janta dos seus semelhantes”, “jantar seus semelhantes”.
• Porque ele usa uma expressão latina, que faz parte do mundo da medicina, para se referir ao fato de que os ratos deveriam aprender a comer seus semelhantes em função da partilha feita pelo rato.
– Senhor - respondeu o cordeiro – não precisa ficar com raiva porque eu não estou sujando nada. Bebo aqui, uns vinte passos mais abaixo, é impossível acontecer o que o senhor está falando.
– Você agita a água - continuou o lobo ameaçador – e sei que você andou falando mal de mim no ano passado.
– Não pode - respondeu o cordeiro – no ano passado eu ainda não tinha nascido. O lobo pensou um pouco e disse: f) • Sim. Ao fazer comentários nos itens 1, 2 e 3, Millôr acrescenta outros sentidos à fábula, por exemplo, atualizando-a para a discussão sobre a preservação ambiental, fazendo humor com a referência a outra fábula e inserindo uma expressão latina para refletir sobre a atitude do rato. Essas ações, além de acrescentar humor, alteram o sentido da fábula.
– Se não foi você foi seu irmão, o que dá no mesmo.
3. e) A expectativa é de que os estudantes respondam que sim. Embora não tenha uma marca explícita de outro texto, o fato de Millôr tecer um comentário crítico sobre a destruição do meio ambiente remete a textos produzidos sobre essa temática.
3o episódio: Do texto para a língua
Transitividade verbal e regência nominal e verbal
Neste episódio, os estudantes serão levados a refletir sobre regência verbal e nominal. Para isso, também serão retomados os estudos relativos à transitividade verbal e aos complementos verbais (objeto direto e objeto indireto) abordados nos volumes 6 e 7. Sugere-se que todas as atividades sejam feitas coletivamente, para que as discussões e reflexões possam ser compartilhadas.
Tempo previsto: 2 aulas
Variação linguística: EF69LP55
Morfossintaxe: EF08LP07, EF08LP13.
Respostas
1.
a) Os complementos são ligados diretamente aos verbos.
b) Objeto direto.
c) • A palavra “partilha”.
• “Partilha” é um substantivo.
• Se os complementos dos verbos são chamados de verbais, a expectativa é de que os estudantes observem que os complementos de substantivos, que também são chamados de nomes, são nomeados como complementos nominais.
f) A paródia é um tipo de intertextualidade que se caracteriza pela desconstrução dos sentidos do texto original, com o qual estabelece diálogo. Geralmente, é usada para produzir humor, crítica, ironia em relação ao discurso veiculado pelo texto original.
• A fábula de Millôr pode ser considerada uma paródia? Explique.
3º EPISÓDIO: DO TEXTO PARA A LÍNGUA TRANSITIVIDADE VERBAL E REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL
Neste episódio, você vai ampliar seus conhecimentos sobre transitividade verbal e regência por meio de reflexões que podem lhe propiciar a construção de novas habilidades ao escrever textos.
1. Releia um trecho da fábula de Millôr.
“Olha, juro que nunca tinha notado, em você, essa cultura. Como você escondeu isso o tempo todo, e quem lhe ensinou tanta sabedoria?”
• Na fala do leão, observe a relação dos verbos e locuções verbais com os respectivos complementos: tinha notado > essa cultura escondeu > isso ensinou > tanta sabedoria a) Os complementos verbais são ligados aos verbos diretamente ou por meio de uma preposição? b) Como é denominado o complemento verbal que é ligado diretamente aos verbos?
Ativa O De Conhecimentos
Nos trechos, os verbos destacados precisaram de um complemento. Eles são chamados de verbos transitivos Já os verbos intransitivos são aqueles que não exigem complementos verbais.
O verbo transitivo direto é aquele cujo complemento – o objeto direto – é introduzido sem a necessidade de uma preposição. O verbo transitivo indireto tem seu complemento – o objeto indireto – introduzido por uma preposição.
c) Leia esta outra fala do leão.
“Bem, agora que terminamos um magnífico dia de trabalho, descansemos aqui, camaradas, para a justa partilha do nosso esforço conjunto.”
• O termo “do nosso esforço conjunto” complementa que palavra?
• A que classe gramatical pertence essa palavra?
• Como deve ser chamado esse complemento?
Para responder, considere que os substantivos pertencem à classe dos nomes.
• Esse complemento se liga diretamente, ou seja, sem o auxílio de preposição, ou por meio de preposição aos nomes?
Conquista
As relações de complementação dizem respeito ao mecanismo de regência de verbos e de nomes. Nos trechos da fábula “O Leão, o Burro e o Rato”, os complementos estão ligados sintaticamente aos termos que complementam. Em “ensinou tanta sabedoria”, “tanta sabedoria” completa o sentido do verbo “ensinou”. Em “partilha do nosso esforço conjunto”, “do nosso esforço conjunto” completa o sentido do substantivo (nome) “partilha”.
Tanto o verbo “ensinar” quanto o substantivo “partilha” exigiram um complemento do qual dependem para terem sentido no contexto; esse complemento, por sua vez, é dependente deles. Esse tipo de relação de dependência ou subordinação é chamado de regência.
Os termos envolvidos são o regente, que exige a presença do complemento, e o regido, que assume a função de complemento. Nos casos em que o regente é um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio), a relação que se estabelece chama-se regência nominal. Quando o regente é um verbo, ocorre a regência verbal
2. Leia novamente um trecho da fábula, observando as palavras destacadas.
Mal o leão se afastou, o rato não teve a menor dúvida. Dividiu o monte de caça em dois. De um lado toda a caça, inclusive o corpo do burro. Do outro apenas um ratinho cinza morto por acaso. O leão ainda não tinha chegado ao rio quando o rato o chamou: “Compadre leão, está pronta a partilha!”. O leão, vendo a caça dividida de maneira tão justa, não pôde deixar de cumprimentar o rato: “Maravilhoso, meu caro compadre, maravilhoso! Como você chegou tão depressa a uma partilha tão certa?” a) Releia o trecho em voz alta, retirando as preposições destacadas. O que acontece? b) Reflita: como saber se é ou não necessário usar preposição entre o termo regente e o termo regido quando se fala em regência nominal e regência verbal?
