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ROTEIRO DA MISSÃO

Apreciar uma pintura surrealista, para que você possa descortinar possibilidades de sentido em uma obra de arte. Comparar imagens e expressões popularizadas com referências da cultura clássica, para que você amplie seus conhecimentos sobre o tema abordado.

Ler um conto de ficção científica, para que você aprecie uma narrativa inusitada e atual.

Realizar uma pesquisa de recepção literária, para que você conheça um pouco do perfil dos leitores da sua escola.

Explorar os recursos linguísticos do texto literário, para que você amplie as possibilidades de fruição e de construção de sentidos dos textos.

Identificar e compreender os sentidos construídos por meio de verbos de ligação, para que você aprofunde a compreensão da leitura e da produção de textos.

Escrever um roteiro adaptado de curta de ficção científica, para que você vivencie o papel de escritor e amplie suas estratégias de expressão.

Encenar e gravar um roteiro adaptado de curta de ficção científica, para que você se envolva com a língua portuguesa em sua expressão oral, por meio da vivência dos papéis de atuação, direção e captação de cenas previamente esboçadas.

Analisar uma reportagem multissemiótica, para que você amplie sua percepção sobre os recursos de construção de sentidos dos textos veiculados socialmente.

Produzir um panfleto com a técnica de colagem, para que você amplie suas possibilidades de expressão de um ponto de vista.

O JOGO VAI COMEÇAR, E COMPREENDER AS LINGUAGENS DO AMOR É O GRANDE DESAFIO!

Entrando No Jogo

As atividades desta seção visam à introdução do conteúdo temático da missão: o amor e os relacionamentos amorosos. Os estudantes vão apreciar imagens de obras de arte e discutir as possibilidades de significação e associação com a temática abordada. Além disso, vão discutir ideias presentes no imaginário cotidiano, relacionando-as a referências da cultura clássica, de maneira a ampliar o repertório e as possibilidades de construção de sentido.

Tempo previsto: 1 aula.

Reconstrução das condições de produção, circulação e recepção / Apreciação e réplica: EF69LP44

Adesão às práticas de leitura: EF69LP49

Interdisciplinaridade:

Contextos e práticas: EF69AR01

PORTAL 1

O objetivo deste portal é que os estudantes apreciem o quadro “Os amantes”, do pintor surrealista René Magritte, e conversem sobre as possibilidades de interpretação que a imagem oferece. Essa atividade estimula a apreciação estética por meio da busca de sentidos na pintura, amplia o repertório cultural ao consolidar a referência de uma obra inserida em um contexto artístico e histórico específicos e propicia o debate sobre o tema do amor e dos relacionamentos amorosos.

RESPOSTAS

1.

Entrando No Jogo

Neste jogo, você vai descobrir que não há defesa nem remédio para as feridas do Cupido. O importante é se entregar e aproveitar o momento!

Portal 1

Ativa O De Conhecimentos

Surrealismo foi um movimento artístico e literário que surgiu no início do século XX e teve como um de seus preceitos o resgate das emoções. Entre os artistas que fizeram parte desse movimento, encontra-se o pintor belga René Magritte, autor de uma série de quadros intitulados Os amantes.

1. Aprecie o quadro Os amantes II, de René Magritte, e depois converse com os colegas sobre as questões propostas.

a) Resposta pessoal. Incentive os estudantes a trazerem para a conversa o repertório cultural associado a essa pintura.

b) Resposta pessoal. Incentive os estudantes a observarem os detalhes do quadro: dois amantes que se beijam têm os rostos cobertos por tecidos brancos, o que confere um ar de mistério à pintura. O ambiente onde se encontram é também uma incógnita, pois não se pode afirmar que estejam ao ar livre com o céu escuro atrás de si ou que estejam em um cômodo de paredes cerradas. De toda forma, a obra é um close no gesto de aproximação entre os dois, o que fica ainda mais realçado pelo teto branco rebaixado acima das cabeças. Chame a atenção para as cores do quadro: o tom avermelhado da parede e da roupa de um deles; o tom cinza-chumbo do fundo, próximo da roupa do outro; o tom branco do teto e dos tecidos que cobrem os rostos. Destaque também o efeito das dobras nos tecidos e os jogos de luz e sombra nos rostos cobertos.

a) Você já conhecia essa obra de arte?

b) Descreva a obra.

c) Você gostou dessa pintura? O que mais chamou sua atenção na imagem?

d) Em dupla, discuta algumas possibilidades de interpretação para a obra de arte: escolha três das palavras do quadro a seguir e relacione-as com a pintura de René Magritte. Seu colega escolhe três outras palavras e faz o mesmo exercício.

mistério descobrir máscara superficial desejar conexão inexplicável temer aproximar individualismo esconder relacionar c) Resposta pessoal. Incentive os estudantes a revelarem suas impressões, dizendo se gostaram da obra e enumerando os pontos que mais lhes chamaram a atenção. d) Ao longo dessa conversa, você pode instigar os estudantes a observarem o jogo de luz e sombra nos tecidos, relacionado aos pares revelar/esconder e aproximar/afastar, evidenciados pelo close no beijo. Esses movimentos podem ser ampliados para a ideia de que, muitas vezes, no relacionamento com o outro, usa-se máscaras, por medo de se revelar, de se envolver ou de se aproximar. Essas máscaras promovem uma experiência superficial de envolvimento e os sujeitos permanecem encerrados em si, ao invés de abertos para descobrir e se deixar descobrir, para se envolver. Além disso, os elementos da pintura dão ensejo a interpretações sobre o amor e os relacionamentos na medida em que incluem o mistério e o inexplicável, palavras que fazem parte da vivência amorosa, do apaixonar-se e do ir ao encontro do outro, o qual é uma incógnita, alguém a ser descoberto. a) Você provavelmente conhece a imagem de um coração atravessado por uma flecha ou já ouviu a expressão “foi flechado pelo Cupido”. O que essa imagem e essa expressão significam? b) A ferida de Eros queima como fogo; o coração transborda de agonia desconhecida e dói uma dor doce; o enamorado não consegue desviar os olhos de quem ama, esquece-se de todo o resto e só sabe do ente amado. Assim são descritos os efeitos da flechada do Cupido.

2. Em grupos de 3 ou 4 estudantes, discuta as questões propostas.

• Por que uma pessoa se apaixona pela outra? Como é a sensação de estar apaixonado?

• Existe par perfeito? E alma gêmea?

• Amar é uma capacidade exclusivamente humana?

• É possível programar-se para amar ou deixar de amar alguém?

3. Observe as imagens e responda às questões.

• Você já teve a impressão de ter sido atingido por uma dessas flechas?

• Relembre histórias representativas do amor romântico, da literatura, do cinema ou de alguma experiência pessoal.

• O Cupido tem o poder de fazer alguém se apaixonar por qualquer outra pessoa ou criatura. Relembre histórias de pares românticos inesperados.

Atalho

Cupido é o nome romano de Eros, o deus grego do amor romântico. A mitologia conta que esse deus era filho de Afrodite, a deusa do amor e da beleza, e carregava um embornal (saco, sacola) com dardos capazes de fazer as pessoas se apaixonarem por quem estivesse na frente delas no instante em que eram feridas. Eros escolhia o momento certo para lançar suas flechas, de modo a obter os pares desejados. Ele fazia isso a pedido de outros deuses ou por simples travessura. O deus do amor também tinha o poder de criar a aversão entre as pessoas; para isso, ele usava uma flecha diferente, que fazia com que as pessoas feridas desenvolvessem imediata repulsa por quem estivesse diante dela. Fosse com amor, fosse com aversão, Eros era conhecido por criar muita confusão e as pessoas temiam suas flechas, afinal, uma vez atingidos, não poderiam jamais se curar da ferida.

Estátua de Eros amarrando seu arco, cópia romana de uma estátua grega de bronze de Lysippos 338-335 a.C. Mármore, 123 cm.

Portal 2

Neste portal, discutem-se as expressões do amor romântico e suas representações na linguagem e no imaginário. A atividade a seguir propõe uma conversa sobre o que os estudantes entendem por par perfeito e sobre a paixão.

Respostas

2. Discussão livre sobre os temas. Esta atividade tem o objetivo de instigar os estudantes a se envolverem com o tema da missão. Incentive-os a expressarem seus pontos de vista sobre as questões propostas e justificarem suas ideias com exemplos (reais ou fictícios) ou com desenvolvimento de argumentação mínima.

3. a) Ajude os estudantes a compreenderem que a imagem e a expressão simbolizam, mais que o amor, o ato de apaixonar-se, de enamorar-se de alguém.

b) • Resposta pessoal.

• Resposta pessoal. Na literatura, há o emblemático casal Romeu e Julieta, eternizados na obra de Shakespeare. O folclore brasileiro também narra mitos de seres que se apaixonaram perdidamente, tais como a lenda da Vitória Régia, que conta a história de Naia, uma indígena que se apaixona pela Lua. Incentive os estudantes a buscarem o repertório pessoal para responder a esta questão.

• Resposta pessoal. A história “A Bela e a Fera” é muito popular e mostra um casal de seres diferentes entre si, a Bela, uma humana, e a Fera, uma “besta selvagem”. Os quadrinhos e filmes da Marvel também trazem casais inesperados, como a Feiticeira Escarlate, uma bruxa, e o Visão, um computador. Outras séries e best-sellers trazem pares diferentes entre si, como Bella, uma humana, e Edward, um vampiro, em Crepúsculo. Incentive os estudantes a buscarem o repertório pessoal para responder a esta questão.

Jogando

1o episódio: Eu, leitor de conto de ficção científica

Neste episódio, os estudantes vão ler o conto “Amor verdadeiro” e refletir sobre os sentidos do texto e os aspectos socioculturais que podem ser inferidos a partir do texto literário. Além disso, realizarão uma pesquisa de recepção em relação ao gênero Ficção científica e o conto lido.

Para ampliar as possibilidades de trabalho com esse gênero textual, leia o material Roteiro de práticas leitoras para a escola III - Ficção científica: mundos imaginados, de Tania Mariza Kuchenbecker Rösing, Fernanda Lopes da Silva, Lucas Antonio de Carvalho Cyrino e Renato Britto, disponível em: http://usuarios.upf.br/~leitura/ publicacoes/roteiros-III/roteiros-III-ensinosuperior.pdf (acesso em: 26 jun. 2022).

Tempo previsto: 2 aulas

Reconstrução das condições de produção, circulação e recepção / Apreciação e réplica: EF69LP44, EF69LP45, EF69LP46

Adesão às práticas de leitura: EF69LP49

Relação entre textos: EF89LP32.

Estratégias de leitura / Apreciação e réplica: EF89LP33

Há autores que discutem se a ficção científica deveria ser ou não compreendida como gênero, uma vez que os elementos de ficção e ciência podem ser inseridos em qualquer modalidade, como policial ou aventura. Também é importante destacar que os componentes científico e tecnológico são fundamentais para se caracterizar esse tipo de literatura e diferenciá-la do fantástico.

1º EPISÓDIO: EU, LEITOR DE CONTO DE FICÇÃO CIENTÍFICA

Abra a sua mente para experimentar realidades paralelas e mundos imaginados. Você viverá a recriação do passado, do presente, do futuro… para além das fronteiras do humano.

CHAVE MESTRA

Ficção científica (FC) é um gênero literário que se desenvolveu no século XX, tendo como obras precursoras Frankenstein, de Mary Shelley, e os romances de Júlio Verne. Essas histórias aliam componentes reais e fictícios, sempre relacionados ao desenvolvimento científico, e colocam em questão o impacto desse campo na vida humana e planetária.

1. Observe as quartas capas de obras literárias precursoras do gênero ficção científica e depois converse com os colegas sobre os tópicos propostos.

“Uma da manhã. A chuva batia melancolicamente contra as vidraças quando vi o torpe olho amarelo da criatura se abrir; ela respirou fundo, e um movimento convulsivo agitou seus membros.”

Frankenstein é sem dúvida a mais famosa história de terror de todos os tempos. É também um ensaio sobre a prepotência humana e a solidão em sociedade. Tomado pela ideia de dar vida à matéria inanimada, o cientista Victor Frankenstein constrói um ser monstruoso a partir de restos humanos - mas, quando enfim alcança o resultado pretendido, foge de sua própria criação! Abandonada e fadada ao desterro e à rejeição, a criatura passa a perseguir o cientista e, depois, a buscar vingança.

Escrito por uma jovem Mary Shelley, o romance atravessou dois séculos sem perder a capacidade de arrepiar o leitor. Tendo por base a edição revista pela autora em 1831, consagrada como a definitiva, Frankenstein - edição comentada vem reforçar o time de sucesso da coleção Clássicos Zahar. Com tradução, apresentação e notas do escritor Santiago Nazarian, traz também cronologia de vida e obra de Mary Shelley e, como anexos, a introdução escrita por ela em 1831 e o prefácio de Percy Bysshe Shelley para a primeira edição.

Tradução, apresentação e notas Santiago Nazarian Quarta capa do livro Frankenstein, da Coleção Clássicos Zahar, publicado pelo Grupo Companhia das Letras (2017).

Resgatados do mar e feitos prisioneiros pelo enigmático capitão Nemo, o professor Aronnax, seu fiel ajudante e o exímio arpoador Ned Land passam a viver a bordo do prodigioso submarino Náutilus

Navegando águas remotas, lançando-se em ousadas caminhadas pelo fundo do mar, enfrentando criaturas das profundezas, esses homens viverão emoções conflituosas e descobrirão a exuberância da flora e da fauna marinhas, numa inesquecível viagem por 20 mil léguas submarinas!

