Forum Estudante #338 - Dezembro de 2021

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Inside Job Conhece profissões na área do Marketing

Revista Forum Estudante | Dezembro 2021 | Edição n.º 338 | Mensal l Diretor: Gonçalo Gil l Disponível apenas por assinatura com o custo mensal de 1€

IPDJ Já segues a filosofia #BEACTIVE? IEFP Medalhados EuroSkills na primeira pessoa Ensino Superior Caminhos entre o secundário e o superior

JULINHO KSD STA SABI NA SABURA


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3 | Forum Estudante | dez’21 /Passatempos

PASSATEMPOS www.forum.pt

CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO: Estes passatempos decorrem até 30 de dezembro de 2021, salvo indicação em contrário no próprio passatempo. Apenas serão atribuídos prémios a residentes em Portugal e somente um prémio por pessoa e morada em cada passatempo. Só será aceite, de cada concorrente, uma participação por dia. O não preenchimento correto do formulário de participação em www.forum.pt/passatempos, leva à desclassificação do participante. Aos vencedores, os prémios serão enviados via CTT. Após notificação, os vencedores têm um prazo de 15 dias para reclamar o prémio. Os prémios devolvidos não serão reenviados. A idade máxima de participação é de 25 anos, inclusive, a confirmar por documento de identificação. OS PREMIADOS SÃO ANUNCIADOS EM FORUM.PT. NOTA: as cores e modelos apresentados podem não corresponder às imagens apresentadas.

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DESIGN Miguel Rocha miguel.rocha@forum.pt FOTOGRAFIA Gonçalo Gil, Diogo Carvalho, Dreamstime, Freepik, Pexels, Unsplash Fotografia de capa: Diogo Carvalho REDAÇÃO Fábio Rodrigues fabio.rodrigues@forum.pt Joana Silvério joana.silvério@forum.pt Colaboração: José Maria Archer Rúben de Matos ASSINATURAS Paula Ribeiro Tel.: (218 854 730) pribeiro@forum.pt Anuidade: 10,00€ PUBLICIDADE Félix Edgar felix.edgar@forum.pt COMUNICAÇÃO&DISTRIBUIÇÃO Vítor Silva vitor.silva@forum.pt PROJETOS ESPECIAIS José Maria Archer josemaria.archer@forum.pt

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Gerência Rui Marques Gonçalo Gil Félix Pinéu

SUMÁRIO 04 Escolas A filosofia Ubuntu na Escola 08 Forum 30 anos Ouvir música no passado 10 Inside Job Profissões na área do Marketing 12 IEFP Medalhados europeus partilham testemunho 20 Ensino Superior Tudo sobre Ano Zero e Gap Year 22 Transforma Portugal Estudantes que fazem a diferença 24 IPDJ Fazer do Desporto uma prioridade 28 Justiça para Tod@s Leva a tua turma a tribunal! 30 Pancadas Entrevista a Voronwe, o elfo sindicalista 31 HorosCópos Professor Esótanga prevê os teus presentes

#16 Entrevista a Julinho KSD Julinho KSD conversa com a FORUM sobre as suas principais influências e trajeto, revelando mais sobre o seu processo criativo: «É o próprio beat que fala comigo. Meto o instrumental e é ele que me vai dizendo o que criar. É só sentir».

Revista Forum Estudante #338 // Dezembro de 2021 // e-mail: geral@forum.pt // www.forum.pt


4 | Forum Estudante | dez’21 /Escolas

As Escolas Ubuntu encontraram-se para “começar um novo caminho” Em Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian, centenas de estudantes e educadores participantes no programa Academia de Líderes Ubuntu – Escolas Ubuntu estiveram reunidos, no dia 8 de novembro, durante o terceiro encontro nacional da iniciativa. O evento assinalou a assinatura de um protocolo com a Direção-Geral de Educação (DGE) que integra este programa no projeto educativo nacional.

A “resiliência e empatia” de Doaa Al Zamel Uma das principais presenças no Encontro Nacional de Escolas Ubuntu foi a de Doaa Al Zamel, refugiada síria que tem vindo a partilhar a sua história de vida, como forma de alertar a sociedade para a morte de milhares de pessoas que, tal como ela, procuram chegar à Europa. Ao longo do últimos sete anos, 22.842 pessoas morreram ou desapareceram no Mar Mediterrâneo quando procuravam chegar à Europa, de acordo com o Missing Migrants Project da Organização Internacional para a Migração. “Quero agradecer à equipa da Academia Ubuntu que nos tem ajudado e que está aqui para vos ajudar também”, concluiu Doaa Al Zamel cuja intervenção teve como foco “resiliência e empatia”.

À medida que a hora marcada para o início do encontro se aproxima, mais e mais camisolas negras são visíveis junto à entrada da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. Em todas, um número chama a atenção de quem olha: 466/64. Este foi o número de prisioneiro de Nelson Mandela, desde o início da sua detenção, em 1964, até à sua libertação, 26 anos depois. O antigo presidente da África do Sul é uma das personalidades que inspira a filosofia que está na base da metodologia do projeto Escolas Ubuntu, que hoje realizou o seu terceiro encontro nacional, em Lisboa. “Usar este número tem um significado grande para mim”, explica, ainda antes do início do evento, Bruna, estudante de 14 anos que veio de Tomar para participar no Encontro Nacional de Escolas Ubuntu. “Mandela foi um grande homem que inspirou muitas pessoas”, conta, explicando que participar no projeto Escolas Ubuntu a “ajudou muito a crescer, ao ensinar a ajudar os outros”. A seu lado, a colega de

escola Francisca, de 13 anos, acrescenta: “Este projeto abre mentalidades e isso tem várias consequências, nomeadamente na nossa visão do mundo”.

Liderar ao serviço dos outros

Tornar os estudantes agentes de mudança ao serviço da comunidade que “ajudem a construir sociedades mais inclusivas, justas e solidárias” é uma das ideias-chave do projeto de capacitação Academia de Líderes Ubuntu – Escolas Ubuntu, a iniciativa do Instituto Padre António Vieira (IPAV) que visa desenvolver e promover as competências pessoais, sociais e cívicas dos educadores e alunos participantes. O programa tem ainda uma dimensão internacional, estando já presente em 190 países de todo o mundo. A Academia de Líderes Ubuntu conta com a participação de estudantes do ensino básico, secundário e profissional e é desenvolvida a partir do modelo de liderança servidora, tendo


5 | Forum Estudante | dez’21 /Escolas

como inspiração figuras como Nelson Mandela, Martin Luther King ou Malala Yousafzai. Por essa razão, o programa inclui um enfoque especial nas capacidades para a liderança ao serviço das comunidades, desde logo, da comunidade educativa. “Carregam nas vossas t-shirts a responsabilidade de serem herdeiros do legado de Mandela”, destacou, durante a sessão de abertura, o presidente do IPAV, Rui Marques.

Um dia “muito especial”

Assim soaram os primeiros acordes do genérico que iniciou a sessão, no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, as mais de 1200 pessoas presentes aplaudiram com entusiasmo. Os participantes neste dia são alguns dos estudantes e professores das cerca de 400 escolas de 150 concelhos que já aderiram ao projeto Escolas Ubuntu. “É emocionante ver tantos participantes reunidos”, destacou uma das responsáveis pelo projeto, durante o acolhimento aos participantes. “Hoje é um dia muito especial”, começou por destacar o Presidente do IPAV, Rui Marques: “Aqui se reúne uma comunidade em construção que, ao longo dos últimos 10 anos, tem feito o seu caminho”. Destacando o compromisso da Academia de Líderes Ubuntu com a educação para a cidadania, a promoção do sucesso escolar e o desenvovlimento de competências socioemocionais, Rui Marques sublinhou a forma como o programa entende a humanidade como “uma só família” – “Somos braços da mesma árvore, como dizia Mandela”. “Enchem-nos o coração ao encher o nosso grande auditório”, revelou o administrador executivo da Fundação Calouste Gulbenkian, Guilherme d’Oliveira Martins, antes de antever o crescimento deste projeto: “cerca de 400 escolas em todo o país vão desenvolver, durante os próximos anos, esta metodologia”. “O evento de hoje marca este passo de ligação desta iniciativa como sendo de Educação para todos”, acrescentou.