3. As relações de regência estão ligadas aos sentidos adquiridos pelos verbos em diferentes contextos. Leia as informações do quadro a seguir, observando a regência e os sentidos que o verbo “chegar” tem nas frases.
Verbo “chegar”
Sentido do verbo no contexto a) Em quais itens o verbo “chegar” é intransitivo? b) Em quais itens ele é transitivo indireto? c) Por meio de quais preposições o objeto indireto pode ser introduzido? d) O quadro demonstra variações de regência do verbo “chegar” de acordo com a norma-padrão da língua. Em qual situação é comum, na linguagem coloquial, ser utilizada a preposição “em”? b) Resposta pessoal. A expectativa é de que os estudantes percebam que os sentidos expressos por verbos e nomes quando são usados são fundamentais para decidir se devemos usar ou não preposição e qual deve ser usada. O objetivo é levar os estudantes a perceberem que a regência está relacionada aos sentidos das palavras. a) Nos itens I e II. b) Nos itens III, IV e V. c) Pelas preposições “a”, “de” e “para”. d) No item III, no sentido de se aproximar de um lugar. b) Com a preposição “a”. c) Espera-se que os estudantes percebam que a preposição “a” vem acompanhada de artigo, que determina o gênero do substantivo que é núcleo do objeto indireto. Assim, antes de palavras masculinas, como “jogo”, usa-se “ao”; antes de palavras femininas, como “Copa Brasil”, usa-se crase, que é a contração da preposição “a” com o artigo “a”. d) Se achar interessante, solicite aos estudantes que façam um levantamento de expressões em que se usa crase, para ampliar o conceito a ser escrito. Sugestão de resposta: usa-se crase quando o complemento verbal (objeto indireto) ou nominal é introduzido pela preposição “a” seguida de palavra feminina. Exemplos: O aluno referiu-se à aula de Biologia, que considerou excelente. / O aluno fez referência à aula de Biologia, que considerou excelente. e) O objetivo desta atividade não é que os estudantes memorizem todos os sentidos que podem ser atribuídos ao verbo “assistir” ou, ainda, que memorizem a regência em função do sentido, mas que se deem conta de que o fenômeno da variação linguística está presente. Historicamente, alguns sentidos estão caindo em desuso e logo receberão o status de arcaísmos. Também é importante que eles reconheçam que mesmo a regência verbal sofre mudanças históricas.
I. Eles chegaram tarde. Indica ação completa de ir a algum lugar.
II. As férias chegaram. Indica o ato de acontecer, o início no tempo.
III. Chegamos à casa dela por volta de 19h. Indica ato de se aproximar (ou alcançar) de algo ou de um lugar.
IV. Ela chegou da praia hoje cedo. Indica o ato de vir de algum lugar.
V. Essa quantidade de arroz chega para o almoço. Indica ser suficiente, bastar.
• Com base no quadro, responda às questões.
• O complemento se liga diretamente por meio da preposição “do”.
2. a) Se necessário, releia o trecho para os estudantes a fim de que possam perceber como a ausência das preposições produz estruturas linguísticas que causam estranheza não apenas do ponto de vista sintático como semântico também. O objetivo é retomar com eles o valor das preposições no funcionamento da língua, levando-os a perceberem que elas introduzem complementos nominais e objetos indiretos.
3. Não houve intenção de listar todos os sentidos que o verbo pode adquirir, mas apenas aqueles mais comuns. O objetivo da atividade é levar a informações sobre a regência por meio da observação e da reflexão, e não da memorização. Principalmente, é importante os estudantes perceberem que devem relacionar os verbos aos sentidos que adquirem em diferentes contextos para definir o uso ou não de preposições ou para escolhê-las.
4. a) “À Copa do Brasil” e “ao jogo entre Flamengo e Palmeiras”.
4. Quando o assunto é regência, um verbo, em especial, costuma confundir os usuários da língua. Leia as manchetes a seguir, observando a regência do verbo “assistir”
Fluminense x Vila Nova ao vivo e online; saiba onde assistir à Copa do Brasil
REDAÇÃO. Fluminense x Vila Nova ao vivo e online; saiba onde assistir à Copa do Brasil. Notícias da TV, São Paulo, 19 abr. 2022. Disponível em: https://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/esportes-na-tv/fluminense-x-vila-nova-ao-vivo-e-online-saiba-ondeassistir-copa-do-brasil-79323?cpid=txt. Acesso em: 22 abr. 2022.
Saiba onde assistir ao jogo entre Flamengo e Palmeiras pela Série A
REDAÇÃO. Saiba onde assistir ao jogo entre Flamengo e Palmeiras pela Série A. Gazeta Esportiva, São Paulo, 20 abr. 2022. Disponível em: www.gazetaesportiva.com/times/palmeiras/saiba-onde-assistir-ao-jogo-entre-flamengo-e-palmeiras-pela-serie-a. Acesso em: 22 abr. 2022.
a) Nas manchetes, o verbo “assistir” é usado como transitivo indireto. Identifique o objeto indireto que o complementa em cada item.
b) Com qual preposição são introduzidos os complementos verbais?
c) Por que o objeto indireto é introduzido ora com “à”, ora com “ao”?
d) Com a ajuda da turma, escreva uma explicação para o uso da crase para introduzir complementos verbais e nominais.
Chave Mestra
Para responder, é importante considerar a presença ou a ausência do artigo que antecede o substantivo que funciona como núcleo do complemento.
e) Chegou a hora do desafio gramatical da missão. Para participar, leia algumas informações sobre os sentidos e a regência do verbo “assistir”, segundo as regras da norma-padrão.
