ANO 30 | EDIÇÃO 371 | FEVEREIRO 2021
DE CELEIRO A SUPERMERCADO DO MUNDO
INDÚSTRIA BRASILEIRA DE ALIMENTOS E BEBIDAS JÁ REPRESENTA QUASE DOIS TERÇOS DA BALANÇA COMERCIAL DO PAÍS P.20
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#Pesquisas&Tendências
EMBALAGEM INTERATIVA
MERCADO E SOLUÇÕES
A SEGURANÇA DO ALIMENTO E O MEIO AMBIENTE
UMA CONDIÇÃO PERMANENTE DOS PRODUTOS
EMBALAGEM COM DESIGN PARA PEQUENAS EMPRESAS
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SUMÁRIO
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REPORTAGEM INDÚSTRIA DE ALIMENTOS BRASILEIRA CRESCE 12,8% EM 2020 E SE POSICIONA COMO LOCOMOTIVA DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO
08 #EmbalagemFarmacêutica 10
#Pesquisas&Tendências
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EMBALAGEM INTERATIVA
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EMBALAGEM NO MARKETING
26 FRONTEIRAS 28 MERCADO & SOLUÇÕES 34
COMPETITIVIDADE
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FOCO NAS SUAS NECESSIDADES EM TODAS AS ETAPAS DOS PROCESSOS DE EMBALAGENS COM RAPIDEZ E OBJETIVIDADE ATRAVÉS DO
360º
FUNDADOR: ROBERTO HIRAISHI (1942 • 2006) Diretor Responsável: Ricardo Hiraishi Administração: Rejane Doria Redação: Elizabeth Keiko Sinzato editorial@embanews.com / redacao@embanews.com Publicidade: comercial@embanews.com Circulação e Assinaturas: assinatura@embanews.com Colunistas desta edição: Ana Brum, Antonio Cabral, Assunta Camilo, Fabio Mestriner, Henry Assef Projeto Gráfico: FlyJabuti Design Realidade Aumentada: Massfar, empresa autorizada Zappar Brasil e Portugal A Revista EMBANEWS é uma publicação mensal da NEWGEN COMUNICAÇÃO LTDA. - REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E COMERCIAL: Rua Capote Valente, 478, Casa 01 • Pinheiros • CEP 05409001 • São Paulo/SP • Brasil Telefones: (11) 3064-2405 - WhatsApp 11+94721-4102 Registrada segundo a Lei de Imprensa no 2º Ofício de Registro de Títulos e Documentos sob nº 31.881 em 17 de julho de 1990. Dirigida ao segmento de alimentos, bebidas, brinquedos, cosméticos, embalagens, farmacêuticos, químicos, e afins. Dirigida aos profissionais: consumidores e fornecedores de embalagens; fornecedores de matérias-primas e de insumos para a confecção de embalagens; fabricantes de máquinas e equipamentos para envase, embalagem, estocagem e transporte; e prestadores de serviços de apoio, associações, universidades e instituições ligadas ao ramo de embalagem. As opiniões dos artigos assinados e dos entrevistados não são necessariamente as mesmas da Revista EMBANEWS. © Direitos Reservados Todos os direitos dos artigos publicados na Revista EMBANEWS são reservados pela Newgen Comunicação Ltda. Proibida a reprodução parcial ou total por qualquer meio de comunicação impresso, digital ou outros meios sem prévia autorização..
site: embanews.com e-mail: embanews@embanews.com linkedin.com/company/embanews instagram.com/revista_embanews facebook.com/Embanews Exemplar avulso: R$12,50 Assinatura Anual: R$140,00
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#EmbalagemFarmacêutica
Reformulação de embalagens representa a evolução da marca
A
Libbs, indústria farmacêutica 100% nacional que está no mercado há mais de 60 anos, lançou novas embalagens para seus medicamentos vendidos sob prescrição das linhas de cardiologia e sistema nervoso central, e das linhas de ginecologia. Wilson Junior, diretor da unidade de negócios B2C, explica que o novo modelo representa uma evolução da própria marca Libbs. “É uma forma direta de representar tudo que fizemos até aqui e tudo que ainda vamos fazer daqui pra frente. As novas embalagens traduzem o nosso propósito e mais do que isso, são a materialização da nossa preocupação e zelo com os nossos pacientes”, diz. Na versão atualizada, a embalagem reforça a força institucional da Libbs, com a aplicação das cores verde e azul, e apresenta formas mais arredondadas, que transmitem uma mensagem emocional positiva, remetendo ao cuidado e proteção. “Hoje, nossos produtos são muito lembrados e conhecidos pelos médicos e profissionais de saúde. Nós queremos, agora, que os pacientes também nos reconheçam cada vez mais. Essa mudança nas embalagens amplia a presença institucional da marca, contribuindo para aumentar a lembrança da marca Libbs, gerando mais valor a ela”, diz Wilson O novo design também tem a proposta de melhorar a experiência do paciente com a marca, facilitando a sua visualização e proporcionando imediata associação com os pro-
O antes e o depois 8
dutos já consolidados no mercado. “Nossos produtos estão em um modelo de arquitetura de marcas independentes que possibilita algumas linhas terem identidade própria. Por isso, cada uma tem um projeto específico para atualização”, diz Wilson. “A ideia é futuramente criar conexão entre os nossos diferentes produtos, respeitando as individualidades das linhas. Esse movimento permite que um paciente que faz uso de um medicamento e confia na marca, possa identificar facilmente os demais produtos transferindo essa confiança”, completa.
