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PROJETO ARTÍSTICO-LITERÁRIO
Sarau espetáculo
As atividades desta seção visam à produção um sarau espetáculo com poemas de Cora Coralina.
Tempo previsto: 4 a 5 aulas
Reconstrução das condições de produção, circulação e recepção / Apreciação e réplica: EF69LP46
Reconstrução da textualidade e compreensão dos efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos linguísticos e multissemióticos: EF69LP48
Adesão às práticas de leitura: EF69LP49.
Consideração das condições de produção / Estratégias de produção: planejamento, textualização e revisão / edição: EF69LP51.
Produção de textos orais: EF69LP52
Produção de textos orais / Oralização: EF69LP53
Recursos linguísticos e semióticos que operam nos textos pertencentes aos gêneros literários: EF69LP54
Estratégias de leitura / Apreciação e réplica: EF89LP33
Interdisciplinaridade:
Processos de criação: EF15AR23.
Pensando O Projeto
Aristocratas: classe social referente à nobreza.
Galego: língua da região da Galícia, na Espanha.
Na Missão 1 deste volume, há uma proposta de organização de recital pelos estudantes. Neste momento, eles terão novamente a oportunidade de realizar um sarau, mas um pouco diferente, parecido com um espetáculo, para contar a história de Cora Coralina, misturando apresentações de dança, música, leitura de poemas, performances e outras manifestações artísticas.
Respostas
1.
a) Resposta pessoal. Incentive os estudantes a compartilharem suas respostas.
b) Não. De acordo com o texto, na Idade Média e Moderna, os saraus foram populares entre a nobreza e a burguesia. Além disso, esses eventos, quando ocorridos nos salões da alta sociedade, não eram destinados à crítica social e ao enfrentamento de situações de opressão. Somente na Contemporaneidade, sobretudo depois dos movimentos modernistas, é que os saraus se transformaram em espaços abertos e democráticos, voltados para a difusão e popularização de artistas, além de serem espaços de contestação social.
c) Os saraus são espaços de múltiplas linguagens artísticas: literatura, música, dança, teatro, performances, entre outras, que podem ser apresentadas neste espaço, que é multissemiótico, ou seja, que mescla diversas linguagens (verbal, corporal, sonora etc.)
d) I. Saraus que ocorriam entre nobres nos salões aristocráticos na Idade Moderna.
Agregador: que reúne, junta pessoas.
Libertário: que promove o pensamento crítico e enfrenta situações de opressão social.
Propulsora: que promove e faz crescer.
Com o tempo, essas reuniões passaram a ser organizadas por “pessoas de influência”, interessadas em cultura e em financiar estudos e movimentos artísticos. A Semana de Arte Moderna – também chamada de Semana de 22, que ocorreu em São Paulo, entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal da Cidade – foi grande propulsora do sarau, apresentado como libertário e agregador das diversas manifestações culturais brasileiras.
Nesse período os Saraus deixam de ser uma manifestação cultural da corte e passar a acontecer em [...] praças ou casas, reunindo pessoas que se interessam pela literatura, músicas e arte visuais. Reuniam modernistas como Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Manuel Bandeira, Tarsila do Amaral, Paulo Prado e muitos outros, e se tornou popular e informal.
Sarau é uma festa onde as artes se encontram. Um espaço para a música e literatura onde novas vozes declamam seus poemas e as manifestações artísticas são valorizadas. Os efeitos positivos se estendem às comunidades envolvidas, participe!
VOCÊ sabe o que é sarau? Revista Arara, [s. l.], c2022. Disponível em: https://arararevista.com/voce-sabeo-que-e-sarau. Acesso em: 17 jul. 2022.
a) Você conhecia a história dos saraus?
b) De acordo com o texto, os saraus sempre foram espaços democráticos de questionamento social?
c) Quais linguagens artísticas são apresentadas nos saraus?
d) Relacione as imagens a seguir com os tipos de sarau mencionados no texto.
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2. Se possível, assista à série documental na íntegra ou selecione alguns episódios para assistir com os estudantes.
O que pode ser um sarau? Você já respondeu a essa pergunta na atividade anterior; agora chegou o momento de ampliar as possibilidades de entendimento desse evento artístico. Para isso, leia um trecho da entrevista disponível no documentário “Saraus periféricos: A revolução através da poesia”.
