MENSAGEM DA DIRETORIA
Missão cumprida! É com este sentimento que terminamos a nossa gestão à frente da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando. Foram três anos atuando em defesa da pecuária leiteira e da nos sa raça, buscando sempre o avanço da entidade em várias frentes. Tivemos que nos reinventar para vencer as limitações impostas pela pandemia, e conseguimos mostrar que o agro é realmente o motor da economia do País. Não paramos, inovamos e vencemos esse período de tantas perdas para todos.
O carro-chefe da Gestão 2020/2022 foi sem dúvida o PMGG, que é o coração da entidade. Foram vários investimentos realizados para ampliar o programa. Destacamos a publicação de 15 novas caracte rísticas e 6 índices de seleção no Sumário de Touros 2022. No ano an terior, já tínhamos publicado a avaliação genética para Longevidade. Para chegar a todas essas novas características, reforçamos nossa par ceria com a Embrapa Gado de Leite e contratamos três pesquisadoras para o PMGG.
Promovemos a ampliação do processo de coleta de informações lineares (SALG), com milhares de animais avaliados, o que permitiu publicar no Sumário de 2022 as primeiras informações sobre as ava liações lineares. Também, em parceria com o Fundo de Investimento do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (FI PMGG), concedemos subsídio para os criadores inscritos no Serviço de Controle Leiteiro, no valor das análises de composição do leite. E para encerrar com chave de ouro faremos, em breve, o custeio da genotipagem dos animais avaliados pelo SALG: serão mais 7.000 genotipagens de filhas de touros Girolando.
No Serviço de Registro Genealógico da Raça Girolando também avançamos. Ampliamos nossa equipe técnica no Brasil para atender os criadores nas mais variadas regiões. Concedemos descontos em multas, promovemos campanhas para novos associados e capacita mos nossos técnicos para garantir a qualidade nos serviços prestados. Atingimos a marca histórica dos 2 milhões de registros e controles, e agora já ultrapassamos os 2.109.070 registros.
Tivemos a satisfação de realizar a Megaleite de forma presencial, depois de dois anos com uma versão virtual, sendo que fomos a pri meira entidade do setor a investir nesse tipo de evento on-line. Po der apresentar presencialmente ao público as evoluções da pecuária leiteira foi gratificante e os números da Megaleite comprovaram seu sucesso, com movimentação financeira estimada em R$200 milhões.
Também avançamos nas pistas de julgamento, com animais de extrema qualidade concorrendo, e no marketing da raça. Desenvolve mos campanhas promocionais, como a “Girolando 5/8 - A Raça Na cional”, que apresentou as vantagens de investir na raça, e outra para incentivar o consumo de leite. Ainda trabalhamos pela instituição do Dia Nacional da Raça Girolando, uma data para celebrar nossa fan tástica raça.
Não poderíamos deixar de registrar aqui nosso agradecimento a todos que contribuíram para o crescimento da Associação. Diversas entidades atuaram em parceria com a Girolando nestes últimos anos, assim como lideranças políticas do agro, pesquisadores, criadores e produtores rurais. Agradeço também ao Parceiro Premium Embaré, aos Parceiros Master Allflex, Tortuga, uma marca DSM, Agener União Saúde Animal, UCBVET Saúde Animal, SobControle Fazenda, Rú mina, Berrante Agroexperience, Agroceres Multimix, Zoetis, Mosaic Fertilizantes, ao Canal Master TV Terraviva e ao Apoio Master #Beba maisleite. Essa união foi fundamental para as conquistas alcançadas. Aproveitamos para desejar sucesso à nova Diretoria eleita, que siga firme na defesa e promoção da raça!
Um ano que ficará marcado na história por tantos acontecimentos decisivos para os rumos da raça Girolando e do Brasil. 2022 termina com a certeza de que é preciso continuar buscando in cansavelmente o melhor para nossos negócios, famílias e para o País. Dentro da pecuária leiteira, o ano exigiu resiliência dos produtores rurais, que continuaram trabalhando com custos altos e osci lações nada animadoras dos preços pagos pelo litro do leite ao produtor.
