![](https://assets.isu.pub/document-structure/230426201404-059d7af8a8aa3fcb78b64463b78126d2/v1/5b5750ea24b0bb0a377edaa0f9f69fdf.jpeg?width=720&quality=85%2C50)
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ROTEIRO DA MISSÃO
Analisar sonetos, para que você aprecie a beleza da linguagem poética e se aproprie de recursos da linguagem literária para usá-los nos próprios poemas.
Discutir a relação entre dois sonetos, para que você entenda relações de intertextualidade estabelecidas entre os textos.
Analisar figuras de linguagem utilizadas em poemas, para que você perceba os efeitos de sentido que esses recursos podem provocar em textos poéticos.
Escrever uma paródia de poema, o que vai permitir que você exercite suas habilidades de criar textos em versos, explorando a experimentação do fazer literário em diálogo com outros textos.
Organizar um recital de poemas e paródias, o que contribuirá para que você desenvolva habilidades relacionadas à leitura expressiva e ao uso de outras linguagens, como a corporal, a gestual e a musical.
Ler um verbete de dicionário, para que você amplie seus conhecimentos sobre variação linguística e possa combater o preconceito linguístico de forma mais consistente.
VENHA NESTA AVENTURA, QUE VAI PERCORRER OS FALARES DO BRASIL!
Tempo previsto: 1 aula
Competências Gerais da Educação
Básica: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 9, 10
Competências Específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental: 1, 2, 3, 5, 6.
Competências Específicas de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental: 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10.
Entrando No Jogo
As atividades desta seção visam à introdução do tema da missão: variação linguística.
Tempo previsto: 2 aulas
Estratégias e procedimentos de leitura / Relação do verbal com outras semioses / Procedimentos e gêneros de apoio à compreensão: EF69LP33
Variação linguística: EF69LP55
Portal 1
Este portal tem como objetivo discutir a variação linguística a partir da nomeação de um alimento que costuma fazer parte da mesa do brasileiro: o pão de sal, também conhecido como pão francês.
RESPOSTAS a) Resposta pessoal. b) Resposta pessoal. Espera-se que o estudante perceba que o tamanho do Brasil, país de proporções continentais, sendo o 5º de maior extensão no planeta, interfere na unidade linguística dos falantes de língua portuguesa. Assim, há formas diferentes de se falar em cada região, o que interfere no nome que alguns objetos recebem. Esse tema da variação linguística será aprofundado ao longo da missão. c) Resposta pessoal.
1.
Portal 2
Neste portal, a turma vai participar de uma gincana para ver quem responde mais rápido a perguntas relacionadas à temática da variação linguística.
Respostas
2. b) É importante providenciar um sino ou algo que faça barulho, a fim de que os estudantes possam comunicar que já sabem a resposta. O estudante que vai responder também pode ficar sentado e, em vez de correr até o sino, pode estourar um balão ou um saco de plástico/papel.
c) A atividade também pode ser realizada no pátio ou na quadra da escola, com a participação do professor de Educação Física.
As perguntas são apresentadas como comentário ao professor, para que os estudantes não saibam quais são e procurem as respostas antes do jogo.
Perguntas: a) Esganado; comilão.
1. O que significa a palavra “pirangueiro”?
Entrando No Jogo
Conhecer a língua portuguesa pode ser um jogo fascinante. Que tal aprender um pouco mais sobre os falares que fazem parte do Brasil?
Portal 1
1. Leia o infográfico a seguir.
a) Qual dos nomes mais chamou sua atenção? Por quê?
![](https://assets.isu.pub/document-structure/230426201404-059d7af8a8aa3fcb78b64463b78126d2/v1/856f0441266135f5da3de33bcfbc8f23.jpeg?width=720&quality=85%2C50)
b) Por que você acha que um mesmo alimento recebe tantos nomes se estamos em um mesmo país?
c) Na sua cidade ou região, qual é o nome dado ao pão mais consumido no Brasil?
b) Avarento; pão-duro.
c) Trabalhador do mangue.
d) Morador do bairro Ipiranga.
2. Qual colocação a língua portuguesa ocupa entre as mais faladas no mundo?
a) 1ª colocação.
b) 3ª colocação.
c) 7ª colocação.
d) 10ª colocação.
3. Antigamente, “dentifrício” era como se chamava o(a): a) Fio dental. b) Creme dental. c) Enxaguante bucal. d) Escova de dentes. a) Cenoura. b) Mandioca. c) Batata-doce. d) Mandioquinha. a) Angola. b) Guiana. c) Portugal. d) Timor-Leste.
4. Qual alimento também é chamado de batata-baroa, batata-fiúza, batata-salsa, mandioquinha-salsa; cenourinha-amarela ou cenourinha-branca?
5. Qual desses países NÃO tem a língua portuguesa como uma de suas línguas oficiais?
Portal 2
2. Que tal participar de um jogo de perguntas e respostas? Para isso, acompanhe as orientações a seguir.
a) A turma será organizada em duas equipes separadas em lados opostos da sala.
![](https://assets.isu.pub/document-structure/230426201404-059d7af8a8aa3fcb78b64463b78126d2/v1/3ebba2e6859c34ca7d9d603f79938092.jpeg?width=720&quality=85%2C50)
b) Diante das equipes, organizadas em fila, estará um sino, uma campainha ou uma corneta , que deverá ser tocada pela primeira equipe que souber a resposta. Só a primeira pessoa da fila pode responder, mas os colegas podem conversar sobre a resposta antes. O estudante que respondeu vai para o final da fila e assim sucessivamente, até que toda a equipe participe.
c) Variação linguística é o assunto do jogo: vamos ver se você conhece as muitas formas de falar do Brasil! O professor está com as perguntas. Vamos jogar!
6. Qual expressão paraense equivale ao “uai” dos mineiros e ao “oxe” dos baianos?
a) Pitiú.
b) Tuíra. c) Égua. d) Rasga.
7. Se, em Cuiabá, uma pessoa te chamar para uma “chuça e rebuça”, você acha que será divertido?
a) Não, porque se trata de uma briga.
![](https://assets.isu.pub/document-structure/230426201404-059d7af8a8aa3fcb78b64463b78126d2/v1/3ed47dc0a835a7033e6fc021845ea74f.jpeg?width=720&quality=85%2C50)
b) Sim, porque se trata de um baile.
c) Não, porque se trata de um velório.
d) Sim, porque se trata de uma refeição.
8. Em qual estado do Brasil “querência” significa “o lugar onde se nasceu”?
a) Amapá.
b) Rio Grande do Sul.
c) Mato Grosso do Sul.
d) Rio Grande do Norte.
Respostas:
1. b. Avarento; pão-duro; 2. c. 7ª colocação; 3. c. Escova de dentes; 4. d. Mandioquinha; 5. b. Guiana; 6. c. Égua; 7. b. Sim, porque se trata de um baile; 8. b. Rio Grande do Sul.
Outras perguntas sobre variação linguística podem ser acrescentadas ao jogo, conforme escolha do professor.
Fontes das respostas:
• O tamanho da Língua. Folha de S.Paulo, 23 abr. 2018. Disponível em: https:// arte.folha.uol.com.br/especiais/2018/otamanho-da-lingua/#. Acesso em: 3 maio 2022.
• Dicionário “Palavras Esdrúxulas”. Portal EBC, 2 abr. 2013. Disponível em: https:// tvbrasil.ebc.com.br/interprogramas/ episodio/dicionario-palavrasesdruxulas-1. Acesso em: 3 maio 2022.
• STEIN, Thaís. Gírias Paraenses, [s. d.]. Disponível em: www.dicionariopopular. com/girias-paraenses. Acesso em: 3 maio 2022.
• DICIONÁRIO CUIABANO. Prefeitura de Cuiabá, [s. d.]. Disponível em: https:// www.cuiaba.mt.gov.br/secretarias/ cultura/dicionario-cuiabano. Acesso em: 3 maio 2022.
Jogando
1o episódio: Eu, leitor de soneto
O foco deste episódio está na leitura de dois sonetos e nas possibilidades de construção de sentidos. O tema de ambos é a língua portuguesa. A leitura do soneto de Gregório Duvivier, paródia do soneto “Língua portuguesa”, de Olavo Bilac (que também vai ser lido), é proposta para que os estudantes possam estabelecer relações intertextuais entre as obras.
Amplie as possibilidades de trabalho com poemas lendo DIAS, V. C. A. Poesia em sala de aula: uma rima, uma solução. In: CONGRESSO INTERNACIONAL 2018 ABRALIC – Circulação, tramas & sentidos na Literatura, 2018. Anais [...] Uberlândia. p. 469-479. Disponível em: https://abralic.org.br/anais/?ano=2018. Acesso em: 5 jul. 2022.
Tempo previsto: 3 aulas
Reconstrução das condições de produção, circulação e recepção / Apreciação e réplica: EF69LP44
Reconstrução da textualidade e compreensão dos efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos linguísticos e multissemióticos: EF69LP48
Recursos linguísticos e semióticos que operam nos textos pertencentes aos gêneros literários: EF69LP54
Variação linguística: EF69LP55
Relação entre textos: EF89LP32
Estratégias de leitura / Apreciação e réplica: EF89LP33
Figuras de linguagem: EF89LP37
Respostas
1. Resposta pessoal.
Incentive os estudantes a relatarem experiências anteriores de fruição de poemas, incluindo os sonetos. Pode ser que eles já tenham ouvido e nem saibam, como os famosos versos do sonetista português Luís de Camões: “Amor é um fogo que arde sem se ver, / é ferida que dói, e não se sente; / é um contentamento descontente, / é dor que desatina sem doer. [...]”, que se popularizaram na canção “Monte Castelo” (1989), da banda de rock Legião Urbana. Outros poetas que escreveram sonetos são Augusto dos Anjos, Bocage, Olavo Bilac e Vinicius de Moraes.
