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ROTEIRO DA MISSÃO

Ler uma reportagem e uma notícia, para que você amplie sua criticidade ao lidar com mídias sociais.

Analisar recursos linguístico-semióticos utilizados na composição da notícia e da reportagem, para que você possa aprofundar seus conhecimentos sobre como pontos de vista podem ser veiculados.

Analisar o conector aditivo “e” e suas especificidades, para que você possa perceber como os usos da língua podem ser sofisticados do ponto de vista discursivo.

Discutir o uso de aspas, para que você aprofunde sua compreensão dos movimentos de polifonia em gêneros do campo jornalístico-midiático.

Vivenciar o papel de um analista de métricas de mídias sociais, para que você amplie seus conhecimentos sobre o funcionamento das redes sociais.

Produzir episódios de podcast para combater fake news, para que você exerça o protagonismo em sua comunidade.

Apreciar um poema de Gregório de Matos, para que você reflita sobre como a literatura atravessa o tempo e se mantém atual.

NESTA MISSÃO, VOCÊ VAI REFLETIR SOBRE PRÁTICAS QUE DISTORCEM A

REALIDADE À MEDIDA QUE CONHECE MAIS SOBRE GÊNEROS JORNALÍSTICOS! 3

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Tempo previsto: 1 aula

Competências Gerais da Educação

Básica: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 8, 9, 10

Competências Específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental: 1, 2, 3, 4, 6

Competências Específicas de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental: 1, 2, 3, 5, 6, 7, 10

Entrando No Jogo

Ao longo da missão, as atividades vão se referir a redes sociais para discutir como os perfis que produzem conteúdos digitais usam estratégias de persuasão para seduzir os leitores. Conhecer e entender como os recursos são utilizados nessas mídias sociais é fundamental para que os estudantes possam, cada vez mais, desenvolver criticidade no que diz respeito aos usos que fazem delas, às relações de consumo, entre outros. As atividades desta seção objetivam a introdução dos temas da missão – redes sociais e fake news – e a promoção de uma reflexão dos estudantes sobre o próprio comportamento nas redes sociais. O uso de materiais dessa natureza está amparado legalmente pelo Parecer CNE/CEB n. 15/2000. Nesse documento, afirma-se que “o uso didático de imagens comerciais identificadas pode ser pertinente desde que faça parte de um contexto pedagógico mais amplo, conducente à apropriação crítica das múltiplas formas de linguagens presentes em nossa sociedade, submetido às determinações gerais da legislação nacional e às específicas da educação brasileira, com comparecimento módico e variado” (p. 17). Afirma-se também que “a escola, ao se apoderar da publicidade comercial, eventualmente presente em livros didáticos, de seus mecanismos e tecnologias, pode tornar-se lugar de uma leitura diferenciada, propiciando discernimento, contextualização, análise de níveis e crítica de valores. O ‘primitivo’ receptor torna-se um autor crítico e criativo” (p. 15).

Caso deseje conhecer o documento na íntegra, ele está disponível em: https://normativasconselhos.mec.gov.br/ normativa/pdf/CNE_PAR_CNECEBN152000. pdf (acesso em: 11 ago. 2022).

Tempo previsto: 2 aulas

Estratégia de leitura: apreender os sentidos globais do texto: EF69LP03

Efeitos de sentido: EF69LP05.

Reconstrução do contexto de produção, circulação e recepção de textos / Caracterização do campo jornalístico e relação entre os gêneros em circulação, mídias e práticas da cultura digital: EF89LP02

Participação em discussões orais de temas controversos de interesse da turma e/ou de relevância social: EF69LP15

Portal 1

O objetivo da atividade do portal 1 é que os estudantes comecem a refletir sobre o grau de confiabilidade das informações veiculadas nas redes sociais, a fim de promover discussões sobre o uso consciente do que é veiculado e consumido nesses espaços.

Mesmo que não as utilize, provavelmente você já ouviu falar em redes sociais ou mídias sociais, certo? Para aquecer o jogo, vamos “dar uma volta” por algumas postagens publicadas em uma delas. Caso nunca tenha usado essas plataformas, essa pode ser uma oportunidade para você conhecer um pouco mais sobre o universo digital. De quebra, você vai analisar algumas postagens com conteúdo informativo e refletir sobre elas. Preparado?

PORTAL 1

1. Observe as imagens a seguir, que mostram postagens feitas em uma rede social. Duas delas trazem informações não confiáveis.

Veio aí, Manu Gavassi estará participando do show de Dua Lipa em São Paulo.

Fonte: Confia a) Quanto à função e ao conteúdo, o que os textos das três postagens têm em comum? b) Qual é a informação principal em cada postagem? c) Qual é a fonte da informação divulgada em cada postagem e por que é importante haver essa indicação? d) O que as fontes das duas primeiras postagens sinalizam? Por que se diferenciam da fonte da terceira postagem?

Teremos ADELE como headliner da noite girlpower do #RockinRio2022. A cantora lança o seu novo single/clipe às 20h e será anunciada como atração principal do Palco Mundo no dia 08set. O anúncio acontece hoje, às 21h, no Jornal Nacional. #rockinrio Fonte: vozes da minha cabeça.

Respostas

1. a) Eles cumprem a função de divulgar uma informação. O conteúdo que compõe cada informação está relacionado a artistas da música.

b) Na primeira postagem, a informação é de que a artista Manu Gavassi participará do show da artista Dua Lipa em São Paulo. Na segunda postagem, a informação é de que a cantora Adele será a atração principal do dia 8 de setembro no Rock in Rio. Na terceira postagem, a informação é de que o guitarrista da banda britânica Rolling Stones comentou sobre o grupo BTS.

c) Na primeira postagem, a fonte é “Confia”; na segunda, “Vozes da minha cabeça”; na última, “Metro Entertainment”. Indicar a fonte é fundamental para que os leitores possam checar o grau de credibilidade e de confiabilidade das informações veiculadas. d) As fontes “Confia” e “Vozes da minha cabeça” são usadas com certa ironia e humor pelo usuário para questionar a confiabilidade e a veracidade do que foi veiculado. Ou seja, em ambos os casos, significa que o autor do post não possui certeza sobre a afirmação e que, inclusive, pode estar inventando tudo. Já a terceira postagem disponibiliza a fonte da informação, advinda de uma revista que noticia acontecimentos relacionados ao mundo do entretenimento. Além disso, o link da fonte também é disponibilizado, reforçando a confiabilidade da informação. a) Você sabe o que significam a sigla SDV e a expressão “chuva de seguidores”? Explique-as. b) Qual é a situação representada pelas duas primeiras imagens? c) Por que é possível dizer que a capa do álbum de Tiago Iorc assume tom sarcástico, isto é, que ela critica certo grupo de pessoas? Qual é a relação entre a capa e as imagens logo acima? d) Você tem alguma rede social? Sem sim, quantos seguidores possui? Esse número é importante para você? Por quê? e) Você já participou de uma “chuva de likes” ou algo do tipo? Qual é sua opinião sobre esse comportamento?

Portal 2

O principal objetivo das atividades deste portal é possibilitar breves relatos orais do estudante quanto a seu comportamento diante das redes sociais.

Respostas

2. a) A sigla SDV é comumente conhecida como a abreviação de “segue de volta” ou “sigo de volta”. Quando alguém a utiliza, o intuito é conquistar seguidores e, ao mesmo tempo, garantir que seguirá de volta aqueles que o seguirem. A expressão “chuva de seguidores” possui significado próximo a “grande quantidade de seguidores”. É utilizada em muitas postagens com o intuito de possibilitar o ganho de vários novos seguidores por meio de hashtags, comentários, curtidas etc.

b) A situação representada é a de postagens cujo objetivo é proporcionar muitos seguidores. Ela funciona como motivação para pessoas com o mesmo objetivo se unirem para conquistá-lo. Isso está claro na primeira imagem, na qual podemos ler comentários de diversas pessoas utilizando a sigla SDV, a palavra “likes”, que possui o intuito de adquirir mais curtidas, e a frase “vou seguir todos agora”.

c) A imagem do cantor exibindo um sorriso forçado pelos pregadores é uma crítica ao comportamento de milhares de pessoas que distorcem a realidade no mundo virtual. Em outras palavras, a crítica está direcionada àqueles que, em prol da aprovação alheia, transmitem uma imagem de si mesmos diferente da realidade ou do que estão sentindo. Uma relação possível da capa com as duas outras imagens é que estas materializam esse tipo de comportamento: pessoas buscando mais seguidores e mais curtidas no intuito de alcançar um status de popularidade.

d) Resposta pessoal.

A intenção é promover a abertura a relatos de comportamentos nas redes sociais, assim como a reflexão sobre o que o estudante busca com esse comportamento.

e) Resposta pessoal.

Espera-se que os estudantes se posicionem sobre a prática em questão, refletindo criticamente em torno de possíveis prós e contras que a envolvem.

Jogando

1o

episódio:

Eu, leitor de reportagem e notícia

Neste episódio, o foco do trabalho é a abordagem dos gêneros jornalísticos Reportagem e Notícia, a fim de propiciar uma análise decomportamentos em mídias sociais. Além disso, os estudantes vão retomar elementos que caracterizam os dois gêneros.

Tempo previsto: 4 aulas

Apreciação e réplica / Relação entre gêneros e mídias: EF69LP01, EF69LP02

Estratégia de leitura: apreender os sentidos globais do texto: EF69LP03

Efeitos de sentido: EF69LP04.

Construção composicional: EF69LP16

Estilo: EF69LP17

Reconstrução do contexto de produção, circulação e recepção de textos / Caracterização do campo jornalístico e relação entre os gêneros em circulação, mídias e práticas da cultura digital: EF09LP01

RESPOSTAS

1. a) Deixe que os estudantes levantem suas hipóteses oralmente e, depois da leitura, peça a eles que chequem se suas “apostas” foram ou não confirmadas pelo texto.

1º EPISÓDIO: EU, LEITOR DE REPORTAGEM E NOTÍCIA

Neste episódio, você vai ler uma reportagem para conhecer as peculiares “fazendas de cliques” e, na sequência, uma notícia relacionada às fake news para ficar atento sobre essa prática criminosa. “Aperte o play” para se informar!

1. Leia a reportagem a seguir, sobre influenciadores digitais, publicada em um jornal de circulação nacional.

a) Antes de ler, levante uma hipótese: o que você acha que é uma fazenda de cliques?

