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Gestão de Risco
O automóvel é um risco que tem de ser bem gerido
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Afrota automóvel expõe a empresa que a detém a diferentes tipos de risco. A sua dimensão económica e exposição nanceira em algumas estruturas empresariais conferem ainda mais relevância a uma boa administração deste ativo mobiliário, uma vez que uma gestão menos correta, ou descuidada, pode ser uma ameaça à própria sustentabilidade da sua atividade.
Como se constata ao longo das páginas que se seguem, alguns desses riscos podem ser de ordem económico- nanceira (derivadas de decisões de aquisição ou de custos elevados de utilização, por exemplo), reputacional (nomeadamente com origem em práticas de condução incorretas), sociais (quando é fonte de atritos internos) ou ambientais (pegada ecológica).
Assim, esta diversidade de ameaças exige uma gestão de frota atenta, rodeada de instrumentos e soluções que permitam obter dados para antecipar comportamentos de vária ordem, contornar desvios e validar caminhos que permitam ultrapassar obstáculos imprevistos que possam surgir. Algo que, muitas vezes, requer aconselhamento externo à organização, da parte de empresas capacitadas para lidar com potenciais situações de risco, dar enquadramento jurídico ou nanceiro a decisões ou antecipar tendências que contribuam para fazer das necessidades de mobilidade das empresas um aliado da sua própria imagem perante a sociedade.
Observatório das Frotas
O Observatório de Frotas é uma Iniciativa da FLEET MAGAZINE que convida gestores de frota e responsáveis de compra das empresas a responderem a um conjunto de questões destinadas a avaliar a composição, desempenho e necessidades das empresas e respetivas frotas de veículos. Como preocupações e tendências de comportamento para 2020/2021, as respostas indicam que: > 57% declara-se preocupado que a redução da atividade económica da empresa possa gerar pressões sobre a frota; > 40% com o aumento dos custos de financiamento > 33% que alterações fiscais reflitam-se nos encargos da frota; > 61% admite que os custos de recondicionamento são uma preocupação; > 33% que os mesmos são partilhados com o utilizador e 28% que eles são assumidos pela empresa; > 59% admite estar a renovar o parque automóvel em 2020 conforme planeado; > 22% diz estar a adquirir veículos plug-in e totalmente elétricos este ano; > 19% diz estar a renegociar porque muitos colaboradores estão em teletrabalho ou em regime misto.
FICHA TÉCNICA A PRESENTE AVALIAÇÃO PRELIMINAR TEM POR BASE UM UNIVERSO DE 58 RESPOSTAS OBTIDAS POR UM QUESTIONÁRIO ONLINE ENTRE JULHO E OUTUBRO DE 2020, COM ESPECIAL INCIDÊNCIA DE EMPRESAS DA ÁREA DOS SERVIÇOS (33%), DISTRIBUIÇÃO E LOGÍSTICA (19%), TECNOLOGIA E COMUNICAÇÃO (19%), BANCÁRIA/FINANCEIRA (14%), INDÚSTRIA ALIMENTAR E BEBIDAS (10%) E ASSISTÊNCIA TÉCNICA (10%). ALGUMAS EMPRESAS PODEM TER MAIS DO QUE UMA ÁREA DE ATIVIDADE. À DATA, 29% TINHAM MAIS DE 250 VIATURAS, 28% DAS EMPRESAS, 17% ENTRE 51 E 100 UNIDADES E 9% MAIS DE 500 VEÍCULOS EM FROTA.
Modelo de gestão das frotas deve evoluir
—— A Deloitte desenvolve processos de consultoria para empresas na área de gestão de frota, na assessoria a questões de índole fiscal, e no apoio à tomada de decisões que podem alterar a exposição das empresas aos riscos derivados do uso ou propriedade do automóvel
No mais recente estudo da consultora – “2020 Deloitte City Mobility Index” é realçado o papel que as cidades estão a ter na transformação dos hábitos de mobilidade, ao restringir ou criar nova regulamentação para a circulação de determinados tipos de veículo, acelerando ainda processos digitais de seleção do transporte. Que, de acordo com o documento, deverão prosseguir e podem até ser estimulados pelas atuais contingências da COVID-19.