Verbo “assistir” Sentido do verbo no contexto Transitividade verbal
I. Vale a pena assistir ao documentário sobre a Amazônia.
Indica o ato de ver, presenciar, testemunhar. Verbo transitivo indireto.
II. Assiste ao réu o direito de ser ouvido. Indica competir ou pertencer a alguém. Verbo transitivo indireto.
III. A ambulância chegou para assistir o paciente. Indica o ato de amparar, socorrer. Verbo transitivo direto.
IV. O conselho assiste o diretor nas reuniões de responsáveis. Indica o ato de assessorar, acompanhar. Verbo transitivo direto.
V. O escritor assiste em Belém, sua cidade natal. Indica morar, residir. Verbo transitivo indireto.
• Quais sentidos do verbo “assistir’ apresentados no quadro você já conhecia?
• Qual das três formas a seguir teria mais chance de você usar?
“Eu assisti a um filme baseado em uma fábula de Esopo.”
“Eu assisti um filme baseado em uma fábula de Esopo.”
“Eu vi um filme baseado em uma fábula de Esopo.”
• A observação dos usos do verbo “assistir” no sentido de “ver” permite concluir que a regência desse verbo está variando e, logo, poderá passar por um processo de mudança. Converse com os colegas e, juntos, elaborem uma conclusão: o que poderia explicar essa variação e uma possível mudança, mais à frente, na regência do verbo “assistir”?
4º EPISÓDIO: UM GIRO PELO MUNDO DA ESCRITA PARAGRAFAÇÃO E PONTUAÇÃO
Neste episódio, você mais uma vez vai refletir sobre usos da pontuação e da paragrafação para ampliar seus conhecimentos ao produzir textos escritos. Recordar é... escrever melhor!
1. Releia o primeiro parágrafo da fábula “O Leão, o Burro e o Rato”.
Um leão, um burro e um rato voltaram, afinal, da caçada que haviam empreendido juntos e colocaram numa clareira tudo que tinham caçado: dois veados, algumas perdizes, três tatus, uma paca e muita caça menor. O leão sentou-se num tronco e, com voz tonitruante que procurava inutilmente suavizar, berrou: “Bem, agora que terminamos um magnífico dia de trabalho, descansemos aqui, camaradas, para a justa partilha do nosso esforço conjunto. Compadre burro, por favor, você, que é o mais sábio de nós três (com licença do compadre rato), você, compadre burro, vai fazer a partilha dessa caça em três partes absolutamente iguais. Vamos, compadre rato, até o rio, beber um pouco de água, deixando o nosso grande amigo burro em paz para deliberar.” a) No trecho “[...] colocaram numa clareira tudo que tinham caçado: dois veados, algumas perdizes, três tatus, uma paca e muita caça menor”, para que serviu o uso dos dois-pontos? b) Em que outro trecho desse mesmo parágrafo as vírgulas são utilizadas com a mesma função? c) No trecho “Compadre burro, por favor, você, que é o mais sábio de nós três (com licença do compadre rato), você, compadre burro, vai fazer a partilha dessa caça em três partes absolutamente iguais. Vamos, compadre rato, até o rio, beber um pouco de água, deixando o nosso grande amigo burro em paz para deliberar”, explique por que os termos em destaque estão separados por vírgulas.
E o uso das vírgulas?
Regência é a relação estabelecida entre verbos e nomes com seus complementos, que podem ser objeto direto, objeto indireto ou complemento nominal. A regência verbal se relaciona com a transitividade verbal, pois é essa transitividade que vai determinar o tipo de vínculo entre o verbo e seu complemento: se a transitividade não exige preposição, o complemento é chamado de objeto direto; se a transitividade exige preposição, o complemento é chamado de objeto indireto No caso da regência nominal, o complemento sempre estará ligado ao substantivo que complementa por meio de uma preposição. É importante lembrar que as regras de regência próprias da norma-padrão também podem passar por processos de mudanças históricas. Isso significa que o que é prestigiado hoje pode se transformar em arcaísmo e uma nova forma pode ser prestigiada.
• Resposta pessoal. É provável que os estudantes já conhecessem “assistir” no sentido de “ver” e, talvez, no sentido de “socorrer”. Os outros exemplos são improváveis, mas não impossíveis.
• Resposta pessoal. É provável que as duas últimas formas sejam as mais utilizadas pelos estudantes.
• Pode-se dizer que, por influência e pressão do sinônimo “ver”, os brasileiros estão alterando a regência do verbo “assistir”. O raciocínio seria mais ou menos este: se “ver” é transitivo direto, por que “assistir”, quando usado no sentido de “ver”, também não o seria?
4o episódio: Um giro pelo mundo da escrita
Paragrafação e pontuação
Neste episódio, o estudante será motivado a refletir sobre a importância da organização dos parágrafos de um texto, bem como sobre a forma como a pontuação contribui para os efeitos de sentido que são próprios do gênero narrativo. Por isso, esses temas serão trabalhados com base em análises sobre os marcadores de tempo e espaço, o uso de vocativos e a organização dos discursos direto e indireto na fábula lida. Paragrafação e pontuação são temas já abordados nos volumes 6 e 7. Trazê-los para a discussão neste volume se justifica porque são assuntos que merecem um tratamento mais sistematizado, a fim de propiciar aos estudantes diferentes oportunidades para que consolidem seus conhecimentos sobre esse tema. Sugere-se que a turma realize as atividades coletivamente, de tal modo que chegue às elaborações conceituais compartilhando as descobertas e os aprendizados.
Tempo previsto: 2 aulas.
Fono-ortografia: EF08LP04
Respostas
1. a) O uso de dois-pontos serviu para anunciar uma enumeração. Já as vírgulas foram utilizadas para indicar uma enumeração, ou seja, para listar quais foram os itens obtidos na caçada.
b) No trecho “Um leão, um burro e um rato”.
c) A vírgula foi usada para separar os vocativos utilizados. Os vocativos foram abordados no volume 7.
d) Os parênteses foram utilizados para fazer uma interrupção na sequência da frase, adicionando um comentário, uma informação complementar.
