FICHA TÉCNICA
Título – Curriculum Vitae e Candidaturas
Promotor – CME
Editor – Forum Estudante
Coordenação Geral – Rui Marques
Gestão de Projeto – Gonçalo Gil
Coordenação Executiva – Cristina Carita
Autoria – Cristina Carita
Design Gráfico – Miguel Rocha
Data – abril 2022
#1 INTRODUÇÃO
A primeira ferramenta que todas as pessoas querem ter, quando procuram emprego, é um bom Curriculum Vitae (CV), acompanhado de uma boa carta de apresentação.
Convém ressalvar que estas não são as únicas ferramentas para a procura de emprego – podes consultar os restantes ebooks desta coleção para conhecer outras ferramentas. Contudo, serão estas o principal foco deste ebook, durante o qual partilhamos contigo os principais conselhos para que consigas conceber documentos consistentes.
A carta de apresentação é o primeiro documento que um recrutador analisa e, se esta pequena história sobre ti for interessante, é ela que vai fazer com que o recrutador queira analisar o CV, para saber mais sobre ti e a tua história. Por isso, é crucial que tenhas uma boa história para contar.
#2 CANDIDATURAS
Para apresentar uma candidatura a um emprego é essencial:
➜ Analisares cuidadosamente o anúncio de emprego
➜ Analisares se o teu perfil se enquadra nos requisitos do anúncio
➜ Reunires informação sobre a empresa a que te vais candidatar
➜ Definires que parte da tua história vais contar (teaser)
➜ Ajustares o teu CV e a Carta de Motivação à função a que te vais candidatar
Antes de tudo isto, é essencial parares e fazeres uma reflexão sobre o que gostas, sabes e não sabes fazer (Ver ebook “Quem sou eu?”), para saberes se tens o perfil certo para a função a que te vais candidatar. Sem este trabalho consciente, a tua possibilidade de sucesso diminui porque vais “disparar em todas as direções” sem qualquer tipo de plano.
Candidatura a uma vaga
Quando vês um anúncio de emprego (jornal, internet, encaminhado por um amigo/ familiar, site de empresa ou recrutamento) a solicitar candidatos para uma determinada função, isso significa que existe uma (ou mais) vaga(s) concreta(s) numa determinada organização. Deves ter atenção aos requisitos da vaga. Podes não te enquadrar em todos eles, mas deves candidatar-te se considerares que é uma função que te vês a desempenhar.
Faz a ti mesmo algumas perguntas:
• O que eu gosto de fazer?
• O que eu sei fazer?
• O que eu ainda não sei fazer?
• Em que tipo de função quero trabalhar?
• Quais as empresas onde gostaria de trabalhar?
• Para desempenhar a função que quero ter, que competências tenho?
• Para desempenhar a função que quero ter, que competências ainda tenho que adquirir (e como)?
• Qual a história que vou contar sobre mim?
Depois de responder a estas questões, estarás pronto para começar a procurar emprego e a preparar as tuas ferramentas para cada uma das oportunidades que resolveres agarrar. Sabe mais sobre as várias formas de te candidatares.
Na tua carta de apresentação e no teu CV deves incluir palavras-chave que aparecem nos requisitos do anúncio de vaga. Muitas empresas de recrutamento possuem ferramentas de análise de CV que efetuam uma primeira triagem aos CV recebidos. Estes lei-
tores automáticos detetam palavras-chave que fazem parte do anúncio da vaga. Por isso, é importante que a resposta a cada candidatura seja completamente personalizada. O que é que isto significa? Que deves escrever de raiz uma nova carta e um novo CV. Mas atenção, podes já ter um CV completo com todas as informações (o modelo Europass é muito bom enquanto arquivo de informação pois é muito detalhado e estruturado) e, a partir daí, selecionar a informação que faz sentido incluir num CV para uma candidatura específica, tendo o cuidado de incluir palavras-chave. Candidatura espontânea
Quando tens identificadas algumas organizações onde gostarias de trabalhar, mas não existe nenhum processo de recrutamento em curso, podes sempre enviar uma candidatura espontânea que pode abrir uma porta ou ficar em arquivo.