“Eu sou porque tu és”

A alusão de Guilherme d’Oliveira Martins diz respeito ao protocolo de colaboração entre o Escolas Ubuntu e a Direção-Geral de Educação (DGE) que foi assinado no dia do encontro. O acordo surge no seguimento de um outro protocolo assinado com a Ordem dos Psicólogos Portugueses, no final do mês passado.

Presente no evento, o ministro da Educação Tiago Brandão Rodrigues destacou a importância desta colaboração com um programa que “acontece nas escolas mas vai muito para além dos seus muros”. O programa deverá envolver 30 mil estudantes até ao final do presente ano letivo, revelou Rui Marques, durante a sua intervenção. Para o secretário de Estado da Educação, João Costa, presente no evento, a frase basilar deste projeto “Eu sou porque tu és” sintetiza algumas das principais preocupações do Governo na política educativa. “A Escola tem a missão de nos capacitar para uma cidadania plena”, explicou. Fazendo referência ao programa Escola+ e ao Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória, João Costa destacou o objetivo de fazer com que “as escolas signifiquem cada vez mais e mais na vida dos alunos”. Também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, através de uma mensagem de vídeo gravada, partilhou a sua satisfação pelo facto do Ministério de Educação ter integrado esta iniciativa no seu projeto educativo. Destacando os resultados “muitíssimo positivos” alcançados, o Presidente da República destacou que a metodologia poderá agora beneficiar com o aumento de dimensão: “Este é um começo de uma outra fase – a projeção nacional alargada. Que este encontro seja o começo de um novo caminho, de uma dimensão nacional para o espírito Ubuntu”.

O que foi vivido

O encontro de hoje incluiu um momento de partilha, com o testemunho na primeira pessoa de estudantes, educadores e dirigentes que já passaram pela Academia de Líderes Ubuntu, Clubes Ubuntu ou Semanas Ubuntu – cinco dias de atividades dinamizadas em contexto escolar, durante o período letivo, pela equipa de educadores. Do lado dos dirigentes e educadores, foi realçado o impacto do programa no sucesso dos projetos educativos, bem como a importância do envolvimento de toda a comunidade educativa num esforço coletivo. “A Semana Ubuntu foi a melhor semana que tive na minha vida escolar”, contou Diogo, um dos estudantes participantes, antes de uma das outras alunas, Leonor, partilhar a sua experiência: “Esta semana ajudou-me a perceber que somos a geração do futuro e que, se não fizermos mudanças, ninguém as irá fazer”.

«Este é um começo de uma outra fase [do programa Escolas Ubuntu] – a projeção nacional alargada. Que este encontro seja o começo de um novo caminho, de uma dimensão nacional para o espírito Ubuntu» Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República

«Este é um programa que acontece nas escolas mas vai muito para além dos seus muros» Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues

«Hoje é um dia muito especial. Aqui se reúne uma comunidade em construção que, ao longo dos últimos 10 anos, tem feito o seu caminho. Somos braços da mesma árvore, como dizia Mandela» Rui Marques, Presidente do Instituto Padre António Vieira (IPAV)




8 | Forum Estudante | dez’21 /30 anos

Há trinta anos… Como é que se ouvia música?

Em 1991, mp3 significava apenas a junção aleatória de duas letras e um número. De igual forma, o ar ainda não era atravessado pelas ondas invisíveis que nos fazem chegar toda a música do mundo. A nova rubrica da FORUM dá-te a conhecer como viviam os estudantes, há três décadas, na altura do lançamento do seu primeiro número. Comecemos pela música!

A tua música desde 1991 De todos os dispositivos que, ao longo das últimas décadas, foram utilizados para ouvir música, o Walkman foi aquele que se tornou mais “pop”. Em grande parte, este fenómeno deveu-se a séries e filmes que recuperam o imaginário da década de 1980 como Stranger Things ou Guardians of The Galaxy. A verdade é que, no seu tempo, o Walkman representou uma pequena revolução – passou a ser possível levar música no bolso enquanto se caminhava ou corria, por exemplo. Na era de ouro da aeróbica, era também habitual ver o Walkman ritmar este exercício. “Walkman” foi o nome do primeiro modelo lançado pela Sony, em 1979, que viria a dar o nome não oficial a todos os leitores portáteis de cassete. Durante toda a década de 1980, a popularidade do Walkman aumentou exponencialmente, contribuindo para que a cassete

ultrapassasse o vinil enquanto meio de eleição para ouvir música. O último modelo da Sony foi fabricado em 2010, no Japão, 31 anos depois do seu lançamento.

A fita da K7

Criado pela Philips em 1963, o modelo de cassete (K7) compacta até começou por ser desenhado para gravadores de voz. Contudo, a melhoria da qualidade de gravação e reprodução fez com que este se afirmasse como um dos meios mais populares para ouvir música praticamente até ao final do milénio. A cassete apresentava várias vantagens – era leve, portátil e algumas podiam mesmo ser reutilizadas. A tecnologia base da cassete consiste numa fita magnética que regista o nível e a frequência dos sons gravados.

Depois de algumas utilizações, poderia ser necessário utilizar uma caneta ou um lápis, mas não para tirar notas. Antes, estes objetos eram utilizados para fazer rodar as bobines e apertar a fita. O CD (e o discman) viriam a destronar a cassete, durante a segunda parte da década de 90. Contudo, graças à omnipresença que a caracterizou durante algumas décadas a cassete conquistou um estatuto de culto que permanece até aos dias de hoje. Por outro lado, numa altura em que as tecnologias digitais desmaterializaram a música e os filmes, este objeto parece ocupar ainda um lugar especial. Em 2016, por exemplo, 4 mil cópias da banda sonora do filme Guardians of The Galaxy em cassete foram vendidas. Em Portugal, a única empresa da Península Ibérica que produz cassetes produziu, em 2020, mais de 150 mil.


9 | Forum Estudante | dez’21 /Internet Segura Centro Nacional de Cibersegurança PORTUGAL

Sabes como fazer compras online em segurança? Estares bem informado é essencial não só para garantires uma boa compra, mas também para o cumprimento das obrigações por parte dos vendedores e as plataformas digitais. Sabe mais aqui. Onde comprar?

Como sabes, os sites de anúncios, plataformas de marketplace e até as redes sociais, disponibilizam um fácil acesso tanto a vendedores profissionais como a vendedores particulares. Por vezes, é difícil distingui-los. É importante destacar que, no caso de uma compra feita a um vendedor particular, a legislação de proteção do consumidor não se aplica. Por isso, deves procurar toda a informação possível sobre o vendedor. Nesse sentido, o sistema de avaliações é uma ferramenta útil para ajudar a aferir a legitimidade e credibilidade, tanto do site como do vendedor em questão.

Saber escolher

Nem sempre os preços mais baixos ou os bens de melhor qualidade aparecem em primeiro lugar! Na verdade, há promoções pagas que dão destaques especiais, pelo que é importante consultar mais do que uma página de resultados. Depois de fazeres a tua escolha, analisa todas as caraterísticas e funcionalidades do produto. Analisa também sempre o preço final a ser pago. Aí, devem estar incluídos todos os impostos, taxas, des-

pesas de transporte e, se for o caso, a percentagem ou valor de desconto.

Pagar em Segurança

O pagamento é uma das fases mais sensíveis no processo de compra. Se for possível, podes optar por utilizar o método de envio com pagamento à cobrança ou o método de pagamento por referência multibanco. Esta é uma forma de evitar a transmissão de dados bancários ao vendedor. Se esta opção não for possível, podes utilizar sistemas de pagamento que permitam o pagamento através de cartões temporários ou de uma carteira virtual. Mais uma vez, esta é a forma de evitar fornecer os teus dados ao vendedor.

Como receber a encomenda?

É importante que o vendedor te dê informação detalhada sobre quais as modalidades de entrega que tens ao dispôr, eventuais restrições geográficas, o custo (que deve estar incluído no preço indicado) e o prazo de entrega. Se não for comunicada uma data limite para entrega do produto, o vendedor possui, a partir do momento da compra, um prazo máximo de 30 dias para

efetuar a entrega. É importante realçar que qualquer dano que ocorra durante o transporte são da total responsabilidade do vendedor ou do intermediário responsável pela entrega.