O certo é que a gestão do negócio teve que ser ainda mais precisa em 2022, ampliando a necessi dade de dados seguros para o avanço do rebanho. Para quem investe em genética bovina, este ano ficará marcado positivamente, pois o Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG) entregou muitos resultados. Houve a am pliação das características com avaliações genéticas e genômicas dentro do Sumário de Touros, o que refletirá em gerações muito mais produtivas em breve. É o PMGG encurtando o tempo para pro duzir animais de qualidade superior.
Nesta última edição da revista Girolando de 2022, você vai acompanhar todos os avanços da Associação nos últimos três anos, promovidos pela atual Diretoria, sob o comando do presidente Odilon de Rezende Barbosa Filho. Trazemos um balanço da Gestão 2020/2022 na áreas técnica, ins titucional, exposições e eventos, comunicação etc. Foram três anos de muito investimento para man ter a raça no caminho do progresso. Parabéns ao presidente Odilon e a todos os diretores, por este empenho!
EXPEDIENTE
Outro destaque desta edição é um passo a pas so sobre produção de forragem de qualidade para o gado. Oferta de bom alimento garante um fun cionamento adequado do rúmen e contribui para a saúde e boa produção de leite dos animais. Ain da trazemos dicas para a escolha de híbridos para produção de silagem de milho de alta qualidade. Para associar saúde, produção e dieta de alta for ragem é necessário se obter uma silagem de milho que permita seu consumo e forneça o aporte de nutrientes exigidos pelos animais.
Destacamos ainda como a pecuária leiteira pode se adaptar às mudanças climáticas e as opor tunidades do agro para consolidar em seu dia a dia práticas sustentáveis. O Girolando tem mostrado que é a raça ideal para uma pecuária em sintonia com o meio ambiente.
Trazemos também um artigo sobre os dados da propriedade, os mais fortes e atuais aliados da pecuária leiteira. Para conduzir a pecuária leiteira a um novo patamar, é necessário ter uma gestão precisa de dados e soluções inteligentes automati zadas, ágeis e fáceis de serem manipuladas. Outro destaque é a entrevista exclusiva com a professora da Universidade Federal de Viçosa, Polyana Pizzi Rotta. Ela explica como está o proje to com a raça Girolando, cujos animais foram do ados por associados, os resultados já alcançados e como tem sido o manejo dos animais. Ainda traze mos muitas outras novidades. Confira nas páginas a seguir.
Aproveito para desejar Boas Festas e que 2023 seja um ano de prosperidade!
versão on line no site www.girolando.com. br. • Redação: Rua Orlando Vieira do Nascimento, 74 - CEP: 38040-280 - Uberaba/MG • Telefone: (34) 3331-6000 • Assinaturas: R$ 98,00/ano –financeiro@mundorural.org • 22 anos de circulação ininterrupta
36 Índice
MENSAGEM DA DIRETORIA 04
EDITORIAL 06 GIRO LÁCTEO 10 LANÇAMENTOS E INOVAÇÕES 12
COMO GARANTIR UMA FORRAGEM DE QUALIDADE PARA O GADO LEITEIRO? 18 ESCOLHA DE HÍBRIDOS PARA SILAGEM DE MILHO 20 A PECUÁRIA 4.0 É PARA TODOS? 24 DADOS: OS MAIS FORTES E ATUAIS ALIADOS DA PECUÁRIA LEITEIRA 26 ROTINA DE ORDENHA DEVE SER ORGANIZADA E COM RESPEITO A TODOS OS PROCEDIMENTOS 28 PRODUTOR DE LEITE ULTRAPASSA DIFICULDADES E ATINGE RESULTADOS SURPREENDENTES EM MENOS DE UM ANO COM AJUDA DE CONSULTORIA 32 A PECUÁRIA LEITEIRA PODE SE ADAPTAR ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS?
