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da teologia cat6lica
A consci@ncia e diferente da percepqio: o corpo esta orientado para a as30 sobre os outros corpos, e faz isso por meio da percepqdo. E a lembranqa, como imagem do passado, que orienta a percep@o presente.
Memoria, portanto, como espirito; percepqio como corpo. Dai a necessidade de notar que espirito e materia constituem, para Bergson, dois polos da mesma realidade, e nao duas realidades distintas. A vida - escreve Bergson em A evolu<a'o criadora - "e uma realidade que se destaca nitidamente sobre a materia bruta". A vida e evoluq%o criadora, impulso vital, cria~ao livre e imprevisivel.
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A evoluqdo criadora 6 comparada por Bergson a explosao de uma granada cujos fragmentos explodem por sua vez. A vida se espalhou em direqdes diferentes, em bifurcagbes nas quais o impulso vital dispersa sua unidade originaria.
A primeira bifurca~io e a que existe entre as plantas e os animais; estes "explodem" em direqbes posteriores, como a dos insetos onde o instinto alcan~a formas excelentes, e como a do homem, onde aparece a intelighcia. E eis as diferen~as que Bergson traqa entre instinto e in- AS diferenps telighcia. 0 instinto funciona por meio de orgaos naturais, a entre instinto inteligencia cria instrumentos artificiais; o instinto e hereditdrio, e inteliggncia; a intelighcia, ao contrario, nao e; o instinto se dirige a uma coi- a intui~ao sa, a inteligencia e conhecimento das rela~des entre as coisas; o coma instinto e repetitivo e rigido, a inteligencia e criativa. da metafisica + 3 6-7 A inteliggncia produz conhecimento, conhecimento cientifico por meio de conceitos que estabelecem rela~des entre as coisas, permitindo assim a previsao. Mas o conhecimento das relaqdes entre as coisas nao e conhecimento das coisas. Estas podem ser conhecidas apenas por meio da intuiqao. A intuiqio e o instrumento da metafisica. A intui@o procede por meio da simpatia: com ela nos faz entrar em contato com as coisas e nos faz captar o que nas coisas hi de unico e inexprimivel (pelos conceitos da ciencia). 0 impulso vital se exprime no homem em atividades criadoras como a arte, a filosofia, a moral e a religiao. em As duas fontes da moral e da religia'o que Berg- son analisa a criatividade moral e religiosa. Na sua opiniao, a moral tem duas fontes: a) a pressao social; A moral da sociedade b) o impulso de amor. Na verdade, nao ha - como queriam os positivistas - apenas aberta; a moral da sociedade fechada; ha tambem - afirma Bergson - a e a religido moral absoluta da sociedade aberta: a moral do cristianismo, dos dosmisticos + 3 8-9 sabios da Grecia e dos profetas de Israel. Dessa moral o funda- mento e a pessoa criadora; o fim e a humanidade; o conteudo e o amor por todos os homens.
Analogamente, ao lado da religiio estatica - entretecida de mitos e de fibu- las que t@m objetivos eminentemente vitais, como o reforqo das ligaqdes sociais - Bergson pde a religiiio dindmica, ou seja, a religiio dos misticos (corno sao Paulo, sao Francisco de Assis, santa Teresa, santa Catarina de Sena, santa Joana DIArc), nos quais o amor de Deus e amor pelo homem. E da religiao dos misticos tem urgente necessidade a humanidade atual: esta ampliou - por meio da tecnica - sua propria agio sobre a natureza; podemos dizer assim que a humanidade cresceu seu corpo: agora - afirma Bergson - este corpo crescido "espera um suplemento de alma".
espiritualista. Ela constitui o ponto de refe- do espir*it~alismo de Bergson rtncia do pensamento franc& entre o fim do siculo XIX e as primeiras dicadas do siculo XX. Nessa filosofia, fundem-se os temas do A filosofia de Henri Bergson pode ser espiritualismo antigo (corno o de Agostinho) definida com o nome de evolucionismo e os da tradi@o introspectivo-espiritualista
francesa, que encontra suas maiores expres- s6es em Descartes e Pascal. Esses temas, em uma sintese rica e original, convergem com as insthcias do evolucionismo spenceriano e com a critica das "verdades" cientificas. Em linhas gerais, Bergson desenvolve o espiritualismo de Maine de Biran e de Ra- vaisson e, ao mesmo tempo, seu pensamento apresenta-se como continuag20 articulada das reflex6es filosoficas de Boutroux.
Bergson C considerado como o mais importante fil6sofo francis de sua Cpoca. Na realidade, foi notivel a influgncia de seu pensamento, niio apenas sobre o pragmatis- mo norte-americano no modelo de James, mas tambim sobre a reflex20 acerca da cigncia, da arte, da concep~2o de sociedade e da religi2o.
Bergson nasceu em Paris em 1859. Em sua juventude, cultivou estudos de matemitica e mecinica. Posteriormyte, decidiu dedicar-se a filosofia e, na Ecole Normale, seguiu os cursos de 0116-Laprune e de Boutroux.
Depois de laureado, ensinou durante alguns anos em diversos liceus. Em 1889 publicou sua tese de doutorado na Sor- bonne: Ensaio sobre os dados imediatos da consciincia. 0 livro alcangou grande sucesso. E sucesso ainda maior obteve seu segundo trabalho, Mate'ria e memoria, que C de 1896.
Em 1900, Bergson foi chamado para a citedra de filosofia do Colkge de France, citedra que manteria at6 o ano de 1924. Sua coletiinea de ensaios 0 riso k de 1900. 0 subtitulo dessa obra 6 Ensaio sobre o significado do cdmico. Em 1903 Bergson publicou a Introdu@o a metafisica, sucinta e brilhante sintese de suas idkias. A evolu- ~iio criadora, a obra mais sistematica e de maior relevhcia te6rica de Bergson, saiu em 1907. Eleito membro da Academia France- sa, em 1928 Bergson foi galardoado com o primio Nobel de literatura. Em 1932, saiu sua ultima obra: As duas fontes da moral e da religiiio.
Bergson era de origem judaica, mas nos ultimos anos de sua vida aproximou-se progressivamente do catolicismo, ji que, como declarou, ele constituia o elemento que completava o judaismo. Entretanto, devido ao anti-semitismo que se disseminava naquela Cpoca, renunciou a convers2o pro- priamente dita, como depois se soube pel~ seu testamento: "Eu quis permanecer entre aqueles que amanhii seriio perseguidos". Quando os nazistas ocuparam Paris, dispen- saram Bergson, ent2o muito famoso, mas ja bastante doente, de se apresentar i vistoria a que tinham de se submeter os judeus. Mas ele n2o aceitou, indo pessoalmente fazer sua ficha. Morreu em 1941, em uma Paris ocupada pelos nazistas. 0 objetivo de fundo da filosofia de Bergson C a defesa da criatividade e da irredutibilidade da consciincia ou espirito, contra toda tentativa reducionista de matriz positivista. Mas a defesa do espirito elabo- rada por Bergson adquire sua peculiaridade precisamente porque ele, a fim de entender plenamente a vida concreta da conscihcia, Ffenvt Bergson (1 859-1 941) fol o teorlco du fideldade '7 ltma reallt-lilde niio reduz~da nem d~tov( zdiz nos estveltos " fatos" dos posltwlstus, mas aherta para a d~mensiio do cspmto. Aqrtt e vetratado en2 1883, em Clernmnt-Ferrand, onde enslnazla filosofia no 1mu da cldade.
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