A websérie documental: “Saraus periféricos: A revolução através da poesia”, pretende entrevistar, registrar e divulgar o pensamento de 6 poetas suburbanos(as), que estão na organização de Saraus, para compreender a lógica desses eventos: origens, motivações, idealizações, dificuldades, modos de gestão, diálogo e transformação social. Os(as) poetas escolhidos(as) para participar das entrevistas são: Tetê Macambira, Baticum Proletário, Elane Fideles, Talles Azigon, Sonast Bruna, Samuel em Transe. A websérie documental está dividida em 6 episódios e as entrevistas buscam compreender as histórias, as experiências e as práticas de como é estar à frente de saraus autônomos e independentes que funcionam nas periferias de Fortaleza.
Descrição: Saraus Periféricos: A Revolução Através da Poesia. Youtube, [s. l.], [2021]. Disponível em: www.youtube.com/channel/UCtsG3NYHc12OYXYYH-CQi6g/about. Acesso em: 17 jul. 2022.
Elane Fideles: cantora, percussionista, arte-educadora. Graduada no curso de Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará. Gestora da Biblioteca Comunitária Bate Palmas. Atuante na produção do Sarau Bate Palmas realizado no Conjunto Palmeiras/ Fortaleza-CE.
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Elane Fideles durante apresentação em sarau.
David Devir: arte-educador, poeta, performer e pesquisador em Performance sob o viés da Estética Relacional, Comunicação, Linguística e Arte-terapia.
David Devir.
Trecho da entrevista com a poeta e organizadora de saraus Elane Fideles, presente no episódio 3 da websérie documental: “Saraus periféricos: A revolução através da poesia”.
Afetos: em filosofia, indica estado de alma, sentimento.
Elane Fideles: E também falei do Sarau Bate Palmas porque é história, são anos de história, são anos de luta, são anos de sorrisos. Porque não é só coisa triste que a gente está lutando, que vamos fazer um sarau para poder salvar o mundo. Não é isso. É poder possibilitar um espaço onde todos tenham também voz. E eu acho que a poesia ela não está apenas nas palavras. Ela está na ação.
David Devir: O que pode ser um sarau? O que é um sarau dentro de uma comunidade? O que ele estimula? Quais são os afetos que ele proporciona?
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EF: O sarau dentro da periferia, dentro do Conjunto Palmeiras, é uma potência. É um ponto de encontro. É um ponto de crítica. É um ponto também de criação. É um ponto de possibilidades, de sonhos, onde cada um pode se alimentar disso também. Cada pessoa que chega e o que é que pode, né? Um sarau é tão, digamos que, potente que ele pode até romper com as prisões da própria consciência. Você vai se tornar mais crítico e também mais dono de si. Pode também ser um espaço, um evento, uma ação de transformação em uma comunidade. Pode ser um ponto de cultura. Pode ser um espaço onde aconteça a biblioteca. Pode ser um espaço de aspirações e inspirações. Pode ser uma grande, pode não, é uma grande arma contra o sistema [...].
DD: Eu quero que tu fale pra gente também, uma coisa que eu acho muito interessante que é, eu tenho perguntado isso para todos e todas. O que é que tu pensa o público. O que é o público?
EF: O público, essa tua pergunta, acho que ela poderia ser, é: pra quem é feito o sarau? Antes de tudo, nós fazemos o sarau primeiramente, principalmente, para a comunidade. Comunidade é o nosso canto, nosso lugar de atuação direta? É, e quem a gente quer também? A gente quer outros coletivos que estejam juntos também. A gente quer outras periferias também juntas. Essa tua pergunta ela... entende ela traz também uma outra que é: para quem nós fazemos arte? Para quem nós também fazemos o sarau? Fazemos ou construímos, né? Porque é algo que acontece antes de acontecer. Porque a gente pensa em tudo. Tem toda uma história de pensar cartaz, assim, bonito para cada artista que vai fazer parte. Pensa em um espaço legal, bem limpo, com muitas cores, com muitas, digamos, com luzes, que é pra quem chegar se sentir: “Poxa, que massa, que canto legal, tô aqui bem, tô me sentindo bem.” Para que possa também retornar. Quando a gente pensa o sarau Bate Palmas, a gente pensa antes de tudo na comunidade. Por quê? Porque é aqui que moramos. É aqui que atuamos. Certo que temos também toda uma história na cidade, mas é aqui que é nosso berço. É aqui que tem a história de luta desde o nascimento. É aqui que tem a história desde a construção do bairro Conjunto Palmeiras, né? Então é assim, antes de tudo, antes de qualquer canto, é aqui que é a nossa base.