OPORTUNIDADES DO AGRO 38 PASTO IRRIGADO POTENCIALIZA PECUÁRIA LEITEIRA 42 NOVOS ASSOCIADOS E CONSELHO 46 GESTÃO 2020/2022 UMA DIRETORIA EMPENHADA EM ANTECIPAR O FUTURO DA RAÇA. 47 PMGG ANTECIPA O FUTURO DA RAÇA 50 MODERNIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE TECNOLOGIA 54 APOSTA NAS EXPOSIÇÕES E EVENTOS 55 GIROLANDO FORTE PELO BRASIL 56 AVANÇOS NA PROMOÇÃO DA RAÇA 58 GIROLANDO KIDS 60 FALE CONOSCO 61
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GIRO LÁCTEO
Fêmea Jovem Suprema
A 1ª Exposição Girolando Gado Jovem foi a novidade na programação da 52ª Exposição Agropecuária e Industrial de Itanhandu, em Minas Gerais. Participaram 20 expositores da região. A competição da raça Girolando foi conduzida pelo jurado Cláudio Aragon. No campeonato “Fêmea Jovem Suprema”, Aragon atuou em conjunto com o jurado canadense Mike West, responsável pelo jul gamento da raça Holandês. Nessa disputa concorreram tanto fêmeas de diversas com posições raciais do Girolando quanto as Ho landesas preto e branco e vermelho e bran co. A fêmea 5/8, Rachapau Brejeira 6645 Unstopabull FIV, de propriedade do expo sitor Geraldo Magela dos Santos Neves, foi escolhida a Fêmea Jovem Suprema da Expo de Itanhandu. O evento aconteceu no perí odo de 21 a 24 de setembro e foi organizado pelo Núcleo dos Criadores de Girolando do Vale do Paraíba (Girovale).
Colégio de Jurados
O Colégio de Jurados da Raça Girolando tem novos coordenadores. O jurado efetivo e médico-veterinário, Tiago Moraes Ferrei ra, assumiu em agosto o cargo de coorde nador. Já o jurado efetivo, o zootecnista José Wagner Borges Júnior, assumiu o cargo de coordenador suplente. Eles foram nomea dos pela Associação Brasileira dos Criadores de Girolando e ficarão nos cargos durante o período de 1° de agosto a 31 de dezembro de 2022, quando se encerra a Gestão do Triênio 2020/2022. Tiago Moraes Ferreira e José Wagner Borges Júnior se colocaram à disposição como voluntários para colaborar como os trabalhos do Colégio de Jurados.
Maior média dos torneios
zados de 2022 até o momento. A vaca CCG 1/2 Delicada FIV Byway São Domingos, do expositor Eduardo Werneck Paes, produziu 260,105kg/leite no total, média de 85,702kg/ leite, conquistando o título de Campeã da categoria Vaca. A Campeã CCG 3/4 foi Campinas FIV Severino Santa Luzia, do ex positor João Malaquis Dutra. Ela produziu 127,615kg/leite no total, média de 42,538kg/ leite. O evento ocorreu de 3 a 6 de setembro.
Mercado de suplementos
Empresas de suplementos minerais utiliza dos na nutrição de rebanhos esperam um trimestre mais movimentado para recupe rar parte da queda nas vendas, verificada em 2022. Nos nove meses deste ano, o segmen to comercializou 1,93 milhões de toneladas, um tombo de 6,7%. Também houve redu ção no percentual de animais suplemen tados segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Suplementos Minerais (As bram). Saldo de 76 milhões de cabeças em setembro passado, 3,6% menor do que em setembro de 2021. A diminuição sobre 2021 foi ainda maior se olharmos desde janeiro: 5,2% nos nove meses.