A utilização dos parênteses serve para intercalar indicações que, apesar de não pertencerem propriamente ao discurso do leão, esclarecem o assunto, complementando-o.
e) Informações adicionais também podem ser demarcadas com o uso de travessões ou vírgulas.
2. a) Mal o leão se afastou, o rato não teve a menor dúvida. Dividiu o monte de caça em dois. De um lado toda a caça, inclusive o corpo do burro. Do outro apenas um ratinho cinza morto por acaso. O leão ainda não tinha chegado ao rio quando o rato o chamou:
— Compadre leão, está pronta a partilha!
O leão, vendo a caça dividida de maneira tão justa, não pôde deixar de cumprimentar o rato:
— Maravilhoso, meu caro compadre, maravilhoso! Como você chegou tão depressa a uma partilha tão certa?
E o rato respondeu:
— Muito simples. Estabeleci uma relação matemática entre seu tamanho e o meu – é claro que você precisa comer muito mais. Tracei uma comparação entre a sua força e a minha – é claro que você precisa de muito maior volume de alimentação do que eu. Comparei, ponderadamente, sua posição na floresta com a minha – e, evidentemente, a partilha só podia ser esta. Além do que, sou um intelectual, sou todo espírito!
— Inacreditável, inacreditável! Que compreensão! Que argúcia! — exclamou o leão, realmente admirado.
— Olha, juro que nunca tinha notado, em você, essa cultura. Como você escondeu isso o tempo todo, e quem lhe ensinou tanta sabedoria?
— Na verdade, leão, eu nunca soube nada. Se me perdoa um elogio fúnebre, se não se ofende, acabei de aprender tudo agora mesmo, com o burro morto.
• Embora possa haver divergências, a expectativa é de que os estudantes observem como o uso do travessão e a reorganização dos parágrafos contribuem para o “respiro” do texto, tornando a leitura mais agradável. Os parágrafos e os travessões sinalizam melhor para o leitor o discurso direto. Destaque o uso do travessão dentro de um mesmo parágrafo para intercalar a
Ativa O De Conhecimentos
Vocativo é um termo da oração que não exerce função de sujeito nem de predicado. Ele serve para indicar o chamamento a um interlocutor e, por isso, aparece separado da oração, entre vírgulas. Por exemplo: Professora, você poderia me tirar uma dúvida?
d) No trecho “[...] você, que é o mais sábio de nós três (com licença do compadre rato), você, compadre burro, vai fazer a partilha dessa caça [...]”, qual é a função do sinal de pontuação destacado?
e) Qual(is) outro(s) sinal(is) de pontuação poderia(m) ser utilizado(s) com a mesma função dos parênteses no trecho destacado no item d?
2. Agora, releia o último parágrafo da fábula “O Leão, o Burro e o Rato”.
Mal o leão se afastou, o rato não teve a menor dúvida. Dividiu o monte de caça em dois. De um lado toda a caça, inclusive o corpo do burro. Do outro apenas um ratinho cinza³ morto por acaso. O leão ainda não tinha chegado ao rio quando o rato o chamou: “Compadre leão, está pronta a partilha!”. O leão, vendo a caça dividida de maneira tão justa, não pôde deixar de cumprimentar o rato: “Maravilhoso, meu caro compadre, maravilhoso! Como você chegou tão depressa a uma partilha tão certa?”. E o rato respondeu: “Muito simples. Estabeleci uma relação matemática entre seu tamanho e o meu – é claro que você precisa comer muito mais. Tracei uma comparação entre a sua força e a minha – é claro que você precisa de muito maior volume de alimentação do que eu. Comparei, ponderadamente, sua posição na floresta com a minha – e, evidentemente, a partilha só podia ser esta. Além do que, sou um intelectual, sou todo espírito!”. “Inacreditável, inacreditável! Que compreensão! Que argúcia!”, exclamou o leão, realmente admirado. “Olha, juro que nunca tinha notado, em você, essa cultura. Como você escondeu isso o tempo todo, e quem lhe ensinou tanta sabedoria?”. “Na verdade, leão, eu nunca soube nada. Se me perdoa um elogio fúnebre, se não se ofende, acabei de aprender tudo agora mesmo, com o burro morto.” a) Como você já viu, as falas das personagens de uma narrativa, quando estão em discurso direto, também podem ser indicadas pelo uso de travessão, em vez de aspas, começando em um novo parágrafo. Reescreva o trecho citado da fábula, retirando as aspas, utilizando o travessão e reorganizando os parágrafos. b) Explique a diferença de sentido provocada pelo uso dos pontos de exclamação e de interrogação na primeira fala do leão.
• Compare as duas versões – a original e a reescrita. Visualmente, qual das versões parece favorecer o processamento das informações? Por quê?
Ativa O De Conhecimentos
(Re)conheça algumas das principais funções de alguns sinais de pontuação:
• dois-pontos: antecedem fala de personagem, enumeração e citação direta;
• parênteses: isolam palavras e frases explicativas, acrescentando informações;
• ponto de exclamação: indica surpresa, ênfase, susto, espanto etc.;
• ponto de interrogação: indica pergunta;
• travessão: inicia fala de personagem, indica mudança de interlocutor em diálogos, substitui a vírgula na indicação de frases explicativas; voz do narrador (— exclamou o leão, realmente admirado —) com a voz do leão. b) Espera-se que o estudante recorde a função principal do ponto de exclamação, que é exprimir surpresa, espanto ou admiração, como no trecho mencionado. Já o ponto de interrogação é utilizado para indicar uma pergunta.
• vírgula: separa termos na oração (vocativo, aposto, enumeração etc.), isola expressões explicativas, marca omissão de um termo, entre outros.
