GRUPO / HUMANAS 2 / GEOGRAFIA 2

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[Geografia II]

GEOGRAFIA SUMÁRIO UNIDADE 1 - GEOMORFOLOGIA Agentes Endógenos .................................................................................................................................... 03 Agentes Externos ou Exógenos ...................................................................................................................05 Relevo do Brasil. ......................................................................................................................................... 06 Solos ........................................................................................................................................................... 08

UNIDADE 2 - HIDROSFERA Distribuição na Água na Terra .................................................................................................................... 10 Hidrografia Brasileira .................................................................................................................................. 12

UNIDADE 3 - CLIMA Elementos Climáticos ................................................................................................................................. 15 Fatores Climáticos ...................................................................................................................................... 18 Clima do Brasil ............................................................................................................................................ 20

UNIDADE 4 - VEGETAÇÃO Principais Características das Formações Vegetais .................................................................................... 22 Domínios Morfoclimáticos do Brasil .......................................................................................................... 24

UNIDADE 5 – MEIO AMBIENTE Desmatamento ........................................................................................................................................... 30 Inversão Térmica ........................................................................................................................................ 31 Ilhas de Calor ...............................................................................................................................................32 Chuva Ácida. ............................................................................................................................................... 32 Camada de Ozônio ..................................................................................................................................... 33 Efeito Estufa. .............................................................................................................................................. 34 Conferências ambientais ............................................................................................................................ 36

UNIDADE 6 – PRODUÇÃO INDUSTRIAL Fases da industrialização ............................................................................................................................ 38 Organização da produção industrial .......................................................................................................... 39

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[Geografia II] Classificação das indústrias........................................................................................................................ .41 A desconcentração espacial da indústria. ................................................................................................. 42

UNIDADE 7 – PRODUÇÃO DE ENERGIA Fontes não renováveis ............................................................................................................................... 44 Fontes renováveis ...................................................................................................................................... 51 Consumo de energia no Brasil ................................................................................................................... .56

UNIDADE 9 – TRANSPORTES Transportes ................................................................................................................................................ 63

UNIDADE 10 – ATUALIDADES Globalização............................................................................................................................................... 64 Divisão Internacional do Trabalho ............................................................................................................. 66 Organização das Nações Unidas ................................................................................................................ .67 Blocos Econômicos .................................................................................................................................... .69

UNIDADE 11 – REGIÕES DO BRASIL Divisão político-administrativa .................................................................................................................. 75 Divisão geoeconômica ............................................................................................................................... 76 Divisão proposta por Milton Santos .......................................................................................................... .77 Características socioeconômicas das regiões ............................................................................................ .78

EXERCÍCIOS ENEM + vestibulares .................................................................................................................................. 79

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UNIDADE 1 GEOMORFOLOGIA

Agentes Endógenos TECTONISMO OU DIASTROFISMO São distorções provocadas por forças do interior da Terra que atuam de forma lenta e prolongada na crosta terrestre. Ocasionam, entre outras deformações, falhas e dobramentos na superfície, produzindo diversas feições de relevo. Quando as pressões são exercidas de forma horizontal sobre as camadas de rocha de grande plasticidade, provocam o encurvamento ou dobramento das camadas rochosas. Essas pressões são chamadas de orogênese e podem estar associadas às falhas, compondo as grandes cadeias montanhosas, como os Andes, o Himalaia, os Alpes, os Pirineus, as Montanhas Rochosas, etc. Dobramento = pressões horizontais

Quando essas forças atuam verticalmente sobre as camadas rochosas resistentes e de pouca plasticidade, os blocos continentais podem se fraturar, se deslocar, sofrer levantamentos ou abaixamentos, constituindo as falhas ou falhamentos. A esse processo de formação dá-se o nome de epirogênese. Fraturas = pressões verticais Junta

Falha

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VULCANISMO Nas regiões de borda de contato a atividade tectônica costuma ser intensa. Prova disso são os diversos vulcões em atividade localizados nessas áreas. Nelas as camadas rochosas podem apresentar fissuras causadas pela pressão interna do manto, por onde o magma extravasa na forma de lava. O extravasamento do magma, chamado erupção, pode recobrir extensas áreas de terreno ou originar cones vulcânicos. Como veremos adiante, é pela solidificação da lava vulcânica que se originam as rochas magmáticas. A grande concentração de vulcões em atividade na borda da placa do Pacífico levou os especialistas a denominar a região de Círculo ou Cinturão de Fogo.

ABALOS SÍSMICOS São movimentos naturais da crosta terrestre que se propagam através de vibrações. Em nosso planeta, a maioria dos chamados sismos ou terremotos ocorre nas bordas de contato das placas tectônicas. Essas áreas apresentam rochas que estão sob intensa pressão pela força do atrito entre as placas litosféricas. Quando o limite de resistência de uma camada é atingido, as rochas se rompem e provocam deslocamentos, criando falhas e ondas sísmicas que se propagam em todas as direções. Embora somente uma ínfima parcela dos (Disponível em http://damarchis.com/el-terremoto-el-epicentro-y-eltremores que ocorrem no interior da crosta seja hipocentro-y-un-susto-que-pa-que) sentido pelas pessoas, milhares deles são registrados diariamente por sismógrafos em vários pontos do planeta. Os terremotos têm intensidades (efeitos sobre a superfície terrestre) e magnitudes (quantidade de energia liberada) muito variadas. A escala Richter é utilizada para medir a magnitude de um terremoto. Ela vai de O a 10 graus, sem limite inferior ou superior, ou seja, é possível que haja tremores (microtremores) com magnitude negativa.

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Agentes Externos ou Exógenos Em síntese, pode-se afirmar que os agentes exógenos realizam ação dupla: por um lado, efetuam o desgaste e a destruição das rochas e do relevo e, por outro, são responsáveis pela construção de novas formas de relevo.

INTEMPERISMO OU METEORIZAÇÃO O conjunto de processos que provocam a alteração e a decomposição das rochas – resultado da ação dos agentes externos – recebe o nome de intemperismo ou meteorização e apresenta-se em três formas:  químico – resulta sobretudo da ação da água que, em contato com os minerais, altera a composição química das rochas, resultando em formas mais arredondadas de relevo;  físico – desagregação ou desintegração mecânica das rochas resultante da grande variação de temperatura (verão e inverno; dia e noite), originando formas de relevo caracterizadas por arestas e sedimentos grosseiros;  biológico – ação dos seres vivos gerando a aceleração dos processos físicos e químicos sobre as rochas.

EROSÃO O processo de modelagem da paisagem, de remoção e transporte de sedimentos é chamado de erosão. A deposição deste material em um novo local é denominada sedimentação.  erosão pluvial (chuvas) – provocam deslizamentos de encostas, enxurradas, desgastam o terreno e formam depósitos sedimentares;

 erosão fluvial (rios) – em seu curso, os rios escavam leitos, formam vales, destroem e transportam sedimentos, depositando-os em novas feições de relevo tais como as planícies e os deltas;  erosão marinha (mares) – a partir da deposição de sedimentos em áreas litorâneas formam-se as praias, os tômbolos (depósitos de areia que ligam uma ilha ao continente), as restingas e lagunas; e como resultado da destruição (abrasão marinha), formam-se as falésias;  erosão glacial (geleiras) – o congelamento e o degelo atuam fragmentando as rochas por ação mecânica e formando grandes vales em forma de U ou V, chamados fiordes, enquanto que os fragmentos rochosos acumulados nos sopés das montanhas são chamados de morainas.  erosão eólica (ventos) – mais intenso em regiões desérticas gerando as paisagens de dunas.

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Relevo do Brasil O relevo brasileiro apresenta grande variedade morfológica (de formas), como serras, planaltos, chapadas, depressões, planícies e outras, - resultado da ação, principalmente, dos agentes externos sobre estruturas geológicas de diferentes naturezas e idades. Os agentes externos que mais participaram da formação do relevo brasileiro foram o clima (temperatura, ventos, chuvas) e os rios. Em sua porção continental, o relevo brasileiro não apresenta formas oriundas da atuação recente dos agentes internos (vulcanismo, tectonismo), como as elevadas montanhas que caracterizam as cordilheiras de tipo andino, alpino e himalaio. Apesar de as estruturas geológicas que lhe deram origem serem em geral antigas, as formas atuais de nosso relevo foram esculpidas principalmente ao longo do Período Terciário e do início do Quaternário. Esses dois períodos pertencem à mais recente das eras geológicas: a Cenozóica. No aspecto altimétrico, o relevo brasileiro caracteriza-se pelo predomínio de altitudes relativamente modestas. Apenas um ponto do território chega próximo a 3 mil metros de altitude: o Pico da Neblina (2.994m), localizado no estado do Amazonas, próximo à fronteira com a Venezuela. Mais de 99% do relevo brasileiro possui altitudes inferiores a 1.200 metros. O predomínio de altitudes medianas deve-se, de um lado, à inexistência de dobramentos modernos e, de outro, à intensa ação erosiva que, ao longo do tempo, desgastou as velhas estruturas geológicas mais salientes do território brasileiro.

Classificação de Jurandyr Ross Em 1989 o professor Jurandyr Ross elaborou uma classificação do relevo, dessa vez usando como critério três importantes fatores geomorfológicos: • a morfoestrutura - origem geológica; • o paleoclima - ação de antigos agentes climáticos; • o morfoclima - influência dos atuais agentes climáticos. OS PLANALTOS Os planaltos brasileiros se distinguem pelas estruturas geológicas que os sustentam. Há planaltos em escudos cristalinos (como os Planaltos e Serras do Atlântico-Leste-Sudeste, da Borborema e outros) e planaltos em bacias sedimentares (como o Planalto da Amazônia Oriental, os Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná e outros). De modo geral, porém, esses compartimentos caracterizam-se como relevos residuais, isto é, eles permaneceram mais altos que as depressões circundantes, pois suas estruturas rochosas ofereceram maior resistência à erosão. AS DEPRESSÕES As depressões circundam os planaltos e foram geradas pelo desgaste erosivo das massas rochosas menos resistentes. Sendo assim, são em geral constituídas por bacias sedimentares. As bordas de contato das depressões com os planaltos, formadas muitas vezes por escarpas praticamente verticais, atestam a resistência desigual do substrato rochoso à erosão. A unidade dos Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná, sustentada pelas camadas de arenitos da Era Paleozoica e pela cobertura de rochas vulcânicas derramadas na Mesozoica, limita-se a oriente com a Depressão Periférica da Borda Leste da Bacia do Paraná, que não está assentada sobre basaltos. A modelagem do relevo pela erosão diferencial fica evidente nesse contato. Os sedimentos da depressão foram intensamente desgastados, enquanto a resistente camada de rochas vulcânicas do planalto sofria erosão muito menor. Em consequência, formou-se uma escarpa que demarca o contato entre os dois compartimentos. Seus paredões íngremes voltados para oriente constituem frentes de cuestas que podem ter 300 ou 400 metros de altura. Do outro lado, as vertentes voltadas para a calha do Rio Paraná, a ocidente, apresentam inclinação suave.

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[Geografia II] As frentes de cuestas são feições de relevo características de diversas áreas do Brasil. Elas aparecem, extensivamente,nos contatos dos Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná com as depressões do Araguaia, Cuiabana e do Miranda. No contato entre os Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaíba e a Depressão Sertaneja e do São Francisco, as serras do Ibiapaba e Grande do Piauí formam frentes de cuestas. Em todos esses casos, as feições do relevo foram esculpidas pela erosão diferencial.

AS PLANÍCIES As planícies são as únicas unidades do relevo brasileiro cujo arcabouço consiste em bacias de sedimentação recente, formadas por deposições ocorridas no Período Quaternário. As superfícies apresentam-se notavelmente aplainadas e ainda em processo de consolidação. A Planície e Pantanal Mato-Grossense é a mais extensa dessas unidades e constitui parte de uma vasta área rebaixada que se limita, a oeste, pelos contrafortes da Cordilheira dos Andes, e a leste, pelos Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná. Essa área rebaixada é o Chaco Sul-Americano, que abrange terras brasileiras, paraguaias, argentinas e bolivianas, inclusive os pantanais do Rio Guaporé. O Chaco funciona como bacia de captação de inúmeros cursos fluviais com nascentes nos planaltos do Brasil ou na vertente oriental andina.

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Solos O solo, a camada superficial da crosta terrestre, é um complexo composto de materiais minerais e orgânicos. A ciência que trata de seu estudo é a pedologia. Os solos se formam inicialmente pela desintegração das rochas por ação do intemperismo (físico, químico e biológico), que originam os componentes minerais. Posteriormente, a decomposição e a incorporação de elementos orgânicos animais e vegetais, chamados de húmus, dão fertilidade aos solos. Solos de diversos tipos formam-se a partir da ação conjugada de vários fatores, como temperatura, vento, águas correntes, topografia, vegetação, tipo de rocha matriz (rocha que origina o solo).

HORIZONTE O A

B C R

CARACTERÍSTICAS É o horizonte superficial. Pode conter mais de 20% de matéria orgânica (animal e vegetal) em diferentes graus de decomposição. Apresenta maior quantidade de matéria orgânica decomposta e misturada com elementos minerais. Sofre perdas de minerais pela lixiviação. Nas áreas cultivadas, está em contato direto com a atmosfera. Contém as raízes dos vegetais. Bastante intemperizado. Pouco afetado pela erosão natural e pela ação do homem. Pouca matéria orgânica, muita matéria mineral e cor geralmente vermelha ou amarela. Recebe materiais lixiviados de A. Chamado de regolito, material decomposto, proveniente da rocha matriz. Rocha matriz ou rocha inalterada. (in: TERRA, Lygia, ARAÚJO, Regina & GUIMARÃES, Raul. Conexões – Estudos de Geografia Geral e do Brasil – vol. 2. São Paulo, SP: Moderna, 2010.)

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Principais impactos nos solos VOÇOROCAS: isto é formação de grandes buracos de erosão causados pela chuva e intempéries, em solos onde a vegetação é escassa e não mais protege o solo, que fica cascalhento e suscetível de carregamento por enxurradas - estão presentes em praticamente todo o Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil e geralmente estão associados ao uso do solo, ao substrato geológico, ao tipo de solo, às características climáticas, hidrológicas e ao relevo. LIXIVIAÇÃO: lavagem dos sais minerais presentes no solo, caracterizando uma forma inicial de erosão, ou erosão leve. A lixiviação, ocorre quando o solo fica demasiadamente exposto (por causa de desmatamento, queimadas ou pastoreio) e, com a ação gradativa das chuvas vai tendo seus materiais arrastados tornandose primeiro infértil, e depois, podendo ocasionar erosões graves (voçorocas) dependendo do tipo de solo e grau de exposição. LATERIZAÇÃO: formação de uma crosta ferruginosa sobre o sobre em consequência do processo de lixiviação. Geralmente, ocorre em regiões de alternância entre estação chuvosa e seca.

Conservação dos Solos Agrícolas A perda anual de milhares de toneladas de solos agricultáveis, sobretudo em consequência da erosão,é um dos mais graves problemas ambientais e o que abrange as maiores extensões terrestres. A principal causa da erosão, notadamente em países de clima tropical, é a retirada total da vegetação (muitas vezes feita por meio de queimadas) para implantação das culturas agrícolas e das pastagens. • CURVAS DE NÍVEL: esta técnica consiste em arar o solo e depois semeá-lo seguindo as cotas altimétricas do relevo (curvas de nível ou isoípsas, que estudamos na unidade 1), o que por si só já reduz a velocidade de escoamento superficial da água da chuva. Para reduzi-Ia ainda mais, é comum a construção de obstáculos no terreno, espécies de lombadas, com terra retirada dos próprios sulcos resultantes da aração. Com esse método simples, a perda de solo agricultável é sensivelmente reduzida. • TERRACEAMENTO: consiste em fazer cortes nas superfícies íngremes para formar degraus - terraços. Esse procedimento possibilita a expansão das áreas agrícolas em regiões montanhosas e populosas, por isso é muito comum em países asiáticos, como China, Japão, Tailândia e Filipinas. • ASSOCIAÇÃO DE CULTURAS: em cultivos que deixam boa parte do solo exposto à erosão (como algodão e café), é comum plantar, entre uma fileira e outra, espécies leguminosas (feijão, por exemplo), que recobrem bem o terreno. Além de evitar a erosão, essa técnica favorece o equilíbrio orgânico do solo. • PLANTIO DIRETO: a palha e os demais restos vegetais de outras culturas são mantidos na superfície do solo, garantindo cobertura, umidade e proteção do mesmo contra o processo erosivo. O solo só é manipulado no momento do plantio, quando é aberto um sulco onde são depositadas sementes e fertilizantes.

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UNIDADE 2 HIDROSFERA

Distribuição na Água na Terra Todos já escutamos a frase: “A água vai acabar”. Porém, na verdade, o problema passa menos pela escassez real de água e mais pelo mau gerenciamento de seu uso. De verdade, a água do planeta jamais acabará. Ela está em eterno processo natural de reciclagem: evapora, desaba como chuva, escorre para o fundo da terra e retorna para a superfície, de onde volta a evaporar, num ciclo que se perpetua há bilhões de anos. Sim, a água é um recurso renovável - mas não inesgotável. Do total de 1,4 bilhão de quilômetros cúbicos de água que revestem o globo (e cobrem três quartos da superfície), apenas 2,5% são de água doce (35milhões de quilômetros cúbicos). A maior parte dessa água doce está congelada nas geleiras e calotas polares ou se encontram em depósitos subterrâneos. A proporção da água a que o homem tem acesso fácil é de menos de 0,4% da água doce existente.

Pode parecer pouco, mas são cerca de 100 mil quilômetros cúbicos de água – o suficiente para que cada um dos 7 bilhões de habitantes do planeta mate a sede, cozinhe, mantenha a higiene, gere energia e produza bens agrícolas e industriais. Mas a grande parcela da população mundial sofre de escassez hídrica crônica, em parte por causa de fatores naturais, como a distribuição geográfica das fontes, que é desequilibrada. Enquanto cada habitante da Islândia tem disponíveis mais de 600 milhões de litros por ano, um morador do Kuwait, pequeno país do Oriente Médio, depende da importação de água. Diferentemente das crises econômicas e políticas, a crise da água não costuma ser manchete nos jornais. Mas, ainda que sem alarde, a escassez desse recurso natural, o mais importante do planeta, já assume proporções de catástrofe iminente. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 1 bilhão de pessoas não dispõem hoje do mínimo de água recomendado para as necessidades básicas de sobrevivência. Mesmo populações de países de tradicional riqueza hídrica têm de lidar com a oferta limitada de água potável. É o caso do Brasil, cujo território detém mais de 12% das reservas mundiais de água doce superficial. O problema é que mais de 70% desse recurso está na bacia amazônica, em cuja área mora pouca gente. A Região Sudeste, por seu lado, onde estão as maiores e mais industrializadas cidades, abriga só 6% das reservas nacionais. Para dar conta da demanda, é preciso trazer a água de bacias cada vez mais distantes. A cidade de São Paulo, por exemplo, é abastecida com água trazida de rios há mais de 70 quilômetros de suas torneiras. Recentemente, a Agência Nacional de Águas fez um prognóstico: em 2015, mais da metade dos municípios brasileiros poderá enfrentar desabastecimento.

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CICLO HIDROLÓGICO

ÁGUA NO SUBSOLO A água subterrânea, aquífero ou lençol freático representa uma das principais reservas de água da Terra e se forma quando a água das precipitações infiltra no solo e fica armazenada em camadas de rocha porosa (arenitos). Nos aquíferos estão contidas cerca um quarto do total de água doce do planeta e de 97% da água própria para o consumo humano. Este tipo de reservatório deixa a água livre de impurezas e partículas do solo, pois a água passa por diversas camadas de solo e pedra antes de ficar armazenada no aquífero. A água existente nestes reservatórios, a qual retiramos do subsolo através de poços ou fontes que brotam naturalmente da terra, é chamada de mineral. Os minerais contidos nessa água são retirados das rochas quando a mesma se infiltra no solo a grandes profundidades. Sendo assim, a composição das águas subterrâneas é diferente da água dos rios e lagos. A água subterrânea que percola no subsolo constitui fonte essencial de suprimento de umidade ao solo. Ela desempenha papel importante na regularização dos fluxos fluviais, ou seja, atua na manutenção da perenidade dos rios durante as estiagens mais prolongadas. Isso nos mostra a relação entre a água subterrânea e a água dos rios.

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Hidrografia Brasileira

CARACTERÍSTICAS DA HIDROGRAFIA BRASILEIRA - é a mais densa do mundo; - pobre em formações lacustres (lagos, lagoas e lagunas); - predomina a drenagem exorréica (os rios deságuam no Oceano Atlântico); - foz em estuário; - rios de planalto, com bom potencial hidroelétrico; - regime pluvial tropical austral, com cheias de verão e vazantes no inverno; - a maioria dos rios é perene (nunca secam totalmente).

BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS AMAZONAS A maior bacia hidrográfica do mundo está localizada na região amazônica, sendo 65% de sua área pertencente ao Brasil. O rio principal, o Amazonas, é responsável pelo escoamento em média para o Oceano Atlântico de um volume de 108 mil m3/s, o que equivale a 68% do volume de toda água escoada pelo país. O rio Amazonas nasce no Peru na região de Apurimac e recebe os nome de Ucayali, Urubamba e Marañon. Entra no Brasil com o nome de Solimões e seus principais afluentes na porção brasileira são originados nos planaltos residuais norte-amazônicos (como os rios Negro e Trombetas) ou nos Planaltos e Chapadas do Brasil Central (como os rios Madeira, Tapajós e Xingu). Nessa bacia hidrográfica encontra-se uma das maiores biodiversidades do planeta, principalmente em sua porção ocidental, onde a Floresta Amazônica

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[Geografia II] está mais preservada. Além disso, cerca de 60% da população indígena brasileira, em mais de 200 territórios indígenas delimitados, também está localizada nessa bacia, ocupando 25% do total de sua área. A região hidrográfica Amazônica apresenta o maior potencial hidroelétrico disponível do Brasil, porém apresenta pequena produção de energia devido aos impactos ambientais e sociais.

TOCANTINS-ARAGUAIA É a maior bacia localizada inteiramente em território brasileiro e a segunda bacia hidrográfica brasileira em termos de volume de vazão. Representa 10% do escoamento das águas superficiais do país e os rios dessa bacia têm planícies de sedimentação pouco desenvolvidas, percorrendo em grande parte um embasamento de rochas pré-cambrianas. Seu rio principal, o Tocantins, nasce em altitudes acima de 1.000 metros, no Planalto de Goiás, desaguando na Baía de Marajó depois de percorrer 1.900 km. Contudo, uma imensa bacia sedimentar denominada Planície do Bananal está localizada no médio curso de seu principal tributário, o Rio Araguaia. Ali se encontra a maior ilha fluvial do mundo, a Ilha do Bananal. Ainda pouco estudado, e praticamente desconhecido na literatura internacional especializada em grandes rios, o sistema de drenagem do Tocantins-Araguaia é a décima primeira bacia hidrográfica do mundo em vazão. Como está localizada em um dos principais eixos de expansão da Amazônia Legal, é a bacia que está sofrendo os maiores impactos provocados pelo desmatamento da Floresta Amazônica, além de possuir a segunda maior usina hidroelétrica do Brasil: Usina de Tucuruí.

SÃO FRANCISCO A quarta bacia hidrográfica em volume de escoamento superficial é a do Rio São Francisco que nasce na Serra da Canastra (MG) e chega ao Oceano Atlântico entre Alagoas e Sergipe. Percorrendo em grande parte rochas do Pré-Cambriano do Brasil Central e regiões do Cerrado e da Caatinga, seus rios são utilizados na irrigação da agricultura, uso predominante dos recursos hídricos da região. Na produção de energia, a bacia se destaca com as usinas hidroelétricas de Três Marias, Sobradinho, Paulo Afonso e Xingó. A principal polêmica a respeito da Região Hidrográfica do São Francisco é a obra de transposição de suas águas para abastecer regiões críticas do semi-árido nordestino. A obra consiste no desvio de parte da água do rio principal em dois eixos, Norte e Leste, a fim de contribuir com rios menores e açudes em regiões afeadas por longos períodos de estiagem.Idealizada na época do Império, a obra começou a sair do papel na primeira década do século XXI e foi inaugurada em 2017.

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PARANÁ A terceira bacia hidrográfica em termos de volume de escoamento superficial é a do Paraná. Com vazão média correspondente a 6,5% do total do país, o Rio Paraná é formado pela junção do Rio Grande com o Rio Parnaíba, cujas cabeceiras estão localizadas nos terrenos cristalinos das serras da Mantiqueira e da Canastra. É a bacia hidrográfica com a maior capacidade instalada de geração de energia hidrelétrica, com destaque para grandes usinas como Itaipu, Ilha Solteira, Porto Primavera e Marimbondo. Na Bacia do Paraná situa-se – nas fissuras de rochas – um vasto reservatório de água subterrânea, conhecido como Aquífero Guarani. Com área aproximada de 1.200.000 km2, abrange territórios do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Em território brasileiro se dispersa por oito estados: Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Principalmente em áreas de recarga, onde o aquífero está mais próximo da superfície, há grande acúmulo de agrotóxicos provenientes de monoculturas. Juntas, a bacia hidrográfica do Paraná, a do Paraguai e a do Uruguai formam a Bacia Hidrográfica da Prata.

PARAGUAI É a quinta bacia hidrográfica em volume de vazão. Drena uma extensa superfície na fronteira do Brasil, Argentina, Bolívia e Paraguai. O Rio Paraguai nasce na Chapada dos Parecis, no Mato Grosso, e percorre um trecho de planalto até alcançar a grande bacia de captação da Planície do Pantanal. Aproveitando-se dos campos naturais dessa planície aluvial, a principal atividade econômica da região é a pecuária. No entanto, a expansão da soja nas regiões do planalto tem causado impactos ambientais na região, com intenso desmatamento e erosão nas cabeceiras de vários afluentes do Rio Paraguai.

URUGUAI A sexta bacia hidrográfica em volume de vazão é a do Rio Uruguai, que nasce a 1.200 metros, na Serra Geral, do encontro dos rios Canoas e Pelotas. Percorre as formações de basalto, praticamente não forma depósitos aluviais significativos. A maior parte do consumo de água é destinada ao cultivo do arroz por inundação, no oeste do Rio Grande do Sul. Também desempenha papel na produção energética através das usinas de Itá, Machadinho e Passo Fundo.

PARNAÍBA A Bacia do Rio Parnaíba é a segunda mais importante da Região Nordeste do país, depois da Bacia do São Francisco. Como se encontra numa zona de transição entre a Região Amazônica e o Nordeste, a maioria dos afluentes do Parnaíba é perene, isto é, possui água o ano inteiro, sendo suprida por águas das chuvas nas cabeceiras à jusante de Teresina. Ainda assim, a vazão na bacia é muito pequena em relação ao total nacional e não supre a demanda de consumo regional. Mais de 80% da população do Piauí usa água de poço para o consumo residencial. A exceção fica para a região do baixo curso do Parnaíba, onde existe boa disponibilidade hídrica e o uso intensivo da água na irrigação da rizicultura. Ao longo do litoral brasileiro existem dezenas de microbacias formadas, em geral, por rios de pequena extensão e vazão quase inexpressiva. Como na faixa litorânea brasileira encontram-se grandes cidades, áreas industriais e a maior densidade demográfica, são essas bacias hidrográficas que sofrem os maiores impactos ambientais provenientes do esgoto doméstico e industrial, assim como da especulação imobiliária.

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UNIDADE 3 CLIMA

Elementos Climáticos O entendimento e a caracterização do clima de um lugar dependem do estudo do comportamento do tempo durante pelo menos 30 anos: das variações da temperatura e da umidade, do tipo de precipitação (chuvas, neve ou granizo), da sucessão das estações úmidas e secas, etc. O conceito de clima se diferencia do conceito de tempo atmosférico, uma vez que o tempo é um estado momentâneo da atmosfera em um determinado local. A análise das condições do tempo por um longo período é fundamental para saber o clima de uma região. Os elementos do clima são os atributos dinâmicos que servem para definir o tipo climático de um local.

Temperatura A temperatura, medida em graus Celsius (°C), registra o calor da atmosfera de um lugar, cuja variação depende da sua localização e da circulação atmosférica.

Umidade A umidade está relacionada à quantidade de vapor de água presente na atmosfera em determinado instante e pode ser expressa em valores absolutos ou relativos.

Pressão Atmosférica A pressão atmosférica é a força provocada pelo peso do ar sobre uma superfície. Em regiões onde as temperaturas são mais baixas a pressão atmosférica é maior, pois as moléculas de ar estão mais concentradas. No entanto, em regiões mais elevadas, de menor temperatura, também há menor concentração de moléculas de ar (ar mais rarefeito) e, neste caso, menor será a pressão.

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Ventos O vento é o ar atmosférico em movimento horizontal ou vertical, por causa das diferenças de temperatura e pressão entre os diversos locais da Terra. Os ventos sempre sopram das áreas de alta pressão, chamadas anticiclonais (dispersoras de ventos), para as áreas de baixa pressão, ou ciclonais (receptoras de ventos). Quanto maior a diferença de pressão entre as regiões, maior será a velocidade do vento. A circulação geral da atmosfera é responsável pela existência das grandes zonas climáticas (polares, temperadas e tropical) e por redistribuir calor e umidade na superfície terrestre. A diferença de absorção da energia solar nas diversas regiões da Terra acarreta o movimento do ar. Os alísios são ventos que, em superfície, sopram dos trópicos para o Equador ou Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). Nas áreas equatoriais o ar quente (leve) e carregado de umidade sobe. Em altitude, o ar resfria e retorna aos trópicos, formando os contra-alísios.

Características geográficas especificas dão origem a ventos periódicos, regionais e locais, como, por exemplo, as brisas e as monções. O mecanismo diário é chamado de brisas, as quais sopram do mar para o continente durante o dia e na direção contrária à noite. Em virtude das diferenças sazonais de temperatura e pressão entre as massas continentais e marítimas, as monções de verão sopram do mar (alta pressão) para o continente asiático (baixa pressão), levando umidade. No inverno, a situação inverte.

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[Geografia II] Um ciclone é uma região em que o ar relativamente quente se eleva e favorece a formação de nuvens e precipitação. Por isso, tempo nublado, chuva e vento forte estão normalmente associados a centros de baixas pressões. A instabilidade do ar produz um grande desenvolvimento vertical de nuvens cumuliformes associadas a cargas de água. Ciclones e anticiclones são indicados nos mapas meteorológicos pela letra “B” e são locais onde a pressão atmosférica é a mais baixa na sua vizinhança e em volta do qual existe um padrão organizado de circulação de ar. À medida que, pela ação do diferencial de pressões, o ar flui dos centros de altas pressões para um centro de baixas pressões é defletido pela força de Coriolis de tal modo que os ventos circulam em espiral, isto é, no sentido anti-horário no Hemisfério Norte e no sentido horário no Hemisfério Sul.

Precipitações As precipitações descrevem qualquer tipo de fenômeno relacionado à queda de água da atmosfera. Isso inclui neve, chuva e granizo. A precipitação é uma parte importante do ciclo hidrológico, sendo responsável por retornar a maior parte da água doce ao planeta. • Convectiva ou de verão - Resulta da ascensão vertical do ar, que, ao entrar em contato com as camadas de ar frio, sofre condensação e se precipita. É geralmente intensa (forte), rápida, acompanhada de trovões e às vezes de granizo (chuva de verão ou equatorial). • Frontal - Resultante das frentes frias ou quentes, as quais representam o encontro de uma massa de ar frio com uma massa de ar quente. É menos intensa e mais duradoura que os demais tipos de chuva. • Orográfica ou de relevo - É resultante do deslocamento horizontal do ar, que, ao entrar em contato com as regiões elevadas (serras e montanhas), sofre condensação e consequente precipitação.

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[Geografia II]

Fatores Climáticos Os fatores climáticos são os responsáveis pelas características ou modificações dos elementos do clima e devem ser analisados em conjunto: uma localidade, por exemplo, pode estar perto do mar e ser seca, ou pode estar próxima a linha do equador e ser fria. Os principais fatores são a latitude, a altitude, a maritimidade (a distância de uma localidade em relação ao mar), as correntes marítimas e as massas de ar, além daqueles relacionados às atividades humanas.

LATITUDE Quanto maior a latitude, mais frio será. Junto ao equador os raios solares são mais concentrados porque atingem uma área menor e nas grandes latitudes são dispersos, pois atingem uma área bem maior. Em função da inclinação dos raios solares ao incidirem a superfície terrestre, a radiação solar é mais intensa no Equador e diminui na direção dos polos.

ALTITUDE Quanto maior a altitude, mais frio será e quanto menor a altitude, mais quente. Isto ocorre, entre outros motivos, porque os raios solares chegam com certo comprimento de onda e ao refletirem de volta para o espaço mudam este comprimento. Além disso, nas baixas altitudes o ar é mais concentrado (maior densidade) e por isso tem maior capacidade de acumular calor, enquanto nas altas altitudes o ar é mais rarefeito e possui menor capacidade de armazenar calor. A altitude é tão importante para a determinação da temperatura que mesmo em áreas de baixa latitude podemos encontrar montanhas com neve eterna.

VEGETAÇÃO A cobertura vegetal impede que os raios solares incidam diretamente sobre a superfície, diminuindo, consequentemente, a absorção de calor e a temperatura. As plantas retiram umidade do solo pelas raízes e a transferem para a atmosfera pelas folhas (evapotranspiração), aumentando a umidade. Áreas desmatadas têm diminuição umidade do ar e aumento da temperatura.

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[Geografia II]

RELEVO Além de estar associado à altitude, o relevo influi na temperatura e na pressão, facilita ou dificulta a circulação atmosférica, dificulta a entrada de massas de ar oceânicas no interior dos continentes, influencia diretamente nas precipitações e, consequentemente, nos índices pluviométricos.

MARITIMIDADE / CONTINENTALIDADE As grandes massas de água possuem a característica de reter o calor dos raios solares por mais tempo do que o solo. Assim como, também, possuem a característica de resfriar mais lentamente. Isso acaba interferindo no clima das regiões próximas, tais como as regiões costeiras. Como a água retém calor por mais tempo que o solo, a temperatura das regiões litorâneas se mantém praticamente constante, pois de dia enquanto ainda está quente, a água absorve o calor do sol e, à noite, quando deveria estar frio, a irradiação lenta do calor absorvido pela massa de água faz com que o ar em torno se aqueça, mantendo a temperatura. A proximidade ou o distanciamento do mar interfere nos climas. Regiões próximas a grandes porções de água têm climas amenos, com baixas amplitudes térmicas, enquanto regiões distantes dos mares e grandes porções de água apresentam maiores variações térmicas durante o dia.

CORRENTES MARINHAS As correntes marítimas são movimentos de grandes massas de água dentro de um oceano ou mar. Tal qual a circulação dos ventos, as correntes marítimas têm a característica de influenciar o clima das regiões em que atuam, possuem direções e constâncias bem definidas. As correntes marítimas têm sua origem na circulação dos ventos na superfície e pelo movimento de rotação da Terra. Elas são responsáveis pela distribuição da umidade e do calor entre as zonas climáticas do planeta.

As correntes marinhas podem ser quentes como a Corrente do Golfo, que se move no sentido sul-norte pela costa leste dos EUA e depois pela Europa, a Corrente do Brasil, que se move no sentido norte-sul pela costa brasileira. Essas correntes têm maior capacidade de evaporação e tornam o clima mais úmido por onde passam. As correntes frias têm menor capacidade de evaporação e por isso tornam os climas mais frios e secos, como a Corrente de Humbolt ou do Peru, que se move pelo Oceano Pacífico e é responsável pelo Deserto de Atacama, e a Corrente de Benguela, que se move da Antártida em direção à costa oeste da África e resulta no Deserto da Namíbia.

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Clima do Brasil Massas de Ar Além da importância dos fatores climáticos estáticos (latitude e altitude), deve-se destacar também a atuação dos fatores dinâmicos sobre os climas encontrados no território brasileiro: as massas de ar. Cinco grandes massas de ar agem frequentemente sobre o Brasil. Seu deslocamento ocorre devido às diferenças de pressão atmosférica entre dois pontos.

Duas dessas massas de ar são formadas nas proximidades do Equador: Massa Equatorial Atlântica - quente e úmida. Sua atuação é limitada, restringindo-se ao litoral das regiões Norte e Nordeste do Brasil, pois é formada pelos ventos alísios de nordeste – ventos oriundos das zonas de altas pressões subtropicais do hemisfério norte. Massa Equatorial Continental - quente e úmida, origina-se na Amazônia ocidental. A evapotranspiração da densa floresta de sua região de origem acentua o teor de umidade na atmosfera, fenômeno que se traduz na grande intensidade das chuvas. Na Amazônia ocidental essa massa atua durante praticamente o ano todo. Mas durante o verão austral sua ação pode ser sentida até no extremo sul do Brasil. Outras duas massas de ar se formam sobre o Trópico de Capricórnio: Massa Tropical Atlântica - quente e úmida. Origina-se da intensa evaporação das águas quentes das correntes marinhas que passam ao largo da costa brasileira, mas sua atuação é mais sentida ao longo do litoral das regiões Sudeste e Sul, onde provoca chuvas durante todo o ano. Massa Tropical Continental - quente e seca. Originária do "coração" da América do Sul, atua sobretudo no Centro-Sul do Brasil, onde eleva bastante a temperatura e diminui o teor de umidade relativa do ar. Uma massa de ar se forma na região polar: Massa Polar Atlântica - é a única massa de ar fria, de origem polar, atuante sobre o Brasil. Sua frequência é maior, obviamente, durante o inverno, especialmente sobre os estados do Centro-Sul. Quando penetra no território brasileiro, provoca a formação de frentes frias, que dão origem a chuvas frontais quando encontram o ar quente continental. Eventualmente, a massa polar pode atingir o sul da Amazônia, fazendo as temperaturas caírem bruscamente. Esse fenômeno é conhecido como "friagem".

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Climas do Brasil Considerando a influência exercida pelos fatores climáticos acima relacionados sobre o território brasileiro, são identificados cinco grandes tipos de clima: • Equatorial - caracterizado por altas temperaturas e chuvas abundantes durante todo o ano; ocorre especialmente na Amazônia. • Tropical Continental ou Tropical Típico - possui duas estações marcantes: o verão muito chuvoso e o inverno muito seco. Domina a maior parte do Centro-Oeste e alguns trechos das regiões Nordeste e Sudeste. • Tropical Semiárido - sempre quente, apresenta chuvas escassas e irregulares, determinadas pela alternância entre as massas de ar continentais, mais secas, e as oceânicas, mais úmidas. Mas a influência das massas de ar oriundas do Atlântico é limitada pelo relevo elevado do planalto da Borborema, que forma um obstáculo natural à penetração da umidade marinha. É atuante no sertão nordestino. • Tropical Atlântico ou Tropical Úmido - quente, apresenta chuvas mais frequentes no inverno, quando é sistemática a atuação da mPa. Ocorre em todo o litoral leste da região Nordeste e no trecho norte do litoral da região Sudeste. • Tropical de Altitude - chuvas concentradas no verão, e temperaturas amenas no inverno, se apresenta nas zonas altas do Sudeste e do MS. • Subtropical - é o único clima brasileiro que registra uma queda mais sensível das temperaturas durante o inverno. Mas seu verão é muito quente, e por isso apresenta as maiores amplitudes térmicas do país. As chuvas são regulares ao longo do ano. Atua sobre quase toda a região Sul e pequena parte (extremo sul) do Sudeste.

EQUATORIAL

TROPICAL

LITORÂNEO

SEMIÁRIDO

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DE ALTITUDE

SUBTROPICAL


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UNIDADE 4 VEGETAÇÃO

Principais Características das Formações Vegetais As formações vegetais são tipos de vegetação, facilmente identificáveis, que dominam extensas áreas. É o elemento mais evidente na classificação dos ecossistemas e biomas, o que torna importante a observação da escala usada em sua representação, pois os mapas e planisférios que os delimitam trazem grandes generalizações.

TUNDRA Vegetação rasteira, de ciclo vegetativo extremamente curto. Por encontrar-se em regiões subpolares, desenvolve-se apenas durante os três meses de verão, nos locais onde ocorre o degelo. As espécies típicas são os musgos, nas baixadas úmidas, e os liquens, nas porções mais elevadas do terreno, onde o solo é mais seco, aparecendo raramente pequenos arbustos.

FLORESTA DE CONÍFERAS Formação florestal típica da zona temperada. Ocorre nas altas latitudes do Hemisfério Norte, em regiões de climas temperados continentais, como Canadá, Suécia, Finlândia e Rússia. Neste último país, cobre mais da metade do território e é conhecida como taiga. É uma formação bastante homogênea, na qual predominam pinheiros. Foi largamente explorada; o objetivo era a retirada de madeira para ser usada como lenha e como matéria-prima para a fabricação de papel e de móveis. Atualmente a madeira é obtida de árvores nativas (silvicultura).

