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Mike Riddell

Há quem diga que é um produto todo o terreno para rendimento fi xo, que atinge bons retornos mesmo quando a economia está a cair e é conhecido pela sua fl exibilidade. Consegue adivinhar qual é? Estamos a falar do Allianz Strategic Bond. O seu gestor, Mike Ridell, aborda a fi losofi a de investimento por detrás desta estratégia, bem como o que a diferencia dos demais concorrentes.

PARTNER

NER T PAR

GESTOR DO FUNDO ALLIANZ STRATEGIC BOND, ALLIANZ GLOBAL INVESTORS

FLEXIBILIDADE TRADUZIU-SE EM RENTABILIDADE

Foi por meio da alta fl exibilidade inerente ao fundo que esta estratégia de obrigações globais conseguiu render mais de 28,92% em ano de pandemia. As suas principais áreas de investimento foram: crédito, infl ação e divisas.

m ano de pandemia, o Allianz Strategic

EBond atingiu com muito sucesso os seus três objetivos, no meio de condições de mercado muito variadas e desafi antes: desempenho superior, baixa correlação com as ações e assimetria de risco e retorno. Falamos de sucesso porque o produto de obrigações fl exível da Allianz Global Investors rendeu mais de 28,92% em 2020. Sendo, deste modo, o fundo de obrigações registado para comercialização em Portugal mais rentável de 2020. De facto, os resultados robustos resultaram de uma estratégia e fi losofi a de investimento que o gestor do fundo, Mike Ridell, contou em pormenor à FundsPeople.

Lançado em 2016, este veículo de investimento apresenta ideias base diferenciadoras desde então. Assim, Mike Ridell, começa por destacar nesta conversa a diferenciação do fundo para com os demais concorrentes.

O gestor da Allianz Global Investors, acredita que esta estratégia de investimento é diferenciada da concorrência devido a dois pontos-chave. O primeiro é que, apesar de poder ter uma exposição a obrigações corporativas, na maior parte do tempo não está exposto e pode, inclusive, adotar posições curtas. Além disso, tem um outro objetivo bem explícito de não só oferecer uma rentabilidade superior ao seu benchmark, como também almejar não estar correlacionado com as ações num período de três anos – comportamentos que muitos produtos fl exíveis globais de rendimento adotam.

Como resultado, o profi ssional explica que “a maior parte da concorrência segue uma estratégia de investimento em que só adota posições longas em crédito e não são fl exíveis”, enquanto os gestores do Allianz Strategic Bond não adotam apenas posições longas e são fl exíveis.

UMA MENTALIDADE SEM RESTRIÇÕES

Uma estratégia de rendimento fi xo global sem restrições, com fl exibilidade total. É desta forma que o gestor Mike Ridell a caracteriza. Adicionalmente, procura as melhores alternativas de investimento em quatro áreas principais: curva de juros, crédito, infl ação e divisas, para que seja capaz de oferecer aos investidores uma elevada diversifi cação da carteira.

Com efeito, importa perceber a fi losofi a de investimento que Mike Ridell e a equipa gestora adotaram desde a criação do produto em 2016. “A fi losofi a que seguimos desde o início é bem diferente do que a concorrência adotou, bem como a diversifi cação na construção do portefólio”, apresenta o profi ssional. Na prática, o profi ssional assume que tanto ele, como a equipa, são investidores de valor e top-down. Para além disso, “a fl exibilidade que o fundo tem não apenas a posicionar a carteira, mas também nos mercados em que se posiciona, foram pontos fundamentais para uma boa performance em 2020”, conclui o profi ssional.

REAÇÃO À CRISE

O Allianz Strategic Bond não deixou que os acontecimentos menos bons que ocorreram logo no início de 2020 afetassem a sua performance. De facto, provavelmente até ajudaram, porque, como nos conta o gestor, “quando a economia está a cair, nós conseguimos ter boas rentabilidades porque nós não adotámos uma posição longa permanente em ativos de risco e, adicionalmente, conseguimos adotar uma estratégia altamente flexível”. Isto é, a estratégia teve um bom desempenho em períodos de choque devido à antecipação correta das mudanças de volatilidade e, dependendo do cenário, a equipa vai ajustando para posições mais defensivas ou agressivas.

Por isso, no primeiro e segundo trimestre de 2020, mas também no primeiro trimestre de 2019 e no quarto trimestre de 2018, que “foram períodos muito desafi antes para os ativos de risco”, refere o gestor, o fundo conseguiu ter uma boa performance. Neste contexto, de um modo geral,

NÓS ACHAMOS, UMA VEZ MAIS, QUE O CRÉDITO ESTÁ A FICAR MUITO CARO, O QUE SIGNIFICA QUE NO NOSSO PORTEFÓLIO ESTAMOS PREOCUPADOS COM PRODUTOS DE SPREAD E CRÉDITO NO GERAL

os grandes drivers de retorno do Allianz Strategic Bond em 2020 foram as áreas de crédito, infl ação e divisas.

Logo no primeiro trimestre de 2020, o fundo adotou uma posição mais defensiva em mercados de divisas e obrigações corporativas, essencialmente devido “às avaliações excessivas com que os títulos corporativos estavam a ser negociados”, diz. Por isso, o peso em rendimento fi xo, quando começou a pandemia do COVID-19, foi diminuído ao máximo, o que “ajudou a superar bem o período de venda massiva do primeiro trimestre”, coloca o profi ssional.

Já no segundo trimestre de 2020, quando a equipa adotou uma posição mais de risk-on devido às boas perspetivas económicas traçadas, a exposição a obrigações corporativas foi também assinalável. “Encontrámos pontos de entrada que não se viam desde os mínimos do mercado de rendimento fi xo em 2009”, destaca o gestor. Além disso, um outro driver estava presente neste período: a infl ação.

Portanto, houve aqui alterações de carteira que decifraram a boa performance do fundo. A carteira deixou de estar quase toda exposta a obrigações governamentais antes da queda do mercado e passou a ter uma exposição mais elevada a obrigações corporativas.

Em relação a futuras alterações de alocações, Mike Ridell comenta algo que já têm vindo a verifi car. “Nós achamos, uma vez mais, que o crédito está a fi car muito caro, o que signifi ca que no nosso portefólio, estamos preocupados com produtos de spread e crédito no geral”, indica. Portanto, as obrigações corporativas são uma preocupação para o gestor e para a sua equipa, mas este destaca uma vez mais a fi losofi a de investimento do fundo. Isto é, “se estivermos errados, não vamos perder muito; mas, se acontecer algo realmente negativo a nos próximos nove meses, então provavelmente vamos ganhar muito”, aborda o gestor.

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