SARAUS Periféricos: A Revolução Através da Poesia. Episódio 3, Elane Fideles. 1 vídeo (30 min). Youtube, [s. l.], [2021]. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=NfHAP_arJEg&t=913s. Acesso em: 27 jul. 2022.
a) Recupere do texto o que pode ser um sarau, segundo a poetisa Elane Fideles.
b) Na entrevista, a organizadora fornece pistas sobre a estrutura dos saraus. Encontre-as e descreva parte do que é necessário para se organizar um sarau.
• Quais outros aspectos você considera importante para a organização de um sarau?
c) Os saraus podem ter um diferente aspecto se comparado a outros espetáculos: o público é também o apresentador. Explique essa ideia.
d) Discuta com os seus colegas qual deve ser a linguagem utilizada nos saraus para que se adéque ao objetivo comunicativo.
Aspirações: desejo, ambição. Conjunto Palmeiras: bairro localizado na periferia de Fortaleza, conhecido pelas ações comunitárias em prol da população local. É também reconhecido como quilombo urbano, isto é, local de ocupação e memória de populações afrodescendentes.
a) O terceiro parágrafo traz todas as possibilidades de conceituação de um sarau segundo a poetisa Elane Fideles. É importante discutir e consolidar com a turma a expansão do conceito com a ajuda do trecho reproduzido da entrevista, para que os estudantes compreendam esse evento como um espaço em construção e aberto para a manifestação das mais variadas vozes. Assim, mostre para a turma que o sarau é um evento de apresentação e difusão de repertório artístico e, ao mesmo tempo, espaço de afirmação de modos de ser e pensar o mundo e o local onde se vive. Dessa forma, é um importante acontecimento comunitário a partir do qual podem irradiar transformações sociais, bem como os indivíduos podem construir e expressar consciência cidadã.
O sarau é multissemiótico, isto é, compõe-se de várias linguagens: verbal (oral e escrita), visual, sonora, corporal e digital. Isso implica que as manifestações artísticas presentes nesses eventos mesclem palavras, gestos, entonações, imagens, sons, entre outras expressões com vistas à construção de um sentido.
b) Na entrevista, a organizadora conta um pouco do processo de montagem do sarau no trecho “Porque a gente pensa em tudo. Tem toda uma história de pensar cartaz, assim, bonito para cada artista que vai fazer parte. Pensa em um espaço legal, bem limpo, com muitas cores [...], com luzes”. Assim, mostra-se que, antes do evento em si, alguns passos são importantes, como a divulgação, normalmente por meio de um cartaz, a seleção e a preparação do espaço, o cenário e a iluminação, para que as pessoas se sintam confortáveis e tenham uma boa experiência com as performances artísticas.
• Nesta atividade, espera-se que os estudantes citem outros aspectos, como a escolha da temática do evento e dos convidados, a disponibilização de cadeiras para o público ou de microfone para os artistas. Haverá, a seguir, outra atividade que desenvolverá esses aspectos, mas é importante que os estudantes sejam incentivados a pensarem nos mais diversos elementos envolvidos no evento.
adequado para a composição de sua arte. Quanto à linguagem utilizada por mediadores ou apresentadores do evento, também é adequado que se compreenda que não há linguagem predefinida e que esta se adequará ao público, ao local e aos objetivos do evento.
c) A ideia evidencia o duplo papel do público, que está presente para assistir e também para performar. Isso não ocorre em todos os tipos de saraus, mas é muito comum naqueles denominados “palco aberto” ou “microfone aberto”, nos quais as pessoas se inscrevem para as apresentações durante o evento.
d) Espera-se que os estudantes concluam que a linguagem do sarau não é predefinida, mas eleita de acordo com a performance. Assim como outros textos e espetáculos, a linguagem compõe a mensagem e não pode ser dissociada dela. Desse modo, o registro utilizado será aquele que o artista definir como o a) As informações disponíveis no cartaz dizem respeito a data, hora e local do evento, bem como à programação, ou seja, às atrações e às atividades que serão executadas. Além disso, o cartaz também informa sobre acordos coletivos e cuidados sanitários, como o uso de máscaras. b) O cartaz utiliza diferentes fontes para os textos escritos, de modo a dar menos ou mais destaque para as informações, para hierarquizá-las e diferenciá-las quanto ao conteúdo. Além disso, vale-se de cores para chamar a atenção do público e construir uma atmosfera lúdica, a qual se relaciona com o evento. Como recursos visuais, também são utilizadas figuras geométricas, de modo a quebrar a linearidade e realçar informações importantes. Por fim, os elementos estão dispostos de modo organizado, mas não de forma linear, o que diferencia o texto de uma descrição simples. c) O cartaz utiliza uma linguagem informal e do público jovem, o que fica explícito com o uso da hashtag #programaçãodoevento, próprio desse registro. Além disso, nas instruções sobre o palco aberto, são usadas expressões como “é só procurar alguém...”, o que também marca a informalidade. Entende-se, portanto, que o público-alvo são pessoas jovens. a) Quais informações sobre o sarau são apresentadas? b) De que modo este cartaz mescla linguagem verbal e não verbal na construção do enunciado? c) Com base na linguagem utilizada no cartaz, discuta com os colegas e responda: qual é o público-alvo do evento divulgado?