2. Resposta pessoal.
É provável, pela popularidade do Porta dos Fundos, que os estudantes já conheçam ou já tenham ouvido falar de Gregório Duvivier.
Este episódio fará você navegar pelo reino da poesia, conhecendo a mágica que é feita com palavras organizadas em versos e estrofes. Você vai apreciar um poema de forma fixa que surgiu, provavelmente, no século XIII: o soneto. Preparado para essa viagem?
1º EPISÓDIO: EU, LEITOR DE SONETO
1. Você já ouviu falar em sonetos? O que sabe sobre esse gênero? Conhece autores que escreveram esse tipo de poema?
ATALHO
Sonetos são poemas de forma fixa e assim chamados porque sempre apresentam a mesma composição, ou seja, o mesmo número de estrofes e de versos.
2. Você vai ler um soneto escrito por Gregório Duvivier. Você conhece esse autor? Sabe qual é a profissão pela qual ele é mais conhecido?
ATALHO a) A que se refere o termo “língua-mãe”, que integra o título do soneto? b) Por que o eu lírico afirma, na primeira estrofe, que a língua teve sorte? c) Na segunda estrofe, o que significa dizer “comemos-te por dentro como as cáries”? d) Que relação pode ser estabelecida entre a segunda e a terceira estrofe? b) Porque, quando os portugueses desembarcaram aqui, eles espalharam a “palavra”, ou seja, a língua portuguesa, em diferentes lugares do nosso país. A sorte da língua foi ela ter se espalhado pelo Brasil.
Gregório Duvivier (1986-) é um ator, humorista, roteirista e escritor brasileiro que ficou conhecido por seus trabalhos no cinema e no teatro. É um dos criadores de Porta dos Fundos, produtora de vídeos de comédia com esquetes sobre temas cotidianos. Entre seus livros publicados estão A partir de amanhã eu juro que a vida vai ser agora (2011), Ligue os pontos: poemas de amor e big bang (2013) e Caviar é uma ova (2016). Atualmente, apresenta o noticiário humorístico Greg News e é colunista do jornal Folha de S.Paulo.
• Considerando a minibiografia de Duvivier, como você imagina que será o soneto escrito por ele?
3. Leia o texto a seguir silenciosamente. Em seguida, seu professor vai lê-lo em voz alta para que a turma possa apreciar a sonoridade. Depois, responda às questões em seu caderno.
Soneto da língua-mãe Última flor do Lácio, sorte a tua terem desembarcado aqui milhares de lusitanos numa praia nua espalhando a palavra em nossos mares.
Pobre língua, chegaste aqui tão crua, comemos-te por dentro como as cáries. Carcomida, ficaste como a lua: tem buracos, mas brilha em mil lugares.
Carcomido: roído, deteriorado, danificado.
Lácio: região da Itália, na qual se encontra Roma, onde se falava o latim que deu origem à língua portuguesa.
Lusitanos: portugueses.
• Resposta pessoal.
Espera-se que os estudantes, mesmo não conhecendo Gregório Duvivier, percebam que sua carreira é marcada por trabalhos voltados ao humor, como indica a minibiografia. Por isso, é possível que eles apontem que, de alguma forma, o humor pode aparecer no soneto que vai ser lido.
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Cada vogal, pra gente, é um latifúndio. Trocando o infinitivo por gerúndio inventamos contigo o carnaval.
Sua voz hoje é cheia de “vocês”, mas sem nós morrerias, tal gaulês Graças a nós, mainha, és imortal.
Região italiana do Lácio, onde surgiu o latim.
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• Metaforicamente, o que seriam os buracos a que se refere o eu lírico?
Gaulês: língua falada na região da Gália (França, Bélgica, Suíça, parte da Alemanha e da Itália) que acabou desaparecendo com a conquista do Império Romano e a chegada do latim vulgar.
3. a) Pelo contexto, no soneto, “língua-mãe” é a língua portuguesa, já que a língua materna é aquela falada no país onde uma pessoa nasceu e aprendeu a falar. Comente com os estudantes que, no dicionário, “língua-mãe” (também chamada de “protolíngua”) se refere a uma língua que está na origem de uma família de línguas, como o latim.
O verso corresponde a cada linha que compõe o poema, podendo ser organizado em blocos, as chamadas estrofes c) No contexto do poema, significa dizer que a língua dos portugueses sofreu várias influências das línguas dos povos que habitavam o Brasil e dos povos que aqui chegaram depois. A nossa língua portuguesa hoje, “carcomida”, é falada em diferentes lugares. f) Por que o eu lírico afirma que “sem nós” a língua morreria “tal gaulês”? g) O que o uso da palavra “mainha” no último verso reforça? d) Na segunda estrofe, o eu lírico afirma que a língua portuguesa que chegou com os portugueses no passado –anos 1500 – sofreu muitas transformações. Na terceira estrofe, ele cita uma dessas transformações: “Trocando o infinitivo por gerúndio”, ou seja, no português brasileiro, usamos a forma “estou viajando”; já no português de Portugal, é usada a forma “estou a viajar”. Nesse tipo de estrutura, os brasileiros preferem os verbos no gerúndio; já os portugueses, os verbos no infinitivo. Como o eu lírico está em diálogo com a língua portuguesa do Brasil, ele afirma que o infinitivo foi trocado pelo gerúndio. Além disso, ressalta que “pra gente”, isto é, para os brasileiros, as vogais são um latifúndio, ou seja, são pronunciadas. Nesse trecho, o eu lírico se refere ao fato de que no português europeu é comum os falantes não pronunciarem as vogais pretônicas. f) Porque, ao longo do poema, o eu lírico afirma que a língua portuguesa deve a nós, brasileiros, sua sobrevivência com as mudanças que os falantes produziram ao longo do tempo. O gaulês foi uma língua que se extinguiu com o tempo em função da conquista do Império Romano na região conhecida como Gália g) “Mainha”, palavra muito usada pelos nordestinos, reforça a influência do povo brasileiro nos usos que são feitos da língua portuguesa e na relevância dessa influência para a sobrevivência do próprio idioma. e) As aspas foram aplicadas para destacar a palavra, indicando que ela não está sendo utilizada como esperado, ou seja, cumprindo a função sintática que costuma desempenhar (pronome), mas sendo mencionada como um termo.
• Os buracos seriam as mudanças que foram incorporadas ao longo do tempo, pelos falantes, à língua portuguesa trazida pelos portugueses ao Brasil.
Para responder, considere que em Portugal os falantes preferem usar formas como “estou a estudar” para se referir a ações que estão em processo.
CHAVE MESTRA e) Na quarta e última estrofe, por que a palavra “vocês” está entre aspas no primeiro verso?
• O que o eu lírico quer dizer quando afirma que “Sua voz hoje é cheia de ‘vocês’”?
Eu lírico é a voz do poema. Também chamado de eu poético ou sujeito lírico, é quem fala no texto poético e não deve ser confundido com o autor, que é quem escreve os versos. Assim, o autor de um poema pode ser, por exemplo, um adulto, e o poema ter uma criança como eu lírico.
• O eu lírico quer dizer que nós, os brasileiros, utilizamos “você(s)” em vez de “tu/vós” para nos referir à 2ª pessoa do discurso, mais uma indicação das mudanças que a língua portuguesa sofreu em terras brasileiras.
4. A leitura do soneto, em função da complexidade do vocabulário e de sua estrutura sintática, deve ser feita de forma pausada (estrofe a estrofe). Ao final de cada estrofe, pergunte aos estudantes o que eles entenderam do trecho. Para isso, incentive-os a usarem o boxe Atalho (glossário do soneto) e explicar que sentidos construíram. Esse recurso torna a leitura mais dinâmica, promove a aprendizagem relativa ao vocabulário e favorece a interpretação dos versos por todos os estudantes.
O eu lírico se refere à língua portuguesa (“última flor do Lácio”). Ao longo do poema, a língua portuguesa é apresentada por meio de antíteses (oposições), sendo “esplendor” e “sepultura”, “lira singela” e “rude e doloroso idioma”, que demonstram o sentimento do eu lírico em relação a ela: é repleta de belezas, mas também pode apresentar obstáculos (muitas sonoridades e regras gramaticais). É fonte de vida, por ser uma língua nova em relação ao latim, mas decorre da morte desse, já que o sucede. E, ao atravessar o oceano, saindo de Portugal e chegando ao Brasil, sua imposição pelos colonizadores fez morrer também as línguas nativas do território colonizado.
4. Agora, você vai conhecer o soneto “Língua portuguesa”, de autoria do poeta Olavo Bilac. Seu professor vai ler as estrofes e, ao final da leitura de cada uma delas, compartilhe com os colegas os sentidos que você construiu.
Chave Mestra
Use as informações do boxe Atalho localizado após o texto, que apresenta um glossário com palavras usadas por Bilac.