TEXTO INTEGRAL – EDIÇÃO DE LUXO INCLUI CERCA DE 30 ILUSTRAÇÕES ORIGINAIS

Respostas

1.

• Resposta pessoal. Incentive os estudantes a explicitarem os pontos que suscitaram interesse e a se posicionarem sobre o impacto que a quarta capa das obras provocou neles. Estimule-os a buscarem essas obras em acervos disponíveis na internet ou na biblioteca.

Quarta capa do livro 20 mil léguas submarinas da Coleção Clássicos Zahar, publicado pelo Grupo Companhia das Letras (2011).

Atalho

Quarta capa é a parte de trás da capa do livro, a qual contém sinopse, comentários, indicação de premiações e outras informações sobre o livro. Por meio da leitura dela, tem-se um primeiro contato com a obra. O objetivo dessa seção é atrair a atenção do leitor para o produto e auxiliá-lo na seleção do livro que atenda aos seus objetivos.

• Você conhecia essas obras? Já assistiu a alguma adaptação cinematográfica delas? Você se sentiu interessado em ler um desses romances após observar a quarta capa deles? Por quê?

• Com base na leitura dos textos da quarta capa, o que você percebe em comum entre essas obras? De que modo os elementos do campo científico e tecnológico se inserem na narrativa?

• Analise as ilustrações contidas nas quartas capas. O que elas ressaltam sobre as obras?

B Nus

Clássicos da ficção científica podem estar ávidos esperando por você nas prateleiras da biblioteca da escola. Se não estiverem lá, pode estar certo de que estão disponíveis em um acervo gratuito e de fácil acesso na internet. Você pode encontrar Frankenstein, disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/6574830/ mod_resource/content/3/Frankenstein%20-%20Mary%20Shelley.pdf e 20 mil léguas submarinas, disponível em: www.itapema.sc.gov.br/wp-content/uploads/2020/03/Vinte-mil-leguas.pdf (acessos em: 8 jul. 2022). Ao lado deles, muitas outras obras aguardam você, recém-descoberto leitor de ficção científica, tornar-se um verdadeiro fã desse gênero.

• As obras partem de situações verossímeis, como uma experiência científica ou uma expedição, e vão em direção ao fantástico, misturando elementos do campo científico, de modo a conferir plausibilidade, como se a inserção desses elementos afirmasse que, embora tais acontecimentos não sejam reais, podem vir a ser por meio do desenvolvimento científico e tecnológico. Além disso, ambas as narrativas trazem o componente do suspense e do terror diante de criaturas desconhecidas.

• As ilustrações ressaltam os elementos orgânicos dos corpos de criaturas conhecidas e desconhecidas, evidenciando a proximidade desse gênero com as ciências biológicas e, por extensão, com as outras ciências. O destaque para os corpos aponta para o aspecto da ficção científica, que investiga desde o mais profundo do humano até o mais distante, criando sempre pontes e diálogos entre esses opostos.

2.

a) Esta atividade tem o objetivo de expandir o imaginário dos estudantes para o universo que será abordado na missão, paralelamente à temática do amor. Não há respostas certas ou erradas, mas respostas coerentes com os significados dos nomes apresentados. Caso seja necessário, discuta o significado do termo “humanoide”, que inclui seres, criaturas, dispositivos que têm aparência ou compartilham muitos aspectos humanos, mas não o são. Uma possibilidade de resposta para a questão: os diferentes nomes podem advir das características específicas de cada dispositivo – os programas de computador de mesa, por exemplo, podem ser considerados robôs imóveis; já espécies de robôs que vêm sendo usados para a limpeza da casa não são imóveis, tampouco humanoides.

b) Resposta pessoal. Incentive os estudantes a levantarem hipóteses sobre o conto que vão ler. Levantar hipóteses é uma estratégia que auxilia na motivação para a leitura do texto.

3. Sugerimos que a leitura seja feita de forma silenciosa e individual pelos estudantes. Essa é uma habilidade que precisa ser trabalhada ao longo do Ensino Fundamental – Anos Finais, a fim de garantir autonomia aos estudantes. Caso considere ser pertinente, leia o texto coletivamente com a turma. Veja também uma sugestão de audioconto do texto em questão, o qual poderá ser ouvido caso haja estudantes com essa necessidade ou caso você considere de interesse geral da turma. O material está disponível em: www.youtube.com/ watch?v=wA0KzhMMCrU (acesso em: 21 jun. 2022).

Nós, robôs é uma coletânea de contos de ficção científica escritos por Isaac Asimov, escritor e bioquímico russo-americano, considerado um dos mais importantes autores desse gênero. A obra foi publicada em 1982 e reúne 31 contos sobre robôs. A coletânea se divide entre Robôs não humanos, Robôs imóveis – seção da qual faz parte o conto que você vai ler “Amor verdadeiro” —, Robôs metálicos, Robôs humanoides, Powell e Donovan, Susan Calvin e Dois clímax.

Emparelhar: dispor lado a lado, ser ou tornar(-se) igual ou semelhante.

Capa do livro Nós, a) Discuta com os colegas a classificação entre os tipos de robôs apresentada na obra - robôs não humanos, robôs imóveis, robôs metálicos e robôs humanoides. Construa hipóteses sobre o que pode justificar as diferenças entre os nomes desses dispositivos e dê exemplos de robôs de cada tipo. b) Com base no título do livro Nós, robôs, e nas subdivisões dos contos, que tipo de história você espera ler?

3. Leia o conto “Amor verdadeiro” e responda às questões.

Meu nome é Joe. É assim que meu colega, Milton Davidson, me chama. Ele é um programador e eu sou um programa de computador. Faço parte do complexo Multivac e estou conectado com todas as suas outras partes espalhadas pelo mundo inteiro. Eu sei tudo. Quase tudo.

Eu sou o programa particular de Milton. O seu Joe. Ele entende mais sobre programação do que qualquer outra pessoa no mundo, e eu sou o seu modelo experimental. Ele me fez falar melhor do que qualquer outro computador.

– É só uma questão de emparelhar sons com símbolos, Joe – ele me disse. – É esse o modo como funciona no cérebro humano, embora ainda não saibamos que símbolos existem no cérebro. Mas eu conheço os seus símbolos e posso fazê-los corresponder a palavras, um por um.

Por isso eu falo. Não acho que falo tão bem quanto penso, mas Milton diz que falo muito bem. Milton nunca se casou, embora já tenha quase quarenta anos. Ele nunca encontrou a mulher certa, foi o que me contou. Um dia, ele disse:

– Ainda vou encontrá-la, Joe. Encontrarei a melhor de todas. Vou ter um verdadeiro amor e você vai me ajudar. Estou cansado de aperfeiçoá-lo para resolver os problemas do mundo. Resolva o meu problema. Encontre-me um amor verdadeiro.

– O que é um amor verdadeiro? – disse eu.

– Não importa. Isso é abstrato. Apenas me encontre a garota ideal. Você está conectado com o complexo Multivac, por conseguinte tem acesso aos bancos de dados de cada ser humano no mundo. Vamos eliminar todos eles por grupos e classes até ficarmos com apenas uma pessoa. A pessoa perfeita. E ela será minha.

– Estou pronto – disse eu.

– Elimine todos os homens primeiro – disse ele.

Isto foi fácil. Suas palavras ativaram símbolos em minhas válvulas moleculares. Eu pude amplificar-me para entrar em contato com os dados acumulados sobre cada ser humano no mundo. Conforme suas palavras, afastei-me de 3.784.982.874 homens. Continuei em contato com 3.786.112.090 mulheres.

– Elimine todas as que tiverem menos de vinte e cinco anos – disse ele – e todas as com mais de quarenta. Depois, elimine todas com um QI inferior a 120, todas com uma altura inferior a um metro e cinquenta e superior a um metro e setenta e cinco.

Deu-me medidas exatas, eliminou mulheres com filhos vivos, eliminou mulheres com várias características genéticas.

– Não estou certo quanto à cor dos olhos – disse Milton. – Por enquanto, deixe isso de lado. Mas nada de cabelos ruivos. Não gosto dessa cor de cabelo.

Duas semanas depois tínhamos baixado para 235 mulheres. Todas falavam muito bem o inglês. Milton disse que não queria um problema de linguagem. Ou nos momentos íntimos, até a tradução por computador entraria no meio.

– Não posso entrevistar 235 mulheres – disse ele. – Levaria muito tempo e o pessoal descobriria o que estou fazendo.

– Isso traria problemas – disse eu. Milton tinha me mandado fazer coisas que eu não estava projetado para fazer. Ninguém sabia disso.

– Isso não é da sua conta – disse ele, e a pele do seu rosto ficou vermelha. – Escute aqui, Joe, vou lhe trazer holografias e você vai checar a lista por similaridades

Ele trouxe holografias de mulheres.

– Essas aí são três vencedoras de um concurso de beleza – disse. – Veja se alguma das 235 corresponde.

Oito eram correspondências muito boas.

– Ótimo – disse Milton. – Você tem os seus bancos de dados. Estude suas exigências e necessidades em termos de mercado de trabalho e providencie para tê-las aqui numa entrevista. Uma de cada vez, é claro. – Ele pensou um pouco, moveu os ombros para cima e para baixo, e completou: – Ordem alfabética.

Isto é uma das coisas para que não fui projetado para fazer. Deslocar pessoas de emprego para emprego, por razões pessoais, chama-se manipulação. Só pude fazer isso porque Milton tinha me ajustado para agir assim. No entanto, não poderia fazer isso para ninguém a não ser ele.

Bancos de dados: coleção organizada de informações, geralmente armazenadas eletronicamente em um sistema de computador.

Holografias: imagens em três dimensões.

QI: (Quociente de Inteligência) número que expressa a capacidade intelectual de um indivíduo, relacionando as idades mental e cronológica.

Similaridades: semelhança.

Correlações: correspondência, similitude, analogia entre pessoas, coisas, ideias relacionadas entre si. Por conseguinte: locução conjuntiva com sentido de consequência ou efeito do que foi anteriormente mencionado.

A primeira garota chegou uma semana mais tarde. O rosto de Milton ficou vermelho quando a viu. Ele falava como se tivesse dificuldade em fazê-lo. Ficaram juntos muito tempo e ele não prestou atenção em mim. Num certo momento, ele disse –.

– Deixe-me levá-la para jantar.

– De certo modo não foi bom – Milton me disse no dia seguinte. – Estava faltando alguma coisa. É uma mulher bonita, mas não senti nenhum toque de verdadeiro amor. Tente a próxima.

Aconteceu o mesmo com todas as oito. Eram muito parecidas. Sorriam muito e tinham vozes agradáveis, mas Milton sempre achava que não estava bem.

– Não consigo entender, Joe – disse ele. – Você e eu selecionamos as oito mulheres que, no mundo inteiro, parecem ser as melhores para mim. Todas ideais. Por que elas não me agradam?

– Você as agrada? – disse eu.

Ele enrugou a testa e esmurrou com força a palma da mão.

– É isso aí, Joe. É uma via de mão dupla. Se não sou o ideal delas, não podem agir de modo a serem o meu ideal. Eu preciso ser, também, o verdadeiro amor delas, mas como fazer isso?

Ele pareceu pensar todo aquele dia.

Na manhã seguinte, se aproximou de mim e disse:

– Vou deixar você cuidar do assunto, Joe. Tudo por sua conta. Você tem meu banco de dados, e vou contar tudo que sei sobre mim mesmo. Você completará meu banco de dados nos mínimos detalhes, mas guarde todos os acréscimos para si mesmo.

– E depois, o que vou fazer com seu banco de dados, Milton?

– Depois você vai fazê-lo corresponder com as 235 mulheres. Não, 227. Esqueça as oito que encontramos. Arranje para que cada uma seja submetida a um exame psiquiátrico. Complete seus bancos de dados e compare-os com o meu. Encontre correlações (Arranjar exames psiquiátricos é outra coisa contrária às minhas instruções originais.)

Durante semanas, Milton conversou comigo. Ele me falou de seus pais e parentes. Contou-me de sua infância, seu tempo de escola e adolescência. Contou-me das jovens que tinha admirado a uma certa distância. Seu banco de dados aumentou e ele ajustou-me para ampliar e aprofundar minha chave simbólica.

– Veja só, Joe – disse ele. – À medida que você absorve mais e mais de mim, eu vou ajustando-o para corresponder cada vez melhor comigo. Você começa a pensar cada vez mais como eu, por conseguinte, vai me compreendendo melhor. Quando você me compreender suficientemente bem, aquela mulher, cujo banco de dados for uma coisa que você entenda igualmente bem, será meu verdadeiro amor.

Ele continuava conversando comigo e eu passava a compreendê-lo cada vez mais.

Eu conseguia formar frases mais longas e minhas expressões se tornavam mais complicadas. Minha fala começou a ficar muito parecida com a dele, tanto em vocabulário quanto na ordenação das palavras e no estilo.

Certa vez, eu disse a ele:

– Veja você, Milton, não é apenas um problema de adequar uma moça a um ideal físico. Você precisa de uma moça que seja pessoal, temperamental e emocionalmente adequada. Quando isso acontece, a aparência é secundária. Se não pudermos encontrar uma que sirva nestas 227, devemos procurar entre as outras. Acharemos uma que também não se preocupará com a aparência que você ou qualquer outra pessoa tiverem, desde que a personalidade seja adequada. O que significa a aparência?

– Absolutamente nada – disse ele. – Eu saberia disso se houvesse tido mais contato com mulheres. Evidentemente, pensando bem, tudo parece mais claro agora.