Não gostei. Posso devolver?

O direto de devolução é um dos principais direitos de um consumidor! Para exerceres esta opção legal, deves comunicar ao vendedor (por escrito e até 14 dias depois da receção do bem) que pretendes resolver o contrato, ou seja, desistir da compra. Da mesma forma, o bem deve ser devolvido ao vendedor no prazo de 14 dias após a data em que tiveres comunicado essa decisão. As despesas de devolução ficam a teu cargo.

Como reclamar?

Há várias razões que te podem querer fazer uma reclamação. É importante que saibas que tanto o vendedor como o intermediário são responsáveis nas seguintes situações: Falta de informação pré-contratual, fornecimento de produtos defeituosos, contratos com cláusulas contratuais abusivas, atraso no reembolso dos pagamentos (no âmbito da resolução do contrato), práticas comerciais desleais (antes, durante ou após a celebração do contrato), danos sofridos em consequência do tratamento ilícito dos seus dados pessoais. De modo a efetivares os teus direitos, deves fazer a tua reclamação junto do vendedor. Para tal, utiliza o formulário próprio do site ou os contactos lá indicados, enviando uma carta registada com aviso de receção.

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10 | Forum Estudante | dez’21 /Inside Job

A rubrica Inside Job continua a dar-te a conhecer mais sobre profissões, durante os próximos meses. Conhece agora por dentro duas profissões ligadas à área do Marketing e cujas funções se complementam: account e copywriter.

Profissões do Marketing

o que faz…?

… um/a Copywriter? A missão dos profissionais da área do Marketing pode resumir-se da seguinte forma: fazer a ponte entre os produtos (bens ou serviços) e os potenciais consumidores (ou utilizadores). Para tal, é fundamental conhecer as principais tendências, de forma a saber adaptar os produtos e serviços às necessidades do público. Dentro desta área, a profissão do copywriter é a mais focada na vertente da escrita. Estes são os e as profissionais que utilizam a criatividade para criar textos que cumpram o objetivo da estratégia de Marketing desenhada (fazer uma compra, gerar uma inscrição, aumentar notoriedade, etc…).

Que funções?

No mundo publicitário a palavra inglesa “copy” é utilizada para descrever o texto que acompanha os outros elementos, dentro de um material publicitário. Estes profissionais podem trabalhar em agências de publicidade ou agências de marketing digital, por exemplo. O copywriter, em conjunto com um profissional criativo de imagem, tem como base de trabalho uma estratégia delineada num briefing, a partir da qual reúne e analisa a campanha a elaborar. Este profissional tem como função específica escrever, mas sem nunca esquecer o trabalho do criativo de imagem, porque o resultado da campanha é o produto da criação das duas partes.

Que competências?

A criatividade é essencial, nesta profissão, tendo em conta que há a necessidade de diferenciar o produto. De igual forma, será importante orientar o trabalho para dentro das características da estratégia de Marketing desenhada, de forma a garantir a sua eficácia, criando um texto coerente. Um conhecimento profundo do mercado será também relevante. Por essa razão, capacidade de análise, resiliência e domínio da língua inglesa serão competências especialmente valorizadas.


11 | Forum Estudante | dez’21 /Inside Job

… um/a Account? Também designados por executive account ou “contacto”, estes e estas profissionais da área do Marketing têm a tarefa de gerir, simultaneamente, os interesses do cliente (ou conta), sem nunca perder de vista os interesses da empresa (agências de publicidade ou de criação de conteúdos são alguns exemplos). Para além de serem o elo de ligação entre as duas partes, os e as accounts fazem a análise de pedidos que vêm dos clientes, que complementam com a pesquisa de mercado sobre determinado produto, sobre a concorrência ou sobre os objetivos de comunicação e de marketing que se pretendam alcançar.

Que funções?

Os e as accounts trabalham normalmente em agências de publicidade, de comunicação ou em departamentos comerciais de empresas. Têm como principal missão fazer a ponte entre a sua agência e o cliente. Tendo em conta essa meta, recolhem, tratam e complementam a informação enviada por clientes que é depois transmitida aos criativos e produtores que vão desenvolver campanhas ou conteúdos.

Que requisitos?

Os e as accounts necessitam de estar atentos a todas as campanhas publicitárias e de conteúdos que estejam a decorrer, de forma a apresentar propostas inovadoras e eficazes para a comunicação dos produtos ou serviços do cliente. Diplomacia, gosto pelo trabalho em equipa, estar atualizado em relação ao desenvolvimento de novos média, do mercado e de novos produtos será igualmente importante. Necessitam ainda de ter domínio de técnicas de apresentação (expressão verbal e escrita), conhecimentos de línguas estrangeiras, e de possuir competências como capacidade de argumentação e criatividade.


12 | Forum Estudante | dez’21 /IEFP Publirreportagem

«Sinto que este conhecimento pode fazer a diferença no meu futuro» Niuka de Oliveira Vencedora da medalha de bronze na competição de Tecnologias da Moda, Modatex Porto Inicialmente, não era suposto ter participado no Euroskills. Mas como fiquei em segundo lugar no Campeonato Nacional e a primeira classificada não teve possibilidade de ir até Graz, acabei por ter esta oportunidade. Acabou por ser muito desafiante – a minha colega de equipa é de Lisboa e eu sou do Porto. Mas trabalhámos em conjunto e acabou por ser muito enriquecedor. A experiência foi emocionante e muito trabalhosa. Sinto que evoluí profissionalmente porque tive de aprender a lidar com obstáculos. Por outro lado, a repetição envolvida no treino levou-me a aperfeiçoar a técnica. Hoje, sinto que estou num nível mais elevado do ponto de vista das competências. O resultado que alcançámos foi excelente. Este terceiro lugar, para mim, vale tanto como um primeiro, tendo em conta os desafios e obstáculos que tivemos de superar. Aconselharia qualquer estudante a participar nos Campeonatos Nacionais das Profissões. É como ter uma formação à parte – é algo muito enriquecedor. Por outro lado, este trabalho ensinou-me a ter mais confiança e a manter o foco. Sinto que isso pode fazer a diferença no meu futuro. Gostava de agradecer ao IEFP por esta oportunidade de participar e também às formadoras que me acompanharam – a Lurdes, a Fátima e a Sandra – por todo o apoio que me ofereceram, durante todas as horas de treino e preparação. Convenceram-me a não desistir, a melhorar sempre e a evoluir. Isso é algo que ficará para sempre comigo.


www.iefp.pt

Conhece as histórias dos jovens portugueses que conquistaram medalhas no Campeonato Europeu das Profissões, em Graz, na Áustria, em setembro. Nesta edição, trazemos-te três testemunhos.

«Uma experiência desafiante e enriquecedora» Beatriz Julião Vencedora da medalha de bronze na competição de Tecnologias de Moda, Modatex Lisboa Tudo começou no meu centro de formação – o Modatex Lisboa. Estava a completar um curso profissional de Design de Moda e fui convidada a participar no Campeonato das Profissões, para representar a minha escola. Essa primeira experiência foi muito boa, porque deu-me uma ideia do que é competir a este nível, preparando-me para provas futuras. Conquistei a medalha de ouro nessa prova nacional e apurei-me para o Campeonato Europeu. Na altura, senti uma grande felicidade por saber que poderia representar Portugal no EuroSkills. Sabia que iria ganhar muitas experiências valiosas a nível profissional e testar as capacidades na minha área. Por outro lado, achei que seria uma oportunidade de conhecer projetos e concorrentes de outros países, conhecendo um pouco da sua cultura. Na Áustria, confirmei as minhas expectativas. Percebi que as outras equipas eram muito boas, de um nível muito elevado. Concentrei-me na minha prova e cumpri o plano que tínhamos traçado. No final, fiquei bastante contente com o resultado, em que conquistámos uma medalha de bronze. Para além da medalha, senti de orgulho de representar Portugal e uma confiança que poderá ter um impacto positivo na minha carreira. Hoje, sinto-me muito agradecida pelo apoio de todos os formadores da Modatex Lisboa, que me deram as competências que consegui colocar em prática no EuroSkills. Sinto que a medalha não é só minha e que a partilho com todas as pessoas que me apoiaram no meu percurso. Por outro lado, partilhar esta experiência com formandos de todo o país e de várias áreas foi incrível. No final, acabámos por formar uma grande família. Aconselho qualquer aluno a concorrer a estes campeonatos. Há aprendizagens por fazer que nos tornam mais fortes, tanto a nível profissional como emocional. Foi uma experiência desafiante e enriquecedora.