Fazenda de cliques: como funciona o esquema de compra e venda de engajamento nas redes sociais Primeiras click farms surgiram na Ásia, mas empresas brasileiras têm ganhado popularidade atendendo clientela 100% nacional, que abrange influencers, políticos e artistas

Quem entra no site da Dizu encontra uma empresa voltada para dois públicos que são um espelho do nosso tempo: “pessoas que desejam se tornar famosas” e “pessoas que possuem interesse em ganhar uma renda extra pela internet”. Trocando em miúdos, ela conecta digital influencers (ou aspirantes) a qualquer um precisando de dinheiro. O que esta mão de obra precisa fazer para ganhar uns trocados? Curtir e comentar postagens sem parar e/ou assistir a vídeos em looping para, claro, inflar os números de contas em Instagram, TikTok Facebook e YouTube

Este “ecossistema”, também usado por celebridades e políticos para tentar enganar o algoritmo das plataformas, é chamado de “fazenda de cliques” (click farm, em inglês) e tem ganhado terreno no Brasil atolado pela crise econômica. Além da Dizu, Ganhar no Insta, Kzom e outras empresas oferecem este tipo de serviço e, no fim das contas, botam em xeque a forma como o “mercado de influência” se organiza e atua. Afinal, quem tem mais seguidor é realmente mais influente? Aquela postagem com tantos comentários, de fato, “bombou”?

— Este fenômeno das fazendas de cliques é uma roda que se retroalimenta — diz Ana Paula Passarelli, cofundadora da agência Brunch, especializada em gerir a carreira de influenciadores. — De um lado, há trabalhadores precisando desse dinheiro. Do outro, celebridades digitais precisando disso para que continuem minimamente relevantes no modelo que temos hoje, que ainda privilegia números de seguidores e visualizações.

Quanto vale o clique

As primeiras fazendas de clique surgiram nos primeiros anos da década passada, em países do Sudeste da Ásia, como Filipinas e Indonésia, atendendo a mercados externos. No Brasil, elas têm ganhado tração nos últimos anos, com uma clientela 100% nacional, que abrange influencers, políticos e artistas, como ressalta o professor da Universidade Estadual de Minas Gerais Matheus Viana Braz. Há dois anos, ele coleta dados sobre o trabalho dessas fazendas e diz que, em muitos casos, o perfil que paga pelo serviço já tem milhares de seguidores, mas o like nem sempre é garantido. Quando precisa que um determinado post tenha bons números de curtidas e comentários (normalmente trabalhos publicitários, os famosos #publi), é hora de recorrer ao exército arregimentado pelas click farms made in Brazil, que prometem engajamento vindo de gente de verdade.

— Temos que questionar o lugar das fazendas na falsa construção de figuras de autoridade — diz Matheus. — Com elas, fica difícil identificar se a interação é falsa ou real, orgânica ou manipulada.

Quem opta por falsear a realidade nem chega a gastar muito por isso. Um pacote para ganhar mil seguidores brasileiros “reais” em até 24 horas no Instagram custava ontem, em média, R$ 35, num dos sites que oferecem este tipo de serviço. O lote de mil curtidas saía por R$ 5; cem comentários com emojis numa postagem, R$ 16.

Destes valores, quase nada fica com os “clicadores em série”, o que mostra a precarização desse trabalho. Num grupo de WhatsApp que reúne 218 participantes, de diversas partes do Brasil, uma integrante contava na sexta-feira à tarde que “lucrou” R$ 1,30 (isso mesmo, um real e 30 centavos) depois de ficar “trabalhando” por cinco horas. Estes profissionais do clique não gostam de revelar seus nomes e admitir que exercem a atividade, o que torna tudo ainda mais nebuloso. Mas o site do Ganhar no Insta divulga uma tabela de pagamento: uma curtida no Instagram vale, no máximo, R$ 0,01.

Diante de uma remuneração tão baixa, surge, então, um paradoxo: o trabalhador do clique tenta se desdobrar e cria contas falsas para realizar ações de forma automatizada, os chamados bots, espécie de robôs. O resultado é uma proliferação de perfis aparentemente reais (com fotos, destaques e curtidas), mas todos fake, atuando nas redes de forma mecânica. No fim das contas, nada é o que parece ser.

— O cliente quer comprar seguidor real, não quer o bot. Mas o trabalhador cansado precisa criar esse robô. São camadas e camadas fake — diz Rafael Grohmann, professor da Unisinos e coordenador do Laboratório de Pesquisa DigiLabour.

Papel de cada um

E qual o papel das plataformas de redes sociais nesta obsessão por números, que desembocou na fazenda de cliques? Autora do livro “De blogueira a influenciadora” e pesquisadora em comunicação digital, Issaaf Karhawi lembra que até houve um movimento do Instagram, em 2019, de ocultar o número de curtidas numa “tentativa de acalmar a busca insana por métrica”. Mas, no ano passado, a rede social deixou esta escolha nas mãos do próprio usuário.

— As métricas são a essência de todas as plataformas. Se não estão visíveis para todos, estão num painel para o próprio usuário — diz Issaaf Karhawi. — No ambiente digital, superestimamos os números.

Em nota, a Meta, controladora de Facebook e Instagram, disse que dedica recursos significativos no com bate a essas práticas, que violam as diretrizes da plataforma. O TikTok informou que usa “uma combinação de inteligência artificial e moderação humana para identificar conteúdos em discordância com as Diretrizes da Comunidade”. Já as empresas das fazendas de clique não responderam às solicitações da reportagem até o fechamento desta edição.

DUVANEL, Talita. Fazenda de cliques: como funciona o esquema de compra e venda de engajamento nas redes sociais. O Globo 21 maio 2022. Disponível em: https://oglobo.globo.com/cultura/noticia/2022/05/fazenda-de-cliques-como-funciona-oesquema-de-compra-e-venda-de-engajamento-nas-redes-sociais.ghtml. Acesso em: 17 jun. 2022. 65 b) O levantamento de hipóteses só fará sentido se for feito o trabalho de checagem das hipóteses formuladas. b) • O subtítulo apresenta o local de surgimento das primeiras click farms (Ásia), além de esclarecer que elas já chegaram ao Brasil, demandadas principalmente por influencers, políticos e artistas. c) • No terceiro parágrafo, incluem-se relatos de uma cofundadora da agência Brunch e especialista em influenciadores digitais (Ana Paula Passarelli); no quarto parágrafo, a autora introduz dados com base em pesquisas sobre as fazendas de cliques do professor Matheus Viana Braz. No sétimo parágrafo, há o depoimento de uma participante de um grupo da rede social WhatsApp acerca do lucro recebido por curtidas/ comentários realizados. No nono parágrafo, há um comentário do professor e coordenador de laboratório de pesquisa Rafael Grohmann, a fim de explicar o porquê da criação de robôs; nos parágrafos dez e onze são apresentados apontamentos da escritora e pesquisadora em comunicação digital Issaaf Karhawi sobre a importância das métricas. Oriente os estudantes a fazerem um levantamento da presença de relatos/ depoimentos/entrevistas. O intuito é que eles percebam que as “vozes” são cuidadosamente selecionadas e estão, de certa maneira, a serviço da autora de reportagem, pois são essenciais para que o texto seja eficaz. d) A repórter apresenta uma contextualização histórica das fazendas de cliques, bem como alguns dados acerca dos custos de serviços disponíveis em sites com esse fim. Ela também inclui informações com base no contato feito com representantes de redes sociais como Instagram, Facebook e TikTok acerca dessa obsessão por números. e) • Porque, para quem quer transmitir uma imagem de imparcialidade, é importante dizer que tentou entrar em contato com essas pessoas, pois seria viável ouvir o lado delas da história. Ao informar aos leitores o insucesso do contato, ela sinaliza

2. a) O modo como funcionam as fazendas de cliques no mundo e, mais especificamente, no Brasil. Isso já fica claro no título da reportagem, o qual exerce efetivamente a função de abordar o conteúdo mais significativo do texto em apenas algumas palavras.

Ativa O De Conhecimentos

A reportagem é um dos gêneros que compõem o universo jornalístico. Sua principal função é informar, seja em forma de texto escrito, seja de texto falado. O jornal impresso ou digital, a rádio e as revistas são alguns dos principais meios de comunicação que viabilizam a publicação desse gênero. No que diz respeito às suas particularidades textuais, a reportagem busca informar, interpretar e expor fatos cotidianos, à medida que propicia a criação de opinião por parte de seus leitores. Nesse contexto, para ampliar o conteúdo e enriquecer os argumentos da reportagem, alguns recursos são inseridos, como relatos, depoimentos, entrevistas com especialistas, testemunhas, dados estatísticos etc.

b) E então, sua hipótese foi confirmada ou refutada pela reportagem?

2. Demonstre que compreendeu globalmente a reportagem e a relação entre suas partes respondendo às questões a seguir.

a) Qual é a informação principal da reportagem? Em qual trecho ela está mais evidente?

b) Na maioria das reportagens, há a inclusão de um subtítulo em sua estrutura. A função desse elemento é complementar a informação principal apresentada no título.

• No caso da reportagem em análise, o que está sendo complementado/especificado pelo subtítulo?

c) Conforme o boxe Ativação de conhecimentos, um dos recursos utilizados na reportagem para reforçar a orientação argumentativa é a inclusão de relatos/depoimentos/experiências. Essa prática de incluir outras vozes ao texto/discurso é conhecida como polifonia textual.

• Em quais parágrafos da reportagem a polifonia pode ser verificada? Qual é a relação existente entre as vozes trazidas para o texto e o assunto tratado?

d) Quais outros recursos são utilizados pela repórter a fim de produzir um texto que possa ser considerado, pelos leitores, satisfatório do ponto de vista da quantidade e da relevância das informações?

e) A autora da reportagem informa aos leitores que tentou entrar em contato com representantes de empresas fundadoras de fazendas de cliques, mas não conseguiu sucesso.

• Por que ela informa esse fato aos leitores?

f) O professor Matheus Viana Braz aponta que devemos “questionar o lugar das fazendas na falsa construção de figuras de autoridade”.

