#10 Newsletter ACES Espinho/Gaia - Pessoas com Necessidades Especiais

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Carta Aberta aos Profissionais do ACeS Espinho/Gaia Tendo em conta o momento atual e as circunstâncias porque passamos, com inúmeras exigências, parece que começamos a perder um pouco o controlo da situação e já não sabemos para onde nos havemos de virar... Consideramos como factos: - Estamos, ainda, em contexto pandémico; - Atravessamos uma nova fase em que se impõe a inoculação vacinal em massa; - Somos profissionais de saúde, trabalhando em Cuidados de Saúde Primários, na linha da frente; - Temos direitos que consideramos consagrados, mas também temos deveres que temos que assumir; - Trabalhamos em serviços públicos sujeitos a regras, obrigações e cadeias hierárquicas que devemos respeitar; - Somos pessoas livres, pensantes, responsáveis pelo que podemos/devemos exigir intervenção, necessariamente de forma construtiva, acatando no final as orientações das maiorias e as decisões superiores, ainda que possamos utilizar meios de contestação suportados em procedimentos regulamentares, legalmente disponíveis.

Sérgio Vieira Coordenador da USF Além D’Ouro

Então quando nos pedem ou parecem pedir: - Processo de contratualização com exigida recuperação de atividades penalizadas em 2020 e com metas mais exigentes; - Compromissos mais abrangentes da carteira de serviços, acessibilidades muito mais acrescidas e respostas mais céleres às diferentes necessidades sentidas; - Participação ativa em serviços complementares, de variada índole, em várias frentes, consumindo imensos recursos humanos e temporais... ...questionamos, como podemos dar vazão a tudo isto, garantir serviços adequados e respostas requeridas, contemplando utentes/doentes nas várias frentes e responsáveis que ora nos confrontam com objetivos não alcançados e objetivos a alcançar, ora com dispersão de múltiplas atividades, a que urge corresponder, numa catadupa de informações e requisições diárias, por vezes aparentemente contraditórias e, quantas vezes, em cima da hora, para ontem... Parece que (ou já) estamos cansados, sentimos que somos poucos nas unidades, já desfalcadas pela dispersão de recursos, confrontamo-nos no dia-a-dia com os utentes cada vez mais exigentes, implicativos e irritados, porque não satisfeitas as suas expetativas de resposta às solicitações e que se arrastam há muito tempo, percecionamos que as coisas não se mostram com fim à vista, desassossegamos porque vemos colocadas em causa tempos de descanso que ansiamos e consideramos merecer e precisar...também nós ficamos com “os cabelos em pé”!

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