5º EPISÓDIO: EU, ESCRITOR DE UMA PARÓDIA DE FÁBULA
Você leu o reconto da fábula “O Leão, o Burro e o Rato” e observou que as fábulas são narrativas que levam o leitor a refletir sobre aspectos do cotidiano.
Agora, assim como o escritor Millôr Fernandes, você vai recontar uma fábula, atualizando-a. Vai escrever uma paródia, criando uma inversão irônica da mensagem expressa na fábula original, situando-a na contemporaneidade. As narrativas criadas farão parte de um evento que a turma organizará na escola, no qual haverá contação de histórias e estudantes, professores e demais funcionários, familiares e outras pessoas da comunidade apresentarão produções artísticas e culturais diversas.
1. Informe-se sobre o que você vai fazer.
5o episódio: Eu, escritor de uma paródia de fábula
As atividades deste episódio visam à escrita de um reconto em que o estudante retome e atualize uma fábula. As narrativas criadas pela turma serão apresentadas em um evento de contação de histórias organizado na escola, para o qual serão convidados – também para se apresentar –professores e demais funcionários, além de familiares e pessoas da comunidade.
Projeto de comunicação
Gênero Reconto de uma fábula.
Situação Você vai reescrever uma fábula, estabelendo relação da narrativa com a realidade atual e produzindo uma paródia.
Tema Da fábula tradicional à vida contemporânea.
1. Recontar uma fábula.
Objetivos
2. Participar da organização de um evento de contação de histórias e compartilhar a narrativa criada.
3. Divulgar as produções literárias da turma e de outros membros da comunidade.
Quem é você Um fabulista.
Para quem Colegas, professores e demais funcionários da escola, familiares e outros membros da comunidade em que a instituição está situada.
Tipo de produção Individual.
2. Selecione uma fábula tradicional. Se quiser, você pode usar elementos de mais de uma dessas narrativas no mesmo texto.
3. Escreva a primeira versão de seu texto. Para isso, siga o roteiro.
• Que referência à vida atual vai marcar a história e caracterizar a intenção de reconto?
• Quem serão as personagens?
• De que maneira o espaço e o tempo serão apresentados aos leitores?
• Como você vai organizar o enredo, ou seja, a sequência dos acontecimentos que serão narrados?
• Qual será o desfecho da história?
• Qual será o título do seu texto?
4. Antes de escrever a primeira versão da sua fábula, lembre-se de alguns aspectos principais que não podem faltar em seu texto:
• elementos próprios do gênero: caracterização de personagens como animais que representam tipos sociais ou determinados comportamentos humanos e foco narrativo de terceira pessoa;
Dessa forma, pretende-se incentivar os estudantes a participarem de práticas de compartilhamento de leitura/recepção de obras literárias e outras manifestações artísticas, percebendo a importância de valorizar produções culturais diversas.
Tempo previsto: 2 aulas
Reconstrução das condições de produção, circulação e recepção / Apreciação e réplica: EF69LP44, EF69LP46
Construção da textualidade: EF89LP35.
Consideração das condições de produção / Estratégias de produção: planejamento, textualização e revisão/edição: EF69LP51
Reconstrução da textualidade e compreensão dos efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos linguísticos e semióticos: EF69LP47
Recursos linguísticos e semióticos que operam nos textos pertencentes aos gêneros literários: EF69LP54
Relação entre textos: EF89LP32.
Fono-ortografia: EF08LP04
Semântica: EF08LP14
Coesão: EF08LP15 pesquisadas para os colegas. Caso haja tempo, solicite aos estudantes que também justifiquem sua escolha, destacando a moral da história lida e relacionando-a à realidade. Oriente-os a fazer pesquisa na biblioteca da escola e em sites confiáveis, como os de instituições de ensino, governamentais, entre outros.
Morfossintaxe: EF08LP13.
Se considerar importante, retome as reflexões sobre reconto e paródia realizadas no 2º episódio. O objetivo da produção é retomar um texto a fim de recriá-lo, utilizando novos contextos ou novas situações, diferentes das apresentadas no texto original. A finalidade pode ser cômica, crítica, reflexiva, entre outras.
Respostas
1. É importante que você faça a leitura do Projeto de comunicação com os estudantes, certificando-se de que eles entenderam a proposta.
2. Para que pesquisem fábulas e selecionem a narrativa que melhor se encaixa em suas intenções comunicativas, seria interessante criar o “Momento/Hora da fábula” durante as aulas, de modo que alguns estudantes leiam fábulas previamente
5. Respostas pessoais.
6. Incentive os estudantes a revisarem a primeira versão do texto. É importante que os conteúdos estudados ao longo da missão possam ser retomados por eles durante ou após a produção textual, na etapa de revisão. Se achar interessante, proponha essa revisão com os estudantes em duplas: essa interlocução favorece a avaliação.
• clareza e coerência na sequência narrativa: da descrição de uma situação inicial deve surgir um conflito, que atinge um clímax a partir do qual configura-se o desfecho;
• referências aos textos originais, como a maneira de ser das personagens da fábula em que você se inspirou;
• o objetivo do reconto: escrever um texto engraçado (humorístico) ou uma história crítica (que ironiza alguma situação da atualidade), por exemplo;
• diferenças em relação ao conto original (personagens, acontecimentos, lugares, moral da história etc.).
5. Com a primeira versão pronta, copie o quadro a seguir em seu caderno e faça uma avaliação de seu texto.
ITENS SIM MAIS OU MENOS NÃO
O título tem potencial para atrair os leitores?
O enredo retoma uma fábula tradicional, atualizando-a?
A sequência narrativa é clara e coerente, com conflito, clímax e desfecho?
O foco narrativo está em terceira pessoa?
A pontuação foi usada para ampliar as possibilidades de construção dos sentidos pelos leitores?
As palavras estão escritas corretamente?