ATALHO g) Considerando que “precarização“ é um substantivo que indica um processo de diminuição da qualidade e da eficiência de uma ação, tornando-a insegura, por que se pode dizer, a partir da leitura da reportagem, que o trabalho dos clicadores das clicks farms é precarizado? que tentou, mas os representantes das empresas não quiseram se pronunciar. f) • O professor alerta para um fato realmente preocupante: muitas curtidas e muitos comentários favoráveis, que costumam transformar pessoas em autoridades em determinado assunto, por vezes, podem ser fruto de parcerias com as fazendas de cliques. Até que ponto curtidas e comentários favoráveis exprimem admiração e concordância reais? Uma pessoa pode usar os trabalhadores das fazendas de cliques para influenciar a formatação de padrões estéticos e/ou comportamentais. g) Porque, segundo a reportagem, o trabalho dos clicadores é muito mal remunerado e, em função disso, eles se veem obrigados a criar robôs que substituem o trabalho humano, o que diminui a qualidade do produto que oferecem aos clientes. O professor Rafael Grohmann sintetiza a precarização do trabalho dos clicadores: “O cliente quer comprar seguidor real, não quer o bot. Mas o trabalhador cansado precisa criar esse robô. São camadas e camadas fake”. h) Os efeitos das fazendas de cliques podem afetar a saúde mental dos indivíduos. Há evidências de que sintomas de ansiedade e depressão têm afetado muitas pessoas, quando estas comparam os números de curtidas e comentários de suas postagens com os números de usuários mais populares. Além disso, é preciso considerar que a ansiedade por números mais expressivos pode influenciar na criação e no compartilhamento de fake news. Responda: h) • Resposta pessoal. A expectativa é de que os estudantes tendam a concordar, pois muitas pessoas, na incessante busca por curtidas e comentários, podem publicar e compartilhar fake news como estratégia para angariar seguidores. Essas pessoas não costumam se importar com a qualidade e as consequências do que publicam ou compartilham, e sim com os eventuais novos seguidores que podem conquistar. a) O principal acontecimento noticiado é o da criação de uma campanha de combate às fake news pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, impulsionada por histórias em quadrinhos. b) O objetivo mais específico do material produzido pela campanha. c) As fake news podem ser entendidas como notícias falsas ou de conteúdo duvidoso, comumente compartilhadas em aplicativos de mensagens. d) É necessário averiguar a veracidade e a origem da notícia, refletir e pensar criticamente, para só então, se for confirmada como verdadeira, compartilhá-la. e) Resposta pessoal. f) Resposta pessoal.

As figuras de autoridade possuem influência e a responsabilidade de monitorar a conformidade dos padrões em uma sociedade. Alguns exemplos são os professores, os pais, a polícia e o governo.

• Converse com os colegas e, juntos, procurem explicar esse alerta do professor.

• Você tende a concordar com a afirmação de que a busca por números mais expressivos de curtidas e comentários pode influenciar na criação e no compartilhamento de fake news ou a discordar dela? Justifique seu posicionamento.

3. Leia a notícia a seguir, publicada em um portal da internet.

MPRJ cria campanha de combate às fake news com histórias em quadrinhos Proposta do material é aprimorar capacidade do cidadão de identificar notícias falsas ou com conteúdo duvidoso e inibir compartilhamento.

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) iniciou nesta sexta-feira (1º) uma campanha informativa de combate às fake news. O objetivo da iniciativa é conscientizar e alertar a população fluminense sobre as consequências causadas pela disseminação das notícias falsas, principalmente durante o período eleitoral.

A campanha é realizada através do Centro de Apoio Operacional das Promotorias Eleitorais (CAO Eleitoral/ MPRJ) e da Coordenadoria de Comunicação Social (CODCOM/MPRJ).

A ação é realizada através da divulgação de histórias em quadrinhos e vídeos explicativos. A proposta do material é aprimorar a capacidade do cidadão de identificar notícias falsas ou com conteúdo duvidoso e inibir o compartilhamento.

A campanha do MPRJ reforça a importância de os eleitores reportarem casos de fake news às autoridades competentes.

“Não devemos acreditar em tudo que recebemos pelo WhastApp ou por qualquer outra mídia que estamos acostumados a utilizar. É sempre importante se questionar, parar, pensar, ter um pensamento crítico, verificar se aquela notícia é efetivamente verdadeira e, só então, compartilhar”, disse a coordenadora do CAO Eleitoral, promotora de Justiça Renata Mendes.

As publicações da campanha podem ser encontradas nas redes sociais pela hashtag oficial #MPRJcontraFakeNews.

RODRIGUES, Matheus. MPRJ cria campanha de combate às fake news com histórias em quadrinhos. G1, Rio de Janeiro, 1 abr. 2022. Disponível em: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2022/04/01/mprj-cria-campanha-de-combate-as-fake-newscom-historias-em-quadrinhos.ghtml. Acesso em: 3 jun. 2022.

3.

O intuito da segunda pergunta é fazer o estudante apontar o título como o responsável por sintetizar o acontecimento principal da notícia, sendo essa a função desse elemento estrutural do gênero em análise.

O intuito é que os estudantes compartilhem relatos vivenciados com as fake news e, principalmente, observem as consequências negativas que elas podem gerar.

Espera-se que os estudantes exerçam o posicionamento crítico com base em uma situação envolvendo a prática de compartilhamento de fake news

2o episódio: Nosso centro de análise de usos da língua

O foco deste episódio é o estudo dos recursos linguísticos e semióticos que operam nos textos pertencentes aos gêneros Reportagem e Notícia, com destaque para título, subtítulo, lide, uso de negrito, imagens, discurso direto e indireto, estrutura linguística e presença ou não de teor opinativo.

Tempo previsto: 2 aulas

Construção composicional: EF69LP16

Estilo: EF69LP17

Efeitos de sentido: EF89LP05, EF89LP06

RESPOSTAS b)

1. a) • O negrito é uma das principais maneiras de destaque num texto, inclusive de elementos da estrutura composicional de reportagens, como é o caso do título. Da mesma forma, a fonte de tamanho maior diferencia o título do restante do texto, chamando a atenção e, se bem redigido, despertando o interesse do leitor.

• Na reportagem em análise, a autora optou por trazer primeiro a a) Qual é a principal informação divulgada pela notícia? Como você chegou a essa resposta? b) Qual informação está sendo complementada por meio do subtítulo? c) De acordo como texto, o que significa fake news? d) O que podemos fazer para não acreditar em fake news e/ou não as compartilhar? e) Você já acreditou em alguma fake news? Isso afetou você de alguma forma? Fale com os colegas. f) Fale com os colegas sobre como você costuma agir ao identificar que uma pessoa de um grupo de compartilhamento de mensagens do qual você faz parte publicou uma notícia falsa.

2º EPISÓDIO: NOSSO CENTRO DE ANÁLISE DE USOS DA LÍNGUA

Neste episódio, você precisará ativar suas habilidades de análise para (re)conhecer recursos linguísticos e semióticos utilizados na criação da reportagem e da notícia, assim como algumas das estratégias para seduzir o público-alvo, o que é essencial caso você precise produzir um texto nesse estilo. O jogo está apenas começando!

1. Releia o título da reportagem.

Fazenda de cliques: como funciona o esquema de compra e venda de engajamento nas redes sociais a) O título cumpre o papel de apresentar o assunto e o que de mais importante se tem a declarar sobre ele. b) Na maioria das vezes, é pelo título que o leitor decide ler ou não uma reportagem ou notícia. c) Uma palavra usada no título sinaliza para os leitores o que a autora da reportagem pensa sobre a fazenda de cliques. temática a ser tratada (fazenda de cliques), seguida de dois-pontos e uma sentença adicional, que informa o recorte do tema que será destacado ao longo do texto. A intenção é deixar claro o objeto foco da reportagem, além de especificar o que exatamente será informado sobre esse tema (o funcionamento do esquema). c) • A palavra é “esquema”, que, no título, tem o sentido de um plano à margem das regras. Ao usar essa palavra, ela encaminha o leitor a formar um ponto de vista negativo a respeito das fazendas de cliques.

• Por que o título é divulgado em negrito e em fonte maior?

• Analise o título da reportagem, apontando as estratégias utilizadas pela autora e suas possíveis intenções.

• Qual é essa palavra e como a autora já tenta, no título, encaminhar a formação de uma opinião dos leitores sobre o assunto ao selecioná-la?

2. Reveja a imagem que acompanha a reportagem.

• O que se pretende com a inclusão dessa imagem? Qual é sua importância para a reportagem?

2. • Com a imagem, busca-se representar a prática da fazenda de cliques, com o “cultivo” de aparelhos para garantir a amplia- ção de cliques. Sua inclusão é importante pelo fato de ser um complemento visual para a notícia, de forma que o leitor possua ainda mais recursos para compreender o que está sendo informado e como funciona.

O objetivo da questão é, principalmente, fornecer um meio para que os estudantes compreendam a importância de uma imagem para o conjunto da reportagem como estratégia para melhor elucidar o que está sendo visto. Mencione reportagens sobre acontecimentos ou avisos de eventos, as quais possuem em sua composição imagens do local, dos acontecimentos ou das pessoas envolvidas para aproximar o leitor/ telespectador ao máximo do fato que está sendo abordado.

3. Releia o primeiro parágrafo da reportagem e o da notícia, conhecidos como lides. Reportagem

Quem entra no site da Dizu encontra uma empresa voltada para dois públicos que são um espelho do nosso tempo: “pessoas que desejam se tornar famosas” e “pessoas que possuem interesse em ganhar uma renda extra pela internet”. Trocando em miúdos, ela conecta digital influencers (ou aspirantes) a qualquer um precisando de dinheiro. O que esta mão de obra precisa fazer para ganhar uns trocados? Curtir e comentar postagens sem parar e/ou assistir a vídeos em looping para, claro, inflar os números de contas em Instagram, TikTok, Facebook e YouTube

Notícia

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) iniciou nesta sexta-feira (1º) uma campanha informativa de combate às fake news. O objetivo da iniciativa é conscientizar e alertar a população fluminense sobre as consequências causadas pela disseminação das notícias falsas, principalmente durante o período eleitoral.

a) Quais informações essenciais são apresentadas no primeiro parágrafo da reportagem?

b) Quais informações essenciais são apresentadas no primeiro parágrafo da notícia?

4. Por que se pode dizer que a reportagem descreve os fatos/acontecimentos ou informações de forma mais detalhada do que a notícia?

5. Qual dos textos lidos apresenta de forma mais evidente segmentos opinativos: a reportagem ou a notícia? Justifique com exemplos extraídos dos dois textos.

3º EPISÓDIO: DO TEXTO PARA A LÍNGUA

O CONECTOR ADITIVO “E” E SUAS ESPECIFICIDADES a) Releia este trecho, focando sua atenção no conector “e”.

Neste episódio, você vai aprofundar seus conhecimentos sobre o conector aditivo “e” e descobrir que, também na gramática, “nem tudo que reluz é ouro”.

1. Analise trechos da reportagem e da notícia lidas no 1º episódio.

Curtir e comentar postagens sem parar e/ou assistir a vídeos em looping para, claro, inflar os números de contas em Instagram, TikTok, Facebook e YouTube é motivado por uma intenção; essa busca pela imparcialidade pode ser vislumbrada em alguns trechos: “O objetivo da iniciativa é conscientizar e alertar” e “A ação é realizada através da divulgação de histórias em quadrinhos e vídeos explicativos”.

• Considerando-se os elementos conectados pelo “e”, qual das ocorrências se diferencia das duas outras no fragmento? Justifique sua resposta.

