[Geografia II] No decorrer da História, a humanidade sempre criou e utilizou recursos técnicos - basta lembrar o controle do fogo, a invenção da roda, a domesticação de animais e plantas há milhares de anos, etc. Mas a regra geral era que, primeiro, se conhecesse algo na prática e, depois, viesse a teoria, isto é, a ciência. Nas últimas décadas, isso mudou: os novos setores de ponta em tecnologia e na indústria representam aplicações de conhecimentos científicos - da microfísica, da ecologia, de teorias avançadas da matemática, da genética, etc. -, que, no início, foram considerados "inúteis", ou seja, conhecimento puro e sem aplicação. Além disso, a importância da ciência e da tecnologia avançada mudou radicalmente. Em vez de serem apenas um elemento a mais, até mesmo dispensável, como ocorria anteriormente, elas passaram a ser elementos centrais, aqueles que comandam o ritmo e os rumos das mudanças.
Organização da produção industrial A PRODUÇÃO FORDISTA Em 1911,o engenheiro Frederick W. Taylor (1856-1915)publicou o livro Os princípios da administração científica, no qual defendia o estabelecimento de um sistema de organização científica do trabalho. Esse sistema consistia em controlar os tempos e os movimentos dos trabalhadores e fracionar as etapas do processo produtivo, de forma que cada operário desenvolvesse tarefas ultra especializadas e repetitivas, com o objetivo de aumentar a produtividade no interior das fábricas. Esses novos procedimentos organizacionais aplicados à indústria ficaram conhecidos como taylorismo. O industrial Henry Ford inovou os métodos de produção conhecidos em sua época ao pôr o taylorismo em prática em sua empresa, a Ford Motor Company, fundada em 1903, no estado de Michigan (Estados Unidos). Em1913,desenvolveu seu próprio método de racionalização da produção ao introduzir esteiras rolantes nas linhas de montagem dos automóveis: as peças chegavam até os operários, que executavam sempre as mesmas tarefas referentes à produção de cada parte do carro. O fordismo distingue-se do taylorismo por apresentar uma visão abrangente da economia, não ficando restrito a mudanças organizacionais no interior das fábricas. Ford percebeu que a produção em grande escala exigia consumo em massa, o que pressupunha a fabricação de produtos mais baratos, porém de boa qualidade, e salários mais elevados aos trabalhadores (leia a frase em que ele defende isso). O fordismo/taylorismo provocou uma revolução nos métodos de produção que levaram ao desenvolvimento da sociedade de consumo.
Na foto, final da linha de produção do Ford T, provavelmente em 1914. Produzido entre 1908 e 1926, o Ford T foi um dos primeiros carros fabricados em série.
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