“Esta transformação decorre naturalmente das novas tendências que passam sobretudo pela necessidade da descarbonização dos transportes, incluindo a eletri cação das frotas, conjugada com as expetativas das novas gerações sobre a sua mobilidade. Por exemplo, de acordo com as nossas projeções, em meios urbanos, mais de 10% dos quilómetros percorridos em 2025 serão em veículos partilhados, mas, em 2040, a mobilidade partilhada poderá já representar 80% dos quilómetros percorridos em meio urbano”, destaca Diogo Santos, Partner da Deloitte.
Movimentações que naturalmente desencadeiam re exos ao nível das frotas corporativas.
“A gestão das frotas está nos dias de hoje a sofrer a mais ímpar das transformações desde o início da sua ascensão como área especí ca da gestão”, resume este responsável da Deloitte.
automóvel consideram que uma empresa deve olhar com atenção?
Em termos de riscos que, no contexto atual, assumirão importância acrescida, destacamos os ambientais. Os quais poderão resumir-se, de forma simples, como a dimensão da pegada ambiental, a qual, em alguns casos, é extremamente relevante.
Depois a satisfação de colaboradores. A proposta de valor que as empresas têm para os seus colaboradores, ao nível de frota, pode não responder às expetativas das novas gerações. Deve evoluir cada vez mais no sentido da mobilidade e não exclusivamente do automóvel.
E ainda reputacionais ou sociais. Estão associados à projeção das suas marcas e dos valores empresariais que pretendem promover. Por isso, as opções por frotas mais sustentáveis podem projetar hoje uma reputação assinalável no tema da sustentabilidade empresarial.
Nesse sentido, em que medida é importante desenvolver um trabalho contínuo de avaliação da frota, para prevenir riscos e aumentar a e cácia da ação de gestão?
A avaliação da e ciência e e cácia das operações em termos da gestão de frotas é já hoje um processo regular e cíclico em boa parte das organizações. A sua importância está diretamente relacionada com a dependência que o seu produto ou serviço tem associado à própria frota.
A dimensão dessa mesma frota poderá representar, em si mesmo, uma dimensão económica que carece de avaliações permanentes, incluindo comparações entre pares e de melhores práticas. Devem abranger análises quantitativas e qualitativas que permitam sustentar não só o seu nível de maturidade, bem como identi car alternativas nos seus percursos de melhoria contínua.
E que instrumentos podem ser utilizados nos processos de avaliação?
As soluções/ferramentas de gestão da frota são um contributo essencial no caminho da otimização, pois não só suportam a operação da frota, mas igualmente sustentam as análises necessárias com vista a incrementar os níveis de e ciência das operações.
A utilização destas ferramentas de suporte à gestão da frota pode contemplar variações distintas, que passam por soluções especí cas de gestão dos ativos, de otimização de rotas e cargas, tracking, GPS, sistemas de telemática (análise de comportamento dos condutores), entre outras. Ou simplesmente por soluções inovadoras que permitam alterações de comportamento dos indivíduos, como sejam por exemplo as soluções de mobilidade integrada - Mobility as a service (MaaS), as quais terão, no futuro próximo, um enorme impacto na mobilidade individual de cidadãos, os quais são também parte integrante do mundo empresarial, se vistos nessa mesma ótica e não como particulares.
Mais uma vez, no contexto atual, que importância tem dispor de alguma exibilidade organizativa e de gestão?
A relevância da gestão da frota automóvel estará sempre relacionada com a criticidade desta variável em cada negócio, havendo naturalmente realidades distintas.
A ideia fundamental é que a função de gestão de frota deve transformar-se. Se tal acontecer, conseguirá assumir-se como relevante nas empresas, na medida em que acrescenta valor, respondendo aos desa os dos desa os de hoje com novas soluções.
A exibilidade organizativa e de gestão é absolutamente crítica pois esta função tem de tornar-se mais multidimensional, não se limitando ao automóvel e à sua gestão. Mesmo na perspetiva restrita da frota automóvel, caberá a esta função procurar novas soluções de gestão e incorporar, nas suas soluções, variáveis como sejam a exibilidade de utilização e a preocupação ambiental.
Nesse âmbito, como deve ser encarada a integração de viaturas plug-in e elétricas na frota?