FLORESTA TEMPERADA Diferentemente das coníferas, esta formação florestal caducifólia, típica das zonas climáticas temperadas. Seu desmatamento resultou da incorporação de novas áreas para a agricultura mecanizada de grãos. Estendia-se por grandes porções da Europa Centro-Ocidental. Atualmente subsiste na Ásia, na América do Norte e em pequenas extensões da América do Sul e da Oceania. Na Europa, restam apenas pequenas extensões, como a Floresta Negra, na Alemanha, e a Floresta de Sherwood, na Inglaterra.

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MEDITERRÂNEA Desenvolve-se em regiões de clima mediterrâneo, que apresentam verões quentes e secos e invernos amenos e chuvosos. É encontrada em pequenas porções da Califórnia (Estados Unidos), do Chile, da África do Sul e da Austrália. As maiores ocorrências estão no sul da Europa – onde foi largamente desmatada para o cultivo de oliveiras e videiras - e no norte da África. Trata-se de uma vegetação esparsa, que possui três estratos (ou seja, vegetação de três alturas diferentes): um arbóreo, um arbustivo e um herbáceo.

PRADARIAS compostas basicamente de gramíneas, são encontradas sobretudo em regiões de clima temperado continental. Desenvolvem-se na Rússia e Ásia Central, nas Grandes Planícies americanas, nos Pampas argentinos, no Uruguai, na região Sul do Brasil e na Grande Bacia Artesiana (Austrália). Muito usada como pastagem, essa formação é importante por enriquecer o solo com matéria orgânica. Um dos solos mais férteis do mundo, denominado tchernozion ("terras negras", em russo), é encontrado sob as pradarias da Rússia e da Ucrânia.

SAVANA Em regiões onde o índice de chuvas é elevado, porém concentrado em poucos meses do ano, podem se formar florestas que perdem totalmente as folhas durante a estação seca, ou podem formar-se as savanas, formação vegetal complexa que apresenta estratos arbóreo, arbustivo e herbáceo. As savanas são encontradas em grandes extensões da África, na América do Sul, no México, na Austrália e na Índia e são amplamente utilizadas para a agricultura e pecuária.

FLORESTA PLUVIAL TROPICAL Nas regiões tropicais quentes e úmidas encontramos florestas que se desenvolvem graças aos seus significativos índices pluviométricos. São, por isso, formações higrófilas e latifoliadas, extremamente heterogêneas, que se localizam em baixas latitudes na América, na África e na Ásia. Nessas regiões predominam climas tropicais e equatoriais e espécies vegetais de grande e médio porte, como o mogno, o jacarandá, a castanheira, o cedro, a imbuia e a peroba, além de palmáceas, arbustos, briófitas e bromélias.

DESERTO Bioma cujas espécies vegetais estão adaptadas à escassez de água, situação típica dos climas polares, áridos e semi-áridos. Em desertos quentes, cujas espécies são xerófitas, destacandose as cactáceas. Algumas dessas plantas são suculentas, armazenando água no caule, não possuem folhas ou elas evoluíram para espinhos dificultando a perda de água pela evapotranspiração. Essas plantas aparecem nos desertos da América, África, Ásia e Oceania, ou seja, em todos os continentes com exceção da Europa.

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Domínios Morfoclimáticos do Brasil Embora as florestas tropicais cubram atualmente apenas 7% das terras emersas, reúnem três quartos do total de espécies vegetais e animais, abrigando a maior biodiversidade (variedade de espécies vegetais e animais) da Terra. Constituem, por isso, importante patrimônio genético da humanidade. O Brasil faz parte de um grupo de 12 países que abrigam 70% da biodiversidade total do planeta, por isso conhecidos como locais de megadiversidade. A presença de espécies de grande relevância econômica e com destaque na utilização medicinal são alguns dos fatores que justificam o estabelecimento de estratégias de conservação dessa biodiversidade. A definição de hotspots e de corredores de biodiversidade é um passo importante para o estabelecimento de ações prioritárias elaboradas pela Conservação Internacional (organização ambientalista) em colaboração com o Ministério do Meio Ambiente.

A PAISAGEM NATURAL EM CONJUNTO Existe uma dificuldade para dividir um território (principalmente quando ele é imenso, como o brasileiro) em paisagens naturais: os limites de cada um dos elementos dessas paisagens, em geral, não coincidem. Assim, em determinado compartimento do relevo – por exemplo, um planalto -, nem sempre o clima ou a vegetação são semelhantes em toda a sua extensão. E um determinado tipo de clima pode abranger um planalto e uma planície, bem como vários tipos de vegetação. Esse problema costuma ser resolvido considerando-se a existência de áreas de transição – faixas de terra em que não há homogeneidade dos elementos naturais, mas a presença de elementos de conjuntos diferentes. Ou seja, num conjunto natural ocorre certa semelhança, em toda a sua extensão, do tipo de clima, do relevo, da hidrografia, da vegetação e dos solos - às vezes, até da estrutura geológica, embora isso seja bem mais difícil. E entre dois desses conjuntos naturais há geralmente faixas de transição, onde aparecem elementos que ora são típicos de um conjunto, ora de outro.

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[Geografia II] Por causa da importância do relevo e do clima na formação de cada conjunto, em lugar da expressão paisagem natural costuma-se utilizar também domínios morfoclimáticos. Mas isso não significa que cada conjunto seja delimitado apenas pelo clima ou pelo relevo, pois há uma superposição, uma coincidência, entre os domínios morfoclimáticos, os fitogeográficos (referentes à vegetação), os hidrográficos e os pedológicos (referentes ao solo). Além disso, o elemento mais característico, que mais marca a paisagem com sua presença, é a vegetação, o que se torna evidente no nome de cada domínio morfoclimático, como veremos a seguir. Por que a vegetação, que é o elemento mais frágil da paisagem e que primeiro sofre as alterações provocadas pelo homem, é tomada como definidora dos domínios, dando nome à maioria deles? Porque a vegetação sempre reflete as mudanças que ocorrem nos demais elementos. Se o clima muda num local, se o mesmo ocorre num outro local com a umidade (maior ou menor presença de água), com o relevo (mais baixo ou mais elevado) ou com o solo, fatalmente a vegetação desse local vai evidenciar essa mudança, com novos tipos de planta substituindo aqueles que existem nas vizinhanças.

DOMÍNIO AMAZÔNICO O Domínio Amazônico, ou simplesmente Amazônia, é formado, em sua maior extensão, por terras baixas. Apenas em suas bordas, especialmente ao norte, na região serrana do planalto das Guianas, é que a floresta ganha maiores altitudes, mas essas áreas montanhosas florestadas constituem exceções, pois a regra nesse domínio são os baixos planaltos, as depressões e algumas planícies aluviais. A floresta Amazônica, ou latifoliada equatorial, é o elemento marcante dessa paisagem. No passado, imaginou-se que os solos amazônicos fossem férteis, em virtude da exuberância da floresta que cobre a região. Mas inúmeras experiências demonstraram que, quando se derruba a floresta para plantio, o solo perde a fertilidade. Isso ocorre porque é a floresta que garante a reposição de minerais e matéria orgânica do solo: anualmente caem, por hectare, cerca de oito toneladas de folhas mortas, galhos, flores e frutos. Esse material é decomposto e enriquece o solo. Além disso, a vegetação densa e fechada protege o solo da erosão causada pelas chuvas, impedindo que uma quantidade grande de minerais seja carregada pelas enxurradas até os rios e o oceano. Por isso se diz que a vegetação vive de si própria na Amazônia, pouco dependendo do solo. E foi por isso também que falharam tantas tentativas de estabelecer grandes plantações monocultoras na região. A Floresta Amazônica se estende por oito países sul-americanos - Brasil, Suriname, Guiana, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia e mais a Guiana Francesa (França) - e nove estados brasileiros. Segundo dados do Atlas da questão agrária brasileiro, a Amazônia, em valores absolutos, é o terceiro bioma brasileiro com maior área antropizada. No entanto, atualmente 85% de sua área ainda é coberta por vegetação natural remanescente. A presença da extensa rede hidrográfica da Bacia Amazônica e as variações de relevo, solo e clima são responsáveis pela existência de florestas fluviais alagadas e florestas de terra firme. A mata de terra firme (80% da floresta) se desenvolve em áreas de maiores altitudes, livres de inundação. A intensa atividade madeireira visa às árvores de maior porte (cedro, castanheira e mogno). A mata de igapó ou caaiapó se situa em terrenos próximos ao rio, constantemente alagados. A mata de várzea se desenvolve em terrenos baixos, sujeitos à inundação. As duas florestas apresentam grande diversidade de espécies, possibilitando o extrativismo vegetal. A piaçava e as palmeiras são extraídas na mata de igapó. O látex para a fabricação de borracha é extraído das seringueiras, na mata de várzea.

Mata de Igapó

Mata de Várzea

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Mata de Terra Firme


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DOMÍNIO DO CERRADO Corresponde, de maneira geral, ao clima tropical típico ou semiúmido, à vegetação de cerrado - que apresenta várias semelhanças com as savanas africanas – e ao planalto Central do Brasil, com suas "chapadas" e "chapadões". Os solos que predominam nesse domínio são pobres e ácidos. A introdução do cultivo da soja em trechos do Cerrado exige, para corrigir a acidez, o método de calagem (adição de calcário ao solo). O Cerrado é constituído por dois estratos: um superior, composto de arbustos e de pequenas árvores retorcidas e dispersas, e um inferior, formado de gramíneas. Desenvolve-se em clima tropical com verão úmido e inverno seco. Por esse motivo, seu aspecto é verdejante no verão e seco no inverno. No Cerrado nascem cursos de água que escoam para as bacias dos rios Amazonas, Tocantins, Parnaíba, São Francisco, Paraná e Paraguai. Há uma variedade muito grande de cerrados, que podem aparecer em áreas periféricas ou de transição para a Floresta Amazônica e para a Caatinga. De acordo com a fertilidade do solo ou com a presença de água apresentam altura e biomassa diversificadas. Aparecem, por exemplo, o Cerradão, mais florestado, o cerrado típico e o campo limpo, com predomínio de vegetação arbustiva e gramínea. Imagens de satélite mostram que 75% da área original do Cerrado já está desmatada. Se a devastação continuar nesse ritmo, até 2030 o bioma pode desaparecer. A biodiversidade do Cerrado também está ameaçada. Esse bioma foi explorado economicamente durante muito tempo pela atividade pecuária. A utilização de tecnologias modernas para corrigir os solos ácidos (aplicação de calcário) possibilitou a intensificação da produção agrícola, fato que vem acelerando a devastação. Com o avanço da fronteira agropecuária para o Centro-Oeste, o bioma já conta com mais de 40% de sua área antropizada. Principalmente após a década de 1940 (início da marcha do povoamento para o oeste), diversos fatores contribuíram para a devastação do Cerrado, como a mudança da capital para Brasília, a implantação de rodovias, a construção de grandes obras de infraestrutura e o uso abusivo da água para a irrigação. As principais causas da devastação, contudo, foram o desmatamento e as queimadas para incorporação de novas áreas para a agricultura comercial (soja, milho).

DOMÍNIO DOS MARES DE MORROS Esse domínio paisagístico localiza-se na porção litorânea do país, desde o Nordeste até o Sul, penetrando mais para o interior no Sudeste, particularmente em São Paulo. Corresponde, mais ou menos, à unidade de relevo denominada Planaltos e Serras do Atlântico Leste-Sudeste. O aspecto característico da paisagem está nas formas de relevo conhecidas mares de morros, que têm origem em serras (do Mar, Mantiqueira, Geral, Espinhaço) erodidas principalmente pelas chuvas. Isso ocorre porque esse domínio se localiza sobre terrenos cristalinos onde predominam os granitos e gnaisses. Estes, ao sofrerem a erosão causada pelo clima tropical quente e úmido, adquirem o aspecto de morros com as vertentes arredondadas, ou de meias-laranjas.

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[Geografia II] Esse domínio paisagístico era originariamente coberto pela floresta latifoliada tropical (Mata Atlântica), hoje quase extinta (a não ser em forma de manchas, como na serra do Mar). Há ainda em alguns trechos outros tipos de vegetação: as araucárias, em locais de elevada altitude (Campos do Jordão, serra da Bocaina), e pequenas "ilhas" de cerrado (Rio Claro, São Carlos). Por se localizar relativamente próxima ao litoral, essa paisagem natural vem sendo intensamente ocupada desde a época colonial, razão por que abriga hoje as maiores densidades demográficas do país e sedia grandes metrópoles. Mas, do ponto de vista das construções humanas, constitui um meio físico complexo e difícil, se comparado ao de outras paisagens naturais do Brasil. É a região mais sujeita a processos erosivos em todo o território brasileiro, por causa do relevo acidentado e do clima quente e úmido. O intemperismo químico atinge profundamente as rochas cristalinas, e a erosão causada pelas chuvas é intensa,ocasionando deslizamentos nas estradas e nos centros urbanos. Consequentemente, na construção de estradas, toma-se necessário levar em conta os deslizamentos frequentes que interditam trechos de rodovias construídas sem obras de conservação adequadas ao meio natural, como vegetação com raízes longas nas margens da estrada e nos declives, para impedir deslizamentos. A erosão dos solos é também o maior problema da agricultura nesse domínio, que exige técnicas adequadas para evitá-la. Reduzida a apenas 7,8% de sua área original, a Mata Atlântica é um dos biomas mais ameaçados de extinção do planeta. Vem sofrendo intensa alteração desde o período colonial, contando com 71% de área antropizada. Desenvolve-se em clima tropical úmido, principalmente em escarpas voltadas para o mar e nas planícies costeiras. Os ventos úmidos vindos do mar se condensam e precipitam em áreas mais altas. A Mata Atlântica é uma formação muito densa, contando com a maior biodiversidade mundial em árvores. Supõe-seque ela compreenda de 33 a 36% das espécies existentes no Brasil, com árvores que atingem até 40 metros de altura, como cedro, canela, ipê, jacarandá, jatobá, jequitibá, coqueiros e paubrasil. Entretanto, apresenta o maior número de espécies ameaçadas de extinção no Brasil, resultado de mais de 500 anos de ocupação desordenada e ininterrupta. Entre os principais motivos dessa drástica redução da floresta estão: exploração madeireira, monoculturas de exportação, pastagens, caça ilegal, queimadas, expansão urbana e poluição ambiental.

1500

HOJE

DOMÍNIO DA CAATINGA Trata-se de uma região semiárida coberta pela caatinga, vegetação adaptada ao clima com baixo índice de pluviosidade. Os solos são pouco profundos por causa das poucas chuvas e do predomínio do intemperismo físico. Mas, justamente pela escassez de chuvas, a erosão e a lixiviação dos solos pelas enxurradas têm pouca importância, ao contrário do que ocorre no restante do país. A vegetação é do tipo desértica ou xerófita, com folhas pequenas e estreitas (ou espinhos, como as cactáceas) e cascas grossas - estruturas próprias para o armazenamento de água. As árvores retorcidas e

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[Geografia II] arbustos espinhentos perdem as folhas periodicamente com a seca. Com grande variedade biológica, os animais e vegetais são adaptados à escassez de água. Apesar de pouco profundos e às vezes salinos, os solos da Caatinga contêm uma boa quantidade de minerais básicos para as plantas. O maior problema é realmente a escassez e o regime incerto das chuvas, que poderia ser corrigido com práticas adequadas de irrigação. O relevo desse domínio caracteriza-se pela existência de depressões em quase toda a sua extensão, por ser um território antigo e fortemente erodido pela pediplanação. Algumas áreas mais úmidas, denominadas brejos, aparecem às vezes na Caatinga, localizando-se em algum vale fluvial úmido ou, principalmente, em trechos de maior altitude. Nesses locais, a ocupação humana é caracterizada, desde a época colonial, pelo desenvolvimento da pecuária extensiva de corte. A Caatinga é um dos biomas mais ameaçados do país; mais de 50% de sua área já foi desmatada e substituída por cultivos e pastagens, e sua madeira é utilizada como lenha ou transformada em carvão. Em muitas regiões da Caatinga está em curso um processo de desertificação. A exploração predatória da vegetação, as dificuldades de acesso à água, a concentração de terras e de poder nas mãos de poucos explicam por que essa região abriga uma população com os mais baixos índices de desenvolvimento humano do país e grandes desigualdades sociais.

DOMÍNIO DA ARAUCÁRIA Trata-se da região de clima subtropical e do planalto Meridional do Brasil (ou planaltos e chapadas da bacia do Paraná), de terrenos predominantemente sedimentares-basálticos. Nessa região de planaltos e chapadas, revestida por bosques de araucárias (foto acima, à direita) de diferentes extensões, dominam as médias altitudes, com variações entre 800 e 1300 metros. Os solos são muito diversificados. Aparecem tanto os de grande fertilidade natural - como as manchas de terra roxa a oeste do Paraná e os brunizens em trechos do Rio Grande do Sul – quanto os solos ácidos e pobres em minerais básicos. Formação vegetal subtropical de coníferas, a Mata de Araucárias é conhecida também como Mata dos Pinhais, pois nela predomina o pinheiro-do-paraná (Araucária angustifolia), associado a outras espécies como a imbuia, o cedro, o ipê e a erva-mate. O pinheiro é uma espécie aciculifoliada, ou seja, apresenta folhas em forma de agulha. Por ser uma formação de clima mais ameno, aparece principalmente nas áreas de maiores altitudes, como nos planaltos da Bacia do Paraná, nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Atualmente restam menos de 3% de sua área original. A extração de madeira para móveis e papel, sem reposição das árvores, as queimadas para formação de pastos para a pecuária, a agricultura (soja, trigo, milho) e a instalação de indústrias são algumas atividades que levaram a floresta quase à extinção.

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DOMÍNIO DAS PRADARIAS Nos Campos, também conhecidos como Pampas ou Campanha Gaúcha, o relevo é baixo, com suaves ondulações (coxilhas) e coberto por vegetação herbácea das pradarias (principalmente gramíneas). São predominantes no sul do Rio Grande do Sul, em clima subtropical, mas aparecem também em regiões de serras (Chapada Diamantina, Pico de Itatiaia) e em áreas inundáveis (Maranhão, Ilha de Marajó, Amapá). Com a existência natural de pastagens, a ocupação econômica desse bioma pela pecuária extensiva de corte, com gado tipo europeu, tem proporcionado altos rendimentos. Também se tem desenvolvido a rizicultura (produção de arroz) irrigada. A área antropizada do bioma corresponde a quase 50% do total.

ÁREAS DE TRANSIÇÃO Na MATA DOS COCAIS predominam as palmeiras, como o babaçu, o buriti, a oiticica e a carnaúba. Constitui uma mata de transição entre os biomas da Caatinga, da Floresta Amazônica e do Cerrado. Aparece nos estados do Maranhão, Piauí, Ceará e Tocantins. Os produtos dos coqueiros são de alto valor para as populações locais. A carnaúba aparece em áreas de transição com a Caatinga, mais secas, e tem grande aproveitamento: do coco se extrai óleo; de suas folhas, cera; a madeira é utilizada para construção de casas; e suas folhas, para telhados. Nas áreas mais úmidas, a oeste, no contato com a Floresta Amazônica, predomina o babaçu. O óleo desse coqueiro é bastante utilizado na indústria alimentícia e de cosméticos, e suas folhas, para esteiras, chapéus e cestos. Embora seus coqueiros sejam aproveitados em atividades extrativas que não prejudicam a mata, a expansão da pecuária pode ameaçá-los. O PANTANAL é um complexo heterogêneo composto de cerrados, florestas, campos, charcos inundáveis e ambientes aquáticos (lagoas, riachos). Desenvolve-se em terrenos baixos (planícies) e, devido à baixa declividade do terreno, a água que extrapola os canais dos rios escoa lentamente pelo terreno, mantendo-o alagado durante um período do ano (período de chuvas nas cabeceiras dos rios). O clima é quente e úmido no verão e seco no inverno, quando a temperatura pode baixar rapidamente, com possibilidade de geadas. Os solos do Pantanal são geralmente arenosos. O Pantanal situa-se no sul do Mato Grosso e no noroeste do Mato Grosso do Sul, além de se estender pelo norte do Paraguai e leste da Bolívia. Assim, interliga a Bacia Amazônica e a Bacia Platina, formando um corredor biogeográfico que dispersa uma variada flora e fauna alimentada por um fluxo constante de nutrientes proveniente das inundações. A agricultura comercial no entorno do Pantanal recebe grande aplicação de agrotóxicos. O relevo baixo provoca um lento escoamento das águas dos rios e os produtos químicos ficam retidos no ambiente, contaminando rios, banhados, solos e provocando mortandade de animais. A atividade econômica tradicional na região é a pecuária, facilitada pelas pastagens naturais. Após a década de 1970, com a expansão do agronegócio, plantações de soja e de algodão têm causado perturbações no solo, assoreamento e poluição por agrotóxicos nos rios. Em 2004 o Pantanal já tinha 44% de sua área descaracterizada por desmatamentos. A pesca e a caça predatórias, o garimpo de ouro e pedras preciosas, o turismo descontrolado e o crescimento da população são alguns dos outros problemas do Pantanal. O MANGUE é o principal ecossistema das áreas costeiras, localizado em solo salino e lodoso ou em sedimentos arenosos, sujeitos às variações da maré. Desenvolve-se em clima tropical e subtropical, em áreas alagadas próximas ao mar. Conta com vegetação exuberante (arbustiva e arbórea) adaptada às inundações. Os manguezais são áreas de transição entre a vida terrestre e a vida marinha, fornecendo matéria orgânica para os estuários. Constituem berçário natural para diversas espécies, abrigando algumas que servem de alimento para peixes, crustáceos, moluscos, aves e mamíferos.

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UNIDADE 5 MEIO AMBIENTE Atividades Humanas e Impactos Ambientais Os impactos ambientais podem ocorrer em escala local, regional ou global, conforme afetem um lugar, uma região ou a Terra, de modo geral. Um derramamento de óleo no mar pode atingir um ecossistema litorâneo específico; chuvas ácidas causadas por poluentes urbanos interferem em florestas, rios e lagos da região. Em escala global, as mudanças climáticas são as mais sentidas (aquecimento global, secas prolongadas ou chuvas catastróficas). Entre os impactos ambientais mais preocupantes, podemos destacar: • O desmatamento; • A desertificação e a erosão dos solos; • A poluição das águas (lençol freático, rios, lagos e oceanos); • A poluição do ar atmosférico; • A poluição dos solos e o problema do lixo; • A poluição sonora e visual; • O aquecimento global; • O buraco da camada de ozônio; • A carência de áreas verdes e formação de ilhas de calor; • As chuvas ácidas. A interferência do ser humano na natureza acontece em muitos lugares e em decorrência de suas várias atividades. Ocorrem impactos ambientais em ecossistemas naturais (florestas, mangues, cerrados e outros). As cidades não podem ser consideradas um ecossistema, mas são grandes poluidoras do ar, do solo e das águas. O lixo urbano é outro problema de difícil solução. As atividades agrárias agridem a natureza através do uso de agrotóxicos, provocando ou acelerando a erosão do solo. Mas a "campeã" da agressão ao meio ambiente é, sem a menor dúvida, a indústria, que afeta o ar, a água, as florestas, o solo e fabrica quase tudo o que se torna lixo na sociedade de consumo.

Desmatamento Apesar da sua importância, as florestas tropicais têm sido impiedosamente destruídas por várias atividades humanas, entre elas: • a utilização dos terrenos para a agricultura; • a exploração de recursos minerais; • a extração de madeira; • a construção de hidrelétricas; • as queimadas (incêndios propositais ou não). Os impactos ambientais decorrentes do desmatamento são muitos: • extinção e redução da biodiversidade (espécies animais e vegetais); • erosão e empobrecimento dos solos; • assoreamento do leito dos rios; • desertificação; • aumento de CO2 na atmosfera, provocado pelas queimadas; • rebaixamento do lençol freático - causa da extinção das nascentes de rios e fontes; • mudanças climáticas.

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Hotspots As zonas do planeta mais ricas em biodiversidade e mais ameaçadas de destruição são definidas pelo conceito hotspots (em inglês, pontos quentes), criado em 1988 pelo ecólogo inglês Norman Myers. São 34 regiões ou biomas, incluindo a Mata Atlântica e o Cerrado brasileiros. Atualmente, elas representam apenas 2,3% da superfície da Terra, mas 50% das espécies de plantas e 42% das de vertebrados terrestres. Os hotspots já perderam 87,7% da vegetação original.

Inversão Térmica Naturalmente, as massas de ar movimentam-se verticalmente porque a atmosfera se resfria nas camadas mais elevadas. Quando, em contato com a superfície da Terra (geralmente mais quente), o ar se aquecesse, fica mais leve e sobe. À medida que ganha altitude, resfria, fica mais pesado e desce novamente. Este movimento constante do ar ajuda a dispersar poluentes das camadas próximas do solo. No outono e no inverno, quando a temperatura do solo diminui, é muito comum essa situação se inverter. Próximo do solo mais frio, o ar se resfria; nas camadas superiores, é mais quente. Essa "inversão" de temperatura do ar atmosférico e a chamada inversão térmica. Por algumas horas, até que o solo se aqueça, não há movimentação vertical de vento. Os poluentes ficam retidos bem perto do solo, agravando a poluição atmosférica. Quanto mais baixa a camada em que ocorre a mudança de temperatura, maior a concentração de poluentes perto do solo. Em cidades muito poluídas, a "camada quente" funciona como um "tampão" que "prende" os poluentes na camada de ar frio.

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Ilhas de Calor Os poluentes lançados atmosfera, principalmente o dióxido de carbono, ajudam a aumentar a temperatura do ar mais próximo à atmosfera. Nas cidades, as temperaturas tendem a ser mais altas nas regiões centrais, que funcionam como uma "ilha de calor". São vários os fatores que produzem essa "ilha de calor": reflexão do calor pelas construções, como prédios, casas, avenidas, viadutos; lançamento de gases por indústrias e automóveis; diminuição da circulação do ar, barrada pelos prédios e carência de vegetação.

(Disponível em http://ilhasdecalor-g1-2a.blogspot.com.br/)

Chuva Ácida Trata-se de chuva, neve ou neblina com alta concentração de ácidos em sua composição. Com a denominação genérica de chuva ácida, sua origem são os óxidos de nitrogênio (NOx) e o dióxido de enxofre (SO2) liberados na atmosfera pela queima de combustíveis fósseis (principalmente o carvão mineral). Esses compostos reagem com o vapor de água presente na atmosfera, formando o ácido nítrico (HNO 3) e o ácido sulfúrico (H2SO4), que, mais tarde, se precipitam e alteram as características do solo e da água, prejudicando lavouras, florestas e a vida aquática. Também danificam edifícios e monumentos históricos.

(in: SENE, Eustáquio. Geografia Geral e do Brasil. São Paulo, SP: Scipione, 2010.)

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Camada de Ozônio Diversas mudanças climáticas bruscas já ocorreram no mundo, como as ondas de calor nos anos 1980, considerada a década mais quente do século xx. Embora as ondas de calor possam estar relacionadas a processos naturais, não há dúvida de que os gases produzidos pela atividade humana e lançados na atmosfera contribuem para o aumento da temperatura média da Terra. O gás ozônio, presente naturalmente na estratosfera, desempenha uma função de extrema importância: ele filtra cerca de 70% a 90% dos raios ultravioleta emitidos pelo Sol. Não fosse a presença da camada protetora de ozônio, os raios ultravioletas atingiriam diretamente a Terra e, em consequência, teríamos uma elevação de temperatura tão violenta que destruiria qualquer forma de vida aqui existente. No entanto, é preciso lembrar que, no nível do solo, o ozônio é uma forma perigosa de poluição, exercendo ação tóxica sobre vegetais e seres humanos. Observe na figura como age a camada de ozônio.

Atualmente, muito se discute o problema da destruição da camada de ozônio. A diminuição desta camada ameaça a saúde humana, podendo provocar doenças, como câncer de pele, queimaduras, envelhecimento precoce, catarata ocular e imunodeficiência. Mas ela também afeta a flora e a fauna, além de influir no clima do planeta. Desde 1974, estudos associam a destruição do ozônio estratosférico ao maciço e descontrolado uso dos CFCs, um grupo de gases utilizados principalmente nos sistemas de refrigeração e na produção de aerossóis (sprays), solventes, isopor etc. Uma vez presentes na atmosfera e submetidos a reações químicas (liberação de íons de cloreto na estratosfera) e a reações com outros gases, os CFCs - compostos de cloro (Cl), flúor (F) e carbono (C) adquirem a propriedade de destruir o ozônio. Estudos recentes comprovaram uma diminuição de 3% a 4% da camada de ozônio na Antártida, originando o chamado buraco na camada de ozônio. A quase totalidade dos CFCs presentes na atmosfera dessa região provém dos países industrializados e é transportada pela circulação atmosférica (massas de ar). Em 1987, no Protocolo de Montreal (Canadá), 24 países desenvolvidos assinaram um compromisso de redução da produção de CFC, substituindo-o por gases menos nocivos. De fato, o uso desses gases tem se reduzido e o buraco na camada de ozônio pode diminuir ou mesmo desaparecer se forem mantidas as providências estabelecidas também em outras convenções mundiais (Estocolmo, na Suécia, 1972; Rio de Janeiro, 1992; Kyoto, no Japão, 1997 etc.).

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Efeito Estufa

Sempre ouvimos falar que o efeito estufa é o grande vilão do aquecimento global, o que não deixa de ser verdade. Mas uma coisa precisa ficar clara: é graças a ele que existe vida em nosso planeta. O efeito estufa é um fenômeno natural que faz com que a temperatura média do globo se conserve nos limites necessários para a manutenção da vida, em torno de 14,5 graus Celsius. Ele ocorre em razão da existência de gases, como o carbono, que estão naturalmente na atmosfera e impedem a dissipação para o espaço de parte da radiação vinda do Sol, que é absorvida e refletida pela Terra. O problema é que, por causa da ação do homem, esse benéfico "cobertor" atmosférico está se transformando num forno. O intenso uso de combustíveis fósseis - especialmente carvão e petróleo – e a utilização predatória da terra (desmatamento, queimadas, depósitos de lixo) liberam na atmosfera uma imensa quantidade de gases que retêm calor - dióxido de carbono, metano e óxidos de nitrogênio-, intensificando o efeito estufa. O IPCC defende a tese de que essas atividades teriam causado um aumento de 0,7 grau no século XX.

AUMENTO DAS EMISSÕES Desde a Revolução Industrial, há mais de 200 anos, nossas atividades econômicas são baseadas na queima de combustíveis fósseis. A energia que consumimos para gerar eletricidade e aquecimento, para nos locomovermos em viagens de carro, avião ou navios e para mover a atividade manufatureira contribui com cerca de metade das emissões dos gases de efeito estufa. Outras atividades, como a agricultura, a derrubada de florestas e a manutenção de aterros sanitários, também despejam no ar enorme quantidade de gás carbônico, metano e óxido nitroso.

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[Geografia II] Todas essas atividades são realizadas mais intensamente nos países desenvolvidos. Estados Unidos, Japão e muitas nações europeias apresentam elevada produção de gases estufa per capita, principalmente por causa do uso de automóveis e da elevada industrialização. Contudo, países em desenvolvimento, como China e Brasil, vêm aumentando significativamente as emissões desses gases nos últimos anos. Os chineses já ultrapassaram os norte-americanos como os maiores poluidores do planeta, sendo responsáveis por um quarto das emissões mundiais. No Brasil, 61% das emissões de gases-estufa estão ligadas ao desmatamento.

EM BUSCA DE UMA ECONOMIA VERDE Apesar de parecer um palavrão, a sustentabilidade está presente no cotidiano de todos nós. Separar o lixo em casa, economizar água, desligar as luzes quando desnecessário, não jogar lixo no chão, escolher eletrodomésticos que economizem energia, cuidar de plantas e animais. Essas ações nos parecem muitas vezes naturais, mas nem sempre foi assim. Faz apenas algumas décadas que os primeiros ambientalistas, cientistas e pesquisadores passaram a defender a preservação dos mananciais e dos biomas, a redução no consumo de energia, a deposição adequada do lixo e a reciclagem de materiais. A diferença, agora, é que essa visão ambientalista contamina a economia globalizada, levando empresas e governos a reconsiderar seu modelo econômico. Isso faz com que sejam promovidas campanhas de conscientização que atingem largamente a população. O meio ambiente transforma-se numa questão estratégica para a vida econômica, social e cultural, e o desenvolvimento tem de ser sustentável - ou seja, deve incluir em seus pressupostos a manutenção de recursos naturais e o bem-estar dos cidadãos. No início dos anos 90, durante a Conferência Eco 92, realizada no Rio de Janeiro, os temas da sustentabilidade e da preservação ambiental ganharam mais força e o reconhecimento de diversos países. Em 2012, vários líderes mundiais voltaram a se reunir na Rio+ 20, com o objetivo de fazer um balanço do que foi feito e discutir novas formas de equilibrar as atividades econômicas com a preservação do meio ambiente. Para boa parte dos governos do mundo e dos cientistas reunidos por eles, organizados no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), o clima da Terra está passando por um aquecimento global, que estaria sendo provocado pela ação humana, com a liberação de poluentes na atmosfera que acentuam o efeito estufa. Também está na pauta a preservação da biodiversidade do planeta, que implica equilíbrio e estabilidade de ecossistemas e seu aproveitamento pela humanidade de forma a preservá-las. O uso descontrolado de matérias-primas, o crescimento caótico das cidades e o desmatamento são temas que integram toda essa discussão. Mais difícil do que apontar os erros em relação à forma de tratar o meio ambiente é achar soluções possíveis dentro de realidades tão diversas. Na hora de aplicar medidas concretas, esbarra-se em diferentes interesses de cada país ou grupo social, e a grande questão de quem arca com o ônus das políticas de preservação. No plano mundial, os países mais desenvolvidos alegam que a crise econômica impede a implementação de medidas em larga escala, pois afetariam ainda mais sua economia, agora fragilizada. Por sua vez, as nações em desenvolvimento, que apresentam crescimento, não querem prejudicar sua economia, em expansão.

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Conferências ambientais Há quatro décadas discutem-se as questões ambientais em âmbito global. Em 1972, na Conferência Mundial de Estocolmo, abordou-se pela primeira vez a produção (principalmente industrial) dos países ricos como causa importante da degradação da natureza. Essa perspectiva marcou uma nova etapa da preocupação ambiental. Depois, em 1987, o Relatório Nosso Futuro Comum, da Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento, retomou a questão, lançando o conceito de desenvolvimento sustentável, cuja proposta visa a compatibilizar o crescimento econômico com o equilíbrio ambiental, de maneira a garantir a satisfação das necessidades das gerações presentes e futuras.

ECO-92 OU RIO-92 Um grande marco foi a Eco 92, a Conferência Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento realizada no Rio de Janeiro, em 1992. O encontro aprovou o documento Convenção sobre a Mudança do Clima,que trata do aquecimento global, e a Convenção sobre a Diversidade Biológica, que trata da preservação dos ecossistemas e habitats. O documento mais abrangente elaborado pelo encontro foi a Agenda 21, um plano que estabelece estratégias globais, nacionais e locais para promover o desenvolvimento sustentável no mundo. A Agenda 21 traduz os compromissos com o desenvolvimento sustentável em 27 princípios, calcados em três premissas:  e a de que os países desenvolvidos devem mudar seu padrão de produção e consumo e, portanto, seu modelo econômico;  a de que os países em desenvolvimento devem manter as metas de crescimento, mas adotar métodos e sistemas de produção sustentáveis;  a de que as nações desenvolvidas devem apoiar o crescimento das mais pobres, com recursos financeiros, transferência de tecnologia e reformas nas relações comerciais e financeiras internacionais.

COP-3 OU PROTOCOLO DE KYOTO A partir de então, cada país signatário é considerado parte dessa convenção e indica representantes para as discussões, realizadas uma vez por ano, numa Conferência Geral das Partes (cuja sigla é COP). A mais importante delas, até hoje, foi a terceira conferência (a COP-3), que ocorreu em 1997,em Kyoto, no Japão. Criado no encontro, o Protocolo de Kyoto é um importante documento por ter sido o primeiro acordo oficial com metas e prazos para reduzir as emissões de gases do efeito estufa. O documento estabeleceu diferenças entre os países ricos, que tinham metas percentuais de redução por ser os principais responsáveis pelos gases emitidos nos últimos dois séculos, e aqueles em desenvolvimento e industrialização recentes, entre os quais Brasil, China e Índia, que se comprometiam a adotar medidas sem metas pré-estabelecidas. O protocolo, porém, demorou para entrar em vigor, pois deveria ter a adesão de um número de países que representasse pelo menos 55% das emissões globais (relativas a 1990). Isso só aconteceu em 2005, quando superou esse patamar com a adesão da Rússia, valendo a princípio para o período de 2008 até o fim de 2012. No entanto, qualquer redução significativa continuou dependendo dos grandes emissores - e nem todos ratificaram o acordo. A principal ausência foi dos Estados Unidos, que se recusam a assinar o protocolo se não houver metas de redução obrigatórias para todos os países em desenvolvimento. Eles alegaram,

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[Geografia II] ainda, que a economia do país seria bastante afetada. Mais tarde, com a não participação norte-americana, outras nações também abandonaram os compromissos firmados no protocolo. Os governos de Canadá, Japão, Austrália e Rússia passaram a fazer coro com os Estados Unidos na reclamação contra as economias emergentes, que passaram a ter grande peso no balanço de emissões. Países como China, Índia e Brasil não são considerados ricos e, portanto, não têm metas obrigatórias. No entanto, o crescimento econômico dessas nações nos últimos anos, principalmente das superpopulosas China e Índia, aumentou muito a emissão de carbono global, sem que eles tenham que cumprir metas.

COP-21 OU ACORDO DE PARIS Realizada em 2015, a COP-21 escolheu a cidade de Paris como sede e, diferentemente de Kyoto, foi ratificada pelos 195 participantes do PNUMA. No acordo foi discutido o impacto do aquecimento global para o futuro do planeta e se resume em manter a temperatura média da Terra abaixo de 2 °C, acima dos níveis pré-industriais. Além de esforços para limitar o aumento da temperatura até 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais. Os países desenvolvidos também se comprometeram a conceder benefícios financeiros aos países mais pobres, de modo que possam enfrentar as mudanças climáticas. Porém, para que comece a vigorar precisa da ratificação de pelo menos 55 países responsáveis por 55% das emissões de gases de efeito estufa. O Brasil concluiu sua ratificação ao Acordo de Paris em 12 de setembro de 2016. Em documento encaminhado à ONU, o país se compromete em reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% abaixo dos níveis de 2005, em 2025. O QUE PRECISA SER FEITO?  É preciso reduzir a emissão de gases do efeito estufa, como o CO2;  parar de queimar combustíveis fósseis como petróleo e carvão, e adotar fontes de energia renováveis, como solar, eólica, hidráulica e biocombustíveis;  alterar processos industriais e agrícolas;  combater o desmatamento. QUEM PAGA A CONTA?  os países ricos se comprometeram a bancar US$ 100 bilhões por ano de ações nos países em desenvolvimento entre 2020 e 2025;  o texto não diz exatamente que país vai pagar quanto;  é necessário investir tanto em corte de emissões, quanto em proteger os países da mudança climática;  países emergentes farão investimentos facultativos.

Em 01 de junho de 2017, o presidente dos EUA anunciou a saída de seu país do Acordo Climático de Paris. Os EUA são um dos maiores emissores de gases do efeito estufa do mundo e tal decisão afeta significativamente o acordo. A decisão de Donald Trump foi muito criticada pela comunidade internacional e pelos defensores do combate ao aquecimento global.

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UNIDADE 6 PRODUÇÃO INDUSTRIAL Fases da industrialização Quanto à diferença entre Primeira, Segunda e Terceira Revolução Industrial, pode-se afirmar que cada uma assinalou um momento de desenvolvimento tecnológico. A PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, feita com bases técnicas mais simples (máquina a vapor, carvão como principal fonte de energia, força de trabalho não especializada nem qualificada), ocorreu até o fim do século XIX. Caracterizou-se pelo fato de o Reino Unido (Inglaterra) ter sido a grande potência mundial - e principal exemplo de industrialização - e as indústrias têxteis, o setor de vanguarda. A SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL exigiu uma base técnica mais complexa (refino do petróleo, que se tornou a principal fonte de energia do século XX, máquinas e motores mais sofisticados e movidos a energia elétrica, mão de obra especializada) e predominou do fim do século XIX até meados dos anos 1970. Ela se prolonga até os nossos dias, uma vez que uma imensa parte do globo ainda não ingressou, de fato, na Terceira Revolução Industrial e, ao mesmo tempo, existem diversos países subdesenvolvidos - em especial na África e no sul e sudeste da Ásia – que nem sequer consolidaram o estágio da Segunda Revolução Industrial. Os Estados Unidos foram a grande potência econômica e o principal modelo de industrialização dessa fase ou estágio da Revolução Industrial, caracterizada ainda pelo predomínio da indústria automobilística e outras indústrias a ela ligadas (petroquímica, siderúrgica, metalúrgica, etc.). A TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, também denominada revolução técnico-científica, encontrase em andamento desde meados dos anos 1970 e deverá desenvolver-se mais plenamente no transcorrer do século XXI. Ela se iniciou tanto nos Estados Unidos, sobretudo na Califórnia (informática, telecomunicações), como no Japão (robótica, microeletrônica) e na Europa ocidental, em particular na Alemanha (biotecnologia, química fina). É marcada pelo predomínio de indústrias altamente sofisticadas, como as mencionadas, e que exigem muita tecnologia e maior qualificação da força de trabalho.

