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II Da Fé

II Da Fé

Que virtudes eram essas tão recomendadas pelos sábios da Grécia? Força, temperança e prudência. Só Jesus Cristo podia ensinar ao mundo que a fé, a esperança, e a caridade, são as virtudes que mais se adaptam assim à ignorância, como à miséria do homem.

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Prodigiosa razão é sem dúvida aquela que nos mostrou na f é a origem das virtudes. A força só a dá a convicção. Não é forte o raciocínio, não é divino o poema, não é bela a pintura, se o olho ou o espírito que julga essas coisas não está convencido de uma certa verdade, oculta nesse raciocínio, nesse poema, nesse quadro. Poucos soldados, convencidos da habilidade do seu general, podem fazer milagres. Trinta e cinco mil gregos vão com Alexandre conquistar o mundo; Lacedemônia confia-se a Licurgo, e Lacedemônia prima em sabedoria entre as cidades. Babilônia presume-se fadada para as grandezas, e as grandezas se prostituem à sua fé mundana; um oráculo dá o orbe aos romanos, e os romanos senhoreara, o orbe. Colombo é único homem obstinado em crer a existência de outro mundo, e um novo mundo lhe surge das ondas que sulca. Amizade, patriotismo, amor, todos os sentimentos nobres são uma espécie de fé. Creram os Codros, os Pílades, os Régulos, os Árrios, e fizeram prodígios. E aí está por que os corações incrédulos, que chamam quimeras as afeições da alma, e loucura as ações heróicas, que se compadecem da imaginação e enternecimento do gênio, esses nunca farão nada generoso e magnífico: tem só fé na matéria e na morte; estão já insensíveis como uma, e glaciais como a outra.

No dizer da antiga cavalaria, empenhar sua fé era sinônimo de todos os prodígios da honra. Rolando, Du Guesclin, Bayard, eram fidos cavaleiros, e os campos de Roncesvales, d’Auray, de Bressa, os descendentes dos mouros, dos ingleses, dos lombardos, ainda hoje dizem que eram esses homens que prestavam fé e menagem a seu Deus, sua dama, e seu rei. 57 Citaremos os mártires, “esses heróis que, no dizer de

57 Seguem, no original, as seguintes palavras: Que d’idées antiques et touchantes s’attachent à notre seul mot de foyer dont l’étymologie est si remarquable! O sr. Antônio Feliciano de Castilho, na sua primorosa versão dos primeiros cinco livros desta obra, diz que “remete ao escuro estas palavras, não só por versarem sobre uma etimologia indubitavelmente falsa, pois foyer vem de focus e não de foy, mas também porque se lhe não deparava com que traduzir em nossa língua o foyerque pudesse vir ao propósito”. E acrescenta: “lar não tinha que ver com a idéia que se tratava; fogo, sim, expressa vivenda, quando se diz povoação de tantos fogos; entretanto

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