EMBALAGENS DA LINHA GINECOLÓGICA TÊM PARTICIPAÇÃO DE 12 MULHERES ARTISTAS E PACIENTES As embalagens da linha ginecológica também passaram por uma transformação. Com uma linha diversa, dirigida a diferentes perfis femininos, o principal motivador dessa mudança foi expressar a característica de cada grupo de paciente. “Cada caixinha foi pensada para uma paciente específica, e é nisso que acreditamos: sempre trazer algo que faça sentido para nossos pacientes. Convidamos 12 mulheres artistas e pacientes dos nossos produtos para nos apoiar nessa evolução das embalagens. Cada artista criou
a embalagem do produto que usa. Elas nos ajudaram a trazer as características específicas com a tradução clara e direta das mulheres que utilizam”, esclarece o executivo. Para isso, foi realizado um workshop com um grupo que atua em áreas criativas, como design e arquitetura, para contribuir com o desenvolvimento do novo visual. “Depois de prontas, ainda validamos as embalagens com mais de 200 pacientes, que responderam uma pesquisa online sobre suas percepções das mudanças. Agora cada embalagem é única, assim como nossas pacientes”, finaliza Wilson Júnior. As novas embalagens para os produtos das linhas de cardiologia e sistema nervoso central são resultado do trabalho do time interno de especialistas da Libbs em marca institucional. Já as alterações das embalagens da linha de ginecologia foram desenvolvidas em parceria com a agência Narita. As embalagens são impressas pela Emepê, gráfica especializada em impressão de embalagens para produtos farmacêuticos. Todo o processo criativo envolvido nas novas embalagens será compartilhado com o público por meio da campanha “Ta na Cor”, que pode ser conferida em https://bit.ly/3pQkhYL libbs.com.br; naritadesign.com.br; graficaemepe.com.br
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#Pesquisa&Tendências
A segurança do alimento e o meio ambiente
Vivian Haag, diretora de Marketing da Tetra Pak Brasil
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studo realizado anualmente pela Tetra Pak em parceria com a Ipsos, a edição deste ano: “Tetra Pak Index: Covid-19 e o dilema entre segurança do alimento e meio ambiente”, mostra que a pandemia de Covid-19, que atingiu diferentes países a partir do início de 2020, trouxe reflexos importantes para o consumo de alimentos e bebidas, acelerando ainda algumas tendências que já estavam em curso antes da pandemia. EMBANEWS conversou com Vivian Haag, diretora de Marketing da Tetra Pak Brasil, que comentou os principais resultados. A Tetra Pak mantém uma parceria com seus clientes que envolve a prestação de serviços e o compartilhamento de conhecimento. O Tetra Pak Index é uma dessas ferramentas, pro10
duzida anualmente e coordenada pelo time global da Tetra Pak. A pesquisa abrange dados de consumidores de nove países, entre eles o Brasil, um dos mercados prioritários e segundo mais importante para a companhia, depois da China. Quais são as principais tendências que você destaca nesta edição de Tetra Pak Index? Vivian Haag: Este ano, como não poderia deixar de ser, o principal assunto que dominou o cenário foi a Covid-19, elevando a preocupação com a segurança do alimento, sem deixar de lado a sustentabilidade ambiental, que se destacou em 2019. Percebemos que muitas tendências que já se desenhavam em anos anteriores foram aceleradas com a pandemia. A afirmação ‘ser saudável é se manter seguro’ tem um alto índice de concordância: 62% dos brasileiros destacam isso como muito relevante. Quando nos aprofundamos, três aspectos se destacam como relevantes para o alimento ser considerado saudável: ingredientes naturais (51% das citações), alta presença de nutrientes (36%) e ausência de conservantes (36%).
Como a questão da sustentabilidade aparece na pesquisa? Vivian Haag: No Brasil a sustentabilidade aparece de forma ainda mais relevante do que no resto do mundo, principalmente em relação à embalagem sustentável, que aparece em 58%, enquanto o índice global é de 52%. Os brasileiros se preocupam não só com a própria segurança, mas com a do planeta também. Eles destacam ainda diferentes aspectos da sustentabilidade, como a produção de alimento de forma sustentável (46%), o acesso aos alimentos para todos (44%), a redução do desperdício de comida (40%), fator acelerado neste cenário de covid-19. Como a pesquisa orienta o cliente? Vivian Haag: Nós mostramos a relevância do tema para o cliente e muitas vezes isso acaba virando um projeto a quatro mãos. Um exemplo é o projeto Bagaço, da empresa de bebidas do bem, que tem por objetivo assegurar que 100% das embalagens longa vida utilizadas pela empresa sejam recicladas e reutilizadas, evitando o descarte de 1000 toneladas |
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2020 PODE TER MUDADO NOSSOS PLANOS
MAS NÃO NOSSAS ESPERANÇAS
No final de 2019, como em todos os anos, fizemos promessas, traçamos caminhos e nos esforçamos para estar mais próximos das pessoas. Então veio 2020 e, com ele, uma mudança global que afetou todo mundo. Mas aquele sentimento de dúvida e de incerteza do começo, aos poucos, foi dando lugar à ação adaptada à nova realidade e assim, estamos conseguindo vencer essa dura batalha. Falta pouco para a vida voltar ao normal. Falta pouco para conseguirmos colocar novamente os planos em ação. Falta pouco para aquela injeção de ânimo que vai nos levar às grandes conquistas. A Globoplast deseja, mais do que nunca, que 2021 seja um ano de superação.