A IMPORTÂNCIA DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA NA TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Na Segunda e, principalmente, na Primeira Revolução Industrial, a procura por mão de obra barata e sem qualificação era imensa, assim como tinham muita importância as matérias-primas em geral. Agora, com o avanço da revolução técnico-científica, diminui a procura por força de trabalho pouco qualificada, que pode ser substituída por robôs, e também ocorre uma desvalorização das matérias-primas em geral, pelo menos da imensa maioria delas (minérios, produtos agrícolas, etc.). Isso porque aumenta constantemente a reciclagem de produtos, e as indústrias de novos materiais criam novas matérias-primas (novas ligas metálicas, novos materiais para gravação de som e imagem, para a fuselagem de aviões, para os automóveis, etc.), que utilizam produtos mais abundantes e baratos. O importante passa a ser a tecnologia e, consequentemente, as pesquisas científicas e tecnológicas. Com isso, metais raros são substituídos por outros mais abundantes, produzem-se novas variedades de gêneros agrícolas e desenvolvem-se fontes de energia em laboratórios, entre tantas outras inovações. Nesses termos, diminui a importância da natureza - isto é, o tamanho do território de um país, os seus recursos naturais em geral - e aumenta o valor da ciência e da tecnologia com o seu alicerce ou a sua base, que é a educação. Em outras palavras, aumenta muito o valor dos chamados "recursos humanos" ou, como afirmam alguns autores, do "poder cerebral": novas ideias e técnicas, funcionários qualificados e com maior escolaridade, etc. A Terceira Revolução Industrial utiliza muito mais a ciência e a tecnologia do que as duas anteriores. É por esse motivo que se fala em "revolução técnico-científica" para designá-la.

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[Geografia II] No decorrer da História, a humanidade sempre criou e utilizou recursos técnicos - basta lembrar o controle do fogo, a invenção da roda, a domesticação de animais e plantas há milhares de anos, etc. Mas a regra geral era que, primeiro, se conhecesse algo na prática e, depois, viesse a teoria, isto é, a ciência. Nas últimas décadas, isso mudou: os novos setores de ponta em tecnologia e na indústria representam aplicações de conhecimentos científicos - da microfísica, da ecologia, de teorias avançadas da matemática, da genética, etc. -, que, no início, foram considerados "inúteis", ou seja, conhecimento puro e sem aplicação. Além disso, a importância da ciência e da tecnologia avançada mudou radicalmente. Em vez de serem apenas um elemento a mais, até mesmo dispensável, como ocorria anteriormente, elas passaram a ser elementos centrais, aqueles que comandam o ritmo e os rumos das mudanças.

Organização da produção industrial A PRODUÇÃO FORDISTA Em 1911,o engenheiro Frederick W. Taylor (1856-1915)publicou o livro Os princípios da administração científica, no qual defendia o estabelecimento de um sistema de organização científica do trabalho. Esse sistema consistia em controlar os tempos e os movimentos dos trabalhadores e fracionar as etapas do processo produtivo, de forma que cada operário desenvolvesse tarefas ultra especializadas e repetitivas, com o objetivo de aumentar a produtividade no interior das fábricas. Esses novos procedimentos organizacionais aplicados à indústria ficaram conhecidos como taylorismo. O industrial Henry Ford inovou os métodos de produção conhecidos em sua época ao pôr o taylorismo em prática em sua empresa, a Ford Motor Company, fundada em 1903, no estado de Michigan (Estados Unidos). Em1913,desenvolveu seu próprio método de racionalização da produção ao introduzir esteiras rolantes nas linhas de montagem dos automóveis: as peças chegavam até os operários, que executavam sempre as mesmas tarefas referentes à produção de cada parte do carro. O fordismo distingue-se do taylorismo por apresentar uma visão abrangente da economia, não ficando restrito a mudanças organizacionais no interior das fábricas. Ford percebeu que a produção em grande escala exigia consumo em massa, o que pressupunha a fabricação de produtos mais baratos, porém de boa qualidade, e salários mais elevados aos trabalhadores (leia a frase em que ele defende isso). O fordismo/taylorismo provocou uma revolução nos métodos de produção que levaram ao desenvolvimento da sociedade de consumo.

Na foto, final da linha de produção do Ford T, provavelmente em 1914. Produzido entre 1908 e 1926, o Ford T foi um dos primeiros carros fabricados em série.

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[Geografia II] Para viabilizar a produção fordista, era fundamental criar um novo arranjo socioeconômico a fim de garantir a expansão capitalista. A solução encontrada foi a intervenção do Estado na economia, nos moldes do keynesianismo. Esse novo arranjo assentava-se no combate ao desemprego e no constante aumento dos salários. Ganhando salários melhores, os trabalhadores podiam consumir cada vez mais. Dessa forma, os empresários obtinham maiores lucros, pois os aumentos salariais eram compensados pelos crescentes aumentos da produtividade e do consumo. O Estado, por sua vez, arrecadava mais impostos com a expansão econômica. Estavam criadas as condições para a melhoria do padrão de vida dos trabalhadores e para o desenvolvimento da sociedade de consumo. A elevação das receitas do Estado permitiu que os governos, sobretudo nos países europeus ocidentais, instituíssem uma ampla rede de proteção social. A partir dos anos 1950,com a chegada ao poder de partidos social-democratas, socialistas e trabalhistas, consolidou-se em vários países da Europa ocidental, mas também nos Estados Unidos, no Canadá, no Japão e na Austrália, em maior ou menor grau, o Estado de bem-estar. Assim, o modelo fordista-keynesiano criou as condições para o crescimento contínuo das economias capitalistas no pós-Segunda Guerra, principalmente nos países desenvolvidos. O crescimento econômico nos países desenvolvidos foi interrompido em meados dos anos 1970. A produtividade já não crescia em ritmo suficiente para atender à pressão dos sindicatos por aumentos salariais e à elevação dos custos sociais do Estado de bem-estar. Os Estados passaram a emitir moeda para financiar a elevação de seus gastos, e as empresas, a repassar aos preços o aumento dos custos de produção. O resultado foi a elevação da inflação: em 1975,chegou perto de 10%ao ano nos Estados Unidos e a cerca de 13%na Europa ocidental. Essa crise se agravou com a brusca elevação dos preços do barril do petróleo em 1973 e em 1979. A partir do fim daquela década, os governos dos países industrializados passaram a adotar políticas de contenção da inflação. Elevaram as taxas de juros, levando muitas pessoas e empresas a deixar seu capital aplicado nos bancos, em vez de investir na produção. Em consequência disso, os índices de crescimento econômico baixaram. Com as crises da década de 1970, houve uma tendência de redução dos lucros das empresas, e o modelo fordista-keynesiano foi questionado. Para superar essa situação, os governos começaram a introduzir novas políticas macroeconômicas, e as empresas a promover transformações tecnológicas e organizacionais, as quais ficaram conhecidas como produção flexível, que veremos a seguir.

A PRODUÇÃO FLEXÍVEL Como resposta à crise do modelo de produção fordista, as empresas passaram a introduzir máquinas e equipamentos tecnologicamente mais avançados, como os robôs, e novos métodos de organização da produção. Essas inovações, particularmente nos países desenvolvidos, ficaram conhecidas como produção flexível, em contra posição à rigidez do fordismo. Muitos também chamam essas inovações de toyotismo, porque começaram a ser desenvolvidas após a Segunda Guerra na fábrica da Toyota Motor, em Toyota City, Japão. Entretanto, enquanto o toyotismo esteve mais associado aos métodos organizacionais no interior das fábricas, a produção flexível corresponde ao contexto mais amplo no qual se inserem as relações de trabalho e as políticas econômicas. Ela está associada ao neoliberalismo, enquanto a produção fordista, como vimos, estava associada ao keynesianismo. O desenvolvimento dessa nova organização da produção tem gerado novas relações de trabalho, novos processos de fabricação e novos produtos. A palavra de ordem passa a ser competitividade e, para aumentá-la, as indústrias buscam racionalizar a produção, cortando custos e introduzindo processos produtivos tecnologicamente mais avançados. A mesma busca de elevação da produtividade se verifica nos serviços e na agricultura. Tudo isso visando aumentar os lucros das empresas. A economia de escala, desenvolvida no interior de grandes fábricas com sistemas de produção rígidos, é gradativamente substituída ou complementada pela economia de escopo, desenvolvida em fábricas menores e mais flexíveis. Nesta, a produção pode se descentralizar mais facilmente em escala nacional e mundial. Ao mesmo tempo, dissemina-se a prática da terceirização, que consiste em repassar

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[Geografia II] para outras empresas atividades de suporte e serviços, como limpeza, manutenção, alimentação, assistência técnica e, muitas vezes, a própria produção, como no caso da Nike e da Apple. O responsável pelo desenvolvimento do toyotismo ou produção enxuta foi o engenheiro mecânico Taiichi Ohno. Em 1943 ele entrou na Toyota determinado a introduzir mudanças no interior da fábrica, com o objetivo de reduzir desperdícios (aposentou-se como vice-presidente da empresa). Essas inovações reduziram significativamente os defeitos de fabricação, pois o controle passou a ser feito pela própria equipe ao longo do processo, e não apenas no fim, como na produção fordista. Além disso, foram introduzidas máquinas cada vez mais sofisticadas e, finalmente, os robôs. No início, eles desempenhavam apenas as tarefas repetitivas ou mais perigosas e insalubres, mas, com o passar do tempo, foram substituindo mais e mais operários. Com a crescente automação das fábricas, muitos operários passaram a trabalhar em outros setores, particularmente nos serviços; outros perderam seus postos de trabalho, que desapareceram definitivamente, caracterizando o desemprego estrutural. Com essas mudanças, o mercado de trabalho tem exigido trabalhadores mais qualificados, mais versáteis e com capacidade de aprendizagem permanente. Outros métodos de organização da produção desenvolvidos por Taiichi Ohno têm-se disseminado na indústria, como o just-in-time (do inglês, significa 'no momento certo'), que busca estabelecer uma sintonia fina entre a fábrica, os fornecedores e os consumidores. A organização da produção pressupõe um abastecimento contínuo dos insumos (peças e matérias-primas) necessários para a fabricação de determinado produto. Dessa forma, eliminam-se ou reduzem-se drasticamente os estoques (leia a frase de Ohno). O escoamento da produção para o mercado também é planejado, pelo mesmo motivo, para ocorrer "no momento certo". "Quanto mais estoques uma empresa tem, é menos provável que tenha o que necessita." Taiichi Ohno (1912-1990), engenheiro responsável pelo desenvolvimento do toyotismo.

Classificação das indústrias

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A desconcentração espacial da indústria Na escala global, a tendência de desconcentração é resultante da industrialização de vastas regiões do mundo subdesenvolvido, em especial no Sudeste Asiático e na América Latina, que ocupam fatias significativas da produção industrial mundial em muitos setores. A indústria têxtil, por exemplo, é um setor industrial de trabalho intensivo, pois emprega muita mãode-obra, e o peso dos salários no custo final das mercadorias é expressivo. Isso explica a tendência de deslocamento de indústrias têxteis e de confecções para países e regiões onde os salários são mais baixos. Atualmente, a China é o maior produtor têxtil mundial, mas também a Índia, o Paquistão e a Indonésia vêm incrementando a produção e as vendas no mercado externo. Por sua vez, as indústrias têxteis dos Estados Unidos e da União Europeia passaram a investir em novas tecnologias, tais como fibras químicas, tornando-se cada vez mais intensivas em capital e especializando-se em produtos de maior valor agregado. Além disso, os países ricos e seus estilistas continuam a ditar os padrões da moda e da elegância, no mundo todo. Também no setor automobilístico, o peso das indústrias situadas em países subdesenvolvidos tem aumentado significativamente. Atraídas pelos menores custos de mão-de-obra, a Volkswagen, a Ford, a Chrysler, a Citroen e a Peugeot passaram a fabricar motores em suas filiais mexicanas. Além disso, várias fábricas de montagem final de automóveis para exportação foram implantadas na cidade de Monterrey, enquanto a Volkswagen se instalou em Puebla e a Nissan em Águas calientes. Os Estados Unidos são o destino final de grande parte dessa produção mexicana. No contexto da América do Sul, o Brasil é considerado estratégico no mapa das grandes transnacionais do automóvel: nesse caso, elas são atraídas não só pelos baixos salários, mas também pela grande dimensão do mercado interno. A Coreia do Sul representa um caso singular: o país desenvolveu uma indústria automobilística própria, que concorre em muitos mercados com as montadoras sediadas nos países desenvolvidos. Mesmo setores considerados de alta tecnologia, como o de informática, passam por uma desconcentração, ainda que seletiva, no plano internacional. O setor de pesquisa e de concepção de novos produtos e equipamentos permanece fortemente concentrado nos Estados Unidos, no Japão e na União Europeia; porém, parte da linha de produção dos chips e microprocessadores, da montagem final dos equipamentos e a produção de alguns tipos de software migraram para países industrializados semiperiféricos, em especial para a Índia. Na escala nacional, também ocorre uma tendência à desconcentração. As velhas concentrações industriais dos países desenvolvidos vêm perdendo terreno para novas regiões produtivas, marcadas pelo uso de tecnologias modernas, pelo baixo consumo energético e pela forte integração com as universidades e os centros de pesquisa e desenvolvimento. A maior parte das antigas regiões industriais formadas em torno das bacias carboníferas da Europa e dos Estados Unidos, por exemplo, apresenta diminuição das atividades produtivas, perda de dinamismo e elevadas taxas de desemprego.

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UNIDADE 7 PRODUÇÃO DE ENERGIA Desde o surgimento das sociedades primitivas, a obtenção de energia sempre desempenhou papel fundamental para o bem-estar das pessoas e o desenvolvimento das atividades econômicas. Conforme os progressos técnicos foram avançando, novas fontes energéticas foram sendo descobertas e tornaram o trabalho humano mais eficiente. Desde a Primeira Revolução Industrial, com o uso crescente de máquinas, a energia humana e de animais no trabalho vem se tornando menos necessária, sendo substituída por equipamentos mecânicos. A sociedade moderna utiliza cada vez mais energia para a indústria, a agricultura, os serviços, o comércio, os transportes e o consumo doméstico. Nos países desenvolvidos, a produção per capita de energia é maior que nos países em desenvolvimento. Esse fato está diretamente relacionado ao consumo, ao grau de industrialização, ao desenvolvimento econômico e à qualidade de vida de cada população. Geralmente o consumo residencial das nações ricas é maior porque o número de eletrodomésticos (TVs, aparelhos de ar condicionado, máquinas de lavar, geladeiras, etc.) é maior. Além disso, nos países de latitudes elevadas o consumo per capita tende a ser maior por uma razão climática: no período de temperatura mais baixa, que se estende por seis meses ou mais, aumenta o uso de sistemas de aquecimento doméstico e comercial.

RENOVÁVEIS

NÃO RENOVÁVEIS

Têm a possibilidade de se renovar, como as energias solar, hidráulica, eólica (ventos), marés e biomassa. Podem se renovar naturalmente e, se cuidadosamente administradas, podem durar indefinidamente. Se esgotam com o uso. Foram necessários milhões de anos para que se formassem e dificilmente voltarão a se formar. São exemplos destas fontes, os combustíveis fósseis (carvão mineral, gás natural, petróleo e xisto) e os minerais energéticos e radioativos.

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Fontes não renováveis PETRÓLEO Não existe consenso no tocante à duração das jazidas de petróleo. As piores previsões têm sido refutadas a partir de novas descobertas e das possibilidades de novas tecnologias de exploração que permitirão extrações em campos difíceis, como as profundezas do oceano e a Sibéria. Alguns cientistas acreditam que a quantidade real de petróleo em um campo acaba sempre sendo muito maior do que o estimado inicialmente. No entanto, por ser um recurso finito e por continuar a ter grande demanda, tudo indica que a produção mundial está perto de chegar ao seu limite. A CRIAÇÃO DA OPEP, AS CRISES E A GEOPOLÍTICA DO PETRÓLEO Para aumentar o poder de negociação com as nações ricas e em represália à redução no preço do petróleo imposta pelo cartel (redução de 36% entre 1959 e 1960), cinco dos principais países exportadores de petróleo (Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuwait e Venezuela) criaram, em 1960, por meio do Acordo de Bagdá, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Responsável por 2/3 das reservas conhecidas e por mais da metade das exportações mundiais de petróleo, a Opep administra a atividade petroleira e controla os preços e o volume da produção nos países que a compõem Argélia, Angola, Equador, Irã, Iraque, Kuwait, Líbia, Nigéria, Catar, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Venezuela. A Indonésia suspendeu a sua adesão em janeiro de 2009.

Embora criada em 1960, foi somente a partir de 1967, em consequência da Guerra árabe-israelense, que a Opep ganhou força e importância, fazendo do petróleo sua principal arma. A ofensiva dos árabes e da Opep incluiu desde reduções no fornecimento de petróleo e ameaça do embargo total, passando pela nacionalização de subsidiárias de multinacionais, até a decretação, em outubro de 1973, de uma drástica elevação do preço do barril de petróleo, que passou de 3 para 12 dólares. Esta medida ficou conhecida como primeiro choque do petróleo. A partir de então, os preços subiram continuamente. Como consequência do aumento do preço, na década de 1970 houve racionamento de combustível e recessão econômica nos países ou regiões altamente dependentes da importação do petróleo (países da Europa, Japão e países subdesenvolvidos não produtores de petróleo); rápido enriquecimento dos países exportadores de petróleo e elevação do faturamento das grandes companhias, que possuíam estoques de petróleo. Os países desenvolvidos conseguiram recuperar suas economias com rapidez. Os países subdesenvolvidos não produtores de petróleo sofreram as piores consequências: atolaram-se em dívidas externas e recessões econômicas que perduram até hoje, principalmente após o segundo choque do petróleo, em 1979. Por ser o principal componente da matriz energética do planeta, o controle do petróleo se tornou uma questão estratégica militar. O final aparentemente próximo das jazidas petrolíferas tem gerado políticas

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[Geografia II] imperialistas e estimulado guerras pelo controle de regiões produtoras. Exemplos dessa política foram a Guerra do Golfo (1991), a invasão do Iraque (2003) e os constantes conflitos e tensões no Oriente Médio.

CASO BRASILEIRO A história do petróleo no Brasil confunde-se com a da Petrobras, criada pelo governo Getúlio Vargas, em 1953, numa conjuntura política marcada pelo nacionalismo. Em defesa da soberania nacional na exploração do petróleo presente no subsolo brasileiro, estabeleceu-se que a empresa responsável pelo setor seria uma companhia mista, devendo pertencer à União, por lei, no mínimo 51% das suas ações. Nos artigos da Constituição de 1988 referentes às atividades petrolíferas sob monopólio estatal, observa-se que os contratos de risco (autorizados na década de 1970) foram eliminados, o que impediria a participação de empresas particulares, nacionais ou estrangeiras, no processo de prospecção e lavra do petróleo, em território nacional. Com as transformações de cunho neoliberal que marcaram os anos de 1990 no país, o monopólio estatal do petróleo passou a ser questionado por poderosas forças políticas e econômicas nacionais. Assim, por uma emenda constitucional de 1995, aprovada no Congresso Nacional em dois turnos (primeiro na Câmara Federal e depois no Senado), a União agora pode contratar empresas privadas ou estatais, nacionais ou estrangeiras, para atuar no setor petrolífero, que a Petrobrás dominou com exclusividade por 42 anos. Entretanto, a importância dessa empresa, que é a maior da América Latina, não diminuiu. Além de não haver concorrente nacional ou internacional capaz de lhe fazer frente na exploração do petróleo brasileiro, ela atua, por meio de subsidiárias, também nos setores de distribuição de derivados (Petrobrás Distribuidora), produção petroquímica (Petroquisa), prospecção e exploração de petróleo no exterior (Braspetro), entre outros. As reservas e produções brasileiras de petróleo As reservas de petróleo do Brasil já comprovadas são de aproximadamente 16 bilhões de barris (dado de 2013). Comparadas com as das grandes áreas produtoras no mundo — como o Oriente Médio, cujas reservas são de 362 bilhões de barris —, elas são pequenas, mas a nossa produção (em torno de 2,2 milhão de barris/dia) supre cerca de 85% do consumo interno. A maior parte dessa produção provém da plataforma continental, destacando-se dentre as principais áreas produtoras as bacias dos estados do Rio Grande do Norte, Sergipe, Bahia (Recôncavo Baiano), Ceará,

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[Geografia II] Espírito Santo, Alagoas e, mais que todas elas, a bacia de Campos, no Rio de Janeiro, responsável por mais da metade da produção nacional. Foi sobretudo graças à intensificação dos trabalhos de prospecção em águas profundas, em particular na do pré-sal, que as reservas brasileiras saltaram de aproximadamente 760 milhões de barris, em 1975, para o volume atual. A produção de Campos e o pré-sal Na bacia de Campos, onde se encontram as maiores reservas de petróleo do país e também a do pré-sal, a exploração é muito complexa: envolve uma série de atividades e equipamentos, como plataformas fixas cravadas no solo oceânico e plataformas flutuantes, sofisticados sistemas de segurança, materiais especializados, tecnologia de ponta e, ainda, centros de pesquisa e alguns milhares de funcionários. A produção de petróleo em área oceânica, como ocorre na plataforma continental de Campos (RJ), exige equipamentos sofisticados e mão-de-obra altamente qualificada, o que encarece sensivelmente o preço do produto extraído. A Petrobrás dispõe de avançada tecnologia, em sua maior parte desenvolvida no país, para fazer perfurações que alcançam três quilômetros ou mais. E teve de desenvolver técnicas especiais para enfrentar o problema da colocação, em águas profundas, das válvulas que controlam a saída do petróleo para a superfície, pois os mergulhadores não resistem à pressão de profundidades superiores a 450 metros. Como explorar, por exemplo, o campo de Albacora, rico em petróleo, mas com uma profundidade que chega a 800 metros? A solução foi expandir para leste as possibilidades da bacia de Campos: a Petrobrás cravou em rochas oceânicas, a 800 metros de profundidade, uma torre de aço de 400 metros, possibilitando a instalação das válvulas a essa profundidade, que é acessível aos mergulhadores. Petróleo na Amazônia A existência de petróleo na bacia sedimentar amazônica, suspeitada por muito tempo, foi comprovada em 1987, quando a Petrobrás concluiu os trabalhos de prospecção e perfuração em Urucu, no Amazonas. O petróleo encontrado nos três poços perfurados é do tipo leve, com 80% de possibilidade de aproveitamento em derivados claros, como gasolina, óleo diesel, nafta, etc. Em decorrência dos baixos preços do produto do mercado internacional, entretanto, o processo de prospecção na área encontra-se relativamente estagnado.

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CARVÃO MINERAL CONCEITO, FORMAÇÃO E TIPOS O carvão mineral, também conhecido como carvão de pedra e hulha, é uma substância sólida de origem orgânica, resultante da transformação de restos vegetais soterrados e submetidos a intensa pressão. Os principais depósitos formaram-se durante os períodos Carbonífero e Permiano (Era Paleozoica), há cerca de 350 milhões de anos. No processo de formação do carvão mineral ocorre gradativa perda de água e oxigênio e aumento de carbono, o que lhe confere maior teor calorífico ou energético. Os estágios ou tipos de carvão mineral, de acordo com o teor calorífico, são turfa (deposição e putrefação dos restos vegetais em ambientes de várzea e pântano, com baixo teor calorífico); linhito (material escuro, com baixo percentual de carbono); hulha ou carvão propriamente dito (substância sólida, de cor negra, que pode ser transformada em coque ou carvão metalúrgico); antracito (último estágio, 90% a 96% de teor de carbono, negro, de brilho vítreo e elevada dureza).

Usina Termoelétrica em Cote D’Azur França

VANTAGENS E DESVANTAGENS Apesar de ser conhecido há muito tempo, o carvão mineral constituiu-se em fonte de energia básica a partir do final do século XVIII, com a Revolução Industrial, e assim permaneceu até a primeira metade do século XX, quando foi superado pelo petróleo e pela eletricidade de origem hidráulica. O carvão revolucionou a indústria e os transportes devido à sua utilização na navegação e na ferrovia a vapor. Embora continue sendo uma das mais importantes fontes de energia da atualidade, seu consumo tem diminuído: em 1950, representava 59% do total mundial como fonte de energia, em 1990, 30%, e em 2002, 23,8%. Apesar disso, dado seu alto rendimento na produção de calor, é bastante empregado nas siderúrgicas (carvão coque) e na produção de eletricidade (termelétricas). A queima de combustíveis fósseis, como o carvão, polui o ar ao lançar na atmosfera componentes químicos, como óxidos sulfúricos, hidrocarbonetos, monóxido de carbono e o dióxido de carbono ((02), este último responsável pelo aquecimento do planeta. Entre os danos causados ao meio ambiente, estão a chuva ácida, que provoca a destruição de florestas e a poluição de rios, lagos e solos. As consequências para as pessoas que trabalham diretamente na extração de carvão são sérias, já que a mineração subterrânea é insalubre e provoca sérios danos à saúde dos trabalhadores, como problemas pulmonares decorrentes da aspiração do pó, além do perigo de desabamentos.

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GÁS NATURAL O gás natural é composto por uma mistura de hidrocarbonetos leves (metano, etano, propano, butano e outros gases em menores proporções) que submetido à temperatura ambiente e pressão atmosférica permanece no estado gasoso. O gás natural encontrado em jazidas normalmente está associado ao petróleo. Constitui reservas finitas, e, conforme pesquisas realizadas pela IEA (Agência Internacional de Energia), caso se mantenha o ritmo de consumo médio da última década, as jazidas de gás natural irão se esgotar em 100 anos. Depois de tratado e processado, o gás natural pode ser utilizado nas indústrias, residências, automóveis e comércio. Nas indústrias, sua utilização ocorre, principalmente, para a geração de eletricidade. Nas residências, o gás natural é usado para o aquecimento ambiental e de água. Nos automóveis, essa fonte energética substitui os combustíveis (gasolina, álcool e diesel). No comércio, sua utilização se dá principalmente para o aquecimento ambiental. VANTAGENS E DESVANTAGENS Além de ser barato e facilmente transportável por dutos, o gás polui muito pouco em comparação aos demais combustíveis fósseis. É uma fonte muito versátil, que pode ser utilizada na geração de energia elétrica. Nas máquinas e altos-fornos industriais, nos motores de veículos e no aquecimento residencial. Porém, como todos os combustíveis fósseis, elimina partículas poluentes na atmosfera.

CASO BRASILEIRO A utilização do gás natural como fonte de energia teve significativo aumento nos últimos anos: na década de 1990, não ultrapassava 3% da oferta interna de energia no Brasil e, em 2007, já representava 8,8%. A maioria das 27 empresas no Brasil que atuam na distribuição de gás conta com a participação da Petrobras no capital acionário. Em 2007, o país possuía uma malha total de 6.511 quilômetros de dutos. A entrada em operação do gasoduto Bolívia-Brasil, em 1999, viabilizou a importação de gás natural, permitindo, assim, a ampliação e a diversificação do parque gerador brasileiro. Esse gasoduto, implementado em parceria com a Bolívia, país que conta com grandes reservas de gás natural, fornece cerca de 9 milhões de metros cúbicos de gás diários ao Brasil. Com 3.150 km, dos quais 2.593 km em solo brasileiro, o gasoduto inicia-se no município de Santa Cruz de Ia Sierra, na Bolívia, e cruza os estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo. Da cidade de Guararema, em São Paulo, vai até Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A interligação do gasoduto Bolívia-Brasil ao gasoduto já existente beneficia também os Estados de Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais.

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NUCLEAR OU ATÔMICA

Desde o início deste século, devido ao agravamento do aquecimento global, a utilização da energia nuclear para obtenção de energia elétrica voltou à agenda internacional como importante alternativa à queima de combustíveis fósseis. Assim como no caso das termelétricas, o que movimenta a turbina de uma usina nuclear é o vapor de água. Nesse caso, o que muda é a forma de aquecimento da água para a produção do vapor: em vez da queima de combustíveis minerais fósseis, é utilizada a fissão (quebra) de átomos de urânio no interior de um reator. Sabemos que o elemento urânio é encontrado na natureza na forma combinada. O isótopo mais abundante de urânio (238U) não possui um grande poder de fissão, porém o isótopo de urânio (235U) possui um grande poder de sofrer fissão nuclear. A probabilidade deste isótopo do urânio ser fissionado é da ordem de mil vezes maior que qualquer outro elemento. A matéria prima para a fabricação de combustível nuclear nos reatores nucleares é o UO2, este óxido é muito pobre em urânio físsil (235U), isto é que pode sofre fissão nuclear. Aproximadamente 0,7% dos átomos de urânio presente neste oxido são urânio físsil, sendo assim necessário o enriquecimento de urânio, ou seja, a separação do urânio físsil do urânio não físsil. Dentre os processos de enriquecimento de urânio apenas dois processos se destacam industrialmente, sendo a difusão gasosa e a ultracentrifugação. Nesse processo, a separação é feita através da força centrifuga. Para as usinas, o porcentual de enriquecimento é de 3% a 5%. Para mover submarinos, por exemplo, precisa-se de Urânio enriquecido a 20%. Com 95% de concentração de U-235 produz-se uma bomba atômica. VANTAGENS E DESVANTAGENS Há países como a França, a Ucrânia, a Coreia do Sul, a Alemanha, o Japão e os Estados Unidos em que, apesar do custo elevado de instalação, funcionamento e conservação, é grande a produção de energia elétrica em usinas nucleares. Isso é decorrência do esgotamento das possibilidades de produção hidrelétrica e da carência de combustíveis fósseis para a produção de energia em centrais termelétricas. Além disso, o custo comparativo do quilowatt-hora produzido em uma usina nuclear é menor que o obtido em usinas termelétricas que utilizam carvão como fonte primária.

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[Geografia II] Apesar de apresentarem algumas vantagens em relação aos outros tipos de usinas, as nucleares são potencialmente muito mais perigosas por utilizarem fontes primárias radiativas. Em caso de acidentes (como o de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986, e o de Fukushima, no Japão, em 2011), a radiatividade leva anos ou mesmo décadas para se dissipar. CASO BRASILEIRO Na década de 1970, o Brasil efetivou seu programa nuclear. A partir de um acordo com os Estados Unidos, teve o início a construção do reator nuclear, pela empresa Westinghouse, da usina Angra 1, no município de Angra dos Reis, litoral do Rio de Janeiro. Em 1975, o governo brasileiro fez um acordo com a Alemanha Ocidental que previa a construção de oito usinas nucleares, além da transferência de tecnologia para operação e fabricação de componentes de centrais nucleares. Mas apenas a usina Angra 2 foi concluída. Somente em 1985, entrou em operação a Usina Nuclear de Angra 1, que gera energia suficiente para suprir uma cidade de 1 milhão de habitantes. Em 2001, foi a vez da Usina Nuclear de Angra 2, com capacidade para atender ao consumo de uma cidade de 2 milhões de habitantes (figura 13.11). As duas usinas compõem um complexo administrado pela estatal Eletrobrás Termonuclear (Eletronuclear) e sua produção apresenta participação de apenas 2,5% da matriz de oferta de energia elétrica no Brasil (dados de 2007). Grande parte dos equipamentos e da infraestrutura de Angra 3, uma das oito usinas previstas pelo acordo com a Alemanha, já foi comprada e está pronta para ser montada. Além dos gastos com a compra dos equipamentos para Angra 3, o armazenamento desse material, desde 1986, despende enormes somas para sua conservação. As pesquisas brasileiras na área nuclear resultaram em inovações no processo industrial de enriquecimento de urânio e desenvolvimento de tecnologia avançada nessa área. Apesar de o Brasil dominar a tecnologia de enriquecimento de urânio, realizada no Complexo de Resende, no Rio de Janeiro, e possuir a sexta maior reserva de urânio do mundo, existe muita polêmica em torno do programa nuclear brasileiro. Apesar de as usinas nucleares não expelirem fumaça e não necessitarem de grandes obras como barragens, um grande problema que apresentam é o risco de acidentes com material radioativo, com consequências geralmente catastróficas. Outro problema é o destino dos resíduos atômicos que têm de ser guardados por milhares de anos até que o material perca a radioatividade. Atualmente, com as exigências do Protocolo de Kyoto de redução dos gases causadores do efeito estufa, os defensores da energia nuclear argumentam que é uma opção limpa. Apesar dos problemas, consideram a inexistência de acidentes graves nas últimas décadas e as novas tecnologias que têm garantido a reutilização de rejeitos e sua diminuição para até 1 centésimo do volume original.

Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (Usinas de Angra 1 e 2), em Angra dos Reis.

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Fontes renováveis HIDRELÉTRICA Os rios que apresentam desnível acentuado em seu percurso tendem a apresentar potencial hidrelétrico aproveitável, principalmente se seu suprimento de água for garantido por clima ou hidrografia favoráveis. Não é necessária a ocorrência de quedas-d'água, mas de desníveis que possibilitem a construção de uma barragem que forme uma represa e crie uma queda artificial. Trata-se de uma forma não poluente, barata e renovável de obtenção de energia, embora haja impacto ambiental por causa da construção das barragens e do consequente represamento da água. Observe na ilustração que, em terrenos mais planos, ocorre inundação de enormes superfícies, enquanto, em terrenos que possuem desnível acentuado, a superfície inundada é menor. A energia tende a ser produzida com maior eficiência quanto maior for o desnível obtido entre o nível de água e a turbina. Em terrenos com maior declividade é possível obter maiores desníveis com menor volume de água represada. TOPOGRAFIA E REPRESAMENTO

As maiores usinas hidrelétricas do Brasil se concentram nas regiões Sudeste, Sul e Nordeste, por onde o parque elétrico do país começou a ser desenvolvido. Isso se deve à maior concentração nessas regiões de áreas urbanas e atividades econômicas. No Rio Paraná encontram-se importantes usinas: Itaipu, que é a maior hidrelétrica do Brasil, Ilha Solteira, Jupiá e Porto Primavera. A Usina Binacional de Itaipu possui capacidade de 18.200 MW e é uma das maiores do mundo, sendo suplantada apenas pela Usina de Três Gargantas (China), quando operada em sua capacidade máxima. O início de seu funcionamento data de 1984, após um tratado com o Paraguai, o que lhe confere uma gestão compartilhada entre os dois países. Além de suprir 30% da demanda nacional de eletricidade e 38% da demanda das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, essa usina proporciona ao Paraguai autossuficiência na produção de eletricidade, sendo seu excedente vendido ao Brasil. A bacia do Rio Parnaíba abriga as usinas de Itumbiara e de São Simão. Na Bacia do Rio São Francisco localizam-se as usinas de Xingó, Paulo Afonso, Itaparica, Sobradinho e Três Marias. A Bacia Amazônica, que possui o maior potencial hidráulico do país, é a que apresenta o menor aproveitamento. Com extenso percurso navegável, seu imenso potencial hidrelétrico concentra-se nos afluentes do Rio Amazonas, que percorrem áreas de relevo planáltico. Somente 0,4% do potencial é

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[Geografia II] aproveitado por apenas três usinas hidrelétricas: Balbina, no Rio Uatumã (AM), Curuá-Una, no Rio Curuá-Una (PA) e Samuel, no Rio Jamari (RO). Ainda na bacia do Amazonas, no Rio Madeira, estão planejadas as usinas de Santo Antônio, com capacidade instalada de 3.150 MW e de Jirau, com 3.300 MW de potência. Essas usinas deverão conectar Rondônia ao sistema elétrico, expandindo a oferta de energia na região. Além da recém concluída usina de Belo Monte, no Rio Xingu (PA). Na Bacia do Araguaia-Tocantins localizam-se as usinas de Serra da Mesa e Tucuruí. No entanto, 90% do grande potencial disponível nessa bacia tem alguma restrição ambiental.

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SOLAR A energia elétrica a partir dos raios solares pode ser obtida de duas formas: térmica e fotovoltaica. No sistema de energia solar térmica, um espelho em forma de calha acompanha o movimento diurno do Sol e focaliza a luz para aquecer óleo, ou um fluido aquoso dentro de um tubo escuro. O tubo serpenteia por quilômetros até um trocador de calor, que produz vapor para movimentar uma turbina. O sistema pode complementar uma usina que funcione a gás natural, de forma que o gás possa ser utilizado para produzir vapor durante períodos nublados ou o pôr do sol. Modelos futuros poderão substituir o fluido por sódio fundido, que permite temperaturas mais elevadas sem exigir elevadas pressões. Outra variação é a “torre de energia” que parece com uma torre de água, mas é preenchida com sódio fundido e aquecida por um grande conjunto de espelhos, alguns a 1km de distância. O sódio pode ser conectado a um reservatório isolado, armazenando calor suficiente para funcionar dia e noite, ou pelo menos atender os picos de demanda.

A forma fotovoltaica de energia solar é obtida a partir da luz solar. Duas camadas de material semicondutor, uma com elétrons extras e outra com “furos” extras, são montadas juntas em painéis fotovoltaicos. Quando o material absorve luz solar os elétrons excedentes se movem de uma camada para a outra criando uma corrente elétrica. Esse efeito foi observado pela primeira vez no século XIX, mas cientistas e engenheiros ainda trabalham para aperfeiçoá-lo. O primeiro uso prático foi no programa espacial, e painéis solares ainda são amplamente utilizados fora da rede pública de energia elétrica, embora ainda não possam competir com combustíveis fósseis ou mesmo com outros tipos de energias renováveis participantes da rede. Painéis fotovoltaicos podem ser incorporados a novas construções a baixos custos, como placas de cobertura em telhados ou fachadas. Esse tipo de energia pode ser estrategicamente utilizada em áreas urbanas eletricamente congestionadas ou em regiões rurais remotas, economizando não só o custo de geração de energia, mas também o custo de instalação de novas linhas de distribuição.

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EÓLICA A energia eólica é a energia obtida pela ação do vento, ou seja, através da utilização da energia cinética gerada pelas correntes aéreas, associada com o movimento das massas de ar que movem a partir de zonas de alta pressão do ar para as zonas adjacentes de baixa pressão, com velocidades proporcionais a gradiente de pressão. É uma energia utilizada desde a Antiguidade para mover os barcos movidos por velas ou operação de máquinas para movimentação das suas fábricas de pás. É uma espécie de energia verde. Na atualidade utiliza-se a energia eólica para mover aerogeradores - grandes turbinas colocadas em lugares de muito vento. Esse movimento, através de um gerador, produz energia. Precisam agrupar-se em parques eólicos, concentrações de aerogeradores, necessários para que a produção de energia se torne rentável, mas podem ser usados isoladamente, para alimentar localidades remotas e distantes da rede de transmissão. Diversos países, como Estados Unidos, Dinamarca, Alemanha, China, Países Baixos e Índia desenvolvem projetos de utilização da energia dos ventos a custos competitivos em relação à energia convencional. Trata-se de uma fonte de energia ilimitada nos lugares que apresentam as condições adequadas e que não emite poluentes no ar durante a operação. Em países como o Brasil, que possuem uma grande malha hidrográfica, a energia eólica pode se tornar importante no futuro, porque ela não consome água, que é um bem cada vez mais escasso e que também vai ficar cada vez mais controlado. Em países com uma malha hidrográfica pequena, a energia eólica passa a ter um papel fundamental já nos dias atuais, como talvez a única energia limpa e eficaz nesses locais.

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GEOTÉRMICA A energia geotérmica se caracteriza pelo calor proveniente da Terra, é a energia calorífera gerada a menos de 64 quilômetros da superfície terrestre, em uma camada de rochas, chamada magma, que chega a atingir até 6.000°C. Geo significa terra e térmica corresponde a calor, portanto, geotérmica é a energia calorífica oriunda da terra. O magma resulta das tremendas pressões abaixo da superfície e do calor gerado pela decomposição de substâncias radioativas, como o urânio e o tório. Encontrando fissuras na crosta terrestre, o magma explode em erupções vulcânicas, ou os gases liberados com o seu resfriamento aquecem águas subterrâneas que afloram na forma de gêiseres ou minas de água quente. A energia elétrica pode ser obtida através da perfuração do solo em locais onde há grande quantidade de vapor e água quente, estes devem ser drenados até a superfície terrestre por meio de tubulações específicas. Em seguida o vapor é transportado a uma central elétrica geotérmica, que irá girar as lâminas de uma turbina. Por fim, a energia obtida através da movimentação das lâminas (energia mecânica) é transformada em energia elétrica através do gerador. Os aspectos positivos desse tipo de energia são que emissão de gases poluentes (CO2 e SO2) é praticamente nula, não intensificando o efeito de estufa, diferentemente dos combustíveis de origem fóssil, e a área necessária para a instalação da usina é pequena. Por outro lado, é uma energia muito cara e pouco rentável, pois necessita de altos investimentos estruturais e sua eficiência é baixa.