3.
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3. Observe um cartaz de divulgação de sarau. Depois, responda às questões.
Realizando Um Sarau
Sua turma vai planejar e escrever o roteiro do sarau que será apresentado. Trata-se de um evento artístico-literário baseado no meu livro Poemas dos becos de Goiás e estórias mais O sarau espetáculo encenará a trajetória de minha vida, mesclada à visão da cidade onde nasci e cresci e do meu apreço pela vida sertanejo-operária, como eu costumava chamar.
B Nus
Além de Poemas dos becos de Goiás e estórias mais, Cora Coralina publicou Meu livro de Cordel em 1976, Vintém de Cobre – Meias confissões de Aninha em 1983 e Estórias da Casa Velha da Ponte em 1985. Em todos eles, expressa admiração pela cidade onde nasceu, pela gente trabalhadora, pela terra e pelos frutos do trabalho com a terra. Recebeu convites para integrar a Academia Feminina de Letras e Artes e a Academia Goiana de Letras, recebeu o Prêmio Jabuti e o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal de Goiás, estado onde fundou sua história, que, assim como as pedras, está cravejada nas ruas da Cidade de Goiás, a Goiás Velho.
1. Com a turma, trace o percurso da vida de Cora Coralina por meio da seleção de poemas, histórias e outros textos. A construção da coletânea é feita por meio de um processo de pesquisa, curadoria e recorte de textos. Assim, um texto escolhido não necessariamente será utilizado na íntegra, isso dependerá dos seus objetivos. Além da obra lida neste Avatar Literário, Poemas dos becos de Goiás e estórias mais, outras obras da autora podem ser utilizadas, bem como textos de artistas que fizeram parte de sua trajetória.
a) Quem é Cora Coralina? Essa pergunta pode ser respondida em diversos escritos da sua obra. Selecione poemas que demonstrem essa identidade.
b) Selecione poemas e estórias representativos das seguintes fases da vida da escritora:
• da infância;
• da juventude, mocidade e maturidade; c) A cidade é uma personagem importante na obra de Cora Coralina. Quais textos são representativos da experiência da poeta no espaço onde nasceu e cresceu? d) Lembre-se de que, além de cantarem passagens da vida de Cora Coralina, os poemas também expõem a visão de mundo dela, da espiritualidade e de seus anseios. Assim, tudo isso deve ser expresso na coletânea, de modo que ela seja representativa da obra da escritora. Selecione poemas e estórias que exponham esses aspectos. e) Além dos escritos presentes no livro, outros textos podem compor a coletânea, tais como cartas trocadas com escritores e poemas de outros de outros livros.
• da velhice.
Para as atividades a seguir, é interessante que os estudantes ampliem o acervo de leituras. Se possível, disponibilize para eles a obra Meu livro de Cordel, disponível em https://santatereza. go.gov.br/download/296/outros-livrosliterarios/15309/meu-livro-de-cordel-coracoralina.pdf (acesso em: 27 jul. 2022), e os trechos da entrevista com a autora na revista Mulherio, disponível em: www. blogletras.com/2008/04/uma-entrevistararissima-com-cora.html (acesso em: 27 jul. 2022).
1. A atividade deve ser feita coletivamente. É importante que a coletânea seja realizada pelos estudantes, de modo que o sarau seja uma construção da turma e expresse a leitura e a apreciação estética que o grupo trouxer. Ajude a turma no processo de seleção dos trechos dos textos que serão mais expressivos para os objetivos do sarau.
a) A apresentação da autora pode ser feita por meio de poemas que cantam quem ela é, como “Ressalva”, “Todas as vidas”, “Minha cidade” ou “Minha infância”.
b) Auxilie os estudantes a selecionarem textos representativos de cada momento, seja na obra lida no Avatar Literário, seja em outras. As obras indicadas no boxe Bônus fornecem base para a busca; além delas, outros textos podem ser encontrados em livros na biblioteca da escola ou na internet – nesse caso, ajude os estudantes a verificarem a confiabilidade das fontes, pois há textos falsamente atribuídos a autores renomados, como Cora Coralina.