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#Pesquisa&Tendências (dados globais)
Fonte: Tetra Pak Index 2020
de embalagens por ano. No lançamento, a do bem fez uma parceria com a Muzzicycles, pioneira na produção de bicicletas a partir de materiais reciclados – para transformar cerca de 8.000 embalagens em 20 novas bikes, que foram doadas a várias ONGs. Na parceria, a Tetra Pak ajuda a transformar as ideias em realidade. Encontramos os recicladores, fornecemos tecnologia, ajudamos a desenvolver tecnologia para que isso aconteça. A Tetra Pak também atua em soluções para o processamento do alimento. Então, conseguimos trabalhar a solução ponta a ponta para o cliente. Na questão da saudabilidade, por exemplo, no desenvolvimento de produtos com ingredientes naturais, alto teor de nutrientes, etc., nós contamos com o Centro de Inovação ao Cliente (CIC), onde é possível não só identificar as oportunidades para novos produtos, mas transformar essa ideia num produto real, discutindo fórmulas, e testando-as em nossa planta piloto. 12
Essas tendências são muito valiosas para que sinalizemos as oportunidades aos clientes, e então cumpramos nosso papel de transformar essas oportunidades em realidade. Que outros pontos você destacaria na pesquisa? Vivian Haag: Percebemos o interesse que os brasileiros têm em saber como o alimento e as bebidas são produzidos; 56% reforçam isso. Fica claro que a transparência, principalmente neste momento, também está sendo valorizada. Nesse sentido, temos desenvolvido algumas ferramentas que chamamos embalagem conectada. A embalagem funciona como um meio de comunicação, levando ao consumidor informação e transparência. Por exemplo, através de um código único, que o consumidor lê com o celular, ele consegue ter informações sobre a rastreabilidade desse produto, como a origem da matéria prima, como foi produzida, etc. A embalagem conectada está
muito alinhada com essa demanda do consumidor por transparência. A tecnologia de blockchain é vista como um próximo passo nos esforços de rastreabilidade. O blockchain envolve todos os parceiros da cadeia nesse processo, cada um alimentando com suas informações o sistema, de uma forma que todos possam enxergar. Nos Estados Unidos, um grande varejista utilizando a tecnologia conseguiu reduzir de sete dias para 2,2 segundos o tempo necessário para rastrear a origem de um produto. Contra o desperdício e a favor da segurança dos alimentos, as datas de validade inteligentes que sinalizam se um produto está ou não seguro para consumo surge globalmente na pesquisa como inovação relevante relacionada ao prazo de armazenamento.
O relatório está disponível em www.tetrapak.com/pt-br/insights/tetra-pak-index/brasil-2020
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EMBALAGEM INTERATIVA
A EMBALAGEM INTERATIVA COMO CARACTERÍSTICA PERMANENTE DOS PRODUTOS ALÉM DE TODAS AS CAMADAS FÍSICAS DE UMA EMBALAGEM, A CAMADA VIRTUAL PASSA A SER COMUM A TODAS ELAS
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amos começar 2021 com notícia boa! Depois da aceleração digital ocorrida entre abril e novembro de 2020, a indústria despertou para a necessidade de embalagens interativas, inteligentes e prontas para promover melhores experiências de consumo. Definitivamente, a interatividade no produto deixa de ser uma ação pontual da marca para se tornar uma característica permanente da embalagem. Ou seja, além de todas as camadas físicas existentes em cada tipo de embalagem, a camada virtual passa a ser algo comum a todas elas. Para ilustrar o tema, podemos citar alguns produtos que utilizam diferentes tipos de embalagem, mas todos estão inseridos no contexto da Embalagem Interativa. É o caso da Cerveja Colorado do Leme ao Pontal, que traz um conteúdo interativo em parceria com o Spotify. Já o tradicional Guaraná Antarctica preferiu a rede social TikTok para promover conteúdos da marca através da embalagem. A linha SEARA 14
Turma da Mônica trouxe um recurso inédito, que é a Realidade Aumentada sem aplicativos, através da leitura de um QR CODE na embalagem. E este será o ano da consolidação da tecnologia de Realidade Aumentada em embalagens. A interatividade no produto será parte importante na estratégia de comunicação dos principais lançamentos da indústria de alimentos e bebidas no mundo. Conteúdos promocionais inéditos, formatos comemorativos, novas ferramentas de acessibilidade na embalagem e uma preocupação crescente com o consumidor acima de 60 anos marcarão os principais lançamentos no setor. Por questões de confidencialidade, ainda não é possível citar as marcas e os produtos, mas os artigos em 2021 estarão repletos de casos de mercado que já estão no forno. Dentre os lançamentos que estão vindo por aí, a novidade está na customização da experiência de Realidade Aumentada sem o uso de aplicativos. De olho no apetite aguçado do
consumidor por interatividade em produtos, as embalagens interativas trarão uma jornada de acesso ao conteúdo muito mais rápida, intuitiva e personalizada. Esse fenômeno teve início na Europa e EUA com marcas como Coca-Cola, Danone, Nestlé, Carlton, Unilever, entre outras, e está chegando forte no Brasil com gigantes da indústria de alimentos e bebidas, mas também estará presente nas embalagens de novos players em diversos segmentos. Prepare a câmera do seu celular. De agora em diante, vai ter muito produto por aí prontinho para interagir com você.
HENRY ASSEF
Executivo de Realidade Aumentada na Massfar e criador da plataforma embalageminterativa.com
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EMBALAGEM NO MARKETING
COMPREI UMA EMBALAGEM DE MÁSCARAS COMO SEMPRE ACONTECE QUANDO SURGEM AS GRANDES CATÁSTROFES, A EMBALAGEM AGUENTOU!