Atalho
Olavo Bilac (1865-1918) foi um poeta, contista e jornalista brasileiro nascido na cidade do Rio de Janeiro. Foi um dos principais representantes do Parnasianismo, movimento estético que, na poesia, valorizava o cuidado formal, o uso de palavras raras, de rimas ricas e a rigidez das regras de composição poética. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, em 1897. Foi eleito, no auge da sua popularidade, o primeiro “Príncipe dos Poetas Brasileiros”, em 1913. Mitologia greco-romana, patriotismo (ele é o autor da letra do Hino à Bandeira), amor, lirismo, entre outros, foram tematizados pelo ele em sua obra.
Língua portuguesa
Última flor do Lácio, inculta e bela, És, a um tempo, esplendor e sepultura: Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela
Amo-te assim, desconhecida e obscura, Tuba de alto clangor, lira singela, Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo! Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: “meu filho!”
E em que Camões chorou, no exílio amargo, O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
ATALHO 18 a) Você gostou do soneto de Bilac? Compartilhe sua opinião com os colegas. b) As sensações despertadas pelo soneto de Bilac foram as mesmas que você sentiu ao ler o soneto de Duvivier? Compartilhe sua opinião com os colegas.
Agreste: rústico, áspero.
Arrolo: cantiga para adormecer crianças. Bruta: que está como foi criada pela natureza; intocada; natural. Camões: poeta português (152?-1580), autor do poema épico “Os lusíadas”, uma das obras mais importantes da literatura portuguesa, que celebra os feitos marítimos e guerreiros de Portugal.
Clangor: som estridente de instrumentos metálicos, como o de uma trombeta.
Esplendor: que tem opulência, luxo, magnificência.
Ganga: matéria mineral rochosa ou terrosa inútil que ocorre no meio de minério valioso.
Inculta: que não tem erudição, preparo intelectual, instrução.
Lira: instrumento de cordas em forma de U; inspiração, riqueza de criação poética.
Procela: tempestade marítima, tormenta.
Sepultura: cova, túmulo.
Silvo: som agudo e prolongado; assobio.
Singela: simples, delicado, puro.
Trom: trovão.
Tuba: instrumento metálico dos antigos romanos formado por um tubo reto.
Vela (velar): esconder.
Ventura: destino, sorte.
Viço: energia, força vital, vigor.
5. Tanto o soneto de Duvivier quanto o de Bilac começam com a expressão “Última flor do Lácio”.
Atalho
“Última flor do Lácio, inculta e bela” é o primeiro verso do soneto “Língua portuguesa”. É dessa forma que Bilac chama o nosso idioma, vendo-o como “última flor”, porque a língua portuguesa é considerada a última língua viva que se originou do latim vulgar, que foi falado na região do Lácio, onde fica Roma, na Itália. Outras línguas que também se originaram do latim – e, por isso, chamadas de latinas, românicas ou neolatinas – são o francês, o espanhol e o italiano. No poema de Bilac, a língua portuguesa é vista como “bela”, apesar de ser “inculta”. Essa é uma referência ao latim vulgar, variante do latim clássico que era falada por soldados, camponeses e pessoas de camadas populares da sociedade romana da época. O latim clássico, utilizado pelas classes mais abastadas, era considerado, à época, a variante de prestígio social.
• Nos dois poemas, a expressão “Última flor do Lácio” desempenha a função de vocativo, já que o eu lírico se dirige à língua portuguesa como se fosse uma pessoa. Qual seria a intenção do eu lírico em fazer esse uso?
6. O eu lírico, no poema de Bilac, ao mesmo tempo que diz amar a língua portuguesa, lamenta que seu surgimento tenha decorrido do fim do latim: “És, a um tempo, esplendor e sepultura”. Compare essa visão com os versos finais do poema de Duvivier: b) Resposta pessoal. a) As vozes dos dois poemas não expressam o mesmo sentimento, já que, no segundo texto, o eu lírico afirma que, sem os brasileiros, a língua portuguesa (“Última flor do Lácio”) teria desaparecido, assim como o gaulês. Não há o mesmo tom de lamento de Bilac em relação à morte do latim, o que é demonstrado no uso da expressão “sorte a tua” e no verso “Graças a nós, mainha, és imortal”. b) Espera-se que os estudantes entendam que o soneto de Duvivier é uma paródia do soneto de Bilac, pois, em certa medida, desconstrói a visão do eu lírico de Bilac sobre a língua. Primeiramente, faz menção a ele, para deixar clara a intertextualidade, com a expressão “Última flor do Lácio”, mas, enquanto o soneto de Bilac faz apologia da beleza e da pureza da língua, bem como demonstra saudosismo em relação ao latim, o soneto de Duvivier inverte esse sentido, exaltando a mudança da língua portuguesa promovida pelos brasileiros, inserindo, inclusive, elementos que remetem às mudanças: como o uso do gerúndio, de “mainha” e de “vocês”. b) • Porque a ideia de “inculta” está ligada ao fato de a língua portuguesa ter se originado do latim vulgar, usado por pessoas pertencentes às camadas mais populares. A ideia de cultura estava ligada à posição social, já que o latim clássico era usado por uma camada da população privilegiada socioeconomicamente.
Sua voz hoje é cheia de “vocês”, mas sem nós morrerias, tal gaulês. Graças a nós, mainha, és imortal.
4. a) Resposta pessoal.
Motive os estudantes a compartilharem suas impressões sobre o poema, já que esse é o objetivo desse tipo de texto: fazer sentir, provocar emoções. Observe que o texto se mantém atual, mesmo tendo sido criado entre o final do século XIX e o início do XX (Olavo Bilac viveu entre 1865 e 1918). Essa atemporalidade é uma das razões para que uma obra seja chamada de clássica.
Essa pergunta é uma forma de despertar no estudante a percepção da subjetividade da linguagem poética. Cada pessoa sente e compreende o poema de uma forma, tomando-se o próprio texto como ponto de partida e de chegada. É importante notar que os versos de Olavo Bilac assumem um tom mais sério e pessimista, já que ele lamenta as mudanças ocorridas na língua portuguesa. Já o soneto de Duvivier, apesar de também motivar reflexões sobre a língua, faz isso de forma mais leve, inclusive fazendo uso de certo humor.
5. Comente que, apesar de o latim clássico ser considerado melhor, na época, foi o latim vulgar que perdurou e originou as línguas neolatinas que temos hoje.
• O eu lírico faz uso do vocativo dirigindo-se à língua portuguesa possivelmente para criar uma sensação de proximidade, como se conversasse com ela, estabelecendo o diálogo ao longo do soneto.
6.
7. a) Os autores não utilizaram a mesma variedade, já que, enquanto Bilac seguiu a norma-padrão, utilizando linguagem formal (“Amo-te assim”, “Amo o teu viço agreste”) em seu texto, Duvivier utilizou uma linguagem mais coloquial (“pra”), inclusive com o uso de regionalismo (“mainha”).
Chame a atenção dos estudantes: para além dessas expressões que revelam uso mais informal da língua por Duvivier, é importante considerar também a época em que os dois sonetos foram escritos. O de Bilac foi publicado, originalmente, em 1919; já o de Duvivier foi publicado em 2021.
• Duvivier afirma que a língua dos portugueses – considerada muitas vezes como o modelo “correto” a ser seguido – sofreu a ação dos brasileiros e que é graças a essa intervenção que a língua portuguesa se mantém viva. Ao usar, ao lado de “tu”, expressões que remetem a um uso que as pessoas fazem da língua a) O eu lírico do soneto de Duvivier tem o mesmo sentimento pela língua portuguesa que o eu lírico do soneto de Bilac? Explique. b) Por que podemos considerar o “Soneto da língua-mãe”, de Gregório Duvivier, como paródia do soneto “Língua portuguesa”, de Olavo Bilac?
Ativa O De Conhecimentos
Paródia é uma imitação cômica ou crítica de um texto literário. Costuma inverter ou modificar as características de um texto (ou personagens) com o objetivo de criticar, satirizar ou situá-lo em outro contexto.
7. Considerando a linguagem utilizada nos sonetos por Olavo Bilac e Gregório Duvivier, responda: a) Os dois autores utilizaram a mesma variedade linguística? Explique a sua resposta, citando exemplos de palavras e expressões empregadas nos poemas. b) O uso da frase “Última flor do Lácio, inculta e bela” por Bilac remete à história da língua portuguesa, que se originou do latim vulgar, falado pelas classes menos privilegiadas, e não do latim clássico, falado pelas classes privilegiadas.
• Por que se pode dizer que o uso do adjetivo “inculta” traduz um preconceito linguístico?
• De que maneira esse duelo histórico entre variedades de prestígio e variedades estigmatizadas de uma língua é traduzido no soneto de Duvivier?
2º EPISÓDIO: NOSSO CENTRO DE ANÁLISE DE USOS DA LÍNGUA
Neste episódio, você vai analisar recursos linguísticos usados na construção dos sonetos para entender melhor por que esse tipo de poema tem a forma fixa.
1. Observe a estrutura dos sonetos lidos no episódio anterior.
a) Quantas estrofes e quantos versos tem o “Soneto da língua-mãe”, de Duvivier?
b) Quantas estrofes e quantos versos tem o soneto “Língua portuguesa”, de Bilac?
c) Pode-se dizer que é coincidência os dois poemas terem a mesma estrutura?
Conquista
Alguns poemas, como a ode, a elegia, o madrigal, o rondó, o haicai e o soneto, seguem uma forma fixa de composição No caso do soneto, caracterizado por ter 14 versos, há três tipos principais, de acordo com a distribuição dos versos em estrofes:
• soneto italiano ou petrarquiano: apresenta duas estrofes de quatro versos (quartetos) e duas de três versos (tercetos);
• soneto inglês ou shakespeariano: apresenta três quartetos e um dístico (dois versos); em situações mais informais, como “pra” e “mainha”, além de misturar os usos de 2ª pessoa com os pronomes de 3ª pessoa, em certa medida, Duvivier mostra que esse “duelo” ainda está presente.