O texto contém recursos coesivos, como preposições, pronomes e conjunções, que favorecem o entendimento do texto?
No caso de haver diálogo, a paragrafação e a pontuação indicativa de discurso direto estão adequadas?
A moral da história deixa clara a intenção de reconto de uma fábula tradicional?
6. Faça correções e adequações em seu texto com base em suas respostas no quadro de avaliação. Em seguida, guarde a versão revisada de sua fábula para preparar a contação de histórias.
![](https://assets.isu.pub/document-structure/230426201356-324b4367c7fb1db31255b67936ca015f/v1/82a2a8984bc88cb207c8613e557aedbc.jpeg?width=720&quality=85%2C50)
O jogo agora é cultural, pois a turma vai organizar um evento de contação de histórias para apresentar as fábulas produzidas. Membros da comunidade escolar também poderão apresentar as próprias produções literárias e até musicais e artísticas. Convide seus familiares, colegas e vizinhos para se deliciarem com as histórias escritas pela turma!
1. Primeiro, a turma vai se preparar para contar oralmente fábulas criadas. Os estudantes devem se preparar para falar com clareza, usando o tom de voz adequado, o olhar, os gestos e os movimentos corporais para atrair o interesse da plateia. É fundamental envolver os ouvintes, despertando neles reações de acordo com o texto criado, como riso ou seriedade em momentos reflexivos.
2. Para colaborar com a preparação dos colegas, a contação de histórias será realizada primeiro em sala de aula, e a turma vai avaliar as apresentações. Uma avaliação deve levar em conta alguns critérios, para que o avaliador não baseie sua opinião apenas em ter gostado ou não da apresentação. Para isso, você utilizará um formulário, no qual tomará notas da apresentação. Essas notas auxiliarão no conceito que você vai atribuir a cada critério. A turma deve se organizar para que cada apresentação seja avaliada por três estudantes. Você será avaliado e avaliará os colegas utilizando o formulário a seguir. Copie-o no caderno e registre suas respostas.
Avaliador:
Avaliado:
Título da fábula:
Critério Avaliação Justificativa
O texto ficou criativo e bem-humorado?
A contação ficou clara e foi compreendida?
A postura durante a apresentação foi adequada, olhando para o público, movimentando-se pelo espaço com uma postura condizente com a história narrada?
O contador foi facilmente ouvido pela plateia?
A narração oral foi calma e segura, respeitando a entonação e as pausas?
O público gostou da contação da fábula, reagindo com risos e boa aceitação?
6o episódio: A cultura está no ar...
Neste episódio, a turma será desafiada a organizar um evento na escola: um evento de contação de histórias, em que os estudantes apresentarão as fábulas escritas no 5º episódio e convidarão outras pessoas ligadas direta ou indiretamente à comunidade escolar para assistirem às apresentações. Além de levar os estudantes a compartilharem as próprias produções, o evento pode ser uma excelente oportunidade de difusão de produções artísticas e culturais, favorece o desenvolvimento da oralidade e promove a valorização da expressão artística.
Tempo previsto: 2 aulas. (No tempo previsto não foi contabilizada a duração do evento.)
Reconstrução das condições de produção, circulação e recepção / Apreciação e réplica: EF69LP46
Produção de textos orais / Oralização: EF69LP53
Respostas
1. Chame a atenção dos estudantes para os aspectos não linguísticos típicos da fala e para como é necessário observá-los em situações de expressão oral como a dessa apresentação. O olhar, os gestos, os movimentos do corpo, a postura, o tom de voz, a relação com a plateia são fatores importantes para a compreensão do que está sendo dito.
3. A gravação pode ser feita com a câmera de celulares. Existem aplicativos de edição de vídeo, caso os estudantes queiram compartilhar em suas redes sociais.
3. Com base na avaliação das apresentações, os contadores de histórias no evento devem aprimorar ainda mais a habilidade de expressão oral.
• Depois das apresentações, a turma deverá organizar as avaliações e refletir sobre como cada um pode melhorar seu desempenho para o dia do evento.
• Cada apresentação pode ser gravada em vídeo para ser compartilhado no blog ou site da escola. Os vídeos são úteis também para que cada um possa se ver e identificar em quais aspectos precisa melhorar.
4. Agora, é hora de organizar o evento!
a) Inicialmente, deve ser eleita uma comissão organizadora. A função dela será planejar e orientar as atividades de cada estudante ou de cada grupo. A comissão também deve, em comum acordo com a turma, estabelecer os seguintes pontos: b) Será preciso também o seguinte:
• Onde acontecerá o evento? Quando ele acontecerá?
• Quem serão as pessoas convidadas? É interessante envolver a comunidade escolar e familiares dos estudantes. Informem aos convidados antecipadamente que eles poderão participar do evento. Assim, acabarão descobrindo muitos artistas entre vocês.
• Como será feita a divulgação: por meio de cartazes, em visitação às outras salas, por meio de convites impressos? Para a divulgação, a internet e os celulares podem ser grandes aliados.
• Qual será o tema do evento: cultura popular, vida em sociedade, a cidade em que moram? Vocês podem escolher um artista a ser homenageado. Dessa maneira, os convidados terão critérios para escolher as produções a serem apresentadas.
• Quem fará parte da equipe avaliadora do evento? Quais critérios serão utilizados para a avaliação do evento e a participação dos artistas inscritos e da equipe organizadora?
• organizar um cronograma, uma sequência das apresentações;
• se algum dos convidados, além dos colegas de turma, quiser se apresentar, podem ser feitas inscrições, por exemplo, no início do evento: a comissão organizadora será responsável por deixar um estudante fazendo as inscrições e essas apresentações podem ser feitas após as da turma, por ordem de inscrição; c) Com as tarefas distribuídas, é hora de pensar nos equipamentos necessários, como microfone, palco, cartazes, uma mesa para as inscrições e cadeiras para a plateia. É importante que o local acomode confortavelmente tanto a plateia quanto quem vai se apresentar.