O
Brasil projetava um crescimento do PIB entre 3% e 3,5% em 2020, mas houve um acontecimento inesperado e imprevisto que mudou tudo. Um vírus surgido na China se espalhou pelo mundo gerando uma onda de destruição sem precedentes. Milhões de vidas foram perdidas, economias afundaram, empregos desapareceram e o PIB de quase todos os países despencou. Mas teve uma coisa que se manteve firme como sempre acontece quando surgem as grandes catástrofes, a embalagem aguentou! Muitos desconhecem que a embalagem antes de tudo, tem uma fundamental função social, pois 80% dos produtos existentes têm embalagem, e ela que atende as necessidades humanas, não importa o cenário que se apresente, pois a vida continua e as pessoas precisam prosseguir. Não sei se ocorreu às pessoas, mas a vacina vem numa “embalagem”, assim como as máscaras, respiradores e todos os demais itens hospitalares. O mundo precisa cada vez mais de embalagens!!!!! O problema é que está faltando matéria prima e muitas indústrias não conseguem entregar a quantidade necessária para atender os pedidos de seus clientes pois as vendas em algumas categorias de produtos dispararam. Não quero fazer prognósticos, pois na virada de 2019 me atrevi a fazer uma previsão baseada nas perspectivas de crescimento do nosso PIB em 2020 e escrevi um artigo cujo título era: “Em 2020 o problema não vai ser vender, vai ser
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entregar”. Foi profético, mas pelo motivo errado rrrsss... Neste início de 2021, farei diferente, vou dar apenas um depoimento daquilo que eu sei que está acontecendo pois atuo como consultor de empresas que atendem diversos segmentos. 1 - Home Improvement é o nome desta tendência que está bombando e que se refere a melhorias que estão sendo feitas nas residências devido à “ressignificação” do espaço doméstico. Meu cliente do segmento de materiais de construção bateu sucessivos recordes históricos em seu faturamento e a indústria que fornece embalagens para este setor também bateu. 2 - Animais de companhia. Este segmento se refere àqueles bichinhos lindos que alegram nossa vida. Recordes históricos de produção foram batidos pelo meu cliente deste segmento. 3 - Cerveja é a bebida mais popular do mundo e como não puderam ir ao bar por causa do lockdown, o pessoal passou a tomar mais cerveja em casa em embalagens individuais. Resultado: está faltando garrafa e a cervejaria com quem trabalho bateu sucessivos recordes nesta pandemia. 4 - Papel – Este segmento está “over demanded”, está tendo dificuldade para entregar o que seus clientes estão solicitando e as caixas de papelão, então, estas também estão sobre exigidas. O e-commerce explodiu e impactou fortemente o setor de papel.
5 - Alguns lançamentos de produto em que estou trabalhando tiveram que ser adiados, não por causa da pandemia, mas por falta de embalagem e, ou, dispositivos para embalagens. Isso é o que eu sei, ninguém me contou, nem é especulação, aconteceu onde estou trabalhando. Existem outros dados na mesma linha, que prefiro não mencionar, mas que confirmam esta tendência. 100% por cento dos clientes que atendo bateram recordes e cresceram em 2020!!!! Portanto, não vamos desanimar porque a vida continua e a embalagem tem uma importante missão, até porque as pessoas aprendem na crise que é preciso manter em casa pelo menos um pequeno estoque de alimentos e em alguns países como a Alemanha, por exemplo, o governo alertou seus cidadãos a proceder estes estoques pois quando acontecem crises fortes que desorganizam a produção, existe, como todos sabem, o risco de desabastecimento. Quem trabalha com embalagem atua num setor essencial, não apenas no segmento de consumo, mas de todos os itens necessários à vida humana.
FABIO MESTRINER
Professor Coordenador do Núcleo de Estudos da Embalagem ESPM fabio@mestriner.com.br
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COMPENSAMOS NOSSA EMISSÃO DE CO2 POR MEIO DO PROJETO DE CONSERVAÇÃO DA FLORESTA AMAZÔNICA
São Paulo, 11 de setembro de 2020
CERTIFICADO DE NEUTRALIZAÇÃO DE EMISSÕES ANTILHAS GRÁFICA E EMBALAGENS LTDA. Este certificado atesta a Neutralização de 1.236 toneladas de CO2 equivalentes em Reduções Verificadas de Emissões pelo selo Verified Carbon Standard para neutralização referente ao Inventário de emissões de 2019
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REPORTAGEM
D E C E L E I RO A S U PE R M E R C ADO DO M U N DO INDÚSTRIA DE ALIMENTOS BRASILEIRA SE POSICIONA COMO LOCOMOTIVA DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO
A
indústria brasileira de alimentos e bebidas, nos últimos anos, já havia se tornado o setor econômico mais importante do Brasil, mas em 2020, essa indústria se consolidou: cresceu 12,8% em um ano marcado pela pandemia de Covid-19, em que o PIB deve sofrer uma queda de 4%, segundo o Banco Central. Em faturamento, alcançou R$ 789,2 bilhões, somadas exportações e vendas para o mercado interno, resultado que representa 10,5% do PIB nacional. Foram R$ 648 bilhões gerados pelo setor de alimentos e R$ 141 bilhões por bebidas. Os dados compilados pela ABIA (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos) mostram ainda que a indústria de alimentos e bebidas é o maior empregador dentro da indústria de transformação brasileira, e responde por 24% força de trabalho industrial do país. Em 2020, apesar das elevadas taxas de desemprego, essa indústria gerou 20 mil vagas, alta de 1,2% em relação a 2019, totalizando 1,680 milhão de empregos diretos, em 37 mil indústrias de norte a sul do Brasil. O presidente executivo da ABIA, João Dornellas, ressalta que esses resultados são fruto de alimentos e bebidas que foram transformados, e não incluem produtos do agronegócio não industrializados. “A economia brasileira está muito ligada ao agronegó-
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cio brasileiro. 58% de tudo que é produzido no campo é processado pela indústria de alimentos brasileira, o que a torna a grande locomotiva do agronegócio brasileiro”.
