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Ricardo Almeida

RESPONSÁVEL PELA GESTÃO DAS CARTEIRAS DE ATIVOS DOS FUNDOS DE PENSÕES, REAL VIDA SEGUROS

“TEMOS UM ENVIESAMENTO VISÍVEL PARA O TEMA DO VALUE”

A Real Vida Seguros já suporta a gestão de uma gama considerável de fundos de pensões abertos. Sem dogmas e com muita praticidade na gestão, o investimento direto é uma das preferências da casa.

ode apelidar-se de vasta a oferta que a Real

PVida Seguros apresenta atualmente ao nível dos fundos de pensões. Gere quatro fundos de pensões abertos de adesão coletiva ou individual e um fundo de pensões aberto de adesão coletiva. Isto em nome próprio, pois é ainda a entidade responsável pela gestão administrativa dos fundos de pensões da Optimize Investment Partners.

Ricardo Almeida, gestor responsável pelos fundos de pensões da entidade, começa por desmistifi car algum tipo de doutrina que possam ter ou seguir na gestão. “Não temos nenhum dogma em termos de fi losofi a de investimento”, inicia. De forma prática, explica que a gestão dos fundos de pensões está, claro, condicionada pela política de investimentos defi nida por cada fundo. Mas, acrescenta, “de um modo geral o intervalo de alocação permitido para cada classe de ativos é sufi cientemente amplo para se conseguir uma fl exibilização das carteiras adequada a enquadramentos de risco diferenciados”. Dito isto, o viés da entidade é apenas um: “Temos um enviesamento visível para o tema do value”, sublinha. Um enviesamento justifi cado pelas “preferências setoriais e geográfi cas no atual enquadramento económico”.

Na organização da gestão existe apenas um gestor dedicado em exclusivo às carteiras dos fundos de pensões, neste caso o profi ssional. O suporte, adianta, é feito “pelos recursos técnicos e analíticos da direção de gestão de ativos da Real Vida”. De acordo com o mandato em causa, é no comité de investimentos - que tem “carácter executivo” - onde “são defi nidas as bases gerais de atuação em matéria de investimento”. Um comité bastante diverso, já que é “constituído por elementos oriundos de diferentes unidades orgânicas da Real Vida Seguros”.

INVESTIMENTO DIRETO

Na gestão dos portefólios é dada primazia ao investimento direto, e este é o método “preponderante”. Como explica Ricardo Almeida, “a utilização de fundos é feita em circunstâncias específicas”. Nomeadamente em uma de duas situações: “Quando o nosso know-how não nos parece suficiente para replicar o foco do investimento do fundo ou quando o investimento direto não permite uma adequada diversificação”, diz.

A política de compra e venda de ativos não segue uma regra específi ca. “A gestão das carteiras é feita de forma dinâmica e atenta às circunstâncias do mercado”, afi ança o gestor, para quem é difícil falar de uma “métrica de turnover constante de ano para ano”. Assim, enquadra a maioria dos anos num intervalo de turnover entre os 20% e os 40%.

A gestão do risco das carteiras, ainda para mais quando falamos de um fundo de pensões, é um ponto que a equipa não descura. Por isso, “existem vários níveis de gestão de risco das carteiras”. O primeiro, conta Ricardo Almeida, “está relacionado com as políticas de investimento de cada carteira”. O segundo é mais complexo, e está “relacionado com limites específi cos para posições individuais”. “Dentro de cada uma das principais classes de ativos temos à nossa disposição instrumentos derivados que permitem uma cobertura de risco global para a classe de ativo respetiva. A gestão do risco de investimento de nomes individuais é feita através do dimensionamento da sua posição em carteira”, explicita.

Porque o tema da sustentabilidade é também caro aos fundos de pensões, Ricardo Almeida atesta que “o processo de investimento inclui fatores de investimento ambiental, social e responsável”. O responsável assegura que são considerados “não só a expectativa de retorno fi nanceiro de cada investimento selecionado, como também o impacto mensurável de dimensões não-fi nanceiras relacionadas com preocupações sociais, ambientais e do governo das sociedades”. A integração dos fatores ESG é feita em várias fases. Incluem-se “a identifi cação das principais tendências temáticas, a pesquisa e avaliação da exposição a cada um desses temas por parte dos vários investimentos selecionados ou considerados na gestão do fundo de pensões, e o impacto das decisões das várias entidades detentoras dos instrumentos fi nanceiros selecionados ao nível dos referidos fatores ESG”, conclui o profi ssional.

ECLÉTICO

Para lá da gestão, Ricardo Almeida é eclético nos seus gostos. Aprecia pintura, cinema e música.

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