Tens que ter especial atenção com a carta e CV que envias, nomeadamente:
➜ Fazendo uma boa pesquisa sobre a organização para direcionar o teu discurso e a informação incluída na tua carta e no teu CV;
➜ Enviando a candidatura a uma pessoa (diretor de recursos humanos, se existir) e não à organização, genericamente e sem personalizar;
➜ Enviando por correio, email ou entregar em mão, nunca para um endereço geral, mas para o da pessoa certa que deverá analisar a tua candidatura;
➜ Sendo muito direto em relação ao que pretendes: qual a função, o que podes oferecer à organização;
➜ Demonstrando que conheces a organização, que fizeste o teu trabalho de pesquisa, de forma a não dizeres nada que seja desenquadrado.
Conseguires uma entrevista ou um emprego com base numa candidatura espontânea, tendo em conta que não há uma vaga aberta, pode ser mais difícil, pelo que tens que te preparar de forma distinta da que necessita a candidatura a uma vaga.
#3 CARTA DE APRESENTAÇÃO
Toda e qualquer candidatura necessita de uma carta de apresentação ou motivação a acompanhar o CV: seja entrega em mão, envio por correio ou por email. Um CV nunca se entrega sem este documento. Aliás, a carta funciona como um “teaser” para suscitar o interesse do recrutador em ler o CV para saber mais sobre o potencial candidato. Este é o primeiro contacto entre ti e o recrutador.
Esta ferramenta de procura de emprego tem como objetivo apresentar os teus objetivos, motivações e qualificações. Ela antecede a leitura do CV e, em caso de excesso de candidaturas, pode fazer com que sejas selecionado ou descartado.
A carta de apresentação deve ter uma página, no máximo, composta por 3 a 4 parágrafos. Caso o envio da candidatura seja feita via email, ela é colocada no corpo do email (e não em anexo).
O que deves colocar numa carta de apresentação:
➜ Se o envio for feito por email, no assunto deves dizer que se trata de uma candidatura à função XXXX, com a refª YYY (se assim for indicado no anúncio);
➜ Qual o posto a que te estás a candidatar (a organização pode estar a recrutar para diversas atividades) e como tiveste conhecimento da vaga em questão (jornal X, Site de emprego Y, Refª W…);
➜ As tuas competências e qualificações de forma a que sejas um candidato adequado para a vaga em questão;
➜ Qual a razão (objetivos e motivação) para te estares a candidatar aquela vaga em específico;
➜ Termina agradecendo a disponibilidade e demonstrando interesse numa entrevista.
A carta de apresentação é a tua oportunidade de contacto com o recrutador e de iniciares o relato da tua história. Ela é a porta de entrada e pode potenciar a leitura do teu CV. Mas não é um resumo do teu CV, portanto, a conceção da carta é autónoma e deve conter informação diferente, nomeadamente, não apenas informação sobre ti, mas também sobre a organização a que te estás a candidatar,
demonstrando que és uma pessoa interessada e empenhada.
Não caias no erro de fazer uma carta-tipo que utilizas indiscriminadamente para qualquer função a que te candidates. Um recrutador consegue determinar facilmente se a carta é personalizada e autêntica ou se se trata de uma cópia a que apenas trocaste o nome da empresa.
#4 CURRICULUM VITAE
O Curriculum Vitae é uma ferramenta que te permite contar mais um pouco da tua história e que permite ao recrutador conhecer mais sobre ti e avaliar se há interesse em te convocar para uma entrevista presencial.
Independentemente do formato que escolheres, existem campos “obrigatórios”:
➜ Dados Pessoais: nome, data de nascimento, número de telefone e e-mail (não coloques a morada a menos que se trate de um concurso público que o solicite);
➜ Formação Académica: como regra geral, começa sempre das habilitações mais recentes para as mais antigas: curso, ano, instituição de ensino, média, trabalhos importantes;
➜ Formação Complementar: enumera as ações de formação contínua ou cursos adicionais e estágios de formação que sejam relevantes para a função a que te estás a candidatar (últimos 5 anos);
➜ Experiência Profissional: nome de empresas para as quais trabalhaste, a duração, as funções desempenhadas, tarefas efetuadas e metas atingidas;
➜ Aptidões e Competências: conhecimentos informáticos e linguísticos, competências técnicas e comportamentais.
