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Josh Duitz
NÚMERO 44 MAIO E JUNHO 2022 .
ENTREVISTAS BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN LEGISLAÇÃO AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO PLANIFICAÇÃO OS INVESTIDORES E A CRISE
COM ESTILO UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
SELECIONADORES FAVORITOS À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO AS NUVENS NO HORIZONTE Olhar paraANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES o futuro DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.investindo
em saúde
AB International Health Care Portfolio
Uma carteira grande e extremamente diversificada, mas muito equilibrada. Um foco em empresas que pagam dividendos e em temáticas específicas. Uma visão muito global. Com mais de 15 anos de vida, muito havia para dizer sobre as linhas que cosem o Aberdeen Global Dynamic Dividend. Porém, das palavras de Josh Duitz são estas três características que saltam à vista e que resumem na perfeição em que consiste a filosofia de investimento do fundo.
PARTNER
NER T PAR
SUBDIRETOR DE AÇÕES GLOBAIS
NÚMERO 44 MAIO E JUNHO 2022 .
ENTREVISTAS BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN LEGISLAÇÃO AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO PLANIFICAÇÃO OS INVESTIDORES E A CRISE
COM ESTILO UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
SELECIONADORES FAVORITOS À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO AS NUVENS NO HORIZONTE Olhar paraANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES o futuro DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.investindo
em saúde
AB International Health Care Portfolio O
Aberdeen Global Dynamic Dividend é um dos nomes mais sonantes do mercado europeu de fundos de distribuição de rendimentos. Criado em 2006 e tendo como principais desígnios o crescimento de longo prazo e a procura por um elevado fluxo de dividendos, o fundo manteve a mesma essência durante todos estes anos. Josh Duitz, subdiretor de Ações Globais da abrdn, conta as idiossincrasias que fazem este produto da abrdn sobressair.
“Procuramos investir em empresas que pagam dividendos, pois já vimos que, historicamente, a longo prazo, os dividendos contribuem largamente para os retornos totais”, começa por explicar. O profissional dá como exemplo o MSCI All Country World Index, índice em que metade dos retornos vieram do reinvestimento de dividendos nos últimos 20 anos.
Outro dos motivos para mostrarem esta preferência por empresas que pagam dividendos prende-se no facto de considerarem que estes negócios demonstram uma maior disciplina na gestão do capital. “Estas empresas como sabem que têm de pagar dividendos a cada trimestre ou ano, estão cientes de que têm de reservar uma certa quantia para tal e, por isso, fazem uma alocação de capital mais refletida”, iniciou.
Contudo, segundo conta o gestor, o racional de investimento não passa por investirem em empresas simplesmente porque pagam elevados dividendos. “Seja qual for a empresa para a qual olhamos, o que nos interessa é o retorno total. Assim, privilegiamos empresas que pagam dividendos, mas que também têm espaço para crescer, bem como terem não só uma distribuição de dividendos O PONTO DE PARTIDA
O Aberdeen Global Dynamic Dividend está sob a alçada da equipa de Ações Globais que trabalha em proximidade com as equipas regionais com mais de 130 analistas e gestores de portefólios que têm espalhadas por todo o mundo. Estes profissionais reúnem-se com empresas e realizam uma análise que depois partilham com a equipa de Ações Globais. É este o ponto de partida para a entrada de uma empresa na carteira.
sustentável, mas também um retorno total global que esteja boa forma”, explica Josh Duitz.
AS PEÇAS DO PUZZLE
A carteira do Aberdeen Global Dynamic Dividend é um complexo puzzle que conta com 80 a 100 nomes. Como não fazem grandes apostas macro, quer por geografia, quer por setor, o fundo é extremamente diversificado e equilibrado. “Queremos pegar nas melhores ações dentro de cada setor e, no final de contas, é isso que vai ajudar o fundo a ter uma boa performance”.
Isto, porém, não quer dizer que não nutram alguma predileção por algumas áreas, como é o caso da transição energética. “Há certas áreas nas quais realmente queremos investir porque há empresas muito capacitadas para aproveitar os sinais que o mercado está a enviar. É o que acontece se olharmos para o que está a acontecer agora na Europa… 40% da produção de energia já advém de fontes renováveis e espera-se que até 2030 esse valor suba para 70%”, conta.
Contudo, no lado financeiro, o mais importante para o profissional, quando se pondera investir numa empresa, é olhar para o balanço da empresa de forma a assegurar que esta não está demasiado alavancada. “Como em cada setor há diferentes níveis de alavancagem, há empresas com negócios mais sustentáveis, como as de consumo discricionário, e outras onde é esperado um maior nível de dívida, como acontece com as utilities”, refere. Assim, conta, para cada setor, a equipa de Ações Globais da abrdn define que quantidade de dívida uma empresa deve ter e compara-a com outras empresas. “Aquelas que têm uma forte balanço e cash flows robus-
tos, têm a capacidade de pagar os dividendos, ao mesmo tempo que continuam a crescer”, afirma.
Por um lado, a equipa procura também negócios com uma forte barreira protetora à sua volta. “Queremos empresas fortes, em que as suas perspetivas avancem com os modelos de negócio”, explica Josh Duitz. Por outro lado, afastam-se de empresas cujas bases do seu negócio sejam modas passageiras, que até podem temporariamente ter excelentes resultados, mas que a longo prazo perdem o fôlego e tornam-se imprevisíveis.
O MOMENTO CERTO
Além disso, como Josh Duitz explica, também é preciso saber entrar no momento certo. “Queremos ter a certeza de que estamos a comprar na altura ideal. As empresas podem ser ótimas, mas isso não significa que as vamos comprar. Isto porque temos de analisar detalhadamente as valuations em toda a empresa, como é que ela negoceia historicamente, bem como onde os seus pares estão a negociar”.
No polo oposto, Josh Duitz fala de algumas razões que justificam as vendas de empresas. Fala de motivos como não apresentarem o desempenho esperado, quando a indústria se torna demasiado competitiva ou quando as companhias falham em cumprir os objetivos. Um exemplo disso é a Intel. A concorrência é forte e a empresa não foi capaz de estar a par com a indústria e, especialmente, no campo dos semicondutores.
“Mas também vendemos quando a empresa atinge metas em termos de múltiplos e aquilo que pensávamos ser um nome relativamente barato, torna-se mais caro. Nestes casos, realizamos mais-valias e partimos para outra”, concluiu.