O crescimento das viaturas plug-in e elétricas na frota é hoje uma realidade indesmentível, movimento este alicerçado sobretudo no forte alargamento da rede de carregamentos, nos benefícios scais proporcionados e na promoção da redução de gases nocivos para a atmosfera. Não excluindo, claro, a importante redução do custo com combustível. A conjugação destes 3 fatores, e permanecendo o quadro de enorme pressão para a descarbonização das frotas, garante que este movimento irá manter nos próximos anos, incrementado ainda pelas futuras opções do hidrogénio, por enquanto ainda numa fase embrionária de conceção e desenvolvimento. Regista-se ainda que as marcas automóveis têm, nos últimos anos, lançado modelos híbridos, PHEV e BEV a um ritmo acelerado e as ofertas são cada vez maiores nas Gestoras de Frota, pois estas têm objetivos ambiciosos no que diz respeito à redução dos combustíveis fosseis.
Acresce a estes fatores a maior preocupação ambiental por parte dos consumidores, que aceleram este movimento e obrigam as suas empresas a disponibilizarem este tipo de oferta.
E naquilo que se relaciona com a transferência da tributação dos encargos com a viatura para a esfera do colaborador?
Em muitos casos, esta possibilidade constitui uma vantagem para as empresas, dado que permite eliminar a tributação autónoma em IRC (agravada ao longo dos últimos anos) que incide sobre os encargos com as viaturas que se encontram a ser utilizadas em termos pessoais pelos colaboradores e desde que exista acordo escrito entre estes últimos e a sua entidade patronal. Naturalmente que a transferência de tributação em apreço implica um ónus para o colaborador, que vê agravada a tributação em IRS em virtude do rendimento em espécie decorrente da utilização pessoal da viatura. Ainda assim, e sem prejuízo da atenção que deverá ser dada ao agravamento da tributação na esfera do colaborador, em termos agregados colaborador/ empresa, veri ca-se em muitos casos ganhos de e ciência.
O apoio às empresas
A Deloitte pode ajudar a criar/ implementar uma política de frota assertiva?
A Deloitte pode com certeza apoiar os diversos clientes na criação de políticas, regras e procedimentos, quer ao nível mais estratégico, como igualmente a nível operacional. Incluindo a identificação de boas práticas de gestão da operação de gestão de frotas, nomeadamente “benchmarking”. Estas poderão passar pela fixação de normativos para os condutores, por linhas de orientação para a manutenção das viaturas e pela operacionalização de dashboards de indicadores que permitam um acompanhando das operações. Neste contexto, consideramos crítico que quaisquer políticas devem ser acompanhadas da implementação de soluções tecnológicas que capitalizam a utilização dos dados e informação disponíveis. Contudo, é entendimento da Deloitte que, no contexto atual, quaisquer definições em sede de gestão de frota deverão ser enquadradas numa reflexão mais abrangente sobre a mobilidade.
Risco cibernético e adaptação do sector segurador
—— A Marsh fornece consultoria de risco e corretagem de seguros em mais de 130 países. Faz a assessoria de clientes comerciais e individuais, desenvolvendo estratégias e soluções que sirvam para enfrentar cada desafio e preparar as empresas para responder de acordo com novas tendências, nomeadamente na área da mobilidade
AMarsh é uma empresa da Marsh & McLennan Companies (MMC), líder global em serviços pro ssionais nas áreas de risco, estratégia e capital humano. Além desta consultora, fazem parte da MMC a Mercer (*), Guy Carpenter e a Oliver Wyman.
Em Portugal, a Marsh pratica políticas de frota nacional. Com a gestão integrada no departamento de Facilities, no parque há 23 viaturas ligeiras de passageiros (seis híbridos e 17 de combustão interna), adquiridos em renting.
Sérgio Costa, Commercial & Consumer Manager da Marsh Portugal, responde às questões colocadas pela FLEET MAGAZINE.
Que parâmetros de risco uma empresa deve prestar atenção em relação à sua frota? Que aspetos convém ter bem “trabalhados”?
Hoje em dia, quando olhamos para as frotas das empresas, não nos podemos cingir somente aos riscos de circulação da frota automóvel.
