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32. Cartas do rei Teodorico (493-526

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Cartas do rei Teodorico (493-526)

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Teodorico, o Grande (c. 454-526), foi rei dos visigodos de 474 até sua morte em Ravena, no ano 526. Educado em Constantinopla, impregnado da cultura greco-romana, sucedeu ao trono de seu pai Teodomiro. Ajudado por dois grandes ministros, Cassiodoro e Boécio, foi senhor da Itália e das costas da Dalmácia e tentou, sem sucesso, a fusão entre romanos e godos. Estas cartas foram escritas para Teodorico por seu secretário e ministro Cassiodoro. Teodorico lutou para preservar a civilização que tão bem conhecia.

Rei Teodorico para Maximiano, Vir Illustris; e Andreas, Vir Spectabilis,

Se o povo de Roma for embelezar sua cidade, nós o ajudaremos.

Instituir uma estrita auditoria (da qual ninguém precisa se envergonhar) do dinheiro dado por nós aos diferentes trabalhadores no embelezamento da cidade. Verificar que estejamos recebendo aquilo que valha o dinheiro gasto. Se houver desfalque em qualquer lugar, fazer com que os fundos assim desviados sejam repostos. Esperamos que os romanos ajudem com seus próprios recursos neste trabalho patriótico e certamente não interceptem nossas contribuições para a finalidade.

Os pássaros vagantes amam seus próprios ninhos; as feras se apressam aos próprios covis para descanso; o peixe voluptuoso, vagando os campos de oceano, retorna à sua bem conhecida caverna. Quanto mais não deve Roma ser amada por seus filhos!

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M árcio B orges

Rei Teodorico para Fausto, Praepositus

Apenas o excesso das colheitas de qualquer província, além do que é necessário para a provisão de suas próprias satisfações, deve ser exportado. Estaciona pessoas no cais para verificar que navios estrangeiros não retirem produtos para as costas de fora até que os provedores públicos tenham tudo aquilo que requeiram.

Rei Teodorico para Suna, Vir Illustris e Comes

Não deixes nada quedar inútil que possa repercutir na beleza da cidade. Que tua ilustre magnificência, então, faça com que os blocos de mármore que jazem em ruínas em todos os lugares sejam forjados em paredes pelas mãos dos trabalhadores que envio com esta. Apenas cuides de usar somente aquelas pedras que realmente caíram de edifícios públicos, já que não desejamos expropriar a propriedade privada, mesmo para a glorificação da cidade.

Rei Teodorico para o Senado da cidade de Roma

Ouvimos com tristeza, pelo relatório dos juízes provinciais, que vós, os pais do estado, que deveriam fixar um exemplo para vossos filhos (os cidadãos comuns), estiveram tão relapsos no pagamento de impostos que nesta primeira coleta nada, ou quase nada, foi trazido de qualquer casa senatorial. Assim, um peso esmagador caiu sobre as classes mais baixas, que tiveram de tornar boas vossas deficiências e ficaram agastadas pela violência dos coletores de impostos. Agora, então, OH pais conscritos, que deveis tantos deveres à República quanto nós, pagai os impostos pelos quais cada um de vós é responsável, para os procuradores designados em cada província, por meio de três prestações. Ou, se preferirdes fazer assim — e isso costumava ser considerado um privilégio —, pagai tudo de uma vez aos cofres do vicário. E deixai este edito ser publicado, para que todos os provinciais possam saber que não serão taxados e que estão convidados a declarar suas queixas.

Rei Teodorico para Colosseus, Vir Illustris e Comes

Estamos deliciados em confiar nossos mandatos a pessoas de aprovado caráter.

Nós vos enviamos com a dignidade do ilustre cinturão para Panônia sirmiense, uma velha habitação dos góticos. Deixai aquela província ser induzida a saudar a chegada de seus velhos defensores, mesmo como costumava obedecer jovialmente aos nossos antepassados. Exibi adiante a justiça dos góticos, uma nação felizmente talhada para o elogio,

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desde que é deles reunir a premeditação dos romanos e a virtude dos bárbaros. Removei todos os costumes doentiamente plantados e imprimi em todos os vossos subordinados que mais preferimos que nosso tesouro perca um tento a ganhá-lo injustamente, mais que percamos dinheiro que o contribuinte seja levado ao suicídio.

O rei Teodorico para Unigis, o Portador da Espada

Estamos deliciados em viver sob a lei dos romanos, a quem buscamos defender com nossos braços; e estamos muito interessados na manutenção da moralidade, já que podemos possivelmente entrar em guerra. Pois que proveito há em ter removido o remoinho dos bárbaros, a menos que vivamos de acordo com a lei? [...] Deixai que outros reis desejem a glória de batalhas vencidas, de cidades tomadas, de ruínas feitas; nosso propósito é, Deus nos ajudando, reger de modo que nossos súditos pudessem se afligir por não terem adquirido mais cedo as bênçãos de nosso domínio.

O rei Teodorico para todos os judeus de Gênova [...] Não podemos comandar a religião de nossos súditos, desde que nenhum pode ser forçado a crer contra sua vontade.

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