• Na primeira ocorrência, caberia a construção “e/ou” utilizada na segunda? Explique seu posicionamento.

No Brasil, elas têm ganhado tração nos últimos anos, com uma clientela 100% nacional, que abrange influencers, políticos e artistas, como ressalta o professor da Universidade Estadual de Minas Gerais Matheus Viana Braz. Há dois anos, ele coleta dados sobre o trabalho dessas fazendas e diz que, em muitos casos, o perfil que paga pelo serviço já tem milhares de seguidores, mas o like nem sempre é garantido.

• Nesse fragmento, caberia a construção “e/ou”? Justifique sua resposta.

3o episódio: Do texto para a língua

O conector aditivo “e” e suas especificidades

Neste episódio, serão abordadas as especificidades do conector aditivo “e”. Caso queira ampliar a discussão sobre especificidades de outros conectores, consulte o texto “Parte IV: a junção”, que se encontra em NEVES, M. H. M. Gramática de usos do português. São Paulo: Editora UNESP, p. 929.

Tempo previsto: 2 aulas.

Morfossintaxe: EF09LP08

Coesão: EF09LP11

RESPOSTAS

1. a) b) O quê? Campanha informativa de combate às fake news foi iniciada. Quem? O Ministério Público do Rio de Janeiro (quem iniciou).

• A terceira ocorrência, pois o “e” conecta palavras. Já nas duas primeiras, o “e” conecta duas orações.

• Sim, porque a ação de curtir pode não ser necessariamente seguida pela ação de comentar.

3. a) Entre as informações apresentadas, encontram-se a prática das fazendas de cliques exemplificada pela empresa Dizu e pelos envolvidos na prática (pessoas que desejam se tornar famosas e pessoas interessadas no ganho de renda extra pela internet). Embora o período temporal esteja implicitamente compreendido como atual ao momento de publicação pelo uso do presente, isso não se menciona explicitamente nesse parágrafo. Além disso, é citado o espaço do acontecimento (internet) e a forma como ocorre (parcerias visando ao ato de curtir, comentar e assistir a vídeos repetidamente). A justificativa da prática também é mencionada (inflar números de contas em redes sociais).

Espera-se que, com a questão, os estudantes compreendam a função e a estratégia exercidas pelo parágrafo lide.

Quando? Sexta-feira, 1º de abril.

Onde? No estado do Rio de Janeiro. Como? Por meio da conscientização acerca das consequências causadas pela disseminação de notícias falsas. Por quê? Para combater as fake news, principalmente com a aproximação do período eleitoral.

Os estudantes podem pontuar as informações separadamente em tópicos, após cada pergunta, ou sistematizá-las em um breve parágrafo. O intuito da questão é reforçar como, no caso da notícia, o lide costuma adiantar as informações fundamentais.

4. A reportagem apresenta o tema de modo mais detalhado, a partir de contextualização histórica, explicação do tema, ênfase da prática em solo brasileiro, depoimentos, dados de pesquisas, relatos etc. Já a notícia apresenta o fato de modo mais breve, relatando o acontecimento, os espaços e os envolvidos, assim como o objetivo da campanha apresentada, com apenas uma fala de uma coordenadora e promotora envolvida com o assunto.

5. A reportagem apresenta, de forma mais explícita, segmentos opinativos, como nos trechos “Quem opta por falsear a realidade nem chega a gastar muito por isso”, “Diante de uma remuneração tão baixa, surge, então, um paradoxo” e “No fim das contas, nada é o que parece ser”. A notícia tende a se ater mais aos fatos, embora a imparcialidade seja apenas perseguida, mas inalcançável, pois todo uso da língua b) • Não, pois existe uma especificidade na relação semântica entre as ações de coletar os dados e fazer declarações sobre eles. Como pesquisador, primeiro Matheus Viana Braz precisa coletar os dados sobre o trabalho das fazendas para só então fazer declarações sobre elas. b) Item II. a) Qual é a especificidade do conector aditivo “e” no fragmento nas orações conectadas: de contraste, de causa e consequência ou de ação e finalidade? b) Considerando a especificidade do conector “e”, o trecho poderia ser reescrito como: a) Indique a especificidade do conector aditivo “e” em cada um dos períodos. b) Leia as informações do quadro.

2. a) Especificidade de causa e consequência entre as orações conectadas. O ato de criar contas falsas para realizar ações de forma automatizada acontece como consequência do fato de o trabalhador de cliques tentar se desdobrar. Criar contas falsas é uma prática que responde à ação de tentar se desdobrar.

3. • Especificidade de ação e finalidade entre as orações conectadas. A ação de aprimorar a capacidade do cidadão de identificar notícias falsas ou com conteúdo duvidoso visa inibir o compartilhamento delas.

Nesse caso, é possível também pensar em especificidade de causa e consequência entre as orações conectadas.

A ação de inibir o compartilhamento de notícias falsas acontece como consequência da ação de aprimorar a capacidade do cidadão de identificar notícias falsas ou com conteúdo duvidoso.

É importante que os estudantes percebam a sutileza da especificidade semântica: nessa estrutura, talvez fosse necessário considerar aspectos discursivos impossíveis de serem apontados no limite do texto. A materialidade linguística admite as duas possibilidades de produção de sentido.

4. a) Espera-se que os estudantes percebam o seguinte: em (1), a especificidade do conector “e” é de contraste entre as orações. O influenciador teve milhares de likes, mas não conseguiu o patrocínio, como era de se esperar; em (2), a especificidade é de ação e finalidade entre as orações. O influenciador precisa contratar click farmers com o objetivo de conseguir maior engajamento dos seus seguidores; em (3), a especificidade é de causa-consequência entre as orações. O influenciador divulgou uma fake news e teve como consequência a perda de milhares de seguidores.

2. Releia este outro trecho.

O trabalhador do clique tenta se desdobrar e cria contas falsas para realizar ações de forma automatizada.

I. O trabalhador do clique tenta se desdobrar; entretanto, cria contas falsas para realizar ações de forma automatizada.

II. O trabalhador do clique tenta se desdobrar; por isso, cria contas falsas para realizar ações de forma automatizada.

III. O trabalhador do clique tenta se desdobrar; para isso, cria contas falsas para realizar ações de forma automatizada.

3. Agora releia este trecho da notícia.

A proposta do material é aprimorar a capacidade do cidadão de identificar notícias falsas ou com conteúdo duvidoso e inibir o compartilhamento.

• Qual é a especificidade do conector aditivo “e” no fragmento entre as orações conectadas: de contraste, de causa e consequência ou de ação e finalidade?

4. Chegou o momento do desafio gramatical da missão. Leia as frases a seguir.

(1) O influenciador digital teve milhares de likes e não conseguiu o patrocínio.

(2) O influenciador digital precisa contratar click farmers e conseguir um maior engajamento dos seus seguidores.

(3) O influenciador digital divulgou uma fake news e perdeu milhares de seguidores.

Classificação Exemplos

Aditivas (indicam soma, acréscimo) e, bem como, tal como, assim como, como também, não só… mas etc.

Adversativas (indicam oposição) mas, contudo, porém, todavia, entretanto, no entanto etc.

Alternativas (indicam alternância) ou, quer… quer…, ora… ora…, ou… ou…, seja… seja… etc.

Conclusivas (indicam conclusão) logo, portanto, dessa forma, sendo assim, por isso, por conseguinte, assim, pois etc.

Explicativas (indicam explicação) que, porquanto, porque, pois, isto é, ou seja etc.

Vários estudantes costumam memorizar as informações de quadros como esse, acreditando que isso seria suficiente para identificar os sentidos sinalizados pelas conjunções. Você tende a concordar com a eficácia da memorização para essa função ou discordar dela?

4º EPISÓDIO: UM GIRO PELO MUNDO DA ESCRITA QUANDO DEVO USAR ASPAS

Neste episódio, você vai aprofundar seu conhecimento sobre o uso de aspas, compreendendo sua multifuncionalidade e importância em textos nos quais a polifonia é recurso fundamental.

1. Ao escrever, você sabe quando deve ou não usar as aspas? Em quais situações você as utiliza? Converse com os colegas.

Ativa O De Conhecimentos

As aspas são um importante recurso gráfico na produção textual e seu emprego surge com base na necessidade de enfatizar expressões ou palavras e/ou apontar citações de outro texto ou a fala de outra pessoa, como no caso de entrevistas e reportagens. Usam-se aspas ao:

I. enfatizar expressões, discursos, palavras;

II. sinalizar ironia;

III. citar um trecho de outro texto ou a fala de outra pessoa;

IV. citar o nome de alguma obra;

V. utilizar palavras estrangeiras;

VI. criar palavras ou conceitos novos ou derivados de outros já existentes, ou seja, um vocabulário ainda desconhecido nos dicionários – fenômeno linguístico conhecido como neologismo;

VII. utilizar gírias; a) Quem entra no site da Dizu encontra uma empresa voltada para dois públicos que são um espelho do nosso tempo: “pessoas que desejam se tornar famosas” e “pessoas que possuem interesse em ganhar uma renda extra pela internet”. b) Este “ecossistema”, também usado por celebridades e políticos para tentar enganar o algoritmo das plataformas, é chamado de “fazenda de cliques” (click farm, em inglês) e tem ganhado terreno no Brasil atolado pela crise econômica. c) Além da Dizu, Ganhar no Insta, Kzom e outras empresas oferecem este tipo de serviço e, no fim das contas, botam em xeque a forma como o “mercado de influência” se organiza e atua. d) Afinal, quem tem mais seguidor é realmente mais influente? Aquela postagem com tantos comentários, de fato, “bombou”? b) • A expectativa é de que, depois de realizar as atividades em que o conector aditivo “e” sinaliza especificidades como contraste, causa-consequência e ação-finalidade, os estudantes respondam que a memorização pode não ser suficiente. Para se dar conta dessas especificidades semânticas, por vezes, pode ser necessário observar aspectos textuais-discursivos.

VIII. utilizar linguagem figurada.

Quando quiser usar aspas em uma frase que já está com esse sinal, utilize aspas simples: “Infelizmente, as fake news estão ‘fervendo’ na internet”.

2. Com base nas dicas anteriores, você vai identificar exemplos de acordo com os gêneros jornalísticos estudados nesta missão. Para cada exemplo, escreva em seu caderno a justificativa correta para o uso das aspas.

4o episódio: Um giro pelo mundo da escrita

Quando devo usar aspas

Neste episódio, o foco do trabalho compreende o estudo do uso das aspas, introduzido em anos anteriores. Um fator se tornou determinante para que esse objeto de conhecimento fosse retomado em um episódio desta missão: a reportagem é um gênero que demanda uma compreensão aprofundada dos movimentos de polifonia, que se manifesta não só pela citação direta de um entrevistado, mas também pelo uso da ironia e do sentido figurado, principalmente.