VAREJO CRESCE, FOOD SERVICE CAI, MAS TAMBÉM SE REINVENTA Descontada a inflação do período, a indústria de alimentos obteve aumento de 3,3% nas vendas reais ano passado. Na produção física (volume de produção), o setor cresceu 1,8% em relação a 2019. Esse resultado se deveu ao aumento das vendas para o varejo, de 16,2% em 2020, e das vendas para o mercado externo, de 11,4%. “As pessoas passaram a comer mais em casa, o que elevou as vendas para o varejo, porém o mercado de food service caiu 24% em 2020. No início da pandemia quando tivemos o fechamento de alguns estabelecimentos, essa queda chegou a 80%. Ao longo do ano, esse mercado se reinventou, apostou bastante no delivery, nos aplicativos de entrega, utilizou a tecnologia a seu favor, com as novas plataformas que permitiram trabalhar de maneira diferente. O resultado foi que o food service iniciou uma recuperação importante. Nos anos pré-pandemia, em 2019 esse mercado chegou a representar 33% do mercado brasileiro de alimentos e bebidas; em 2020, com a queda, passou a representar
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25%. Mas temos a convicção que em 2021/2022 ele vá retomar o espaço que teve nos últimos anos”, disse João Dornellas. As categorias que mais se destacaram em vendas reais foram açúcares, com aumento de 58,6%; óleos vegetais, 21,2%; e carnes, 13%. As que apresentaram as maiores quedas foram bebidas, 8,3%; e derivados de trigo, com 1,9%.
INDÚSTRIA DE ALIMENTOS JÁ REPRESENTA DOIS TERÇOS DA BALANÇA COMERCIAL BRASILEIRA Do total do faturamento obtido pela indústria brasileira de alimentos e bebidas em 2020, 75% teve origem no mercado interno e 25% nas exportações, contra uma participação de 19,2% em 2019. Enquanto as vendas para o mercado interno - varejo e food service – apresentaram ligeira queda de 0,85% nas vendas reais, as exportações expandiram em 11,4% em 2020 em comparação com o ano anterior, totalizando US$ 38,2 bilhões contra US$ 34,2 bilhões em 2019. “O Brasil teve um saldo comercial total de US$ 50,9 bilhões em 2020. Desse total, US$ 32,8 bilhões foram gerados pela indústria de alimentos e bebidas. Isso significa que 64,4% do saldo comercial total do Brasil vem da indústria de alimentos e bebidas; chega a quase 2/3 do saldo da nossa balança comercial. Por outra perspectiva, as exportações da indústria de alimentos e bebidas alcançaram US$ 38 bilhões enquanto as de produtos in natura foram de US$ 42 bilhões. Isso reforça a importância que o nosso negócio tem para a economia brasileira, ao representar uma parcela menor em exportação, mas com um saldo FEVEREIRO 2021
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REPORTAGEM comercial muito maior. Isso nos estimula a pensar que o Brasil reúne todas as condições de se tornar, não o celeiro do mundo, mas o supermercado do mundo. Temos a capacidade industrial, tecnologia, mão de obra, grandes universidades, e um campo forte atrás. Então, que fabriquemos aqui, transformemos matéria prima em produto, gerando imposto, emprego e desenvolvimento aqui dentro”, disse Dornellas. O Brasil é o segundo maior exportador de alimentos industrializados do mundo, enviando seus produtos para mais de 190 países. Os principais mercados em 2020 foram Ásia (45,7%), Países Árabes (16,2%) e União Europeia (13,8%) das exportações. Entre os países, destaque para a China (US$8,2 bilhões), seguida por Hong Kong (US$1,9 bilhão) e Holanda (US$1,7 bilhão). “Há uma demanda muito grande por alimentos no mundo e a China puxa essa demanda; ela é o maior parceiro comercial brasileiro, mas é o maior parceiro comercial de todo o mundo. A China importa e exporta uma grande parcela do mercado mundial”, afirma Dornellas. “A categoria mais exportada é a de carnes, que se consolidou como a mais forte em 2020; os açúcares tiveram um salto muito grande, com mais de US$ 3 bilhões; depois produtos de soja; sucos e preparados; óleos e gorduras e preparações alimentares. Também os chocolates, preparados de cereais e laticínios já ocupam uma parcela importante das exportações. Os laticínios representaram US$ 178 bilhões em exportação no ano passado. Temos uma capacidade bem diversificada, o que nos faz chegar nestes 190 países, o que por si só fala da qualidade do produto brasileiro, porque não é simples cumprir legislações sanitárias de 190 países, algo que a indústria brasileira cumpre com louvor”, diz o executivo. 22
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REPORTAGEM INVESTIMENTOS DO SETOR ALCANÇAM 2,7% DO FATURAMENTO Os investimentos das indústrias de alimentos, incluindo fusões e aquisições, expansão de plantas fabris, investimento em P&D, aquisição de máquinas e equipamentos, alcançaram R$ 21,2 bilhões em 2020, o que correspondeu a 2,7% do faturamento total do setor, de R$ 789,2 bilhões. Houve queda de 4,8% nos investimentos em relação ao ano de 2019. “O valor investido em 2020 é muito expressivo dentro do cenário de pandemia global, porque continuamos acreditando que o mercado brasileiro é muito importante”.
