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Pedro Costa Félix e Tatiana Monteiro
Pedro Costa Félix e Tatiana Monteiro
PARTNER E COUNTRY HEAD; RELATIONSHIP MANAGER, CAPITAL STRATEGIES
“O QUE NÓS PROCURAMOS É ESTABELECER UMA RELAÇÃO DE PROXIMIDADE COM OS INVESTIDORES EM TODOS OS MERCADOS” Comemoram 10 anos de presença em Portugal, a partir de onde cobrem também os mercados brasileiro e israelita. No nosso país já são 30 as entidades gestoras que representam.
história da Capital Strategies Partners reA monta ao ano 2000, quando profissionais dos mercados financeiros espanhol e suíço vislumbraram uma oportunidade muito concreta: responder às novas necessidades das gestoras de ativos, decorrentes da crescente importância da arquitetura aberta, que ia dando os primeiros passos na Europa Continental. A Portugal a entidade chegou mais tarde, em 2010, mas ainda assim num movimento contrário ao que muitas gestoras internacionais faziam. É o que começa por recordar Pedro Costa Félix, partner e country head da entidade: “Num momento em que todas as gestoras internacionais deixavam de ter uma representação em Portugal, nós 10 ANOS DE EXISTÊNCIA Em janeiro a entidade comemora 10 anos de existência em Portugal. Pedro Costa Félix e Tatiana Monteiro dedicam-se a este mercado, mas também a outros, com Portugal como base.
abrimos a Capital Strategies Portugal”. Dez anos depois a presença é ainda mais robusta, e são três os elementos atuais da equipa, da qual faz parte Tatiana Monteiro, também ela dedicada ao mercado português e adicionalmente ao israelita, e ainda Leonardo Lombardi, um elemento totalmente dedicado ao mercado brasileiro.
Sem erguerem a bandeira de que representam as melhores gestoras, Pedro Costa Félix acredita que “a filosofia e posicionamento da Capital Strategies é apoiar os investidores na seleção de estratégias adequadas aos seus investimentos”. “Não temos a pretensão de dizer que representamos o melhor gestor ou a melhor estratégia de investimento do mundo – acho que isso nem existe!”, complementa. O ponto-chave é outro: “O que nós procuramos é estabelecer uma relação de proximidade com os investidores em todos os mercados, que nos permita ter um maior entendimento dos seus objetivos e características de investimento, de forma a encontrar a estratégia relevante para a sua carteira”, comenta Pedro Costa Félix.
PAÍS DIFERENTE, GESTORA DIFERENTE As gestoras que representam em Portugal não são as mesmas que representam no Brasil ou em Israel. São já 30 as gestoras que apresentam em solo nacional, e cuja “dimensão, filosofia, estratégia e oferta” são, na opinião de Pedro Costa Félix, distintas das já existentes no mercado. Saltam à vista nomes como a Aviva Investors, gestora britânica com mais de 400 mil milhões de dólares em ativos geridos, a também inglesa, mas de origem sul-africana Ninety One (ex-Investec AM), com 130 mil milhões de dólares de AuM, ou a SEB Group, a segunda maior gestora da Europa do Norte, com mais de 180 mil milhões de euros até a americana William Blair, cujo património gerido está nos 62 mil milhões de dólares. Mas o espetro de entidades representadas também chega às boutiques, com nomes mais especializados, como a Seilern Investment Managers, que apresenta uma estratégia única quality growth aplicada aos fundos, ou a suíça RAM, pioneira na construção de portefólios e estratégias assentes num processo sistemático.
Mas que critérios determinam a seleção de cada uma destas entidades? Pedro Costa Félix explica que “mais que um processo mecânico ou apenas quantitativo”, trata-se de um processo orgânico, onde tomam lugar os seguintes critérios: “fundos de excelência no que respeita a performance”, “estratégias diferenciadoras das já existentes nos mercados em que operamos”, “estratégias complementares às já existentes” e, por fim, “estratégias novas que não sejam mains-
tream”. No entanto, quase que se pode dizer que há uma tendência à qual é impossível fugir: o investimento ESG. Nesse sentido, da entidade explicam que auscultam de facto interesse do investidor nacional pelo tema, claro, mas do lado das gestoras “a maioria já começou a incorporar este tópico nos seus processos de investimento”. Contudo, foram mais longe, e por sentirem falta de ter alguma casa que fosse ESG por excelência, no final de 2019 começaram a representar a Aviva Investors, que conta com mais de 50 anos de políticas de investimento de impacto ou de integração ESG. “Na Capital Srategies acreditamos haver uma clara diferença entre gestoras que têm realmente os valores e políticas ESG integrados em todo o seu processo de investimento, e aquelas que adicionaram o rótulo verde para se sentirem integradas”, clarifica Tatiana Monteiro.
Para além do interesse pelo ESG, há outros tópicos que também suscitam o interesse dos investidores nacionais. “De uma forma mais generalizada, continuamos a observar procura por estratégias descorrelacionadas com os mercados tradicionais, como a GSA Coral que investe numa das maiores megatendências ao nível mundial: residências para estudantes universitários.”, comenta Tatiana Monteiro. No momento atual, há ainda outro tema sobre o qual têm sentido procura: Ásia, nomeadamente obrigações chinesas, em particular pelo fundo que Ninety One All China Bond, que a entidade representa.