Desta forma, para além dos riscos inerentes à gestão habitual das viaturas, tais como a sua antiguidade, a gestão da sua manutenção, as suas rotas e os seus condutores, é fundamental olhar para a atividade da empresa de uma maneira mais abrangente, por forma a perceber que outros tipos de riscos é que enfrenta, quando a frota está em circulação e ocorre um acidente. Nomeadamente, riscos ao nível ambiental, no caso de derrame num transporte de matérias perigosas; riscos inerentes à proteção às mercadorias que possam transportar; em relação a acidentes de trabalho, protegendo devidamente os condutores ao serviço da empresa; riscos de âmbito reputacional, por exemplo a perda de receita ou a desvalorização da marca junto de clientes e fornecedores, no caso de condução inadequada; e ainda o risco cibernético, devido ao acesso indevido aos dados da frota, fruto da evolução tecnológica das viaturas.
Uma empresa, por si só, consegue fazer esse trabalho de avaliação interna? Ou é conveniente uma análise externa, uma visão “de fora” mais objetiva?
A presença de um consultor externo é fundamental. Não só porque reforça a implementação de algumas medidas, mas também pelos benefícios que a sua independência e visão diferenciada poderá trazer na introdução de temas, mais facilmente identi cados por quem é externo à organização.
Essa avaliação externa, feita por uma equipa especializada, permite criar e adaptar soluções especí cas para cada negócio, de maneira a proteger a empresa ao longo da sua cadeia de valor, no que se refere à utilização da sua frota.
O contexto atual pode ajudar a re etir sobre uma nova ideia de mobilidade nas empresas?
Da mesma maneira que as empresas estão a repensar os modelos de trabalho a partir de casa, bem como a recon guração e uso dos escritórios, também já começaram a repensar nos seus modelos de frota. Nomeadamente na atribuição de viatura de serviço, seja por substituição ou introdução de soluções inteligentes de mobilidade, como a micro-mobilidade ou o carsharing.
A micro-mobilidade (trotinetes, e-bike e e-Scooter) é um novo conceito que pode entrar dentro dos pacotes de benefícios das organizações, alargando a atribuição dos mesmos a um maior número de colaboradores, aumentando dessa forma o nível de satisfação e criando, especialmente nas empresas pioneiras, fatores de atração de talento.
Com estes planos de mobilidade, as empresas vão contribuir igualmente para a alteração de estilos de vida, redução do impacto ambiental e aproximação dos seus colaboradores ao local de trabalho.
Também o sector segurador terá de se adaptar a esta nova realidade. Terá de criar novos modelos e formas de tarifação muito alicerçados nas novas tecnologias, que apoiam o negócio de maneira a responder aos desa os que esta mudança acarreta.
E em relação ao crescimento de viaturas plug-in e elétricas na frota de muitas empresas?
Para além dos benefícios scais que incidem sobre esta tipologia de viaturas, no momento da substituição ou integração das mesmas na sua frota, as empresas necessitarão de se adaptar a uma nova realidade. Nomeadamente com a revisão dos modelos de parqueamento das viaturas,
disponibilidade de infraestruturas de carregamento e com a revisão dos orçamentos de capacidade e de consumo de eletricidade em alternativa aos combustíveis fósseis.
Do ponto de vista operacional, a de nição das rotas também poderá ser impactada, tendo em conta a autonomia e tempo de carregamento deste tipo de viaturas.
Que importância assume um bom documento de política de frota, assertivo no âmbito dos deveres e obrigações de utilização da viatura?
Quando uma empresa disponibiliza uma viatura a um colaborador, é expectável que este a utilize de forma responsável e cuidada. Existem mecanismos que poderão ser implementados, em função da sinistralidade de cada colaborador, de modo a que os mesmos partilhem a responsabilidade em caso de sinistro pela utilização da viatura da empresa, sendo que, para uma gestão e ciente da frota, é fundamental a obtenção de dados telemétricos. Para tal, todas as partes devem estar envolvidas no processo de forma transparente.
Porém, as normas do RGPD impedem ainda muitas empresas de avançar. Como podem car seguras neste aspeto?
Atualmente, e que seja do nosso conhecimento, ainda não existem outras soluções que defendam a empresa neste aspeto, que não passem exclusivamente por uma validação por parte do departamento legal da empresa.
(*) O mais recente estudo “Car Bene t Policies 2020” realizado pela Mercer revela que, em Portugal, mais de 80% das empresas disponibilizam benefício automóvel, sendo que o critério mais frequente para a elegibilidade desse benefício é o nível da função. A política automóvel é, para a maioria das empresas de nida a nível local (43%), no entanto, para 29% das empresas, este benefício é de nido a nível global.