14 | Forum Estudante | dez’21 /IEFP Publirreportagem

«Esta medalha foi muito mais que uma vitória» Benedita Rua Vencedora da medalha de prata na competição Serviço de Restaurante, Escola de Hotelaria e Turismo do Douro-Lamego

A minha participação no EuroSkills foi uma viagem alucinante. Houve desde início muito trabalho, muito empenho e dedicação, mas acima de tudo muita resiliência. Para além de ser uma grande e única experiência, este desafio marca a minha vida, quer a nível pessoal quer profissional. Esta experiência colocou-me a prova em todos os aspetos, mas retiro sobretudo os conhecimentos adquiridos, bem como o desenvolvimento de competências de comunicação ou de gestão emocional. Alcancei a medalha de prata e esse segundo lugar do pódio foi muito mais que uma vitória, foi a prova que conseguimos ser melhores todos os dias. Que podemos obter bons resultados, se o trabalho for a base. Agora, sinto que este caminho não termina aqui, pois há muita coisa a melhorar e a aprender. Mas estarei disposta a desafiar-me, sempre! Recomendo a participação nos Campeonatos das Profissões a todos os jovens porque, para além de ser uma experiência que contribui para a “bagagem” profissional e pessoal, é uma forma de adquirir novos valores que serão necessários para ingressar no futuro mundo de trabalho. E isso não é exclusivo desta competição em concreto, porque as escolas atualmente oferecem um leque variado de experiências aos seus formandos, desde que haja dedicação e trabalho à mistura. Gostaria de agradecer aos meus formadores que, ao longo destes meses, foram incansáveis e que sempre acreditaram em mim e nas minhas capacidades. E de agradecer também à minha escola e ao seu diretor – o Dr. Miguel Duarte – por me cederem o espaço, material e matéria-prima para a preparação. Por fim, quero deixar um agradecimento especial à minha família, amigos e a todos os que me apoiaram durante o meu percurso.


15 | Forum Estudante | dez’21 /Deco Jovem Publirreportagem

Celebra um “Natal Sem Resíduos” Em 2021, a DECOJovem volta a realizar o “Desafio Natal Sem Resíduos”, convidando todos os estudantes do ensino básico e secundário a pode dar uma nova vida às embalagens de plástico. Participa e ganha prémios!

Escola Técnica Empresarial do Oeste (10º ano do Curso de Animação Sociocultural), 2020

Durante a Semana Europeia de Prevenção de Resíduos (#SEPR21), a DECOJovem lança a 6ª edição o desafio Natal Sem Resíduos. Em 2021, a iniciativa é dedicada aos plásticos, sensibilizando os jovens para um problema atual para o qual é necessária uma resposta urgente. A cada ano que passa, há 8 milhões de toneladas de plástico a chegar aos nossos mares. “Está na hora de mudar, de adotar comportamentos mais sustentáveis”, explica a DECOJovem, no seu site, salientando que os estudantes

Escola Básica de Darque, Viana do Castelo (PIEF (2º e 3º ciclos) - Programa Integrado de Educação e Formação), 2020

Escola Profissional de Barcelos (1.º ano Curso de Educação e Formação Tipo 2), 2020

podem ser “os agentes de mudança para fazer mais e melhor, chamando a atenção de todos para este flagelo”.

Cria uma árvore de Natal a partir de embalagens de plástico com a tua turma e ganha prémios. Conhece o regulamento aqui.

Escola Técnica Empresarial do Oeste (10º ano do Curso de Animação Sociocultural), 2020

Escola Básica de Pevidém, Selho - São Jorge, Guimarães (9ºB), 2020

Assim, a DECOJovem convida os jovens a construírem árvores de Natal reutilizando embalagens plásticas de diferentes materiais de todas as cores e feitios. O objetivo passa por sensibilizar para este problema, envolvendo turmas desde o 1.º ciclo do ensino básico ao ensino secundário. As turmas devem participar com o apoio de um professor ou uma professora.

Como participar?

Através do Desafio Natal Sem Resíduos, uma turma pode dar uma nova vida às embalagens de plástico e construir uma árvore de Natal, com os respetivos enfeites natalícios. Os alunos devem usar a sua criatividade e, com recurso a várias embalagens plásticas, construir uma árvore original, que desperte a atenção de toda a escola. Para participar, basta enviar uma fotografia da árvore construída, submetendo a foto através da Área do Professor DECOJovem, até dia 17 de dezembro de 2021. Os alunos da turma com a árvore mais original e com a maior visibilidade vão receber prémios. Os critérios de avaliação incluem criatividade e originalidade, cumprimento do regulamento, qualidade e execução técnica, clareza da linguagem na legenda da fotografia e número de reações (partilhas e gostos) da foto publicada no Facebook da DECOJovem.


16 | Forum Estudante | dez’21 /Fama

Julinho KSD

«ENQUANTO UNS DORMEM, OS OUTROS TRABALHAM» Julinho KSD lançou, em setembro deste ano, o seu primeiro álbum “Sabi na Sabura”. Em conversa com a FORUM, o artista de Casal de São José, em Mem Martins, recorda as suas principais influências e a forma como uma lesão num joelho acabaria por fazê-lo perceber que era na música que podia construir uma carreira. O músico de 23 anos revela também mais sobre o seu processo criativo: “É o próprio beat que fala comigo. Meto o instrumental e o instrumental vai-me dizendo o que criar. É só sentir”.


Entrevista:Joana Silvério

O que é que precisas de ter para estares “Sabi na Sabura” [estar bem na vida em crioulo cabo-verdiano]?

Para estar “sabi na sabura”, só preciso de uma boa companhia ou de estar sozinho, tranquilamente. Só preciso de uma boa música, de um bom ambiente, e estou “sabi na sabura” (risos).

O que é que este primeiro álbum representa para ti?

É como um primeiro filho. Tenho recebido boas reações, grandes feedbacks. O people tem reagido bem, muitas pessoas identificam-me em stories a ouvir as músicas. O álbum está a ter uma boa adesão, tanto no Spotify como na edição física.

«Sinto que o people estava habituado a ouvir crioulo e associar à violência. E eu consegui, pelo menos, que o people, em vez de ver só violência, visse mais do que isso» Em 2019, deixaste o futebol e, hoje em dia, dedicas-te exclusivamente à música. O que é que serias se não fosses cantor nem futebolista? Se calhar, estava a trabalhar na Tabaqueira ou no “Pão com Chouriço”, tanto faz. Temos é de ganhar dinheiro. Não gosto de nada fora da área da música ou do futebol – tudo o resto seria um trabalho “obrigado”.

Em que momento é que percebeste que querias ser cantor?

Foi a partir do momento em que tive uma lesão no joelho. Fiz uma rotura de ligamentos, em 2019, e a minha carreira de futebol foi embora.

Nos tempos em que eras jogador de futebol, o que é que ouvias no balneário?

Ouvia batucada, tipo afro house, funaná... Era para ativar.

Quais foram os artistas que ouvias quando eras mais novo e que te ajudaram a traçar o teu percurso?

Foram sempre nomes como os Racionais, Landim, Loreta, Ferro Gaita, Gilyto, Jorge Neto... Eram sons muito diferentes. O meu irmão conhecia outros estilos de música, que acabavam por se juntar ao que se ouvia em casa.

O teu irmão foi uma forte influência para ti na música, além dos teus pais? Sim, o meu irmão é que trazia para casa as músicas todas do bairro. Enquanto que em casa, os meus pais ouviam funaná ou Jorge Neto, o meu irmão trazia outros estilos de música.

Em 2019, foste a Cabo Verde e, enquanto lá estiveste, lançaste o tema “Sentimento Safari”, música que te levou ao reconhecimento do público. O que nos podes contar sobre essa viagem?