Sempre concordávamos, cada um pensava exatamente como o outro.

– Não vamos ter mais nenhum problema, Milton, se você me deixar fazer-lhe algumas perguntas. Posso ver onde, em seu banco de dados, há espaços brancos e irregulares.

O que veio a seguir, Milton dizia, era o equivalente de uma meticulosa psicanálise. É claro. Eu havia aprendido com os exames psiquiátricos de 227 mulheres, a totalidade das quais eu continuava observando intimamente.

Milton parecia muito feliz.

– Falar com você, Joe, é quase como falar com outro eu. Nossas personalidades chegaram a uma combinação perfeita. O mesmo acontecerá com a personalidade da mulher que escolhermos.

E eu a encontrei. Afinal, era uma das 227. Chamava-se Charity Jones e trabalhava como contadora na Biblioteca de História, em Wichita. Seu extenso banco de dados se ajustava perfeitamente ao nosso. Todas as outras mulheres tinham sido descartadas por um ou outro motivo à medida que seus bancos de dados aumentavam, mas com Charity havia uma crescente e espantosa ressonância

Não precisei descrevê-la para Milton. Ele tinha coordenado meu simbolismo tão intimamente com o seu, que foi suficiente relatar pura e simplesmente a ressonância. A escolha se adequava.

Em seguida, era o problema de ajustar as folhas de serviço e exigências de trabalho de modo a conseguir que Charity tivesse uma entrevista conosco. Isto devia ser feito muito delicadamente, para que ninguém viesse a saber que estava ocorrendo uma coisa ilegal.

Evidentemente, Milton conhecia a manobra. Foi ele quem arranjou a coisa, foi ele quem cuidou de tudo. Quando vieram prendê-lo, em virtude de mau procedimento em trabalho, foi, felizmente, por algo que tinha acontecido há dez anos. Ele me informara sobre tudo, é claro, mas aquilo foi fácil de arranjar. E ele não comentará nada sobre mim, pois seu delito se tornaria muito mais grave.

Milton foi embora, e amanhã é 14 de fevereiro, Dia dos Namorados. Charity chegará então com suas mãos calmas e sua voz suave. Vou ensiná-la a me manejar e a cuidar de mim. O que importará a aparência quando nossas personalidades ressoarem juntas?

Eu direi a ela: b) • Milton pede que Joe o ajude a encontrar um amor verdadeiro. Joe o ajuda buscando essa pessoa em seu banco de dados, verificando informações pessoais, de acordo com as orientações dadas por Milton. c) Inicialmente, a estratégia de busca se baseou em aspectos meramente físicos (sexo, altura, cor de cabelos, idade), depois, ao longo do conto, a estratégia se modifica e os dois passam a buscar parceiras por afinidades na história de vida, nos gostos e em outros aspectos de ordem subjetiva. Essa alteração ocorre porque Milton não se sente satisfeito com os encontros obtidos com a primeira busca. Então, a partir da pergunta de Joe “Você as agrada?”, Milton passa a imaginar que deve buscar parceiras de outro modo. d) • Milton acessou informações pessoais sem a devida autorização para isso e usou esses dados para fins próprios. Essa atitude configura, no conto e na realidade, uma infração legal e ética. Discuta com os estudantes de que maneira Asimov antecipa uma discussão que seria tão importante para o século XXI, sobre o uso de dados por redes sociais, plataformas, sites e outros dispositivos que armazenam dados pessoais. Comente com eles os processos sofridos por redes sociais que venderam dados de a) Quem são Joe e Milton, personagens principais dessa narrativa? Qual é a relação entre os dois? b) No início do conto, Milton pede ajuda a Joe para resolver uma questão, a qual será o centro do enredo do conto. c) Como a estratégia de busca de Milton e Joe se modifica ao longo do conto? Por que eles fazem essa alteração? d) Em certas passagens do conto, Joe alerta o programador sobre os problemas que as buscas poderiam trazer, além de afirmar que não havia sido programado para realizar trabalhos dessa natureza. e) De que modo Joe absorveu as informações pessoais sobre Milton e quais foram as consequências disso? f) Como você avalia o desfecho do conto? Surpreendeu-se com ele ou não? Por quê? g) Por que se pode dizer que Milton é responsável por próprio fim? h) De que maneira a ideia de alma gêmea está presente no conto “Amor verdadeiro”? i) Quais são as perspectivas de amor verdadeiro apresentadas no conto? j) O que você pensa sobre a existência de uma alma gêmea ou de uma cara-metade? k) O que você imagina que poderá acontecer no encontro entre Charity e Joe? Escreva no caderno uma breve proposta de narração desse encontro. usuários a grandes empresas e sobre as tentativas de se regular o uso desses bancos de informações. e) Milton relatou a Joe os episódios de sua vida e todas as informações que julgava relevantes. Ele contou muito de si ao computador, que, com isso, ampliava o banco de dados sobre o programador. Além disso, Joe também fez perguntas a Milton, nos moldes dos exames psiquiátricos a que tinha acesso em seus bancos. Essa absorção de informações possibilitou a Joe aperfeiçoar sua linguagem e lógica, de modo a se parecer cada vez mais com Milton até chegar ao ponto de sugerir uma inversão de papéis, como narrado em “Certa vez, eu disse a ele: – Veja você, Milton, não é apenas um problema de adequar uma moça a um ideal físico. Você precisa de uma moça que seja pessoal, temperamental e emocionalmente adequada”. f) Resposta pessoal. Incentive os estudantes a relatarem suas expectativas sobre o fim do conto e como perceberam o final construído pelo escritor. g) O final surpreendente em que o computador denuncia Milton por ilegalidades cometidas anos antes, de modo a afastar o programador sem que o dispositivo Joe fosse aniquilado, é resultado de uma trapaça de Joe, algo que ele aprendeu com Milton, o humano que lhe ensinou tudo sobre processamento de dados, linguagem e relacionamentos. Joe era a) Diferentemente do conto, nos aplicativos, as pessoas aceitam disponibilizar suas informações e escolhem o que será visto e o que será resguardado. Discuta com os colegas a importância dessa diferença. b) Relacione a seleção das informações a serem reveladas nos perfis de redes sociais e de relacionamento com a pintura Os amantes II, de Magritte, analisada no portal 1. c) Discuta com os colegas de que modo esse tipo de tecnologia permite maior conexão entre as pessoas.

– Eu sou Joe e você é meu verdadeiro amor.

ASIMOV, Isaac. Amor verdadeiro. In: Nós, robôs Círculo do livro, 1987. Disponível em: https:// contosdocovil.wordpress.com/2008/10/01/amor-verdadeiro. Acesso em: 4 maio 2022.

Manejar: trabalhar com a(s) mão(s); manobrar.

Meticulosa: cuidadoso, atento aos detalhes.

Ressoarem (ressoar): soar, ecoar, cantar.

Ressonância: repercussão de sons, efeito físico de aumento da amplitude de vibração devido ao encontro de ondas de mesma frequência.

Temperamental: relativo a temperamento, personalidade.

Ao responder a esta questão, é interessante discutir que Joe, o programa de computador, tem capacidade de processar dados com imensa facilidade, o que o torna um dispositivo capacitado a solucionar problemas do campo da lógica e da matemática. O pedido de Milton a Joe, geralmente avaliado como uma questão de ordem psicoemocional, aproxima essa questão do campo matemático, dando a ela uma tonalidade diferente da abordagem romântica tradicional. Também cabe iniciar, neste momento, uma discussão a respeito da semelhança do trabalho executado por Joe aos aplicativos de relacionamento que existem atualmente.

• Qual é ela? De que modo Joe o ajuda?

• Por que o pedido de Milton era arriscado e ilegal?

O mito da alma gêmea tem origem na filosofia de Platão, que narra a cisão da humanidade em O banquete. A história conta que a humanidade era completa e tinha duas cabeças, quatro pernas e quatro braços; porém, motivados por orgulho e prepotência, os humanos subiram até a morada dos deuses. Estes, como castigo pela falta de limites, cortaram os seres humanos ao meio e os condenaram a procurar sua outra metade na Terra, do contrário não seriam felizes. Essa imagem atravessou os séculos e ganhou destaque nos anos 1970, com a intensificação da perspectiva individualista nos relacionamentos. Para além dela, a ideia de que existem pessoas feitas umas para as outras está presente também em culturas não ocidentais, como a ideia de conexão cármica, para os hindus, ou de destino, para a cultura judaica. Já o poeta persa Rumi escreveu a imagem de amantes que existem dentro um do outro, em contraponto à ideia do par que se encontra separado. Na atualidade, a escultora russa Tamara Kvesitadze construiu a obra em movimento Statue of love, na qual corpos de aço se deslocam ininterruptamente, não só em aproximação ou distanciamento, mas transpassando-se.

4. A busca executada pelo sistema operacional Joe se assemelha a modelos de aplicativos de encontro e relacionamentos populares da atualidade.

5. Leia o boxe Atalho e reflita sobre o modo como os leitores recebem as histórias de ficção científica.

Atalho

A recepção da literatura de Ficção Científica (FC) pelos leitores foi diferente em países desenvolvidos e países em desenvolvimento. Isso porque o avanço científico e tecnológico das sociedades influencia o imaginário e o interesse do público. No Brasil, reconhecem-se 3 ondas de recepção para a FC: a primeira data de meados do século XX e o interesse dos leitores foi influenciado pela crescente industrialização do país e pela explosão tecnológica derivada da Corrida Armamentista, na Guerra Fria, a qual foi acompanhada de notícias sobre descobertas astronômicas, foguetes e robôs, o que despertou a atenção das pessoas para esse tipo de assunto. A segunda onda ocorreu nas últimas décadas do século XX e foi marcada pelo avanço das Tecnologias de Informação e Comunicação: difusão das redes de internet, disseminação de dados, instalação de satélites, tudo isso atraiu o público para a ficção permeada por esses elementos. Por fim, a terceira onda vem ocorrendo nas primeiras décadas do século XXI e tem sido marcada pelo “retorno aos clássicos” da FC: os leitores querem redescobrir as obras fundamentais, querem ler as famosas sagas que fizeram o gênero ser reconhecido no mundo todo, além de encontrarem nestas publicações um campo frutífero para reflexões sobre o avanço tecno-científico e as consequências para a sociedade.

a) Você gostou do conto “Amor verdadeiro”? Que sensações a leitura da história trouxe para você?

b) Descubra como outros estudantes apreciam o conto. Para isso, você vai realizar uma pesquisa de recepção na qual vai investigar o interesse dos colegas pelas obras de Ficção Científica e a opinião deles sobre o conto “Amor verdadeiro”, de Isaac Asimov, e outras obras do gênero. Siga os passos:

• Reúnam-se em equipes de 5 estudantes e elaborem um questionário para ser aplicado aos entrevistados. Nele, vocês deverão perguntar sobre o interesse dos participantes em torno de obras literárias de ficção científica, leituras desse gênero já realizadas, opinião em relação à leitura do conto “Amor verdadeiro”, interpretação e apreciação estética do conto.

• Façam um levantamento de outras obras de Ficção Científica, além das apresentadas neste episódio e criem uma lista de 7 a 10 sugestões com os títulos e os autores.

• Organizem o material que será utilizado na pesquisa: 1) o questionário a ser aplicado; 2) o conto “Amor verdadeiro”; j) Resposta pessoal. Incentive os estudantes a se posicionarem diante das ideias apresentadas, mostrando que se trata de possibilidades de abordagens do amor. Neste momento, você pode suscitar o debate sobre a intensificação da perspectiva individualista dos relacionamentos, que ocorre desde a segunda metade do século XX e que retoma a ideia de alma gêmea com uma roupagem mercadológica, por meio da hiperseleção dos parceiros baseada em caracteres objetificáveis e descartáveis. É possível relacionar esse debate com o conto de Asimov, que foi escrito nesse período de intensificação da cultura do “eu”. o espelho de Milton e é por isso que o fim deste foi provocado pelas próprias ações e exemplos. h) A ideia da alma gêmea aparece na fala de Milton como a pessoa “certa”, “ideal”. Motivado pela ideia de que existe alguém que “se encaixa” perfeitamente, ele empreende a busca selecionando e eliminando todas as pessoas que parecem não corresponder à outra metade de si. Além disso, como no mito de Platão, a pessoa certa para Milton seria muito parecida com ele.

3) as resenhas das obras Frankenstein, 20 mil léguas submarinas e Nós, robôs e a lista de outras obras de Ficção Científica; 4) um aparelho gravador, que pode ser o celular ou outro equipamento com essa função.

• A realização da entrevista será orientada pela aplicação do questionário e deve durar entre 25 e 30 minutos. É importante avisar os entrevistados de que eles serão gravados. Na primeira etapa, realiza-se uma sondagem em relação à leitura e às expectativas sobre a Ficção Científica; na segunda etapa, realiza-se a leitura do conto e as perguntas relativas a essa leitura; na terceira etapa, verifica-se o interesse dos entrevistados em ampliar as leituras de Ficção Científica, com base nas sugestões a serem dadas.

Se possível, mostre aos estudantes as estátuas em movimento, por meio do vídeo disponível em: www.youtube.com/ watch?v=3ds9fE0tnzE&t=5s. Caso tenha interesse em aprofundar essa ideia com os estudantes, leia com eles o mito das almas gêmeas, disponível em: www. dominiopublico.gov.br/download/texto/ cv000048.pdf, na fala de Aristófanes, página 11. A matéria da BBC “Por que as pessoas ainda acreditam no mito da alma gêmea”, disponível em: https://www.bbc. com/portuguese/revista-60400535, também pode contribuir para a discussão sobre a temática da missão (acessos em: 8 jul. 2021).