Laticínio exclusivo de A2A2
passarão por análises laboratoriais, com objetivo de receberem uma caracterização oficial. O Vale do Suaçuí já integra a lista das 15 regiões mineiras oficialmente reco nhecidas como produtoras dos tipos Queijo Minas Artesanal (QMA) e Queijo Artesanal de Minas (QAM), mas ainda não teve o seu queijo caracterizado, com a definição de sua composição e de seus aspectos sensoriais específicos. Os queijos coletados já estão sendo submetidos a análises microbiológi ca, físico-química e sensorial. A expectativa é que o projeto seja finalizado em agosto de 2023, quando os resultados serão divulga dos em publicações científicas.
Búfalos na Megaleite
O município de Santo Antônio do Monte/ MG ganhou um laticínio e uma queijaria exclusivos para o processamento do leite A2A2. O pecuarista e proprietário da em presa GrotadasA2A2 Queijaria e Laticínios, Tomaz de Aquino Resende, vem selecionan do touros Girolando e Gir Leiteiro A2A2 há dez anos. Hoje, seu rebanho de cerca de 80 animais, têm 100% do genótipo A2A2. Com 50 vacas em lactação, ele produz mil litros de leite por dia na fazenda, pasteuri zados e envasados no laticínio. O criador é associado da Girolando.
Queijos artesanais
Sete municípios da região do Vale do Su açuí receberam, em outubro, uma equipe do Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT), vinculado a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), para coleta de queijos artesanais locais que
A Associação Brasileira dos Criadores de Búfalo (ABCB) voltará a participar da Exposição Brasileira do Agronegócio do Leite (Megaleite) em 2023. A expectativa é de participarem cerca de 50 animais, con correndo em torneio leiteiro e julgamento. A ABCB também pretende realizar seu Encontro Anual durante a Megaleite. “Para a Associação Brasileira dos Criadores de Búfalo é muito importante estar presente em um evento de grande qualidade, como a Megaleite, que reúne as principais raças e toda a cadeia leiteira. Vamos ter a oportu nidade de mostrar o nosso trabalho de se leção”, destaca o presidente da ABCB. Para o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando Odilon de Rezende Barbosa Filho, a participação dos criadores de Búfalo reforça o conceito da Megaleite que é reunir e fortalecer a cadeia produtiva do leite. A Megaleite 2023 terá a data anun ciada em breve.
LANÇAMENTOS E INOVAÇÕES
OnFarm amplia atuação
de leite. Pensando nisso, a marca realizou uma atualização em seu aplicativo para oferecer mais agilidade e segurança. A nova versão traz mais praticidade para o lançamento e recebimento de dados da gestão da fazenda. Também é possível cadastrar informações sobre desmama, aptidão, secagem e baixa de animal. O cadastro de informações ficou ainda mais simples, sendo possível realizá-lo direta mente no aplicativo e editar qualquer dado de forma rápida antes do armazenamento no sistema.
Reforço ideal para bezerros
A UCBVET lançou solução inovadora, eficaz e de fácil manejo, que reforça a imu
A OnFarm ingressou no mercado latino -americano. Estabelecida no mercado na cional desde 2018, alçou novos voos em 2022, ampliando sua atuação para outros países da América Latina. Hoje, a marca atua em fazendas na Argentina, Uruguai, Paraguai, Colômbia e Equador. A startup oferece sistema único e inovador que per mite a identificação do agente causador da mastite em 24h, por meio da cultura microbiológica realizada na propriedade. Com os olhares voltados para o processo de expansão, o time OnFam buscou com preender os anseios e características do mercado latino, que conta com fazendas bem estruturadas e com alto investimento tecnológico. O primeiro país do eixo latino a implementar o sistema foi a Argentina, onde atualmente 10 fazendas utilizam a solução.
Desafios em cada país
As particularidades produtivas de cada país são levadas em consideração no momento da implementação do sistema OnFam. Na Argentina e no Uruguai, por exemplo, o leite tem qualidade superior e os desafios impostos pela mastite são me nores, mas seguem presentes na cadeia produtiva. Já na Colômbia, Equador e Paraguai, a prevalência da doença é equi valente ao Brasil. Em seus quatro anos de atuação em terras brasileiras, a empresa contribuiu com o controle da mastite em mais de 2.500 propriedades. São mais de 1.200 laboratórios espalhados pelo País e cerca de 100 mil vacas monitoradas. A solução também desempenha um impor tante papel social: no ano de 2021, ajudou a evitar o descarte de 7 milhões de litros de leite.