Importância de uma avaliação externa e independente
—— A SGS pode apoiar o trabalho de gestão de frota em questões práticas e processuais relacionadas com o uso dado a uma viatura de empresa. É um trabalho de aconselhamento que passa pela identificação dos riscos de utilização, com proposta de ações concretas para a sua mitigação
Em Portugal, a SGS é líder em peritagens de m de contrato associado a gestoras de frotas, com equipas e processos quali cados para tal, seguindo procedimentos que são transversais à estrutura internacional da empresa e que são aplicados em cerca de 40 países.
A FLEET MAGAZINE pediu a Jorge Lourenço, Product Manager da área de Transportation da SGS Portugal, que ajudasse a identi car alguns riscos inerentes ao uso da viatura por parte do utilizador e de uma empresa, bem como as soluções de apoio à gestão de frota que podem ser implementadas com o objetivo de prevenir o agravamento dos custos e de melhorar a sua e ciência.
Identi cação dos riscos
Os riscos relacionados com uma frota automóvel podem apresentar-se de diversas formas e devido a vários fatores, por exemplo, mecânicos, humanos, entre outros.
Um dos mais frequentes é o atraso nas manutenções programadas. Pode originar problemas graves ao nível do desempenho das viaturas e, consequentemente, reparações mais dispendiosas. Paralelamente, este atraso implica também a perda do seguro de garantia.
O mesmo se aplica à substituição atempada dos pneus, que é um dos principais causadores de acidentes, e que, em alguns casos, pode resultar na perda total da viatura.
Ainda na componente mecânica, não fazer a regeneração do catalisador de forma correta representa também um risco.
Também a simples utilização de ambientadores líquidos, não numa ótica de desempenho e performance da viatura, mas na utilização dos painéis digitais da consola central ou dos autorrádios, devido à possibilidade de derramamento do conteúdo.
Ainda nesta temática do derramamento de líquidos, devido à pandemia de Covid-19, veri ca-se a utilização de desinfetantes com uma elevada concentração de álcool e outros aditivos na sua composição na higienização das viaturas. São produtos com composições que podem reagir com os materiais do veículo, comprometendo o correto funcionamento dos diversos controlos digitais presentes na consola do carro ou no volante, que, em alguns casos, pode obrigar até à sua substituição.
Numa ótica de riscos associados a intervenção humana na utilização das viaturas, é importante ter atenção os locais onde são estacionadas as viaturas, assegurando o devido distanciamento dos outros carros, para evitar que a abertura de portas não provoque mossas ou dani que a pintura.
Assegurar uma condução defensiva e circular
com a devida distância de segurança para diminuir o risco associado à projeção de objetos e pedras, que podem partir o vidro da viatura ou os faróis, e até mesmo causar danos na pintura do capot e no para-choques, é outra das medidas preventivas para diminuir os riscos.
Fumar dentro das viaturas pode também resultar em bancos, estofos, alcatifas, forras das portas e do tejadilho queimados.
Aconselhamento para prevenir e minimizar danos
É muito importante uma avaliação externa que forneça todas as ferramentas necessárias às equipas de gestão de frotas para prevenir ou minimizar os riscos. Em nossa opinião, a solução principal passa pela formação das equipas de gestão de frotas com base na informação presente
Devido à pandemia erifica se a i i a ão de desin e an es co a e e ada concen ra ão de coo e o ros adi i os na i ieni a ão das ia ras ão prod os co co posi es e pode rea ir co os a eriais do e c o o co pro e er o corre o nciona en o dos di ersos con ro os di i ais
nos manuais de recondicionamento das viaturas, para que estas possam formar e informar os utilizadores das viaturas.
O que a SGS propõe
Disponibilizamos um serviço de consultoria, tanto a gestoras de frotas, como a empresas dos mais variados sectores de atividade que possuem frotas próprias.
A formação permite explicar quais os procedimentos previstos nos respetivos manuais de classi cação em que estão de nidos, quais os danos aceitáveis ou não nas viaturas no nal do contrato, e assim formar os utilizadores das viaturas com vista à diminuição dos danos não aceitáveis e, consequentemente, diminuir os encargos no momento da devolução da viatura. Esta formação pode ser ainda complementada
com serviços adicionais que permitam minimizar os custos de recondicionamento no momento de efetuar a devolução das viaturas.