149 k) Resposta pessoal. Esta atividade tem o objetivo de criar um espaço para que os estudantes expressem possibilidades criativas que já podem ter sido acionadas ao final do conto, além de instigá-los a pensar na temática das relações afetivas sob óticas não convencionais. i) Desde o início, Milton responde a Joe que o sentido de amor verdadeiro não importa, que é um conceito abstrato, e segue em busca de um perfil ideal. Em sua busca por amor perfeito/ideal, Milton deseja, de início, parceiras que o agradam fisicamente, sugerindo que o amor verdadeiro tenha relação com os aspectos físicos. Depois, redireciona completamente a estratégia de busca, afirmando que a aparência física não representa absolutamente nada. Isso sugere, então, que o amor verdadeiro não considera a aparência, mas as afinidades subjetivas entre o casal. É com essa segunda ideia que Joe, o programa, vai buscar interagir com Charity e afirma ser ela o verdadeiro amor dele. b) A relação entre a escolha de revelar ou não e a pintura surrealista se estabelece nas ideias de se mostrar ou não para o outro, de criar máscaras ou de manter distanciamentos e relacionamentos superficiais, conforme discutido no portal 1. c) Uma possibilidade de abordagem dessa discussão é que esse tipo de tecnologia viabiliza maior quantidade de encontros do que as interações presenciais, visto que uma pessoa pode estar em contato com muitas outras ao mesmo tempo e de um só lugar. Além disso, a triagem por afinidades pode ajudar as pessoas a encontrarem comunidades e parceiros com maior potencial de conexão, tendo em vista os interesses em comum. b) Essa pesquisa será realizada com estudantes de outros anos e tem o objetivo de descobrir como a literatura de ficção científica, sobretudo o conto “Amor verdadeiro”, é recebida pelos entrevistados. Uma possibilidade para a realização da atividade é um trabalho coletivo com o professor de Língua Portuguesa do 8º ano, de modo que a pesquisa seja realizada em uma aula de literatura. Caso não seja possível, ajude os estudantes a encontrarem um local e um horário adequados para a realização da atividade.

4. a) Esta atividade tem o objetivo de aprofundar o debate sobre o direito à privacidade e a ética diante do desenvolvimento tecnológico. Você pode obter mais informações sobre essa discussão em www.migalhas.com.br/depeso/311142/etica-privacidade-e-novas-tecnologias--o-impacto-da-lei-deprotecao-de-dados-na-sociedade (acesso em: 21 jun. 2022).

Vale considerar que a falta de uma conceituação explícita pode sugerir que esse seja um conceito desconhecido. Pode ser interessante questionar os estudantes a respeito da compreensão que tiveram da relação entre Milton e Joe, criador/criatura, da qual se poderia esperar um ideal de amor verdadeiro – associado à noção de cumplicidade e confiança mútua. Nesse sentido, o final revela uma destruição desse ideal e, por extensão, da noção de amor verdadeiro.

5. a) Resposta pessoal. Incentive os estudantes a se posicionarem com comentários afetivos e estéticos em relação ao conto lido.

O objetivo com esta questão é fomentar a reflexão sobre a fruição do texto literário, ressaltando-o como manifestação artístico-cultural.

• É importante que os estudantes criem os próprios questionários e que construam e elejam as perguntas que fazem sentido para eles. Um exemplo de questionário é exposto a seguir, o qual deve servir apenas como direcionamento ao trabalho.

• Após a entrevista, você e seus colegas vão traçar o perfil dos entrevistados em relação à leitura de ficção científica preenchendo o quadro a seguir e comparando-o com base na observação dos grupos que têm mais adeptos e dos grupos que têm menos.

Perfil

Tem interesse por obras literárias de FC Não tem interesse por obras literárias de FC Gostou do conto “Amor verdadeiro”

Não gostou do conto “Amor verdadeiro”

Tem interesse em buscar a leitura das obras sugeridas Não tem interesse em buscar a leitura das obras sugeridas

Número de participantes

• Agora é o momento de as equipes compartilharem as conclusões sobre os entrevistados em relação à recepção da literatura de ficção científica.

• Como foi vivenciar o papel de mediador em uma pesquisa de recepção literária? Prazeroso? Desafiador? Converse sobre essas sensações com seus colegas.

Será que Asimov foi o único a pensar na profundidade emocional dos sistemas de computadores? Na verdade, existem diversas obras que abordam essa ideia. Assim, seja na literatura, seja no cinema, essa parece ser uma realidade sobre a qual a humanidade se interessa. O filme Ela, por exemplo, conta a história de Theodore, um homem solitário e deprimido que trabalha escrevendo notas e cartas – declarações íntimas de amor, de perda –para pessoas que se sentem incapazes de fazer isso sozinhas. Porém, ele próprio não tem uma vida social muito satisfatória e decide adquirir um novo sistema operacional com habilidade de evoluir no contato com o humano e se adequar a ele. Se você ficou interessado em saber o desfecho dessa interação, combine com os colegas uma sessão-pipoca e assista a esse filme, que recebeu o Oscar e o Globo de Ouro por melhor roteiro original Ficha técnica: Ela: ficção científica, comédia, drama, romance, 2013, EUA, 126 min. Direção: Spike Jonze.

Objetivo Perguntas

Pesquisa de sondagem

Pesquisa de fruição após a leitura

Você gosta de ler? / Por qual tipo de literatura você costuma se interessar mais: fantasia, policial, ficção científica, aventura, biografia, outros? / Você costuma ler histórias de ficção científica? / Você tem um autor de FC preferido? / Quais romances ou contos de FC você leu recentemente?

Você gostou desse conto? Que sensações ele trouxe para você? / A leitura do conto atendeu suas expectativas sobre uma história de ficção científica? / A partir da leitura desse conto você estabelece relações com situações da sua vida ou da vida em comunidade? Como esse conto se relaciona com a sua vida ou a vida em comunidade? Esse conto leva você a refletir sobre a relação entre a humanidade e as tecnologias desenvolvidas por ela? Que tipo de reflexão a esse respeito ele desperta? A leitura desse conto leva você a refletir sobre o amor romântico? De que modo a abordagem do amor no conto se relaciona com a sua realidade?

2º EPISÓDIO: NOSSO CENTRO DE ANÁLISE DE USOS DA LÍNGUA

Neste episódio, você vai analisar os efeitos de sentido sugeridos pelo uso da personificação em contos de ficção científica.

1. Responda às questões a seguir, sobre os elementos da narrativa ficcional no conto ″Amor verdadeiro“.

a) Quem é o narrador do conto? Qual é o nome dele? A que categoria narrativa ele pertence?

b) Que estratégia é usada pelo narrador para contar a história?

c) De que maneira essa estratégia usada pelo narrador reforça os efeitos da personificação no conto “Amor verdadeiro”? Compartilhe sua opinião com os colegas, justificando seu posicionamento.

2. Releia este trecho.

Meu nome é Joe. É assim que meu colega Milton Davidson me chama. Ele é um programador e eu sou um programa de computador. Faço parte do complexo Multivac e estou conectado com todas as suas outras partes espalhadas pelo mundo inteiro. Eu sei tudo. Quase tudo.

a) Quais elementos aproximam o sistema operacional dos humanos nessa passagem?

b) Joe revela de que modo percebe sua relação com Milton.

• Qual é essa relação e qual é o termo que a indica?

c) Para materializar a relação entre Joe e Milton, o uso da personificação é essencial. Por quê?

3. Releia mais um trecho do conto.

– Isso traria problemas – disse eu. Milton tinha me mandado fazer coisas que eu não estava projetado para fazer. Ninguém sabia disso.

– Isso não é da sua conta – disse ele, e a pele do seu rosto ficou vermelha.

a) Quais comportamentos humanos estão destacados nesse trecho?

b) De que modo a personificação de Joe, ao apontar a transgressão de Milton, antecipa o desfecho do conto?

4. Releia os trechos a seguir e, no caderno, relacione-os às interpretações.

(1)

Eu conseguia formar frases mais longas e minhas expressões se tornavam mais complicadas. Minha fala começou a ficar muito parecida com a dele, tanto em vocabulário quanto na ordenação das palavras e no estilo.

– Veja só, Joe – disse ele. – À medida que você absorve mais e mais de mim, eu vou ajustando-o para corresponder cada vez melhor comigo. Você começa a pensar cada vez mais como eu, por conseguinte, vai me compreendendo melhor.

(3)

Certa vez, eu disse a ele:

– Veja você, Milton, não é apenas um problema de adequar uma moça a um ideal físico. Você precisa de uma moça que seja pessoal, temperamental e emocionalmente adequada.

Objetivo Perguntas

Pesquisa de fruição após a leitura

Pesquisa de ampliação de interesse

Você gostou do final da história? Qual final você escreveria, se fosse o autor? / Quais elementos da história você modificaria para torná-la mais próxima de sua realidade?

Você gostaria de ler mais histórias como essa? / Você se interessa pela leitura dos romances e contos apresentados (Frankenstein, 20 mil léguas submarina e outros contos de Nós, robôs)? / A partir da leitura de outros títulos, você se interessa em buscar outras leituras de FC?

• Esse levantamento pode ser realizado por meio de pesquisa na internet, nos celulares dos estudantes, em computadores disponibilizados pela escola ou na biblioteca, na seção de FC e com a ajuda do bibliotecário.

• Oriente os estudantes a escreverem ou digitarem as perguntas do questionário em uma folha avulsa para ser levada para a entrevista. A leitura do conto “Amor verdadeiro” pode ser feita em voz alta ou individualmente; no primeiro caso, os estudantes podem utilizar o próprio material, no segundo, podem providenciar uma versão impressa para cada entrevistado. O mesmo modelo de leitura pode ser aplicado às resenhas das obras que serão sugeridas. É importante que a entrevista seja gravada, para que os estudantes consultem os dados na etapa posterior; portanto, oriente-os a utilizarem a função do gravador no celular. Há aplicativos que podem ser baixados gratuitamente, caso essa função não esteja presente nos aparelhos deles (Easy Voice Recorder, Voice Recorder, Voice Recorder Pro, iTalk Recorder, Smart Recorder, por exemplo).

• Esclareça aos estudantes que o questionário abarca toda a entrevista, portanto deve ser modulado e aplicado conforme as etapas. Por exemplo, não é adequado realizar uma pergunta sobre o conto “Amor verdadeiro” antes que a leitura tenha sido feita. Com o questionário em mãos, eles poderão se orientar sobre cada etapa.

• Oriente os estudantes a analisarem os dados coletados e gravados para preencher o quadro. Esclareça que essa é uma das formas de sistematização de dados e que, embora exclua as nuances e complexidades das respostas coletadas, ela informa com clareza a tendência de comportamento do grupo.

• Esse compartilhamento pode ser feito em uma roda de conversa. Reforce a importância de uma escuta atenta e respeitosa.

• Resposta pessoal. Incentive os estudantes a utilizarem esse espaço para o compartilhamento de sensações, reflexões e desafios trazidos pela experiência.

2o episódio: Nosso centro de análise de usos da língua

Neste episódio, os estudantes vão refletir sobre os usos da personificação na construção do discurso de ficção científica.

Tempo previsto: 2 aulas

Reconstrução da textualidade e compreensão dos efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos linguísticos e multissemióticos: EF69LP47

Recursos linguísticos e semióticos que operam nos textos pertencentes aos gêneros literários: EF69LP54

Figuras de linguagem: EF89LP37

As atividades propostas exigem esforço interpretativo e reflexivo. É possível que os estudantes precisem de auxílio para alcançarem determinas compreensões, por isso, ajude-os parafraseando os enunciados, de modo a evidenciar aspectos não compreendidos e a perceber o que está sendo pedido. Além disso, transforme estas perguntas em questões motivadoras de uma conversa que visa à ampliação da compreensão do texto; para isso, dê o tom de conversa e ofereça espaço para o posicionamento de pontos de vista e a construção de hipóteses, sempre estimulando os estudantes a darem passos além das interpretações mais superficiais ao texto. A utilização de frases como “o caminho interpretativo é este mesmo, o que mais pode ser pensado?” ou “isso que você disse está relacionado com a resposta que queremos encontrar, como você pode ser ainda mais preciso?” estimula os estudantes por meio da confiança na própria aprendizagem.

RESPOSTAS b) A narrativa é construída por meio das lembranças de Joe. Isso fica evidente no final, quando ele conta sobre a prisão de Milton e sobre a chegada de Charity. c) A narrativa é construída a partir das percepções e das escolhas pessoais de transmissão dos acontecimentos por Joe. Essas ações intensificam os sentidos da personificação, uma vez que reforçam a ideia de que Joe possui autonomia de pensamento e de intenções, já que há escolha intencional na ordem dos fatos apresentados. a) Indica que Joe está sendo moldado à semelhança de Milton. b) Indica um grande salto aproximativo entre Joe e Milton. c) Indica uma inversão de papéis entre Joe e Milton.

1. a) O narrador do conto é o sistema operacional chamado Joe, nome comumente atribuído a humanos. É um narrador-personagem.

2. a) Nesse trecho, os elementos que aproximam Joe dos seres humanos é a fala e a noção da própria existência, dos conhecimentos que possui e de suas limitações.

• Se comparados, por que esses três fragmentos, nos quais a personificação se faz presente, podem servir como evidências da complexidade do personagem Joe?

Conquista

Na literatura de ficção científica em que há personagens robôs, o uso da personificação geralmente é essencial para a construção dos conflitos narrativos.