OCEÂNICA As ondas são formadas pela força do vento sobre a água e o tamanho das ondas varia com a velocidade do vento, da sua duração e da sua distância da água da qual o vento faz força. O movimento da água que resulta da força do vento transporta energia cinética que pode ser aproveitada por dispositivos próprios para a captação dessa energia, chamada energia das ondas. Além da energia gerada pelo movimento da água que gera ondas e das quais resulta energia cinética, existe também a energia das marés que resulta do deslocamento da água do mar, ou seja, com as variações de marés. As ondas de alto mar podem oferecer uma energia tecnicamente mais estável que a das ondas de rebentação ou mesmo que a gerada pelo aproveitamento do vento. O movimento ondular produz energia cinética que pode por uma turbina a funcionar na subida e na descida do movimento da água, e a energia mecânica da turbina é transformada em energia elétrica através de um gerador.

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BIOMASSA Biomassa é um material constituído por substâncias de origem orgânica (vegetal, animal e microorganismos). A utilização como combustível pode ser feita a partir de sua forma bruta, como madeira, produtos e resíduos agrícolas, resíduos florestais, resíduos pecuários, excrementos de animais e lixo. Ao contrário das fontes fósseis de energia, como o petróleo e o carvão mineral, a biomassa é renovável em curto intervalo de tempo. A renovação da biomassa ocorre através do ciclo do carbono, ou seja, a decomposição ou a queima de matéria orgânica ou seus derivados provoca a liberação de CO2 na atmosfera. As plantas, através da fotossíntese, transformam o CO2 e água em hidratos de carbono, liberando oxigênio. Dessa forma, o uso adequado da biomassa não altera a composição média da atmosfera ao longo do tempo. Uma das primeiras utilizações da biomassa pelo homem para a obtenção de energia foi o uso do fogo. A madeira foi por muito tempo a principal fonte energética utilizada pelo homem, ao lado de óleos vegetais e animais, em menor escala. A Revolução Industrial marcou o auge da importância do consumo da biomassa, com o uso de lenha na indústria siderúrgica, além de sua aplicação nos transportes como o etanol obtido da canade-açúcar, do milho, da beterraba, etc, e o biodiesel a base de sementes oleaginosas como soja, canola, mamona, girassol, dendê e babaçu. De acordo com o Banco Mundial, 50% a 60% da energia nos países em desenvolvimento vêm da biomassa, e metade da população mundial cozinha com madeira. A geração de energia por queima da madeira cresceu de 200 megawatts em 1980 para 7.800 megawatts atualmente.

Consumo de energia no Brasil O potencial energético no Brasil é privilegiado, se comparado ao de muitos outros países. A utilização de fontes renováveis, como o aproveitamento hidrelétrico, e a obtenção de energia a partir da biomassa (com base em produtos orgânicos de origem vegetal) como fonte primária são expressivas. Já a produção de petróleo e gás natural, fontes não renováveis, tem aumentado gradualmente. Desde 1980, a tendência é reduzir a dependência externa de energia no Brasil, apesar do crescimento do consumo, principalmente depois de 1995. Em 2012, o Brasil importou 12% do total da energia consumida no país. As principais importações foram de carvão mineral, derivados de petróleo e de energia elétrica do Paraguai, que é sócio do Brasil na usina de Itaipu. Para atingir a autossuficiência energética, é necessário investir na produção, na transmissão e na distribuição, além de modernizar os sistemas de transporte urbano, de cargas e da produção industrial, visando à diminuição de consumo nesses setores. Aproximadamente 46% do consumo total de energia é obtido no Brasil por meio de fontes renováveis: hidráulica, lenha, carvão vegetal, produtos da cana de açúcar, além de outras, como gás obtido em aterros, subprodutos de plantações diversas, etc.

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UNIDADE 8 PRODUÇÃO AGRÍCOLA Revolução Verde A partir da década de 1950, os Estados Unidos e a ONU incentivaram a implantação de mudanças na estrutura fundiária e nas técnicas agrícolas em vários dos então chamados países subdesenvolvidos, muitos dos quais ex-colônias recém-independentes. Em plena Guerra Fria, a intenção dos norte-americanos era evitar o surgimento de focos de insatisfação popular por causa da fome. Eles temiam pela instalação de regimes socialistas em alguns países do então Terceiro Mundo. Além do mais. a indústria química. que se desenvolveu voltada para o setor bélico. Apresentava certa capacidade ociosa nesse período. O conjunto de mudanças técnicas na produção agropecuária - proposto aos países pobres para resolver o problema da fome - ficou conhecido por Revolução Verde. Consistia na modernização das práticas agrícolas (utilização de adubos químicos, inseticidas. herbicidas. sementes melhoradas) e na mecanização do preparo do solo - do cultivo e da colheita - visando ao aumento da produção de alimentos. Com esse objetivo os Estados Unidos ofereceram financiamentos para a importação dos insumos. maquinaria e capacitação de técnicos e professores para as faculdades e cursos técnicos agrícolas. Os governos dos então países subdesenvolvidos passaram a promover pesquisa e divulgação de técnicas de cultivo entre os agricultores, e a fornecer créditos subsidiados. Entretanto, a proposta era a adoção do mesmo padrão de cultivo em todas as regiões onde se implantou a Revolução Verde, desconsiderando a variação das condições naturais, das necessidades e possibilidades dos agricultores. Assim, a médio e longo prazo, essas inovações causaram impactos socioeconômicos e ambientais muito graves. Tal modelo proporcionou aumento de produtividade por área cultivada e crescimento considerável da produção de alimentos, principalmente de cereais e tubérculos. Porém. isso ficou restrito às grandes propriedades que possuíam terras em condições ideais para a modernização, como relevo plano para possibilitar a mecanização e condições climáticas favoráveis, entre outros. Em países que não realizaram reforma agrária e os trabalhadores agrícolas não tinham propriedade familiar. sobretudo na África e no Sudeste Asiático. a mecanização da produção diminuiu a necessidade de mão de obra, contribuiu para o aumento dos índices de pobreza e provocou êxodo rural.

Sistemas Agrícolas AGRICULTURA DE SUBSISTÊNCIA A agricultura de subsistência, que atende às necessidades básicas de consumo alimentar dos agricultores e de suas famílias, ainda é praticada em regiões muito pobres do planeta (principalmente na África e na América Latina). Ocorre em pequenas propriedades de os aricultores não têm capitais nem dispõem de meios técnicos (adubos, máquinas etc.). O excedente da produção pode abastecer centros urbanos. Apesar de os agricultores de subsistência somarem centenas de milhões de pessoas em todo o mundo e estarem entre as pessoas que vivem em extrema pobreza, sem salários e com pequeno envolvimento em transações comerciais, estudos mostram que o grau de subnutrição dos grupos que praticam cultivos de subsistência é menor do que o da mão de obra que trabalha em lavouras de exportação.

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AGRICULTURA DE PLANTATION Este tipo de agricultura foi introduzido pelos europeus em suas colônias tropicais a partir do século XVI, período que coincide com a decadência do feudalismo e o início da expansão comercial e colonial europeia. O sistema de plantation se opõe à agricultura itinerante e à de jardinagem, que são sistemas nativos (autóctones). Suas principais características são: • aplicação de grandes capitais na produção de gêneros agrícolas (principalmente tropicais) destinados a abastecer o mercado; • emprego de latifúndios (grandes propriedades rurais) e, em geral, de numerosa mão-de-obra para garantir a produção em larga escala; • utilização da monocultura agroindustrial. A plantation foi e continua sendo praticada em países tropicais da América Latina, da Ásia e da África, com consequências que explicam em grande parte a situação de miséria, atraso e submissão em que se encontram ainda hoje muitos países. Essas consequências são: excessiva concentração de terras (latifúndios), abandono das lavouras de subsistência, desenvolvimento de monoculturas e dependência em relação aos mercados externos, além de instabilidades econômicas, revoltas sociais, esgotamento dos solos etc. Como exemplos de plantation podemos citar a cana-de-açúcar (Brasil e Antilhas), o cacau (Brasil, Gana e Costa do Marfim), o café (Brasil, Colômbia e América Central), o chá (Índia e Sri Lanka), a banana (América Central), a borracha (Malásia, Indonésia e Sri Lanka).

Plantation de algodão na época da escravidão e atualmente.

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AGRICULTURA DE JARDINAGEM É praticada no Sudeste da Ásia (Ásia das monções), região superpovoada caracterizada por verões quentes e superúmidos. Trata-se de uma agricultura tradicional que utiliza técnicas mais ou menos aprimoradas (irrigação e adubação) e cuidados especiais em relação aos vegetais e ao solo, atingindo boa produtividade por hectare (obtém-se o máximo de produção no menor espaço e tempo possível). Apesar de o arroz ser a cultura dominante neste sistema de cultivo, não se trata de uma monocultura, visto que diversos outros vegetais são cultivados. Outras características desse sistema são: • propriedades muito pequenas e mão-de-obra abundante; • predomínio das técnicas de adubação e irrigação (natural ou artificial); • utilização da técnica de terraceamento, terraços artificiais (aplainamento em degraus de superfícies inclinadas, interrompendo um declive) que possibilitam a retenção de água e sedimentos. • intenso trabalho braçal nas fases de adubação, plantio, colheita, construção de diques, terraços e canais de irrigação, e reduzido uso de máquinas;

Biotecnologia A agropecuária sofreu uma revolução com a utilização de tecnologias de ponta oriundas da integração entre indústria e pesquisa em agronomia, química, biologia e engenharia. Um exemplo disso é a biotecnologia, que consiste no desenvolvimento de técnicas para utilização de material biológico (microrganismos, enzimas, células) na indústria e na agricultura. Além de utilizar a engenharia genética - que trabalha com organismos vegetais e animais geneticamente modificados -, a biotecnologia também conta com conhecimentos das áreas de microbiologia, bioquímica, química e informática. Suas técnicas são usadas na produção de alimentos, bebidas, medicamentos, pesticidas e inovações no cultivo de mudas. A intervenção nos ciclos vegetais e animais é praticada há séculos com a finalidade de melhorar as espécies por meio da realização de cruzamentos e da seleção dirigida. Nas ultimas décadas, porém, foram desenvolvidas técnicas de seleção artificial. No século XX, desenvolveu-se a transgenia, manipulação dos ciclos biológicos que permite a transferência e a modificação controlada de genes. Desse modo, genes de espécies animais, vegetais e de microrganismos são retirados e incorporados ao DNA de outro organismo receptor, chamado organismo transgênico ou organismo geneticamente modificado (OGM). Esse novo organismo, no entanto, só será utilizado após passar por uma série de testes. Os OGMs obtidos pela engenharia genética através de técnicas de recombinação de DNA, ou seja, genes da planta são alterados ou incorporam-se genes de outro organismo ao genoma da planta. O gene que determina a característica desejada é localizado, isolado e inserido pontualmente no genoma da planta a ser melhorada. Com isso, a planta expressa proteínas que antes não expressava e adquire características novas e desejáveis. Um exemplo é a soja Roundup Ready (RR) que foi modificada geneticamente para ser tolerante a um herbicida à base de glifosato.

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Os alimentos convencionais também sofrem alterações genéticas, mas estas ocorrem através de técnicas de melhoramento genético denominadas de naturais ou clássicas. Há mais de 10 mil anos, desde que o homem iniciou-se na arte da agricultura, estas técnicas são realizadas. No melhoramento genético natural ou clássico, a planta sofre cruzamento com uma planta da mesma espécie, que tenha uma ou mais características de interesse e desta nova geração selecionam-se as plantas com as características de interesse. A seguir, essa planta é cruzada novamente com as espécies iniciais até obter uma geração de plantas com todas as características desejadas. Neste caso, ocorre a troca tanto dos genes de interesse quanto dos genes que não são.

Portanto, a diferença entre os alimentos convencionais e os transgênicos está relacionada com a forma em que são obtidos estes produtos e, também, as técnicas de Engenharia Genética permitem que a troca de genes ocorra entre seres que são de espécies diferentes e que possuem informações genéticas diferentes, para gerar uma planta com uma ou mais características de interesse para a agricultura. O milho tolerante a herbicidas e resistente a insetos ocupa 12,4 milhões de hectares no mundo, ao passo que a soja tolerante a herbicidas ocupa 36,5 milhões de hectares. O mercado desses segmentos movimenta bilhões de dólares e envolve companhias gigantes, como as americanas Monsanto e Syngenta e as europeias Du Pont e Bayer.

A biotecnologia dos transgênicos tem provocado muita polêmica. Por um lado, permite aumento da produtividade, maior concentração de plantas por área, desenvolvimento de espécies com capacidade de extirpar ervas daninhas, pragas ou insetos indesejáveis para a agricultura, frutos maiores e mais saborosos e plantas com maior valor nutricional e adaptadas a diversos ambientes. Por outro lado, entre os problemas decorrentes do uso de OGMs apontados pelos pesquisadores, estão os riscos para o meio ambiente. A destruição de ecossistemas naturais e a substituição de culturas

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[Geografia II] tradicionais adaptadas ao meio ambiente por cultivos cada vez mais homogeneizados, incluindo os de OGMs, causam grande perda de diversidade, ameaçando de extinção inúmeras espécies valiosas. Essa perda de variabilidade genética tem sido denominada erosão genética. Também não há estudos suficientes a respeito dos efeitos sobre a saúde dos eventuais consumidores desses produtos e dos agricultores que venham a manipulá-los. Além disso, a maior parte das pesquisas tem sido realizada pelas empresas, que certamente tendem a se preocupar mais com os seus lucros do que com as consequências de longo prazo para a saúde e o bem-estar dos consumidores. Os bilhões de dólares que as grandes empresas investem em pesquisas retornam na forma de royalties sobre a tecnologia e a venda de sementes de OGMs. Muitas dessas sementes têm o componente terminator, o qual as torna estéreis, ou seja, incapazes de produzir novas plantas; consequentemente, o agricultor depende de oligopólios formados por poucas e grandes gigantes do setor para obter novas sementes para sua plantação. No entanto, a planta-mãe, apesar de florescer e produzir grãos pode dispersar pólen e, com isso, transmitir esterilidade às outras sementes, mesmo não sendo ela própria capaz de germinar. VANTAGENS E DESVANTAGENS A ampla aplicação de modificações genéticas tem suscitado diversas polêmicas entre países, agricultores e consumidores. Segundo os defensores, as VANTAGENS são: • ECONÔMICAS: Transformações nos vegetais para torná-los mais rentáveis, eliminando partes que não são economicamente aproveitáveis; criação de plantas adaptadas a diversos ambientes; criação de novas matériasprimas; redução do ciclo vegetativo das plantas e da área cultivada; redução no uso de agrotóxicos e fertilizantes por meio da criação de plantas mais resistentes. • CIENTÍFICAS: Manipulação dos organismos e criação de novos materiais, como o bioplástico; aumento da produtividade e da produção acarretando menores riscos e gastos; eliminação de trabalhos mais pesados de cultivo e colheita; não-utilização do solo, ainda tão necessário à produção, já que muitas plantas poderão ser produzidas em laboratório. • SAÚDE: Enriquecimento nutritivo dos alimentos; aumento, em certas plantas, da capacidade de combater doenças e estimular o crescimento humano; criação de vacinas comestíveis. Os adeptos desta linha de raciocínio afirmam que os transgênicos resolveriam o problema da fome no mundo.

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[Geografia II] Dentre as DESVANTAGENS apontadas, pode-se mencionar como: • SAÚDE: Como a alimentação é a base da vida saudável, os alimentos transgênicos poderiam interferir na saúde das pessoas, aumentando os casos de doenças degenerativas e alergias; os alimentos ficariam mais artificiais e, nesse sentido, menos nutritivos; não se conhecem exatamente os efeitos adversos ou tóxicos das plantas transgênicas sobre o organismo (principalmente a longo prazo); algumas pesquisas apontam toxicidade, aumento dos casos de câncer, transferência de genes para parentes silvestres através de cruzamento, surgimento de novas viroses etc. • MEIO AMBIENTE: O cultivo de plantas geneticamente modificadas pode alterar a evolução natural com a introdução de espécies que não existiam naturalmente e provocar desequilíbrios no meio ambiente, como empobrecimento da biodiversidade; eliminação de insetos benéficos; desenvolvimento de ervas daninhas resistentes a agrotóxicos; poluição genética (contaminação de organismos por meio da transferência do pólen de uma planta para outra); perda da fertilidade do solo e até extinção de espécies. • ECONÔMICAS: Grandes interesses estão em jogo: o aumento das vendas e a redução de gastos beneficiariam grupos empresariais transnacionais (que vendem insumos e tecnologia), aumentando seus lucros; os pequenos proprietários só teriam a perder, pois não têm acesso à tecnologia de ponta; muitas sementes transgênicas são estéreis, o que impede a reutilização de seus frutos como sementes, obrigando os agricultores a comprar novas sementes a cada safra, e tornando-os totalmente dependentes da empresa fornecedora; ao perigo inerente à manipulação da herança genética, soma-se a questão de que oito grandes laboratórios detêm a tecnologia necessária à criação de organismos transgênicos com segurança, daí que apenas eles dominariam esse mercado, formando um oligopólio; a preocupação desses laboratórios é obter colheitas rentáveis, mais do que desenvolver produtos resistentes, que possam ser cultivados, por exemplo, em regiões secas do mundo; o propalado objetivo de se acabar com a fome é questionável, pois o problema não resulta da falta de alimentos, e sim das restrições de acesso a eles.

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UNIDADE 9 TRANSPORTES A matriz de transporte de um país é o conjunto dos meios de circulação usados para transportar mercadorias e pessoas. Como o transporte de carga é um dos problemas básicos para a economia, é principalmente dele que tratamos quando se fala da matriz. Uma matriz de transporte ideal é aquela que consegue equacionar de forma adequada as distâncias a ser cobertas com as exigências econômicas e sociais. Para isso, contam-se com os seguintes meios: transportes terrestres (composto de rodovias e ferrovias), hidroviários, aéreos e por dutos ou tubulações. A matriz de transporte eficiente é a que permite a locomoção das cargas no menor tempo e com o menor preço. Em um país continental como o nosso, o assunto é complicado, pois a infraestrutura de transportes exige muito investimento.  transportes rodoviários são o meio mais indicado para interligar pontos próximos e cargas urgentes. Isso porque custa caro construir e manter estradas;  transportes ferroviários exigem grande investimento inicial, mas podem transportar uma quantidade muito maior de carga. São adequados, portanto, a trajetos médios ou longos em que haja necessidade de locomover grandes volumes com eficiência;  transportes hidroviários, o que inclui os rios, a navegação costeira (chamada de cabotagem) e a transatlântica. São mais lentos do que caminhões ou trens, mas gasta-se menos para transportar milhares de toneladas de produtos;  transportes aéreos são os de frete mais caro, e por isso são usados para cargas delicadas, como eletroeletrônicos, ou perecíveis, como frutas e flores;  transportes dutoviários são utilizados quando há a garantia ou a previsão de um fluxo contínuo de gás ou petróleo. Exigem grande planejamento e investimento e só se pagam a longo prazo. Como energia é um fator essencial para a economia, são construídos para cobrir quaisquer distâncias. 0,5% Aéreo

O CASO BRASILEIRO

4% Dutos

Um país grande em território como o Brasil, que movimenta produtos internamente e exporta grande volume de grãos e minérios produzidos em áreas distantes do litoral, deveria utilizar de forma equilibrada as diferentes modalidades de transporte. Não é o que ocorre. O principal resultado do desequilíbrio da matriz é o alto custo nacional do transporte de carga, que encarece o produto final e compromete a competitividade dos nossos produtos. Para transportar soja por hidrovia, paga-se um terço do gasto via ferrovia, e um quinto do necessário para levá-la por estradas. No entanto, o produtor da soja tem de usar uma combinação desses meios, pois, apesar de mais barata, a hidrovia não leva a todos os lugares. Um estudo do Ministério dos Transportes adverte que nossos dois principais concorrentes nas exportações agrícolas, Argentina e Estados Unidos, conseguem custos menores de transporte. Os argentinos porque possuem cobertura ferroviária maior e um território menor, com estradas mais curtas e menor custo. Os norte-americanos, porque usam intensivamente ferrovias e hidrovias em um país com dimensões semelhantes às nossas. O impacto do custo elevado do transporte não recai apenas sobre as mercadorias que exportamos. Ele onera também o custo operacional das empresas e o preço final das mercadorias vendidas no país. Assim, ampliar o sistema de transportes é um fator para a melhora geral da economia.

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UNIDADE 10 ATUALIDADES Globalização A Globalização é um processo de aprofundamento das relações econômicas, sociais, culturais e políticas entre os povos espalhados pelo mundo.

GLOBALIZAÇÃO ECONÔMICA Um fato notável da globalização é o acúmulo de conhecimentos. Isso provoca aumento no compasso das transformações nos meios de produção e tem como consequência o barateamento do método produtivo das indústrias. Assim, desde os primórdios, notamos uma dispersão da cadeia de produção, através da qual fabricarão suas mercadorias em vários países. O objetivo principal é reduzir os custos pela exploração da mão de obra, matéria-prima e energia nos países em desenvolvimento. Podemos também imaginar a globalização como um processo que visa constituir e aperfeiçoar uma rede de conexões. O intuito é encurtar as distâncias, facilitando as afinidades culturais e econômicas, posto que estabelece a conexão entre os países e as pessoas de todo mundo. Nesse sentido, as instituições financeiras (bancos, casas de câmbio) criaram um sistema eficaz para beneficiar a transferência de capital e comercializar ações em escala mundial. A criação de blocos econômicos, cujo objetivo principal é aumentar as relações comerciais entre os membros, é outra consequência da globalização. Como ponto negativo, é preciso afirmar que a maior parcela do dinheiro fica entre os países mais desenvolvidos. Estes investem o capital numa relação desproporcional, o que gera uma brutal concentração da riqueza.

GLOBALIZAÇÃO CULTURAL Com a abertura de mercados, o consumidor (que passa a ser uma nova categoria de cidadão) tem acesso a produtos importados de qualidade a baixo custo. Este processo contribui ainda para a universalização do acesso aos meios de comunicação pelo barateamento das tecnologias e dos métodos de produção. A globalização tem como seu ícone mais notável a Internet, a rede planetária de computadores. Ela tornou-se possível graças a pactos entre diferentes entidades públicas e privadas por todo mundo. Deste modo, a língua inglesa torna-se fundamental na Internet, como uma forma rápida eficiente e totalmente nova para se relacionar com pessoas de outros países. As redes criadas no processo de globalização acentuaram a ideia de sociedade de consumo e fizeram as principais marcas se transformarem em itens “imprescindíveis” ao convívio social.

ALDEIA GLOBAL Redução relativa das distâncias geográficas em razão dos avanços tecnológico nos transportes e nas telecomunicações. “O mundo é uma aldeia”. Relação de interdependência econômica entre as nações.

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INSERÇÃO DESIGUAL DOS PAÍSES NA ECONOMIA MUNDIAL Os países não se inserem na economia mundial da mesma maneira. O atraso econômico de muitos países é resultado de um processo histórico. O crescimento econômico das nações nos últimos séculos se confunde com a própria história do desenvolvimento do capitalismo, que desde o século XVI estabeleceu uma divisão internacional do trabalho. Os países dominantes ficavam com a maior parte da riqueza produzida, enquanto as colônias tinham a função de contribuir para a acumulação de capital nas metrópoles. A economia capitalista se desenvolveu concentrando riqueza e poder nas mãos das elites, principalmente das potências dominantes, criando em contrapartida regiões pouco desenvolvidas economicamente e pouco industrializadas, chamadas a partir da segunda metade do século XX de subdesenvolvidas. Esse termo tem sido questionado, pois a maior parte dos países chamados de subdesenvolvidos esteve durante muito tempo na condição de colônia, e a exploração de seus recursos naturais e humanos impediu o seu crescimento econômico e seu desenvolvimento social. Ou seja, dentro de um mesmo processo, o crescimento econômico de uns foi conseguido em detrimento de outros. Podemos dizer que as desigualdades econômicas e sociais dividem o mundo em dois grandes grupos: o dos países ricos, mais industrializados, desenvolvidos, com menores problemas sociais, e o dos países pobres, menos industrializados, que contam com inúmeros problemas sociais, incluindo enorme quantidade de pessoas que vivem em precárias condições de vida. Esses grupos não são homogêneos, apresentando grandes diferenças.

GRANDES CONJUNTOS DE PAÍSES Muitos países subdesenvolvidos, após a Segunda Guerra Mundial, passaram a investir na indústria, ficando conhecidos como países em desenvolvimento. Como a Primeira Revolução Industrial ocorreu no século XVIII e a Segunda Revolução Industrial no século XIX, esse processo é considerado industrialização tardia ou retardatária. É o caso do Brasil, México, Argentina e Tigres Asiáticos (Coreia do Sul, Taiwan, Cingapura e Hong Kong, na China). Os países ricos e pobres já receberam diversas denominações. Uma delas, a partir da década de 1980, refere-se à localização geográfica. Os mais desenvolvidos passaram a ser chamados de países do Norte, pois na sua maior parte encontram-se no hemisfério norte. Os subdesenvolvidos, localizados majoritariamente no hemisfério sul, ficaram conhecidos como países do Sul. Mais recentemente, com a expansão e a internacionalização dos mercados, os países foram divididos em países centrais, mercados emergentes (ou semiperiféricos) e países periféricos. Em parte dos países subdesenvolvidos (Brasil, México e Argentina), o processo de industrialização apoiou-se no modelo de substituição de importações, que incluía a proteção do mercado interno, a proibição da entrada de manufaturados estrangeiros e o fortalecimento de indústrias locais (nacionais e transnacionais). Outros países, como os Tigres Asiáticos, industrializaram- se a partir do modelo de plataformas de exportação, no qual empresas transnacionais se instalam no país e passam a exportar sua produção para outros países, onde o produto final é montado.

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Divisão Internacional do Trabalho Desde o final do século XX têm ocorrido algumas mudanças nos padrões da divisão da produção e do comércio internacional, com o crescimento da participação dos países em desenvolvimento nas exportações de manufaturados. Vejamos como esse processo ocorreu. No início do século XX, diversos países subdesenvolvidos, incluindo o Brasil, eram países predominantemente agroexportadores. Na tradicional divisão internacional do trabalho essas economias estavam assentadas principalmente na exportação de matérias-primas ou produtos primários (agropecuários, extrativos, minerais) para os países ricos. Por outro lado, os países subdesenvolvidos recebiam dos países desenvolvidos produtos do setor secundário (industrializados) e do setor terciário (comércio, transporte, capital, tecnologia). Os produtos exportados pelos países subdesenvolvidos tinham menor valor que os exportados pelos países desenvolvidos. Na produção industrial e tecnológica estão os produtos de maior valor agregado, ou seja, com maior quantidade de riqueza incorporada.

Desde as últimas décadas do século XX, os países em desenvolvimento têm encontrado algumas brechas para produzirem e colocarem produtos manufaturados no comércio mundial. No entanto, em grande parte, ainda exportam produtos que agregam apenas tecnologia tradicional.

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[Geografia II] O êxito no mercado internacional, com entrada significativa de divisas, não ocorre apenas pela produção e exportação de grande volume de mercadorias. O que importa mais é o valor agregado à mercadoria. No caso, os países desenvolvidos agregam alta tecnologia. A maior parte do aumento da participação no mercado de bens manufaturados referente aos países em desenvolvimento provém da Ásia Oriental e do Pacífico. Mas somente um pequeno grupo de países participa das exportações de alta e média tecnologia (China e Taiwan, Coreia do Sul, Malásia, Cingapura, Índia, além do México, na América Latina). O mesmo acontece com as exportações de manufaturados com utilização de baixa tecnologia, nas quais se destacam a China, Taiwan, a Coreia do Sul, o México e a Índia.

Organização das Nações Unidas

A criação da Organização das Nações Unidas (ONU) se deu em fevereiro de 1945, na cidade de São Francisco, EUA, como resultado das conferências de paz realizadas no final da Segunda Guerra Mundial. Assinaram inicialmente a Carta das Nações Unidas 50 países, excluindo os que haviam feito parte do Eixo. A ONU era uma segunda tentativa de criar uma união de nações com o propósito de estabelecer relações amistosas entre os países. A primeira tentativa ocorreu com a formação da Liga das Nações, ao fim da Primeira Guerra Mundial, mas que fracassou em seus objetivos. A Carta afirmava em seu preâmbulo que “Nós, os povos das Nações Unidas, decididos: a preservar as gerações vindouras do flagelo da guerra que por duas vezes, no espaço de uma vida humana, trouxe sofrimentos indizíveis à humanidade; a reafirmar a nossa fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor da pessoa humana, na igualdade de direitos dos homens e das mulheres, assim como das nações, grandes e pequenas”, tendo como primeiro objetivo “Manter a paz e a segurança internacionais e para esse fim: tomar medidas coletivas eficazes para prevenir e afastar ameaças à paz e reprimir os atos de agressão, ou outra qualquer ruptura da paz e chegar, por meios pacíficos, e em conformidade com os princípios da justiça e do direito internacional, a um ajustamento ou solução das controvérsias ou situações internacionais que possam levar a uma perturbação da paz”. A organização se estruturava dessa forma para evitar uma nova deflagração de conflitos mundiais, como as duas Guerras anteriores, criando condições para que isso se efetivasse, superando um objetivo apenas de controle militar e englobando a criação de instâncias responsáveis por garantir os direitos principais dos seres humanos. Inicialmente foram criados cinco órgãos fundamentais: a Assembleia Geral, composta por todos os países-membros; o Conselho de Segurança, formado por cinco membros permanentes (URSS, EUA, Inglaterra, França e China) e mais dez membros provisórios eleitos pela Assembleia Geral; o Secretariado, presidido pelo Secretário-Geral e com a atribuição de administrar e organizar a instituição; o Conselho Econômico e Social, ao qual estão ligados diversos órgãos, como a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e a OMC (Organização Mundial do Comércio); e a Corte Internacional de Justiça, órgão jurídico da ONU com sede em Haia, na Holanda.

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CONSELHO DE SEGURANÇA O Conselho de Segurança (CS) da ONU é o centro do poder político mundial. A ONU foi criada em 1945, arquitetada pelas potências que emergiram com o fim da II Guerra Mundial (EUA, França, Reino Unido e União Soviética-URSS) e pela China. Essas nações desenharam a distribuição do poder na ONU e até hoje são os únicos membros permanentes do CS - o órgão que toma as decisões mais importantes sobre segurança mundial. É o CS, por exemplo, quem delibera sobre o envio de missões de paz para áreas em conflito, define sanções econômicas ou a intervenção militar num país. Além dos cinco membros permanentes, outras dez nações participam do CS como membros rotativos (que se revezam a cada dois anos). O Brasil atualmente é membro rotativo e cumpre seu décimo mandato. Todos participam das discussões, mas apenas os membros permanentes têm poder de veto - ou seja, basta uma das cinco nações discordar da proposta e ela não poderá ser adotada. Foi exercendo esse poder de veto que os EUA retardaram a aprovação de toda moção que condenava Israel por atacar a Faixa de Gaza, em 2009. A estrutura do CS estava em harmonia com a correlação de forças do período da Guerra Fria (1945-1991), quando o mundo permaneceu dividido entre os blocos comunista e capitalista. O lado capitalista era representado por EUA, França e Reino Unido; o comunista, por China e URSS (atual Rússia). As duas partes usavam o poder de veto para proteger as respectivas áreas de influência e negociar soluções para os conflitos na esfera internacional. Mas, com o fim da Guerra Fria, a polarização entre comunismo e capitalismo deu lugar a uma nova ordem, em que o poder econômico implica maior peso político. Nesse contexto, a divisão de poder dentro das Nações Unidas ficou desequilibrada e fora da realidade. O Japão e a Alemanha, por exemplo, estão entre as economias mais ricas, mas não participam das principais decisões da ONU porque, em 1945, perderam a guerra junto com a Itália. E economias emergentes, como a Índia e o Brasil, que possuem a segunda e a quinta populações do mundo, reivindicam participação efetiva no CS. As discussões sobre a reforma do CS são antigas, mas existem várias propostas e nenhum consenso. O Brasil se candidatou a uma vaga permanente no CS durante o governo de Itamar Franco (1992-1994). Desde então, vem buscando aliados para lutar pela reforma do conselho. Brasil, Alemanha, Japão e Índia formaram, em 2004, o Grupo dos 4 (G-4), para reivindicar a criação de mais seis vagas permanentes, inicialmente sem poder de veto. Os novos lugares seriam ocupados pelos integrantes do grupo, mais dois países africanos (os mais credenciados a ocupar essas vagas seriam a África do Sul, a Nigéria e o Egito).

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Blocos Econômicos ESTÁGIOS DE INTEGRAÇÃO ENTRE PAÍSES ZONA DE LIVRE-COMÉRCIO

UNIÃO ADUANEIRA

Estágio inicial de integração, representado pela eliminação gradativa de barreiras comerciais entre os países-membros. O NAFTA é o principal exemplo.

Área de livre-comércio com uma tarifa externa comum, além de outras medidas que conformem uma política comercial externa comum. Entre um grupo de países ou territórios que instituem uma união aduaneira há a livre circulação de bens e uma tarifa aduaneira comum a todos os membros, válida para importações provenientes de fora da área. Esse é o atual estágio do MERCOSUL.

MERCADO COMUM

União aduaneira com políticas comuns de regulamentação de produtos e com liberdade de circulação de todos os três fatores de produção (terra, capital e trabalho) e de iniciativa. Em tese, a circulação de capital, trabalho, bens e serviço entre os membros deve ser tão livre como dentro do território de cada participante. Um bom exemplo de mercado comum é a UNIÃO EUROPEIA.

UNIÃO ECONÔMICA E MONETÁRIA

É a evolução do mercado comum. Além de facilitar a integração econômica, os países-membros, adotam a mesma política monetária. A ZONA DO EURO é um exemplo desse estágio.

UNIÃO EUROPEIA  A criação de blocos econômicos com a finalidade de fortalecer e ampliar mercados nacionais já era uma realidade na Europa desde meados do século XX. Em 1944, a Bélgica, a Holanda (Países Baixos ou Netherlands, em inglês) e Luxemburgo formaram a Benelux, que tinha como objetivo eliminar barreiras alfandegárias entre esses países.  Em 1951, foi criada a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA) com seis membros e logo o Mercado Comum Europeu (MCE), criado em 1957 pelo Tratado de Roma, estendia a redução de tarifas para mais mercadorias produzidas e comercializadas entre Itália, França, Alemanha Ocidental, Bélgica, Holanda e Luxemburgo.

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[Geografia II]  Originada do Tratado de Maastricht, assinado em 1992, a União Europeia promove relações econômicas privilegiadas entre os países-membros.  Em 1999, foi implantada a união monetária, com o estabelecimento de uma moeda única, o euro. Em 2018, a União Europeia é composta por 28 países europeus, dos quais 19 formam a zona do euro.  A UE além de ter estabelecido um mercado comum e políticas internas comuns, como agrícolas e de transportes, se propõe a gerir domínios até então considerados internos e soberanos, como a política externa e de segurança, ou assuntos internos, como a imigração.  Apesar de a consolidação desse novo eixo econômico ter propiciado efeitos positivos nas economias europeias, ainda há muitos obstáculos para a unificação efetiva da Europa. Diferenças econômicas, oposição de setores em diversos países, Estados divididos por guerras e conflitos seculares impedem a formação de um verdadeiro Estado supranacional.

 A Política Agrária Comum (PAC) da UE foi criada em 1962 e se configura como um grande protecionismo europeu aos produtos internos, através da imposição de barreiras e taxas aos produtos agropecuários importados. Com o intuito de fortalecer o mercado agropecuário interno, a PAC estruturou-se sobre três princípios:  a) unificação do mercado entre os países e garantia de preços mínimos;  b) preferência de compra para produtos europeus;  c) fixação de tarifas comuns para produtos estrangeiros.

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[Geografia II]  O Espaço Schengen é o tratado de livre circulação de pessoas que dá direito a circular por 26 países europeus sem a necessidade de passaporte, semelhante às fronteiras internas de um país. Nem todos os países do bloco assinaram o tratado, como é o caso do Reino Unido. Por outro lado, Noruega e Suíça, que não integram a UE, integram o Espaço Schengen.  A crise financeira iniciada em 2008 nos Estados Unidos atingiu fortemente a União Europeia a partir de 2010, e no fim de 2013 os países dessa região, especialmente os do Mediterrâneo, ainda sofriam suas consequências. A situação mais grave era a da Grécia, cuja dívida pública atingiu 170% do PIB em 2011.Com a ajuda recebida da União Europeia essa dívida reduziu um pouco em 2012, mas ainda assim manteve-se muito alta. A dívida grega extrapolou quase três vezes o limite estabelecido em 1992 pelos Critérios de Maastricht, acordo de convergência dos indicadores econômicos para a futura adoção da moeda única, quando foi definido que o endividamento público dos países-membros não poderia ultrapassar 60% do PIB.  As medidas anticrise e as políticas de austeridade (flexibilização das leis trabalhistas, elevação da idade mínima para aposentadoria, congelamento dos salários...) acabam limitando o consumo de bens e serviços por parte da população, dificultando a retomada do crescimento econômico e a recuperação dos empregos, e fizeram com que, em 2012, a crise atingisse mais intensamente a economia real.  Em 2016, os britânicos foram às urnas e decidiram pela saída do Reino Unido do bloco, em um episódio que ficou conhecido como Brexit (saída britânica). É a primeira vez que um membro decide sair do bloco europeu e analistas temem que o fato incentive novas retiradas.

NAFTA O Acordo Norte-Americano de Livre Comércio (North American Free Trade Agreement) foi assinado em 1992 por Estados Unidos, Canadá e México e entrou em vigor em 1º de janeiro de 1994 (observe o mapa). Historicamente, os Estados Unidos sempre estimularam o multilateralismo e viam com reserva a formação de blocos comerciais por considera-los uma forma de limitar seus mercados no mundo. a país só concordou com a criação da Comunidade Econômica Europeia, em 1957, porque o acordo ajudaria a consolidar o capitalismo na Europa ocidental e a conter o avanço do comunismo soviético. No atual mundo globalizado, com o aumento da concorrência e a consolidação da tendência de formação de blocos, os Estados Unidos viram no regionalismo comercial um meio de expandir seus interesses econômicos em toda a América. O Nafta é um gigantesco mercado consumidor: em 2012 seu PIB era de 19 trilhões de dólares (perceba que é maior do que o da UE, que tem 28 países-membros). Segundo a OMC, em 2012,as exportações conjuntas dos três países do bloco somaram quase 2,4 trilhões de dólares e as importações, 3,2trilhões. Esse enorme déficit comercial é quase todo responsabilidade dos Estados Unidos, que apresentaram naquele ano uma balança comercial desfavorável no valor de 790 bilhões de dólares. Desde a criação do Nafta, o comércio intrabloco cresceu intensamente, o que desviou fluxos de mercadorias de outras regiões, sobretudo da União Europeia. Com a gradativa redução das barreiras alfandegárias entre os três países-membros, essa zona de livre-comércio ampliou significativamente suas trocas comerciais.

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[Geografia II] No comendo dos Estados Unidos desde o início de 2017, o presidente Trump afirmou que pretende renegociar as taxas para que o comércio entre os membros do bloco possa ser “justo”. Ele deseja taxar as fabricantes que não atingirem um percentual mínimo obrigatório de peças produzidas nos EUA, no Canadá e no México. Porém as grandes montadoras estão se mobilizando para pressionar o presidente a retirar sua proposta ao Nafta que impactaria o setor automotivo. Atualmente, ao menos 62,5% do material de um carro precisa ter origem na América do Norte para circular na região livre de tarifas. Trump sugeriu aumentar o requerimento para 85%, dos quais 50% deveriam ser americanos. As propostas foram vistas como impraticáveis por Canadá, México e pelo grupo de montadoras composto por General Motors, Ford, Toyota, Volkswagen AG e Hyundai, entre outras.

PARCERIA TRANSPACÍFICA (TPP) Os ministros e representantes de 12 países assinaram em fevereiro de 2016 na cidade de Auckland, na Nova Zelândia, o Tratado Transpacífico (TPP, na sigla em inglês), que representa cerca de 40% do PIB mundial. O TPP foi assinado pelos ministros e representantes de Estados Unidos, Japão, Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Peru, Malásia, México, Nova Zelândia, Cingapura e Vietnã. O novo bloco econômico prevê que o processo de ratificação pelos diferentes parlamentos nacionais dure cerca de dois anos. Após a assinatura do TPP, que é considerado como um contrapeso à influência econômica da China na região, os países signatários se mostraram dispostos a que o tratado aceite mais membros no futuro, inclusive o gigante asiático. Um ano depois da criação do bloco, o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou a retirada do país da TPP. O fato estremeceu as relações diplomáticas dos EUA com os antigos parceiros.