• soneto monostrófico: apresenta uma única estrofe de 14 versos.
2o episódio: Nosso centro de análise de usos da língua
O foco deste episódio é analisar recursos linguísticos que caracterizam o gênero soneto como poema de forma fixa. Por isso, as reflexões se voltam para o conteúdo temático desse gênero, a estrutura em versos e estrofes, a musicalidade e o ritmo delineados pelas palavras, além do uso de rimas e outros recursos sono- ros. As figuras de linguagem serão abordadas brevemente, pois esse tema será aprofundado no 3º episódio.
Tempo previsto: 3 aulas
Reconstrução da textualidade e compreensão dos efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos linguísticos e multissemióticos: EF69LP48
Recursos linguísticos e semióticos que operam nos textos pertencentes aos gêneros literários: EF69LP54
Estratégias de leitura / Apreciação e réplica: EF89LP33
2.
Lendo o poema de Bilac em voz alta, possivelmente você fez uma pequena pausa ao final de alguns versos. Essa pausa se acentua por causa da rima, ou seja, a semelhança sonora que há no final dos versos, como entre as palavras “bela” e “vela”, do soneto de Bilac. Observe como podemos marcar as rimas do soneto “Língua portuguesa”, identificando-as com letras:
Língua portuguesa
Última flor do Lácio, inculta e bela, És, a um tempo, esplendor e sepultura: Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e obscura, Tuba de alto clangor, lira singela, Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: “meu filho!” a) Escreva em seu caderno como são as rimas do “Soneto da língua-mãe”, de Gregório Duvivier, identificando-as com letras, como no poema de Bilac. b) Foi possível observar que os dois sonetos não seguem a mesma combinação rímica. No entanto, podemos dizer que há regularidade nas rimas de ambos. Explique essa afirmação.
E em que Camões chorou, no exílio amargo, O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
CHAVE MESTRA
Existem, basicamente, quatro tipos de rimas em poemas. Essas combinações rímicas podem ser:
• rimas emparelhadas: acontecem de duas a duas (AABB);
• rimas alternadas: acontecem entre os versos ímpares e pares, ou seja, o primeiro verso rima com o terceiro e o segundo rima com o quarto (ABAB);
• rimas opostas ou interpoladas: acontecem quando o primeiro verso rima com o quarto e o segundo rima com o terceiro (ABBA); c) Que efeitos são pretendidos por Duvivier e por Bilac ao construírem os esquemas rímicos para seus sonetos?
• rimas encadeadas: acontecem quando o primeiro verso rima com o terceiro; o segundo, com o quarto e o sexto; o quinto, com o sétimo e o nono, e assim por diante (ABA BCB CDC).
Respostas
1. a) O soneto tem quatro estrofes e 14 versos.
b) O soneto tem quatro estrofes e 14 versos.
c) Espera-se que os estudantes percebam que não é uma coincidência os dois sonetos terem 14 versos organizados em quatro estrofes, já que essa é uma das características desse tipo de poema, que, por isso mesmo, é chamado de poema de forma fixa. Comente com os estudantes que o fato de o poema de Duvivier ser uma paródia do poema de Bilac não significa necessariamente que ambos deveriam apresentar a mesma estrutura.
2. a) Reproduza o soneto de Duvivier na lousa e, coletivamente, construa com os estudantes o esquema rímico do poema, a fim de que eles possam acompanhar o raciocínio que deve ser feito. Última flor do Lácio, sorte a tua A terem desembarcado aqui milhares B de lusitanos numa praia nua A espalhando a palavra em nossos [mares. B
Pobre língua, chegaste aqui tão crua, A comemos-te por dentro como as [cáries. B
Carcomida, ficaste como a lua: A tem buracos, mas brilha em mil [lugares. B
Cada vogal, pra gente, é um latifúndio. C Trocando o infinitivo por gerúndio C inventamos contigo o carnaval. D
Sua voz hoje é cheia de “vocês”, E mas sem nós morrerias, tal gaulês. E Graças a nós, mainha, és imortal. D b) Com o apoio do boxe Chave mestra, espera-se que os estudantes percebam que, apesar de não ser o mesmo tipo de combinação, o soneto é caracterizado pela regularidade das rimas, ou seja, elas seguem um padrão de repetição fixo, outra característica do gênero. c) Em ambos os sonetos, o esquema rímico é construído para conferir ritmo e sonoridade aos versos que produzem uma cadência que se ressalta quando os textos são lidos em voz alta. a) te/rem/ de/sem/bar/ca/do a/qui/ mi/ lha/res de/ lu/si/ta/nos/ nu/ma/ prai/a /nu/a es/pa/lhan/do a/ pa/la/vra em/ nos/sos / ma/res. b) • O objetivo é que os estudantes possam exercitar a contagem das sílabas poéticas. Caso julgue conveniente, a atividade pode ser feita de forma coletiva com a reprodução do soneto de Duvivier na lousa. A expectativa é de que eles percebam que todos os versos do soneto têm dez sílabas poéticas. c) Sim. Todos os versos do poema apresentam dez sílabas poéticas. d) A métrica regular, com dez sílabas poéticas, confere ritmo e melodia ao soneto. e) Caso avalie ser pertinente, reproduza o soneto de Bilac na lousa e faça, coletivamente, a escansão dos versos.
Mostre aos estudantes que o soneto de Bilac tem rimas opostas/interpoladas (ABBA) e alternadas (CDC EDE). Já o de Duvivier tem rimas alternadas (ABAB) e emparelhadas (CCD EED).
3. Reforce com os estudantes que, devido à sonoridade, as sílabas átonas (pronunciadas com menos força) “-ci-” e “-o” se juntam, assim como a sílaba “-te” e a palavra “a”. A contagem termina na última sílaba tônica (pronunciadas com mais força), que é “tu-“.
• Dez sílabas poéticas.
• Os versos do soneto de Bilac têm dez sílabas métricas.
• Incentive os estudantes a se posicionarem. A expectativa é de que eles respondam que sim, pois Bilac, ao usar o esquema métrico com dez sílabas poéticas em todos os versos de seu soneto, também pretendia conferir ritmo e melodia ao poema.
3. Além da estrutura fixa com 14 versos e os tipos de rima regulares, geralmente os sonetos também apresentam uma métrica específica.
Ativa O De Conhecimentos
Métrica é a medida dos versos, ou seja, o número de sílabas poéticas apresentadas pelos versos. A divisão em sílabas poéticas é diferente da divisão silábica gramatical porque tomamos por base a oralidade, a forma como falamos os versos. Assim, as vogais átonas são agrupadas em uma única sílaba e a contagem silábica deve ser feita até a última sílaba tônica. Veja um exemplo:
Divisão silábica gramatical
Divisão silábica poética
O procedimento de realizar a contagem de sílabas poéticas se chama escansão a) Realize a escansão dos outros três versos da primeira estrofe do soneto de Duvivier. b) Em dupla, faça a escansão das demais estrofes do soneto de Duvivier. c) O soneto de Duvivier apresenta uma métrica regular? d) Que efeitos são pretendidos pelo uso dessa métrica? e) Faça, com sua dupla, a escansão do soneto de Bilac.
• Quantas sílabas poéticas têm os demais versos da primeira estrofe?
• Quantas sílabas poéticas têm os demais versos do soneto?
• Qual é sua métrica?
• Pode-se dizer que o efeito pretendido por Bilac seria o mesmo pretendido por Duvivier ao usar esse esquema métrico? Fale com os colegas.
Conquista
Os sonetos geralmente têm versos decassílabos, ou seja, compostos de dez sílabas poéticas, como o soneto de Duvivier e o de Bilac. Além de decassílabos, os versos de um poema podem ser monossílabos (uma sílaba poética), dissílabos (duas sílabas poéticas), trissílabos (três sílabas poéticas), redondilha menor ou pentassílabo (cinco sílabas poéticas), redondilha maior ou heptassílabo (sete sílabas poéticas), octossílabo (oito sílabas poéticas), dodecassílado ou alexandrino (12 silabas poéticas) etc.
Essa classificação métrica é feita para versos regulares, mas também existem os versos livres, que não seguem regularidade métrica e foram criados pelos poetas modernos do século XX.
ritmo é um elemento muito importante na construção de poemas.
Ativa O De Conhecimentos
Ritmo é a alternância de sílabas com maior ou menor intensidade quando pronunciadas. É fácil compreender o ritmo se pensarmos nas músicas que ouvimos: a duração de sons e silêncios, de modo coordenado, regular e constante, garante o ritmo da canção. Há diversos elementos na natureza que também apresentam ritmo próprio: as batidas do coração, o movimento das marés, a alternância entre o dia e a noite etc.
a) Leia em voz alta a segunda e a terceira estrofe do soneto de Olavo Bilac, observando as sílabas destacadas.
Amo-te assim, desconhecida e obscura, Tuba de alto clangor, lira singela, Que tens o trom e o silvo da procela E o arrolo da saudade e da ternura!
![](https://assets.isu.pub/document-structure/230426201404-059d7af8a8aa3fcb78b64463b78126d2/v1/558064cf65150409812a636e6d982b01.jpeg?width=720&quality=85%2C50)
Amo o teu viço agreste e o teu aroma De virgens selvas e de oceano largo! Amo-te, ó rude e doloroso idioma, b) Explique que recursos o autor utilizou para manter o ritmo desses versos.