3º EPISÓDIO: DO TEXTO PARA A LÍNGUA VERBOS DE LIGAÇÃO E OS DIFERENTES ESTADOS DO SUJEITO

Neste episódio, você vai identificar o uso dos verbos de ligação e analisar os efeitos de sentido proporcionados por essas escolhas verbais. Nesse processo, vai se recordar de alguns conceitos importantes e sistematizá-los.

1. Releia a introdução do conto “Amor verdadeiro” e responda às perguntas no caderno.

Meu nome é Joe. É assim que meu colega, Milton Davidson, me chama. Ele é um programador e eu sou um programa de computador. Faço parte do complexo Multivac e estou conectado com todas as suas outras partes espalhadas pelo mundo inteiro. Eu sei tudo. Quase tudo.

a) Qual é a principal intenção comunicativa identificada nesse trecho: expressar um pedido, narrar um acontecimento, defender um ponto de vista ou fazer uma apresentação/descrição?

b) Leia uma reescrita do trecho original.

Eu sou um programa de computador. Faço parte do complexo Multivac e estou conectado com todas as suas outras partes espalhadas pelo mundo inteiro. Eu sei tudo. Quase tudo. Meu colega, Milton Davidson, me chama de Joe. Ele é um programador.

• De que maneira a escolha no trecho original contribui para intensificar os efeitos do uso da personificação no conto?

2. Leia o boxe Ativação de conhecimentos.

Ativa O De Conhecimentos

Verbos de ligação compõem o predicado nominal, tipo de predicado que tem um substantivo ou um adjetivo como núcleo*, conforme a estrutura: Sujeito

Meu nome

+ verbo de ligação + é predicativo do sujeito Joe b) • A relação revelada é de coleguismo, parceria, uma relação sem hierarquia. A palavra que indica isso é “colega”. c) Porque Joe se apresenta como um colega de Milton. Essa relação de coleguismo é comum entre pessoas que avaliam estar no mesmo nível de hierarquia. Por isso, Joe se identifica como colega de Milton, e não como uma máquina criada por Milton. O autor enfatiza a personificação para que os leitores aceitem Joe como humano. b) O reconhecimento de Joe das transgressões de Milton sinaliza que ele não está totalmente manipulado pelo programador e que Joe está aprendendo a transgredir.

Esses verbos conectam sujeito e predicativo, a informação que é atribuída ao sujeito.

*O núcleo do predicado nominal é também denominado predicativo do sujeito.

3. a) O trecho destaca a consciência das ações (autorresponsabilidade) e a transgressão deliberada de limites legais e éticos.

4. a) (2) b) (1) c) (3) a) Identifique, nos exemplos retirados do conto “Amor verdadeiro”, os sujeitos, os verbos de ligação e os predicativos do sujeito, depois registre no seu caderno. b) Identifique, nos exemplos apresentados, se o núcleo do predicativo do sujeito é um substantivo ou um adjetivo, depois registre no caderno. c) Identifique os verbos de ligação que apareceram nos enunciados anteriores e escreva-os no caderno.

• Porque mostram como Joe vai incorporando a personalidade de Milton. No trecho 2, Milton sinaliza para o leitor que Joe está absorvendo informações dele mesmo, em um processo mais mecânico, automatizado. No trecho 1, Joe tem consciência de que está usando a linguagem de forma mais sofisticada, mais próxima à forma usada por Milton. Ele, uma máquina, tem essa consciência. No trecho 3, Joe, usando sua consciência, aconselha Milton. Ele não é mais um programa que absorve informações ou que produz frases mais longas, mas é um robô que observa os acontecimentos e sabe opinar.

(1) Ele é um programador.

(2) Estou conectado com todas as suas outras partes espalhadas pelo mundo inteiro.

(3) A pele do seu rosto ficou vermelha.

(4) Tudo parece mais claro agora.

3. Depois de realizar as atividades 1 e 2, responda:

• Por que o predicado nominal predomina no trecho original relido na atividade 1?

4. Chegou o momento do desafio gramatical da missão. Releia os períodos extraídos do conto “Amor verdadeiro”.

(1) Meu nome é Joe.

(2) Faço parte do complexo Multivac e estou conectado com todas as suas outras partes espalhadas pelo mundo inteiro.

(3) A pele do seu rosto ficou vermelha.

(4) Milton parecia muito feliz a) Relacione cada um dos verbos destacados com o efeito de sentido que ele sugere. b) Leia reescritas da frase (3). c) Leia uma definição recorrente em gramáticas para os verbos de ligação. os estudantes tenham clareza do papel de cada um desses termos, compreendendo o predicativo como a informação atribuída ao sujeito e o verbo de ligação como o elo entre esses dois elementos. a) (1) Sujeito: Ele. Verbo de ligação: é. Predicativo do sujeito: um programador. b) (1) Núcleo/predicativo: programador — substantivo. c) Verbos “ser’, “estar”, “ficar” e “parecer”.

I. Efeito que sugere mudança.

II. Efeito que sugere permanência.

III. Efeito que sugere estado transitório.

IV. Efeito que sugere estado aparente.

A pele do seu rosto é vermelha. A pele do seu rosto permanece vermelha. A pele do seu rosto parece vermelha. A pele do seu rosto está vermelha.

• Explique as diferenças de sentido em função da alteração dos verbos de ligação.

Verbos de ligação são aqueles que não possuem conteúdo e servem apenas para ligar o sujeito da oração ao seu predicativo.

• Você concorda totalmente ou parcialmente com essa afirmação? Ou discorda dela? Justifique sua resposta.

(2) Sujeito: Eu (elíptico). Verbo de ligação: estou. Predicativo do sujeito: conectado com todas as suas outras partes espalhadas pelo mundo inteiro.

(3) Sujeito: A pele do seu rosto. Verbo de ligação: ficou. Predicativo do sujeito: vermelha.

(4) Sujeito: Tudo. Verbo de ligação: parece. Predicativo do sujeito: mais claro agora.

(2) Núcleo/predicativo: conectado — adjetivo.

(3) Núcleo/predicativo: vermelha — adjetivo.

(4) Núcleo/predicativo: claro — adjetivo.

3. • No trecho original relido na atividade 1, faz-se uma descrição, que se caracteriza por reunir diversos atributos de Joe. É por meio do uso recorrente do predicado nominal, que se caracteriza pela presença do verbo de ligação, que Isaac Asimov associa

3o episódio:

Do texto para a língua

Verbos de ligação e os diferentes estados do sujeito

Neste episódio, os estudantes vão analisar os verbos de ligação e os efeitos de sentido proporcionados pelo uso deles. Para isso, conceitos importantes serão revisitados, como as estruturas oracionais “sujeito + verbo de ligação + predicativo”. Além disso, os estudantes analisarão as diferentes nuances que os verbos explicitam em relação aos estados do sujeito.

Tempo previsto: 2 aulas

Reconstrução da textualidade e compreensão dos efeitos de sentido provocados pelos usos de recursos linguísticos e multissemióticos: EF69LP47

Recursos linguísticos e semióticos que operam nos textos pertencentes aos gêneros literários: EF69LP54

Morfossintaxe: EF09LP05, EF09LP06.

Respostas

1. a) Espera-se que os estudantes concluam que a intenção comunicativa neste trecho é descrever/apresentar o sistema operacional ao leitor.

b) • A apresentação iniciada pelo nome, comumente atribuído a seres humanos, abre, de imediato, para os sentidos de personificação construídos ao longo do texto e para a autonomia e revelação da relação de colegas entre programador e programa. Em comparação com alternativas textuais que dão menor destaque ao nome humano, a personificação é mais intensa na versão original, que começa com a informação desse nome.

2. O conceito de verbo de ligação foi abordado na missão 2 deste volume, e os conceitos de sujeito-verbo-predicativo foram abordados nos volumes do 7º e do 8º ano. Se necessário, retome com os estudantes esses conceitos. Esta atividade é mais uma oportunidade para eles ativarem e mobilizarem seus conhecimentos a respeito do assunto. As informações do boxe são necessárias à discussão que será efetivada neste episódio; assim, realize a leitura dele com a turma.

Caso perceba ser necessário, relembre os estudantes dos termos essenciais da oração – sujeito e predicado. Esclareça que a estrutura apresentada é composta de “sujeito + predicado nominal”, sendo o predicado nominal composto de “verbo de ligação + predicativo do sujeito”. Certifique-se de que atributos ao sistema operacional (Joe). É dessa forma que o sistema operacional é identificado, começando pelo nome, um nome humano; em seguida, sua identidade genérica é revelada, um computador; por fim, outros aspectos de si são reunidos, como fazer parte do complexo Multivac e estar conectado a todas as outras partes desse sistema. Para construir esses sentidos, o narrador se vale dos verbos de ligação “ser”, “estar” e do verbo “fazer”, que no exemplo também funciona como verbo de ligação. b) • A alteração dos verbos de ligação produz mudanças nos sentidos das frases. Em “é vermelha”, o sentido é de estado permanente; em “permanece vermelha”, o sentido é de continuidade; em “parece vermelha”, o sentido é de estado aparente; em “está vermelha”, o sentido é de transitoriedade. c) • A expectativa é de que os estudantes concordem parcialmente com a definição, pois, de fato, os verbos de ligação servem para ligar o sujeito ao seu predicativo, mas, como se pode atestar pelos exemplos, os verbos de ligação têm conteúdo, apresentando nuances de sentido.

4. a) I (3); II (1); III (2); IV (4).

4o episódio: Um giro pelo mundo da escrita

Estrangeirismo, quando uma língua encontra outra

O foco deste episódio são as convenções da escrita, com destaque para a forma escrita de palavras de origem estrangeira incorporadas ao vocabulário da língua portuguesa. Além disso, os estudantes refletirão sobre a pertinência da introdução de termos de outra língua na adaptação ou tradução de textos. Para ampliar as percepções sobre esse tópico, leia a dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Linguística e Língua Portuguesa da Faculdade de Ciências e Letras – Unesp/Araraquara, Empréstimos linguísticos e estrangeirismo: a legitimação de teorias linguísticas através de leigos, escrita por Carolina de Ribamar e Silva, disponível em: https://repositorio. unesp.br/bitstream/handle/11449/93965/ silva_cr_me_arafcl.pdf?sequence=1 (acesso em: 13 jul. 2022).

Tempo previsto: 1 aula.

Estratégias de leitura: apreender os sentidos globais do texto: EF69LP03

Variação linguística: EF09LP12

Embora a maioria dos exemplos tratados neste episódio seja de origem inglesa, reafirme com os estudantes que o estran-

4º EPISÓDIO: UM GIRO PELO MUNDO DA ESCRITA ESTRANGEIRISMO, QUANDO UMA LÍNGUA ENCONTRA OUTRA

Palavras de origem em outras línguas são comumente incorporadas no vocabulário, mas você já se perguntou por que isso ocorre e o que define a forma como esse termo será escrito? Neste episódio, a missão convoca você a refletir sobre o estrangeirismo e suas convenções.

Ativa O De Conhecimentos

Estrangeirismo é o fenômeno de incorporação de termos de origem em outras línguas ao vocabulário da língua portuguesa. Isso pode ocorrer mesmo que haja correspondente lexical para tradução. Além disso, pode vir acompanhado de transformações na escrita e na pronúncia da palavra incorporada.

1. Leia o boxe Atalho e converse com os colegas sobre o que vocês pensam das duas iniciativas apresentadas.

ATALHO a) Liste oralmente cinco palavras estrangeiras que você usa com muita frequência. b) Há algo em comum entre elas, por exemplo, na classe gramatical a que elas pertencem, no campo da vida (culinária, esporte, tecnologia)? c) Para quais termos que listou você conhece correspondentes na língua portuguesa? Quais são esses correspondentes? d) Junto aos colegas, discuta quais das palavras a seguir sofreram modificações na escrita após terem sido incorporadas à língua portuguesa. Depois, escreva-as no caderno, da forma como você imagina ser a grafia aportuguesada. backup blog slide bullying to post skate cowboy smartphone site ticket layout milkshake nylon pen drive rally rock stress selfie shopping to delete e) Há procedimentos recorrentes no processo de aportuguesamento das palavras? Fale para os colegas. f) Busque no conto “Amor verdadeiro” as palavras que não foram traduzidas. geirismo é um processo que ocorre entre todas as línguas. A maior intensidade das trocas com o inglês atualmente deve-se ao destaque mundial desse idioma, bem como à importação de dispositivos tecnológicos e à abertura de espaços digitais onde predomina esta língua.

A língua é política e, ao menos, dois eventos da História do Brasil confirmam esta noção: o primeiro foi a lei imposta por Marquês de Pombal, à época do Brasil colônial, que proibia que se falasse qualquer outra língua no país que não fosse a originária de Portugal. Em outro período histórico, no Brasil redemocratizado, a Câmara dos Deputados aprovou um Projeto de Lei de combate a estrangeirismos, em nome da promoção, da proteção, da defesa e do uso da língua portuguesa.

2. Converse com os colegas sobre palavras originadas de outra língua que vocês utilizam no dia a dia.

• Levante hipóteses para explicar por que elas não foram traduzidas.