Ações executáveis
Por exemplo, a realização de uma pré-peritagem antes da devolução das viaturas para estimar o custo de reparação relativos aos danos não aceitáveis. Permitindo às empresas avaliar qual a solução mais vantajosa a nível económico, antes de efetuar a devolução da viatura.
A peritagem de avarias mecânicas possibilita perceber qual o real motivo da avaria. Seja por má utilização, um defeito de fabrico ou má manutenção, entre outras, para, desta forma, atribuir a responsabilidade a quem efetuou a manutenção, à marca ou ao utilizador.
Como se realizam as peritagens
O serviço de peritagem da SGS é efetuado com recurso a uma solução digital desenvolvida pela própria SGS.
No caso de substituição de frota, a SGS disponibiliza ainda um serviço de veri cação de veículos ao nível estético e mecânico, para comercialização e realização de seguros de garantia. Este serviço permite atestar o estado real do veículo e, através da emissão deste relatório efetuado por uma entidade independente, estão criadas as condições para um processo de negociação mais claro e que, adicionalmente, também irá ajudar na realização de seguros de garantia.
Esta avaliação pode ser realizada em duas modalidades distintas: de acordo com os requisitos da própria empresa ou através da criação de uma “check list” de veri cação com 150 ou 200 pontos de avaliação, que permitem determinar o estado real da viatura e o seu valor de mercado.
No caso da realização de seguros de garantia, esta declaração permite aumentar a margem negocial com as empresas de seguros de garantia.
Riscos com viaturas plug-in e elétricas
A transição implica diversas adaptações e devem ser considerados alguns fatores: custo de aquisição e manutenção das viaturas, necessidade de autonomia na frota, a implementação obrigatória de postos de carregamento nas suas instalações e respetivos custos associados, entre outos.
As próprias marcas de carros estão a adaptar-se e há uma clara aposta na produção de veículos
peri a e possi i i a perce er a o rea o i o da a aria para a ri ir a responsa i idade a e e e o a an en ão arca o ao i i ador
mais económicos e com maior autonomia; consequentemente, haverá também a implementação de mais postos de carregamento, que, neste momento, são ainda em pouca quantidade e quase inexistentes em determinadas zonas do país. Cremos que nos próximos cinco anos, estarão disponíveis no mercado soluções mais económicas e com maior autonomia, e, face a este cenário, acreditamos que, atualmente, é mais vantajoso para a maioria das empresas possuir frotas mistas para adequar a tipologia de viaturas às necessidades da própria empresa.
Por exemplo, faz sentido que haja uma aposta em viaturas plug-in ou elétricas no caso de serem viaturas com pouca utilização ou para viagens com distâncias curta. No caso de viaturas que fazem percursos longos, como é o caso das viaturas utilizadas pelas equipas comerciais, é necessário salvaguardar diversas questões como a autonomia e a existência de pontos de carregamento disponíveis, e, por esse motivo, talvez seja melhor manter as frotas a gasolina e diesel.
A existência de frotas 100% plug-in ou elétricas fará parte do futuro das frotas e cremos que esta fase de transição permitirá aos utilizadores adquirir conhecimentos relativamente a esta tipologia de veículo.
Política de frota
A SGS pode apoiar as empresas na criação de um manual de gestão de frotas que detalha o procedimento de utilização de todas as viaturas, desde o momento em que é atribuída ao colaborador até ao momento da devolução, sejam frotas próprias ou geridas em renting. Este apoio pode também incluir o desenvolvimento de um guia de boas práticas para colocar em exercício as medidas previstas no manual.
Uso de telemetria vs RGPD A proteção de dados pessoais pode car prevista e detalhada no manual de gestão de frotas anteriormente mencionado, a que todos os colaboradores terão acesso quando lhes é atribuída uma viatura da empresa. Nesse mesmo manual, o colaborador é informado relativamente ao âmbito de utilização da respetiva viatura, se é apenas a nível pro ssional ou total, e à existência ou não do sistema de telemetria para monitorizar a utilização da mesma.
Pode ainda car previsto no manual, que ao receber a viatura, e respetivo manual de gestão de frotas, o colaborador toma conhecimento e autoriza a empresa a utilizar os dados recolhidos pelo serviço de telemetria.