Ativa O De Conhecimentos
Há, ainda, outros recursos sonoros que podem ser utilizados em textos poéticos: c) Algum desses recursos é utilizado no soneto “Língua portuguesa”, de Olavo Bilac? c) Sim. A repetição dos sons sibilantes (provocados pelo uso de S e C) e vibrantes (provocados pelo uso de R), conforme apresentado na questão anterior, são exemplos do uso da aliteração. Já a assonância pode ser vista, por exemplo, na primeira estrofe, conforme destaques dos sons vocálicos: “Última flor do Lácio, inculta e bela, / És, a um tempo, esplendor e sepultura: / Ouro nativo, que na ganga impura / A bruta mina entre os cascalhos vela...”. Por sua vez, a repetição de expressões como “Amo-te assim”, “Amo o teu viço” e “Amo-te” exemplifica o uso do paralelismo.
• Aliteração: consiste na repetição de um mesmo fonema consonantal, ou seja, gerado pelo som de consoantes.
• Assonância: consiste na repetição de um mesmo fonema vocálico, ou seja, gerado pelo som de vogais.
• Paralelismo: consiste na repetição de palavras ou estruturas sintáticas maiores (frases, orações etc.) que correspondem quanto ao sentido.
• Paronomásia: consiste na aproximação de palavras de um texto por sua semelhança na forma ou no som.
5. Considerando o que você analisou sobre os sonetos e suas características, amplie o conceito de soneto, apresentado na parte inicial deste episódio.
4. b) O poeta usa a repetição de sons sibilantes provocados pelo uso das letras S e C e de sons vibrantes provocados pelo uso da letra R para criar um ritmo sonoro para os versos, enfatizando as ideias de oposição presentes no verso em relação à língua portuguesa, que é, ao mesmo tempo, singela e forte, rude e dolorosa.
5. A expectativa é de que os estudantes tragam informações sobre rima, métrica e ritmo.
Sugestão de resposta: o soneto é um poema de forma fixa, já que sua estrutura é composta de 14 versos organizados em quatro estrofes. Seus versos costumam ser metrificados, possuindo, geralmente, dez ou doze silabas poéticas, e rimados; o esquema de rimas (emparelhadas, alternadas, opostas ou encadeadas) dos quartetos costuma ser diferente do esquema dos tercetos. Apresenta ritmo, o que pode ser conferido pelo uso de recursos como aliteração, assonância, paralelismo ou paronomásia.
3o episódio: Do texto para a língua
Figuras de linguagem
Neste episódio, os estudantes são convidados a retomar conhecimentos sobre figuras de linguagem. Eles vão analisar usos das figuras de linguagem na construção do “Soneto da língua-mãe”, de Gregório Duvivier. Sugerimos que todas as atividades sejam feitas coletivamente, para que as discussões e reflexões possam ser compartilhadas.
Tempo previsto: 2 aulas
Reconstrução da textualidade e compreensão dos efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos linguísticos e multissemióticos: EF69LP48
Recursos linguísticos e semióticos que operam nos textos pertencentes aos gêneros literários: EF69LP54
Figuras de linguagem: EF89LP37.
Retome com os estudantes a concepção de polissemia: as palavras podem adquirir diferentes sentidos, e esses significados variam de acordo com o contexto. Além disso, podem ser utilizadas no sentido denotativo –literal – e no sentido conotativo – figurado. É importante que partam desses princípios para entender as figuras de linguagem. Amplie a atividade, solicitando aos estudantes que pesquisem o uso de figuras de linguagem conhecidas, como metáfora, metonímia, comparação, hipérbole etc., em textos que circulam em outros campos de atuação, como no Jornalístico-midiático
RESPOSTAS a) A língua portuguesa foi “comida” pelos brasileiros, o que é indicado pela palavra “comemos”, já que o verbo “comer” está flexionado na 1ª pessoa do plural (nós), ou seja, o eu lírico se junta aos falantes de língua portuguesa, já que também é um deles. b) No segundo verso, os falantes de língua portuguesa são comparados às cáries porque, assim como estas danificam os dentes, eles “danificam” o idioma, segundo a visão do eu lírico. Esse “dano”, que na verdade é uma vantagem, está relacionado ao uso da língua por seus falantes. A segunda comparação acontece entre a língua e a lua, pois ambas ficam carcomidas, ou seja, roídas, com buracos e, portanto, “danificadas”. O termo que indica a comparação é “como”, presente no segundo e no terceiro verso. c) Sim. A ação dos falantes sobre a língua é comparada à ação das cáries nos dentes, e a língua carcomida, ou seja, com “buracos”, é comparada à
1.
Fernando Pessoa (1888-1935), considerado um dos mais relevantes poetas portugueses, cultivou uma poesia voltada aos temas tradicionais de Portugal, como as Grandes Navegações, expressando reflexos sobre suas inquietações, sua solidão e seu tédio. Pessoa criou vários heterônimos – nome criado por um autor para designar a autoria de suas obras, criando poetas com personalidades próprias – que escreveram sua poesia, sinalizando, sob diferentes perspectivas, os dramas do ser humano de seu tempo.
3º EPISÓDIO: DO TEXTO PARA A LÍNGUA FIGURAS DE LINGUAGEM
Neste episódio, você vai ampliar seus conhecimentos sobre figuras de linguagem, recurso linguístico muito presente em textos literários. Preparado para mais esse desafio?
1. Releia a segunda estrofe do “Soneto da língua mãe”, de Gregório Duvivier.
Pobre língua, chegaste aqui tão crua, comemos-te por dentro como as cáries Carcomida, ficaste como a lua: tem buracos, mas brilha em mil lugares.
a) Segundo o eu lírico, quem “comeu” a língua portuguesa? Que palavra comprova sua resposta?
b) Explique as duas comparações destacadas, identificando o termo que indica a comparação.
c) As comparações feitas pelo eu lírico podem ser consideradas inusitadas? Por quê?
• Que sensações essas comparações provocaram em você? Fale com os colegas.
2. Agora releia a quarta estrofe do soneto de Duvivier.
Sua voz hoje é cheia de “vocês”, mas sem nós morrerias, tal gaulês. Graças a nós, mainha, és imortal.
a) Que expressões sinalizam que o eu lírico estabelece um diálogo com a língua portuguesa?
b) A figura de linguagem que permite tratar a língua portuguesa como pessoa é a personificação ou a zoomorfização?
Chave Mestra
Considere os conhecimentos que você já construiu sobre figuras de linguagem para responder à questão.
c) Que efeitos de sentido são pretendidos pelo uso dessa figura de linguagem?
d) Esse recurso também foi usado por Bilac em seu soneto.
• Em qual dos dois textos o eu lírico parece ser mais próximo da língua portuguesa? Explique.
3. Chegou o momento do desafio gramatical da missão. Já que a língua portuguesa é tema dos sonetos de Duvivier e de Bilac, leia um poema de Fernando Pessoa, que faz referência às grandes navegações portuguesas do século XVI, época em que os lusitanos iniciaram a colonização do Brasil.
lua, com seus buracos e brilho. Esses elementos, a princípio, parecem não ter semelhança, mas o poeta constrói essas comparações e elas passam a fazer sentido no contexto do soneto.
• Resposta pessoal.
Incentive os estudantes a se posicionarem em relação a essas comparações, que, em certa medida, são surpreendentes.
2. a) O uso da 2ª pessoa do singular “tu”, materializado pelos verbos “morrerias” e “és”. Além disso, esse diálogo também se expressa pelo uso do vocativo “mainha”.
b) Personificação e zoomorfização foram trabalhadas na mis- são 8 do volume do 7º ano. Se necessário, retome os conceitos com os estudantes. c) Ao personificar a língua portuguesa, o eu lírico estabelece uma relação de proximidade com ela, como se estivesse conversando e explicando à língua portuguesa que ela é imortal porque nós – brasileiros – a usamos e a modificamos.
A expectativa é de que os estudantes respondam que foi a personificação, ou seja, a atribuição de características humanas a animais e objetos inanimados.
Mar português
Ó mar salgado, quanto do teu sal a) Na primeira estrofe, o eu lírico manifesta sua comoção diante do sofrimento que, segundo ele, foi vivido pelos navegadores portugueses e por seus familiares. Responda: b) Escreva em seu caderno a opção que apresenta a figura de linguagem fundamental para construir os dois primeiros versos da primeira estrofe do poema. c) Que efeitos de sentido são pretendidos pelo uso da figura de linguagem identificada no item anterior? d) • Embora em ambos os sonetos a língua portuguesa tenha sido personificada, no texto de Duvivier a relação do eu lírico com a língua portuguesa é mais próxima, mais íntima. O uso, na última estrofe, da palavra “mainha”, por exemplo, sinaliza esse aspecto. No soneto de Bilac, o uso mais formal da linguagem estabelece maior distanciamento entre o eu lírico e a língua portuguesa. b) III. Hipérbole: figura que consiste em expressar uma ideia com exagero. c) A intensificação do sofrimento do povo português com a perda das vidas dos marinheiros nas Grandes Navegações, o que provocou lágrimas que salgaram o mar. Esse sofrimento fica ressaltado pela menção que é feita às mães, aos filhos e às noivas que choram suas perdas.
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu.