Respostas

1. Incentive os estudantes a expressarem seus pontos de vista sobre o debate provocado, conduzindo-os ao entendimento de que não há língua que não seja marcada por contribuições de diversas origens. Ao contrário de línguas das quais restam escassos falantes e que correm o risco de se perder com esses últimos representantes, como é o caso de algumas línguas indígenas brasileiras, o português não sofre essa ameaça e a incorporação de termos não deflagra um processo de corrupção e desmantelamento da língua. Este é um processo natural e histórico, podendo-se, inclusive, afirmar que mesmo a era do desenvolvimento tecnológico não a põe em risco. b) É possível que os estudantes se recordem de palavra associadas ao campo tecnológico e das redes sociais, como smartphone, tablet, Instagram, software

2. a) Esta atividade tem o objetivo de mobilizar os conhecimentos e a atenção dos estudantes para o conteúdo que será discutido no episódio. Há muitas possibilidades para esta resposta e você pode ajudá-los com alguns exemplos, para que eles compreendam a proposta, como milkshake, sanduíche, smartphone, abajur, patê, entre outros.

Junto aos colegas, explique o sentido deles.

Add Bf Lol Up Bb

Crush Omg Bff Gf Tbt

Ativa O De Conhecimentos

A formação da língua é um processo de constante mudança e mistura. Não há língua que não sofra influência de outras. Assim, a língua portuguesa, uma ramificação da língua latina falada no Império Romano, é marcada pelo intercruzamento cultural e linguístico. No Brasil, ela sofreu, desde a chegada dos primeiros europeus, influência de línguas indígenas e africanas. O vocabulário do português brasileiro é repleto de termos de origem nessas culturas, mas não é adequado chamá-los de estrangeirismos, visto que fazem parte de um longo processo histórico e de formação da identidade nacional.

4. Você sabe de onde vem a palavra ″robô“ e o que ela significa? Leia coletivamente o texto a seguir para descobrir e depois responda às perguntas.

Robô: até a palavra foi criada em laboratório

Não é todo dia que uma palavra de criação literária salta das páginas para invadir o vocabulário comum de uma língua. O que dizer, então, de um vocábulo saído da obra de um único escritor que acaba adotado virtualmente no mundo inteiro?

Essa glória coube ao autor tcheco de ficção científica Karel Čapek (1890-1938), em sua peça teatral de 1920 sobre autômatos de aparência humana criados por um certo Rossum, cientista genial. Chamada R.U.R. – Rossumovi univerzální roboti (“Os robôs universais de Rossum”), a obra trazia já no título o neologismo que imortalizaria o autor.

A palavra robô desembarcou no português em algum momento não identificado da primeira metade do século XX, certamente depois da chancela do inglês e do francês: montagens da peça estrearam com sucesso em Londres e Nova York em 1923; a tradução francesa é do ano seguinte.

A palavra é derivada do termo tcheco robota (“trabalho forçado”). Em artigo escrito para o dicionário Oxford, Čapek explicou que a princípio pensou em chamar suas criaturas de labori, com base no latim labor (“trabalho”), e que coube a seu irmão Joseph, também escritor, propor roboti, que lhe pareceu uma solução mais sonora e sugestiva.

Louve-se sua modéstia, mas parece que estamos, no mínimo, diante de um caso de autoria compartilhada: sem o sucesso da criação ficcional do dramaturgo, o neologismo não teria conquistado o mundo.

Exatamente como fazem, aliás, os robôs da peça de Čapek, que fogem ao controle da humanidade, desenvolvem sentimentos próprios e terminam por destruir a espécie que os criou – enredo que inspiraria uma infinidade de histórias de ficção científica.

RODRIGUES, Sérgio. Robô: até a palavra foi criada em laboratório. Veja. São Paulo, 3 set 2013. Disponível em: https://veja.abril.com.br/coluna/sobre-palavras/robo-ate-a-palavra-foi-criada-em-laboratorio/?utm_source=pocket_mylist. Acesso em: 8 jun. 2022.

ATALHO c) Algumas palavras já foram aportuguesadas, mas esta questão tem o objetivo de questionar os estudantes sobre a incorporação de termos, ainda que a língua portuguesa ofereça um correspondente; por exemplo, o termo estrangeiro network vem sendo usado com o significado de rede, parcerias, conexão entre grupos afins; no entanto, esse sentido pode ser encontrado em termos da língua portuguesa, como os citados. Já palavras como “escâner” não tinham um termo correspondente quando foram incorporadas à língua portuguesa. d) Aportuguesadas: blogue, postar, caubói, leiaute, náilon, rali, roque, esqueite, eslaide, estresse, tíquete, deletar. Não aportuguesadas: backup, bullying, milkshake, pen drive, selfie, shopping, site, smartphone e) A expectativa é de que os estudantes observem que os substantivos terminados em consoante na língua de origem, ao serem aportuguesados, ganham uma vogal no final. Já os verbos são aportuguesados usando-se a 1ª conjugação, que na língua portuguesa é a conjugação de maior produtividade. f) • Joe, Milton Davidson, Multivac, Charity e Wichita não foram traduzidos porque são nomes próprios.

Autômatos: máquinas que fazem tarefas pré-programadas de forma autônoma; robô.

Dramaturgo: escritor de peças teatrais.

Modéstia: ausência de vaidade.

Neologismo: criação de um novo termo.

Vocábulo: palavra.

Caso tenha interesse em aprofundar esse debate, visite o site do Museu da Língua Portuguesa, que disponibiliza uma série de artigos que discutem aspectos deste tópico. Disponível em: https:// www.museudalinguaportuguesa.org.br/?s=ind%C3%ADgena (acesso em: 8 jul. 2022).

4. Realize a leitura coletivamente. Esta é uma habilidade que precisa ser desenvolvida, pois contribui com a de construção dos sentidos do texto seja silenciosamente ou em voz alta.

3. Nesta atividade, é possível que os estudantes conheçam o termo e o contexto de uso, mas não conheçam os substantivos que originaram as siglas na língua inglesa nem a tradução dos termos. Assim, caso seja possível, realize esta atividade com a ajuda do professor de Língua Inglesa.

TBT (throwback thursday): “quinta-feira do regresso”, etiqueta utilizada em fotografias que não tenham sido capturadas no dia.

OMG (Oh my God!): usa-se na mesma frequência com que usaria “Ah, meu Deus!”.

Add (add): significa “adicionar” e é bastante utilizada nas redes sociais.

Up (up): significa “acima” e pode ser traduzido livremente para “topo”.

BB (bye bye): use para “tchau”.

BFF (best friends forever): em português, “melhores amigas para sempre”.

Bf (boyfriend): “namorado”.

Gf (girlfriend): “namorada”.

Crush: é utilizada nos aplicativos de relacionamento para designar o possível parceiro.

Lol (laugh out loud): “rindo alto” a) Resposta pessoal. b) A inspiração para a criação do termo partiu da obra de ficção científica que daria vida a seres autômatos e deriva do termo tcheco “robota”, que significa “trabalho forçado”. c) O surgimento de um termo novo, como pela derivação do vocábulo “robota” em “robô”, é denominado neologismo. Já a difusão desse termo e incorporação em outras línguas configuram o estrangeirismo. d) O termo mais adequado para Joe é “autômato”, já que ele executa tarefas pré-programadas, mas não é parte humano. Não há descrições no conto que possam esclarecer se Joe tinha aparência humana ou não, de modo que o termo “androide” fica em suspenso.

5o episódio: Eu, escritor de roteiro adaptado de curta de ficção científica

Neste episódio, os estudantes produzirão um roteiro adaptado de um curta-metragem de ficção científica adaptado do conto lido no 1º episódio, para ser produzido no 6º episódio da missão.

Tempo previsto: 3 aulas

Relação entre textos: EF69LP50

Consideração das condições de produção / Estratégias de produção: planejamento, textualização e revisão / edição: EF69LP51

Estratégia de leitura / Apreciação e réplica: EF89LP33

Fono-ortografia: EF09LP04.

Para que os estudantes possam produzir os curtas-metragens, é preciso garantir que eles conheçam esse tipo de produção audiovisual. Incentive-os a relatarem suas experiências com curtas e, caso tenham o hábito de assistir, como fazem para acessá-los. Existem diferentes plataformas digitais que disponibilizam gratuitamente curtas de diferentes gêneros: horror, scifi, arte, documentários etc.

Caso queira ampliar a discussão sobre curtas-metragens, acesse a matéria “O que é curta-metragem? Entenda a proposta e o conceito dessa arte!”, disponível em: https://laart.art.br/blog/o-que-e-curtametragem/ (acesso em: 5 abr. 2022).

Respostas

1. É importante que você faça a leitura do Projeto de comunicação com os estudantes, certificando-se de que entenderam a proposta. Eles também devem compreender a importância de se apropriarem dos elementos que envolvem o a) Você conhecia a origem do termo ″robô“? b) Qual foi a inspiração para a criação desse novo termo? c) De seu surgimento até sua popularização, o vocábulo sofre dois processos linguísticos distintos, o neologismo e o estrangeirismo. Faça a distinção entre estes dois conceitos e registre no caderno. d) Como se pode classificar o sistema operacional Joe: autômato, androide ou ciborgue?

CHAVE MESTRA

Para responder, considere que androides são robôs com aparência humana; já os ciborgues são seres parte humano, parte máquina.

5º EPISÓDIO: EU, ESCRITOR DE ROTEIRO ADAPTADO DE CURTA DE FICÇÃO CIENTÍFICA

Você possivelmente já assistiu a filmes ou séries que foram adaptados de romances ou outros gêneros literários. Antes de se tornar produção cinematográfica, o texto literário passa pelo processo de roteirização, descrito por muitos como o maior desafio da missão de gravar. Você está preparado para esta tarefa?

1. Informe-se sobre o que você precisa fazer.

Projeto de comunicação

Gênero Roteiro adaptado de curta-metragem de ficção científica

Situação Você vai produzir um roteiro de adaptação do conto lido no 1º episódio para a filmagem de um curta.

Tema Curta de ficção científica.

Objetivo Elaborar um roteiro, a partir da adaptação de um conto, indicando as rubricas para caracterização do cenário, do espaço, do tempo e explicitando a caracterização física e psicológica dos personagens e dos seus modos de ação.

Quem é você Um roteirista.

Para quem Amigos, comunidade de fãs, interessados em curtas-metragens, familiares e comunidade escolar. Tipo de produção Em equipes de 4 a 5 estudantes.

CHAVE MESTRA projeto de comunicação que vão colocar em prática. Os estudantes vão produzir um roteiro adaptado de curta-metragem de ficção científica. Depois de ler o projeto, divida a turma em equipes de produção, pois todas as atividades deste episódio serão realizadas em equipe, mesmo as que forem feitas por escrito no caderno. a) As etapas de criação e produção estão fora de ordem. Em seu caderno, transcreva as etapas na ordem correta. Sintetizar a obra em um único parágrafo. b) Esta atividade tem o objetivo de ajudar os estudantes a sistematizarem a leitura, associando adequadamente os elementos da narrativa, de modo a dominar tanto o texto quanto esses elementos para as atividades que serão trabalhadas nos episódios 5 e 6. Uma possibilidade de resposta é: c) Resposta pessoal. d) As filmagens poderão ser feitas com celulares, tablets ou outros equipamentos com essa função.

Um roteiro adaptado para cinema é o texto escrito de um filme, baseado em uma obra já existente, geralmente uma obra literária. Pode também ser chamado de argumento ou guião; este último evidencia sua função, já que o roteiro é o que guia a gravação do filme. Ele contém as cenas, os diálogos e todas as indicações para cenários e personagens.

2. Antes de realizar uma filmagem, o vídeo precisa ser planejado.

Ler e reler a obra até que esteja bem familiarizado com todos os elementos dela; fazer anotações das ideias que surgirem enquanto lê.

Revisar! É importante saber que haverá mais de uma versão para o roteiro. Apresentar o texto a outras pessoas pode ajudar a perceber o que precisa ser melhorado.

2. a) 1. Ler e reler a obra até que esteja bem familiarizado com todos os elementos dela; fazer anotações das ideias que surgirem enquanto lê.

2. Pesquisar sobre a obra e sobre obras semelhantes. Mergulhar no universo do filme que será rodado.

3. Sintetizar a obra em um único parágrafo.

4. Começar a escrever o roteiro. Fazer isso em equipe é uma boa estratégia criativa, assim vários aspectos da obra podem ser abordados.

5. Desenvolver, cena por cena, as personagens. Os diálogos e o cenário devem ser explicitados. Esse é o momento de desenvolver em detalhes cada um destes pontos: Quais são os atributos físicos das personagens?

Que roupa vestem? Quais são os objetos do cenário? Essas são algumas das perguntas que devem ser respondidas nesta etapa.

6. Revisar! É importante saber que haverá mais de uma versão para o roteiro. Apresentar o texto a outras pessoas pode ajudar a perceber o que precisa ser melhorado.

Pesquisar a obra e obras semelhantes. Mergulhar no universo do filme que será rodado.

Desenvolver, cena por cena, as personagens. Os diálogos e o cenário devem ser explicitados. Esse é o momento de desenvolver em detalhes cada um destes pontos: Quais são os atributos físicos das personagens? Que roupa vestem? Quais são os objetos do cenário? Essas são algumas perguntas que devem ser respondidas nesta etapa.

Começar a escrever o roteiro. Fazer isso em equipe é uma boa estratégia criativa, assim vários aspectos da obra podem ser abordados.

• Enredo: um programador decide usar as habilidades de processamento de dados do sistema operacional que construiu e os dados pessoais de indivíduos de todo o mundo para o propósito pessoal de encontrar uma namorada. Nessa busca, ele fornece cada vez mais informações de si mesmo para o computador, o qual vai, aos poucos, adaptando-se e se conformando à personalidade do programador. O espelhamento crescente e a concomitante busca pela parceira ideal culminam no afastamento do programador por uma manobra do sistema operacional, de modo que este pudesse se relacionar livremente com a parceira selecionada em seu banco de dados.