OS EFEITOS DA PANDEMIA NA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS. FALTOU EMBALAGEM? De acordo com Dornellas, não chegou a faltar alimentos ou embalagem na indústria de alimentos. “No início da pandemia, nossa preocupação em relação ao abastecimento foi muito grande. Então fizemos um compromisso com as associações de supermercados e outras associações setoriais de produção de alimentos e bebidas com o compromisso de não deixar faltar alimento na mesa do brasileiro. Chegamos à conclusão de que isso seria possível pela nossa capacidade, pela tecnologia que utilizamos na indústria, pelo campo forte que temos por trás, e porque somos o segundo maior produtor de alimentos do planeta. Criamos um comitê de acompanhamento e todos os dias, nas primeiras semanas, nos reuníamos para checar as regiões de maior demanda. Na primeira semana, tivemos em algumas regiões de São Paulo uma demanda 34% maior, em segui24
da essa demanda migrou para a periferia. Depois o consumidor foi percebendo que a indústria estava abastecendo normalmente o mercado, ele sentiu confiança e aquela corrida inicial para aumentar o estoque em casa perdeu força. Podemos dizer com satisfação que se passou um ano e não houve desabastecimento de alimentos e bebidas na mesa do brasileiro”, relatou. Também não houve, em nenhum momento, desabastecimento de embalagens, que fizesse parar uma linha de produção. “O mercado global de alimentos, porém, teve uma demanda muito forte, isso causou uma alta no preço nas principais commodities agrícolas e também no preço do material de embalagem, que subiu 50% no ano passado, em âmbito global. Além disso, no Brasil, tivemos uma desvalorização cambial de 30,7%, no acumulado do ano. E houve ainda o custo Covid. São todas as ações que a indústria teve que tomar para continuar fabricando e não deixar que faltasse produto. E foram várias medidas, na segurança do transporte do funcionário, contratação de turnos extras para evitar aglomerações, instalação de equipamentos de proteção individual, testagem em massa dos colaboradores, custo que chegou à casa de 4,8% para a indústria de alimentos. Esses fatores pesaram no ritmo da indústria de alimentos. E não vemos nenhum movimento de desaquecimento na demanda global em 2021, vemos exportação em alta e demanda por commodities agrícolas”, disse. “Acreditamos que vamos continuar a ter uma retomada do PIB em 2021 da ordem de 2,5% a 3,5%. Isso nos faz apostar em um crescimento real da indústria de alimentos e bebidas de 3% a 4%. E temos sido muito assertivos em torno de nossa expectativa. A expectativa que tínhamos de 3% a 3,5% este ano fechou em 3,3%. Em empregos
esperamos crescer de 1,0% a 1,5%, consolidando-nos novamente como o principal setor industrial do país com exportações que podem alcançar os US$ 40 bilhões.
ECONOMIA CIRCULAR NA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS A preocupação de consumidores e empresas com a questão climática e ambiental permanece entre as que ditam as tendências para o futuro, segundo diversas pesquisas, como a Tetra Pak Index 2020 (pag. 10). A indústria de alimentos e bebidas tem trabalhado na questão há bastante tempo, desde a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), segundo a presidente do Conselho Diretor da Abia, Grazielle Parenti. “A PNRS foi um marco bastante importante para que as iniciativas na área da sustentabilidade evoluíssem. Hoje, há uma visão mais ampla, que abrange a sustentabilidade do campo à mesa, desde a produção das matérias primas, a logística, a produção, a entrega, o consumo e a embalagem. Cada empresa tem a sua estratégia, mas de forma geral esse é um tema que está na agenda de todas as empresas, não só como uma exigência dos investidores, mas também uma exigência dos consumidores. Na Abia, temos um comitê de sustentabilidade, que tem o objetivo de ir além da regulamentação e partir para uma agenda propositiva para a indústria de alimentos e bebidas”, disse Grazielle.
Nota da redação: As opiniões referentes às perspectivas do mercado para 2021 foram emitidas em fevereiro de 2021, antes do período de agravamento da pandemia, e certamente devem gerar revisão nos números em breve.
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FRONTEIRAS
O ORGULHO GAÚCHO NAS EMBALAGENS
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omo já dissemos, num país das dimensões do Brasil e com tantos grupos étnicos, as diferenças culturais são evidentes entre as várias regiões. Ao visitar o Rio Grande do Sul encontrei produtos regionais que exploram suas tradições e seus produtos. Uma das empresas que tem explorado o orgulho gaúcho é a Essência di Fiori, que foi uma das pioneiras no desenvolvimento de cosméticos derivados da uva e do vinho na Serra Gaúcha. A marca estabeleceu uma conexão com a natureza, optando por compostos que cuidam enquanto embelezam, resgatando a beleza natural de cada pessoa a partir das propriedades únicas das uvas que cultivam. Estas características ilustram as suas embalagens para contar a sua história para os seus consumidores. Os rótulos da sua linha de produtos de cuidados pessoais destacam a palavra UVA e os tons da cor vinho. Usam ainda “tags” em formato de um cacho de uvas e destacam que o produto é natural e da Serra Gaúcha. Dentre os vários produtos da região, o vinho é talvez o mais importante economicamente e social26
FOTO FUTUREPACK
PRODUTOS À BASE DE UVA E VINHO SE DESTACAM NA CULTURA DA REGIÃO
mente, uma vez que traz muitas divisas e empregos para a região do vale dos vinhedos. A Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos - Aprovale, obteve em 2002 o reconhecimento como Indicação Geográfica, em que podiam conceder o selo de Indicação de Procedência (IP) aos vinhos que estivessem dentro dos padrões estabelecidos pela Aprovale. A partir de 2012, com o reconhecimento do Vale como Denominação de Origem (DO), para ostentar esta classificação, os produtos devem obedecer a regras mais específicas em relação à produção da uva e à elaboração do vinho. O Vale dos Vinhedos foi a primeira região com classificação de Denominação de Origem (DO) de vinhos no país. Este reconhecimento representou um importante avanço para o desenvolvimento econômico regional. 2020 foi considerada a “Safra das Safras” e o resultado foi excelente para as vinícolas que possuem rótulos com (DO) (Casa Valduga, Miolo Wine Group, Peculiare Vinhos Únicos, Pizzato, Terragnolo Vinhos Finos, Vinhos Don Laurindo, Vinhos Larentis, Vinícola Almaúnica, Vinícola Cave de Pedra e Vinícola Dom Cândido) As compotas de doces ou as ge-
leias têm forte tradição na região sul do Brasil. Jamais faltam na mesa da família gaúcha. Quando podem, eles mesmos as preparam, apesar de haver na região mais de 100 empresas dedicadas a esta produção. Destacaria os maiores representantes: Oderich, Maribo, Casa Madeira e Frutos da Terra, que utiliza a marca Vega. As marcas Vega, Casa Madeira e a Maribo têm potes de vidro exclusivos e são muito reconhecidas pela qualidade e pelas belíssimas embalagens, que, inclusive, já receberam prêmios internacionais. Produtos que têm forte tradição e embalagens que contam a história desta relação mantêm conexão longa e de valor com seus consumidores. Embalagem que representa a cultura do povo é melhor e faz o mundo melhor.