PESSOA, Fernando. Mar português. In: PESSOA, Fernando. Mensagem. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br/download/texto/pe000004.pdf. Acesso em: 10 maio 2022.
• Nos dois primeiros versos, segundo o eu lírico, de que modo o mar representa esse sofrimento?
I. Eufemismo: figura que consiste no emprego de termos mais suaves ao expressar uma ideia.
II. Antítese: figura que consiste em apresentar ideias opostas em uma mesma estrutura.
III. Hipérbole: figura que consiste em expressar uma ideia com exagero.
4. Em sua opinião, por que as figuras de linguagem são mobilizadas pelos escritores em seus textos poéticos? Fale com a turma.
Bojador: o cabo Bojador se situa na África, na costa do Saara ocidental, em Marrocos. A primeira passagem pelo cabo foi feita pelo navegador português Gil Eanes em 1434. Era conhecido como Cabo do Medo, pois o desaparecimento de muitas embarcações que o haviam tentado contornar levou os marinheiros a acreditarem na existência de monstros marinhos no local.
3. a) • Segundo o eu lírico, parte do sal da água do mar são lágrimas do povo português.
Mostre aos estudantes que o poeta remete a “um mar de lágrimas” para representar a intensidade do sofrimento do povo lusitano. Solicite-lhes que identifiquem versos em que o poeta destaca situações que comprovam esse sofrimento, resultante do fato de muitos portugueses terem morrido em alto-mar durante as viagens: “Por te cruzarmos, quantas mães choraram, / Quantos filhos em vão rezaram! / Quantas noivas ficaram por casar / Para que fosses nosso, ó mar!”
4. Resposta pessoal.
Incentive os estudantes a se posicionarem. A expectativa é de que eles percebam que o uso de figuras de linguagem tem potencial para ampliar a expressividade do texto.
![](https://assets.isu.pub/document-structure/230426201404-059d7af8a8aa3fcb78b64463b78126d2/v1/89e7f09e1d4b6326a5656b264bb7ecba.jpeg?width=720&quality=85%2C50)
4o episódio: Um giro pelo mundo da escrita
A origem da língua portuguesa
Neste episódio, o objetivo é contar, de forma sucinta, um pouco da história da língua portuguesa, desde o surgimento no continente europeu até a chegada às terras brasileiras, onde sofreu influência das línguas faladas pelos povos indígenas e pelos povos africanos escravizados.
Caso julgue pertinente, realize as atividades coletivamente, de modo que os estudantes possam compartilhar as informações.
Tempo previsto: 2 aulas
Participação em discussões orais de temas controversos de interesse da turma e/ou de relevância social: EF69LP13
Curadoria de informação: EF89LP24
Conversação espontânea: EF89LP27.
Respostas
1. a) Resposta pessoal.
Motive os estudantes a compartilharem o que já estudaram nas aulas de História e Geografia sobre os povos celtas. Além disso, verifique o que eles conhecem sobre filmes e livros que abordam a cultura desses grupos.
b) Assim como os celtas, os povos indígenas nativos do Brasil e os grupos que foram trazidos escravizados do continente africano tiveram suas identidades “apagadas”, sendo vistos apenas como “índios”, “escravos” ou “selvagens”.
Motive uma reflexão com os estudantes sobre como a história se repete e até hoje pouco se conhece e estuda sobre os muitos povos que viviam no Brasil, como tupi-guaranis, macro-jê, aruaques e caraíbas. No mesmo sentido, há um apagamento histórico sobre a origem da população negra escravizada que chegou ao país, a maioria vinda das regiões onde hoje se encontram Angola, Moçambique e Nigéria.
2. • Incentive os estudantes a realizarem uma pesquisa rápida com o celular, enfatizando a necessidade de observar a confiabilidade das informações: sites oficiais e institucionais são mais recomendados. Caso não seja possível, os estudantes podem fazer a pesquisa usando dicionários disponibilizados na escola. Alguns termos, como habeas corpus, costumam aparecer em notícias televisivas e de rádio.
4º EPISÓDIO: UM GIRO PELO MUNDO DA ESCRITA A ORIGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA
Você analisou dois sonetos: “Língua portuguesa”, de Olavo Bilac, e “Soneto da língua-mãe”, de Gregório Duvivier. Ambos utilizam a expressão “Última flor do Lácio”, que inspira a jogada proposta para este episódio.
Celtas foi o nome que receberam os grupos que habitaram as regiões da península Ibérica e das Ilhas Britânicas até a Ásia Menor, entre 1200 a.C. e 500 d.C. Por terem culturas semelhantes, apesar de serem de etnias diferentes, eram vistos por gregos e romanos como um mesmo povo, o que levou ao nome “celta”.
1. Na largada, estamos em 3500 a.C. e vamos conhecer Galícia, região no noroeste da Espanha onde se falava, nessa época, um idioma celta (termo que se refere aos povos antigos da Europa ocidental).
a) O que você sabe sobre os povos celtas? Conheça mais sobre eles lendo o boxe Atalho.
b) Os celtas receberam esse nome por serem vistos como um povo único, apesar de serem diferentes. Que relação podemos estabelecer sobre esse fato histórico e o que houve no período da colonização do Brasil em relação aos povos indígenas e aos povos africanos escravizados?
2. Vamos andar seis casas e chegar ao local onde hoje é a Itália, território em que ficava o Lácio, região histórica da Itália Central na qual a cidade de Roma foi fundada e cresceu até se tornar a capital do Império Romano. É de lá que, por volta do ano 200, os soldados romanos partem para invadir a península Ibérica (Espanha e Portugal de hoje). Os soldados, que falavam o latim vulgar, impuseram seu idioma aos povos conquistados e, assim, surgiu o galego-português, uma mistura entre o latim e o celta.
![](https://assets.isu.pub/document-structure/230426201404-059d7af8a8aa3fcb78b64463b78126d2/v1/5bea462542cf9cf0ccd440b6bcd7ff45.jpeg?width=720&quality=85%2C50)
• Você já deve ter ouvido falar que o latim é uma “língua morta“. No entanto, ainda se usam termos dessa língua. Com seu celular, realize uma pesquisa e descubra termos em latim que são utilizados como jargão nas esferas jurídica e acadêmica.
Exemplos: ad referendum (para referendo/para aprovação posterior); apud (junto de/citado por); caput (cabeça/no início); data venia (dada a licença/introduz objeção); habeas corpus (tenhas teu corpo/usado em caso de pena que priva de liberdade); lato sensu (em sentido amplo/tipo de pós-graduação); status quo (estado das coisas/situação).
Ativa O De Conhecimentos
Jargão sinaliza um termo utilizado especificamente por um grupo de profissionais. Por exemplo: os jornalistas chamam de deadline o prazo para o fechamento de uma edição, de lide (ou lead) a abertura de uma notícia e de “olho” o destaque de uma frase entre aspas na página de uma entrevista.
3. É hora de seguir a viagem. Ande mais três casas e chegue à terceira estação, no ano 400, na região que hoje chamamos de Alemanha, onde habitavam os povos germânicos. Eles, juntamente aos eslavos e aos iranianos, invadem a península Ibérica, influenciando, também, a língua falada naquela região.
• Há lugares no Brasil cuja cultura é fortemente influenciada pela imigração europeia, inclusive a língua. Em qual região do país é maior essa influência?
4. Agora faremos uma viagem maior, andando oito casas e chegando ao continente africano. É de lá que, por volta do ano 700, os árabes partem para também ocupar a Península Ibérica. Assim, surgem os dialetos moçárabes, exceto na Galícia, que resistiu à invasão.
• Algumas pessoas confundem os termos “árabe” e “muçulmano”. Você sabe qual é a diferença? Realize uma pesquisa e explique aos colegas.
3. • Na Região Sul, que compreende os estados do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.
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4. • Árabe é a etnia do indivíduo que vive ou tem origem na península Arábica, situada no sudoeste da Ásia, entre o mar Vermelho e o golfo Pérsico. Também designa o idioma falado pelos povos dessa região. Muçulmano é quem pratica o islamismo, religião fundada por Maomé. Assim, uma pessoa pode ser árabe, mas não ser muçulmana, ou ser muçulmana, mas não ser árabe.
5. • Do árabe: açúcar, cenoura, fulano, garrafa, laranja e papagaio. Do grego: arquipélago e cirurgia. Do francês: garçom e chefe. Do espanhol: granizo e cavalheiro.
O objetivo desta atividade é apresentar curiosidades sobre a origem de algumas palavras da língua portuguesa.
5. Andando mais cinco casas, chegamos ao norte de Portugal, onde, no século XI, os povos do norte expulsam os do sul e o galego-português se expande, sendo incorporado pelos falantes dos dialetos moçárabes, que, mesmo assim, deixaram suas marcas no idioma que falamos hoje.
• Nosso idioma também é formado por palavras de origem árabe. Será que você consegue identificá-las? Consultando um dicionário, leia o quadro a seguir e transcreva, em seu caderno, as palavras de origem árabe.
Açúcar Cirurgia Granizo Laranja
Garçom Cenoura Chefe Cavalheiro
Papagaio Garrafa Arquipélago Fulano
6. a) Leia o texto em voz alta, atentando-se para a musicalidade dos versos. Ressalte o sentido geral do poema: um eu lírico masculino que aspira ao amor de uma dama, mas não é correspondido.
Uma das possíveis traduções para o poema foi feito por J. Nicola, da seguinte forma:
No mundo ninguém se assemelha a mim
Enquanto a vida continuar como vai, Porque morro por vós e - ai!Minha senhora alva e de pele rosadas, Quereis que vos retrate
Quando eu vos vi sem manto.