Foi grande mambo. Voltei a Portugal como uma pessoa completamente diferente. Como estava em Cabo Verde, ainda não tinha noção da reação em Portugal. Quando cheguei, só ouvia pessoas que me diziam “ganda som”. Não parava de receber notificações, as pessoas na rua também me diziam o mesmo. Foi aí que comecei a aplicar-me mais na música e começámos a marcar concertos pouco depois disso. Fazia festas em casa, atuações ainda bué básicas. Entretanto, fomos subindo aos poucos.

Para o futuro já tens pelo menos dois álbuns pensados, certo? Não estão só pensados, estão mesmo feitos. Só não sei como vão ser lançados. Se calhar, as músicas não vão ser editadas enquanto álbuns, mas sim em singles. Os temas mais importantes e os que sentir, na altura, vou lançar.

O que é que os Instinto26 representam para ti?

São a minha família. Passo mais tempo com eles do que com a minha própria família. Por isso, eles sabem a resposta. São os meus irmãos.


18 | Forum Estudante | dez’21 /Fama

«[Este álbum] é como um primeiro filho. Tenho recebido boas reações, grandes feedbacks»

Recebes amigos ou outros artistas em estúdio?

Sim, ficam cá no convívio, nem é para gravar. Ficam aqui a curtir connosco, a criar também um ambiente fixe. Depois vamos dar mais um rolé e voltamos para cá outra vez, às vezes durante a noite.

Como fazes a distribuição das horas dos teus dias para compor, gravar, conviver?

A minha rotina não tem horas. Eu venho para o estúdio e vou ver o que é que se passa no meu dia.

Em entrevistas passadas, já referiste que o teu relógio biológico te acorda todos os dias às 7h...

Cantas em português, inglês e crioulo. Qual é a próxima língua que vamos ouvir nas tuas músicas?

Francês, que já sabemos falar. Algumas dessas músicas que gravámos já têm partes em francês, que saem no próximo ano.

«É o próprio beat que fala comigo. Meto o instrumental e o instrumental vai-me dizendo o que criar. É só sentir» Qual é que é a tua fonte de inspiração para seres criativo?

É o próprio beat que fala comigo. Meto o instrumental e ele vai-me dizendo o que criar. É só sentir. Na maioria das vezes, ouço as minhas músicas, começo a ouvir Instinto26. Depois ouço uma música de afro, mas é só instrumentais também. Porque em princípio, o instru-

Hoje, por exemplo, acordei às 6h. Enquanto uns dormem, os outros trabalham. mental fala comigo e diz-me o tema de que vou falar.

Em outras entrevistas, já revelaste que estás a produzir músicas a um ritmo bastante acelerado, com uma ou duas músicas por dia, é sempre assim? Ya, estava agora mesmo a gravar antes desta entrevista (risos). Mas sinto que a maioria delas pode nem ser lançada. A maioria das músicas vai ficar aqui guardada para mim. Eventualmente, no futuro, vamos ouvir todos outra vez.

Isso também aconteceu com o álbum? Também seguiste esse processo de escolher entre várias músicas?

Sim, e foi bué difícil. Nunca contei, mas tinha para aí cinquenta e tal músicas, porque nós estamos a produzir bué. No final, sou eu que decido [o que fica no álbum], mas peço sempre ajuda. Vou vendo pela reação das pessoas qual é a música que passa melhor para o público. Vejo se aprendem rápido a letra e a música, por exemplo.

O que é que o Julinho vê na Netflix?

Já vi “Squid Game”, também já vi “La Casa de Papel”. Ontem vi o Shrek, por acaso, o tempo natalício está a chegar e ficamos com vontade de ver desenhos animados. A altura do Natal é a melhor, até vou ver o “Sozinho em Casa” (risos).

Esperavas que a cultura de Cabo Verde fosse tão bem recebida em Portugal através das tuas músicas?

Sinto que o people estava habituado a ouvir crioulo e associar à violência. E eu consegui, pelo menos, que o people, em vez de ver só violência, visse mais do que isso.

O que podemos esperar para os próximos anos?

O futuro é só o futuro e eu estou a tentar planeá-lo. Mas ainda estamos a acabar de produzir músicas, para depois eventualmente gravar alguma coisa e lançar no próximo ano. Temos muitos projetos, falta só decidir datas.



20 | Forum Estudante | dez’21 /Ensino Superior

Ano Zero e Gap Year

No caminho entre o secundário e o superior A transição entre ensino secundário e superior nem sempre é realizada de forma imediata. Existem opções que podem ser adequadas para quem procura ultrapassar possíveis obstáculos que surjam no caminho ou, simplesmente, pretende descobrir mais sobre si próprio antes de escolher um curso superior. Conhece aqui duas delas – o Ano Zero e o Gap Year.

O que é o Ano Zero?

Ano Zero Muitos estudantes acabam, todos os anos, o ensino secundário sem ter a certeza de que curso querem seguir ou sem média final suficiente para entrar na no curso que desejavam. Existem ainda os casos de estudantes que ficam a uma ou duas disciplinas de conseguir avançar. Em qualquer um destes casos, o Ano Zero pode ser a solução. O Ano Zero é um curso preparatório, lecionado numa instituição de ensino superior, onde podes continuar a estudar, mediante o pagamento da propina e cumprimento de determinados requisitos. Contudo, há um ponto importante a reter – na realidade, ainda não entraste no Ensino Superior. Terás aulas que te preparam para os exames nacionais e algumas disciplinas do curso escolhido, é certo, mas caso não consigas ou queiras fazer as provas de ingresso, não podes continuar a frequentar esse curso.

Para quem?

Podem recorrer ao Ano Zero todos os estudantes que completaram ou frequentaram uma vez o 12.º ano. Nesse sentido, pode ser indicado para quem não conseguiu entrar no curso que pretendia, quem não obteve classificação necessária nos exames nacionais ou quem ficou com uma ou duas disciplinas por concluir.

Quando são as inscrições?

As datas das inscrições mudam mediante a instituição de ensino. Normalmente, as candidaturas são feitas entre julho e setembro. Podes obter estas informações na secretaria da instituição de ensino superior a que te pretendes candidatar.

Como entro para o ensino superior?

Em algumas instituições de ensino superior, são garantidas equivalências a disciplinas que podes vir a lecionar nesse ano. Contudo, no final, precisarás

sempre de ter as provas de ingresso concluídas, de forma a entrares pelo concurso nacional de acesso.

Onde?

Em várias universidades públicas e privadas. O melhor será escolheres o curso que queres seguir e, posteriormente, saber que instituições o lecionam e se têm compatibilidade com o Ano Zero.

Quais as vantagens?

Este método dá-te a oportunidade de "frequentar" um curso superior que pode corresponder, ou não, às tuas expetativas. Caso não corresponda e queiras tirar outra licenciatura, diferente da escolhida no Ano Zero, podes continuar os teus estudos e seguir outra área. Por outro lado, para quem enfrenta imprevistos na entrada no ensino superior, esta pode ser uma forma de rentabilizar o tempo até ao próximo concurso nacional de acesso.


21 | Forum Estudante | dez’21 /Ensino Superior

O que é um Gap Year? Fazer um gap year (ano sabático) é um conceito que começa a entrar, cada vez mais, nos planos dos jovens portugueses. Um gap year consiste num período de intervalo no percurso “tradicional” (Ensino Secundário Ensino Superior - Mercado de Trabalho), para que te conheças melhor e saias da tua zona de conforto. Não existem fórmulas para fazer um gap year. Podes viajar, trabalhar, fazer voluntariado ou aprender uma língua nova, o importante é ter novas e diferentes experiências, fora da tua rotina diária.

Quando?

A melhor altura para fazer um gap year será antes de tomares decisões importantes que marcarão o rumo da tua vida. Por exemplo, antes de escolher um curso superior ou mesmo uma atividade profissional. Esta é, de resto, a utilização mais comum do conceito. Contudo, um gap year pode ser feito em qualquer altura da vida.

Como financiar um gap year?

Este poderá ser o fator que levanta mais dúvidas e que faz com que muitas pessoas não possam apostar num ano sabático. Contudo, há soluções que podem ser adotadas. Podes arranjar um trabalho temporário antes, para juntar dinheiro. Também podes, durante o próprio gap year, realizar alguns trabalhos que permitam reforçar as tuas economias. Durante o período de gap year, podes ainda ficar em casa de um anfitrião, ou tentar encontrar opções de alojamento mais baratas.