Tempo previsto: 1 aula

Efeitos de sentido: EF69LP05

Estilo: EF69LP17

Respostas

1. Resposta pessoal.

2. a) Ênfase nos dois tipos de pessoas.

b) Primeiro uso: sentido figurado (a palavra “ecossistema” foi usada em um contexto diferente do habitual); segundo uso: ênfase na prática que é tema da reportagem.

c) Uso de ironia.

d) Uso de gíria.

e) Ênfase na palavra, com o mesmo sentido que “verdadeiros”, a fim de diferenciá-la de robôs.

f) Uso de ironia, afinal essa prática não pode exatamente ser chamada de trabalho, segundo a reportagem.

g) Primeiro uso: citação de obra. Segundo uso: citação de fala de Issaaf Karhawi.

h) Citação de fala da companhia do aplicativo.

i) Citação de fala de Renata Mendes.

3. Resposta pessoal.

Espera-se que o estudante ative os conhecimentos construídos sobre os elementos que distinguem os gêneros reportagem e notícia, como, nesse caso, a possibilidade de a reportagem exprimir opiniões e ironias do autor, enquanto a notícia tende a ser mais imparcial – na notícia lida, por exemplo, a única citação refere-se à fala de uma entrevistada.

5o episódio: Eu, produtor de relatório de análise de métricas de mídias sociais

Neste episódio, os estudantes vão vivenciar o papel de analistas de métricas de mídias sociais com o objetivo de explorar tecnologias digitais, compreendendo seus princípios e funcionalidades.

Este episódio oportuniza um trabalho interdisciplinar com o componente curricular Matemática. O professor desse componente pode ser convidado a ampliar as explicações sobre leitura de gráficos e sobre a própria elaboração deles.

Tempo previsto: 5 aulas

Estratégias e procedimentos de leitura / Relação do verbal com outras semioses / Procedimentos e gêneros de apoio à compreensão: EF69LP33

Estratégias de escrita: textualização, revisão e edição: EF69LP36, EF89LP25

Conversação espontânea: EF89LP27

Interdisciplinaridade: Gráficos de setores: interpretação, pertinência e construção para representar conjunto de dados: EF07MA37.

RESPOSTAS e) Um pacote para ganhar mil seguidores brasileiros “reais” em até 24 horas no Instagram custava ontem, em média, R$ 35 [...]. f) Uma integrante contava na sexta-feira à tarde que “lucrou” R$ 1,30 (isso mesmo, um real e 30 centavos) depois de ficar “trabalhando” por cinco horas. g) Autora do livro “De blogueira a influenciadora” e pesquisadora em comunicação digital, Issaaf Karhawi lembra que até houve um movimento do Instagram, em 2019, de ocultar o número de curtidas numa “tentativa de acalmar a busca insana por métrica”. h) O TikTok informou que usa “uma combinação de inteligência artificial e moderação humana para identificar conteúdos em discordância com as Diretrizes da Comunidade”. i) “Não devemos acreditar em tudo que recebemos pelo WhatsApp ou por qualquer outra mídia que estamos acostumados a utilizar. É sempre importante se questionar, parar, pensar, ter um pensamento crítico, verificar se aquela notícia é efetivamente verdadeira e, só então, compartilhar”, disse a coordenadora do CAO Eleitoral, promotora de Justiça Renata Mendes.

1. É importante fazer a leitura do Projeto de comunicação com os estudantes, certificando-se de que eles entenderam a proposta. Os estudantes vão experienciar a análise de métricas de mídias sociais e produzir um relatório com os resultados.

3. De todos os exemplos anteriores, apenas o último foi retirado da notícia que você leu nesta missão. Todos os outros foram da reportagem. Note que na reportagem há uma diversidade de justificativas para a utilização feita das aspas, enquanto a notícia possui apenas um uso: citar a fala da coordenadora/promotora. Em sua opinião, o que isso pode significar?

5º EPISÓDIO: EU, PRODUTOR DE RELATÓRIO DE ANÁLISE DE MÉTRICAS DE MÍDIAS SOCIAIS

Na reportagem do 1º episódio, a pesquisadora em comunicação digital Issaaf Karhawi afirma que as “métricas são a essência de todas as plataformas”. Neste episódio, você vai vivenciar o papel de um analista de métricas de mídias sociais para entender um pouco mais essa história de que “nem tudo que reluz é ouro”.

1. Informe-se sobre o que você vai fazer.

Projeto de comunicação

Gênero Relatório de análise de métricas de mídias sociais.

Situação Você e sua equipe foram contratados por um jovem influenciador digital de 18 anos para analisar métricas de uma das mídias sociais usadas por ele a fim de apresentar um relatório com informações dessa análise e propor estratégias que promovam maior engajamento dos seguidores desse influenciador.

Tema Mídias sociais e suas métricas.

1. Analisar as métricas de mídias sociais de um jovem influenciador digital.

2. Produzir um relatório com a análise das métricas de uma rede social.

Objetivos

3. Propor estratégias para potencializar o engajamento das pessoas em relação a postagens de um jovem influenciador digital.

Quem é você Um analista de métricas de mídias sociais. Para quem Um jovem influenciador digital que contratou seus serviços. Tipo de produção Coletiva (grupos de quartro estudantes).

2. Você sabe o que são métricas de mídias sociais e que é possível analisá-las? Já ouviu falar de análise de métricas? Já se interessou por esse assunto? Fale com os colegas.

3. Leia o texto a seguir e se informe sobre as métricas de redes sociais e como as informações podem ser “medidas”. Em seguida, converse com os colegas sobre algumas questões.

Métricas para redes sociais: entenda como funcionam e sua importância

Por Beatriz Pichinim

25 janeiro 2021

Você já deve saber o quanto as redes sociais são importantíssimas para um marketing digital de sucesso e que são essenciais para se aproximar do cliente, aumentar as vendas, se fazer notado, mas, para alcançar esses objetivos é necessário analisar as métricas de cada rede social.

De acordo com uma pesquisa da Social Media Trends, 25% das empresas brasileiras NÃO analisam nenhuma métrica e isso é muito alarmante.

É preciso compreender a importância da análise desses dados para ter resultados eficientes de acordo com suas metas.

Aqui vamos explicar como funcionam as métricas, sua importância e principalmente: como analisar essas métricas.

[...]

Agora chegou o momento de falar sobre as métricas mais importantes e utilizadas na análise de dados das redes sociais, é importante entender para que serve cada uma, como funciona e como analisar de acordo com seu objetivo, vamos lá?

Alcance

O alcance é a métrica que te permite analisar quantas pessoas viram suas publicações, é aqui que você vê como está a distribuição das suas publicações no feed dos usuários.

[...]

Engajamento

Já o engajamento é a métrica que mede o envolvimento do público com a sua publicação levando em consideração alguns fatores como número de curtidas [...], comentários e compartilhamentos.

Não adianta nada entregar conteúdos bem-feitos e criativos sem despertar o interesse do usuário.

[...]

Sentimento a) Resposta pessoal. b) Resposta pessoal.

A métrica de sentimento é a que te possibilita observar a qualidade das interações geradas no engajamento, o que as pessoas comentam? São comentários positivos ou negativos? Como são essas interações?

A análise de métricas corresponde à medida e à interpretação de dados matemáticos e estatísticos sobre determinada atividade. No contexto de mídias sociais, é uma maneira eficiente de compreender, medir, monitorar e avaliar os resultados das atividades do usuário, como postagens.

2. Resposta pessoal. Incentive os estudantes a relatarem o que conhecem sobre análise de métricas de mídias sociais.

3. O objetivo é que os estudantes possam (re)conhecer algumas métricas de mídias sociais e saber qual é a função de cada uma delas. A expectativa é de que esse texto informativo possa ajudá-los a construir uma compreensão mais orgânica da atividade de análise que eles vão realizar mais adiante. Se julgar conveniente, faça uma leitura coletiva do texto.

Caso algum estudante tenha feito uso de alguma dessas métricas, peça a ele que relate como a usou e qual é o impacto dessa análise nas postagens dele.

A leitura que explica o que são e para que servem algumas métricas pode ter ajudado a ampliar a compreensão dos estudantes sobre a frase de Issaaf Karhawi, lida na reportagem do 1º episódio, pois, em certa medida, explica a importância dessas métricas para o sucesso nas redes sociais. Essas métricas ajudam a entender também o surgimento das click farms como instrumento para promover o engajamento do público que se quer alcançar.

4. Oriente os estudantes na formação das equipes de trabalho considerando o critério que for mais adequado à turma: sorteio, escolha dos estudantes, escolha do professor. É importante considerar, na formação da equipe, a necessidade de oferecer aos estudantes oportunidades para trabalhar com grupos diferentes, como forma de exercitar a empatia, o respeito e a flexibilidade.

Analisar o sentimento te permite descobrir se as suas publicações estão de acordo com seu público-alvo e, sendo assim, podemos estudar novas ações que podem ser mais eficazes para aproximar a sua marca dos clientes, melhorando a relação.

Crescimento por canal

O crescimento por canal mostra o resultado de suas ações de uma forma mais geral, afinal, se sua base de seguidores está crescendo, isso significa que seu público está mais disposto a se envolver com sua marca e a interagir.

[...]

Taxa de rejeição

A taxa de rejeição é importante para conseguir identificar se o seu conteúdo está sendo rejeitado pelo público, por que isso acontece e então estudar estratégias que visam mudar esses resultados.

Pode ser analisada dentro da própria rede social, observando quantas pessoas deixaram de curtir a página, isto é, deixaram de curtir, denúncias de SPAM e o número de pessoas que bloquearam seu conteúdo no feed [...]

Contra dados, não há argumentos!

É importantíssimo que as estratégias de marketing digital contem com um bom monitoramento de dados das redes sociais e caso você esteja começando a se aventurar pelas métricas e suas análises tão importantes, tudo isso pode parecer muito complicado, mas, acredite, não é!

Contar com as ferramentas que possibilitam analisar e monitorar todos esses dados tão preciosos é indispensável e mais essencial ainda é poder contar com uma equipe de profissionais que realmente entende do assunto.

[...] a) Você conhecia alguma dessas métricas? Já fez uso de alguma delas em suas postagens em redes sociais? Relate sua experiência para os colegas e o professor. b) A leitura desse texto informativo ajudou você a ampliar sua compreensão da frase de Issaaf Karhawi, de que as “métricas são a essência de todas as plataformas”?

PICHINIM, Beatriz. Métricas para redes sociais: entenda como funcionam e sua importância. Auaha, 25 jan. 2021. Disponível em: https://auaha.com.br/metricas-para-redes-sociais-entenda-como-funciona-e-sua-importancia. Acesso em: 28 jun. 2022.