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[Geografia II]

MERCOSUL O Mercado Comum do Sul (Mercosul) começou a se formar em 1985, nos governos de Raúl Alfonsín (Argentina) e José Sarney (Brasil). Para viabilizar o projeto de integração, Brasil e Argentina tiveram de deixar de lado sua tradicional rivalidade e seus projetos hegemônicos na América do Sul, vigentes na época em que eram governados por ditaduras militares. Várias reuniões foram realizadas entre representantes dos dois governos ao longo dos anos seguintes até que incorporassem o Paraguai e o Uruguai nas negociações e os quatro assinassem o Tratado de Assunção em 1991. O objetivo inicial do Mercosul era estabelecer uma zona de livre-comércio entre os países-membros por meio da eliminação gradativa de tarifas alfandegárias e restrições não tarifárias, liberando a circulação da maioria das mercadorias. Alcançada essa meta, em 1994 foi assinado o Protocolo de Ouro Preto e fixouse uma política comercial conjunta dos países-membros em relação a nações não integrantes do bloco, medida que definiu a Tarifa Externa Comum (TEC) e transformou o Mercosul em união aduaneira. A TEC serve para que todos cobrem um imposto de importação comum, para evitar que algum membro dê tratamento diferenciado a determinado setor e se torne porta de entrada de produtos que depois possam circular livremente dentro do bloco. Entretanto, como há uma lista grande de exceções, isto é, de produtos que não se enquadram na TEC, considera-se que o Mercosul é uma união aduaneira imperfeita. O Protocolo de Ouro Preto também permitiu criar uma estrutura institucional - composta do Conselho do Mercado Comum e da Comissão de Comércio do Mercosul, entre outros órgãos - para que a integração se aprofunde, chegando ao estágio de mercado comum, terceira e mais avançada etapa do processo de integração. Em julho de 2006, foi assinado o protocolo de adesão da Venezuela como membro do Mercosul, mas para que isso ocorresse foi necessário que os Congressos de cada um dos países-membros aprovassem o ingresso. Os parlamentos da Argentina, do Uruguai e do Brasil aprovaram com certa rapidez, mas houve maior relutância por parte do Congresso paraguaio. Muitos congressistas brasileiros resistiram em aprovar a entrada da Venezuela com o argumento de que o governo de Hugo Chávez (1999-2013) era antidemocrático; o mesmo ocorreu entre seus pares paraguaios, com a diferença de que lá esse sentimento era majoritário e eles frearam o processo de adesão venezuelano. Nos acordos do Mercosul, há uma cláusula que afirma que se um país-candidato não respeitar as regras da democracia constitucional não pode ser aceito no bloco e se um país-membro desrespeitá-la é passível de suspensão e até de expulsão do bloco.

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[Geografia II] Em junho de 2012, o Congresso paraguaio votou o impeachment (impedimento) do presidente Fernando Lugo, que estava politicamente enfraquecido, em rito sumário consumado em menos de 24 horas, praticamente sem lhe garantir o direito de defesa. Como retaliação pelo que foi considerado uma ruptura da ordem democrática, em encontro de presidentes do Mercosul realizado no mesmo mês em Mendoza (Argentina), o Paraguai foi temporariamente suspenso do bloco até a realização de novas eleições. Aproveitando-se dessa suspensão, os outros três membros do Mercosul, em reunião extraordinária realizada em Brasília (DF), aprovaram a entrada da Venezuela no bloco. Atualmente, a mesma Venezuela encontra-se suspensa do bloco, inicialmente, por não cumprir acordos comerciais e sob a alegação de ruptura da ordem democrática.

ALIANÇA DO PACÍFICO Criada em 2012, a Aliança do Pacífico é um bloco econômico nos moldes do Mercosul formado por México, Colômbia, Peru e Chile. O objetivo do bloco é “aprofundar a integração entre as respectivas economias e definir ações conjuntas para a vinculação comercial com a Ásia-Pacífico”. A principal intenção do acordo é o estabelecimento de relações mais diretas com áreas estratégicas do comércio internacional, principalmente com a Ásia, reduzindo, assim, a dependência econômica dos seus membros em relação aos Estados Unidos.

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[Geografia II]

UNIDADE 11 REGIÕES DO BRASIL A primeira divisão do território do Brasil em grandes regiões foi proposta em 1913, os "cinco brasis", para ser usada no ensino de Geografia. Os critérios utilizados para fazê-la foram físicos, já que a natureza era considerada duradoura e as atividades humanas, mutáveis. O território do Brasil já passou por diversas divisões regionais. Depois da primeira proposta de regionalização, outras propostas surgiram, tentando adaptar a divisão regional às características econômicas, culturais, físicas e sociais dos estados. A regionalização mais utilizada atualmente é de 1970, adaptada em 1990, em razão das alterações da Constituição de 1988. Porém, existem diversos critérios de regionalização e propostas de divisão, dentre as quais destacam-se três:

Divisão político-administrativa  O Brasil está dividido em cinco Regiões, essa configuração foi proposta pelo IBGE desde 1970, com uma alteração em 1988, quando Tocantins foi desmembrado de Goiás, tornando-se um estado autônomo;  Respeita os limites políticos do estados;  Agrupa unidades com características semelhantes, a partir de determinados critérios;  Tem, entre outras finalidades, a agregação e a divulgação de dados estatísticos que facilitem o planejamento, a integração nacional e a redução das desigualdades entre as regiões do Brasil.

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[Geografia II]

Divisão geoeconômica Proposta em 1967 pelo geógrafo Pedro Pinchas Geiger; Tem por base as características histórico-econômicas do Brasil, ou seja, os aspectos da economia e da formação histórica e regional; Reflete os arranjos espaciais resultantes da industrialização do país; Divide o país em três regiões geoeconômicas ou complexos regionais: Centro-Sul, Nordeste e Amazônia; Um destaque nesse critério é a divisão de Minas Gerais, Tocantins, Maranhão e Mato Grosso em mais de um complexo regional, visto que existem disparidades internas nessas unidades federativas; Na época em que essa proposta foi formulada, o Centro-Sul despontava como núcleo dinâmico da economia brasileira, tanto na agricultura como na indústria e nos serviços urbanos; O complexo regional Nordeste destacava-se pela disseminação da pobreza e pelas correntes migratórias que deixavam a região. Esse complexo é marcado pela região semiárida que para muitos é vista de “região problema”; A Amazônia, por sua vez, era uma região fracamente povoada, que apenas começava a ser incorporada ao conjunto da economia nacional. As porções norte de Mato Grosso e Tocantins, bem como o oeste do Maranhão são marcados pela existência de uma floresta tropical e clima equatorial, o que os aproxima dos estados do Pará, Amazonas, Ace, Rondônia e Roraima.

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[Geografia II]

Divisão proposta por Milton Santos Proposta pelo geógrafo Milton Santos em 2001; Conhecida como os “quatro brasis" e pretende registrar a "difusão diferencial do meio técnicocientífico-informacional"; A região concentrada abrange as regiões Sul e Sudeste do IBGE. Segundo Milton Santos, nessa região estão concentradas as maiores mudanças tecnológicas do país. É a região mais moderna do Brasil, com centros de pesquisa, de tecnologia, universidades etc. Caracteriza-se pela densidade do sistema de relações que intensifica os fluxos de mercadorias, capitais e informações. O seu núcleo é a metrópole paulista, que desempenha funções de cidade global e reforça o comando sobre o território nacional. A soldagem do Sul ao Sudeste reflete a descentralização industrial recente e a implantação de infra-estruturas técnicas que a sustentam;  O Centro-Oeste emerge como área de ocupação periférica, fundada na especialização agropecuária e na modernização subordinada às necessidades das firmas que têm sede na Região Concentrada. O estado de Tocantins, estranhamente deslocado para a Região Norte pela Constituição de 1988, reincorpora-se ao Centro-Oeste; O Nordeste define-se pelo peso das heranças: "é uma área de povoamento antigo, onde a constituição do meio mecanizado se deu de forma pontual e pouco densa". A rugosidade do espaço geográfico retarda os fluxos. A instalação das infra-estruturas e redes informacionais realiza-se de modo descontínuo, "sobre um quadro sócio espacial praticamente engessado"; A Amazônia caracteriza-se pela rarefação demográfica e baixa densidade técnica. Os sistemas informacionais aparecem como formas externas, representadas, por exemplo, pelos satélites e radares do Sivam. Os grandes projetos estruturam enclaves, isolados num meio pré-mecânico. 

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[Geografia II]

Características socioeconômicas das regiões DEMOGRAFIA

EDUCAÇÃO

SAÚDE

ECONOMIA

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[Geografia II]

EXERCÍCIOS: ENEM + vestibulares 1. Geomorfologia 1. (Enem) O terremoto de 8,8 na escala Richter que atingiu a costa oeste do Chile, em fevereiro, provocou mudanças significativas no mapa da região. Segundo uma análise preliminar, toda a cidade de Concepción se deslocou pelo menos três metros para a oeste, enquanto Santiago, mais próxima do local do evento, deslocou-se quase 30 centímetros para a oestesudoeste. As cidades de Valparaíso, no Chile, e Mendoza, na Argentina, também tiveram suas posições alteradas significativamente (13,4 centímetros e 8,8 centímetros, respectivamente). Revista InfoGNSS, Curitiba, ano 6, n. 31, 2010. No texto, destaca-se um tipo de evento geológico frequente em determinadas partes da superfície terrestre. Esses eventos estão concentrados em a) áreas vulcânicas, onde o material magmático se eleva, formando cordilheiras. b) faixas costeiras, onde o assoalho oceânico recebe sedimentos, provocando tsunamis. c) estreitas faixas de intensidade sísmica, no contato das placas tectônicas, próximas a dobramentos modernos. d) escudos cristalinos, onde as rochas são submetidas aos processos de intemperismo, com alterações bruscas de temperatura. e) áreas de bacias sedimentares antigas, localizadas no centro das placas tectônicas, em regiões conhecidas como pontos quentes.

De acordo com as figuras, a intensidade de intemperismo de grau muito fraco é característica de qual tipo climático? a) Tropical. b) Litorâneo. c) Equatorial. d) Semiárido. e) Subtropical. 3. (Enem)

2. (Enem)

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[Geografia II] A imagem representa o resultado da erosão que ocorre em rochas nos leitos dos rios, que decorre do processo natural de a) fraturamento geológico, derivado da força dos agentes internos. b) solapamento de camadas de argilas, transportadas pela correnteza. c) movimento circular de seixos e areias, arrastados por águas turbilhonares. d) decomposição das camadas sedimentares, resultante da alteração química. e) assoreamento no fundo do rio, proporcionado pela chegada de material sedimentar.

Um exemplo desses reflexos na vida cotidiana de muitas cidades brasileiras é a) a maior ocorrência de enchentes, já que os rios assoreados comportam menos água em seus leitos. b) a contaminação da população pelos sedimentos trazidos pelo rio e carregados de matéria orgânica. c) o desgaste do solo nas áreas urbanas, causado pela redução do escoamento superficial pluvial na encosta. d) a maior facilidade de captação de água potável para o abastecimento público, já que é maior o efeito do escoamento sobre a infiltração. e) o aumento da incidência de doenças como a amebíase na população urbana, em decorrência do escoamento de água poluída do topo das encostas.

4. (Enem) Um dos principais objetivos de se dar continuidade às pesquisas em erosão dos solos é o de procurar resolver os problemas oriundos desse processo, que, em última análise, geram uma série de impactos ambientais. Além disso, para a adoção de técnicas de conservação dos solos, é preciso conhecer como a água executa seu trabalho de remoção, transporte e deposição de sedimentos. A erosão causa, quase sempre, uma série de problemas ambientais, em nível local ou até mesmo em grandes áreas.

6. (Upf) Analise a caracterização da unidade de relevo apresentada a seguir e assinale a alternativa que a identifica. Unidade do relevo brasileiro cujo arcabouço consiste em bacias de sedimentação recente, formada por deposições ocorridas no período Quaternário. Nessa forma, predomina o processo de acumulação de sedimentos sobre o processo de desgaste. Suas superfícies apresentam-se notavelmente aplainadas e, embora predomine em baixas altitudes, é encontrada também em altitudes maiores. a) Planície. b) Planalto. c) Depressão. d) Escarpa. e) Chapada.

GUERRA, A. J. T. Processos erosivos nas encostas. In: GUERRA, A. J. T.; CUNHA, S. B. Geomorfologia: uma atualização de bases e conceitos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007 (adaptado).

A preservação do solo, principalmente em áreas de encostas, pode ser uma solução para evitar catástrofes em função da intensidade de fluxo hídrico. A prática humana que segue no caminho contrário a essa solução é a) a aração. b) o terraceamento. c) o pousio. d) a drenagem. e) o desmatamento.

7. (Ufrgs)

5. (Enem)

Identifique, no mapa, as unidades geomorfológicas do Rio Grande do Sul, que correspondem às características indicadas abaixo.

Muitos processos erosivos se concentram nas encostas, principalmente aqueles motivados pela água e pelo vento. No entanto, os reflexos também são sentidos nas áreas de baixada, onde geralmente há ocupação urbana.

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[Geografia II] (

) Área de elevada altitude, originalmente recoberta por matas e campos onde, atualmente, predomina a agricultura. ( ) Área com topografia que decai para oeste em direção ao rio Uruguai. Apresenta coxilhas recobertas por campos e pastagens entremeados de matas galerias ao longo dos rios. ( ) Área caracterizada por baixas altitudes, formada de rochas sedimentares que compõem colinas, ora de topo plano, ora de topo arredondado. ( ) Área formada por rochas muito antigas, altamente falhadas e dobradas. Apresenta um relevo caracterizado pelos afloramentos rochosos e áreas de deposição mais rebaixadas. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é a) 4 – 1 – 3 – 5. b) 4 – 2 – 1 – 3. c) 4 – 5 – 3 – 1. d) 5 – 1 – 3 – 2. e) 5 – 2 – 4 – 3.

IV. O Lineamento Transbrasiliano é uma faixa de instabilidade geológica e atinge estados das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do Brasil. É correto apenas o que se afirma em: a) I e IV. b) II, III e IV. c) I e II. d) III e IV. e) I, II e III. 9. (Ufrgs) Sobre os aspectos físicos do Rio Grande do Sul, considere as seguintes afirmações. I. O Estado apresenta variedade geomorfológica: planícies, planaltos e depressões. II. A Bacia Hidrográfica do rio Camaquã, que cobre o setor norte e oeste do Estado, apresenta potencial de navegação e potencial hidrelétrico. III. A cobertura vegetal é composta por áreas de floresta tropical, mata de araucárias, mangues e campos. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. e) I, II e III.

8. (Upf) Analise o mapa a seguir e as afirmativas sobre a atividade sísmica no Brasil.

10. (Unisc) Assinale a alternativa incorreta no que se refere à dinâmica de placas tectônicas. a) As dorsais oceânicas, também conhecidas como cordilheiras oceânicas, apresentam grandes elevações de altitude em relação às áreas circundantes. Elas são formadas em função de fendas ocasionadas pelo afastamento de placas divergentes. b) No que se refere aos movimentos transformantes, não há choque direto, contudo, podem ocorrer tremores de terra em função do atrito causado pelo deslocamento das placas. c) A convergência entre placas oceânicas e placas continentais faz com que as primeiras, por serem menos densas, provoquem o afundamento das segundas. d) A subducção, relacionada aos movimentos convergentes, ocorre nos casos em que uma placa afunda sob a outra. Ela dá origem a fossas oceânicas e cadeias montanhosas. e) Placas convergentes, com densidades iguais, se comprimem de modo a ocasionar orogênese. O Himalaia, por exemplo, é formado em função deste tipo de dinâmica.

I. Ainda que o Brasil não esteja sujeito a fortes tremores, esses eventos são frequentes no país. II. O maior tremor no Brasil foi registrado no norte da região Sul em 1955 e chegou a atingir a magnitude de 6,6 na Escala Richter. III. O Brasil está localizado no centro da plataforma sulamericana e, como tal, registra sismos que se equivalem aos dos países andinos.

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[Geografia II] 11. (Upf) Analise as afirmações sobre origem e tipos de rochas e marque a afirmativa incorreta. a) O processo de solidificação das rochas magmáticas intrusivas é lento e ocorre no interior da crosta terrestre. O granito é um exemplo. b) As rochas magmáticas extrusivas têm origem vulcânica e resultam de um rápido processo de resfriamento e solidificação do magma na superfície terrestre. O basalto é um exemplo. c) Rochas metamórficas resultam do acúmulo de partículas de matéria orgânica, que se solidificam em elevadas temperaturas, como o gás natural. d) Os afloramentos basálticos do arquipélago de Fernando de Noronha são exemplos de rochas magmáticas extrusivas. e) As rochas sedimentares, como arenito, carvão mineral e calcário, são originadas de acúmulos de sedimentos. O carvão mineral é uma das fontes de energia no mundo atual.

14. (Enem) Tipologia da área Bacias naturais/florestas Bacias com ocupação agrícola/cultivos Bacias com ocupação residencial Bacias com ocupação urbana pesada

% de chuva retida no escoada local 80 a 100 0 a 20

40 a 60

40 a 60

40 a 50

50 a 60

0 a 10

90 a 100

MACHADO, P. J. O.; TORRES, F. T. P. Introdução à hidrogeografia. São Paulo: Cengage Learning, 2012 (adaptado).

A leitura dos dados revela que as áreas com maior cobertura vegetal têm o potencial de intensificar o processo de a) erosão laminar. b) intemperismo físico. c) enchente nas cidades. d) compactação do solo. e) recarga dos aquíferos.

12. (Ufrgs) Assinale a afirmação correta sobre o relevo da superfície terrestre e sua constante transformação. a) O relevo terrestre é o resultado da ação de tectonismo, chuva, vento, cursos d'água, mares, geleira, sem envolver a ação antrópica. b) A ação do agente de erosão fluvial é considerada predominante em ambientes de climas com elevado regime de precipitação e gera formas de relevo chamadas fiordes. c) A ação do vento em ambientes desérticos e costeiros promove um processo deposicional contínuo e a ausência de processos erosivos. d) O intemperismo químico das rochas é responsável pelo processo progressivo de dissolução e pela ação da chuva e dos cursos d'água. e) As planícies envolvem elevações superiores a 200 metros e são diferenciadas das depressões, as quais estão relacionadas a prolongados processos de erosão em sua gênese.

15. (Enem) O desgaste acelerado sempre existirá se o agricultor não tiver o devido cuidado de combater as causas, relacionadas a vários processos, tais como: empobrecimento químico e lixiviação provocados pelo esgotamento causado pelas colheitas e pela lavagem vertical de nutrientes da água que se infiltra no solo, bem como pela retirada de elementos nutritivos com as colheitas. Os nutrientes retirados, quando não repostos, são comumente substituídos por elementos tóxicos, como, por exemplo, o alumínio. LEPSCH, I. Formação e conservação dos solos. São Paulo: Oficina de Textos, 2002 (adaptado). A dinâmica ambiental exemplificada no texto gera a seguinte consequência para o solo agricultável: a) Elevação da acidez. b) Ampliação da salinidade. c) Formação de voçorocas. d) Remoção da camada superior. e) Intensificação do escoamento superficial.

13. (Enem) A presunção de que a superfície das chapadas e chapadões representa uma velha peneplanície é a corroborada pelo fato de que ela é coberta por acumulações superficiais, tais como massas de areia, camadas de cascalhos e seixos e pela ocorrência generalizada de concreções ferruginosas que formam uma crosta laterítica, denominada “canga”. WEIBEL, L. Disponível em: http://biblioteca.ibge.gov.br. Acesso em: 8 jul. 2015 (adaptado).

1. C 8. A 15. A

Qual tipo climático favorece o processo de alteração do solo descrito no texto? a) Árido, com deficit hídrico. b) Subtropical, com baixas temperaturas. c) Temperado, com invernos frios e secos. d) Tropical, com sazonalidade das chuvas. e) Equatorial, com pluviosidade abundante.

8

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2. D 9. A

GABARITO UNIDADE 6 3. C 4. E 5. A 10. C 11. C 12. D

6. A 13. D

7. C 14. E


[Geografia II]

2. Hidrografia

4. (ENEM)

1. (ENEM) Os dois principais rios que alimentavam o Mar de Aral, Amurdarya e Sydarya, mantiveram o nível e o volume do mar por muitos séculos. Entretanto, o projeto de estabelecer e expandir a produção de algodão irrigado aumentou a dependência de várias repúblicas da Ásia Central da irrigação e monocultura. O aumento da demanda resultou no desvio crescente de água para a irrigação, acarretando redução drástica do volume de tributários do Mar de Aral. Foi criado na Ásia Central um novo deserto, com mais de 5 milhões de hectares, como resultado da redução em volume. TUNDISI, J. G. Água no século XXI: enfrentando a escassez. São Carlos: Rima, 2003. A intensa interferência humana na região descrita provocou o surgimento de uma área desértica em decorrência da a) erosão. b) salinização. c) laterização. d) compactação. e) sedimentação.

A preservação da sustentabilidade do recurso natural exposto pressupõe a) impedir a perfuração de poços. b) coibir o uso pelo setor residencial. c) substituir as leis ambientais vigentes. d) reduzir o contingente populacional na área. e) introduzir a gestão participativa entre os municípios.

5. (UFRGS) Os oceanos são grandes fontes de alimento pela riqueza de sua vida marinha, embora, nos últimos tempos, venham enfrentando problemas ambientais, provocados por ações humanas. Considere as seguintes afirmações sobre os problemas ambientais dos oceanos. I. As águas oceânicas recebem todos os produtos derivados de atividades industriais, mas suas grandes extensões reduzem a concentração dos poluentes, não oferecendo grandes riscos à fauna marinha. II. A pesca predatória, em escala industrial, retira do mar milhares de toneladas de peixes sem nenhum controle quanto à seleção das espécies e à época de reprodução de cada uma, o que pode levar cardumes inteiros ao desaparecimento. III. Os acidentes de manutenção nas plataformas de gás e petróleo são responsáveis pela maior parte das descargas de óleo nos oceanos. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas II e III. e) I, II e III.

2. (ENEM) Algumas regiões do Brasil passam por uma crise de água por causa da seca. Mas, uma região de Minas Gerais está enfrentando a falta de água no campo tanto em tempo de chuva como na seca. As veredas estão secando no norte e no noroeste mineiro. Ano após ano, elas vêm perdendo a capacidade de ser a caixa-d’água do grande sertão de Minas. VIEIRA. C. Degradação do solo causa perda de fontes de água de famílias de MG. As veredas têm um papel fundamental no equilíbrio hidrológico dos cursos de água no ambiente do Cerrado, pois a) colaboram para a formação de vegetação xerófila. b) formam os leques aluviais nas planícies das bacias. c) fornecem sumidouro para as águas de recarga da bacia. d) contribuem para o aprofundamento dos talvegues à jusante. e) constituem um sistema represador da água na chapada. 3. (Imed) Barreira próxima à praia que diminui ou bloqueia o movimento das ondas. Pode ser de origem biológica, quando constituída por carapaças de animais marinhos, ou arenosa, quando formada por uma restinga que se consolida em rocha sedimentar. O trecho conceitua a morfologia litorânea denominada: a) Recife. b) Península. c) Cabo. d) Golfo. e) Enseada.

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[Geografia II] 6. (PUCRS) Examine as figuras abaixo, que representam perfis longitudinais de diferentes rios, e as afirmativas que seguem.

quando ele deságua no oceano, formando canais e ilhas. ( ) Cursos de água, localizados em regiões com índices pluviométricos anuais altos, possuem regime fluvial perene. ( ) Cheias ou inundações dos cursos de água ocorrem na estação mais chuvosa; e as vazantes, nas estações de menor precipitação. ( ) Canalização é o processo pelo qual o curso de água é conduzido por meio de canais ou valas escavadas, retilinizando seu leito e regularizando sua direção. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é a) V – F – F – V. b) F – V – V – V. c) V – V – F – F. d) F – F – V – V. e) V – V – V – F.

I. A competência de transporte de sedimentos é menor no rio da figura 1. II. O rio da figura 1 tem maior potencial hidroenergético. III. O rio da figura 2 apresenta perfis transversais com vales estreitos e profundos. IV. A capacidade de sedimentação é maior no rio da figura 2. Estão corretas apenas as afirmativas a) I e II. b) II e IV. c) III e IV. d) I, II e III. e) II, III e IV.

9. (UCS) Um rio, em seu percurso da nascente até a foz, retira, transporta e deposita materiais ou sedimentos. Observe a gravura abaixo, de um rio que corre em área plana, formando curvas.

7. (PUCRS) Leia a informação e analise o croqui a seguir. As bacias hidrográficas são constituídas pelas vertentes e pela rede de rios principais, afluentes e subafluentes, cujo conjunto forma a chamada rede de drenagem. Essa drenagem origina os padrões (desenhos) que os canais fluviais configuram sobre a superfície da bacia hidrográfica.

As curvas formadas pelo rio, representado na figura acima, recebem a denominação de a) abrasões. b) drenagens. c) meandros. d) erosões fluviais. e) bancos fluviais.

O padrão de drenagem acima exemplificado classificase como a) radial. b) retilíneo. c) dendrítico. d) entrelaçado. e) meandrante.

10. (UFRGS) As figuras abaixo representam as alterações nos volumes de balanço hídrico entre um cenário sem urbanização e um urbanizado no Brasil.

8. (UFRGS) Uma pequena parte de água doce do planeta flui, no estado líquido, por cursos de água e lagos nas áreas continentais. Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações sobre as águas continentais superficiais. ( ) Foz de curso de água em forma de estuário ocorre

[84]


[Geografia II] se por Paraguai, Uruguai, Argentina e oito estados brasileiros. II. Possui 100% de água potável, disponível e suficiente para o abastecimento de todos os moradores da América do Sul pelos próximos 2.500 anos. III. Apresenta heterogeneidade, com relação a sua potencialidade, com poços secos em camadas quase impermeáveis, que isolam outras camadas aquíferas de boa permeabilidade e poços de ótima vazão, o que significa que nem sempre é possível obter água potável de boa qualidade nesse sistema. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e III. e) I, II e III.

Considere as seguintes afirmações sobre os efeitos da urbanização na dinâmica do balanço hídrico. I. A infiltração no solo é reduzida, mantendo estável o nível do lençol freático. II. O volume de escoamento superficial aumenta devido à retirada da superfície permeável e da cobertura vegetal. III. As perdas por evapotranspiração são mais intensas no cenário urbanizado. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e III. e) I, II e III.

13. (UFRGS) Sobre os aspectos físicos do Rio Grande do Sul, considere as seguintes afirmações. I. O Estado apresenta variedade geomorfológica: planícies, planaltos e depressões. II. A Bacia Hidrográfica do rio Camaquã, que cobre o setor norte e oeste do Estado, apresenta potencial de navegação e potencial hidrelétrico. III. A cobertura vegetal é composta por áreas de floresta tropical, mata de araucárias, mangues e campos. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. e) I, II e III.

11. (UFRGS) As figuras abaixo representam uma comparação entre um riacho natural e outro canalizado.

14. (PUCRS) Para responder à questão, leia o texto e considere as afirmativas a seguir. As correntes marítimas ou oceânicas envolvem grandes volumes de massas de água salgada que se deslocam no interior dos oceanos. As diferentes correntes que circulam nos oceanos, em geral, apresentam características próprias de salinidade, temperatura e densidade, fazendo com que elas não se misturem facilmente. I. A existência das correntes marítimas está basicamente associada à ação dos ventos sobre a superfície da água. II. As principais correntes oceânicas se propagam em direção contrária em cada um dos hemisférios, em função do efeito coriolis do planeta. III. A zona equatorial apresenta maior temperatura, evaporação e umidade; portanto, nessa região, as correntes oceânicas tendem a apresentar águas com maior salinidade. IV. O litoral brasileiro é dominado pela ação de correntes quentes; entretanto, durante o inverno, a corrente fria das Falklands, ou Malvinas, atua nas áreas costeiras ao sul do País. Estão corretas apenas as afirmativas a) I e II. b) I e IV. c) II e III. d) II e IV. e) III e IV.

Considere as seguintes afirmações, sobre os efeitos da canalização na dinâmica de um curso d’água. I. A retirada da cobertura vegetal ocasiona o desaparecimento da sombra, causando danos à flora e aos organismos aquáticos sensíveis ao calor. II. A eliminação dos meandros fluviais e da cobertura vegetal aumenta a velocidade das águas do riacho. III. A canalização consiste em retilinizar, aprofundar e revestir leitos fluviais, com o objetivo de aumentar a capacidade de infiltração dos solos e, assim, diminuir o extravasamento do leito fluvial. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. e) I, II e III. 12. (UFRGS) Considere as afirmações abaixo, sobre o Sistema Aquífero Guarani. I. É um gigantesco reservatório de água subterrânea, que abrange cerca de 1,2 milhão de km² espalhando-

[85]


[Geografia II] 15. (Imed) Observe o mapa a seguir, representativo das bacias hidrográficas brasileiras:

17. (UPF) Em relação ao Sistema Aquífero Guarani, é correto afirmar que: a) trata-se de um dos maiores e mais importantes reservatórios de águas superficiais conhecidos no mundo. b) constitui um corpo hídrico subterrâneo e transfronteiriço, abrangendo parte dos territórios do Brasil, da Argentina, do Paraguai e do Uruguai. c) contempla, como todos os aquíferos, grandes depósitos de águas doces invisíveis, o que facilita a preservação e o monitoramento da sua captação. d) se situa na bacia hidrográfica do Amazonas, em terreno de formação sedimentar. e) abrange, em território brasileiro, estados das regiões Centro-Oeste, Norte e Sudeste.

A parte destacada no mapa identifica a bacia hidrográfica do: a) Paraguai. b) Paraná. c) Uruguai. d) Atlântico Sul. e) Parnaíba.

18. (UFRGS) Considere as seguintes afirmações sobre rios e bacias hidrográficas brasileiras. I. O rio Amazonas é considerado um rio de planície, navegável e com baixo potencial hidroelétrico. II. Os rios Negro, Trombetas e Jari estão entre os maiores e mais importantes afluentes do Amazonas, pela margem direita, e dispõem de grande potencial para gerar energia hidroelétrica. III. Os principais afluentes da Bacia Tocantins-Araguaia têm potencial hidroelétrico, formando a maior bacia localizada totalmente em território brasileiro. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas III. c) Apenas I e III. d) Apenas II e III. e) I, II e III.

16. (UCS) O Brasil tem um grande potencial em sua rede hidrográfica, por apresentar rios caudalosos, grande volume d’água, predomínio de rios perenes, de foz em estuário, de regime pluvial de drenagem exorreica, de grande potencial hidráulico e outros. Observe o mapa das bacias hidrográficas brasileiras.

19. (UFRGS) O Brasil é um país com grande disponibilidade de recursos hídricos, mas enfrenta o problema de escassez de água potável em alguns lugares. A esse respeito, considere as seguintes afirmações. I. As Regiões Sul e Sudeste concentram o maior potencial hídrico e o maior contingente populacional do país. II. A Região Nordeste possui o menor potencial hídrico do país e o segundo maior contingente populacional entre as demais regiões do Brasil. III. A impermeabilização do solo urbano e a manutenção dos índices de crescimento populacional, nas grandes cidades brasileiras, garantem a disponibilidade de água potável. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas II e III. e) I, II e III.

A linha que vai de “A” a “B” passa sobre três bacias hidrográficas, que são a) Amazônica, do Tocantins-Araguaia, do Nordeste. b) do São Francisco, do Nordeste, do Leste. c) Platina, do São Francisco, do Sul-Sudeste. d) do Tocantins-Araguaia, do São Francisco, do Leste. e) do Norte, Platina, do Leste.

1. B 8.B 15.C

[86]

2.E 9.C 16.D

GABARITO UNIDADE 7 3.A 4.E 5.D 10.B 11.D 12.D 17.B 18.C 19.B

6.B 13.A

7.E 14.D


[Geografia II]

3. Clima

AYOADE, J. O. Introdução à climatologia para os trópicos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010 (adaptado).

1. (ENEM)

Considerando o tipo de relação entre ser humano e condição climática apresentado no texto, uma sociedade torna-se mais vulnerável quando a) concentra suas atividades no setor primário. b) apresenta estoques elevados de alimentos. c) possui um sistema de transporte articulado. d) diversifica a matriz de geração de energia. e) introduz tecnologias à produção agrícola.

3. (ENEM)

As temperaturas médias mensais e as taxas de pluviosidade expressas no climograma apresentam o clima típico da seguinte cidade: a) Cidade do Cabo (África do Sul), marcado pela reduzida amplitude térmica anual. b) Sydney (Austrália), caracterizado por precipitações abundantes no decorrer do ano. c) Mumbai (Índia), definido pelas chuvas monçônicas torrenciais. d) Barcelona (Espanha), afetado por massas de ar seco. e) Moscou (Rússia), influenciado pela localização geográfica em alta latitude.

Nas imagens constam informações sobre a formação de brisas em áreas litorâneas. Esse processo é resultado de a) uniformidade do gradiente de pressão atmosférica. b) aquecimento diferencial da superfície. c) quedas acentuadas de médias térmicas. d) mudanças na umidade relativa do ar. e) variações altimétricas acentuadas.

2. (ENEM) A interface clima/sociedade pode ser considerada em termos de ajustamento à extensão e aos modos como as sociedades funcionam em uma relação harmônica com seu clima. O homem e suas sociedades são vulneráveis às variações climáticas. A vulnerabilidade é a medida pela qual a sociedade é suscetível de sofrer por causas climáticas.

[87]


[Geografia II] 4. (ENEM)

6. (UFRGS) Observe os gráficos de temperatura e precipitação do mês de julho em Porto Alegre, entre os anos de 2010 e 2015.

Umidade relativa do ar, por região do país, para o dia 28/08/2014 Regiões Umidade relativa (intervalo médio) Norte 60  70% Nordeste 90  100% Centro-Oeste 55  65% Sudeste 65  75% Sul 90  70% No dia em que foram colhidos os dados meteorológicos apresentados, qual fator climático foi determinante para explicar os índices de umidade relativa do ar nas regiões Nordeste e Sul? a) Altitude, que forma barreiras naturais. b) Vegetação, que afeta a incidência solar. c) Massas de ar, que provocam precipitações. d) Correntes marítimas, que atuam na troca de calor. e) Continentalidade, que influencia na amplitude da temperatura.

Assinale a alternativa que explica corretamente o que está representado. a) O fenômeno La Niña, forte no último inverno, aumenta a nebulosidade e os volumes de precipitação, o que causa aquecimento da atmosfera e aumento das temperaturas. b) O aumento das médias de temperatura e de precipitação explica-se pela atuação do fenômeno El Niño, que aquece as águas do oceano Pacífico. c) O aquecimento global aumenta a nebulosidade e mantém a atmosfera aquecida, elevando as temperaturas mínimas e mantendo as máximas mais baixas. d) A poluição atmosférica crescente causa o aumento da temperatura nos meses de inverno, pela pouca dispersão dos poluentes, e aumenta as precipitações. e) O aumento das médias de temperatura e de precipitação deve-se ao aquecimento das águas do oceano Atlântico e ao maior aporte de umidade trazido pela massa tropical atlântica.

5. (ENEM) A convecção na Região Amazônica é um importante mecanismo da atmosfera tropical e sua variação, em termos de intensidade e posição, tem um papel importante na determinação do tempo e do clima dessa região. A nebulosidade e o regime de precipitação determinam o clima amazônico. FISCH, G.; MARENGO, J. A.; NOBRE, C. A. “Uma revisão geral sobre o clima da Amazônia”. Acta Amazônica. O mecanismo climático regional descrito está associado à característica do espaço físico de a) resfriamento da umidade da superfície. b) variação da amplitude de temperatura. c) dispersão dos ventos contra-alísios. d) existência de barreiras de relevo. e) convergência de fluxos de ar.

[88]


[Geografia II] 7. (UPF)

9. (UFRGS) Observe o gráfico abaixo.

Assinale a alternativa que indica corretamente o tipo climático representado e suas características. a) Clima temperado, com temperaturas acima de 30 C no verão e abaixo de 10 C no inverno, com chuvas regulares durante o ano. b) Clima semiárido, com chuvas abaixo de 20mm, durante todo o ano. c) Clima tropical, com verão chuvoso e temperaturas acima de 20 C, inverno seco com temperaturas mais amenas. d) Clima equatorial, com temperaturas elevadas, durante todo o ano, e precipitações regulares. e) Clima subtropical com inverno chuvoso e temperaturas amenas, verão seco com temperaturas acima de 20 C.

Associe as figuras I, II e III às características das chuvas (

) A evaporação e a ascensão de ar úmido e o resfriamento adiabático desse ar provocam esse tipo de chuva comum no verão. ( ) Resultam do encontro de duas massas de ar, com características diferentes, uma fria e a outra quente. ( ) Quando nuvens encontram obstáculos como serras ou montanhas, ocasionando o seu resfriamento e provocando condensação e precipitação. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: a) I, II, III. b) III, I, II. c) III, II, I. d) I, III, II. e) II, III, I.

10. (UFRGS) Observe o trecho abaixo. Chovia meses inteiros, anos inteiros. A chuva caía em fios como compridas agulhas de vidro que se partiam nos tetos, ou chegavam em ondas transparentes contra as janelas, e cada casa era uma nave que dificilmente chegava ao porto naquele oceano de inverno. ( ... )Esta chuva fria do sul da América não tem as rajadas impulsivas da chuva quente que cai como um látego e passa deixando o céu azul. Pelo contrário, a chuva austral tem paciência e continua sem fim, caindo do céu cinzento. Pablo Neruda. Confesso que vivi: memórias. Rio de Janeiro: Difel, 1977. p. 7-8.

8. (ULBRA) Qual a alternativa correta para a afirmação abaixo? É um fenômeno que se forma em determinados períodos com o enfraquecimento dos ventos alísios, que frequentemente sopram as águas aquecidas do oceano Pacífico de Leste para Oeste, gerando aquecimento anormal das águas do Pacífico Leste. a) Inversão térmica. b) La niña. c) El niño. d) Ressurgência marinha. e) Ilhas de calor.

Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, a massa de ar responsável pelo regime de precipitação descrito acima e o país onde ele ocorre. a) massa de ar polar pacífica; Chile b) massa de ar polar atlântica; Paraguai c) massa de ar polar pacífica; Colômbia d) massa de ar tropical continental; Uruguai e) massa de ar tropical atlântica; Argentina

[89]


[Geografia II] 11. (UCS) Analise os três climogramas a seguir:

I

II

III

a)

Clima Equatorial

Clima Polar

b)

Clima Tropical Clima Tropical Úmido Clima Equatorial

Clima Desértico Clima Temperado Continental Clima Temperado Mediterrâneo Clima Temperado Continental

Clima Temperado Mediterrâneo Clima Tropical de Altitude Clima Tropical Semiárido

c)

d)

e)

Clima Temperado Oceânico

12. (UFRGS) hemisfério sul.

Clima Tropical Semiárido Clima Equatorial

Analise os climogramas abaixo, no

Comparando esses climogramas, é possível afirmar que a) o 1 apresenta as variações mais significativas de pluviosidade e temperatura, indicando um clima equatorial úmido. b) o 2 apresenta uma relação direta entre pluviosidade e temperatura, indicando um clima com verões quentes e úmidos. c) o 3 apresenta uma relação inversa entre pluviosidade e temperatura, indicando um clima com invernos úmidos. d) o 1 e o 2 apresentam condições de considerável pluviosidade nos meses de temperaturas mais altas. e) o 2 e o 3 indicam variações significativas de pluviosidade e temperatura, com estações definidas para ambos.

Assinale a alternativa que aponta para os tipos climáticos representados, respectivamente, nos climogramas I, II e III.

[90]


[Geografia II] 13. (UPF) Sobre o processo de desertificação, características e localização dos desertos, não é correto afirmar: a) Observando-se a distribuição espacial das áreas desérticas, constata-se que elas estão, invariavelmente, localizadas em áreas de planície. b) As áreas de desertos caracterizam-se pelo baixo índice pluviométrico e pela forte amplitude térmica. c) Os desertos quentes estão localizados nas proximidades dos trópicos, como os desertos do Saara, ao norte, e o de Kalaari, ao sul da África. d) O deserto de Atacama, na parte setentrional do Chile, originou-se pela presença de barreiras montanhosas que impedem a entrada de massas úmidas do oceano. e) A desertificação é um processo de degradação das terras nas regiões áridas, semiáridas e subúmidas secas, resultantes de variações climáticas e atividades humanas.

de altitude, semiárido. d) equatorial, tropical, semiárido, litorâneo, tropical de altitude, subtropical. e) tropical de altitude, equatorial, semiárido, litorâneo, subtropical, tropical. 16. (UFRGS) Observe a sequência de mapas, elaborados a partir de imagens de satélite, que mostram o deslocamento de uma frente fria sobre o Brasil, entre os dias 06 e 10 de agosto de 2007.

14. (UFRGS) Considere as seguintes afirmações em relação à ocorrência dos desertos. I. A presença dos ventos alísios nas zonas tropicais é determinante para a ocorrência de desertos. II. As correntes frias oceânicas, a exemplo das correntes de Humboldt e Benguela, contribuem para as formações desérticas do Atacama e da Namíbia. III. A presença dos ventos das Monções é a causa principal da formação desértica do Saara, o maior deserto do planeta. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas II e III. e) I, II e III. 15. (UCS) Observe o mapa abaixo.