Aplicativo Ideagri atualizado
As soluções Ideagri são desenvolvidas com o objetivo de facilitar a vida do produtor
Terraviva: a casa do leilão
nidade dos bezerros já no primeiro dia do nascimento. O produto Bezeguard® é um suplemento composto por vitaminas, en zimas, aminoácidos, minerais, probióti cos, e traz o diferencial de conter colostro bovino e ovo pasteurizado em sua formu lação. Mais informações sobre os produ tos estão disponíveis no site ucbvet.com.
Pneumonia bovina
O Canal Terraviva comemora os bons re sultados na transmissão de leilões em 2022 e prepara muitas novidades para o próxi mo ano, quando irá completar 18 anos no ar. Considerado a maior rede de distribui ção de leilões em multiplataforma, ou seja, em formatos virtuais, presenciais e híbri dos, na TV e na internet, o Terraviva é o único canal do agronegócio que faz parte de um grande grupo de comunicação, po tencializando ainda mais os resultados dos clientes. São mais de 500 leilões por ano com o maior pacote de divulgação do mer cado, com 50 inserções de 30 segundos ou 100 inserções de 15 segundos para cada leilão nos 10 dias que antecedem a trans missão, além de entrevistas nos programas Dia Dia Rural e Tatersal. Para 2023, o canal quer reforçar ainda mais a mensagem de que é a casa dos principais leilões do país, presente na parabólica, TV por assinatura e plataformas digitais.
A Zoetis lançou o antibiótico Draxxin KP, produto com alta eficácia na cura da pneumonia bovina e ação rápida contra a febre. Draxxin KP é a junção e eficiência da Tulatrocimina Zoetis com a potência do Cetoprofeno, sendo completo contra a pneumonia bovina e rápido contra a febre, resolvendo definitivamente esse proble ma na fazenda. Draxxin é recomendado para animais jovens de rebanhos leiteiros e gado de corte. A pneumonia é respon sável por 75% das ocorrências e 50% das mortes de bovinos em confinamento.
LANÇAMENTOS E INOVAÇÕES
Nova unidade
Polo regional do agronegócio em Minas Ge rais, a cidade de Araxá foi escolhida para se diar a nova unidade de uma das maiores dis tribuidoras de insumos do estado, a Cultura Agromais. A expectativa é de que a unidade atenda produtores dos dez municípios da microrregião, incluindo Campos Altos, Ibiá, Nova Ponte, Perdizes, Pedrinópolis, Pratinha, Sacramento e Tapira. A opção por Araxá foi devido a seu perfil econômico e grande po tencial de expansão, tanto na área de grãos quanto de hortifruti. A microrregião de Araxá é uma das maiores produtoras de batatas do país e nacionalmente reconhecida pela produ ção de café, leite e diversos grãos.
Expansão até 2026
A Cultura Agromais pretende chegar a 15 unidades em Minas e São Paulo até 2026. Esta é a quarta unidade inaugurada em 2022 pela Cultura Agromais, que abriu lojas em Piraju ba/MG, Capinópolis/MG e Ituverava/SP. Já na cidade de Santa Juliana/MG a empresa reali zou recentemente uma fusão com a revenda Agrosuporte, permitindo ampliar sua atuação no mercado de hortifruti, com foco em nu trição de plantas. Até então, a distribuidora trabalhava voltada em soluções agronômicas para a produção de grãos soja, milho, sorgo e feijão, café energia com cana-de açúcar e fibra com o algodão.