Quais as vantagens?

É uma fase de autoconhecimento, onde descobres o que gostas e o que queres fazer no futuro. Por outro lado, desenvolves as chamadas soft skills ou competências transversais como flexibilidade, capacidade de tomar decisões, capacidade

de comunicação ou de resolver problemas. Podes ainda aprender novas línguas, por exemplo. Todas estas aprendizagens podem vir a ser muito importantes a nível pessoal e profissional.

Quanto tempo?

Tal como não há uma fórmula para o fazer, também não há uma duração definida. Ainda que a expressão remeta para um ano de duração, há quem faça um gap year em... seis meses. O mais importante é aproveitar ao máximo esse período, mesmo que seja mais curto.

Como posso saber mais?

Em Portugal, existe uma associação dedicada a este tema: a Associação Gap Year Portugal. O seu objetivo passa por “consciencializar o nosso país para o conceito” e ajudar os jovens a torná-lo possível. Para saber mais, visita gapyear.pt.

Gap year


22 | Forum Estudante | dez’21 /Transforma Portugal

TRANSFORMA

“Basta um sorriso”

Os Jovens Seniores da Calvaria Sorriem Não só o isolamento do resto do mundo passou a ser algo novo na vida de milhares de centros de dia. Coisas tão simples, como a higiene dos idosos, tornaram-se processos mais complicados… e caros. Bárbara Pereira quis minimizar o problema. Com a sua ajuda, “Os jovens seniores da Calvaria sorriem”. Por Rúben de Matos

O voluntariado não é propriamente algo novo na vida de Bárbara. As primeiras experiências deram-se muito por influência da disciplina de Educação Moral e Religiosa, ainda na escola. Por essa via, a sua ajuda chegou a associação como o Banco Alimentar ou a Liga Portuguesa Contra o Cancro. Já no Secundário, a estudante de Engenharia Biomédica começou a fazer voluntariado numa instituição de apoio a crianças deficientes na sua zona. “Não fazemos muito, mas para eles aquilo vale tudo. Só o facto de estarmos ali já para eles é uma alegria. É uma alegria eles receberem-me, nem consigo expressar”, confessa a jovem de 22 anos, natural de Leiria. A vontade de inventar e ajudar está também longe de ser nova. A mais recente teve como intermediária a mãe. Contabilista, a mãe de Bárbara assegura a contabilidade de um conjunto de Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) da região de Leiria. Um dia, numa simples conversa entre mãe e filha, a mãe comentou as dificuldades que uma IPSS da Calvaria de Cima, freguesia do concelho de Porto de Mós, estava a sentir na higiene que prestava aos idosos que já existia e na entrega de alimentos. É

“Não tinha noção do total de despesas que era necessário para assegurar a higiene destes idosos. Por isso, qualquer ajuda é bem-vinda.”

nesse ponto que o projeto “Os jovens seniores da Calvaria sorriem” surge para ajudar.

Ajudar e fazer a diferença

“Não tinha noção do total de despesas que era necessário para assegurar a higiene destes idosos”, conta Bárbara. O Transforma Portugal veio ajudar à materialização dessa vontade, ajudando a pagar as deslocações e o material necessário para a higiene. Para a ajudar, Bárbara lançou o convite a duas colegas de mestrado. Sentiu-lhes o espírito e, por isso, o tiro foi certeiro: “Apesar de trabalharem e estudarem ao mesmo tempo disseram “sim” ao desafio”. A ajuda, ainda que pequena, faz toda a diferença. “Por mais pequena que seja a ajuda, é sempre bem-vinda”, completa.

A ida a casa dos idosos tornou-se mais necessária durante os períodos de confinamento, mas continua a ser ainda urgente. “Não vejo porque não o continuar. Claro que os objetivos podem mudar, mas na prática continua a ser sempre precisa alguma ajuda”. Objetivos diferentes à parte, o desfecho é o mesmo. Com os mais novos ou os mais velhos, “basta um sorriso” para ter valido a pena, conta.


A voz dos estudantes que fazem voluntariado. Nesta edição, trazemos-te as histórias de mais dois projetos apoiados pelo movimento Transforma Portugal. No Guia do Voluntariado, editado pela Forum Estudante, damos-te a conhecer outros exemplos de ações e iniciativas de estudantes que fazem a diferença no terreno. Sabe mais em transformaportugal.pt

SPES

A visita possível A solidão chegou também aos hospitais. Muitos doentes viram-se privados de receber visitas. O SPES, um grupo de estudantes de Coimbra, quiseram manter-se perto dos doentes, ainda que à distância. Por Rúben de Matos

Se, para alguns, férias são isso mesmo, para Diana Rosa e duas colegas do curso de Psicologia a definição da palavra é um bocadinho diferente. Terminado o primeiro semestre e com dois meses de férias pela frente, a abertura de candidaturas do Transforma Portugal fez nascer uma perspetiva de que, pelo menos, iam ter algo com que se entreter nos próximos tempos. O ponto de partida pode ser traduzido em duas questões simples: “Como é que podemos ajudar os sem abrigo? E como é que podemos ajudar o planeta?”. A resposta surgiu com o “Reciclar Saúde”. A plataforma disponibilizada pelo Transforma ajudou a recrutar voluntários, o que permite que a equipa esteja divida em duas frentes na cidade. Diana destaca ainda o apoio dado pela Comunidade Vida e Paz, que ajudou a identificar os sem-abrigo que poderiam ser ajudados pelo projeto. Todas as sextas-feiras lá estão as duas equipas no Cais do Sodré ou em Santa Apolónia, no Rossio ou na zona da Avenida Almirante Reis, distribuindo kits de proteção contra a Covid-19 e alimentos. A equipa de voluntários recolhe ainda o lixo que possa estar acumulado para depois fazer a reciclagem. Neste campo, a separação das rolhas permite até já ajudar quem se pode servir desse material para conseguir pagar tratamentos de saúde. Apesar de não haver uma história igual, o sentimento é sempre o mesmo. “Eles conversam e ficam sempre agradecidos. No início tinham receio, o que é normal. Não sabiam quem éramos, nem quais eram as nossas intenções. É também uma forma de se protegerem pelas histórias compli-

“Eu recebo muito mais do que dou. Eu estou ali porque quero colaborar e aquilo que eles me dão e que me permitem crescer pessoalmente não tem preço.”

cadas que alguns já viveram”, conta a jovem de Sintra. Depois que os restaurantes puderam voltar a abrir as portas, querem poder estabelecer parcerias com alguns

estabelecimentos do setor na cidade, para distribuição de refeições que possam sobrar no fim de um dia de trabalho. A seu tempo esse crescimento deverá surgir, acredita Diana.


24 | Forum Estudante | dez’21 /IPDJ Publirreportagem

#BEACTIVE

Escolhe fazer desporto! Nos dias 27 e 28 de novembro, todos os caminhos foram dar ao Centro Desportivo Nacional do Jamor, com a possibilidade de experimentar atividades gratuitamente como boxe, canoagem, judo, minigolfe, parede de escalada, tiro com arco, karts, dança, etc.

Para além destas atividades, realizou-se ainda uma corrida/caminhada (de 5km, 10km e uma milha). Estas ações estão inseridas na campanha #BEACTIVE, promovida pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Fica com as frases fortes de alguns dos embaixadores desta iniciativa.

Para saber mais, acompanha as redes sociais do #BEACTIVE e do Instituto Português do Desporto


ipdj.gov.pt

Anjos “Sozinho ou acompanhado, escolhe ser ativo”

Jorge Pina “Ser Ativo só depende de ti”

Simone Fragoso “Coloca o teu corpo em movimento e surpreende-te”

Nuno Vitorino “No desporto só perde quem não o pratica”

Nuno Delgado “Faz da atividade física o combate da tua vida”

#BEACTIVE Sabe mais aqui!

Fica a saber mais sobre as iniciativas do IPDJ

/ IPDJip

e Juventude: https://beactiveportugal.ipdj.pt/ |

/ipdj_ip

@beactiveportugal |

/IPDJ_IP @beactiveportugal


26 | Forum Estudante | dez’21 /Capital Jovem da Segurança Rodoviária

Experiências para todos no Mobi Summit O Passeio Marítimo de Carcavelos acolheu a 4.ª edição das Experiências de Mobilidade do Portugal Mobi Summit. A ação contou com o apoio da Câmara Municipal de Cascais – município que é, em 2021/2022, Capital Jovem da Segurança Rodoviária. Sabe tudo aqui!