4. O primeiro passo para fazer a análise das métricas das postagens do jovem empreendedor e influenciador de 18 anos digital é se organizar em uma equipe com mais três colegas.

5. Para fazer a análise das métricas das postagens do jovem influenciador digital, foram disponibilizados gráficos produzidos por meio de seu perfil em uma rede de fotos e vídeos. As informações são relativas ao período de 14 a 20 de maio de 2022.

CHAVE MESTRA

Na análise dos gráficos, considerem os dados matemáticos e os elementos visuais constitutivos desses gráficos, como cores, formas e design a) Qual é o número de seguidores do influenciador? b) Além do número de seguidores, que outras informações relevantes estão sendo fornecidas?

Gráfico 1: Principais cidades

c) De acordo com o gráfico, em quais regiões brasileiras há mais seguidores acompanhando o perfil do influenciador?

d) Por que pode ser importante conhecer de onde os seguidores são?

e) Que sugestão a equipe poderia dar ao influenciador para ampliar o público de Salvador?

a) De acordo com a página, ele tem 91 mil e 400 seguidores.

b) De acordo com a visão geral, durante esses sete dias, o influenciador alcançou 2.227% a mais de contas e 0,9% a mais de seguidores. Apesar disso, houve uma queda de 47% em contas com engajamento.

c) A região Sudeste é a principal, com três cidades (São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte). Em segundo lugar, vem a região Nordeste, representada por Salvador.

d) Porque o contexto em que vive o público seguidor é importante para o desenvolvimento de estratégias que possam promover algum tipo de interação com aquele lugar e, assim, fidelizar os seguidores existentes e captar outros.

e) Resposta pessoal.

A equipe poderia sugerir, por exemplo, que o influenciador crie postagens que, de alguma forma, façam referência direta e positiva à cidade de Salvador.

f) Conforme as informações disponibilizadas, o público de maior alcance são jovens de 18 a 24 anos, que constituem mais de 50% dos seguidores. Uma possibilidade é pensar que as postagens acabam sendo muito específicas para essa faixa etária, inclusive pelo fato de o influenciador também ser um jovem de 18 anos.

g) A partir dos 35 anos há uma queda brusca no número de seguidores: 9,4%. Isso pode ser dito porque as pessoas de 25 a 34 anos representam 30,6%, ou seja, há uma queda de mais de 20%.

h) É importante que os estudantes apresentem sugestões. Uma possibilidade de resposta seria a diversificação do teor das postagens para buscar captar o interesse de pessoas a partir dos 35 anos, sem, entretanto, descuidar do que tem feito sucesso com o público mais jovem.

i) É possível deduzir que a abordagem que está sendo feita nas postagens pode estar muito direcionada ao público masculino, já que ele representa mais de 70% dos seguidores.

j) O influenciador poderia, por exemplo, abordar temas em suas postagens com potencial para “seduzir” o público feminino, sem desconsiderar seus objetivos como influenciador. Uma abordagem mais “feminista”, por exemplo, poderia atrair a atenção das mulheres.

Gráfico 2: Principais faixas etárias f) Qual é o principal público do influenciador? O que isso pode sugerir sobre a natureza das postagens? g) A partir de qual faixa etária há uma queda brusca no número de seguidores? h) Que sugestões a equipe poderia dar para ampliar o engajamento do público a partir dos 35 anos?

Gráfico 3: Gênero dos seus seguidores i) Que relação pode ser estabelecida entre o fato de o perfil ser de um influenciador e seu maior público ser de homens? j) Se o influenciador quisesse ampliar o engajamento do público feminino, o que poderia ser feito? k) Em quais horas do dia o influenciador recebe mais atividade de seus seguidores? l) Observe que, de forma geral, há uma regularidade no período de atividade dos seguidores. Embora sejam sete gráficos, um para cada dia, as frequências e os horários são bem similares em todos os dias. Em sua opinião, isso também pode refletir uma rotina organizada do influenciador? Justifique. m) É possível observar que no domingo há um maior nivelamento da frequência de atividade no período tarde-noite. Isso pode significar que a maioria dos usuários passa a maior parte desse período utilizando a rede. Em sua opinião, por que isso acontece? n) Por outro lado, qual é o período de menor frequência de seguidores? Por que você acha que isso acontece? k) Os horários de maior frequência compreendem o período de meio-dia até as 21h. l) Espera-se que os estudantes concordem com a hipótese e, entre as possíveis justificativas, incluam estratégias bem delineadas pelo influenciador para manter a atenção dos seguidores, como possuir horários específicos para postagens, interações, conteúdos específicos para determinado dia, entre outras. m) O objetivo é fazer os estudantes criarem hipóteses sobre a frequência contínua no período tarde-noite do domingo. Uma possiblidade é associar o fato de o domingo não ser um dia útil, logo muitas pessoas possuem mais tempo livre para utilizar a rede. n) A menor frequência é medida a partir da meia-noite até as 6h da manhã. Espera-se que a hipótese mais citada seja o fato de esse ser um período em que a maioria das pessoas está dormindo, descansando.

6. Sugerimos um modelo de relatório a ser produzido pela turma. Se julgar necessário, apresente outras possibilidades. O objetivo é que os estudantes possam organizar as informações produzidas com as análises realizadas, incluindo as sugestões, para vivenciar o papel de um analista de métricas de mídias sociais.

6o episódio: Juntos no combate às fake news

Produzindo episódios de um podcast da turma

O foco deste episódio é a criação de episódios de podcast para serem compartilhados nas redes sociais dos estudantes e da escola. Seria interessante também que os podcasts pudessem ser compartilhados em rádios da comunidade para ampliar o alcance. O tema é “combate às fakes news” e o objetivo é que os estudantes possam exercitar a cidadania e os valores democráticos.

Tempo previsto: 4 aulas

Relação do texto com o contexto de produção e experimentação de papéis sociais: EF69LP06

Textualização: EF69LP07

Produção de textos jornalísticos orais:

EF69LP10

Planejamento e produção de textos jornalísticos orais: EF69LP12

Construção composicional: EF69LP16

Reconstrução do contexto de produção, circulação e recepção de textos / Caracterização do campo jornalístico e relação entre os gêneros em circulação, mídias e práticas da cultura digital:

EF09LP01

Respostas

1. Resposta pessoal.

Incentive os estudantes a relatarem seus hábitos na internet. Peça a eles que comentem quais são os podcasts e os temas que fazem parte de suas práticas de letramento no universo digital.

2. A reprodução do texto do podcast vai ser feita para que os estudantes tenham acesso ao conteúdo. Entretanto, seria importante que eles pudessem ouvi-lo para observar elementos da prosódia.

6. Depois de analisar as métricas da mídia social do jovem influenciador, chegou o momento de a equipe produzir, coletivamente, o relatório com as informações dessa análise. Para isso, sigam o modelo.

I. Título: escolham um título simples e claro para que o leitor saiba exatamente do que trata o relatório, como “Relatório de métricas de mídias digitais”.

II. Introdução: expliquem que se trata de um relatório produzido com base em dados coletados no período de 14 a 20 de maio de 2022. Apresentem as informações analisadas com o print “visão geral dos insights”.

III. Desenvolvimento: apresentem as conclusões às quais a equipe chegou com a análise de cada um dos quatro gráficos. Cada gráfico pode compor um parágrafo, que pode começar assim: “Em relação às principais cidades dos seguidores, ...”.

IV. Conclusão: apresentem as sugestões da equipe para ampliar o engajamento com as postagens do influenciador.

7. Compartilhem os relatórios produzidos no grupo de mensagens da turma para que todos possam lê-los. Depois da leitura, conversem sobre algumas questões:

• As análises das métricas realizadas pelas equipes apresentaram conclusões similares?

• Houve aproximação entre as sugestões dadas pelas equipes para ampliar o engajamento das pessoas em relação às postagens do jovem influenciador?

• Vocês imaginavam que, para realizar análises das métricas de mídias sociais, seriam mobilizados conhecimentos da área da matemática?

• Quais foram os maiores desafios vivenciados pelas equipes?

6º EPISÓDIO: JUNTOS NO COMBATE

ÀS FAKE NEWS PRODUZINDO EPISÓDIOS DE UM PODCAST DA TURMA

Combater fake news é um exercício de cidadania e, neste episódio, você e sua turma vão fazer isso produzindo episódios de um podcast para ser compartilhado com a comunidade em que você vive. Preparado para exercitar seu protagonismo?

1. Você costuma ouvir podcasts? Sobre quais temas? Fale com os colegas.

Atalho

Podcast é um programa de rádio que pode ser ouvido a qualquer momento, pela internet, no celular, no computador ou no tablet. Os podcasts têm temas e duração variados e as pessoas podem ouvi-los para se informar, estudar, se divertir, meditar...

2. Para ampliar seus conhecimentos sobre o gênero, leia a reprodução do conteúdo do podcast “Fake News Não Pod #54: Vitamina C não cura gripes e resfriados, nem a covid-19” produzido pela Rádio USP. O episódio 54 tem 2 minutos e 47 segundos de duração. Na sequência, converse com os colegas sobre algumas questões.

(O episódio se inicia com uma vinheta e depois de alguns segundos entra a voz do locutor 1)

Locutor 1 (usando um tom de voz tranquilo e pausado, anuncia o nome do podcast): Fake news não pod.

(Antes da entrada da locutora 2, uma música, diferente da vinheta de abertura, sinaliza que a locução vai começar. Quando a locutora 2 começa a falar, a música diminui consideravelmente, ficando apenas como uma espécie de música de fundo bem baixa).

Locutora 2 (usando um tom de voz tranquilo e professoral): Já faz parte do imaginário popular que a vitamina C é capaz de curar e prevenir gripes e resfriados. A mesma concepção se estende para a covid-19 e alguns influencers têm incentivado a ingestão de megadoses de vitamina C para combater a covid.

Contudo, não há provas de que a vitamina C seja capaz de curar gripes ou resfriados, muito menos a covid-19. Não há sombra de dúvidas de que a vitamina C é importante para o nosso corpo e sistema imunológico, mas as coisas são muito mais complexas, e uma simples vitamina não é capaz de curar doenças.

Essa crença popular se iniciou na década de 60, quando Linus Pauling, isso mesmo, o ganhador do Prêmio Nobel de Química, declarou que após tomar regularmente altas doses de vitamina C, ele se sentiu mais vivo e saudável do que nunca, além de não experimentar sintomas de resfriados. E seu livro sobre vitamina C e resfriados se tornou um best-seller

E apesar de alguns estudos relatarem melhora dos sintomas gripais com o uso de vitamina C, muitos não demonstram o mesmo. Um estudo da Universidade de Toronto dividiu os participantes do estudo em dois grupos: um dos grupos recebeu pílulas de vitamina C no início dos sintomas de resfriado e outro grupo recebeu placebo Após vários meses, os pesquisadores avaliaram a eficácia das pílulas e descobriram que os participantes que receberam as pílulas de vitamina C não eram significativamente mais saudáveis do que aqueles que tomaram placebo.