Carbono neutro
A DSM, empresa global baseada em Saúde, Nutrição e Biociência, por meio da Tortu ga, marca de suplementos nutricionais para ruminantes, e a NoCarbon, produtora de alimentos orgânicos, firmam acordo para re duzir a emissão de metano no setor lácteo. Por meio da parceria, a NoCarbon passará a usar o Bovaer® na alimentação do seu rebanho de vacas leiteiras criadas na sua fazenda Guaraci Agropastoril, em Itirapina (SP). O suplemento nutricional para ruminantes é a solução mais amplamente estudada e cientificamente com provada como eficaz para o imenso desafio das emissões de metano entérico bovino na pecuária. Desenvolvido pela DSM, o Bovaer® reduz em média 30% a emissão de metano
entérica do gado leiteiro. O Bovaer® é resul tado de uma década de pesquisa científica, incluindo mais de 50 estudos revisados por pares publicados em revistas científicas inde pendentes e 50 testes em fazendas, em 15 paí ses e 4 continentes.
Controle parasitas
O controle parasitário estratégico do rebanho é uma prática de manejo que deve ser realiza
pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para emissão de CRA (Certificado de Recebí veis do Agronegócio), com foco em operações de crédito pulverizado e que, para tal, conta com sistema próprio de gestão de recebíveis.
Novo aplicativo
Gratuito e disponível, o aplicativo Feedlot Atlas foi lançado no Brasil pela MSD Saúde Animal e já está liberado para download em portu guês. A ferramenta tem mais de 700 imagens educacionais de alta resolução e informativas sobre doenças de bovinos confinados, abran
da anualmente na propriedade, em conjunto com as demais práticas relacionadas à sanida de animal. Nas vacas leiteiras o periparto deve ser o alvo. Assim, um tratamento o mais pró ximo possível do parto (semana da parição ou entrada na linha de ordenha) é fundamental, pois este é o momento de máximo relaxamen to imunológico geral, inclusive contra as prin cipais verminoses. A Ceva Saúde Animal traz em seu portfólio o Eprecis®, que tem a eprino mectina com princípio ativo, o mais moderno endectocida de alta potência e curto período de carência para consumo de produtos de ori gem animal, sendo carência zero para o leite e apenas 12 dias de carência para o abate. O produto ainda controla a estefanofilariose ou úlcera do úbere, sendo o único chancelado pelo MAPA com este intuito.
Fundo do Agro
O fundo URA AGRO FIDC, estruturado pela Ceres Investimentos e Artesanal Inves timentos para antecipação de direitos credi tórios de empresas do agronegócio, atingirá patrimônio líquido superior a R$450 milhões em nova emissão de cotas concluída em par ceria com a XP, e assessorada pelos escritórios VBSO e VNA. A oferta de R$150 milhões teve demanda superior a duas vezes esse valor. O resultado reforça a confiança dos investido res no trabalho de originação e acompanha mento das operações realizadas pela Ceres. Segundo Guilherme Cunha, sócio fundador da empresa, foram feitos investimentos nos últimos anos visando a consolidação do gru po como um dos players do mercado com melhor estrutura de gestão do crédito para o agronegócio no país. Nesse contexto, além da antecipação de recebíveis no Ura Agro, a Ce res conta com outras estruturas, como a Ceres Securitizadora, empresa do grupo autorizada
gendo desde condições raras de etiologia des conhecida até doenças muito bem compreen didas e comuns. São 10 capítulos organizados por sistema corporal, por exemplo, doenças do trato gastrintestinal. Embora a maioria das imagens seja de lesões após a morte, também há fotos de achados clínicos em animais vivos. O objetivo do atlas é fornecer ao usuário fo tografias de referência de diferentes lesões e doenças encontradas nos rebanhos, a fim de auxiliar na identificação e no direcionamento do diagnóstico, que deve ser realizado por um médico-veterinário.
