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A MAIORIA DOS QUESTIONADOS ACREDITA QUE NOS PRÓXIMOS TRÊS
ANOS MAIS DE 80% DAS RECEITAS
CONTINUEM A VIR DA TRADICIONAL
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VENDA DIRETA DE PRODUTOS destacado para os esforços tecnológicos previstos nos próximos três anos, que suportem o desenvolvimento do negócio da poupança e investimento (ver gráfico das páginas anteriores).
Os investimentos prioritários serão direcionados para ferramentas de serviçoexperiência do cliente, sobretudo numa perspetiva de self servicing, incrementando as questões de usabilidade, em contextos de mobilidade e considerando tendências como a gamificação das experiências. Relevância ainda para a melhoria do reporting analytics, fator base para um aconselhamento de investimento mais dinâmico - não necessariamente através de robot advisory - que permita a qualidade e consistência na interação, suportando equipas internas ou intermediários em temas comerciais e de advisory, como a análise de cenários customizados à realidade de cada cliente.
Mas se esta realidade posiciona a indústria de gestão de patrimónios como um laggard no investimento em tecnologia, a boa notícia é que o esforço de inovação pode ser hoje realizado através de parcerias mais completas e financeiramente mais racionais para as organizações.
Transforma O
Numa perspetiva global, e de acordo com o feedback recebido pelas nossas equipas presentes junto de players em várias geografias e fases da cadeia de valor de gestão de patrimónios, nos próximos 12 meses os principais desafios e oportunidades concentram-se:
1. Na continuidade do processo de digitalização das entidades financeiras, incluindo o foco na monetização de experiências dos clientes;
2. Na resposta a um quadro regulatório cada vez mais exigente para as entidades bancárias e seguradoras (MIFID, DORA,…);
3. Na inevitabilidade do desenvolvimento e implementação de estratégias ESG;
4. Na necessidade de pensar diferente sobre as oportunidades como Banking as a Service (BaaS) e Platform as a Service (PaaS).
Relativamente a este último driver transformacional, o entendimento do potencial destas abordagens e de modelos de parceria subjacentes refletir-se-á em guidelines estratégicas, como sejam o foco nos ativos diferenciadores da marca, e não em elementos mandatórios que constituem cost of doing business. Se metade dos inquiridos no estudo considera os atuais processos e tecnologias como sérios obstáculos ao crescimento, será natural que sejam equacionados aceleradores externos, por exemplo no sourcing da gestão operacional de investimentos (asset servicing).
Um ecossistema aberto e flexível constitui um catalisador de mudança com implicações sobre a forma como a proposta de valor vai evoluir. Chegou o momento de abrir o wealth management a uma nova ambição de serviço aos investidores.
A D Cada Dos Dividendos
O investimento em dividendos parece ter sido aborrecido na última década, uma vez que os titãs tecnológicos dominavam o mercado, mas atualmente o que é aborrecido é bonito. Com o crescimento a abrandar e o custo de capital a aumentar, espero que os dividendos sejam um contribuidor mais significativo e estável para o retorno total.
Os dividendos representavam apenas 16% do retorno total na década de 2010, mas, historicamente, a média oscilou em torno dos 38%, atingindo um pico de 72% durante os inflacionários anos 70. À medida que o destaque dos dividendos aumenta, aumenta também a importância de avaliar a capacidade de cada empresa de os pagar. Passo muito tempo a verificar os números e a falar com a administração das empresas para ter uma noção da saúde do negócio. Procuro empresas com poder de fixação de preços e com capacidade de aumentar os lucros e dividendos a um nível sustentável. Essas empresas podem ser investimentos atrativos, especialmente quando os mercados são voláteis. Encontro muitas oportunidades em vários setores, incluindo o industrial, o das utilities e o da saúde.
Empresas farmacêuticas podem ser atrativas num ambiente inflacionário, uma vez que muitas têm normalmente balanços e fluxos de caixa sólidos e são frequentemente capazes de subir preços mesmo num mercado altamente competitivo. Várias empresas líderes também têm um dividend yield acima dos 3%, incluindo a AbbVie (yield de 3,7%, a 31 de dezembro de 2022) e a Gilead Sciences (3,4%).