Assinale a alternativa que melhor caracteriza a condição de tempo atmosférico na sequência dos dias. a) Em 10/08/07, o tempo atmosférico sobre o Rio Grande do Sul está estável, porém as temperaturas estão mais baixas que em 06/08/07. b) Em 06/08/07, as temperaturas caem bruscamente e uma intensa tempestade atinge a Região Sul. c) Em 08/08/07, após a passagem da frente fria, as temperaturas voltam a subir, mas a nebulosidade sobre o Sul do Brasil é intensa. d) Em 10/08/07, a nebulosidade dissipa-se no Rio Grande do Sul, pois a frente fria migrou para o sul do oceano Atlântico. e) Em 08/08/07, a frente fria já passou pela Região Sul, deixando um rastro de nuvens, característico do tempo atmosférico pós-frente fria.

Assinale a alternativa que indica correta e respectivamente os climas representados, na figura, pelos números 1, 2, 3, 4, 5 e 6. a) equatorial, tropical, semiárido, litorâneo, subtropical, tropical de altitude. b) tropical, equatorial, semiárido, litorâneo, subtropical, tropical de altitude. c) equatorial, tropical, litorâneo, subtropical, tropical

[91]


[Geografia II] 17. (PUCRS) Analise os climogramas abaixo, que representam os principais domínios climáticos brasileiros, e preencha os parênteses com a legenda correspondente.

a)

temperaturas – temperaturas – chuvas – temperaturas – chuvas b) chuvas – chuvas – chuvas – precipitação – chuvas c) chuvas – temperaturas – temperaturas – ventos – temperaturas d) ventos – chuvas – temperaturas – precipitação – temperaturas e) ventos – chuvas – ventos – ventos – chuvas 19. (UFRGS) Leia o texto abaixo. Depois de umas enormes formações rochosas, que aqui pareciam torres, nada mais se viu senão areia e areia. Muito vento, do nordeste. [...] Sentado à mesa em que escrevo, estou vendo o forte do Rio Grande, precário daqui, parece muito frágil. Nenhuma pedra, só uma elevação coberta aqui e ali com capim. [...] A paisagem é insípida, batida pelo vento. Vento que levanta a areia e cobre a praia de uma tênue camada branca. ASSIS BRASIL, Luiz Antônio de. Um quarto de légua em quadro. Porto Alegre: Editora Movimento, 1976. O que é descrito no texto, de forma literária? a) A Planície Costeira e a atuação da Massa Polar Atlântica. b) A Depressão Central e a atuação da Massa Tropical Atlântica. c) O Escudo Sul-rio-grandense e a atuação da Massa Tropical Atlântica. d) A Planície Costeira e a atuação da Massa Tropical Atlântica. e) O Planalto e a atuação da Massa Polar Atlântica.

( ) tropical ( ) subtropical ( ) equatorial ( ) tropical semiárido A numeração correta, de cima para baixo, é a) 1 – 2 – 4 – 3 b) 1 – 3 – 4 – 2 c) 2 – 3 – 1 – 4 d) 2 – 4 – 1 – 3 e) 3 – 1 – 2 – 4 18. (UCS) Leia o excerto a seguir: A ocorrência de ______ abaixo da média no norte da Região Norte e acima da média na Região Sul do Brasil, no decorrer do último trimestre, como previsto em abril passado, foi, em parte, associada ao fenômeno El Niño, em curso no Oceano Pacífico Equatorial, com intensidade moderada. [...] As _______ continuaram abaixo da média histórica sobre o norte da Região Norte e também no sudoeste do Amazonas e no Acre, durante julho de 2014. Neste mês, a passagem de perturbações na média e alta troposfera, aliada à incursão de sistemas frontais favoreceu o excesso de _______ principalmente no sul das Regiões Sul e Centro-Oeste. Em contrapartida, houve deficit pluviométrico em Santa Catarina e no leste do Paraná e São Paulo. Já a faixa leste da Região Nordeste continuou apresentando irregularidade na distribuição de anomalias de _________, com destaque para as _________ acima da média entre o litoral de Alagoas e o sul da Bahia. Disponível em: <http://infoclima.cptec.inpe.br/>. Acesso em: 01 set. 14.

20. (UFRGS) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do enunciado abaixo, na ordem em que aparecem. Na cidade de Alegrete, na fronteira oeste do estado do Rio Grande do Sul, a amplitude térmica anual é __________ que na cidade de Tramandaí, localizada no litoral norte, devido à __________. Já na cidade de São Francisco de Paula, localizada no Planalto Meridional, as temperaturas médias sofrem a influência da __________, que as __________. a) menor - maritimidade - latitude - aumenta b) maior - continentalidade - altitude - diminui c) igual - maritimidade - altitude - mantém d) maior - continentalidade - latitude - mantém e) igual - continentalidade - altitude - diminui

1. E 8.C 15.A

Com base no texto, é possível perceber que se trata de um fenômeno natural que está afetando diferentes regiões brasileiras. Assinale a alternativa que completa correta e respectivamente as lacunas do texto.

[92]

2.A 9.C 16.A

GABARITO UNIDADE 3 3.B 4.C 5.E 10.A 11.A 12.E 17.D 18.B 19.D

6.B 13.A 20.B

7.B 14.B


[Geografia II]

4. Vegetação

3. (UFRGS) Observe o mapa abaixo.

1. (UPF) Analise as informações sobre os tipos de vegetação e sua ocorrência no espaço mundial. - Trata-se de uma vegetação rasteira, de ciclo vegetativo muito curto, limitando-se aos meses de primavera e verão. É típica de regiões de altas latitudes, aparecendo nos continentes americano, europeu e asiático. - Vegetação típica de clima frio é encontrada em altas latitudes do Hemisfério Norte, cobrindo grande parte do território russo. Predominam as coníferas, utilizadas na produção de madeira, papel e celulose. - Trata-se de uma vegetação arbustiva. Embora encontrada em pequenas áreas da América e da Austrália, seu reduto característico é o sul da Europa e norte da África, região marcada por verões quentes e secos. Destaca-se o cultivo da oliveira. É correto afirmar que as descrições apresentadas, pela ordem, de cima para baixo, identificam: a) pradaria, taiga, mediterrânea. b) estepe, floresta tropical, savana. c) manguezal, tundra, cerrado. d) tundra, taiga, floresta equatorial. e) tundra, taiga, mediterrânea.

Em relação às áreas sombreadas do mapa, são feitas as seguintes afirmações. I. Essas áreas apresentam clima temperado continental com alta amplitude térmica diária. II. Nelas, as alterações antrópicas no meio natural são contínuas, e, por isso, a vegetação (taiga, pradaria, mediterrânea, campos, etc.) raramente é encontrada em sua forma original. III. Nelas, ocorre confronto de massas de ar entre frentes frias, oriundas das massas polares continentais ou marítimas, e frentes quentes, originárias de massas tropicais, continentais ou marítimas. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. 2. (UPF) Estabeleça a relação entre as duas colunas, c) Apenas I e II. considerando as principais formações vegetais do planeta. d) Apenas II e III. . Floresta Tropical ( ) Própria de verões quentes e secose) eI, invernos II e III. amenos. No sul da Europa foi intensamente desmatada para o cultivo de oliveiras e 4. (UFRGS) No bloco superior, abaixo, são listados os videiras. nomes de quatro biomas brasileiros; no inferior, ( ) Ocorre em altas latitudes do hemisfério Norte, típica de clima caracterizações de três deles. temperado. Predominam as coníferas, bastante exploradas para a Associe adequadamente as caracterizações aos 2. Mediterrânea utilização de madeira e fabricação de papel. respectivos biomas. ( ) Composta basicamente por gramíneas, ocorre em áreas de clima 1. Floresta Ombrófila Mista temperado e solos ricos em matéria2.orgânica. Floresta Ombrófila Densa 3. Floresta Paludosa ( ) Ocorre em áreas delimitadas pelos trópicos, com temperaturas e 3. Pradaria 4. Manguezal pluviosidade elevadas. Concentra a maior biodiversidade entre os ( ) Desenvolve-se em áreas permanentemente demais biomas. inundadas e com águas de circulação lenta. ( ) Utilizada como pastagem, é encontrada Pampas argentinos, no ( ) nos Encontra-se sob clima subtropical, sem estação Uruguai e no sul do Brasil. Originalmente, praticamente secaocupou e, embora haja dominância de urna metade da área do Rio Grande do Sul. 4. Taiga espécie (Araucaria angustifólla), apresenta urna submata desenvolvida. A ordem correta da relação estabelecida está na ( ) um bioma de Interface situado sobre pântano opção: salobro, composto pela mistura de águas da a) 2, 4, 3, 1, 3. drenagem dos continentes e do oceano b) 1, 4, 3, 2, 3. Atlântico. c) 2, 1, 3, 2, 4. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, d) 2, 1, 4, 3, 4. de cima para baixo, é e) 3, 1, 4, 1, 3. a) 4 — 3 — 2. b) 3 — 1 — 4. c) 3 — 2 — 1. d) 2 — 1 — 4. e) 3 — 4 — 2.

[93]


[Geografia II] 5. (ENEM) Ao destruir uma paisagem de árvores de troncos retorcidos, folhas e arbustos ásperos sobre os solos ácidos, não raro laterizados ou tomados pelas formas bizarras dos cupinzeiros, essa modernização lineariza e aparentemente não permite que se questione a pretensão modernista de que a forma deve seguir a função.

solo, lembrando um bracejar imenso, de tortura, da flora agonizante… CUNHA, E. Os sertões. Disponível em: http://pt.scribd.com. Acesso em: 2 jun. 2012. Os elementos da paisagem descritos no texto correspondem a aspectos biogeográficos presentes na a) composição de vegetação xerófila. b) formação de florestas latifoliadas. c) transição para mata de grande porte. d) adaptação à elevada salinidade. e) homogeneização da cobertura perenifólia.

HAESBAERT, R. “Gaúchos” e baianos no “novo” Nordeste: entre a globalização econômica e a reinvenção das identidades territoriais. In: CASTRO, I. E.; GOMES, P. C. C.; CORREA, R. L. (Org.). Brasil: questões atuais da reorganização do território. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2008.

O processo descrito ocorre em uma área biogeográfica com predomínio de vegetação a) tropófila e clima tropical. b) xerófila e clima semiárido. c) hidrófila e clima equatorial. d) aciculifoliada e clima subtropical. e) semidecídua e clima tropical úmido.

8. (ENEM)

6. (ENEM) O bioma Cerrado foi considerado recentemente um dos 25 hotspots de biodiversidade do mundo, segundo uma análise em escala mundial das regiões biogeográficas sobre áreas globais prioritárias para conservação. O conceito de hotspot foi criado tendo em vista a escassez de recursos direcionados para conservação, como objetivo de apresentar os chamados “pontos quentes”, ou seja, locais para os quais existe maior necessidade de direcionamento de esforços, buscando evitar a extinção de muitas espécies que estão altamente ameaçadas por ações antrópicas. PINTO, P.P.; DINIZ-FILHO, J. A. F. In: ALMEIDA, M. G. (Org.). Tantos cerrados: múltiplas abordagens sobre a biogeodiversidade e singularidade cultural. Goiânia: Vieira. 2005 (adaptado).

No mapa estão representados os biomas brasileiros que, em função de suas características físicas e do modo de ocupação do território, apresentam problemas ambientais distintos. Nesse sentido, o problema ambiental destacado no mapa indica a) desertificação das áreas afetadas. b) poluição dos rios temporários. c) queimadas dos remanescentes vegetais. d) desmatamento das matas ciliares. e) contaminação das águas subterrâneas.

A necessidade desse tipo de ação na área mencionada tem como causa a a) intensificação da atividade turística. b) implantação de parques ecológicos. c) exploração dos recursos minerais. d) elevação do extrativismo vegetal. e) expansão da fronteira agrícola. 7. (ENEM) Então, a travessia das veredas sertanejas é mais exaustiva que a de uma estepe nua. Nesta, ao menos, o viajante tem o desafogo de um horizonte largo e a perspectiva das planuras francas. Ao passo que a outra o afoga; abrevia-lhe o olhar; agride-o e estonteia-o; enlaça-o na trama espinescente e não o atrai; repulsa-o com as folhas urticantes, com o espinho, com os gravetos estalados em lanças, e desdobra-se-lhe na frente léguas e léguas, imutável no aspecto desolado; árvore sem folhas, de galhos estorcidos e secos, revoltos, entrecruzados, apontando rijamente no espaço ou estirando-se flexuosos pelo

[94]


[Geografia II] 9. (ENEM) A Floresta Amazônica, com toda a sua imensidão, não vai estar aí para sempre. Foi preciso alcançar toda essa taxa de desmatamento de quase 20 mil quilômetros quadrados ao ano, na última década do século XX, para que uma pequena parcela de brasileiros se desse conta de que o maior patrimônio natural do país está sendo torrado.

II. “As árvores de troncos tortuosos e cascas grossas que predominam nesse ecossistema estão sendo utilizadas em carvoarias.” Trechos aleatórios extraídos do relatório do pesquisador P2 : III. “Das palmeiras que predominam nesta região podem ser extraídas substâncias importantes para a economia regional.” IV. “Apesar da aridez desta região, em que encontramos muitas plantas espinhosas, não se pode desprezar a sua biodiversidade.”

AB’SABER, A. Amazônia: do discurso à práxis. São Paulo: EdUSP, 1996. Um processo econômico que tem contribuído na atualidade para acelerar o problema ambiental descrito é: a) Expansão do Projeto Grande Carajás, com incentivos à chegada de novas empresas mineradoras. b) Difusão do cultivo da soja com a implantação de monoculturas mecanizadas. c) Construção da rodovia Transamazônica, com o objetivo de interligar a região Norte ao restante do país. d) Criação de áreas extrativistas do látex das seringueiras para os chamados povos da floresta. e) Ampliação do polo industrial da Zona Franca de Manaus, visando atrair empresas nacionais e estrangeiras.

Os trechos I, II, III e IV referem-se, pela ordem, aos seguintes ecossistemas: a) Caatinga, Cerrado, Zona dos cocais e Floresta Amazônia. b) Mata de Araucárias, Cerrado, Zona dos cocais e Caatinga. c) Manguezais, Zona dos cocais, Cerrado e Mata Atlântica. d) Floresta Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica e Pampas. e) Mata Atlântica, Cerrado, Zona dos cocais e Pantanal. 11. (ENEM)

10. (ENEM)

A imagem retrata a araucária, árvore que faz parte de um importante bioma brasileiro que, no entanto, já foi bastante degradado pela ocupação humana. Uma das formas de intervenção humana relacionada à degradação desse bioma foi a) o avanço do extrativismo de minerais metálicos voltados para a exportação na região Sudeste. b) a contínua ocupação agrícola intensiva de grãos na região Centro-Oeste do Brasil. c) o processo de desmatamento motivado pela expansão da atividade canavieira no Nordeste brasileiro. d) o avanço da indústria de papel e celulose a partir da exploração da madeira, extraída principalmente no Sul do Brasil. e) o adensamento do processo de favelização sobre áreas da Serra do Mar na região Sudeste.

Dois pesquisadores percorreram os trajetos marcados no mapa. A tarefa deles foi analisar os ecossistemas e, encontrando problemas, relatar e propor medidas de recuperação. A seguir, são reproduzidos trechos aleatórios extraídos dos relatórios desses dois pesquisadores. Trechos aleatórios extraídos do relatório do pesquisador P1 : I. “Por causa da diminuição drástica das espécies vegetais deste ecossistema, como os pinheiros, a gralha azul também está em processo de extinção.”

[95]


[Geografia II] 12. (UFRGS) O mapa abaixo representa os principais biomas brasileiros.

14. (UPF) Relacione as macrorregiões brasileiras às informações que seguem, utilizando os números do mapa.

Assinale a alternativa correta com relação aos biomas representados. a) O 2 é pobre em recursos hídricos. b) O 3 caracteriza-se pela presença de vegetação caducifólia. c) O 4 caracteriza-se pela presença de vegetais com pneumatóforos. d) O 5 é o que perdeu a maior parte de sua área original. e) O 6 caracteriza-se pela inundação de grandes áreas, nos meses de cheia.

(

) Presença da Mata dos Cocais e da Caatinga e domínio do clima semiárido. ( ) Presença da Mata de Araucárias e do Bioma Pampa e predomínio do clima subtropical. ( ) Presença das serras do Mar, da Mantiqueira e do Espinhaço e predomínio do clima tropical de altitude. ( ) Presença do grande dispersor de águas do país, que origina quatro grandes bacias hidrográficas e destaque para o Bioma do Cerrado. ( ) Domínio de florestas equatoriais latifoliadas e densas e do clima equatorial. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: a) 5 – 2 – 1 – 4 – 3. b) 1 – 4 – 3 – 5 – 2. c) 3 – 5 – 1 – 4 – 2. d) 4 – 5 – 3 – 2 – 1. e) 2 – 5 – 4 – 1 – 3.

13. (PUCRS) Analise o mapa e o texto que seguem.

15. (UCS) Observe o mapa a seguir sobre os biomas presentes no estado do Rio Grande do Sul. Nas últimas décadas, o Brasil transformou-se em um dos maiores produtores e fornecedores de alimentos e fibras para o mundo. A retirada da cobertura vegetal natural está entre os fatores que evidenciam o aumento da produção e da participação do país no mercado mundial. A cultura da soja, por exemplo, é a principal responsável pela retirada da cobertura vegetal natural para uso agrícola. Em relação a esse contexto, o bioma identificado pelo número __________ corresponde __________, área mais afetada pela retirada de cobertura vegetal natural para a produção de soja. a) 1 - à caatinga b) 2 - aos campos c) 3 - à zona da mata d) 4 - ao cerrado e) 5 - ao pantanal

[96]


[Geografia II] e) Os cuidados com os recursos hídricos estão contemplados no Código Florestal, por meio das Áreas de Preservação Permanente (APPs) que incluem as faixas de proteção dos recursos hídricos.

Assinale a alternativa que melhor apresenta a relação entre bioma e exploração do território. a) O Bioma Mata Atlântica é caracterizado por densa área de floresta subtropical, amplamente espalhada pelo Planalto Norte-Riograndense. A principal ocupação deste território se dá através das indústrias coureirocalçadistas presentes no vale do Rio dos Sinos, vitivinícola, na região da Serra e agropastoril na região das Missões. b) O Bioma Pampa é caracterizado por vasta área de campo, após intensivo desmatamento para exploração da pecuária, que predomina no CentroSul, em especial na região da Campanha. c) O Bioma Pampa tem predominância da floresta estacional decidual e, em menor parte, pela floresta ombrófila mista, que ocupa parte do sul e extremo oeste deste bioma. Atualmente, a principal fonte de exploração do território se dá com o desmatamento das áreas de floresta, especialmente pelos índios que estão assentados nas reservas demarcadas, como em Nonoai. d) O Bioma Mata Atlântica possui uma área endêmica, no Noroeste, denominada de Parque de Espinilho, próximo à região das Missões, onde ocorre vegetação arbórea e arbustiva espinhenta que pode atingir até 3 metros de altura. Este bioma atualmente é locus para a agricultura familiar, para o principal eixo industrial do Estado e é onde há a maior concentração populacional do Rio Grande do Sul. e) O Bioma Pampa se caracteriza por predominância de extensa área de campo, de vocação natural para a pecuária. Verifica-se o cultivo do arroz, principalmente nas áreas de várzea. Atualmente, parte das áreas destinadas à pecuária vem sendo transformadas em plantio de soja e, no Sudoeste, há milhares de hectares plantados com eucaliptos.

17. (UPF) Estabeleça a relação entre os tipos de vegetação que aparecem nas figuras com as características apresentadas e assinale a opção correta.

a) A figura I representa a caatinga, vegetação própria de ambientes de temperaturas elevadas e chuvas escassas, que predomina na Zona da Mata Nordestina e é um dos tipos mais preservados no Brasil. b) A figura II representa os campos, os quais são formados por vegetação rasteira ou herbácea. Esses, comuns no Rio Grande do Sul, em clima do tipo tropical e terrenos elevados, são aproveitados para criação de gado e desenvolvimento da rizicultura. c) A figura II representa o cerrado, o qual é formado por restingas e manguezais. Composto por vegetação arbustiva, desenvolve-se em áreas de clima tropical e subtropical, e hoje está ameaçado pelo avanço da urbanização. d) A figura III representa a Mata Atlântica, a qual aparece ao longo do litoral brasileiro e é formada por uma vegetação densa, de grande porte e também arbustiva. Essa Mata foi drasticamente reduzida pela exploração econômica e pela expansão urbana. e) A figura IV representa a Mata dos Pinhais, a qual é nativa do Brasil, própria de clima seco e desenvolvese nas áreas baixas e arenosas da região Sul. Valorizada pela indústria madeireira é, por isso, um dos tipos mais preservados do Brasil.

16. (UPF) Em relação ao Código Florestal Brasileiro, só não é correto afirmar: a) O Código Florestal regulamenta as áreas de proteção e de preservação ambiental, além disso, atribui aos produtores rurais a responsabilidade no que concerne ao uso das propriedades. b) As Áreas de Preservação Permanente (APPs) podem ser cobertas ou não por vegetação nativa e têm a finalidade de preservar os recursos hídricos e a estabilidade geológica e de proteger o solo, assegurando o bem-estar dos humanos. c) A Reserva Legal é um percentual mínimo de vegetação nativa a ser preservado nas propriedades e deve corresponder a 35% do total da propriedade, em todos os biomas. d) As matas ciliares, que aparecem às margens de mananciais como nascentes, rios, lagos e reservatórios, são exemplos de Áreas de Preservação Permanente (APPs).

[97]


[Geografia II] 18. (UFRGS) O mapa abaixo representa os estudos realizados pelo geógrafo brasileiro Aziz Nacib Ab’Saber, sobre os domínios morfoclimáticos do Brasil, que resultam da interação entre relevo, clima e vegetação.

20. (UCS) Um dos mais importantes biomas do Brasil encontra-se ameaçado de extinção. Ele é formado por espécies tropófilas e plantas arbustivas, que apresentam galhos retorcidos, cascas grossas, folhas cobertas por pelos e raízes profundas. A aceleração da destruição desse bioma está ligada à ação antrópica, que efetivamente trará a extinção de animais e de espécies vegetais, acarretando o aumento de voçorocas. Observe a localização do bioma no mapa abaixo.

Considere as seguintes afirmações a respeito dos domínios morfoclimáticos e a respectiva localização no mapa. I. Domínio da Caatinga (1 no mapa): relevo formado por depressões e planaltos. Possui clima semiárido, com chuvas concentradas em alguns meses do ano. A vegetação de arbustos espinhosos e cactáceas sofre alterações desde a época do Brasil colônia. II. Domínio do Cerrado (2 no mapa): a vegetação tem sido intensamente alterada para dar lugar às áreas de pastagens e para a instalação de lavouras (sobretudo o cultivo da soja). III. Domínio das Araucárias (3 no mapa): região caracterizada pela presença de planaltos em estruturas dobradas, com muitas serras e morros. IV. Faixas de Transição (4 no mapa): áreas intermediárias que possuem características ambientais de dois ou mais domínios morfoclimáticos, como é o caso do Pantanal matogrossense. Quais estão corretas? a) Apenas I e II. b) Apenas I e III. c) Apenas II e III. d) Apenas II e IV. e) Apenas III e IV.

Identifique o bioma aqui descrito, com base nas características mencionadas e na localização no mapa. a) Caatinga b) Cerrado c) Campos d) Floresta subtropical e) Floresta tropical

19. (Feevale) O bioma que abrange a metade meridional do Rio Grande do Sul, caracterizado por uma vegetação predominantemente composta por gramíneas, além de outras plantas rasteiras e algumas árvores e arbustos encontrados próximo dos cursos de rios, é, considerando a classificação do IBGE, denominado: a) Pampa. b) Mata Atlântica. c) Amazônia. d) Caatinga. e) Pantanal.

1. E 8.A 15.E

[98]

2.A 9.B 16.C

GABARITO UNIDADE 4 3.D 4.B 5.A 10.B 11.D 12.E 17.D 18.D 19.A

6.E 13.D 20.B

7.A 14.E


[Geografia II]

5. Questões Ambientais

degradação ambiental, refletido pela incapacidade de suporte para o desenvolvimento de espécies vegetais, seja uma floresta natural ou plantações agrícolas.

1. (Enem) A linhagem dos primeiros críticos ambientais brasileiros não praticou o elogio laudatório da beleza e da grandeza do meio natural brasileiro. O meio natural foi elogiado por sua riqueza e potencial econômico, sendo sua destruição interpretada como um signo de atraso, ignorância e falta de cuidado.

CONTI, J. B. A geografia física e as relações sociedadenatureza no mundo tropical. In: CARLOS; A. F. A. (Org.) Novos caminhos da geografia. São Paulo: Contexto 1999.

O texto enfatiza uma consequência da relação conflituosa entre a sociedade humana e o ambiente que diz respeito ao processo de a) inversão térmica. b) poluição atmosférica. c) eutrofização da água. d) contaminação dos solos. e) desertificação de ecossistemas.

PADUA, J. A. Um sopro de destruição: pensamento político e crítica ambiental no Brasil escravista (1786-1888). Rio de Janeiro: Zahar, 2002 (adaptado).

Descrevendo a posição dos críticos ambientais brasileiros dos séculos XVIII e XIX, o autor demonstra que, via de regra, eles viam o meio natural como a) ferramenta essencial para o avanço da nação. b) dádiva divina para o desenvolvimento industrial. c) paisagem privilegiada para a valorização fundiária. d) limitação topográfica para a promoção da urbanização. e) obstáculo climático para o estabelecimento da civilização.

4. (Enem) O Painel lntergovernamental de Mudanças Climáticas (na sigla em inglês, IPCC) prevê que nas próximas décadas o planeta passará por mudanças climáticas e propõe estratégias de mitigação e adaptação a elas. As estratégias de mitigação são direcionadas à causa dessas mudanças, procurando reduzir a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera. As estratégias de adaptação, por sua vez, são direcionadas aos efeitos dessas mudanças, procurando preparar os sistemas humanos às mudanças climáticas já em andamento, de modo a reduzir seus efeitos negativos.

2. (Enem) No início da década de 1990, dois biólogos importantes, Redford e Robinson, produziram um modelo largamente aceito de “produção sustentável” que previa quantos indivíduos de cada espécie poderiam ser caçados de forma sustentável baseado nas suas taxas de reprodução. Os seringueiros do Alto Juruá tinham um modelo diferente: a quem lhes afirmava que estavam caçando acima do sustentável (dentro do modelo), eles diziam que não, que o nível da caça dependia da existência de áreas de refúgio em que ninguém caçava. Ora, esse acabou sendo o modelo batizado de “fonte-ralo” proposto dez anos após o primeiro por Novaro, Bodmer e o próprio Redford e que suplantou o modelo anterior.

IPCC, 2014. Climate Change 2014: synthesis report. Disponível em: http://ar5-syr.ipcc.ch.

Considerando as informações do texto, qual ação representa uma estratégia de adaptação? a) Construção de usinas eólicas. b) Tratamento de resíduos sólidos. c) Aumento da eficiência dos veículos. d) Adoção de agricultura sustentável de baixo carbono. e) Criação de diques de contenção em regiões costeiras.

CUNHA, M. C. Revista USP, n. 75, set.-nov. 2007.

No contexto da produção científica, a necessidade de reconstrução desse modelo, conforme exposto no texto, foi determinada pelo confronto com um(a) a) conclusão operacional obtida por lógica dedutiva. b) visão de mundo marcada por preconceitos morais. c) hábito social condicionado pela religiosidade popular. d) conhecimento empírico apropriado pelo senso comum. e) padrão de preservação construído por experimentação dirigida.

5. (Enem) Pesca industrial provoca destruição na África O súbito desaparecimento do bacalhau dos grandes cardumes da Terra Nova, no final do século XX – o que ninguém havia previsto –, teve o efeito de um eletrochoque planetário. Lançada pelos bascos no século XV, a pesca e depois a sobrepesca desse grande peixe de água fria levaram ao impensável. Ao Canadá o bacalhau nunca mais voltou. E o que ocorreu no Atlântico Norte está acontecendo em outros mares. Os maiores navios do mundo seguem agora em direção ao sul, até os limites da Antártida, para competir pelos estoques remanescentes.

3. (Enem) Trata-se da perda progressiva da produtividade de biomas inteiros, afetando parcelas muito expressivas dos domínios subúmidos e semiáridos em todas as regiões quentes do mundo. É nessas áreas, ecologicamente transicionais que a pressão sobre a biomassa se faz sentir com muita força, devido à retirada da cobertura florestal, ao superpastoreio e às atividades mineradoras não controladas, desencadeando um quadro agudo de

MORA. J. S. Disponível em: www.diplomatique.com.br. Acesso em: 14 jan. 2014.

O problema exposto no texto jornalístico relaciona-se à a) insustentabilidade do modelo de produção e consumo. b) fragilidade ecológica de ecossistemas costeiros. c) inviabilidade comercial dos produtos marinhos. d) mudança natural nos oceanos e mares. e) vulnerabilidade social de áreas pobres.

[99]


[Geografia II] Enquanto outros setores têm obtido bons resultados na redução do consumo, os transportes tendem a concentrar ainda mais o uso de derivados do óleo.

6. (Enem) Segundo a Conferência de Quioto, os países centrais industrializados, responsáveis históricos pela poluição, deveriam alcançar a meta de redução de 5,2% do total de emissões segundo níveis de 1990. O nó da questão é o enorme custo desse processo, demandando mudanças radicais nas indústrias para que se adaptem rapidamente aos limites de emissão estabelecidos e adotem tecnologias energéticas limpas. A comercialização internacional de créditos de sequestro ou de redução de gases causadores do efeito estufa foi a solução encontrada para reduzir o custo global do processo. Países ou empresas que conseguirem reduzir as emissões abaixo de suas metas poderão vender este crédito para outro país ou empresa que não consiga.

MURTA, A. Energia: o vício da civilização. Rio de Janeiro: Garamond, 2011 (adaptado).

Um impacto ambiental da tecnologia mais empregada pelo setor de transporte e uma medida para promover a redução do seu uso, estão indicados, respectivamente, em: a) Aumento da poluição sonora — construção de barreiras acústicas. b) Incidência da chuva ácida — estatização da indústria automobilística. c) Derretimento das calotas polares — incentivo aos transportes de massa. d) Propagação de doenças respiratórias — distribuição de medicamentos gratuitos. e) Elevação das temperaturas médias — criminalização da emissão de gás carbônico.

BECKER. B. Amazônia: geopolítica na virada do II milênio. Rio de Janeiro: Garamond. 2009.

As posições contrárias à estratégia de compensação presente no texto relacionam-se à ideia de que ela promove a) retração nos atuais níveis de consumo. b) surgimento de conflitos de caráter diplomático. c) diminuição dos lucros na produção de energia. d) desigualdade na distribuição do impacto ecológico. e) decréscimo dos índices de desenvolvimento econômico.

12. (Ufrgs) Observe a imagem abaixo.

7. (Enem) A Floresta Amazônica, com toda a sua imensidão, não vai estar aí para sempre. Foi preciso alcançar toda essa taxa de desmatamento de quase 20 mil quilômetros quadrados ao ano, na última década do século XX, para que uma pequena parcela de brasileiros se desse conta de que o maior patrimônio natural do país está sendo torrado. AB’SABER, A. Amazônia: do discurso à práxis. São Paulo: EdUSP, 1996.

Um processo econômico que tem contribuído na atualidade para acelerar o problema ambiental descrito é: a) Expansão do Projeto Grande Carajás, com incentivos à chegada de novas empresas mineradoras. b) Difusão do cultivo da soja com a implantação de monoculturas mecanizadas. c) Construção da rodovia Transamazônica, com o objetivo de interligar a região Norte ao restante do país. d) Criação de áreas extrativistas do látex das seringueiras para os chamados povos da floresta. e) Ampliação do polo industrial da Zona Franca de Manaus, visando atrair empresas nacionais e estrangeiras.

A partir das informações da campanha, considere as afirmações abaixo. I. O excesso de plástico lançado irregularmente em cursos d'água e oceanos tem impacto na dinâmica ambiental dos oceanos, afetando sobretudo as espécies marinhas. II. A produção do canudo de plástico, cujo tempo de uso é muito curto, contribui para o consumo de petróleo, uma fonte não renovável. III. Canudos são resíduos generalizados mundialmente e levam muito tempo para se decompor. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e III. e) I, II e III.

8. (Enem) A maior parte dos veículos de transporte atualmente é movida por motores a combustão que utilizam derivados de petróleo. Por causa disso, esse setor é o maior consumidor de petróleo do mundo, com altas taxas de crescimento ao longo do tempo.

[100]


[Geografia II] 9. (Ufrgs) Assinale a alternativa correta sobre o Acordo de Mudanças Climáticas de Paris e o contexto das mudanças climáticas globais. a) O Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas foi assinado por todas as 196 nações que fazem parte da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima em 2016. b) O Acordo de Paris objetiva manter o aumento da temperatura média global em 5 °C, em comparação com os níveis pré-industriais. c) As discussões do Acordo de Paris trouxeram à luz a informação de que um iceberg de 5.800 quilômetros quadrados desprendeu-se de uma plataforma Antártica formada por gelo marinho, em 2017. d) O objetivo do Acordo de Paris pretende ser alcançado através de compromissos nacionais para reduzir as emissões antropogênicas dos gases de efeito estufa, antes do final deste século. e) O Brasil deixou de ratificar o Acordo de Paris em 2017, com repercussões significativas na política de desenvolvimento sustentável do país.

d) O conceito de Antropoceno é recente na história do planeta e refere-se a capítulos cruciais do impacto nefasto provocados pela ação antrópica no sistema Terra ao longo, sobretudo, dos dois últimos séculos, quando a marca do homem vai se agravando, impondo a superioridade da natureza “fecundada” sobre a natureza “bruta”. 11. (Ufrgs) Leia o segmento abaixo. Até o fim de 2018, teremos consumido 1,7 planeta Terra, um apetite absolutamente insustentável no longo prazo. Em outras palavras, a humanidade está utilizando a natureza de forma mais rápida do que os ecossistemas do nosso planeta podem se regenerar. A diferença entre a capacidade de regeneração do planeta e o consumo humano gera um saldo ecológico negativo que vem se acumulando desde a década de 80. Leia-se 1980. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/ciencia/omundo-inteiro-entra-num-cheque-especial-perigosoneste1o-de-agosto/>. Acesso em: 05 set. 2018.

Considere as afirmações abaixo, sobre as questões ambientais do planeta. I. O desequilíbrio entre desenvolvimento socioeconômico e degradação ambiental é tratado desde a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, em 1972. II. O aumento do consumo e o aumento da população mundial têm levado ao esgotamento dos recursos naturais não renováveis, o que demanda a utilização crescente das energias renováveis geradas pela queima de combustíveis fósseis. III. Mudanças positivas estão ocorrendo em muitos países, como o Brasil, o qual se destaca pela elevada taxa de reciclagem de materiais e pelo aumento da conscientização da população. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. e) I, II e III.

10. (Acafe) Lamarck (1744-1829) anteviu o vínculo entre a civilização industrial e o colapso ambiental dizendo: “O homem, por seu egoísmo tão pouco clarividente em relação a seus próprios interesses, por sua inclinação a explorar tudo o que está à sua disposição, em suma, por sua incúria por seu porvir e pelo de seus semelhantes, parece trabalhar para o aniquilamento de seus meios de conservação e a destruição de sua própria espécie. (...)” Fonte: MARQUES, Luiz. Capitalismo e colapso ambiental. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2015. p. 14.

A tendência ao colapso desencadeado por crescentes desequilíbrios ambientais antropogênicos e a consciência da dinâmica desse problema são também sustentadas pela ciência. Sobre essa questão, todas as alternativas estão corretas, exceto a: a) A ocupação predatória do território brasileiro no sentido leste-oeste mostra que a primeira vítima foi a Mata Atlântica, seguida pelo Cerrado, ambos altamente destruídos; e atualmente a Amazônia, um conjunto de ecossistemas vulneráveis que ao sofrer desmatamento, segundo estudiosos, poderá afetar sobremaneira os rios voadores que abastecem a agricultura no Centro-Sul do Brasil. b) O consenso científico atual sobre mudanças climáticas, um dos mais monolíticos da história do saber, diz respeito ao estudo de tendências de curto prazo, centralizadas no comportamento da temperatura e da umidade da atmosfera terrestre. c) A quantidade e a qualidade da água doce são aspectos inseparáveis da grande crise hídrica do planeta, motivada pelas mudanças populacionais que pressionam cada vez mais os recursos hídricos, como também a urbanização e a industrialização, produzindo efeitos desequilibrantes no ambiente.

1. A 8.C

[101]

2.D 9.E

GABARITO UNIDADE 5 3.E 4.E 5.A 10.D 11.B 12.A

6.D

7.B


[Geografia II]

6. Produção Industrial

3. (Enem) O processo de concentração urbana no Brasil em determinados locais teve momentos de maior intensidade e, ao que tudo indica, atualmente passa por uma desaceleração do ritmo de crescimento populacional nos grandes centros urbanos.

1. (Enem) Quanto mais complicada se tornou a produção industrial, mais numerosos passaram a ser os elementos da indústria que exigiam garantia de fornecimento. Três deles eram de importância fundamental: o trabalho, a terra e o dinheiro. Numa sociedade comercial, esse fornecimento só poderia ser organizado de uma forma: tornando-os disponíveis a compra. Agora eles tinham que ser organizados para a venda no mercado. Isso estava de acordo com a exigência de um sistema de mercado. Sabemos que em um sistema como esse, os lucros só podem ser assegurados se se garante a autorregulação por meio de mercados competitivos interdependentes. POLANYI, K. A grande transformação: as origens de nossa época. Rio de Janeiro: Campus, 2000 (adaptado). A consequência do processo de transformação socioeconômica abordado no texto é a a) expansão das terras comunais. b) limitação do mercado como meio de especulação. c) consolidação da força de trabalho como mercadoria. d) diminuição do comércio como efeito da industrialização. e) adequação do dinheiro como elemento padrão das transações.

BAENINGER, R. Cidades e metrópoles: a desaceleração no crescimento populacional e novos arranjos regionais. Disponível em: www.sbsociologia.com.br. Acesso em: 12 dez. 2012 (adaptado).

Uma causa para o processo socioespacial mencionado no texto é o(a) a) carência de matérias-primas. b) degradação da rede rodoviária. c) aumento do crescimento vegetativo. d) centralização do poder político. e) realocação da atividade industrial. 4. (Enem) No final do século XX e em razão dos avanços da ciência, produziu-se um sistema presidido pelas técnicas da informação, que passaram a exercer um papel de elo entre as demais, unindo-as e assegurando ao novo sistema uma presença planetária. Um mercado que utiliza esse sistema de técnicas avançadas resulta nessa globalização perversa. SANTOS, M. Por uma outra globalização. Rio de Janeiro: Record, 2008 (adaptado).

Uma consequência para o setor produtivo e outra para o mundo do trabalho advindas das transformações citadas no texto estão presentes, respectivamente, em: a) Eliminação das vantagens locacionais e ampliação da legislação laboral. b) Limitação dos fluxos logísticos e fortalecimento de associações sindicais. c) Diminuição dos investimentos industriais e desvalorização dos postos qualificados. d) Concentração das áreas manufatureiras e redução da jornada semanal. e) Automatização dos processos fabris e aumento dos níveis de desemprego.

2. (Enem) A mundialização introduz o aumento da produtividade do trabalho sem acumulação de capital, justamente pelo caráter divisível da forma técnica molecular-digital do que resulta a permanência da má distribuição da renda: exemplificando mais uma vez, os vendedores de refrigerantes às portas dos estádios viram sua produtividade aumentada graças ao just in time dos fabricantes e distribuidores de bebidas, mas para realizar o valor de tais mercadorias, a forma do trabalho dos vendedores é a mais primitiva. Combinam-se, pois, acumulação molecular-digital com o puro uso da força de trabalho. OLIVEIRA, F. Crítica à razão dualista e o ornitorrinco. Campinas: Boitempo, 2003. Os aspectos destacados no texto afetam diretamente questões como emprego e renda, sendo possível explicar essas transformações pelo(a) a) crise bancária e o fortalecimento do capital industrial. b) inovação toyotista e a regularização do trabalho formal. c) impacto da tecnologia e as modificações na estrutura produtiva. d) emergência da globalização e a expansão do setor secundário. e) diminuição do tempo de trabalho e a necessidade de diploma superior.

5. (Enem) Um carro esportivo é financiado pelo Japão, projetado na Itália e montado em Indiana, México e França, usando os mais avançados componentes eletrônicos, que foram inventados em Nova Jérsei e fabricados na Coreia. A campanha publicitária é desenvolvida na Inglaterra, filmada no Canadá, a edição e as cópias, feitas em Nova Iorque para serem veiculadas no mundo todo. Teias globais disfarçam-se com o uniforme nacional que lhes for mais conveniente. REICH, R. O trabalho das nações: preparando-nos para o capitalismo no século XXI. São Paulo: Educador, 1994 (adaptado).