ASSUNTA N. CAMILO Diretora da FuturePack Consultoria de Embalagens e do Instituto de Embalagens atendimento@institutodeembalagens.com.br
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MERCADO E SOLUÇÕES
EMBALAGENS COM DESIGN PARA PEQUENAS EMPRESAS O MELHOR INDICADOR DE QUALIDADE DE UMA EMBALAGEM É QUANDO ELA VENDE O PRODUTO
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mundo dos negócios, muitas vezes carrega estereótipos de conduta que precisam ser reavaliados. Um deles é que DESIGN é apenas para as GRANDES empresas. Esta afirmação vem sendo contrariada diariamente e com exemplos concretos e realísticos nas empresas brasileiras. Recebo diariamente demandas de empresários que precisam aumentar suas vendas; precisam fazer com que seus produtos cheguem a outros mercados; ou ainda que o shelf life seja estendido, mas não acham necessário repensar suas embalagens. Sabemos que o melhor indicador de qualidade de uma embalagem é quando ela vende o produto. As micro e pequenas empresas, mais do que nunca, precisam evidenciar a qualidade de seus produtos sem ter presença na mídia, ou grandes investimentos em marketing. Daí a estratégia de se desenvolverem embalagens com design para mostrar as características e diferenciais que seus produtos possuem. Importante pensar que o trabalho de design que pode ser inserido nas embalagens das micro e pequenas empresas deve ser minucioso, bem pensado e estratégico. As empresas de micro e pequeno porte precisam demonstrar que seus produtos têm qualidade. O papel da embalagem neste momento é fundamental para concretizar uma venda. Precisamos entender e utilizar todos os meios possíveis para a conversão da venda, pois 80% das
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escolhas entre as marcas são feitas nos pontos de venda e para isso precisamos entender quais os fatores determinantes que o consumidor observa para realizar a compra.
MINHA EMBALAGEM TRANSMITE MEUS VALORES? Esta pergunta o empresário precisa se fazer constantemente e perceber que, se o negócio tem escala reduzida, não quer dizer que a qualidade é pequena. É exatamente o contrário, é utilizar-se da condição de ser uma empresa menor e todas as suas características específicas e particulares que esta condição lhe proporciona para demonstrar a diferenciação que o negócio oferece. Para incentivar este momento de reflexão, trago alguns insights para que você avalie a sua embalagem ou o desenvolvimento dela: ● Controle da produção: por ter uma produção menor, a empresa pode evidenciar em suas embalagens que seu processo produtivo é rastreado, controlado e 100% monitorado.
Pequenos lotes: Algumas empresas estão evidenciando em suas embalagens que possuem lotes pequenos, microlotes ou ainda pequenas tiragens. Isso pode ser um atributo de “exclusividade” que precisa estar estampado.
butos importantes no quesito sustentabilidade na logística. Contato: canais de contato em que o consumidor pode interagir, tirar dúvidas, participar de grupos, trocar receitas de forma mais próxima e pessoal.
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Quem produz e como produz: informações mais humanizadas estão sendo muito bem recebidas pelo consumidor, faça uma tentativa de informar aos seus clientes um pouco do processo.
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● Sustentabilidade: evidenciar as boas práticas, mesmo que pontuais, mas efetivas, em que a empresa se engajou ou beneficiou uma comunidade, fez alteração de uma matéria-prima, rastreou um processo; são informações que o consumidor de hoje valoriza e respeita.
Personalidade, Relevância, Engajamento, Entorno, entre outros fatores, se estiverem na sua embalagem, certamente irão despertar o interesse e a decisão de compra.
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Errar custa caro! Precisamos ser assertivos! Vamos começar pela embalagem.