Agricultura de precisão
A HELM do Brasil lançou um aplicativo mó vel para o SKYFLD®, ferramenta de agricultu ra de precisão e monitoramento, que possibi lita monitorar a lavoura, planejar as atividades semanais e compartilhar informações com a equipe. A ferramenta fornece uma infraestru tura digital para gerenciar os talhões, planejar e documentar as atividades de campo. Ade quada para organizar operações mais com plexas, permite uma comunicação direta e segura, orientada por dados, diretamente com colegas, funcionários ou consultores, garan tindo um alto nível de confiabilidade e trans parência. O aplicativo permite a colaboração entre as partes interessadas da fazenda com a criação e o compartilhamento de notas de monitoramento de pragas, tarefas atribuídas a membros da equipe de escritório e campo, com datas de conclusão, organização e troca estruturada de informações entre colegas de equipes, simplificando a comunicação.
Pesquisas com Girolando avançam na Universidade de Viçosa
Graças à doação de novilhas Girolando feitas por diversos associados da Associação Brasileira dos Criadores de Giro lando, a Universidade Federal de Viçosa tem conduzido vá rios estudos com a raça nos últimos anos. Essa parceria con tribui para a formação de futuros profissionais das áreas de Ciências Agrárias (Agronomia, Medicina Veterinária, Zoo tecnia, Agronegócio e Laticínios), permitindo uma vivência maior com a raça e em experimentos diversos. Em um bate -papo com a Revista Girolando, a professora de Nutrição e Produção em Bovinocultura de Leite da Universidade Federal de Viçosa, zootecnista e doutora em Produção e Nutrição de Ruminantes, Polyana Pizzi Rotta, explica como está o projeto, os resultados já alcançados e como tem sido o manejo dos animais. Ela destaca que os avanços genéticos do Girolando colocam a raça como uma excelente opção para produção de leite de forma sustentável e com rentabilidade. Confira:
O rebanho da raça Girolando da Universidade Federal de Viçosa foi for mado por animais doados pelos associa dos da entidade. Que balanço faz dessa parceria?
A parceria entre a Girolando e a Uni versidade Federal de Viçosa é extrema mente positiva. Mesmo com o número restrito de animais da raça para realização de estudos, estamos finalizando vários ex perimentos. Em uma das teses de douto rado foi avaliada a utilização de BST em novilhas, com o objetivo de reduzir a ida de ao primeiro parto e diminuir também a deposição de gordura. Outra tese é sobre programação fetal a partir de diferentes dietas que as novilhas recebem durante a gestação. Temos ainda um experimento de mestrado, também envolvendo progra mação fetal, avaliando a expressão de ge nes relacionados ao desenvolvimento da placenta de animais que sofrem restrição nutricional durante a gestação. Outro es tudo em andamento está avaliando a res posta reprodutiva de filhas dessas novilhas que foram submetidas a diferentes dietas durante a gestação. Acreditamos que com esses quatro experimentos bem consolida dos, com bastante informação interessan te, conseguimos resultados muito interes santes que não tínhamos antes para a raça. Além disso, a parceria está contribuindo para a formação dos profissionais, nos
mais diversos níveis de estudo, indo des de a graduação, com a iniciação científica, até o doutorado.
Em relação às exigências nutricio nais da raça, o que os estudos baseados em dados de animais Girolando no País mostram?
Ao longo dos últimos 15 anos várias pesquisas foram geradas no País, objeti vando conhecer melhor as exigências de animais Girolando, mas precisamos evo luir muito. Para isso, é preciso um grande número de animais para chegarmos às exigências corretas de animais de cada composição racial do Girolando. No caso de raças como a Holandesa, que tem um padrão só, os estudos sobre as exigências nutricionais ficam um pouco mais fáceis de trabalhar, em termos de N de animais. Na UFV, tivemos três orientados que conduziram experimentos com vacas Gi rolando durante a gestação, avaliando a parte da proteína, da energia e a parte de minerais. Vimos que existe muita discre pância entre as exigências consolidadas para Holandês comparado a Girolando, indicando que deveríamos formular a dieta do animal com base na exigência de Girolando. O INCT, que é o Instituto Na cional de Ciências e Tecnologia de Ciên cia Animal, vem trabalhando no BR Lei te, que visa ser um sistema de exigências nutricionais para raça Girolando. A pri
meira versão foi lançada no início do ano. Mesmo com essa publicação, precisamos conduzir mais experimentos, aumentar o N e o banco de dados para que possamos responder as dúvidas referentes à exigên cia nutricional de todas as composições raciais do Girolando.