• um ou mais estudantes podem ser responsabilizados pela apresentação dos convidados, da equipe julgadora do evento e dos participantes.
5. No dia da apresentação, é fundamental que cada um tenha consciência de sua função e realize-a com dedicação.
• O apresentador (ou os apresentadores), além de cumprimentar o público, deve identificar para a plateia os artistas e o tipo de produção cultural.
• Os estudantes que vão se apresentar devem ensaiar com antecedência.
• Importante: apresentadores, artistas e plateia devem adequar a linguagem a ser utilizada, considerando o ambiente escolar, o público e a intenção do evento.
6. A equipe organizadora e o professor vão elaborar previamente uma lista de critérios a serem avaliados após o evento. É importante que cada estudante participe dessa avaliação para que possa avançar em relação aos critérios estabelecidos. Algumas questões que podem auxiliar nessa avaliação:
• Quais elementos contribuíram para o sucesso do evento?
• Algo prejudicou o andamento do trabalho? O quê?
• Quais procedimentos devem ser adotados para que os problemas levantados não ocorram mais?
• Tanto quem se apresentou quanto quem assistiu teve uma atitude respeitosa e contribuiu para o evento?
• O público apreciou o evento? Quais foram os pontos fortes e os pontos fracos na percepção de quem foi convidado para o evento?
• Qual foi a impressão que os participantes tiveram do evento? Por quê?
• Qual relevância teve o evento para a escola e para a comunidade escolar?
7º EPISÓDIO: MESMO TEMA, OUTRO CAMPO DE ATUAÇÃO SOCIAL REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Que tal aprofundar um pouco mais seus conhecimentos sobre fábula realizando uma revisão bibliográfica? Neste episódio, a pesquisa é a carta na manga para vencer o desafio.
1. Que tal conhecer melhor os fabulistas Esopo, La Fontaine e Monteiro Lobato realizando uma pesquisa de revisão bibliográfica? Para isso, siga as orientações.
• Organize-se com os colegas em três equipes e decidam qual é o fabulista que cada equipe vai investigar.
Contradições, debates, argumentos e contra-argumentos levam a novas descobertas por meio de uma pesquisa. O pesquisador, então, necessita saber o que já foi dito a respeito do assunto do qual está buscando mais informações. Mas como saber em que ponto se encontram as descobertas em relação a esse tema? As pesquisas com esse objetivo são chamadas de revisão bibliográfica ou estado da arte.
6. É fundamental que essa avaliação do evento aconteça. Os estudantes podem refletir sobre as próprias ações a fim de perceber se, na produção do evento, exercitaram a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação de forma respeitosa.
7o episódio: Mesmo tema, outro campo de atuação social
Revisão bibliográfica
Neste episódio, os estudantes são orientados a realizar uma pesquisa de revisão bibliográfica (estado da arte) sobre três fabulistas importantes. O objetivo é que eles possam vivenciar, ainda que de maneira introdutória, movimentos metodológicos que caracterizam pesquisas dessa natureza.
Para ampliar seus conhecimentos sobre como realizar uma pesquisa bibliográfica, leia os seguintes artigos: BARROS, J. D. A revisão bibliográfica: uma dimensão fundamental para o planejamento da pesquisa. Instrumento: Revista de estudo e pesquisa em educação. Juiz de Fora, v. 11, n. 2, 2009, p. 103-111. Disponível em: https://periodicos. ufjf.br/index.php/revistainstrumento/ article/view/18708. Acesso em: 14 jun. 2022.
SOUSA, A. S.; OLIVEIRA, S. O.; ALVES, L H. A pesquisa bibliográfica: princípios e fundamentos. Cadernos da Fucamp, v. 20, n. 43, 2021, p. 64-83. Disponível em: https:// revistas.fucamp.edu.br/index.php/cadernos/ article/view/2336. Acesso em: 14 jun. 2022.
Na realização da pesquisa, são usadas estratégias das metodologias ativas, como a organização em equipes para solucionar o problema proposto. Esta é mais uma oportunidade para que os estudantes assumam o protagonismo e se responsabilizem pela construção do próprio conhecimento com sua mediação.
94 cm. Museu do Prado, Espanha.
Tempo previsto: 4 aulas
Relação entre textos: EF69LP30
Estratégias e procedimentos de leitura / Relação do verbal com outras semioses / Procedimentos e gêneros de apoio à compreensão: EF69LP32; EF69LP33; EF69LP34
Considerações das condições de produção de textos de divulgação científica / Estratégias de escrita: EF69LP35
Marcas linguísticas / Intertextualidade: EF69LP43
Curadoria de informação: EF89LP27
Respostas
1. • Deixe que os estudantes decidam qual fabulista querem investigar. Caso não haja consenso entre as equipes, sortear pode ser uma opção.
2. Leia as informações coletivamente, certificando-se de que os estudantes compreenderam os elementos que fazem parte de uma pesquisa de revisão bibliográfica.
2. Fiquem por dentro da pesquisa de revisão bibliográfica:
![](https://assets.isu.pub/document-structure/230426201356-324b4367c7fb1db31255b67936ca015f/v1/50e383a83809b3b72ea975b1a3757c1d.jpeg?width=720&quality=85%2C50)
![](https://assets.isu.pub/document-structure/230426201356-324b4367c7fb1db31255b67936ca015f/v1/e02fefacc92c6daae90dddb4d68e4795.jpeg?width=720&quality=85%2C50)
• Título: que título seria adequado a uma pesquisa que pretende falar sobre a vida e a obra do fabulista escolhido pela equipe?
• Objetivo: é a contribuição que a pesquisa quer dar ao conhecimento daquele tema. O objetivo é tornar mais bem conhecida dos estudantes e da comunidade a importância de cada um dos fabulistas.