• Em Poemas dos becos de Goiás e estórias mais, há textos que cantam a infância da autora, mesclada às experiências na cidade, como “Antiguidade”, os dois poemas sobre o aparelho azul-pombinho e escritos sobre os tempos de escola.
da Fazenda Paraíso” – disponível em: https://repositorio.unb. br/bitstream/10482/8266/1/2009_IedaMariaVBPereira.pdf (acesso em: 27 jul. 2022); e “Semente e fruto”, disponível em: https://litteratusblog.wordpress.com/2017/06/13/sementee-fruto (acesso em: 27 jul. 2022). Há ainda “Variação” e “Meu destino”, ambos publicados em Meu livro de Cordel, disponível em: https://santatereza.go.gov.br/download/296/outroslivros-literarios/15309/meu-livro-de-cordel-cora-coralina.pdf (acesso em: 18 jul. 2022).
• Há poemas que cantam a velhice, como “Ode às muletas”, em Poemas dos becos de Goiás e estórias mais, ou o poema “Não conte para ninguém”, em Meu livro de Cordel c) Há textos com mais ênfase na cidade, como “Nota”, “Rio Vermelho”, “Velho sobrado”, “Becos de Goiás”, “Caminho dos Morros”. d) Também os textos que exploram o aspecto social e a visão crítica devem ser incorporados à seleção. Alguns exemplos extraídos de Poemas dos becos de Goiás e estórias mais são “Frei Germano”, “A jaó do Rosário”, “Trem de Gado”, “Cântico de Andradina”, “Poema do Milho”, “A Enxada”, “A Outra Face”, “Oração do Presidiário”, entre tantos outros dessa e de outras obras. e) A troca de correspondências entre Cora Coralina e Carlos Drummond de Andrade pode ser explorada, bem como o recado de Jorge Amado deixado à poeta e doceira Cora: “Prezada amiga, dos doces posso dizer que são sublimes
• Escritos sobre a juventude, mocidade e maturidade da autora podem ser encontrados em “Do beco da Vila Rica”, mesclados à experiência na cidade, como em “O Palácio dos Arcos”, ambos presentes na obra Poemas dos becos de Goiás e estórias mais; outras publicações são encontradas em Vintém de Cobre: meias confissões de Aninha, como “Aquela gente antiga” – disponível em: www.escritas. org/pt/t/12075/aquela-gente-antigaii#:~:text=Aquela%20gente%20 antiga%20explorava%20a,tem%20 quatro%20fulores%20mal%20 falando.&text=%5Bf%C3%A1cil.%22 (acesso em: 27 jul. 2022); “Maravilhas e divinos e ainda digo pouco. Mas da gentileza de enviá-los, nada posso dizer, faltam-me as palavras para agradecer tanta civilização. A senhora é uma artista, admirável em sua arte, a mais nobre das artes, a da culinária.Ao demais, sinto-me feliz de contar com mais uma amiga em Goiás – eu e minha mulher, Zélia. Receba um beijo dela e outro afetuoso de Jorge Amado”. Disponível em: https:// notaterapia.com.br/2022/02/10/oraro-registro-da-visita-de-jorgeamado-a-cora-coralina (acesso em: 18 de jul. 2022). b) A escolha da sonoplastia é um importante elemento que potencializa a recepção da performance pelo público. Ajude os estudantes a construírem esse aspecto, mostrando de que modo as escolhas deles estão chegando ao público. Além disso, trabalhe com eles a declamação dos textos, de modo a valorizar a sonoridade intrínseca aos poemas e à linguagem da autora. c) Auxilie os estudantes na seleção de objetos que simbolizem os aspectos ressaltados no texto. Não é necessário grande produção, visto que há acessórios e apetrechos que sintetizam características e remetem à obra. Por exemplo, um xale pode representar a poetisa em sua velhice. Assim, a cada momento em que um estudante encenar com a voz de Cora, poderá usar o xale para indicar isso ao público. d) Defina com os estudantes, de acordo com os recursos disponíveis na escola, a melhor forma de expor as imagens: projeções, impressões ou outras formas que viabilizem a apreciação do público do sarau e que componha com o cenário do espetáculo. a) Coletivamente, definam os aspectos estruturais do evento: haverá um(a) narrador(a)? A trajetória da vida da poeta será contada linearmente? De que maneira os textos selecionados serão distribuídos entre a turma? Os poemas serão decorados ou lidos? Depois de definido o roteiro do sarau, é preciso ensaiar a apresentação. b) Quais recursos sonoros vão compor a cena? Lembrem-se de que o sarau é multissemiótico