Não tome suplementos vitamínicos sem prescrição médica, o excesso de vitaminas também pode ser perigoso. Altas doses de vitamina C, por exemplo, podem favorecer o aparecimento de pedras nos rins. Os suplementos de vitaminas não trarão benefícios à sua saúde, a não ser que você tenha deficiências vitamínicas. Lembre-se de buscar informações em fontes confiáveis e não acredite em curas fáceis.

(Assim que a locutora 2 finaliza sua fala, o volume da música de fundo aumenta e ela é finalizada. Na sequência, entra a vinheta que iniciou o episódio e o locutor 1 volta a falar) a) O episódio é composto de abertura, que apresenta o nome do podcast; desenvolvimento, que apresenta as informações sobre o tema do episódio, ou seja, que vitamina C não cura gripes, resfriados nem covid-19; e encerramento, que reforça o nome do podcast e apresenta os créditos. b) A locutora 2, Laura Colete, inicia afirmando que, na crença popular, a vitamina C cura e previne gripe, resfriado e até mesmo covid-19. Na sequência, apresenta uma contestação dessa informação. Em seguida, explica onde e como essa crença surgiu, citando Linus Pauling. Continua apresentando uma pesquisa científica para comprovar que a vitamina C não cura gripe, resfriado ou covid-19. Finaliza dando recomendações para que as pessoas não ingiram suplementos vitamínicos sem prescrição médica. c) • Essas informações sinalizam que a locução é feita com o uso de tom de voz tranquilo, calmo, que permite ao ouvinte entender as palavras de forma adequada.

Locutor 1 (usando um tom de voz tranquilo e pausado): Fake news não pod. Apresentação Laura Colete Cunha. Produção Vydia Academics e Pretty Much Science em parceria com a Rádio USP Ribeirão. Revisão João Vítor Guimarães Ferreira.

(A vinheta se encerra com o áudio).

Fake News Não Pod. Apresentadora: Laura Colete Cunha. São Paulo, [s. d.]. Podcast. Disponível em: https://jornal.usp.br/podcast/fake-news-nao-pod-54-megadoses-de-vitamina-c-nao-cura-gripese-resfriado-nem-a-covid-19. Acesso em: 3 jul. 2022.

Best-seller: livro que é sucesso de vendas. Placebo: em contextos de pesquisas científicas, como a relatada, é uma preparação neutra quanto a efeitos farmacológicos ministrada em substituição a um medicamento, no caso a vitamina C, com o objetivo de provocar reações, geralmente de natureza psicológica, que acompanham tal procedimento terapêutico.

• Essas informações sinalizam que as músicas conferem agilidade ao podcast Como a vinheta de abertura é a mesma do encerramento, essa vinheta torna-se marca registrada do podcast d) O registro tende para a formalidade. A expectativa é de que os estudantes avaliem como adequado. Trata-se de um podcast de caráter informativo, que visa combater fake news sobre assuntos variados. No episódio 54, o foco é a ingestão de vitamina C sem prescrição médica. b) O tempo dos episódios não foi determinado. Entretanto, a sugestão é que os estudantes produzam episódios com tempo entre 3 e 6 minutos, a fim de conferir certa agilidade ao que vai ser veiculado. c) A atividade requer que os estudantes realizem pesquisas para ter o que dizer nos episódios que vão produzir. Caso na escola não seja possível o acesso à internet, solicite que a pesquisa seja feita fora da escola. Algumas sugestões a) Que partes compõem o episódio #54 do podcast “Fake news não pod” e o que cada uma apresenta? b) Resuma o conteúdo do episódio. c) Observe as descrições que são feitas sobre o uso de músicas e sobre como os locutores falam. Responda: d) O registro da linguagem tende para a formalidade ou para a informalidade? Você avalia que esse registro está adequado? a) Organizados em equipes, escolham o subtema do episódio que sua equipe vai produzir com base nas sugestões a seguir. b) Coletivamente, decidam qual será a duração dos episódios de cada um dos podcasts. Como se trata de episódios de um podcast sobre o combate às fake news, seria interessante que todos tivessem um tempo aproximado. Considerem, para decidir, que o episódio #54 do podcast “Fake news não pod” tem 2min47s. c) Usando celular ou computadores da sala de informática da escola, cada equipe deve pesquisar o subtema que ficou sob sua responsabilidade. Acessem sites que forneçam informações confiáveis, como do governo, de universidades públicas, de institutos de pesquisa, de portais de notícias. Registrem informações que a equipe considerar relevantes para compartilhar no episódio do podcast. Em seguida, escrevam o texto que vai ser lido ao longo do áudio. d) Coletivamente, decidam o título do podcast da turma. Escolham também se os episódios vão apresentar a mesma vinheta de abertura e de fechamento. Decidam como serão feitas essas duas partes: se vai ser sempre o mesmo locutor, se vai variar de episódio para episódio, se vai haver uma música de fundo. A repetição das vinhetas de abertura e de fechamento usando a mesma locução tem potencial para conferir identidade ao podcast da turma. Por fim, definam quantos locutores haverá em cada episódio. e) Antes de realizar as gravações, ensaiem a leitura do texto do podcast, observando a entonação, a velocidade, o tom de voz. Os locutores devem estar bem afiados para que a gravação dos episódios seja a mais adequada possível. f) Usando o gravador do celular, gravem os episódios do podcast de combate às fake news da turma. É importante que ruídos externos sejam minimizados. Por isso, escolham um lugar silencioso para realizar essa tarefa. g) Chegou o momento de edição dos episódios. Escolham um editor de áudio; cada equipe deve realizar a edição do episódio que ficou sob sua responsabilidade. Existem editores gratuitos que podem ser baixados da internet para celulares e/ou computadores. de sites para os subtemas apresentados: https://ipp.org.br/ main/index.php/comportamento/346-2018-10-07-07-45-23; www.colab.re/conteudo/fake-news; https://g1.globo.com/ fato-ou-fake/noticia/2022/04/04/fato-ou-fake-comocombater-as-fake-news.ghtml; https://saude.abril.com.br/ medicina/fake-news-colocam-a-saude-em-risco-saibacomo-se-blindar (acessos em: 13 jul. 2022). d) Essas decisões podem ser tomadas com sua mediação. Não há necessidade de padronizar o número de locutores em cada um dos episódios, mas é importante, por se tratar de um podcast único, que as decisões sejam compartilhadas entre todos os estudantes. e) É fundamental reservar um tempo para que os estudantes possam ensaiar antes de fazer as gravações dos episódios. Se considerar pertinente, faça uma roda e peça aos locutores que compartilhem a leitura para que a turma possa fazer comentários sobre a performance dos locutores. g) Algumas sugestões de editores de áudio gratuitos para computadores: www.audacityteam.org; https://mp3cut.net; https://free-audio-editor.com (acessos em: 13 jul. 2022). Há informações sobre editores de áudio que podem ser usados em celulares na matéria: https://canaltech.com.br/apps/ editores-de-audio-para-celular (acesso em: 13 jul. 2022). h) Com todos os episódios do podcast da turma finalizados, façam uma escuta coletiva para verificar se tudo está dentro do planejado. Caso seja necessário, façam os ajustes apontados. Escolham a sequência dos episódios do podcast. Vale lembrar que o episódio que conceitua fake news e apresenta um histórico sobre o surgimento desse fenômeno deve ser o #1.

3. a) A sugestão é que o podcast seja composto de quatro episódios. Se considerar pertinente, amplie o leque de subtemas. Cada equipe deve ficar responsável pela produção de um episódio que vai compor o podcast da turma de combate às fake news. O número de componentes das equipes vai variar em função do número de estudantes da turma.

• Que efeitos essas informações sinalizam sobre a maneira como a locução é feita?

• Que efeitos essas informações sinalizam sobre os usos das músicas?

3. Agora que vocês analisaram alguns elementos de um episódio do podcast “Fake news não pod”, chegou o momento de a turma se organizar para produzir um podcast cujo tema é o fake news. Para isso, sigam as orientações.

I. O conceito de fake news e um pouco de sua história.

II. Estratégias para verificar se uma informação é fake news: avaliação do veículo em que a informação foi publicada, consulta a sites de curadoria que atestam a fidedignidade do relato dos fatos e denunciam boatos, observação de pistas linguísticas sinalizadoras de fake news, como uso exagerado de adjetivos, advérbios, entre outros.

III. Fake news e a saúde mental das pessoas.

IV. O combate às fake news como exercício democrático e de cidadania.

4. Finalizados os episódios do podcast de combate às fake news, chegou o momento de decidir em quais mídias sociais, quando e como serão compartilhados. Suas redes sociais, as da escola, os grupos de troca de mensagens de família e colegas são boas opções para a turma compartilhá-los. Para criar expectativa nos ouvintes, os episódios podem ser compartilhados uma vez por semana.

5. Compartilhados os episódios, acompanhem a recepção das pessoas da comunidade para saber como elas reagiram às informações de combate às fake news veiculadas nos episódios.

7º EPISÓDIO: MESMO TEMA, OUTRO CAMPO DE ATUAÇÃO SOCIAL

Antes de encerrar esta missão, sua última jogada será apreciar um poema que, embora tenha sido escrito há muito tempo, é muito atual. Se você acha que temas sociais, como notícias falsas, eram privilégio de textos jornalísticos, vai se surpreender. Que tal encerrar a missão com chave de ouro?

1. Leia um poema de Gregório de Matos, escrito no século XVII, e, em seguida, converse sobre algumas questões com seus colegas e o professor.

Conselhos a qualquer tolo para parecer fidalgo, rico e discreto

Bote a sua casaca de veludo, E seja capitão sequer dois dias, Converse à porta de Domingos Dias, Que pega fidalguia mais que tudo.

Seja um magano, um pícaro, um cornudo, Vá a palácio, e após das cortesias Perca quanto ganhar nas mercancias, E em que perca o alheio, esteja mudo.

Sempre se ande na caça e montaria, Dê nova solução, novo epíteto, E diga-o, sem propósito, à porfia; h) Essa escuta coletiva é importante para garantir a coerência entre os episódios. Os subtemas dialogam entre si, mas é preciso decidir a ordem em que vão ser compartilhados.

Que em dizendo: “facção, pretexto, efecto”. Será no entendimento da Bahia Mui fidalgo, mui rico, e muidiscreto.

