3 minute read
A grande desconexão
NÚMERO 44 MAIO E JUNHO 2022 .
ENTREVISTAS BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN LEGISLAÇÃO AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO PLANIFICAÇÃO OS INVESTIDORES E A CRISE
COM ESTILO UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
SELECIONADORES FAVORITOS À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO AS NUVENS NO HORIZONTE Olhar paraANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES o futuro DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.investindo
em saúde
AB International Health Care Portfolio A GRANDE DESCONEXÃO
Duas das viagens marcantes foram ao Mar Vermelho, por um lado, onde se encontra um enorme contraste de experiências. Por outro, os Caminhos de Santiago representam uma experiência única.
A
s férias, mais do que um descanso, dão-nos a oportunidade de desconectar da rotina, de ser livres para experimentar coisas novas e mudar de horizontes. Talvez, para quem quiser descansar, o ideal seria ir para a cama cedo.
No meu caso, gosto de atividades de uma forma geral. De facto, gosto de ter planos e de organizar viagens. amantes de mergulho deviam submergir: Cozumel, Maldivas e o Mar Vermelho. Escolhemos este último por ser o que mais nos saía em conta. Desta forma, embarcámos durante uma semana num barco que deambulava por um mar tão transparente que era difícil distinguir a linha de água. O que encontrámos foi realmente assombroso e provavelmente o maior contraste que alguma vez presenciei.
Em seguida, falo das duas das que mais me marcaram.
Já sabem que os portugueses têm uma forte ligação ao mar. É um elemento tão transcendente que roça o hipnótico. Há alguns anos, um pouco por coincidência, um amigo convenceu-me a fazer um curso de mergulho numa viagem a São Tomé. Maria, a instrutora, comentou que existiam três sítios imprescindíveis onde os
Nos Caminhos de Santiago, à medida que os dias iam passando, os pensamentos recorrentes foram cedendo para simplesmente levantar-me e caminhar.
Por um lado, o deserto inóspito e das tempestades de areia e, por outro, debaixo de água, precisamente o contrário: uma vida marítima tão exuberante e colorida que contemplá-la nos leva a um estado de euforia. Havia um sem-fim de peixes, de todas as formas e tamanhos, alguns com um toque extraterrestre e outros que pareciam familiares dos protagonistas do filme À procura de Nemo.
Desta viagem lembro-me, em particular, de duas imersões. Numa fomos testemunhas de como os atuns caçam em cardume. Era uma dança na qual a nuvem de peixes se movia ao ritmo das investidas dos predadores. A outra foi uma visita noturna a um navio da Segunda Guerra Mundial que jazia no fundo do mar afundado por um torpedo. Numa encruzilhada de corredores e salas encontramos tanques, todo-terrenos, motos, camiões... até conseguimos ver uma locomotora. Sem dúvida, foi uma experiência com um ponto fantasmagórico que nos transportava para outra época.
Outra viagem, provavelmente, a que mais me marcou, foi os Caminhos de Santiago. Percorri-o em 2009, quando tirei um ano sabático forçado pela crise. Recordo-me de sair do escritório do meu antigo chefe e perguntar-me: o que faço agora?
A verdade é que não sei de onde me surgiu a ideia, mas poucos dias depois apanhei um comboio até Burgos e dali segui até ao fim. À medida que os dias iam passando, os pensamentos recorrentes foram cedendo para simplesmente levantar-me e caminhar. Suponho que foi o mais próximo que estive de um estado de meditação, no qual me distanciei de vários aspetos da vida para os poder perceber de outra forma. A mim ajudou-me bastante, uma experiência única, muito pessoal...mas como dizem que “não há caminho”, simplesmente incentivo-os a que, em algum momento das vossas vidas, calcem as botas.