Capital Jovem da Segurança Rodoviária presente O espaço da Câmara Municipal de Cascais incluiu um ponto de informação sobre a edição 2021/2022 da Capital Jovem da Segurança Rodoviária, onde duas embaixadoras Forum Estudante deram a conhecer a missão e os objetivos desta iniciativa anual promovida em parceria com a BP, Automóvel Club de Portugal (ACP) e Brisa.

Durante dois dias, no Passeio Marítimo de Carcavelos, foi possível fazer test-drives em carros elétricos das três marcas automóveis presentes e habilitar-se a ganhar uma Scooter elétrica, entre outras surpresas. Este foi um evento integrado no Portugal Mobi Summit que, nos dias 6 e 7 de novembro, acolheu adultos, crianças e jovens. O Portugal Mobi Summit visa contribuir para a adopção de uma mobilidade mais sustentável que nos ajude a cum-

CASCAIS

Promotores

prir as metas climáticas e a melhorar a qualidade de vida nas nossas cidades. Enquanto Capital Jovem da Segurança Rodoviária, a Câmara Municipal de Cascais apoiou esta iniciativa, estando presente com atividades para os mais novos, como uma escolinha de trânsito e uma pista de karts a pedal em forma de gincana, para além de trotinetas elétricas. Durante dois dias, os participantes puderam experimentar formas de mobili-

Apoios

EDUCAÇÃO

dade mais amigas do ambiente. As novas soluções – muitas delas em fase de testes ou que ainda não chegaram ao mercado – são abordagens inovadoras que os parceiros do Portugal Mobi Summit partilharam com o público. A componente interativa foi complementada com uma série de debates em livestream, durante três dias preenchidos de reflexão, troca e partilha de ideias, na Grande Cimeira da mobilidade.


27 | Forum Estudante | dez’21 /Redescobrir a Terra

Qual o contributo da agricultura para a biodiversidade? O Dia Nacional da Agricultura nas Escolas chega em dezembro e coloca em destaque o papel da agricultura na promoção e defesa da biodiversidade. Conhece aqui algumas das razões. A relação entre agricultura e biodiversi- pendência com os agroecossistemas, dade é naturalmente próxima e simbió- sendo por isso vulneráveis às alterações das práticas agrícolas. tica. Isto porque estes dois mundos se Nesse sentido, as mudanças no uso da promovem e beneficiam mutuamente terra (como o abandono de práticas – uma exploração agrícola realizada com respeito pelos ecossistemas trará agrícolas, mudanças de culturas ou de gestão) podem vários benefícios No dia 10 de dezembro, milhaser uma ameaça para as espécies res de estudantes vão celebrar o à biodiversidade. nele existentes. papel da Agricultura na criação Por outro lado, Desde logo, as de um mundo sustentável, com muitas plantas e espécies dos animais, desemsistemas agrícolas workshops, quizzes e conversas com profissionais, entre outras penham funções são, em muitos fundamentais casos, abundantes atividades. Podes acompanhar as várias ações do dia nas redes para a produtivie diversificadas, dade agrícola. incluindo espécies sociais da Forum Estudante! São exemplo os especialistas que muitos anfíbios (como sapos ou rãs) não ocorrem noutros habitats. Muitas que se alimentam de insetos, controdas espécies autóctones (naturais do lando possíveis pragas para terrenos território onde vivem) estabeleceram, cultivados. Outro exemplo ilustrativo é o ao longo dos séculos, relações de de-

facto de 75% das culturas alimentares mundiais dependem da polinização animal realizada abelhas, borboletas, entre outas espécies. Desta forma, existem três formas fundamentais de a agricultura favorecer o incremento da biodiversidade – através da criação de locais de abrigo ou nidificação, da disponibilização de alimento ou água e da manutenção ou melhoria do habitat. Estes e outros dados estarão em destaque no dia 10 de dezembro, durante o Dia Nacional da Agricultura na Escola. Um pouco por todo o país, milhares de estudantes vão realizar atividades sobre a importância da atividade agrícola, como quizzes, workshops ou conversas com profissionais. Podes seguir todas os desenvolvimentos nas redes sociais da Forum Estudante!

uma iniciativa

Cofinanciado por:

parceiros

Escola Profissional Agrícola Afonso Duarte


28 | Forum Estudante | dez’21 /Justiça para Tod@s

Tudo sobre a edição 2021/22 do Justiça para Tod@s Em 2021, a Forum Estudante volta a dinamizar o projeto Justiça para Tod@s, em parceria com a Abreu Advogados. Iniciativa dá-te a conhecer o funcionamento da Justiça, através de jogos de simulação. As inscrições estão abertas até janeiro de 2022. Sabe tudo aqui!

Set’21 › Jan’22

Passo #1 Inscrições Para participar, deves criar uma equipa e escolher um dos 14 casos propostos para julgamento. Depois, chega a altura de atribuir as diversas personagens – vítimas, acusados, advogados ou testemunhas. Apenas o papel de juiz não será atribuído, uma vez que será desempenhado por um juiz verdadeiro. As inscrições estão abertas até janeiro de 2022.

Dez’21 › Fev’22

Dez’21 › Fev’22

Dentro da tua comunidade, poderás encontrar um advogado-tutor que se disponibilize a acompanhar o grupo de trabalho (como um encarregado de educação que exerça advocacia). Contudo, esta pessoa não terá de ser um advogado, podendo tratar-se, por exemplo, de um aluno finalista de Direito, ou um antigo estudante nesta área. No caso de existir dificuldade em encontrar um advogado-tutor, a organização do programa procurará encontrar uma solução.

Segue-se o contacto com o Tribunal de Comarca da área, com o objetivo de encontrar um juiz disponível para participar na simulação (que dará a sua sentença e explicará todos os passos envolvidos), bem como as datas e horas disponíveis para a realizar. Em justicaparatodos.net, podes encontrar um mapa atualizado de Comarcas. Depois, será a altura de definir a equipa de estudantes e professor que participará na simulação.

Passo #2 Encontra um advogado-tutor

Passo #3 Contacta o Tribunal de Comarca


29 | Forum Estudante | dez’21 /Justiça para Tod@s

Justiça para Tod@s

Para saber mais, visita justicaparatodos.net

O que é o Justiça para Tod@s?

Fev’22 › Mar’22

Passo #4 Prepara a simulação Durante fevereiro e março de 2022, as equipas participantes preparam o caso que irá a tribunal e ensaiam o julgamento final. Durante este período, é possível contactar a Forum Estudante para o esclarecimento de eventuais dúvidas e obtenção de informação sobre o que se encontra a ser efetuado.

Mar’22 › Abr’22

Passo #5 Leva a tua turma a tribunal Durante os meses de março e abril, as equipas participantes na edição de 2021/2022 do programa Justiça para Tod@s levam a cabo a simulação de julgamento, que será acompanhada de todas as explicações por parte do juiz da Comarca. Durante o julgamento, vários estudantes vão desempenhar os restantes papéis como advogado de acusação e defesa, réu ou testemunha.

É para que fiques a conhecer, por dentro, todo o funcionamento da Justiça, que a Forum Estudante e a Abreu Advogados dinamizam mais uma edição do projeto Justiça para Tod@s. Depois de escolher um dos 14 casos propostos para julgamento, chega a altura de encarnar as diversas personagens – vítimas, acusados, advogados ou testemunhas. Apenas o papel de juiz não será atribuído, uma vez que será desempenhado por um juiz verdadeiro que, no final, dará a sua sentença e explicará todos os detalhes e procedimentos envolvidos. Os casos são variados e ligam-se a temas como a violência no namoro, o bullying ou as redes sociais, mas também a assuntos como a linguagem e os crimes de ódio/intolerância, o tráfico de seres humanos e a liberdade religiosa. Durante as atividades, vais poder apurar o teu sentido da Justiça, compreender o processo legislativo e o papel dos tribunais, conhecer os dilemas da Justiça (do risco de erro à procura da verdade) ou ainda desenvolver as capacidades de análise de um problema e de argumentação de um ponto de vista. Ao longo dos últimos anos, milhares de estudantes já participaram nesta iniciativa. Podes ficar a saber mais em www.justicaparatodos.net.