A viabilidade do processo de produção ilustrado pelo texto pressupõe o uso de a) linhas de montagem e formação de estoques. b) empresas burocráticas e mão de obra barata. c) controle estatal e infraestrutura consolidada. d) organização em rede e tecnologia da informação. e) gestão centralizada e protecionismo econômico.

[102]


[Geografia II] 6. (Upf) Analise as informações sobre o processo de industrialização mundial e marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

b) Caracterizada pelas atividades econômicas dispersas pelo território nacional, voltadas quase que integralmente para o mercado externo, com eliminação das barreiras alfandegárias, importação de máquinas e equipamentos, comprados principalmente da Inglaterra, culminando numa dependência externa, que se expressa na formação dos blocos econômicos. c) Acelerado ritmo de industrialização em virtude da crise cafeeira, baseia-se no capital nacional de diversos setores, cuja força de trabalho é oriunda principalmente do campo, promovendo o aumento das cidades e metrópoles, bem como do mercado consumidor, em parte, subsidiado pelo capital estatal, que modernizou a infraestrutura e multiplicou as indústrias de base. d) Caracterizado, como o que inegavelmente alguns autores denominam de industrialização tardia, se comparada àquela verificada em fins do século XVIII, no Reino Unido, que liderou a Revolução Industrial. Apesar da diferença no tempo e espaço, essa fase em nada perde para o processo de industrialização verificado nos países mais industrializados. e) Fase da construção das grandes usinas hidrelétricas que impulsionam e abastecem a energia motora da indústria brasileira. É marcada pelo grande estímulo às indústrias pesadas, como as naval e mecânica. Para atrair investimentos estrangeiros e dinamizar a indústria, promoveu-se a abertura das fronteiras ao capital internacional mediante incentivos fiscais e tarifários.

( ) Os tecnopolos concentram indústrias de alta tecnologia associados a pesquisas de inovação técnica, garantindo formação de pesquisadores. Exemplo: o tecnopolodo Vale do Silício, no litoral atlântico dos Estados Unidos. ( ) As incubadoras de empresas, surgidas nas universidades americanas no início do século XXI, desenvolvem-se em espaço virtual e oferecem suporte técnico a grandes empresas. Exemplo: os parques científicos do Brasil. ( ) A tendência recente é de muitas indústrias abandonarem áreas tradicionais e de aglomeração. Exemplo: as indústrias de alta tecnologia, em expansão nos Estados Unidos, na Europa e no Japão, buscam localização em subúrbios afastados ou em cidades interioranas. ( ) O advento de empresas multinacionais promoveu a instalação de indústrias de grande porte em países com fraca industrialização, inserindo-os na economia internacional, mas causando comprometimentos e subordinação. Exemplo: Brasil e México, que sofreram urbanização desordenada e degradação ambiental. ( ) A reforma industrial chinesa passou pela criação das Zonas Econômicas Especiais (ZEEs), verdadeiros enclaves econômicos internacionalizados, cuja produção se destina ao mercado externo. Exemplo: a orla litorânea concentra a maior parte das ZEEs chinesas e registra a maior renda per capita.

8. (Pucrs) Com base nas informações a seguir, que tratam da atividade industrial.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: a) V – F– V – V – F. b) V – V – V – F – F. c) F – F – V – V – V. d) F – V – V – F – F. e) V – F – V – V – V.

Os fatores locais variam ao longo do tempo e em função do tipo de indústria que se quer implantar. Atualmente podemos dizer que ocorre uma descentralização industrial em escala mundial, mas também em escala nacional e local, graças ao desenvolvimento dos setores de transportes, telecomunicações e informações. Como outros fatores a considerar na atividade industrial, citam-se:

7. (Ucs) O processo de industrialização brasileiro pode ser dividido em quatro fases, sendo a primeira, entre 1808 a 1929, caracterizada como pequena e insuficiente; a segunda, entre 1930 a 1955, caracterizada pela industrialização nacionalista; a terceira, entre 1956 a 1990, caracterizada pela industrialização impulsionada por capitais estatais, nacional e transnacionais e, a quarta fase, a partir dos anos 1990. Sobre esta quarta fase, assinale a alternativa correta. a) Consequência de uma realocação geográfica do capitalismo mundial, típica do processo de globalização, que culminou em significativo crescimento das trocas comerciais entre os países, conduzindo a um importante incremento dos investimentos das empresas transnacionais nos países subdesenvolvidos emergentes, como o Brasil.

1. fontes de energia 2. mercado consumidor 3. matérias-primas 4. mão de obra Estão corretamente identificados os fatores a) 1 e 3, apenas. b) 2 e 4, apenas. c) 1, 2 e 4, apenas. d) 2, 3 e 4, apenas. e) 1, 2, 3 e 4.

[103]


[Geografia II] 9. (Ucs) A indústria é a conjugação do trabalho e do capital para transformar a matéria-prima em bens de produção e consumo. Analise as proposições abaixo sobre a industrialização. I. Indústrias de bens de consumo ou leves podem produzir bens não duráveis, semiduráveis ou duráveis. Essa produção destina-se ao grande mercado consumidor. II. Quarta economia do planeta, a França foi o terceiro país do mundo a se industrializar. Sua arrancada industrial ocorreu no início do século XX, após a consolidação da burguesia no poder, como resultado da Revolução Francesa de 1889. III. O nordeste dos Estados Unidos é a região de maior concentração urbano-industrial do continente. Ali surgiu um cinturão industrial conhecido como manufacturing belt, que abrange a costa leste, a região dos Apalaches, indo até as margens dos Grandes Lagos. Das proposições acima, pode-se afirmar que a) apenas I está correta. b) apenas I e II estão corretas. c) apenas I e III estão corretas. d) apenas II e III estão corretas. e) I, II e III estão corretas.

IV. Nos modelos locacionais “G” e “I”, a localização da usina não está relacionada à presença de matériasprimas, o que acontece com frequência em siderurgias implantadas nas últimas décadas. São incorretas as afirmativas: a) I, II e III b) I, II e IV c) I e III d) II e IV e) I, II, III e IV 11. (Ufrgs) As inovações tecnológicas permeiam a evolução da sociedade humana e, consequentemente, do espaço geográfico. Entre elas, destacam-se os sistemas de produção industrial e de organização do trabalho, que coexistem na atualidade com objetivo comum de aumentar a produtividade para a ampliação dos lucros. Nesse contexto, as empresas vêm adequando o seu ritmo de produção às demandas do mercado, evitando o desperdício, investindo em tecnologia de ponta e automação e terceirizando o processo produtivo para firmas médias e pequenas, que passam a orbitar em torno da corporação. Esse modelo de organização da produção e do trabalho é denominado a) fordismo. b) "dumping". c) taylorismo. d) "holding". e) "just-in-time".

10. (Upf) Observe na figura os diversos modelos locacionais da indústria siderúrgica e analise as afirmativas abaixo.

12. (Ifsc)

Funcionários em fábrica de iPhone trabalham mais de 80 horas semanais na China. A China Labor Watch (CLW), organização sem fins lucrativos que fiscaliza as condições de trabalho na China, publicou nesta semana um relatório preocupante. Em uma das fábricas contratadas pela Apple para fabricar componentes do iPhone, funcionários estão passando (e muito) do seu horário determinado. A Apple exige dessas fábricas terceirizadas que os funcionários trabalhem, no máximo, 60 horas por semana, e que tenham ao menos uma folga a cada semana. Segundo a CLW, porém, há diversos casos de colaboradores ultrapassando as 80 horas semanais.

I. Nos modelos locacionais da figura, a usina é atraída pelas reservas de ambas as matérias-primas (carvão e ferro). II. Nos modelos locacionais da figura, a usina é atraída pelas reservas de ambas as matérias-primas (carvão e ferro), pelas reservas de uma dessas matérias-primas ou pelo mercado de consumo. III. No modelo locacional “G”, a localização da usina está relacionado à presença de matérias-primas.

Fonte: UOL. Olhar Digital. http://goo.gl/qZF2pP Acesso em 29 de agosto de 2016.

[104]


[Geografia II] 14. (Ufsc) Sobre o texto acima e de acordo com a Divisão Internacional do Trabalho no espaço mundial contemporâneo, assinale a soma da(s) proposição(ões) CORRETA(S). 01) Para que os celulares tenham rápida evolução tecnológica e valorização da marca, é necessário que os fabricantes encontrem mão de obra especializada e disposta a trabalhar 60 horas ou mais por semana. 02) O trabalhador, ao encontrar a satisfação em realizar sua atividade, neste caso com a produção do iPhone, deve obrigatoriamente, segundo a lógica toyotista, trabalhar além do esperado. 04) As empresas transnacionais nem sempre consideram as variáveis sociais e ambientais dos lugares onde se instalam. 08) A carga horária de trabalho semanal próxima de 80 horas é recomendada a países emergentes que buscam atingir uma condição socioeconômica de países desenvolvidos. 16) A China é um país de industrialização tardia que cresceu baseado na oferta de isenções fiscais a empresas transnacionais, não incentivando a criação de indústrias nacionais.

Nos últimos anos, particularmente depois da década de 1970, o mundo do trabalho vivenciou uma situação fortemente crítica, talvez a maior desde o nascimento da classe trabalhadora e do próprio movimento operário inglês. O entendimento dos elementos constitutivos desta crise é de grande complexidade, uma vez que, neste mesmo período, ocorreram mutações intensas de ordens diferenciadas. Tais mutações, no seu conjunto, acabaram por acarretar consequências muito fortes ao movimento operário, em particular no âmbito do movimento sindical. Texto e imagem disponíveis em: <http://historianovest.blogspot.com.br/ 2010/04/asdimensoes-da-crise-no-mundo-do.html> [Adaptado] Acesso em: 13 jul. 2014. Com relação ao assunto tratado e à figura acima, é CORRETO afirmar que: 01) como consequência do fim do chamado "bloco socialista", os países capitalistas centrais vêm rebaixando brutalmente os direitos e as conquistas sociais dos trabalhadores, dada a "inexistência", segundo o capital, do "perigo socialista" hoje. 02) a partir dos anos 1970, o projeto neoliberal passou a ditar o ideário e o programa a serem implementados pelos países capitalistas, inicialmente no centro e logo depois nos países subordinados, contemplando reestruturação produtiva, privatização acelerada, enxugamento do Estado e políticas fiscais e monetárias. 04) é perceptível, particularmente nas últimas décadas do século XX, um significativo aumento do número de assalariados médios no setor primário da economia, que foram expulsos do mundo produtivo industrial, sobretudo nos chamados países do Eixo Norte. 08) o trabalho passa a satisfazer as necessidades do trabalhador no momento em que ele se aliena da atividade produtiva.

13. (Acafe) Medidas questionáveis são adotadas pelos países subdesenvolvidos para superar os problemas econômicos e financeiros. Considerando a questão do subdesenvolvimento atual é correto afirmar, exceto: a) As práticas neoliberais adotadas pelos países subdesenvolvidos facilitam a incorporação de novas tecnologias pelas indústrias locais, com impacto positivo na geração de emprego, bem como aumentam os investimentos em pesquisa e desenvolvimento, exportam produtos de maior valor agregado e oferecem uma educação que seja compatível com um maior patamar tecnológico. b) Exportações crescentes de commodities – bens cujo preço é determinado pela oferta e procura internacional – atendem os interesses da agroindústria transnacional e acarretam consequências negativas como a deterioração ambiental e dos termos de troca, já que as matérias-primas exportadas valem cada vez menos. c) Empréstimos a partir de organismos como o FMI e o Banco Mundial e a atração de investimentos estrangeiros através de incentivos fiscais podem resultar no aumento da dívida externa e também na remessa de lucros via transnacionais para as matrizes de países desenvolvidos. d) A abertura do mercado financeiro aos investidores estrangeiros, com a oferta de altas taxas de juros, atrai dólares que se constituem em recursos a serem utilizados no pagamento da dívida externa.

[105]


[Geografia II] 15. (Acafe) “E comum um telefone celular ir ao lixo com menos de oito meses de uso ou uma impressora nova durar apenas um ano. Em 2005, mais de 100 milhões de telefones celulares foram descartados nos Estados Unidos. Uma CPU de computador, que nos anos 1990 durava até sete anos, hoje dura dois anos. Telefones celulares, computadores, aparelhos de televisão, câmeras fotográficas caem em desuso e são descartados com uma velocidade assustadora. Bemvindo ao mundo da obsolescência planejada”. Fonte: Revista Fórum, número 74, setembro de 2013. A partir da leitura do texto acima, assinale a alternativa correta. a) O padrão de sociedade citado é a “sociedade de consumo”, que teve seu inicio na sociedade americana com o “american way of life” e cujo modelo se espalhou pelo mundo, atingindo todos os países. b) A mudança dos bens de consumo citados é um processo natural, decorrente do crescimento econômico e do aumento do poder aquisitivo da população. c) A obsolescência é planejada pelos próprios consumidores, que detêm o controle do consumo, bem como do padrão de qualidade dos produtos consumidos. d) A obsolescência de que fala o texto é o resultado de um modelo de consumo e de crescimento irracional, que leva a não sustentabilidade ambiental.

32) Esses países, como o Brasil, expandem-se nos mesmos moldes dos países capitalistas industriais mais avançados, dominando econômica e politicamente os países mais atrasados, como China, Canadá e África do Sul. 64) Em seus territórios nacionais há grande concentração de empresas transnacionais, inclusive bancos estrangeiros atuantes. 18. (Udesc) Sobre a localização das indústrias, pode-se afirmar que: I. nos Estados Unidos, assim como na China, as áreas mais industrializadas estão localizadas na porção Leste; II. no Brasil, as áreas mais industrializadas se localizam na vertente Atlântica; III. na Itália, a região mais industrializada fica no Norte do país, contrastando com o Sul, que é mais agrícola; IV. na França, Inglaterra e Alemanha existem indústrias distribuídas por todo o território nacional, mas se encontram mais indústrias nas confluências dos rios Ruhr e Reno na Alemanha, no Norte da França e no Sul da Inglaterra; V. são fatores de localização industrial: a proximidade com fontes de matéria-prima, com o mercado consumidor e com fontes de energia; a mão de obra abundante e a existência de rede de transportes. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras. b) Somente as afirmativas I, II e V são verdadeiras. c) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. d) Somente as afirmativas IV e V são verdadeiras. e) Todas as afirmativas são verdadeiras.

16. (Udesc) São exemplos da indústria de bens de consumo (ou leve): a) Indústria de autopeças e de alumínio. b) Indústria de automóveis e de eletrodomésticos. c) Indústria de plásticos e borracha e de alimentos. d) Indústria de máquinas e de aço. e) Indústria de ferramentas e chapas e ferro.

19. (Udesc) Analise as proposições sobre os tipos de indústrias. I. As indústrias extrativas minerais (mineração pesada de ferro, alumínio e manganês), as refinarias de petróleo (gasolina, óleo diesel, querosene) e as siderúrgicas são exemplos de indústrias de bens de produção ou de base. II. As indústrias de autopeças (peças para automóveis, caminhões e tratores) e as indústrias mecânicas (máquinas industriais, colheitadeiras e arados mecânicos) são exemplos de indústrias de bens intermediários. III. As indústrias de confecções (roupas) e as indústrias de cosméticos (xampus, sabonetes e cremes dentais) são exemplos de indústrias de consumo não duráveis. IV. As indústrias automobilísticas (carros e motocicletas) e as indústrias de eletrodomésticos (fogões, geladeiras, aparelhos de som) são indústrias de bens de consumo duráveis. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras. b) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras. c) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. d) Somente a afirmativa III é verdadeira. e) Todas as afirmativas são verdadeiras.

17. (Ufsc) Assinale a(s) proposição(ões) correta(s), sobre as características dos países em fase de industrialização acelerada. 01) Uma forte arrancada industrial é seguida sobretudo por uma intensa urbanização, privilegiando a lógica da acumulação capitalista e criando desigualdades urbanas locais. 02) Uma característica comum é a mão de obra qualificada, fruto de investimentos em educação e alta automação, exigindo, portanto, menos treinamento para os trabalhadores urbano-industriais. 04) Nesses países a agricultura não se subordina à indústria, pois esta tem seus próprios meios de conseguir matérias-primas vitais para a produção. 08) Parcela significativa desses países têm necessidade de atrair investimentos estrangeiros devido ao seu alto grau de dependência para alavancar seus processos de desenvolvimento econômico e social. 16) Esses países estruturam-se sobre a produção agrícola que utiliza modernas técnicas de produção em todos os setores.

[106]


[Geografia II]

7. Produção de Energia

20. (Ufpr) A desmaterialização da fábrica, com menos pessoas e mais programas de computador e máquinas automatizadas, a personalização dos produtos de luxo, o distanciamento entre vendedor e comprador e a rapidez na entrega são os eixos da nova “revolução” até 2025.

1. (Enem) A instalação de uma refinaria obedece a diversos fatores técnicos. Um dos mais importantes é a localização, que deve ser próxima tanto dos centros de consumo como das áreas de produção. A Petrobras possui refinarias estrategicamente distribuídas pelo país. Elas são responsáveis pelo processamento de milhões de barris de petróleo por dia, suprindo o mercado com derivados que podem ser obtidos a partir de petróleo nacional ou importado. A territorialização de uma unidade produtiva depende de diversos fatores locacionais. A partir da leitura do texto, o fator determinante para a instalação das refinarias de petróleo é a proximidade a a) sedes de empresas petroquímicas. b) zonas de importação de derivados. c) polos de desenvolvimento tecnológico. d) áreas de aglomerações de mão de obra. e) espaços com infraestrutura de circulação.

(“Mercado da moda se articula e traça metas para nova revolução industrial”. Folha de S. Paulo, 07/05/2017. Disponível em: <http:// www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/05/1881838-vigiar-econsumir.shtml>. Acesso em 25 julho 2017.)

Sobre o futuro da indústria de confecção, afirma-se nesse texto que estaria em curso um novo modelo produtivo, baseado nas novas tecnologias de informação e comunicação. A respeito do assunto, considere as seguintes afirmativas: 1. A terciarização é uma das principais características dessa nova revolução industrial. 2. “Menos pessoas e mais programas de computador e máquinas automatizadas” são características da terceira revolução industrial, cuja emergência se deu no final do século XX. 3. Entre os principais elementos responsáveis pelas intensas transformações desse novo modelo produtivo, estão os adventos do petróleo, da energia elétrica, do alumínio e do telefone. 4. Flexibilização, toyotismo, pós-fordismo, robótica e cibernética são alguns dos principais conceitos associados a esse momento histórico da nova revolução industrial. Assinale a alternativa correta. a) Somente a afirmativa 2 é verdadeira. b) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. c) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras. d) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras. e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.

GABARITO UNIDADE 6 1.C 2.C 3.E 8.E 9.C 10.C 15.D 16.B 17.73

4.D 11.E 18.E

5.D 12.04 19.E

6.C 13.A 20.C

2. (Enem) Empresa vai fornecer 230 turbinas para o segundo complexo de energia à base de ventos, no sudeste da Bahia. O Complexo Eólico Alto Sertão, em 2014, terá capacidade para gerar 375MW (megawatts), total suficiente para abastecer uma cidade de 3 milhões de habitantes. A opção tecnológica retratada na notícia proporciona a seguinte consequência para o sistema energético brasileiro: a) Redução da utilização elétrica. b) Ampliação do uso bioenergético. c) Expansão de fontes renováveis. d) Contenção da demanda urbano-industrial. e) Intensificação da dependência geotérmica. 3. (Enem) Dominar a luz implica tanto um avanço tecnológico quanto uma certa liberação dos ritmos cíclicos da natureza, com a passagem das estações e as alternâncias de dia e noite. Com a iluminação noturna, a escuridão vai cedendo lugar à claridade, e a percepção temporal começa a se pautar pela marcação do relógio. Se a luz invade a noite, perde sentido a separação tradicional entre trabalho e descanso – todas as partes do dia podem ser aproveitadas produtivamente. Em relação ao mundo do trabalho, a transformação apontada no texto teve como consequência a a) melhoria da qualidade da produção industrial. b) redução da oferta de emprego nas zonas rurais. c) permissão ao trabalhador para controlar seus próprios horários. d) diminuição das exigências de esforço no trabalho com máquinas. e) ampliação do período disponível para a jornada de trabalho.

7.A 14.03

[107]


[Geografia II] 4. (Enem)

Comparando os dados das hidrelétricas, uma características territorial positiva de Belo Monte é o(a) a) reduzido espaço relativo inundado. b) acentuado desnível do relevo local. c) elevado índice de urbanização nacional. d) presença dos grandes parques industriais. e) proximidade de fronteiras internacionais estratégicas.

A imagem indica pontos com ativo uso de tecnologia, correspondentes a que processo de intervenção no espaço? a) Expansão das áreas agricultáveis, com uso intensivo de maquinário e insumos agrícolas. b) Recuperação de águas eutrofizadas em decorrência da contaminação por esgoto doméstico. c) Ampliação da capacidade de geração de energia, com alteração do ecossistema local. d) Impermeabilização do solo pela construção civil nas áreas de expansão urbana. e) Criação recente de grandes parques industriais de mediano potencial poluidor.

6. (Enem) Nos últimos decênios, o território conhece grandes mudanças em função de acréscimos técnicos que renovam a sua materialidade, como resultado e condição, ao mesmo tempo, dos processos econômicos e sociais em curso. SANTOS, M.; SILVEIRA; M. L. O Brasil: território e sociedade do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2004 (adaptado).

5. (Enem)

A partir da última década, verifica-se a ocorrência no Brasil de alterações significativas no território, ocasionando impactos sociais, culturais e econômicos sobre comunidades locais, e com maior intensidade, na Amazônia Legal, com a a) reforma e ampliação de aeroportos nas capitais dos estados. b) ampliação de estádios de futebol para a realização de eventos esportivos. c) construção de usinas hidrelétricas sobre os rios Tocantins, Xingu e Madeira. d) instalação de cabos para a formação de uma rede informatizada de comunicação. e) formação de uma infraestrutura de torres que permitem a comunicação móvel na região.

[108]


[Geografia II] 7. (Upf) Observe o mapa de recursos minerais do Rio Grande do Sul.

contribui o relevo planáltico, responsável por desníveis que impulsionam as turbinas geradoras. III. A crescente mecanização da agricultura e o aumento na utilização de aparelhos domésticos tornaram os setores agropecuário e residencial os maiores consumidores de energia elétrica no país. IV. Os baixos índices atuais de aproveitamento do potencial hidráulico dos rios da bacia Amazônica são explicados pelo relevo predominante de planícies, por restrições ambientais e pela distância dos centros consumidores. Está correto apenas o que se afirma em: a) I. b) IV. c) I, II e IV. d) II e III. e) II, III e IV. 10. (Pucrs) Em relação à produção e ao consumo mundial de petróleo, alguns países são, ao mesmo tempo, produtores e importadores desse recurso natural. Entre os países que são produtores de petróleo, mas dependem de importações para o seu abastecimento interno, podemos incluir a a) China. b) Arábia Saudita. c) Noruega. d) Rússia. e) Venezuela.

O mapa acima mostra a espacialização do ___________, que constitui o principal bem mineral produzido no Rio Grande do Sul, com recursos totais da ordem de 28 bilhões de toneladas. Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna da afirmação acima. a) calcário. b) chumbo. c) cobre. d) bronze. e) carvão.

11. (Pucrs) Analise o mapa abaixo, que representa duas fontes de consumo de energia nas áreas indicadas no planisfério, e complete a legenda preenchendo os parênteses.

8. (Ufrgs) Considere as afirmações abaixo, sobre o sistema de produção de energia elétrica no Brasil. I. A maior parte da energia elétrica é gerada pelas hidrelétricas. II. O sistema operacional para complementação da energia elétrica utiliza termelétricas, sempre que necessário. III. As termelétricas, embora de custo mais baixo que as hidrelétricas, são mais poluentes. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas III. c) Apenas I e II. d) Apenas I e III. e) I, II e III.

Região 1 Região 2 Região 3 Região 4

9. (Upf) A escassez de chuvas que recentemente afetou diversas regiões do Brasil evidenciou fragilidades e causou preocupações em relação ao abastecimento de água e à produção de energia elétrica, considerando a atual dependência do país. Analise as afirmativas em relação à produção e ao consumo de energia hidrelétrica no Brasil. I. Os rios que formam a bacia do Paraná têm, atualmente, a maior capacidade aproveitada de energia elétrica no Brasil. II. A maior parte da energia produzida e consumida no Brasil é proveniente da hidroeletricidade, para o que

( ( ( (

) petróleo e gás natural ) petróleo e produção eólica ) gás natural e carvão mineral ) carvão mineral e petróleo

A alternativa que preenche parênteses, de cima para baixo, é a) 1 – 3 – 2 – 4 b) 1 – 4 – 3 – 2 c) 2 – 1 – 3 – 4 d) 4 – 1 – 3 – 2 e) 4 – 3 – 2 – 1

[109]

corretamente

os


[Geografia II] 12. (Ucs) A energia solar, como fonte de geração de eletricidade, já é uma realidade em diversos países e, nos últimos anos, vem aumentando a capacidade instalada. Diante da crise que o Brasil enfrenta com a falta de chuva, entra em discussão, novamente, a utilização dessa fonte energética. A charge a seguir retrata o aproveitamento da energia solar.

13. (Udesc) “Por meio da interligação dos reservatórios por um canal, o chamado modelo de usina a fio d’água permitiu que Belo Monte ocupasse uma área 60% menor do que a prevista no projeto original. A mudança garantiu que nenhuma aldeia indígena próxima ao empreendimento fosse inundada e a hidrologia do rio __________, preservada. A piracema também não foi comprometida, graças à colocação de escadas de peixes que preservam o equilíbrio da fauna aquática do rio”. Disponível em http://www.brasil.gov.br/governo/2016/05/dilmainaugura-usina-hidreletrica-de-belo-monte, acessado em agosto de 2016. O nome do rio que completa corretamente as lacunas do texto acima é: a) Xingu b) Madeira c) Teles Pires d) Juruá e) Guaporé

Sobre fontes de energia, é correto afirmar que I. a energia dos ventos, conhecida como eólica, é utilizada há muitos anos, para realizar trabalhos como bombear água e moer grãos. Em uma usina eólica, a conversão da energia é realizada por meio de um aerogerador, ou seja, um gerador de eletricidade acoplado a um eixo que gira com a força do vento nas pás da turbina. II. a energia solar pode ser aproveitada para a produção de eletricidade e de calor. Coletores solares para o aquecimento de água são um dos exemplos mais bem-sucedidos da aplicação de energia solar em todo o mundo. No caso do Brasil, que recebe uma incidência muito grande de raios solares, esse tipo de aproveitamento pode ter um papel muito importante, principalmente na substituição de chuveiros elétricos, que estão entre os aparelhos que mais consomem energia. III. chamamos de biomassa materiais de origem orgânica que, geralmente, são desperdiçados em processos industriais. Ela pode ser aproveitada para produzir tanto calor como eletricidade. O biogás obtido na decomposição do lixo orgânico é um exemplo de biomassa que pode ser utilizado na produção de energia. IV. a maior parte da energia elétrica produzida no Brasil vem de uma fonte renovável – a água. O território brasileiro é cortado por rios, e as usinas hidrelétricas são uma opção para garantir a energia de que o País precisa para crescer.

14. (Udesc) Analise as proposições sobre a produção do Petróleo em nível mundial. I. A Venezuela é o maior produtor das Américas. II. O Brasil passa a ser o quinto produtor mundial, depois da descoberta do pré-sal. III. Em 2015, os Estados Unidos se transformaram no maior produtor mundial, graças à extração do óleo de xisto, que é um substitutivo do petróleo. IV. A Arábia Saudita e a Rússia são grandes produtores mundiais. V. Na América Latina, o México é o maior produtor. Assinale a alternativa correta: a) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras. b) Somente as afirmativas III, IV e V são verdadeiras. c) Todas as afirmativas são verdadeiras. d) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. e) Somente a afirmativa V é verdadeira.

Das proposições acima, a) apenas I e IV estão corretas. b) apenas II e III estão corretas. c) apenas I, II e IV estão corretas. d) apenas I, II e III estão corretas. e) I, II, III e IV estão corretas.

1.E 8.C

[110]

2.C 9.C

GABARITO UNIDADE 7 3.E 4.C 5.A 10.A 11.A 12.E

6.C 13.A

7.E 14.B


[Geografia II]

8. Produção agrícola

CAETANO. M. O valor de cada gota. Globo Rural. n. 312. out. 2011.

A implementação das tecnologias mencionadas no texto garante o avanço do processo de a) monitoramento da produção. b) valorização do preço da terra. c) correção dos fatores climáticos. d) divisão de tarefas na propriedade. e) estabilização da fertilidade do solo.

1. (Enem) Com a Lei de Terras de 1850, o acesso à terra só passou a ser possível por meio da compra com pagamento em dinheiro. Isso limitava, ou mesmo praticamente impedia, o acesso à terra para os trabalhadores escravos que conquistavam a liberdade. OLIVEIRA, A. U. Agricultura brasileira: transformações recentes. In: ROSS, J. L. S. Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2009. O fato legal evidenciado no texto acentuou o processo de a) reforma agrária. b) expansão mercantil. c) concentração fundiária. d) desruralização da elite. e) mecanização da produção.

4. (Enem)

2. (Enem) Participei de uma entrevista com o músico Renato Teixeira. Certa hora, alguém pediu para listar as diferenças entre a música sertaneja antiga e a atual. A resposta dele surpreendeu a todos: “Não há diferença alguma. A música caipira sempre foi a mesma. É uma música que espelha a vida do homem no campo, e a música não mente. O que mudou não foi a música, mas a vida no campo”. Faz todo sentido: a música caipira de raiz exalava uma solidão, um certo distanciamento do país “moderno”. Exigir o mesmo de uma música feita hoje, num interior conectado, globalizado e rico como o que temos, é impossível. Para o bem ou para o mal, a música reflete seu próprio tempo.

Na charge há uma crítica ao processo produtivo agrícola brasileiro relacionada ao a) elevado preço das mercadorias no comércio. b) aumento da demanda por produtos naturais. c) crescimento da produção de alimentos. d) hábito de adquirir derivados industriais. e) uso de agrotóxicos nas plantações.

BARCINSKI. A. Mudou a música ou mudaram os caipiras? Folha de São Paulo, 4 jun. 2012 (adaptado).

A questão cultural indicada no texto ressalta o seguinte aspecto socioeconômico do atual campo brasileiro: a) Crescimento do sistema de produção extensiva. b) Expansão de atividades das novas ruralidades. c) Persistência de relações de trabalho compulsório. d) Contenção da política de subsídios agrícolas. e) Fortalecimento do modelo de organização cooperativa.

5. (Enem) Texto I A nossa luta é pela democratização da propriedade da terra, cada vez mais concentrada em nosso país. Cerca de 1% de todos os proprietários controla 46% das terras. Fazemos pressão por meio da ocupação de latifúndios improdutivos e grandes propriedades, que não cumprem a função social, como determina a Constituição de 1988. Também ocupamos as fazendas que têm origem na grilagem de terras públicas.

3. (Enem) Tanto potencial poderia ter ficado pelo caminho, se não fosse o reforço em tecnologia que um gaúcho buscou. Há pouco mais de oito anos, ele usava o bico da botina para cavoucar a terra e descobrir o nível de umidade do solo, na tentativa de saber o momento ideal para acionar os pivôs de irrigação. Até que conheceu uma estação meteorológica que, instalada na propriedade, ajuda a determinar a quantidade de água de que a planta necessita. Assim, quando inicia um plantio, o agricultor já entra no site do sistema e cadastra a área, o pivô, a cultura, o sistema de plantio, o espaçamento entre linhas e o número de plantas, para então receber recomendações diretamente dos técnicos da universidade.

Disponível em: www.mst.org.br. Acesso em: 25 ago. 2011 (adaptado).

Texto II O pequeno proprietário rural é igual a um pequeno proprietário de loja: quanto menor o negócio mais difícil de manter, pois tem de ser produtivo e os encargos são difíceis de arcar. Sou a favor de propriedades produtivas e sustentáveis e que gerem empregos. Apoiar uma empresa produtiva que gere emprego é muito mais barato e gera muito mais do que apoiar a reforma agrária. LESSA, C. Disponível em: www.observadorpolítico.org.br. Acesso em: 25 ago. 2011 (adaptado).

[111]


[Geografia II] Nos fragmentos dos textos, os posicionamentos em relação à reforma agrária se opõem. Isso acontece porque os autores associam a reforma agrária, respectivamente, à a) redução do inchaço urbano e à crítica ao minifúndio camponês. b) ampliação da renda nacional e à prioridade ao mercado externo. c) contenção da mecanização agrícola e ao combate ao êxodo rural. d) privatização de empresas estatais e ao estímulo ao crescimento econômico. e) correção de distorções históricas e ao prejuízo ao agronegócio.

Na charge faz-se referência a uma modificação produtiva ocorrida na agricultura. Uma contradição presente no espaço rural brasileiro derivada dessa modificação produtiva está presente em: a) Expansão das terras agricultáveis, com manutenção de desigualdades sociais. b) Modernização técnica do território, com redução do nível de emprego formal. c) Valorização de atividades de subsistência, com redução da produtividade da terra. d) Desenvolvimento de núcleos policultores, com ampliação da concentração fundiária. e) Melhora da qualidade dos produtos, com retração na exportação de produtos primários.

6. (Enem)

8. (Enem) A interface clima/sociedade pode ser considerada em termos de ajustamento à extensão e aos modos como as sociedades funcionam em uma relação harmônica com seu clima. O homem e suas sociedades são vulneráveis às variações climáticas. A vulnerabilidade é a medida pela qual a sociedade é suscetível de sofrer por causas climáticas. AYOADE, J. O. Introdução à climatologia para os trópicos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010 (adaptado).

Considerando o tipo de relação entre ser humano e condição climática apresentado no texto, uma sociedade torna-se mais vulnerável quando a) concentra suas atividades no setor primário. b) apresenta estoques elevados de alimentos. c) possui um sistema de transporte articulado. d) diversifica a matriz de geração de energia. e) introduz tecnologias à produção agrícola.

Na imagem, visualiza-se um método de cultivo e as transformações provocadas no espaço geográfico. O objetivo imediato da técnica agrícola utilizada é a) controlar a erosão laminar. b) preservar as nascentes fluviais. c) diminuir a contaminação química. d) incentivar a produção transgênica. e) implantar a mecanização intensiva.

9. (Ufrgs) Observe a tabela abaixo. Tipos de estabelecimentos agropecuários e respectiva área de ocupação no Brasil, em 2006 Estabelecimentos Total de estab. Área Total (ha) Agric. familiar – 4.367.902 80.250.453 Lei nº 11.326 Não familiar 807.587 249.690.940 Total 5.175.489 329.941.393 Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2006.

7. (Enem)

Considere as afirmações abaixo, sobre a estrutura agrária brasileira. I. A relação entre total de estabelecimentos e área ocupada pelas duas tipologias mostra a extrema concentração de terras no Brasil. II. A predominância de estabelecimentos de agricultura familiar demonstra equilibrada distribuição de terras no Brasil. III. A predominância de estabelecimentos familiares fica evidente pela ocupação de mais de 50% da área total dos estabelecimentos agropecuários. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e III. e) I, II e III.

[112]


[Geografia II] 10. (Ucpel) A agricultura no Brasil, ao longo da história, experimentou diversos ciclos e transformações, indo desde a economia monocultora, pautada principalmente na produção de cana-deaçúcar durante o período colonial, até as recentes transformações e expansão do café e da soja. Atualmente, essas transformações ainda ocorrem, sobretudo garantindo transformações técnicas ocorridas a partir do século XX, como a mecanização da produção e a modernização das atividades. Atualmente a produção agrícola é altamente estimulada, gerando especialização em determinadas áreas do país e a produção de determinados cultivos. Leia as seguintes afirmativas sobre os principais produtos da agricultura comercial brasileira. I. Durante muito tempo, o produto manteve-se circunscrito ao Paraná e a São Paulo, produzindo pelo regime de parceria. Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo conservam a dianteira da produção. Bahia e Rondônia surgiram como novas áreas produtoras, com uma particularidade: são cultivadas, principalmente, por paranaenses, antigos produtores do norte do Paraná. II. Expandiu-se com maior vigor no país, durante os anos 70, notadamente nos estados do Paraná e do Rio Grande do Sul. Cultura típica de exportação, está cada vez mais voltada para o mercado interno em razão do crescente consumo de derivados na alimentação do brasileiro. Atualmente, verifica-se sua expansão nas áreas do cerrado, sobretudo nos estados do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás e Bahia; III. Apesar de ser um produto cultivado no Brasil desde o século XVI, sua produção foi estimulada, a partir de 1975, com a criação de programas federais de incentivos. O Estado de São Paulo detém mais da metade da produção nacional, mas também se pode encontrar em Goiás, Paraná, Rio de Janeiro, além de estados nordestinos (Zona da Mata); IV. Produto largamente cultivado para atender à demanda da indústria, tem no estado de São Paulo seu principal produtor. Paraná e Minas Gerais estão se convertendo em novas e importantes áreas de produção. O Brasil é um grande exportador de derivados do produto, principalmente para os EUA; Sobre os principais produtos da agricultura comercial brasileira é correto afirmar que as afirmativas se referem respectivamente aos seguintes: a) I. café, II. soja, III. cana-de-açúcar e IV. laranja. b) I. soja, II. café, III. laranja e IV. cana-de-açúcar. c) I. cana-de-açúcar, II. café, III. laranja e IV. soja. d) I. laranja, II. cana-de-açúcar, III. soja e IV. café. e) I. café, II. laranja, III. cana-de-açúcar e IV. soja.

destinados para uso exclusivo do agricultor e da sua família. a) Agricultura extensiva. b) Agricultura de subsistência. c) Agricultura intensiva familiar. d) Agricultura biológica. e) Agricultura subcomercial. 12. (Pucrs) Ainda que a inovação tecnológica tenha propiciado ganhos de produtividade e ampliado os limites das áreas agrícolas, alguns fatores continuam sendo muito importantes para os diferentes arranjos do meio rural. Entre esses fatores, está a I. hipsometria. II. higrometria. III. pedologia. IV. insolação. Estão corretas as afirmativas a) I e II, apenas. b) II e III, apenas. c) II e IV, apenas. d) II, III e IV, apenas. e) I, II, III e IV. 13. (Ufrgs) Observe as figuras abaixo.

Considere as afirmações sobre uso da terra e morfologia agrária. I. O plantio de café, na figura A, é conveniente, porque diminui a erosão do solo. II. O terraceamento, mostrado na figura B, minimiza o processo erosivo. III. A manutenção da vegetação nativa nas encostas, como mostrado na figura B, é uma morfologia agrária aconselhável. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas II e III. e) I, II e III.

11. (Ulbra) Assinale o termo que completa corretamente a lacuna. A __________ é um tipo de agricultura onde os produtos e a criação de animais domésticos são

[113]


[Geografia II] 14. (Pucrs) Considere o texto sobre a produção agrícola e os itens que seguem. Os estudos sobre o sistema de produção agrícola envolvem a análise de aspectos naturais e de fatores socioeconômicos, tais como os apresentados, respectivamente, em: 1. estrutura fundiária – perfil do solo 2. relações de trabalho – perfil geomorfológico 3. condições climáticas – capitalização 4. perfil étnico – estrutura etária 5. perfil higrométrico – aporte tecnológico Estão corretos, na ordem em que se apresentam, apenas os itens a) 1 e 2. b) 2 e 4. c) 3 e 5. d) 1, 3 e 4. e) 2, 3 e 5.

d) ao agronegócio que se expande no Norte e ao reflorestamento de áreas de Mata Atlântica para uso na indústria de cosméticos. e) à expansão do cultivo de grãos no Norte do país e ao reflorestamento com araucária nas áreas de campo no Sul para uso na indústria moveleira. 17. (Ufrgs) Assinale a alternativa abaixo que apresenta exemplos de produção agrícola, oriunda da agricultura familiar, que se integram à agroindústria e são estimulados pelo Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). a) Fumo e soja b) Hortigranjeiros e arroz c) Uva e cana-de-açúcar d) Aves e algodão e) Suínos e leite

15. (Pucrs) Em relação ao sistema fundiário brasileiro, é INCORRETO afirmar que há a) uma concentração de terras nas mãos de um pequeno grupo de grandes proprietários. b) uma regulamentação em lei que proíbe a desapropriação de pequenas, médias e grandes propriedades produtivas para fins de assentamento rural. c) uma distribuição equilibrada entre as propriedades com áreas inferiores a 10 hectares e as que ultrapassam 1000 hectares. d) uma forte alteração na estrutura fundiária quando ocorre a morte de proprietários, devido às leis de herança que orientam a divisão das propriedades entre os herdeiros. e) um panorama de conflitos e embates na área rural, relacionado a uma estrutura fundiária discrepante.

18. (Ufrgs) Assinale a alternativa que indica a correta relação entre a região brasileira, a atividade econômica existente, o uso de tecnologia e o relevo em que se desenvolve. a) Região Sul - pecuária - melhoria genética chapadões b) Região Centro-Oeste agricultura comercial - irrigação - chapadões c) Região Nordeste - pecuária extensiva - melhoria genética - planície costeira d) Região Centro-Oeste - agricultura de subsistência sementes modificadas - serras e) Região Sul - agricultura comercial - terraceamento planície costeira

16. (Ufrgs) Observe a charge abaixo.