Maldito seja o dia em que me levantei
E então não vos vi feia!
E minha senhora, desde aquele dia, ai!
Tudo me ocorreu muito mal!
E a vós, filha de Dom Paio
Moniz, parece-vos bem
Que me presenteeis com uma guavaia, Pois eu, minha senhora, como presente, Nunca de vós recebera algo, Mesmo que de ínfimo valor.
Nicola, J. Literatura portuguesa da Idade Média a Fernando Pessoa. São Paulo: Scipione, 1992. ed. 2. p. 28. Disponível em: http://letraspitorescas-unipvergueiro. blogspot.com/2013/05/cantiga-daribeirinha.html. Acesso: 2 jul. 2022.
Glossário: b) Espera-se que os estudantes percebam que, apesar de estar em português, o texto foi escrito no século XII e que, ao longo dos anos, passou por muitas mudanças. a) Leia um texto escrito nessa época. Trata-se de uma cantiga de amor atribuída a Paio Soares de Taveirós, que a teria escrito em 1189 ou 1198, sendo considerado o mais antigo texto literário português.
Guarvaia: manto real.
Peça aos estudantes que apontem palavras que são iguais às utilizadas hoje e quais, mesmo diferentes, podem ter seu significado identificado pela sonoridade e pelo contexto. Ressalte como um idioma varia ao longo do tempo, modificando-se. A cantiga é um exemplo de variação linguística histórica.
6. Vamos andar duas casas, mas continuar em Portugal, que, no século XIII, tem suas fronteiras definidas e assume o galego como língua, oficializando-o com o nome de “português”.
Cantiga da Ribeirinha
Paio Soares de Taveirós b) Apesar de escrito em português, é bem provável que muitas palavras não se pareçam com o que você costuma ler e ouvir nos dias de hoje. Troque ideias com os colegas e aponte uma possível razão para isso.
No mundo nom me sei parelh’ mentre me for como me vai, ca já moiro por vós e ai, mia senhor branc’e vermelha! queredes que vos retraia quando vos eu vi em saia?
Mao dia me levantei que vos entom nom vi fea!
E [ai!], mia senhor, des aquelh’ dia, me foi a mi mui lai.
E vós, filha de dom Paai Moniz, e bem vos semelha d’haver eu por vós garvaia?
Pois eu, mia senhor, d’alfaia nunca de vós houve nem hei valia d’ũa correa.
TAIVEIRÓS, Paio Soares de. Cantiga da Ribeirinha. Disponível em: https://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=124. Acesso em: 7 maio 2022.
7. É hora de partir nas Grandes Navegações, que aconteceram entre os séculos XV e XVII, e cruzar o Oceano Atlântico para chegar à Ilha de Vera Cruz, o primeiro nome que o Brasil recebeu no processo de colonização. A língua que falamos hoje, como vimos no soneto de Duvivier, recebeu influências das línguas indígenas e africanas.
Observe que a língua portuguesa já nasceu da mistura entre idiomas – o latim vulgar e o celta – e assim continuou, com a influência dos árabes. No Brasil, essa fusão se manteve, com as influências indígena e africana, e segue até hoje, agora influenciada pela língua inglesa, o que foi impulsionado pelo desenvolvimento das tecnologias digitais e pela globalização.
• Que palavras de origem inglesa você usa em seu dia a dia? Fale com os colegas.
8. Agora que você conheceu alguns dos idiomas que influenciaram o português desde sua origem até os dias de hoje, levante hipóteses: que idiomas teriam potencial para influenciar a língua portuguesa no futuro?
B Nus
Localizado em uma antiga estação de trem, a Estação da Luz, o Museu da Língua Portuguesa foi criado em 2006 e instalado na cidade de São Paulo, por ser essa a cidade que reúne a maior população de falantes de língua portuguesa no mundo. Até 2015, o Museu recebeu quase 4 milhões de visitantes e sediou mais de 30 exposições temporárias, mas foi destruído por um incêndio naquele ano. Entretanto, assim como a língua portuguesa, ele resistiu e se refez; então, em 2021, reabriu as portas. Obtenha mais informações sobre o museu no site oficial, disponível em: www.museudalinguaportuguesa.org.br (acesso em: 6 jul. 2022).
5º EPISÓDIO: EU, ESCRITOR DE PARÓDIA DE POEMA
No 1º episódio, você leu a paródia de um poema clássico sobre a língua portuguesa. Agora, assim como Gregório Duvivier, você vai parodiar um poema. Os versos criados pela turma farão parte de um recital de poemas e paródias organizado na escola. Esse desafio promete!
1. Informe-se sobre o que você vai fazer.
Projeto de comunicação
Gênero Paródia de um poema.
Situação Você vai parodiar um poema, com a intenção de ironizar, fazer humor ou produzir uma crítica relacionada à realidade atual.
Tema Livre, a depender do poema escolhido e da paródia a ser produzida.
1. Escrever uma paródia de um poema.
Objetivos
2. Divulgar produções literárias clássicas e contemporâneas.
3. Fazer um exercício de uso estético da linguagem. Quem é você Um poeta.
Para quem Colegas, professores, funcionários da escola, familiares e outros membros da comunidade. Tipo de produção Individual.
7. • Resposta pessoal. Incentive os estudantes a refletirem sobre como a língua inglesa aparece em palavras que usamos cotidianamente, com deletar, download, sale, hashtag, internet etc. – muitas delas relacionadas ao mundo tecnológico.
8. Resposta pessoal.
Motive os estudantes a refletirem sobre como a influência linguística decorre da dominação cultural, econômica e política de um país. Logo, é preciso considerar, por exemplo, como a China pode influenciar nosso idioma futuramente, já que esse é um país que tem se desenvolvido muito nos últimos tempos.
5o episódio: Eu, escritor de paródia de poema
As atividades deste episódio visam à escrita de uma paródia. Os poemas criados pela turma serão apresentados em um recital de poemas e paródias. Dessa forma, pretende-se incentivar os estudantes a participarem de práticas de compartilhamento de leitura/recepção de obras literárias e outras manifestações artísticas, percebendo a importância de valorizar produções culturais diversas.
Tempo previsto: 2 aulas
Reconstrução da textualidade e compreensão dos efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos linguísticos e multissemióticos: EF69LP48
Consideração das condições de produção / Estratégias de produção: planejamento, textualização e revisão/edição: EF69LP51
Recursos linguísticos e semióticos que operam nos textos pertencentes aos gêneros literários: EF69LP54
Relação entre textos: EF89LP32, EF89LP36 melhor se encaixa em suas intenções comunicativas, seria interessante criar o “Momento/Hora da poesia” durante as aulas, de modo que alguns estudantes leiam para os colegas poemas previamente pesquisados. Caso haja tempo, solicite ao estudante leitor que também justifique sua escolha após a leitura. Oriente-os a pesquisarem na biblioteca da escola e em sites confiáveis. Uma sugestão é pesquisar no site de textos de domínio público (www.dominiopublico.gov.br), no qual encontrarão sonetos de Camões (www.dominiopublico.gov.br/ pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=1872), Fernando Pessoa (www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/ DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=16090),
Florbela Espanca (www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/ DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2786), Augusto dos Anjos (www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/ DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=1772), Casimiro de Abreu (www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/ DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2173), entre outros (acessos em: 6 jul. 2022).
Se considerar importante, retome as reflexões sobre paródia realizadas no 1º episódio. O objetivo da produção é retomar um texto a fim de recriá-lo, utilizando novos contextos ou novas situações, diferentes das apresentadas no texto original. A finalidade pode ser cômica, crítica, reflexiva, entre outras. Como nesta missão foi sistematizado o estudo de figuras de linguagem, oriente os estudantes a usá-las na criação da paródia.
Respostas
1. É importante que você faça a leitura do Projeto de comunicação com os estudantes, certificando-se de que eles entenderam a proposta. Para que pesquisem poemas e selecionem o que
2. • Os estudantes devem entender que o segundo poema foi criado com base no primeiro, o que caracteriza uma relação de intertextualidade. Nesse caso, a intenção é paródica, pois o segundo texto inclui um elemento novo – o gato – por meio do qual faz uma crítica ao individualismo dos seres humanos, o que contrasta com a visão idealizada da natureza expressa nos versos de Bilac.
3. Caso avalie ser pertinente, sugira aos estudantes que compartilhem os poemas escolhidos, justificando essas escolhas. É uma oportunidade para que a turma possa partilhar gostos.
4. Para que os estudantes façam o planejamento da paródia a ser escrita, seria interessante que eles discutissem, em duplas ou trios, as respostas que eles dariam às questões sugeridas de modo que a conversa com os colegas favoreça a criação textual.
Texto I
“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pátio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto.
[...]
BILAC, Olavo. Via-láctea. In: Antologia: poesias. São Paulo: Martin Claret, 2002. p. 37-55. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000289.pdf. Acesso em: 10 maio 2022.
Texto II
Ora (direis) ouvir os gatos! Certo
Perdeste o senso! E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-los, muita vez desperto
E abro os olhos, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto Seu ronronar em um dizer aberto Conversa! E, ao vir do sol, eu fico em pranto Ao ver como o ser humano é um deserto...
[...]
GAUDIO, Roberto. Aqui só entram gatos. [Blog] Aqui só entram gatos, 4 jun. 2009. Disponível em: https://aquisoentramgatos. blogspot.com/2009/06/parodia-do-poema-ouvir-estrelasolavo.html. Acesso em: 10 maio 2022.