30 | Forum Estudante | dez’21 /Pancadas

Entrevista a Voronwe, o elfo sindicalista

«Cada brinquedo oferecido pelo Pai Natal é o resultado de muitas horas de trabalho» A fábrica de brinquedos do Pai Natal tem uma nova estrela em ascensão. Varonwe, um jovem elfo da Lapónia, tem dado nas vistas, reivindicando melhores condições de trabalho para aqueles que, como ele, constroem os brinquedos que são distribuídos na quadra natalícia: “Não pedimos mais do que aquilo que é justo, nomeadamente não sermos escravizados pelo Senhor Nicolau”.

O Varonwe tem dado nas vistas na luta pelos direitos dos elfos trabalhadores. Pode dizer-se que, este Natal, o Pai Natal recebeu alguns pedidos diferentes… Antes de mais, não são pedidos, são exigências. Reivindicamos melhores condições de trabalho e subsídios correspondentes à maior produção que caracteriza esta quadra. Se visitarem a nossa fábrica nas semanas que antecedem o Natal, vão perceber rapidamente a urgência destas medidas. Não podemos ter trabalhadores que

«Há muitos elfos que passam dificuldades. A julgar pela barriga do Senhor Nicolau, não me parece que se possa dizer o mesmo» estão há 800 anos sem receber. Isto é impensável num país como a Lapónia, em que a exportação de brinquedos representa 99,7% do PIB. E qual foi a reação do Pai Natal? A postura do proprietário da fábrica de brinquedos não tem ajudado. Digamos que o Senhor Nicolau não nos dá resposta a perguntas importantes como “Para onde vai o dinheiro da Coca-Cola?” ou “Há dinheiro para comprar renas novas, mas não há para pagar aos trabalhadores?”. A todas estas questões, Senhor Nicolau responde com uma gargalhada – uma espécie de “Ho, ho, ho” muito ofensivo.

A greve é uma possibilidade? Essa é uma questão pertinente. Reparem que há uma pressão muito grande que nos é colocada para continuar a produzir. A sociedade será rápida em julgar-nos, se decidirmos fazer uma greve que deixe as crianças do mundo sem brinquedos. Mas a Constituição da Lapónia é clara e diz-nos que a greve constitui um direito irrenunciável de todos os trabalhadores. Aliás, diria que a greve serve precisamente para mostrar a importância do nosso trabalho, serve para nos valorizar. Não pedimos mais do que aquilo que é justo, nomeadamente não sermos escravizados pelo Senhor Nicolau. O que é sente que precisa de mudar? Infelizmente, muita coisa. Aos poucos, vamos observando como a Lapónia se convenceu disto – parece normal que se pense que nós, elfos, estamos condenados a uma vida de trabalho intenso sem uma compensação justa. Cada brinquedo oferecido pelo Pai Natal é resultado de muitas horas de trabalho. Merecemos ter uma vida melhor, mais digna. Há muitos elfos que passam dificuldades. A julgar pela barriga do Senhor Nicolau, não me parece que se possa dizer o mesmo.


31 | Forum Estudante | dez’21 /HorosCópos

HorosCópos Especial de Natal

Nem tudo o que tem um laço é uma prenda As estrelas mostram-me como o Natal é uma época especial, onde um espírito de solidariedade e humanismo vive em todos os corações. Esperem, estava a ver o mapa ao contrário. Afinal, regista-se um interesse elevado em saber quais as prendas a receber. Eu faço-vos a vontade.

Vejo um “K”. E vejo um “g”. Hmmm, é só isto. O que será que isto quer dizer?

Peixes

(19/02 a 20/03)

Sagitário (22/11 a 21/12)

Para os nativos e nativas de Sagitário, o Natal não tem segredos, sobretudo desde que perceberam que o Pai Natal era um tio disfarçado com uma barba falsa e uma barriga verdadeira. Por isso, já sabem o que vão receber este ano – três pares de meias (com raquetes), roupa interior e uma caixa de bombons (de licor). Nada mau, hein?

Capricórnio (22/12 a 19/01)

Há uma lição por retirar algures, na tradição de trocar prendas natalícias. O alinhamento de Orion é claro e diz-me o seguinte: “Oferecer uma prenda implica responsabilidade”. Poderia ter sido um conselho útil quando, em 2018, ofereceram um skate à vossa avó. Quanto a prendas, denota-se nos astros uma tendência para agendas oferecidas por tios afastados.

Aquário

(20/01 a 18/02) Aquário (20/01 a 18/02) Para os nativos e nativas de Aquário, o melhor do Natal são mesmo os doces. Em específico, o acesso rápido a doces. Estou a olhar a minha bola de cristal para prever as vossas prendas. Esperem, está a focar.

Família e amigos insistem em oferecer aos nativos de Peixes livros variados sobre também variados temas “jovens”, desconhecendo que estes nativos e nativas estão mais interessados, efetivamente, na literatura latino-americana do século XX. “A história universal é a de um só homem”, já dizia Borges, não é?!

Carneiro

(21/03 a 20/04) Um dos clássicos de Natal é o consumo desenfreado de filmes da época. Os nativos e nativas de Carneiro, diz-me a rotação de Andrómeda, vão inovar neste capítulo. Em vez de apostarem numa combinação “Sozinho em Casa” – “Harry Potter”, vão escolher a sequência “Harry Potter” – “Sozinho em Casa”. Brilhante!

Touro

(21/04 a 20/05) De acordo com a posição de Alfa-Centauri (B) no firmamento, há novidades bastante interessantes para os lados dos nativos e nativas de Touro. Ao que parece, este poderá ser o primeiro Natal em que, depois de não receberem um presente de um tio afastado, poderão tomar consciência do avanço do tempo e da finitude da infância. A não perder.

Gémeos

(21/05 a 20/06) Os nativos e nativas de Gémeos têm um problema grave. Não gostam de bacalhau, nem peru, nem roupa velha, nem rabanadas. Nem leite creme, nem filhós, nem bolo rei, nem polvo. A situação poderá tornar-se grave, como podem perceber. Contudo, o impasse será resgatado por uma das prendas! Bolachinhas de quinoa e sésamo, com pepitas de abacate. Nham, nham.

Caranguejo (21/06 a 20/07)

Não consigo ver nada na minha bola de cristal, relativamente ao Natal dos nativos

nativas de Caranguejo. Tudo o que vejo é uma mancha branca imensa, que poderá indicar uma de duas coisas – ou vão receber chocolate branco ou passar as festividades numa tempestade de neve. Eu sei qual preferiria.

Leão

(21/07 a 22/08) Outra dos clássicos de Natal são mesmo as performances musicais de membros da família. Destaque para as sentidas interpretações de “Noite Feliz” e “Jingle Bells” por parte do primo mais velho e da tia afastada. Adequadamente, os nativos e nativas de Leão terão tendência para receber como prenda tapa-orelhas para o inverno. Aproveitem!

Virgem

(23/08 a 22/09) Desde que a selfie invadiu a vida familiar, tudo se alterou no panorama natalício português. Desde logo, porque é agora necessário dedicar cerca de 10 a 15 minutos para que os pais dos nativos e nativas de Virgem consigam (1) colocar o telemóvel em modo selfie, (2) enquadrar todos os membros da família e (3) tirar o polegar de cima da lente. Boa sorte!

Balança

(23/09 a 22/10) Outra das características da modernidade é a presença das mensagens de Natal um pouco por todo o WhattsApp. Os nativos e nativas de Balança vão experimentar uma técnica inovadora – reencaminhar a mesma mensagem para todos os contactos e ver se alguém se apercebe. A minha previsão é clara: ninguém vai dar conta.

Escorpião (23/10 a 21/11)

De acordo com o posicionamento de Sirius no firmamento, o espírito natalício dos nativos e nativas de Escorpião vai sofrer fortes abalos, durante as festividades. As razões são variadas, mas independentemente das causas, a minha bola de cristal tem uma mensagem. Tudo vai mudar naquele momento em que, sentados no sofá, se apercebem de duas coisas. A sua família está reunida. E a sua família está feliz.


Obrigado!


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