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34. O papa Gregório I escreve ao abade Melito sobre uma política de aculturação (590-604

34.

O papa Gregório I escreve ao abade Melito sobre uma política de aculturação (590-604)

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Melito estava a ponto de se unir a santo Agostinho de Canterbury na missão para a Inglaterra. Como lidar com uma cultura pagã e seus símbolos? Gregório I (590-604) recomenda uma política de aculturação.

Dize a Agostinho que ele não deve, de forma alguma, destruir os templos dos deuses, mas apenas os ídolos dentro desses templos. Deixa, depois que ele os tenha purificado com água-benta, que construa altares e relíquias dos santos neles. Pois, se esses templos forem bem construídos, deveriam ser convertidos da adoração de demônios ao serviço de Deus verdadeiro. Assim, vendo que seus lugares de adoração não foram destruídos, as pessoas banirão o erro de seus corações e virão a lugares familiares e queridos para elas, em reconhecimento e adoração ao verdadeiro Deus.

Ademais, desde que foi seu costume matar bois em sacrifício, elas deveriam receber alguma solenidade em troca. Deixa, então, no dia da dedicação de suas igrejas ou no banquete dos mártires cujas relíquias são preservadas neles, que construam para si cabanas ao redor dos templos e celebrem a ocasião com festejos religiosos. Eles sacrificarão e comerão os animais não mais como um oferecimento ao diabo, mas para a glória de Deus

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a quem, como o doador de todas as coisas, eles darão graças por terem se saciado. Assim, se não forem privados de todas as alegrias exteriores, eles mais facilmente vão prover a interior. Pois seguramente é impossível apagar tudo de uma vez das suas mentes fortes, da mesma maneira que, quando alguém deseja alcançar o topo de uma montanha, tem que escalar por etapas e passo a passo, e não aos saltos rapidamente.

Menciona isto a nosso irmão o bispo, que ele pode dispor do assunto como achar conveniente com as condições de tempo e lugar.

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