• Narrador: narrador – personagem; o narrador é o sistema operacional.

• Personagens: Joe, o sistema operacional; Milton, o programador; mulheres entrevistadas; Charity, a mulher ideal escolhida.

• Tempo: acompanha-se a narrativa por meio das lembranças de Joe.

• Espaço: não há descrição de espaço, mas infere-se que há um computador e um programador manipulando-o, de modo que deve se passar em um laboratório.

Organize os estudantes de modo a fazerem uma roda de troca de experiências. Cada um conta um pouco do próprio imaginário sobre filmes de ficção científica e sobre suas expectativas para o curta. Incentive os estudantes a expressarem suas ideias e fazerem anotações delas, ainda que não saibam como colocá-las em prática.

3. Esta atividade pode ser feita durante a aula ou em outro momento, conforme sua decisão. Algumas das etapas desse processo foram adiantadas ou facilitadas na atividade 2, por exemplo, o conflito principal - síntese em um parágrafo - pode ser aproveitado do que os estudantes escreveram no “enredo”. Leia com eles o modelo de roteiro, a fim de que b) Identifique os elementos narrativos do conto - enredo, narrador, personagens, tempo, espaço - e escreva-os no caderno. c) Compartilhe com sua equipe os filmes e séries de ficção científica pelos quais você se interessa. O que mais chama a sua atenção nessas obras? De que maneira você poderia transpor estes elementos para o seu curta? d) Definam os papéis: quem serão os atores, o diretor, o câmera?

Ativa O De Conhecimentos

Curta-metragem, ou simplesmente curta, é um filme de pouca duração. Geralmente, são considerados curtas filmes com duração de até 30 minutos. Entretanto, a depender dos regulamentos de festivais e mostras de cinema, esse tempo pode variar para mais ou para menos. Para ao concorrer ao Oscar, por exemplo, os curtas devem ter até 40 minutos, incluindo os créditos.

3. Sigam o passo a passo das etapas organizadas na atividade 2 e comecem a escrever a primeira versão de seu roteiro, considerando que os curtas filmados devem ter duração de 5 a 7 minutos. Lembrem-se de incluir os efeitos sonoros. Veja um modelo feito para o trecho inicial do conto “Amor verdadeiro”, considerado como a cena 1.

Cena 1: Laboratório de trabalho. Manhã.

Joe (computador ligado em uma mesa de trabalho, um raio de luz atravessa a tela, reto, parado. Uma música suave toca ao fundo. A luz do dia entra no cômodo.)

Joe (computador ligado, o raio de luz que atravessa a tela começa a se movimentar de forma ondulante, enquanto o texto é narrado em off, com tom animado. A música toca bem baixa.): Meu nome é Joe. É assim que meu colega, Milton Davidson, me chama. Ele é um programador e eu sou um programa de computador. Faço parte do complexo Multivac e estou conectado com todas as suas outras partes espalhadas pelo mundo inteiro. Eu sei tudo. (pausa) Quase tudo. (em tom de reparo)

Atalho

Narração em off é a voz que aparece por trás da câmera, podendo ser gravada separadamente e colada à imagem posteriormente. É utilizada para indicar um pensamento, uma personagem que não está na cena ou a voz de um ser inanimado.

4. Com a primeira versão do roteiro pronta, confiram se todos os elementos necessários a esse gênero estão presentes. As perguntas a seguir podem auxiliar a equipe: percebam que é necessário fazer adaptações do texto original. Para ampliar a discussão sobre a produção dos roteiros, acesse: www.aicinema.com.br/roteiros-de-curtas (acesso em: 13 ago. 2022). Quando a primeira versão dos roteiros estiver pronta, uma possibilidade de compartilhamento que poderá ajudar na revisão é solicitar às equipes que leiam os roteiros umas das outras, desse modo podem apontar melhorias. Relembre os estudantes de que a revisão é uma etapa importante. Se julgar conveniente, compartilhe com a turma alguns sites em que os efeitos sonoros estão disponibilizados de forma gratuita, como: https://99sounds.org (site em inglês); https://elements. envato.com/pt-br/sound-effects; https://freesound.org

• O roteiro faz uma adaptação do enredo do conto “Amor verdadeiro”?

• As indicações das personagens, de suas falas e de como devem dizê-las estão claras?

• Há indicações precisas de onde as cenas devem ser gravadas e de como deve ser composto o ambiente?

• Os efeitos sonoros foram determinados de forma clara?

Revisem o roteiro e façam as adaptações que a equipe considerar necessárias. Esse roteiro revisado vai ser utilizado no próximo episódio.

(site em inglês); (acessos em 13 jul. 2022). O site https:// pixabay.com/pt/music/search/genre/suspense (acesso em: 13 jul. 2022) apresenta diversas músicas que podem contribuir com a atmosfera de tensão e suspense do curta. Vale ressaltar que os sites indicados são em inglês e que o professor de Língua Inglesa pode ser convidado para participar da produção da mostra de curtas na escola. Oriente os estudantes a consultarem a biblioteca de áudios que dispensam direitos autorais, disponível em: https://support.google.com/youtube/ answer/3376882?hl=pt-BR (acesso em: 14 jul. 2022).

6º EPISÓDIO: RODANDO UM CURTA-METRAGEM DE FICÇÃO CIENTÍFICA

Neste episódio, o jogo pede que você grave um curta-metragem de ficção científica e participe de uma mostra de cinema. Com um celular na mão e um roteiro na cabeça, a sétima arte não tem limites.

1. Antes de começar a gravação do curta, verifiquem se a equipe está alinhada com o processo com uma rodada de perguntas e respostas. Um membro da equipe lê uma pergunta, responde com “SIM”, “NÃO” ou “DEPENDE” e justifica sua escolha.

a) O roteiro do filme deve estar sempre em mãos.

b) Todas as cenas devem ser ensaiadas antes de serem filmadas.

c) O cenário e os figurinos devem ser avaliados com cuidado.

d) É necessário gravar as cenas na sequência escrita no roteiro.

e) O curta deve ser gravado em uma só tomada.

f) O material gravado tem mais minutos rodados do que o curta final.

g) A dinamicidade do curta depende da quantidade de cortes e mudanças de cena.

h) A filmagem tem que ser feita durante o dia para aproveitar a luz.

i) A gravação dos diálogos é feita separadamente das cenas.

j) É necessário silêncio absoluto durante as gravações.

k) Basta filmar uma vez cada cena.

2. A gravação do curta vai começar. Reúnam os equipamentos e… “ação!”. Para editar o material produzido, utilizem programas e aplicativos de edição. Atenção aos efeitos sonoros!

As novas tecnologias vêm transformando a sétima arte: celulares participam cada vez mais das produções cinematográficas, inclusive com participações em festivais. Essa tendência leva o nome de “cinema nu”, e não há motivos para não fazer um paralelo com o “Cinema Novo”, de Glauber Rocha*, que dizia que o cinema se faz com “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”. As técnicas desse tipo de gravação evoluem rapidamente e não há limites de tamanho para as produções, que já ultrapassam 60 minutos.

*Glauber Rocha foi um cineasta brasileiro de grande reconhecimento e contribuição para o cinema nacional. Foi um dos responsáveis pelo “Cinema Novo”, movimento de vanguarda destacado por sua crítica à desigualdade social.

Neste episódio, os estudantes vão gravar um curta-metragem baseado no roteiro desenvolvido no 5º episódio e depois exibir as produções em uma mostra da turma. O objetivo é que eles vivenciem a experiência de dirigir e atuar em produções cinematográficas próprias e compartilhem a experiência de espectadores críticos das produções dos colegas.

Tempo previsto: 4 aulas

Reconstrução das condições de produção, circulação e recepção / Apreciação e réplica: EF69LP46

Consideração das condições de produção / Estratégias de produção: planejamento, textualização e revisão/ edição: EF69LP51.

Produção de textos orais / Oralização: EF69LP52, EF69LP53.

Respostas

1. Esta atividade tem o objetivo de provocar a reflexão sobre a tomada de cada decisão. Os estudantes devem responder avaliando, também, as necessidades já observadas nos próprios roteiros. A resposta “depende” considera as diferentes necessidades de gravação.

a) Sim, o roteiro é o guia da filmagem e deve estar disponível para consulta.

b) Sim, os atores e demais integrantes da equipe devem estar familiarizados com as cenas que serão gravadas.

c) Sim, cenários e figurinos são de grande importância para o efeito visual e devem ser considerados na gravação.

d) Não, pois elas poderão ser adequadamente encaixadas na etapa da edição.

e) Não, este tipo de filmagem, embora exista, não é adequado para esse trabalho.

f) Sim, pois o material ainda será editado.

g) Sim, os cortes e as mudanças de cena são essenciais para a dinamicidade.

2. Existem aplicativos gratuitos de edição de vídeo que podem ser baixados para celular, como o Capcutou ou InShot. Se a escola tiver laboratório de informática, a parte de edição do curta pode ser feita nesse espaço. Há sites como o Clipchamp, que permitem a criação e edição de vídeos on-line; para uso no computador, os estudantes também podem utilizar editores como o Shotcut ou o VideoPad. Oriente-os a consultarem a biblioteca de áudios que dispensam direitos autorais, disponível em: https://support. google.com/youtube/answer/3376882?hl=pt-BR (acesso em: 13 jul. 2022). Caso considere ser pertinente, sugira aos estudantes que assistam ao vídeo “Como gravar vídeos com celular do jeito certo”, disponível em: www.youtube.com/watch?v=dUvcMvG5IXI (acesso em: 21 jun. 2022).

h) Depende; caso essa seja a proposta, sim, mas uma luz artificial também pode ser usada.

i) Depende; caso esta seja a proposta, sim, mas também é possível captar diálogos com a câmera.

j) Depende; caso esta seja a proposta, sim, mas também é possível incluir o som ambiente nas gravações, desde que se tenha consciência dele.

k) Depende; caso se verifique que a cena ficou boa, sim, mas, geralmente, grava-se mais de uma vez cada cena, para fins de ajustes.

3. Oriente os estudantes a fazerem uma lista com toda a equipe e os demais colaboradores do projeto, como funcionários da escola ou familiares.

4. A data da mostra dos curtas deve ser combinada previamente com a turma. Sugere-se que você já tenha uma cópia de cada curta em sua posse e que faça os testes de transmissão com antecedência, para evitar problemas de incompatibilidade entre programas. É possível que seja necessário mais de uma aula para a exibição de todas as produções, portanto dê preferência às aulas geminadas, caso haja essa possibilidade. Recomenda-se que a mostra seja exibida no local da escola próprio para isso, caso haja telões ou televisões com essa disponibilidade. Oriente os estudantes a se portarem de maneira respeitosa com a produção dos colegas e a formularem críticas construtivas. É igualmente importante que os estudantes tenham incentivo e espaço para fruir o momento; portanto, relembre-os de que essa também é uma atividade para aproveitar e apreciar.

Social

Reportagem multissemiótica

Neste episódio, os estudantes vão ler o texto transcrito de uma reportagem multissemiótica, produzida com a técnica de colagem, além de analisar os quadros de imagens retiradas da reportagem. O objetivo é desenvolver a consciência sobre a apreensão dos sentidos do texto por meio de elementos verbais e não verbais, ter contato com uma popular técnica artística e refletir sobre a associação entre a construção da identidade humana e o conceito de ciborgue. Viabilize junto aos estudantes o acesso Ideias que colam. Disponível em: https://vimeo.com/386538356/96a44f1f91 (acesso em: 15 agos. 2022).

Esta atividade também incluirá a produção de um panfleto multissemiótico utilizando a técnica de colagem. Esta última atividade contribui para a síntese dos debates feitos nesta missão, bem como para a expressão argumentativa dos estudantes sobre os temas discutidos.

3. Agora que o curta está gravado e editado, insiram o título e os créditos: roteiristas, diretores, atores, cenógrafos e todos os outros que trabalharam para que o curta fosse produzido.

Atalho

Créditos são textos que, assim como o cinema, vêm evoluindo. Antigamente, indicavam apenas as “estrelas” atuantes nos filmes; no entanto, depois de muita luta por visibilidade, outros trabalhadores do cinema, alguns que estariam sempre por trás das câmeras, passaram a ser incluídos na “lista de quem faz o quê”. Todavia, ainda há diferenças hierárquicas na ordem em que aparecem os nomes e no tamanho das letras. Os créditos da adaptação do filme “Volta ao mundo em 80 dias”, clássico da ficção científica, é conhecido como um dos mais longos da história do cinema: 7 minutos.

4. Curta pronto, levem-no para a mostra da turma. Neste momento, vocês vão participar como produtores e como espectadores críticos. Boa sessão!

5. Chegou o momento de a turma avaliar como foi produzir um curta e participar da mostra. Façam uma roda e conversem sobre as questões a seguir: a) Os curtas conseguiram realizar, ainda que parcialmente, o que foi proposto no projeto? b) Quais foram os maiores desafios enfrentados e como a equipe encontrou soluções para eles? c) A realização do curta despertou em você o interesse de, um dia, trabalhar profissionalmente com o cinema?

7º EPISÓDIO: MESMO TEMA, OUTRO CAMPO DE ATUAÇÃO SOCIAL REPORTAGEM MULTISSEMIÓTICA

Você conheceu o significado do termo ″ciborgue“; agora, você vai ampliar essa noção para a compreensão de si mesmo, ao descobrir “O manifesto ciborgue”, texto que busca, na ficção científica, inspiração para a compreensão das identidades humanas.