1.C 8.A 15.C

A crítica referida na charge deve-se a) à ampliação da atividade pastoril no Norte do Brasil e à silvicultura de eucalipto no Sul, que acarreta a degradação dos biomas. b) às queimadas no Noroeste do país e à recuperação da vegetação original para uso farmacêutico. c) à biopirataria e ao plantio de pínus nas áreas desmatadas para utilização comercial.

[114]

2.B 9.A 16.A

GABARITO UNIDADE 8 3.A 4.E 5.E 10.A 11.B 12.E 17.E 18.B

6.A 13.D

7.A 14.C


[Geografia II]

9. Transportes

a) variações climáticas no território, associadas à interiorização da produção. b) grandes distâncias e a busca da redução dos custos de transporte. c) formação geológica do país, que impede o uso de um único modal. d) proximidade entre a área de produção agrícola intensiva e os portos. e) diminuição dos fluxos materiais em detrimento de fluxos imateriais.

1. (Enem) Os maiores consumidores da infraestrutura logística para exportação no Brasil são os produtos a granel, dentre os quais se destacam o minério de ferro, petróleo e seus derivados e a soja, que, por possuírem baixo valor agregado, e por serem movimentados em grandes volumes, necessitam de uma infraestrutura de grande porte e baixos custos. No caso da soja, a infraestrutura deixa muito a desejar, resultando em enormes filas de navios, caminhões e trens, que, por ficarem grande parte do tempo ociosos nas filas, têm seu custo majorado, onerando fortemente o exportador, afetando sua margem de lucro e ameaçando nossa competitividade internacional.

4. (Enem) A soma do tempo gasto por todos os navios de carga na espera para atracar no porto de Santos é igual a 11 anos — isso, contando somente o intervalo de janeiro a outubro de 2011. O problema não foi registrado somente neste ano. Desde 2006 a perda de tempo supera uma década.

FLEURY P. F. A infraestrutura e os desafios logísticos das exportações brasileiras. Rio de Janeiro: CEL; Coppead; UFRJ. 2005 (adaptado).

Folha de S. Paulo, 25 dez. 2011 (adaptado).

No contexto do início do século XXI, uma ação para solucionar os problemas logísticos da soja apresentados no texto seria a a) isenção de impostos de transportes. b) construção de terminais atracadouros. c) diversificação dos parceiros comerciais. d) contratação de trabalhadores portuários. e) intensificação do policiamento das rodovias.

A situação descrita gera consequências em cadeia, tanto para a produção quanto para o transporte. No que se refere à territorialização da produção no Brasil contemporâneo, uma dessas consequências é a a) realocação das exportações para o modal aéreo em função da rapidez. b) dispersão dos serviços financeiros em função da busca de novos pontos de importação. c) redução da exportação de gêneros agrícolas em função da dificuldade para o escoamento. d) priorização do comércio com países vizinhos em função da existência de fronteiras terrestres. e) estagnação da indústria de alta tecnologia em função da concentração de investimentos na infraestrutura de circulação.

2. (Enem) A urbanização brasileira, no início da segunda metade do século XX, promoveu uma radical alteração nas cidades. Ruas foram alargadas, túneis e viadutos foram construídos. O bonde foi a primeira vítima fatal. O destino do sistema ferroviário não foi muito diferente. O transporte coletivo saiu definitivamente dos trilhos. JANOT, L. F. A caminho de Guaratiba. Disponível em: www.iab.org.br.

5. (Enem) A maior parte dos veículos de transporte atualmente é movida por motores a combustão que utilizam derivados de petróleo. Por causa disso, esse setor é o maior consumidor de petróleo do mundo, com altas taxas de crescimento ao longo do tempo. Enquanto outros setores têm obtido bons resultados na redução do consumo, os transportes tendem a concentrar ainda mais o uso de derivados do óleo. Um impacto ambiental da tecnologia mais empregada pelo setor de transporte e uma medida para promover a redução do seu uso, estão indicados, respectivamente, em: a) Aumento da poluição sonora — construção de barreiras acústicas. b) Incidência da chuva ácida — estatização da indústria automobilística. c) Derretimento das calotas polares — incentivo aos transportes de massa. d) Propagação de doenças respiratórias — distribuição de medicamentos gratuitos. e) Elevação das temperaturas médias — criminalização da emissão de gás carbônico. 6. (Enem) O suíço Thomas Davatz chegou a São Paulo em 1855 para trabalhar como colono na fazenda de

A relação entre transportes e urbanização é explicada, no texto, pela a) retirada dos investimentos estatais aplicados em transporte de massa. b) demanda por transporte individual ocasionada pela expansão da mancha urbana. c) presença hegemônica do transporte alternativo localizado nas periferias das cidades. d) aglomeração do espaço urbano metropolitano impedindo a construção do transporte metroviário. e) predominância do transporte rodoviário associado à penetração das multinacionais automobilísticas. 3. (Enem) De todas as transformações impostas pelo meio técnico-científico-informacional à logística de transportes, interessa-nos mais de perto a intermodalidade. E por uma razão muito simples: o potencial que tal “ferramenta logística” ostenta permite que haja, de fato, um sistema de transportes condizente com a escala geográfica do Brasil. HUERTAS, D. M. O papel dos transportes na expansão recente da fronteira agrícola brasileira. Revista Transporte y Territorio

A necessidade de modais de transporte interligados, no território brasileiro, justifica-se pela(s)

[115]


[Geografia II] café Ibicaba, em Campinas. A perspectiva de prosperidade que o atraiu para o Brasil deu lugar a insatisfação e revolta, que ele registrou em livro. Sobre o percurso entre o porto de Santos e o planalto paulista, escreveu Davatz: “As estradas do Brasil, salvo em alguns trechos, são péssimas. Em quase toda parte, falta qualquer espécie de calçamento ou mesmo de saibro. Constam apenas de terra simples, sem nenhum benefício. É fácil prever que nessas estradas não se encontram estalagens e hospedarias como as da Europa. Nas cidades maiores, o viajante pode naturalmente encontrar aposento sofrível; nunca, porém, qualquer coisa de comparável à comodidade que proporciona na Europa qualquer estalagem rural. Tais cidades são, porém, muito poucas na distância que vai de Santos a Ibicaba e que se percorre em cinquenta horas no mínimo”. Em 1867 foi inaugurada a ferrovia ligando Santos à Jundiaí, o que abreviou o tempo de viagem entre o litoral e o planalto para menos de um dia. Nos anos seguintes, foram construídos outros ramais ferroviários que articularam o interior cafeeiro ao porto de exportação, Santos. DAVATZ, T. Memórias de um colono no Brasil. São Paulo: Livraria Martins, 1941 (adaptado). O impacto das ferrovias na promoção de projetos de colonização com base em imigrantes europeus foi importante, porque a) o percurso dos imigrantes até o interior, antes das ferrovias, era feito a pé ou em muares; no entanto, o tempo de viagem era aceitável, uma vez que o café era plantado nas proximidades da capital, São Paulo. b) a expansão da malha ferroviária pelo interior de São Paulo permitiu que mão de obra estrangeira fosse contratada para trabalhar em cafezais de regiões cada vez mais distantes do porto de Santos. c) o escoamento da produção de café se viu beneficiado pelos aportes de capital, principalmente de colonos italianos, que desejavam melhorar sua situação econômica. d) os fazendeiros puderam prescindir da mão de obra europeia e contrataram trabalhadores brasileiros provenientes de outras regiões para trabalhar em suas plantações. e) as notícias de terras acessíveis atraíram para São Paulo grande quantidade de imigrantes, que adquiriram vastas propriedades produtivas.

de prejudicar o fluxo natural de rios e riachos, possibilitar o ingresso de espécies exóticas em ambientes naturais e aumentar a pressão antrópica sobre os ecossistemas nativos. BARBOSA, N. P. U; FERNANDES, G. W. A destruição do jardim. Scientific American Brasil. Ano 7, número 80, dez. 2008 (adaptado). Nesse contexto, para conciliar os interesses aparentemente contraditórios entre o progresso social e urbano e a conservação do meio ambiente, seria razoável a) impedir a abertura e a pavimentação de rodovias em áreas rurais e em regiões preservadas, pois a qualidade de vida e as tecnologias encontradas nos centros urbanos são prescindíveis às populações rurais. b) impedir a abertura e a pavimentação de rodovias em áreas rurais e em regiões preservadas, promovendo a migração das populações rurais para os centros urbanos, onde a qualidade de vida é melhor. c) permitir a abertura e a pavimentação de rodovias apenas em áreas rurais produtivas, haja vista que nas demais áreas o retorno financeiro necessário para produzir uma melhoria na qualidade de vida da região não é garantido. d) permitir a abertura e a pavimentação de rodovias, desde que comprovada a sua real necessidade e após a realização de estudos que demonstrem ser possível contornar ou compensar seus impactos ambientais. e) permitir a abertura e a pavimentação de rodovias, haja vista que os impactos ao meio ambiente são temporários e podem ser facilmente revertidos com as tecnologias existentes para recuperação de áreas degradadas. 8. (Ufrgs) Considere as afirmações abaixo, sobre a mobilidade urbana no Brasil. I. A mobilidade aumenta com a renda e varia em função das características econômicas e sociais das pessoas, além de vir acompanhada de diferenças no uso dos modos de transporte. II. O modo “a pé” ainda representa parcela significativa dos deslocamentos urbanos no Brasil, apesar do aumento de uso do transporte individual (carro). III. O investimento em trens, nas grandes metrópoles brasileiras, tem transformado essa modalidade na maior transportadora de passageiros. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. e) I, II e III.

7. (Enem) A abertura e a pavimentação de rodovias em zonas rurais e regiões afastadas dos centros urbanos, por um lado, possibilita melhor acesso e maior integração entre as comunidades, contribuindo com o desenvolvimento social e urbano de populações isoladas. Por outro lado, a construção de rodovias pode trazer impactos indesejáveis ao meio ambiente, visto que a abertura de estradas pode resultar na fragmentação de habitats, comprometendo o fluxo gênico e as interações entre espécies silvestres, além

9. (Upf) Sobre a rede de transportes do Rio Grande do Sul, não é correto afirmar:

[116]


[Geografia II] a) A matriz de transporte do estado, a exemplo do Brasil, está baseada no transporte rodoviário. b) A malha ferroviária gaúcha, atualmente, é utilizada apenas para transporte de cargas. c) A malha hidroviária está concentrada na parte leste do estado, nas bacias hidrográficas do Guaíba e Litorânea, sendo que a principal rota de navegação situa-se entre Porto Alegre e Rio Grande. d) O transporte rodoviário destina-se, principalmente, aos passageiros, pois as cargas são transportadas, majoritariamente, pela rede ferroviária, e, mais recentemente, pela hidroviária. e) A localização geográfica do estado favorece que boa parte dos produtos brasileiros comercializados com outros países do Mercosul transite pelo seu território.

e) O porto de Rio Grande (RS), principal porto do Mercosul, está localizado na barra de Rio Grande, em contato com o Oceano Atlântico e a Lagoa Mirim. 12. (Pucrs) O sistema de transportes é um elemento fundamental para as economias mundiais. Os custos de deslocamento incidem sobre os custos das matériasprimas e dos produtos finais nos mercados. Sobre o sistema de transporte brasileiro, afirma-se: I. O desenho do sistema de transportes reflete as desigualdades regionais entre a Região Norte e a Região Sudeste. II. As rodovias dominam a matriz da rede de transportes, elevando os custos de deslocamento da produção nacional. III. O sistema ferroviário apresenta uma malha conservada, com deslocamentos dos trens em velocidade considerada ideal. IV. A implantação de hidrovias, como o sistema hidroviário Tietê-Paraná, é uma das alternativas para diminuir o impacto do valor do transporte no preço final de matérias-primas.

10. (Pucrs) Para responder à questão, leia o texto e relacione as colunas. A forma como os países escoam a produção de diferentes setores econômicos varia de acordo com o tipo de transporte predominante. Considerando essa afirmação, numere a segunda coluna de acordo com a primeira. 1. Hidrovia 2. Ferrovia 3. Rodovia ( ( ( (

Estão corretas apenas as afirmativas a) I e II. b) I e III. c) III e IV. d) I, II e IV. e) II, III e IV.

) Alemanha ) Venezuela ) Países Baixos ) Rússia

A alternativa que preenche parênteses, de cima para baixo, é a) 1 – 2 – 3 – 1 b) 1 – 3 – 2 – 3 c) 2 – 3 – 1 – 2 d) 3 – 1 – 2 – 2 e) 3 – 2 – 1 – 1

corretamente

os

11. (Upf) No Brasil, apesar do extenso litoral, o transporte marítimo é pouco utilizado, tanto para passageiros quanto para carga. Sobre esse assunto, analise as afirmações e identifique a única alternativa correta. a) Na região Sul, está o maior terminal portuário exportador de minério do Brasil. b) Os portos da região Sul destacam-se pela movimentação de cargas relacionadas às exportações de produtos agropecuários, de carvão mineral e de cerâmica. c) Os portos de Imbituba (SC) e de Pelotas (RS) são os mais importantes portos ligados ao setor energético brasileiro. d) O principal destaque do movimento portuário da região Sul se dá em razão do transporte de pessoas.

GABARITO UNIDADE 9 1.B 2.E 3.B 8.D 9.D 10.C

[117]

4.C 11.B

5.C 12.D

6.B

7.D


[Geografia II]

10. Atualidades

OLIVEIRA, F. Crítica à razão dualista e o ornitorrinco. Campinas: Boitempo, 2003. Os aspectos destacados no texto afetam diretamente questões como emprego e renda, sendo possível explicar essas transformações pelo(a) a) crise bancária e o fortalecimento do capital industrial. b) inovação toyotista e a regularização do trabalho formal. c) impacto da tecnologia e as modificações na estrutura produtiva. d) emergência da globalização e a expansão do setor secundário. e) diminuição do tempo de trabalho e a necessidade de diploma superior.

1. (Enem) A diversidade de atividades relacionadas ao setor terciário reforça a tendência mais geral de desindustrialização de muitos dos países desenvolvidos sem que estes, contudo, percam o comando da economia. Essa mudança implica nova divisão internacional do trabalho, que não é mais apoiada na clara segmentação setorial das atividades econômicas. RIO, G. A. P. A espacialidade da economia. In: CASTRO, I. E.: GOMES. P. C. C.; CORRÊA, R. L. (Org. ). Olhares geográficos: modos de ver e viver o espaço. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012 (adaptado). Nesse contexto, o fenômeno descrito tem como um de seus resultados a a) saturação do setor secundário. b) ampliação dos direitos laborais. c) bipolarização do poder geopolítico. d) consolidação do domínio tecnológico. e) primarização das exportações globais.

4. (Enem) Até o fim de 2007, quase 2 milhões de pessoas perderam suas casas e outros 4 milhões corriam o risco de ser despejadas. Os valores das casas despencaram em quase todos os EUA e muitas famílias acabaram devendo mais por suas casas do que o próprio valor do imóvel. Isso desencadeou uma espiral de execuções hipotecárias que diminuiu ainda mais os valores das casas. Em Cleveland, foi como se um “Katrina financeiro” atingisse a cidade. Casas abandonadas, com tábuas em janelas e portas, dominaram a paisagem nos bairros pobres, principalmente negros. Na Califórnia, também se enfileiraram casas abandonadas. HARVEY, D. O enigma do capital. São Paulo: Boitempo, 2011. Inicialmente restrita, a crise descrita no texto atingiu proporções globais, devido ao(à) a) superprodução de bens de consumo. b) colapso industrial de países asiáticos. c) interdependência do sistema econômico. d) isolamento político dos países desenvolvidos. e) austeridade fiscal dos países em desenvolvimento.

2. (Enem) Dados recentes mostram que muitos são os países periféricos que dependem dos recursos enviados pelos imigrantes que estão nos países centrais. Grande parte dos países da América Latina, por exemplo, depende hoje das remessas de seus imigrantes. Para se ter uma ideia mais concreta, recentes dados divulgados pela ONU revelaram que somente os indianos recebem 10 bilhões de dólares de seus compatriotas no exterior. No México, segundo maior volume de divisas, esse valor chega a 9,9 bilhões de dólares e nas Filipinas, o terceiro, a 8,4 bilhões. HAESBAERT. R.; PORTO-GONÇALVES, C. W. A nova desordem mundial. São Paulo: Edunesp, 2006. Um aspecto do mundo globalizado que facilitou a ocorrência do processo descrito, na transição do século XX para o século XXI, foi o(a) a) integração de culturas distintas. b) avanço técnico das comunicações. c) quebra de barreiras alfandegárias. d) flexibilização de regras trabalhistas. e) desconcentração espacial da produção.

5. (Enem) Atualmente, as represálias econômicas contra as empresas de informática norte-americanas continuam. A Alemanha proibiu um aplicativo dos Estados Unidos de compartilhamento de carros; na China, o governo explicou que os equipamentos e serviços de informática norte-americanos representam uma ameaça, pedindo que as empresas estatais não recorram a eles. SCHILLER, D. Disponível em: www.diplomatique.org.br. Acesso em: 11 nov. 2014 (adaptado). As ações tomadas pelos países contra a espionagem revelam preocupação com o(a) a) subsídio industrial. b) hegemonia cultural. c) protecionismo dos mercados. d) desemprego tecnológico. e) segurança dos dados.

3. (Enem) A mundialização introduz o aumento da produtividade do trabalho sem acumulação de capital, justamente pelo caráter divisível da forma técnica molecular-digital do que resulta a permanência da má distribuição da renda: exemplificando mais uma vez, os vendedores de refrigerantes às portas dos estádios viram sua produtividade aumentada graças ao just in time dos fabricantes e distribuidores de bebidas, mas para realizar o valor de tais mercadorias, a forma do trabalho dos vendedores é a mais primitiva. Combinam-se, pois, acumulação molecular-digital com o puro uso da força de trabalho.

[118]


[Geografia II] 6. (Enem)

8. (Enem) O cidadão norte-americano desperta num leito construído segundo padrão originário do Oriente Próximo, mas modificado na Europa Setentrional antes de ser transmitido à América. Sai debaixo de cobertas feitas de algodão cuja planta se tornou doméstica na Índia. No restaurante, toda uma série de elementos tomada de empréstimo o espera. O prato é feito de uma espécie de cerâmica inventada na China. A faca é de aço, liga feita pela primeira vez na Índia do Sul; o garfo é inventado na Itália medieval; a colher vem de um original romano. Lê noticias do dia impressas em caracteres inventados pelos antigos semitas, em material inventado na China e por um processo inventado na Alemanha. LINTON, R. O homem: uma introdução à antropologia. São Paulo; Martins, 1959 (adaptado).

Na imagem, é ressaltado, em tom mais escuro, um grupo de países que na atualidade possuem características político-econômicas comuns, no sentido de a) adotarem o liberalismo político na dinâmica dos seus setores públicos. b) constituírem modelos de ações decisórias vinculadas à social-democracia. c) instituírem fóruns de discussão sobre intercâmbio multilateral de economias emergentes. d) promoverem a integração representativa dos diversos povos integrantes de seus territórios. e) apresentarem uma frente de desalinhamento político aos polos dominantes do sistema-mundo.

A situação descrita é um exemplo de como os costumes resultam da a) assimilação de valores de povos exóticos. b) experimentação de hábitos sociais variados. c) recuperação de heranças da Antiguidade Clássica. d) fusão de elementos de tradições culturais diferentes. e) valorização de comportamento de grupos privilegiados.

7. (Enem) TEXTO I

9. (Enem) Disneylândia Multinacionais japonesas instalam empresas em HongKong E produzem com matéria-prima brasileira Para competir no mercado americano [...] Pilhas americanas alimentam eletrodomésticos ingleses na Nova Guiné Gasolina árabe alimenta automóveis americanos na África do Sul [...] Crianças iraquianas fugidas da guerra Não obtêm visto no consulado americano do Egito Para entrarem na Disneylândia ANTUNES, A. Disponível em: www.radio.uol.com.br. Acesso em: 3 fev. 2013 (fragmento). Na canção, ressalta-se a coexistência, no contexto internacional atual, das seguintes situações: a) Acirramento do controle alfandegário e estímulo ao capital especulativo. b) Ampliação das trocas econômicas e seletividade dos fluxos populacionais. c) Intensificação do controle informacional e adoção de barreiras fitossanitárias. d)Aumento da circulação mercantil e desregulamentação do sistema financeiro. e) Expansão do protecionismo comercial e descaracterização de identidades nacionais.

TEXTO II A Índia deu um passo alto no setor de teleatendimento para países mais desenvolvidos, como os Estados Unidos e as nações europeias. Atualmente mais de 245 mil indianos realizam ligações para todas as partes do mundo a fim de oferecer cartões de créditos ou telefones celulares ou cobrar contas em atraso. Disponível em: www.conectacallcenter.com.br. Acesso em: 12 nov. 2013 (adaptado). Ao relacionar os textos, a explicação para o processo de territorialização descrito está no(a) a) aceitação das diferenças culturais. b) adequação da posição geográfica. c) incremento do ensino superior. d) qualidade da rede logística. e) custo da mão de obra local.

[119]


[Geografia II] 10. (Enem) Uma mesma empresa pode ter sua sede administrativa onde os impostos são menores, as unidades de produção onde os salários são os mais baixos, os capitais onde os juros são os mais altos e seus executivos vivendo onde a qualidade de vida é mais elevada. SEVCENKO, N. A corrida para o século XXI: no loop da montanha russa. São Paulo: Companhia das Letras, 2001 (adaptado). No texto estão apresentadas estratégias empresariais no contexto da globalização. Uma consequência social derivada dessas estratégias tem sido a) o crescimento da carga tributária. b) o aumento da mobilidade ocupacional. c) a redução da competitividade entre as empresas. d) o direcionamento das vendas para os mercados regionais. e) a ampliação do poder de planejamento dos Estados nacionais.

produtor. De fato, tais roupas costumam ser feitas em fábricas - chamadas "maquiladoras" - situadas em zonas francas, onde os trabalhadores nem sempre têm direitos trabalhistas garantidos. A produção nessas condições indicaria um processo de globalização que a) fortalece os Estados Nacionais e diminui as disparidades econômicas entre eles pela aproximação entre um centro rico e uma periferia pobre. b) garante a soberania dos Estados Nacionais por meio da identificação da origem de produção dos bens e mercadorias. c) fortalece igualmente os Estados Nacionais por meio da circulação de bens e capitais e do intercâmbio de tecnologia. d) compensa as disparidades econômicas pela socialização de novas tecnologias e pela circulação globalizada da mão de obra. e) reafirma as diferenças entre um centro rico e uma periferia pobre, tanto dentro como fora das fronteiras dos Estados Nacionais.

11. (Enem) O G-20 é o grupo que reúne os países do G7, os mais industrializados do mundo (EUA, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Canadá), a União Europeia e os principais emergentes (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Coreia do Sul, Indonésia, México e Turquia). Esse grupo de países vem ganhando força nos fóruns internacionais de decisão e consulta. ALLAN. R. Crise global. Dísponivel em: http://conteudoclippingmp.planejamento.gov.br. Acesso em: 31 jul. 2010. Entre os países emergentes que formam o G-20, estão os chamados BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), termo criado em 2001 para referir-se aos países que a) apresentam características econômicas promissoras para as próximas décadas. b) possuem base tecnológica mais elevada. c) apresentam índices de igualdade social e econômica mais acentuados. d) apresentam diversidade ambiental suficiente para impulsionar a economia global. e) possuem similaridades culturais capazes de alavancar a economia mundial.

13. (Ufrgs) Observe a figura abaixo.

Os blocos regionais, assinalados numericamente de 1 a 3 no mapa, são, respectivamente, a) Mercosul (Mercado Comum do Sul); APEC (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico); Sapta (Acordo Comercial Preferencial do Sul da Ásia). b) UNASUL (União das Nações Sul-Americanas); Ecowas (Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental); Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático). c) Mercosul (Mercado Comum do Sul); SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral); Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático). d) Comunidade Andina; União Africana; APEC (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico). e) Mercosul (Mercado Comum do Sul); Ecowas (Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental); APEC (Cooperação Econômica ÁsiaPacífico).

12. (Enem) Um certo carro esporte é desenhado na Califórnia, financiado por Tóquio, o protótipo criado em Worthing (Inglaterra) e a montagem é feita nos EUA e México, com componentes eletrônicos inventados em Nova Jérsei (EUA), fabricados no Japão. (...). Já a indústria de confecção norte-americana, quando inscreve em seus produtos 'made in USA', esquece de mencionar que eles foram produzidos no México, Caribe ou Filipinas. (Renato Ortiz, Mundialização e Cultura) O texto ilustra como em certos países produz-se tanto um carro esporte caro e sofisticado, quanto roupas que nem sequer levam uma etiqueta identificando o país

[120]


[Geografia II] 14. (Ufrgs) Leia o trecho da música Disneylândia, da banda Titãs. Armênios naturalizados no Chile Procuram familiares na Etiópia. Casas pré-fabricadas canadenses Feitas com madeira colombiana. Multinacionais japonesas Instalam empresas em Hong-Kong E produzem com matéria-prima brasileira Para competir no mercado americano.

16. (Ifsul) Observe a representação abaixo:

Literatura grega adaptada Para crianças chinesas da comunidade europeia. Relógios suíços falsificados no Paraguai Vendidos por camelôs no bairro mexicano de Los Angeles. Turista francesa fotografada seminua com o namorado árabe Na Baixada Fluminense. O trecho acima retrata a dinâmica resultante do processo de a) globalização. b) empobrecimento. c) migração. d) enriquecimento. e) independência. Da análise da imagem, conclui-se que a) a representação de mundo entre o período de 1500 a 1930 pouco se alterou. b) o mundo encolheu, mas as representações continuaram as mesmas de 1500. c) o horizonte geográfico foi ampliado via novos dispositivos técnicos e tecnológicos. d) os avanços tecnológicos assumiram papel terciário referente à percepção de mundo.

15. (Pucrs) Os tecnopolos estão para o capitalismo da Terceira Revolução Industrial assim como as regiões carboníferas estavam para a Primeira, ou as jazidas petrolíferas para a Segunda. O tecnopolo representado na figura abaixo é o

17. (Pucrs) Com o desenvolvimento da economia informacional e da globalização, estruturou-se, mais uma vez, a Divisão Internacional do Trabalho (DIT). Sobre essa nova DIT, é correto afirmar que I. circunscreve-se aos limites territoriais dos países envolvidos. II. se estabelece entre os agentes econômicos localizados em uma estrutura global de redes e fluxos. III. compreende agentes que podem aparecer em posições diferentes em um mesmo país. IV. envolve os produtores de matérias-primas provenientes de recursos naturais que estão nos países centrais, eliminando as desigualdades internacionais. Estão corretas as afirmativas a) I e II, apenas. b) II e III, apenas. c) I, II e III, apenas. d) II, III e IV, apenas. e) I, II, III e IV.

a) de Boston. b) de Seattle. c) Vale do Silício. d) Orange County. e) Los Angeles County.

[121]


[Geografia II] 18. (Ufrgs) Sobre as relações de consumo que se estabelecem na atualidade, considere as seguintes afirmações. I. A reserva de mercado exclusivamente para os produtos nacionais é uma consequência da economia globalizada. II. Uma das funções do crédito, no modelo capitalista de consumo, é permitir às pessoas de baixo poder aquisitivo o acesso a bens de consumo, muitas vezes acarretando o comprometimento de sua renda futura. III. O atual modelo de consumo mundial exerce forte pressão sobre a natureza, devido à demanda por matérias-primas. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas I e II. c) Apenas I e III. d) Apenas II e III. e) I, II e III.

21. (Ufrgs) Leia o texto: Do mesmo modo que em outros ramos industriais, a indústria cultural transforma matéria-prima em mercadorias, criando novos padrões de consumo, voltados para atender às demandas de um determinado público-alvo. TERRA, Lygia; ARAUJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de geografia do Brasil. São Paulo: Moderna, 2009. p.134. Em relação ao monopólio da informação no Brasil, assinale verdadeira (V) ou falsa (F) em cada afirmativa seguir. ( ) Existe a concentração da veiculação dos produtos culturais nas mãos de poderosos grupos empresariais. ( ) As concessões de rádio e TV têm sido utilizadas como moeda de troca nas negociações que estabelecem alianças políticas. ( ) Os grandes grupos econômicos puderam, por meio de investimentos no controle das inovações tecnológicas em comunicações, ampliar espacialmente sua influência, ditando novos padrões de consumo. A sequência correta é a) V – V – V. b) F – F – V. c) V – F – V. d) F – V – F. e) V – F – F.

19. (Ucs) Observe o trecho da música Disneylândia, dos Titãs, que faz referência ao processo de transformação do mundo capitalista, principalmente a partir da década de 1980. Disneylândia Música hindu contrabandeada por ciganos poloneses faz sucesso no interior da Bolívia [...] Multinacionais japonesas instalam empresas em Hong Kong e produzem com matéria-prima brasileira para competir no mercado americano.

22. (Ufrgs) Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações sobre questões econômicas da atualidade. ( ) A recente ascensão de países da Ásia e da América Latina, tem provocado uma nova organização nas forças políticas e econômicas do sistema financeiro internacional. ( ) A industrialização acelerada na América do Norte, nos países europeus e nos países asiáticos tem acarretado problemas ambientais de âmbito global. ( ) A crise da economia europeia tem provocado a diminuição da população em países como a Espanha e Portugal, pois tanto o cidadão imigrante quanto o nacional estão procurando novas oportunidades de trabalho em outros países. ( ) Os altos custos de produção industrial nos “tigres do Pacífico” (Cingapura, Taiwan, Coréia do Sul e China) ocasionou, por parte dos países do norte, a redução de investimentos naqueles países. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é a) F—F—V—V. b) V—V—V-F. c) V—F—F—V. d) V—V—F—V. e) F—F—V—F.

Esse processo ficou conhecido como a) Nova Ordem Mundial. b) Organização do Espaço Mundial. c) Regionalização. d) Globalização. e) Ordem Geopolítica. 20. (Ufrgs) Considere as seguintes afirmações sobre a globalização mundial. I. Existe uma grande proteção alfandegária à produção industrial nacional. II. A produção industrial dirige suas ações para a redução de estoques e pronto fornecimento (Just-intime). III. As unidades da federação praticam a renúncia fiscal para atrair investimentos externos, descentralizando a produção industrial. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas I e III. d) Apenas II e III. e) I, II e IlI.

[122]


[Geografia II] 23. (Pucrs)

milhões de telefones celulares foram descartados nos Estados Unidos. Uma CPU de computador, que nos anos 1990 durava até sete anos, hoje dura dois anos. Telefones celulares, computadores, aparelhos de televisão, câmeras fotográficas caem em desuso e são descartados com uma velocidade assustadora. Bemvindo ao mundo da obsolescência planejada”. Fonte: Revista Fórum, número 74, setembro de 2013. A partir da leitura do texto acima, assinale a alternativa correta. a) O padrão de sociedade citado é a “sociedade de consumo”, que teve seu inicio na sociedade americana com o “american way of life” e cujo modelo se espalhou pelo mundo, atingindo todos os países. b) A mudança dos bens de consumo citados é um processo natural, decorrente do crescimento econômico e do aumento do poder aquisitivo da população. c) A obsolescência é planejada pelos próprios consumidores, que detêm o controle do consumo, bem como do padrão de qualidade dos produtos consumidos. d) A obsolescência de que fala o texto é o resultado de um modelo de consumo e de crescimento irracional, que leva a não sustentabilidade ambiental.

Considerando a situação econômica mundial após a crise de 2008, é provável que os países assinalados por 1 e 2 sejam, respectivamente, a) Japão e Finlândia. b) Itália e Suécia. c) Suíça e Noruega. d) Holanda e França. e) Dinamarca e Alemanha. 24. (Upf) Assinale V para as alternativas verdadeiras e F para as alternativas falsas. ( ) Até a década de 1970, a economia mundial continuou organizada sobre o complexo de tecnologias baseadas no petróleo, na eletricidade, na eletrônica e na indústria química. ( ) Após 1970, esboçou-se um novo ciclo de inovações, conhecidas como Revolução Tecnocientífica, que tinha seus fundamentos na revolução de inovação. ( ) O meio técnico caracteriza-se pelo predomínio da indústria e da transferência de matérias por meio de rede de transporte, como ferrovias e rodovias. ( ) O predomínio das finanças e de transferência de capital e informação por meio de redes de comunicações e de alta tecnologia, é inerente ao meio tecnocientífico. ( ) Esquematicamente, a rede é um sistema integrado de fluxos, constituída por pontos de acesso, arcos de transmissão e nós ou polos de bifurcação. É correta: a) F, V, V, F, F b) F, F, F, F, F c) V, V, V, V, V d) F, F, F, V, V e) V, F, V, V, F

GABARITO UNIDADE 10 1.D 2.B 3.C 8.D 9.B 10.B 15.C 16.C 17.B 22.B 23.B 24.C

25. (Acafe) “E comum um telefone celular ir ao lixo com menos de oito meses de uso ou uma impressora nova durar apenas um ano. Em 2005, mais de 100

[123]

4.C 11.A 18.D 25.D

5.E 12.E 19.D 26.

6.C 13.C 20.D

7.E 14.A 21.A


[Geografia II]

11. Regiões do Brasil 1. (Enem 2ª aplicação) Em 1967, o geógrafo brasileiro Pedro Pinchas Geiger propôs uma divisão regional do país em regiões geoeconômicas ou complexos regionais. Essa divisão baseia-se no processo histórico de formação do território brasileiro, levando em conta, especialmente, os efeitos da industrialização. Dessa forma, busca-se refletir a realidade do país e compreender seus mais profundos contrastes. d) Disponível em: http://educacao.uol.com.br. Acesso em: 23 ago. 2012 (adaptado).

A divisão em regiões geoeconômicas ou complexos regionais encontra-se na seguinte representação:

e)

a) 2. (Enem) O Centro-Oeste apresentou-se como extremamente receptivo aos novos fenômenos da urbanização, já que era praticamente virgem, não possuindo infraestrutura de monta, nem outros investimentos fixos vindos do passado. Pôde, assim, receber uma infraestrutura nova, totalmente a serviço de uma economia moderna. SANTOS, M. A Urbanização Brasileira. São Paulo: EdUSP, 2005 (adaptado).

b)

O texto trata da ocupação de uma parcela do território brasileiro. O processo econômico diretamente associado a essa ocupação foi o avanço da a) industrialização voltada para o setor de base. b) economia da borracha no sul da Amazônia. c) fronteira agropecuária que degradou parte do cerrado. d) exploração mineral na Chapada dos Guimarães. e) extrativismo na região pantaneira. c)

[124]


[Geografia II] 3. (Enem 2ª aplicação) Durante as três últimas décadas, algumas regiões do Centro-Sul do Brasil mudaram do ponto de vista da organização humana, dos espaços herdados da natureza, incorporando padrões que abafaram, por substituição parcial, anteriores estruturas sociais e econômicas. Essas mudanças ocorreram, principalmente, devido à implantação de infraestruturas viárias e energéticas, além da descoberta de impensadas vocações dos solos regionais para atividades agrárias rentáveis.

5. (Ifsc) A cidade do Rio de Janeiro, situada na Região Sudeste, será a sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Sobre essa Macrorregião Geográfica do IBGE, é CORRETO afirmar: a) Ao longo do século XIX recebeu imigrantes asiáticos, principalmente nas atividades da cultura canavieira. b) Possui duas sub-regiões, a do Meio Norte e a da Mata dos Cocais. c) Apresenta baixos índices de desenvolvimento humano, se comparados aos do Nordeste brasileiro. d) As principais atividades econômicas de todos os estados que compõem essa região estão restritas à agricultura de subsistência e ao pastoreio. e) Além de concentrar a maior parte da população brasileira, também concentra a maior parte da renda média da população e é a que mais contribui com o Produto Interno Bruto do Brasil.

AB’SABER, A. N. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003 (adaptado).

A transformação regional descrita está relacionada ao seguinte processo característico desse espaço rural: a) Expansão do mercado interno. b) Valorização do manejo familiar. c) Exploração de espécies nativas. d) Modernização de métodos produtivos. e) Incorporação de mão de obra abundante.

6. (Ifsc)

4. (Enem) A tabela a seguir representa, nas diversas regiões do Brasil, a porcentagem de mães que, em 2005, amamentavam seus filhos nos primeiros meses de vida.

região

período de aleitamento até o 4º mês de 9 meses a 1 ano %) %) (em (em 85,7 54,8 77,7 38,8 75,1 38,6 73,2 37,2 83,9 47,8

Norte Nordeste Sudeste Sul CentroOeste Ministério da Saúde, 2005.

Assinale a soma da(s) proposição(ões) CORRETA(S). 01) Na Região Concentrada, a modernização generalizada e a intensa circulação interna com outras regiões e países correspondem a uma marcada divisão territorial do trabalho. 02) Nas últimas décadas o território brasileiro foi remodelado a partir de importantes acréscimos de ciência e tecnologia ao solo, cuja difusão heterogênea produz as novas diferenciações regionais. 04) Considerando a imagem acima, o estado de Tocantins, segundo a proposta de Milton Santos, considerando os acréscimos de ciência e tecnologia, está inserido na Região Amazônica. 08) Infere-se da imagem acima que somente os estados nordestinos que se localizam ao sul do trópico de Capricórnio pertencem à Região Concentrada. 16) A Região Nordeste apresenta uma das maiores produções de gado de corte e produção de soja do país. 7. (Upf) Primeira região do Brasil Colônia efetivamente ocupada e explorada pela metrópole

Ao ingerir leite materno, a criança adquire anticorpos importantes que a defendem de doenças típicas da primeira infância. Nesse sentido, a tabela mostra que, em 2005, percentualmente, as crianças brasileiras que estavam mais protegidas dessas doenças eram as da região a) Norte. b) Nordeste. c) Sudeste. d) Sul. e) Centro-Oeste.

[125]


[Geografia II] portuguesa, o Nordeste apresenta diferentes características, que permitem identificar quatro subregiões: Meio Norte, Sertão, Agreste e Zona da Mata.

Indique a alternativa que apresenta os complexos regionais 1, 2 e 3, respectivamente. a) Complexo Norte, Nordeste e Centro Sul. b) Complexo Norte, Centro Sul e Nordeste. c) Complexo Amazônia, Centro Oeste e Nordeste. d) Complexo Amazônia, Centro Sul e Nordeste. e) Complexo Norte, Centro Oeste e Nordeste.

Nas assertivas abaixo, relacione a numeração do mapa com as características/informações apresentadas. ( ) A construção de complexos turísticos e bairros residenciais sofisticados atraiu novos moradores e turistas, mas prejudicou a vegetação nativa e antigas referências culturais. ( ) O extrativismo vegetal na Mata dos Cocais é importante fonte de renda para pequenos agricultores e, mais recentemente, também houve a expansão da fronteira agrícola, com fazendas monocultoras de soja e de arroz. ( ) No início da colonização, foi espaço de pecuária extensiva e algodoeira. O solo úmido nos brejos e nascentes de rios favorece a atividade agrícola, praticada em latifúndios e também em pequenas propriedades policultoras. ( ) O relevo acidentado acolheu pequenos agricultores familiares que, além da subsistência, hoje produzem hortifrutigranjeiros para o abastecimento de muitas cidades nordestinas, como Caruaru, Campina Grande e Feira de Santana. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: a) 1 – 3 – 2 – 4. b) 2 – 4 – 1 – 3. c) 3 – 4 – 2 – 1. d) 3 – 1 – 2 – 4. e) 4 – 1 – 2 – 3.

9. (Uepg) A respeito da divisão do Brasil em regiões e algumas de suas particularidades, assinale o que for correto. 01) A divisão regional oficial feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE considerou nessa regionalização características políticoadministrativas, físicas, econômicas, de população e sociais, resultando nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. 02) A região Nordeste, embora com todos os problemas enfrentados, principalmente com o flagelo da seca, é a região com menor índice de analfabetismo acima dos 15 anos e a de maior expectativa de vida ao nascer. 04) As regiões Norte e Centro-Oeste, na divisão oficial, são as mais extensas em área, porém com menor número de municípios cada uma em relação às outras, pois são, também, as de menor número de habitantes. 08) A região Sudeste é a de maior população e, portanto, a composta por um número maior de estados da federação, num total de nove. 16) Além da divisão regional oficial do Brasil em cinco macrorregiões, existe uma outra divisão que leva em consideração condições geográficas e econômicas e são denominadas de regiões geoeconômicas que são: a Amazônia, o Centro-Sul e o Nordeste.

8. (Unesp) Uma forma de regionalizar o Brasil, para avaliar a situação socioeconômica e as relações entre a sociedade e o espaço natural, é dividir o país em três grandes complexos regionais, de acordo com proposta do geógrafo brasileiro Pedro Pinchas Geiger. Observe a figura em que está destacada essa proposta de regionalização.

GABARITO UNIDADE 11 1.B 2.C 3.D 8.D 9.21

[126]

4.A

5.E

6.03

7.E


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