MATOS, Gregório de. Conselhos a qualquer tolo para parecer fidalgo, rico e discreto. Poetris [20--]. Disponível em: www.poetris.com/frase/f4apdw3lbyvg9e7d8sedmx228. Acesso em: 5 jun. 2022.

Casaca de veludo: vestimenta masculina feita com veludo (um tecido macio), composta de um casaco com duas abas compridas atrás e usada como traje de cerimônia.

Epíteto: palavra, expressão ou adjetivo que se associa a um nome para qualificá-lo.

Fidalguia: nobreza, qualidade nobre, aristocrata.

Magano: escrupuloso, astuto, malandro.

Mercancias: mercadorias.

Pícaro: astuto, ardiloso.

Porfia: capricho, vontade sem justificativa.

4. Decida com os estudantes como os episódios serão compartilhados. É importante que o trabalho possa ser compartilhado dentro e fora da escola.

7o episódio: Mesmo tema, outro campo de atuação

social O poema

Este episódio aborda a temática das fake news e das realidades distorcidas com base na leitura de um poema de Gregório de Matos, escrito no século XVII. O objetivo é propiciar mais uma reflexão sobre comportamentos nas redes a partir do viés literário.

Tempo previsto: 2 aulas

Reconstrução das condições de produção, circulação e recepção / Apreciação e réplica: EF69LP44

Relação entre textos: EF89LP32

Respostas

1.

a) Segundo o eu lírico, imitar as vestimentas, comportamentos e falas de um rico é a maneira de conseguir se passar por um.

b) É criticada a prática de imitar determinados comportamentos para poder fingir ser determinada pessoa. Utiliza-se o exemplo de como uma pessoa pobre pode fingir ser rica, mesmo que brevemente (dois dias). Isso tudo pode representar os padrões sociais estabelecidos pela sociedade: para ser considerado de determinada classe, você precisa agir conforme o padrão estipulado.

c) Resposta pessoal.

Incentive os estudantes a se posicionarem. É possível que eles tenham enfrentado dificuldades, já que a linguagem apresenta termos pouco usuais em relação aos tempos atuais. Além disso, há muitas inversões sintáticas, o que também pode ser um desafio.

d) A expectativa é de que os estudantes percebam que Gregório de Matos, por meio de seus textos, denunciava as mazelas da sociedade baiana da época, apontando o que ele considerava incorreto, injusto e falso. Ele fazia críticas aos costumes da época, por isso recebeu o apelido.

2. a) Resposta pessoal.

Espera-se que os estudantes associem as práticas de fingimento de personalidade, pontuadas pelo autor, com a distorção da realidade que atualmente está presente em muitos espaços virtuais, como usuários que retratam um estilo de vida diferente do que realmente vivem. A questão da falsa visibilidade e do engajamento de alguns influenciadores também se relaciona com o “parecer ser fidalgo, rico e discreto”. Além disso, é possível estabelecer um diálogo entre a facilidade em enganar as pessoas ao se fingir de fidalgo e a facilidade em enganar as pessoas com a veiculação de fake news nas redes sociais.

b) Em mais uma conexão possível com o comportamento de alguns usuários nas redes sociais, é possível pensar que quem se faz passar por “fidalgo, rico e discreto” sem o ser é um tolo, ou seja, quem vive uma vida falsa nas redes sociais seria tolo.

c) Resposta pessoal.

A expectativa é de que os estudantes respondam que sim. O poema de Gregório de Matos critica comportamentos sociais que, em certa medida, sempre fizeram parte das sociedades

Atalho

Gregório de Matos (1636-1695) foi considerado o maior poeta barroco do Brasil. Embora tenha escrito textos lírico-amorosos e religiosos, destacou-se principalmente por suas obras satíricas, que carregavam críticas à sociedade da época. Por esse motivo, ficou conhecido como “Boca do Inferno”. Nascido em Salvador, na Bahia, filho de mãe brasileira e pai português, Gregório foi criado em uma família influente e rica de senhores de engenho e estudou Humanidades no colégio da Companhia de Jesus.

Gregório de Matos, considerado o poeta de maior relevância do Barroco no Brasil.

a) Quais elementos são pontuados nos conselhos do eu lírico para tentar se passar por uma pessoa rica, fidalga e discreta?

b) Qual é a crítica feita com esse poema?

c) Quais desafios você enfrentou em relação à linguagem do poema?

d) Levante hipóteses: por que, a partir do conteúdo do poema, Gregório de Matos foi apelidado como “Boca do Inferno”?

2. Em uma roda, converse com os colegas sobre as questões a seguir.

a) Em sua opinião, quais relações podem ser feitas entre o que Gregório de Matos retrata no poema e os temas abordados ao longo da missão?

b) No próprio título, o poeta menciona que os conselhos a seguir são para “qualquer tolo”. Que sentidos podem ser construídos em relação aos tempos atuais?

c) Você concorda que o poema do “Boca do Inferno” pode ser considerado atual? Por quê?

d) Caso presenciasse alguma situação em que alguém estivesse tentando se “passar por outra pessoa”, seja no dia a dia, seja no mundo virtual, como você reagiria?

B Nus

Assista ao documentário Depois da verdade: desinformação e o custo das fake news (2020) para ampliar seu conhecimento sobre o funcionamento das fake news e perceber como influências negativas das conspirações, desinformação e compartilhamento de notícias falsas podem afetar o indivíduo.

Cartaz do filme Depoisdaverdade: desinformaçãoeocustodasfakenews, de Andrew Rossi, produzido pela HBO (2020).

humanas. Falsidade, ganância, apego ao dinheiro e à riqueza, por exemplo, sempre estiveram presentes em diferentes sociedades em diferentes tempos. Por isso, é possível uma releitura do poema de Gregório de Matos para os tempos atuais, de mídias sociais e fake news. Afinal, nem tudo que reluz é ouro.

d) Resposta pessoal.

Depois das discussões realizadas ao longo da missão, a expectativa é de que os estudantes estejam mais conscientes dos efeitos negativos que esse tipo de ação pode provocar.

Você finalizou com sucesso mais uma missão. Após tantos conhecimentos e experiências adquiridos, é o momento de avaliar o processo de aprendizagem. Organize com os colegas e o professor uma roda de conversa para discutir as questões organizadas no portal 1 (avaliação) e no portal 2 (autoavaliação).

Portal 1

O que são fazendas de cliques?

O que são fake news?

Que recursos linguístico-semióticos costumam ser utilizados em reportagens e notícias? Quais são as especificidades do conector aditivo “e”?

Qual é o papel das aspas nos movimentos de polifonia de reportagens e notícias?

O que é fazer pesquisa de análise de métricas de mídias sociais?

Por que o poeta Gregório de Matos ficou conhecido como “Boca do Inferno”?

Portal 2

De que maneira (re)conhecer as fazendas de cliques ajudou você a ampliar seus conhecimentos sobre o funcionamento de mídias sociais e se tornar mais crítico em relação ao uso que faz delas?

Aprofundar seus conhecimentos sobre as especificidades do conector aditivo “e” fez você perceber como os usos da língua podem ser sofisticados?

Vivenciar o papel de um analista de métricas de mídias sociais fez você refletir sobre como essa atividade pode se constituir uma possibilidade profissional? De que maneira?

Produzir um episódio de podcast para combater fake news permitiu a você pensar em seu papel como cidadão protagonista que defende valores democráticos em sua comunidade? Como?

Apreciar um poema de Gregório de Matos e relacioná-lo com temas discutidos atualmente fez você perceber como a literatura pode ser atemporal?

Salvando O Progresso

É importante que os estudantes tenham a oportunidade de avaliar o que foi estudado e de autoavaliar sua aprendizagem. No portal 1, será possível fazer, por meio das perguntas sugeridas, uma avaliação da aprendizagem dos estudantes acerca dos objetos de conhecimento trabalhados ao longo da missão. No portal 2, os estudantes terão a oportunidade de avaliar a própria aprendizagem, a partir de perguntas que fomentam a expressão da subjetividade diante dos objetos estudados. Durante a realização da roda de conversa, oriente-os a exercerem a escuta atenta, respeitando os turnos de fala. Enquanto para as perguntas do portal 1 há respostas objetivas, que podem ser avaliadas como certas, parcialmente certas ou erradas, para as perguntas do portal 2 é impossível exigir respostas padronizadas.

Tempo previsto: 1 aula

PORTAL 1

Os conceitos de fazendas de cliques e de fake news foram discutidos no 1º episódio. O estudo dos recursos linguístico-semióticos de reportagens e notícias foi feito no 2º episódio. As especificidades do conector aditivo “e” foram estudadas no 3º episódio. A função das aspas foi abordada no 4º episódio. A pesquisa de análise de métricas de mídias sociais foi abordada no 5º episódio. O poeta Gregório de Matos e seu apelido foram abordados no 7º episódio.

PORTAL 2

Respostas pessoais.

A ciência é para todos?

Nesta missão, o campo de atuação predominante é o das Práticas de estudo e pesquisa, com destaque para o trabalho com o gênero Mapa conceitual. Outro campo de atuação abordado nesta missão é o Artístico-literário, com destaque para o gênero Poema.

Os Temas Contemporâneos Transversais (TCTs) em destaque nesta missão são Ciência e Tecnologia e Trabalho.

Inicie pedindo aos estudantes que observem a imagem de abertura da missão e peça a eles que formulem uma inferência para explicar por que se pode dizer que esse mapa parece estranho. O mapa parece estranho, assumindo uma aparência irregular, porque foi construído de acordo com a quantidade de trabalhos de investigação científica que cada país produz. Com base nesse critério, o hemisfério norte se ampliou, enquanto o hemisfério sul quase desapareceu. Peça aos estudantes também que ativem seus conhecimentos (sobretudo aqueles construídos nas aulas de Geografia e de História) para levantar hipóteses sobre o que impulsiona essa significativa desigualdade.

Dois dos principais fatores que podem ser causas dessa desigualdade são: falta de dinheiro (sem fundos, os pesquisadores dos países do sul levam muito tempo tentando captar recursos com organizações fora de suas universidades) e falta de tecnologia (que é um problema principalmente na África, onde a internet ainda é muito lenta e cara, dificultando a colaboração dos pesquisadores desse continente com seus colegas de outras regiões).

Em seguida, leia com os estudantes o boxe Roteiro da missão: é importante que eles compreendam, ainda que introdutoriamente, o que estudarão na missão. Enquanto lê, pergunte a eles se consideram as habilidades que serão desenvolvidas ao longo desta missão realmente importantes. Como já foi salientado anteriormente, pedir aos estudantes que se coloquem frente ao roteiro do que aprenderão é fundamental na construção da autonomia e do protagonismo.

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