• Explique por que o Texto II é uma paródia criada a partir do soneto “Ouvir estrelas”, de Olavo Bilac.
3. Selecione um poema do qual você gosta. Sua paródia vai ser uma releitura dele. Você pode escolher o poema em um livro que faça parte da sua biblioteca particular ou pesquisar em livros de poesia na biblioteca da escola. É possível também selecionar seu poema consultando o Portal Domínio Público, disponível em www.dominiopublico. gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp (acesso em: 6 jul. 2022).
Atalho
O Portal Domínio Público é uma biblioteca digital, lançada em 2004, para o compartilhamento de conhecimentos de forma democrática, disponibilizando aos usuários da internet um acervo que pode e deve se constituir como referência para professores, estudantes, pesquisadores e população em geral. A promoção do amplo acesso às obras literárias, artísticas e científicas – no formato de textos, sons, imagens e vídeos – já em domínio público ou que tenham a autorização concedida, as quais constituem patrimônio cultural brasileiro e universal, é um dos objetivos do Portal.
4. Chegou o momento de escrever a primeira versão de seu texto. Para isso, oriente-se com base nas questões a seguir.
• Qual será a intenção da sua paródia? Levar à reflexão? Ironizar? Fazer humor?
• Como será estruturalmente seu texto? Será mantida a mesma forma de organização de estrofes ou tipos de rima do poema que lhe servirá de base?
• Que elementos do poema original serão retomados para servirem de pista para os leitores entenderem que se trata de uma paródia?
• Quais figuras de linguagem poderiam ser exploradas para dar maior expressividade à linguagem poética?
• Qual será o título do seu texto?
CHAVE MESTRA
Lembre-se de alguns aspectos principais que não podem faltar em seu texto:
• elementos próprios do gênero, como linguagem figurada, jogos de palavras e uso de recursos que criem apelo para o ritmo e a sonoridade;
• referência ao poema que deu origem à paródia.
5. Com a primeira versão pronta, revise seu poema parodiado considerando as questões propostas a seguir.
• O título tem potencial para atrair os leitores: sim, mais ou menos, não?
• Sua paródia apresenta referências explícitas ao texto original: sim, mais ou menos, não?
• A intenção da paródia fica clara para o leitor (ironizar, fazer humor, fazer uma crítica): sim, mais ou menos, não?
• Sua paródia contém figuras de linguagem: sim, mais ou menos, não?
• O ritmo, a métrica e a rima foram usados para conferir musicalidade à sua paródia: sim, mais ou menos, não?
Faça correções e adequações em seu texto com base na avaliação. Em seguida, solicite a um colega que leia e analise seu texto para fazer sugestões caso considere necessário.
6. Passe seu texto a limpo e guarde-o, pois no próximo episódio você vai preparar uma leitura expressiva dele para uma plateia.
6º EPISÓDIO: RECITAL DE POEMAS E PARÓDIAS
1. Você já participou de um recital de poemas? Compartilhe com os colegas e o professor sua experiência nesse tipo de manifestação artístico-cultural.
2. Agora, você e a turma vão organizar um recital cujo objetivo é a declamação de textos poéticos, incluindo os poemas selecionados e as paródias produzidas no episódio anterior. Primeiramente, é importante se preparar para a leitura dos poemas e das paródias criadas; afinal, ler com clareza e com o tom de voz adequado tem potencial para atrair o interesse dos ouvintes e despertar reações esperadas, como riso (em paródias com apelo para o humor) ou seriedade (em textos de caráter crítico ou reflexivo). Para isso, sigam as orientações: a) Organizem-se em grupos de 3 ou 4 estudantes. Todos vão ler o poema e a paródia, e essa leitura vai ser avaliada pelos outros colegas da equipe. b) Para cada leitura, reproduzam o quadro da página a seguir em seu caderno e, ao final da leitura do poema e da paródia feita pelo colega, compartilhem o que anotaram. É importante se lembrar de que a finalidade da avaliação das leituras é ajudar cada um a aprimorar ainda mais a habilidade de expressão oral. Críticas grosseiras não são bem-vindas. O respeito ao colega é essencial.
Recital é um tipo de evento em que as pessoas são convidadas a compartilhar composições literárias, músicas e outras manifestações artístico-literárias.
5. Incentive os estudantes a revisarem a primeira versão do texto. É importante que os conteúdos estudados ao longo da missão possam ser retomados por eles durante ou após a produção textual, na etapa de revisão.
6o episódio: Recital de poemas e paródias
Neste episódio, a turma será desafiada a organizar um evento na escola: um recital de poemas e paródias. Além de levar os estudantes a compartilharem as próprias produções, o recital é uma excelente oportunidade de difusão de produções artísticas e culturais da comunidade, por isso seria interessante convidar outras pessoas para se apresentarem também. Além disso, a atividade favorece o desenvolvimento da oralidade e promove a valorização da expressão artística.
Tempo previsto: 2 aulas
Reconstrução das condições de produção, circulação e recepção / Apreciação e réplica: EF69LP46
Reconstrução da textualidade e compreensão dos efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos linguísticos e multissemióticos: EF69LP48
Produção de textos orais / Oralização: EF69LP53
Recursos linguísticos e semióticos que operam nos textos pertencentes aos gêneros literários: EF69LP54
Relação entre textos: EF89LP32
Respostas
1. Resposta pessoal.
Incentive os estudantes a compartilharem experiências vivenciadas dentro e fora do espaço escolar.
2. Chame a atenção dos estudantes para os aspectos não linguísticos (paralinguísticos) típicos da fala e para a necessidade de observá-los em situações de expressão oral como a dessa apresentação. O olhar, os gestos, os movimentos do corpo, a postura, o tom de voz e a relação com a plateia são fatores importantes para a compreensão do que está sendo dito.
a) Na escolha dos grupos, avalie a melhor estratégia para a divisão dos estudantes. Se julgar adequado, essa leitura pode ser feita de forma coletiva, com todos participando da audição. Para agilizar o processo, podem ser selecionados dois ou três estudantes para avaliar o desempenho do colega.
3. A sugestão de ampliar a participação no recital é feita para que a comunidade participe de eventos na escola. Decida com os estudantes se o público vai poder participar com a leitura de poemas ou se vai ser apenas espectador. Se possível, convide artistas locais para que realizem apresentações também. Essa é uma forma de valorizar a cultural local. É fundamental selecionar um espaço na escola onde o recital possa ser realizado. Caso o público seja grande, é necessário prever o uso de um equipamento de som para que todos possam ouvir a leitura expressiva dos estudantes.
![](https://assets.isu.pub/document-structure/230426201404-059d7af8a8aa3fcb78b64463b78126d2/v1/c264bc7b34b6e03bb241b4aff88e0caf.jpeg?width=720&quality=85%2C50)
4. Os estudantes podem produzir os cartazes para divulgar o evento nas mídias sociais, usando aplicativos gratuitos encontrados na internet.
5. • Caso algum artista local ou convidado vá se apresentar, é importante decidir em que momento a performance vai acontecer.
6. É importante esse momento de avaliação acontecer para que os estudantes possam refletir sobre a própria atuação na organização e na participação do recital. Incentive-os a relatarem os desafios que foram enfrentados.
Critério
A leitura foi calma e segura, respeitando a entonação e as pausas necessárias ao poema e à paródia?
A entonação, o ritmo da fala e o volume da voz favorecem a compreensão do poema e da paródia?
A postura corporal durante a leitura foi adequada? O contato visual com o público foi mantido?
Avaliação Justificativa
3. A leitura expressiva dos poemas e das paródias está bem ensaiada? Então é o momento de organizar o recital. Combinem com o professor o dia, o horário e o local onde o evento será realizado. Decidam também quem vai participar. Para ampliar as possibilidades de apreciação de textos poéticos, convidem familiares e colegas.
4. Criem cartazes para o evento e divulguem-nos em suas redes sociais e nas da escola. Esses cartazes podem ser criados usando aplicativos gratuitos na internet. Vejam ao lado um modelo de um cartaz de recital para se inspirarem.
5. Coletivamente, distribuam as tarefas a serem realizadas no dia do recital. É importante que cada um tenha consciência de sua função e a realize com dedicação.
• Elejam um apresentador (ou os apresentadores): além de cumprimentar o público presente, ele deve identificar para a plateia os estudantes que se apresentarão.
• Organizem a ordem de apresentação dos poemas e das paródias em uma lista que será usada pelo apresentador no dia do evento.
• Testem os equipamentos de som para que eventuais problemas sejam sanados antes do recital.
• Gravem, no dia do recital, as apresentações para registrar o momento e, se todos estiverem de acordo, compartilhem-nas nas redes sociais para que outras pessoas possam apreciar a leitura dos poemas e das paródias feita pela turma.
6. Após o recital, formem uma roda de conversa e avaliem como foi organizar e participar desse evento em uma roda de conversa. Algumas questões podem auxiliar nessa avaliação:
• Que elementos contribuíram para o sucesso do recital?
• Algo prejudicou o bom andamento do trabalho? O quê?
• Que procedimentos devem ser adotados para que os problemas levantados não ocorram mais?
• Os participantes e o público adotaram uma atitude respeitosa e contribuíram para o evento?
• O público apreciou o evento? Quais foram os pontos fortes e os pontos fracos na percepção de quem assistiu ao sarau?
• Que relevância o recital teve para a turma?