• Justificativa: é o momento em que a equipe deve apresentar uma razão para realizar uma pesquisa sobre aquele tema. Por que o tema é relevante? Por que é importante que as pessoas da comunidade saibam mais sobre esses fabulistas?
• Metodologia: diz respeito ao conjunto de métodos que a equipe vai utilizar para obter os dados, as informações.
Em uma pesquisa de revisão bibliográfica, certamente será necessário usar fontes abertas e confiáveis para realizar a pesquisa e, em seguida, fazer a seleção das informações que serão levadas para o texto que vai apresentar os resultados (nessa etapa, é fundamental fazer breves fichamentos).
ATALHO
Fichamento é um registro feito em fichas ou páginas do caderno no qual se pode reunir citações ou incluir tópicos e expor uma análise crítica de determinado texto. No fichamento se resumem as ideias principais de um conteúdo - que pode ser um livro, ou parte dele, um artigo de revista ou uma reportagem jornalística, por exemplo.
A estrutura do fichamento é: cabeçalho, referência bibliográfica e texto, no qual você deve escrever o conteúdo principal. Veja um modelo:
Fichamento
Referência
SANTANA, R. G. S. A fábula como instrumento para iniciação à literatura no Ensino Fundamental Anos Finais. 2016. Monografia – Instituto de Letras da Universidade de Brasília, Brasília, 24 p., 2016.
Disponível em: https://bdm.unb.br/bitstream/10483/14777/1/2016_ RoniaGerlaniadeSouzaSantana_tcc.pdf. Acesso em: 14 jun. 2022.
Este texto tem como objetivo principal mostrar como o trabalho com o gênero literário fábula em sala de aula pode despertar o interesse dos estudantes do Ensino Fundamental pela leitura literária.
Ideias principais
Segundo Santana (2016, p. 1), a “fábula, apesar de constituir uma narrativa curta (o que acaba sendo um atrativo para o leitor), carrega em si conteúdo lúdico, que, além de preparar o estudante para leituras maiores, demanda uma postura analítica, pois trabalha outras questões importantes, como a ética e os valores essenciais para o bem viver em sociedade, o que contribui para a formação de um leitor crítico e consciente do seu papel social”.
A metodologia pode ser assim sintetizada: ler obras de referência; fichar as informações selecionadas, que serão os dados da pesquisa; redigir um texto que apresente os resultados para os leitores.
CHAVE MESTRA
Como as ideias que um componente da equipe considera principais podem não ser as mesmas para todos, preparem individualmente o fichamento de cada texto lido e, em seguida, comparem com os fichamentos dos mesmos textos produzidos pelas demais pessoas da equipe e elaborem um fichamento consolidado.
Resultados da pesquisa: ao confrontar os dados da pesquisa, as informações tendem a convergir ou a divergir? Como isso será manifestado no texto de divulgação dos resultados? Outra informação relevante é que as citações dos textos originais devem vir entre aspas com identificação do autor, do ano em que o texto foi publicado e da página se houver.
Divulgação dos resultados: como será a divulgação dos resultados? Uma sugestão é elaborar um relatório de pesquisa e organizá-lo em três partes:
• Apresentação: objetivo e justificativa para realização da pesquisa. Descrever as fontes utilizadas, a metodologia de trabalho, quais textos foram lidos e fichados.
• Resultados: explicar se as informações das fontes consultadas foram convergentes, divergentes, se foram descobertas informações inusitadas sobre os fabulistas.
• Conclusão: destacar o elemento que a equipe avaliou ser a descoberta mais importante sobre o fabulista e apresentar o que a equipe acredita ser importante pesquisar sobre a vida e a obra do escritor.
Divulgação do relatório de pesquisa: que tal criar uma edição especial do Jornal da Escola para divulgar o relatório? Essa edição especial poderia se chamar “Grandes fabulistas“
Fontes: enciclopédias (impressas ou digitais), dicionários, livros de história da literatura, reportagens, artigos de divulgação científica etc.
As fontes precisam ser cuidadosamente apresentadas ao final do texto de divulgação. Essa apresentação costuma seguir o padrão definido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) ou por normas básicas definidas por instituições de ensino. Vejam um modelo:
1. Livros: SOBRENOME DO(S) AUTOR(ES), Prenomes(s). Título: subtítulo. Edição. Local: editora, ano.
COELHO, Paulo. Fábulas: histórias de Esopo e La Fontaine para o nosso tempo. São Paulo: Benvirá, 2012.
2. Livros de uma coleção: SOBRENOME DO(S) AUTOR(ES), Prenomes(s). Título: subtítulo. Edição. Local: editora, ano. número de páginas. (Coleção.)
CHIARELLI, Tadeu. Um jeca nos vernissages. São Paulo: Edusp, 1995. (Coleção Texto e Arte – Volume 11.)
3. Trabalhos publicados em periódicos, como artigos, resenhas, relatórios, entrevistas, reportagens etc.: SOBRENOME DO(S) AUTOR(ES), Prenomes(s). Título do trabalho: subtítulo. Título do periódico, local, volume, número, página inicial e final do artigo, período e data de publicação. Caso o texto esteja disponível na internet, inserir ao final da referência as seguintes informações: Disponível em: endereço do site. Acesso em: dia, mês (abreviado), ano. LOBATO, Cleo Monteiro. Obras de Monteiro Lobato passam por atualização após acusações de racismo. Veja, São Paulo, n. 2715, dez. 2020. Disponível em: https://veja.abril.com.br/cultura/obras-de-monteiro-lobato-passam-poratualizacao-apos-acusacoes-de-racismo. Acesso em: 14 jun. 2022.
B Nus
Para ampliar seu repertório de “fábulas fabulosas”, leia Fábulas: histórias de Esopo e La Fontaine para o nosso tempo, do escritor Paulo Coelho. Nessa obra, ele faz uma seleção e uma releitura de 96 fábulas de dois grandes fabulistas do mundo ocidental.