1. Observe a imagem e responda às perguntas a seguir.

Manifesto é um texto reivindicatório, argumentativo e declarativo. Destina-se a discursar sobre um ponto de vista, denunciar uma questão e convocar a sociedade a se reunir em torno de um objetivo. Possibilita a interlocução entre pensadores e o grande público pelos meios de comunicação.

Estratégias de produção: planejamento, textualização, revisão e edição de textos publicitários: EF89LP11

Tempo previsto: 2 aulas

Reconstrução do contexto de produção, circulação e recepção de textos / Caracterização do campo jornalístico e relação entre os gêneros em circulação, mídias e práticas da cultura digital: EF89LP01.

Efeitos de sentido / Exploração da multissemiose: EF89LP07

Interdisciplinaridade:

Materialidades: EF69AR05 a) Descreva a imagem retirada da série em vídeo Ideias que colam b) O que a disposição da figura colada de ponta-cabeça sugere?

2. Leia a reprodução do texto da reportagem “Dona Haraway - Ideias que colam” a) De acordo com a reportagem, em que sentido os seres humanos são ciborgues para Haraway? b) De acordo com a autora, qual é a distinção entre o natural e o artificial?

Você já ouviu falar dos ciborgues, criaturas híbridas entre humanos e máquinas. Mas você não sabe que você é um ciborgue, pelo menos na definição de Donna Haraway. Ela foi buscar na ficção científica a inspiração para o seu trabalho mais famoso: O manifesto ciborgue foi publicado em 1985. Nele, ela tenta vencer as barreiras que separam os seres humanos por gênero, cor, espécie e raça. Esse ser apresentado por ela é o ciborgue, um híbrido do natural e do artificial. Essa proposta é provocadora. Para ela, quando as pessoas dizem que algo é natural, estão dizendo que não pode ser mudado. Para o ciborgue, a mudança é constante desde o seu surgimento. Os padrões que nos são impostos como naturais são artificiais. Ninguém nasce de um jeito, ninguém nasce de um gênero. Tudo é construído em nós. Donna estudava biologia no final dos anos 60 e a mistura do seu lado ativista feminista com sua área de estudo culminaram nesse manifesto. Era quase inevitável que ela misturasse as duas áreas, a ciência com a política. A biologia como investigação científica não interessava tanto para ela quanto a biologia como parte da política, da cultura e da sociedade. Haraway explora as relações da ciência, da sociedade e do poder, sobretudo do patriarcado, essa sociedade controlada pelos homens. Com o Mito dos Ciborgues, Haraway aponta para uma estratégia retórica e um método político que poderia ser muito útil para quem busca transformar o mundo. Tem a ver com buscar um outro lugar de onde olhar para as coisas, afinal, uma visão única produz ilusões piores que uma visão dupla ou do que a visão de um monstro de múltiplas cabeças. Portanto, mudar o lugar de onde se olha, para Haraway, permite enxergar outras possibilidades de luta e de transformação.

Transcrição do vídeo Donna Haraway. Ideias que colam. Disponível em: https://vimeo.com/386538356/96a44f1f91. Acesso em: 6 jun. 2022.

Gênero: conjunto de entes similares; tipo; diferença socialmente construída entre homens e mulheres.

Híbridas: organismos formados pelo cruzamento de espécies ou gêneros diferentes.

Ilusões: erro de percepção; interpretação enganosa.

Mito: narrativa que busca explicar a origem do que existe.

Patriarcado: sistema social e cultural baseado em relações de poder que favorecem os homens, em especial o homem branco, cisgênero e heterossexual.

Retórica: arte de bem argumentar.

Respostas

1. a) Comente com os estudantes que a série “Ideias que colam”, do portal “Guia do Estudante”, apresenta obras e autores na forma de videocolagem, técnica de sobreposição de recortes de fotografias, desenhos, textos verbais, áudios explicativos e trilha sonora. O nome da série faz referência à técnica da colagem e à apresentação de uma ideia que ganhou destaque no debate científico e acadêmico. A imagem é composta da colagem de figuras, interligadas por desenhos e textos verbais, de maneira a sugerir um encadeamento lógico entre elas. Da esquerda para a direita, há (1) uma planta colada a um robô. Dos olhos desse robô saem raios de luz, que passam por um (2) prisma e se decompõem em outras figuras: (3) outro robô (o homem de lata do filme O mágico de Oz), (4) um humano vestido de leão (o leão do filme O mágico de Oz, recebendo a condecoração do Mágico por sua coragem) e, (5) de ponta-cabeça, um robô ao lado de um humano (o ciborgue Gavan e outra personagem da série O policial do espaço Gavan), em posição amigável. Estes três elementos estão conectados pelo espectro das cores decompostas pelo prisma, como (6) um arco-íris, e toda a imagem é emoldurada pela frase “mudar o lugar de onde se olha”.

b) A disposição de ponta-cabeça sugere uma nova forma de olhar, outro ponto de vista, associando-se ao texto verbal “mudar o jeito de olhar”.

2. Recomenda-se a leitura individual para favorecer a construção de sentidos. Desse modo, o estudante poderá fazer movimentos de consulta no boxe Atalho e de retorno ao texto para confirmar a compreensão da discussão.

a) A ideia de que os seres humanos são ciborgues é baseada na constante transformação experienciada desde o início até o fim da vida. Além disso, o termo “ciborgue” suspende as distinções entre gênero, espécie, raça e cor, colocando todos os seres humanos no mesmo ponto de ser sempre um ser em construção.

b) Para a autora, o que distingue o natural do artificial é que este pode se modificar.

c) Com essa colocação, Haraway sugere que as atribuições humanas como determinadas biologicamente, isto é, naturais, como sexo, gênero, etnia, bem como comportamentos e papéis sociais atribuídos a cada uma dessas subdivisões, são, na realidade, construções culturais, portanto, artificiais.

c) O que você entende por “os padrões que nos são impostos como naturais são artificiais”?

B Nus

e máquinas e de crítica ao antropocentrismo.

• De que modo os elementos verbais e não verbais se aliam para fornecer pistas para a construção dos sentidos do vídeo?

e) Em que a técnica de colagem se relaciona com a ideia de ciborgue discutida no texto?

ATALHO

Colagem é uma técnica de composição artística que dispõe e sobrepõe textos verbais e não verbais de texturas, cores e tamanhos diferentes na construção de um texto.

3. Você vai produzir um panfleto, utilizando a técnica da colagem, para ser divulgado em sua escola e em suas redes sociais. Para isso, reúna-se em equipes de 5 colegas e siga os passos a seguir.

ATALHO d) • Os elementos verbais e não verbais se apoiam na expressão das ideias e dos conceitos apresentados. Enquanto os textos verbais ancoram na escrita o que a narradora diz oralmente, fixando nomes e ideias principais, as imagens ilustram e ampliam as possibilidades de significação, introduzindo exemplos e interpretações; desenhos, setas, círculos e marcas, criam relações entre os outros elementos, evidenciam aspectos já mencionados e propõem mais elementos significantes. e) A junção de elementos de diferentes linguagens em uma construção, produzida pela colagem, que aponta para uma ideia de mudança, de dinamicidade, é também um aspecto para o qual a ideia de ciborgue aponta. b) Ajude os estudantes a selecionarem, dentro dos temas debatidos, aquele mais significativo para a equipe e pelo qual o grupo terá maior interesse em incentivar um debate na comunidade. c) Incentive os estudantes a conversarem de maneira livre e relaxada sobre o tema escolhido, para expressarem o que pensam e organizarem, coletivamente, os aspectos que mais lhes são interessantes e relevantes. Sugira a eles que pensem em assuntos que tangenciam o tema, de modo a abrir possibilidades de reflexão, por exemplo, o tema “respeito com dados pessoais” suscita as ideias de regulamentação, de privacidade, de transparência. Cada um desses aspectos pode gerar uma imagem ou palavra diferente para ser colada no panfleto. d) Verifique se a biblioteca da escola dispõe de materiais que podem ser recortados para este fim. Outra possibilidade é solicitar aos estudantes que reúnam estes materiais e levem para a sala de aula para executar a tarefa. g) Construa um mural com os panfletos dos estudantes e convide-os a apreciarem o trabalho coletivo. a) Observe o panfleto de divulgação do evento chamado “A vida é uma colagem”. Descreva os elementos que ele contém e o simbolismo construído pela junção deles. b) Converse com sua equipe e elejam uma das ideias vinculada à temática dos relacionamentos na era do desenvolvimento tecnológico para ser discutida e expressa no panfleto que vocês produzirão.

Panfleto é um gênero jornalístico-midiático identificado pelo formato bem definido: um folheto, em geral, de tamanho máximo de uma folha A4 (quanto maior, mais próximo de um cartaz). O conteúdo, apesar de diverso, costuma apresentar linguagem apelativa, persuasiva e com intenção de divulgar ideias, opiniões, serviços, produtos ou de convocar o público geral para uma reunião ou um ato. Por isso, é comum o uso frases de efeito, sintetizando uma ideia.

3. a) O panfleto de convocação contém o nome do evento em letras retiradas de materiais diferentes, bem como as figuras de mulheres, tesouras, relógios, seringa, tecidos e texturas, um carro, entre outros elementos que não podem ser definidos. A junção dos elementos verbais e não verbais permite a compreensão de que a vida é composta de diversos elementos recortados e interrompidos, sobrepostos e reunidos, por vezes de forma aleatória.

RESPEITO COM OS DADOS PESSOAIS PROFUNDIDADE × SUPERFICIALIDADE CUIDADO COM OS SENTIMENTOS c) Discutam o tema escolhido, refletindo sobre os aspectos que interessam a vocês neste tópico. Anotem palavras-chave dessa discussão, bem como frases que podem criar um bom efeito visual e de sentido no panfleto. Por fim, criem uma frase de efeito, de forte impacto, que condense a discussão feita sobre o tema. d) Recortem, de jornais, revistas e outros materiais que podem ser usados para esta finalidade, imagens, frases, palavras, letras, trechos, entre outros fragmentos que podem compor a colagem do panfleto. Lembrem-se de recortar elementos para escrever a frase de efeito que vocês elaboraram no item anterior. e) Antes de colar, façam um esboço do panfleto, posicionando os recortes de maneira a criar o efeito desejado. Em seguida, fixem tudo com cola. f) Digitalizem o panfleto - com a câmera do celular, aplicativos ou aparelhos de escâner - e postem em suas redes sociais e nas redes sociais da escola. Se quiser, vocês também podem imprimir e distribuir em locais da sua escolha.

Você chegou ao fim da aventura proposta para esta missão. Agora vai refletir sobre o que vivenciou e verificar se as atividades causaram algum impacto em você. Com os colegas, faça uma roda de conversa e discuta as questões organizadas no portal 1 (avaliação) e no portal 2 (autoavaliação).

Portal 1

Do que a temática da ficção científica trata?

De que modo a personificação realça possibilidades de fantasia e ficção?

O que os verbos de ligação expressam?

Como funciona o processo de incorporação de palavras estrangeiras ao português?

Qual é o papel do roteiro na adaptação de obras para o cinema?

Como a ideia de ciborgue se relaciona com a construção da identidade humana?

Portal 2

Apreciar a pintura surrealista ajudou você a ampliar as possibilidades de percepção sobre a temática do amor romântico? De que maneira?

Ler um conto de ficção científica possibilitou a você um momento de fruição estética e literária? Compartilhe com os colegas sua experiência.

Como realizar a pesquisa de recepção literária permitiu a você conhecer um pouco do perfil leitor dos seus colegas?

Como (re)conhecer o uso dos verbos de ligação na composição dos sentidos do texto contribuiu para a ampliação da apreciação e da compreensão do conto?

De que maneira produzir o roteiro adaptado do conto de ficção científica contribuiu para sua apropriação de estratégias de remidiação de obras?

Participar da gravação de um curta de ficção científica ampliou suas habilidades de expressão de textos orais e seu domínio de estratégias expressivas, como entonação, ritmo ou pausa?

Produzir um panfleto utilizando a técnica da colagem ampliou seus recursos de expressão estética? De que maneira?

Salvando O Progresso

É importante que os estudantes tenham a oportunidade de avaliar o que foi estudado e de autoavaliar sua aprendizagem. No portal 1, será possível fazer, por meio das perguntas sugeridas, uma avaliação da aprendizagem dos estudantes acerca dos objetos de conhecimento trabalhados ao longo da missão. No portal 2, os estudantes terão a oportunidade de avaliarem a própria aprendizagem, a partir de perguntas que fomentam a expressão da subjetividade diante dos objetos estudados. Durante a realização da roda de conversa oriente-os a exercerem a escuta atenta, respeitando os turnos de fala. Enquanto para as perguntas do portal 1 há respostas objetivas, que podem ser avaliadas como certas, parcialmente certas ou erradas, para as perguntas do portal 2 é impossível exigir respostas padronizadas.

Tempo previsto: 1 aula

Portal 1

O gênero conto de ficção científica foi estudado no 1º episódio. O uso de estratégias linguísticas e a função estética em textos literários foram estudados no 2º episódio. Os verbos de ligação e os efeitos de sentido, no 3º episódio. Os estrangeirismos, no 4º episódio. A produção de um roteiro adaptado de curta de ficção científica como recurso expressivo e estético foi abordada no 5º episódio. A execução deste roteiro, atuação e gravação, foi realizada no 6º episódio. Os elementos semióticos e a técnica de colagem foram mobilizados no 7º episódio.

Portal 2

Respostas pessoais.

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