Dicas importantes na construção do teu CV:
• Sê sintético – 1 a 2 páginas no máximo;
• Linguagem clara, objetiva, direta;
• Frases curtas;
• Exemplifica, mas sem exagero;
• Realça os teus pontos fortes e valoriza as tuas competências, com referência como as adquiriste;
• Não incluas experiências ou formações que não acrescentem valor à função a que te estás a candidatar;
• Evita formatações excessivas. A diferenciação está na tua história e não no layout do teu documento;
• Cuidado com a fotografia que colocas no documento e a imagem que ele transmite sobre ti;
• Cria um email profissional com o teu primeiro e último nome;
• Disponibiliza um contacto telefónico que realmente utilizes;
• Inclui trabalhos temporários, estágios, voluntariado, envolvimento associativo. Eles demonstram proatividade e desenvolvimento de competências;
• Não te esqueças de colocar as palavras-chave do anúncio;
• Relê atentamente e corta o que não for pertinente;
• Revê erros ortográficos ou gralhas;
• Relê o CV e a carta antes da entrevista.
Ao redigires o teu CV, depois de fazeres a tua auto-análise, pensa que parte da tua história vais contar e adequa o discurso ao anúncio e à pesquisa que fizeste sobre a organização e/ou a função a que te estás a candidatar.
Lembra-te que o CV é uma das ferramentas da procura de emprego, mas não é a única. Os recrutadores, se estiverem a ponderar chamar-te para uma entrevista, vão procurar informação sobre ti, em especial, nas redes sociais (podes consultar o ebook desta coleção “LinkedIn e Rede de Contactos”), pelo que a tua imagem deve ser congruente. Isto é, deves ter o cuidado de manter o mesmo tipo de discurso, princípios e valores em todas as tuas interações, seja no Facebook, no Instagram ou no LinkedIn.
Para procura de emprego, todas as ferramentas que utilizares estão interligadas e contam um pouco da tua história com o objetivo de cativar o interesse no recrutador a ponto de passar da carta para o CV, para o LinkedIn, para a entrevista:
Quem és Motivação
Qualificações
Competências Experiências
#5 A RETER
Não te esqueças! Algumas dicas importantes:
1.º Analisa cada anúncio com cuidado e sê objetivo no que diz respeito à adequação com o teu perfil
2.º A carta de apresentação é o teu primeiro contacto com o recrutador, um “teaser” da tua história, pelo que deve ser personalizada a cada vaga a que te candidatas
3.º Uma carta não é um resumo de um CV nem o contrário. São dois documentos
autónomos, mas complementares, que contam parte da tua história
4.º A tua motivação tem que estar visível na tua carta e no teu CV
5.º Uma carta para cada candidatura; Um CV para cada candidatura – Sempre!
6.º Apresenta documentos claros e objetivos, sem demasiada formatação nem número de páginas
7.º Demonstra as competências, experiências e conhecimentos que se adequam à função a que te estás a candidatar
8.º Sê congruente na tua imagem online: não te contradigas ou demonstre seres uma pessoa no Facebook e outra completamente diferente no LinkedIn
9.º Reescreve e revê quantas vezes forem necessárias. Nunca apresentes documentos com erros ortográficos ou gralhas!
10.º Prepara-te! Investe tempo em cada candidatura que apresentes. Diferencia-te fazendo o teu CV e não o CV que podia ser de qualquer outra pessoa.
#6 EXERCÍCIOS
Exercício 1
Identifica 2 oportunidades de candidatura e explica o motivo porque achas que faz sentido concorreres:
CANDIDATURA ESPONTÂNEA
Exercício 2
Seleciona um anúncio que se adeque e ti.
ESCREVE 5 LINHAS SOBRE O TEU OBJETIVO PROFISSIONAL
ESCREVE UM RESUMO PROFISSIONAL E DE COMPETÊNCIAS
ESCREVE UM RESUMO SOBRE A ORGANIZAÇÃO PARA ONDE TE VAIS CANDIDATAR
ESCREVE 5 LINHAS SOBRE AS RAZÕES QUE TE LEVAM A CANDITATAR
Exercício 3
Seleciona um anúncio real e:
3.1. Escreve uma carta de apresentação
3.2. Escreve um CV adequado ao anúncio que escolheste