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● Local de produção: a indicação geográfica ou ainda alguma característica da região podem ser atri-
ANA BRUM
Diretora Técnica do Centro Brasil Design e atua nas áreas de gestão do design, design estratégico, design thinking, design e exportação, sustentabilidade e políticas públicas
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Os expositores da drupa e as empresas interessadas da indústria gráfica internacional podem se inscrever para participar do virtual.drupa. Depois que o formato presencial da principal feira comercial do setor no mundo teve que ser cancelado devido à pandemia, a drupa agora ocorrerá em formato virtual de 20 a 23 de abril de 2021. Durante a mostra online, as empresas se apresentarão e a seus produtos para a comunidade de impressão global, para interagir e reativar seus negócios, compartilhando conhecimento especializado. O pacote básico inclui a presença no Espaço de Exposições, onde o perfil da empresa, os serviços e as ofertas de produtos são apresentados num showroom online. Os expositores também podem interagir pessoalmente com clientes existentes e novos no Networking Plaza e organizar reuniões após o registro. A Área de Conferências, com as principais tendências da drupa, reunirá palestrantes de renome sobre temas como economia circular, a sustentabilidade e o consumidor conectado no setor. O programa de pré-conferência da drupa será realizado pela última vez na terça-feira, 23 de fevereiro. Os visitantes podem se inscrever gratuitamente a partir de março de 2021 em https://virtual.drupa.com
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FESPA DIGITAL PRINTING
EVENTO TEM NOVA DATA: 23 A 26 DE JUNHO
A APS e a FESPA anunciaram o adiamento da FESPA Digital Printing para os dias 23 a 26 de Junho de 2021 no Pavilhão Azul do Expo Center Norte, em São Paulo (SP). Segundo os organizadores, devido à volatilidade das fases impostas pelo Governo do Estado de São Paulo frente ao cenário da pandemia causada pelo Covid-19 em nosso país, a realização de feiras de negócio presenciais ainda requer cautela. “Acreditamos que a nova data encontra um ótimo momento, pois assim a feira se dará em um panorama mais positivo com o andamento da campanha de vacinação e também de um melhor desempenho da economia na relação com o primeiro trimestre deste ano”, afirmam os organizadores. A FESPA Digital Printing é a plataforma para o mercado de impressão digital, têxtil e estamparia digital, comunicação visual, decoração de interiores, sublimação, sinalização, entre outros. O setor aproveita o encontro presencial para debater boas práticas, apresentar novas tecnologias e propor uma reflexão sobre presente e futuro do segmento. www.fespabrasil.com.br
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COMPETITIVIDADE
DESIGN DE EMBALAGEM E A INDÚSTRIA 4.0 A INDÚSTRIA 4.0 ESTÁ MAIS PRÓXIMA DO DESIGN, ENTENDIDO DE FORMA AMPLA, DO QUE SE IMAGINA
O
comportamento das pessoas nas organizações parece ser, muitas vezes, compar timentalizado. Cada um se posiciona como que entrincheirado, defendendo posições nem sempre sustentáveis frente às incertezas e turbulências que compõem o cotidiano do mundo das embalagens. Embalagem é muito mais do que um simples material. É um sistema complexo que requer dos gestores a capacidade de observar e entender as partes - materiais, equipamentos, pessoas, objetivos de marketing, entre outros - e o todo, composto de informações, processos inovativos quase ininterruptos, mercado aberto a novas ideias e desejos. Nesse cenário, em que adicionar valor a produtos e embalagens faz parte da busca pela competitividade e consequente sobrevivência das empresas, dois conceitos, aparentemente desconexos, precisam ser considerados: design de embalagem e Indústria 4.0 ou Manufatura Avançada. Entendo o Design de Embalagem de forma ampla, sistêmica. Focar apenas um ou outro aspecto como a forma ou uma determinada cor não me parece correto. Gosto demais do Design Thinking. É holístico! Por esse motivo me apoio nele nas aulas das disciplinas Projeto de Produto (na graduação) e Projeto de Embalagem (na pós-graduação) para identificar desejos dos consumidores. Atividades como traçar o perfil da Persona, simular a Jornada do Usuário, desenhar o Mapa Conceitual, entre outras, abrem a mente para infinitas possibilidades de embalagens. 34
O sucesso do uso do Design Thinking está diretamente relacionado à colaboração entre empresas e pessoas, decorrente da conectividade entre elas que é possível graças aos recursos tecnológicos existentes. Por exemplo, sabe-se que a exposição das pessoas nas redes sociais, aliada ao uso intenso dos celulares, fornecem dados para eventual análise nas plataformas. Ter competência e ética para usar esse manancial de informações pode gerar vantagem competitiva para empresas. Inicia-se aí uma pequena viagem pelo mundo das tecnologias habilitadoras da Indústria 4.0 que podem ser úteis, mesmo numa abordagem simples do Design como a aqui adotada. A Internet das Coisas (IoT – Internet of Things), a primeira delas, permite a transmissão dos dados coletados em equipamentos, instalações e pessoas por sensores corretamente instalados para uma plataforma (leia-se Sistema Ciber-físico) onde serão consolidados e analisados (Data Analytics). A partir daí será possível simular, por exemplo, a citada Jornada do Usuário, melhorias de processos ou ainda explorar oportunidades. As demais tecnologias poderão ou não ser utilizadas posteriormente. Cabe aqui um alerta: não confundir essas tecnologias habilitadoras com a Indústria 4.0 propriamente dita, definida como “um sistema ciber-físico que permite a conexão entre equipamentos, instalações e pessoas, para coletar e analisar dados e alicerçar decisões que visem adicionar valor aos produtos e operações”. Como se vê, a Indústria 4.0, ou Quarta Revolução Industrial, está mais próxima do Design, entendido de forma ampla, do que se imagina.
Não é tão difícil entender isso! Pode parecer assustador aos neófitos, mas essa proximidade não é hostil como pode se afigurar ao primeiro olhar. É uma jornada, é essencial e fundamental dar o primeiro passo e, como preparativo, sugiro dois livros: A Quarta Revolução Industrial, de Klaus Schwab, e 21 Lições para o Século 21, de Yuval Harari. Um documento que também merece ser lido é o Plano de Manufatura Avançada (https://antigo.mctic.gov.br/mctic/ export/sites/institucional/tecnologia/ tecnologias_convergentes/arquivos/ Cartilha-Plano-de-CTI_WEB.pdf), publicado em 2017. Uma pergunta sempre formulada quando se discute esse assunto: por que começar essa jornada? Duas respostas: a) porque o futuro das organizações requer conhecimento minucioso das cadeias produtivas e de cada um dos atores, e quem não se preparar poderá não sobreviver por muito tempo; e b) porque as pessoas estão cada vez mais expostas a uma incontável quantidade de informações e querem soluções customizadas. Será desastroso não começar!!!! É preciso entender que não existem soluções mágicas. É uma transformação cultural. Utilizar esses conceitos no Design de embalagens por certo encantará os consumidores e adicionará ainda mais valor a elas.
ANTONIO CABRAL
Coordenador dos Cursos de Pós-Graduação em Engenharia de Embalagem e em Indústria 4.0 do Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia (CEUN/IMT) acdcabral@gmail.com
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