e, portanto, dá espaço para que diferentes linguagens artísticas sejam mobilizadas. Além disso, o poema é um texto que carrega sonoridade própria que deve ser explorada na declamação. Logo, atentem-se à entonação, ao ritmo e à ênfase dada a cada palavra. c) O cenário e o figurino são partes importantes de uma performance. Coletivamente, selecionem objetos e acessórios que possam compor a atmosfera da obra de Cora Coralina. d) No terceiro intervalo de leitura, você selecionou uma obra de arte visual para dialogar com o universo literário da poetisa. Chegou a hora de expor essa seleção, compondo o cenário do sarau. e) Onde o sarau será realizado? Conversem com o professor e a coordenação da escola e, depois de definidos o local, a data e o horário, é preciso fazer um cartaz de divulgação com todas essas informações e outras que a turma julgar necessárias. Mas antes escolham o nome do evento, para que ele também apareça no cartaz! f) Como a organizadora Elane Fideles bem lembrou, a luz do espaço precisa ser observada, pois ela interfere na atmosfera do sarau e no conforto do público. Quais recursos de iluminação podem ser colocados em uso no sarau?
2. a) A escolha desses aspectos deve ser feita coletivamente, com base na experiência estética que a turma teve a partir da leitura e da compreensão da obra lida e da ideia que tiveram para este evento. Uma possibilidade que pode ser explorada como proposta para o espetáculo é, a partir da apresentação da escritora pelos poemas que cantam quem é ela, seguir com histórias da infância, maturidade e velhice. Entremeados a isso, estariam os poemas que cantam a cidade e os encontros marcantes com outros escritores. Antes da apresentação, alguns ensaios devem ser feitos para que os estudantes se familiarizem com o espetáculo e verifiquem a funcionalidade das cenas, realizando ajustes, caso necessário.
2. Agora que a coletânea está pronta, chegou o momento de planejar o sarau.
3. Para facilitar o trabalho de montagem do sarau, a turma pode se dividir em equipes responsáveis, por exemplo, pelas apresentações, pela montagem do cenário, do som, pela iluminação, pelo figurino. Pode-se definir, ainda, responsáveis por dar apoio a todas as equipes e, no dia do sarau, pela filmagem e fotografias. O registro realizado deve ser editado e divulgado posteriormente nas redes sociais da escola. Caso fique nervoso durante a realização do espetáculo, lembre-se de que você se preparou para esse momento. Portanto, aproveite e divirta-se!
AVALIANDO O PROJETO
Converse com a turma: e) Tais definições devem ser feitas em conjunto com as instâncias escolares responsáveis pelos eventos. A escolha do nome deve ser feita coletivamente, considerando a experiência estético-literária vivenciada pela turma com a leitura da obra da escritora. É interessante que outros estudantes e funcionários, bem como os familiares e comunidade escolar, participem da atividade, portanto elejam um momento que possibilite isso. A confecção do cartaz pode ser feita manualmente ou por meio de recursos digitais, assim como a divulgação, que pode conjugar suportes físicos e virtuais. f) Os recursos de iluminação podem ser naturais ou artificiais. A depender do horário, a luz do sol pode ser utilizada a favor do espetáculo. Caso optem por isso, auxilie a turma para que o excesso de iluminação e o calor não comprometam a experiência do público. Para a iluminação artificial, lâmpadas e refletores podem ser mobilizados a fim de criar o jogo de luz e sombra. Verifique a disponibilidade desses recursos na escola, bem como a possibilidade de ajuda de funcionários para o manuseio desses equipamentos.
• Como foi a experiência de produzir um sarau?
• Como você avalia seu envolvimento no planejamento do sarau, na construção da coletânea dos textos e na produção da cena (cenário, figurino, sonoplastia e iluminação)?
• De que maneira o planejamento e a execução do sarau ampliaram sua compreensão e apreciação da obra de Cora Coralina?
3. Você ou algum estudante pode ficar responsável pela edição e divulgação do material nas redes sociais.
AVALIANDO O PROJETO Respostas pessoais.