De que forma a parceria com a As sociação de Girolando tem contribuído para a formação dos estudantes?
A parceria tem contribuído para a for mação profissional de diversos estudan tes, pois toda vez que conduzimos expe rimentos na pós-graduação envolvemos também estudantes da graduação. Eles têm a oportunidade de trabalhar direta mente com a raça. Antes da parceria não tínhamos na UFV exemplares Girolando e tínhamos que trabalhar somente com a raça Holandesa. Agora, essa realidade mudou. Além disso, nas nossas aulas prá ticas conseguimos mostrar as diferenças de conformação, fenotípicas, de manejo do Girolando em comparação ao Holan dês.
Como tem sido o manejo dos ani mais e o direcionamento adotado, in clusive os cruzamentos, para garantir o avanço genético do rebanho?
Atualmente, os animais têm sido ma nejados no free stall e compost barn, que são os tipos de sistema de confinamento que temos na UFV. Recebem dois a três banhos por dia antes das ordenhas, sen do submetidos a três ordenhas diárias. É um sistema bem intensivo que visa con forto aos animais e otimizar a produção. As novilhas doadas pelos associados, que chegaram por volta de 10 meses de ida de, estão agora em fase de lactação. Elas receberam embriões Girolando CCG 3/4, doados pela Fazenda Santa Luzia, que aproveito aqui para agradecer o criador Maurício Silveira Coelho pelos 50 embri ões cedidos. Esse material genético foi uti lizado no experimento de programação fetal. Para esta pesquisa era necessário o nascimento somente de fêmeas e do mes mo padrão genético, e optamos pela com posição 3/4 em decorrência do tipo de instalação de manejo que temos na UFV. Estamos observando médias de produção acima de 30 litros nas novilhas em pri meira lactação. As filhas dessas novilhas são todas 3/4. Agora, estamos insemi nando os animais doados com sêmen de Holandês, visto que para o nosso padrão de confinamento ter animais com essa composição é mais apropriado. Daqui em diante os experimentos continuam com as duas gerações.
A UFV teve participação importante no estudo inédito no mundo sobre ge noma de Girolando, publicado no Jour nal of Dairy Science em 2020. Acredita que a genômica futuramente substituirá as avaliações tradicionais da raça?
Acredito que a genômica veio real mente para ficar e estou muito feliz de ver a evolução que a raça está alcançando com essa ferramenta. É uma tecnologia que vai ajudar muito o produtor e que, com certeza, fundamenta ainda mais a se leção de animais, dando mais segurança, colocando o Girolando em um patamar de raças importantes para o Brasil. É um ganho não só para a Associação e produ tores, mas também para a população em geral, que será beneficiada com um leite de excelente qualidade nutricional.
O que os estudos têm apontado em relação à raça Girolando e as mudanças climáticas?
Na UFV não temos estudos sobre impacto ambiental específico da raça Gi rolando, mas em um contexto geral de nível de produção. Sabemos que quanto maior é a produção da vaca menor será o impacto gerado em relação ao metano. Por exemplo, se eu precisar produzir mil litros de leite e tiver no meu rebanho cem vacas, com média de dez litros/dia, vou ter cem vacas com volume de produção de metano e de dejetos muito grande. Se eu conseguir produzir os mesmos mil litros de leite com quarenta vacas, com média de 25 litros/dia, consigo diminuir muito a produção de metano, ou seja, mais impor tante do que a raça nesse caso é a produ ção por vaca. Temos visto no Girolando uma evolução grande de produção, com vacas produzindo muito leite. Este é o ca minho. Quase a metade do que é liberado de gases de efeito estufa em uma fazenda é do metano entérico, produzido pelo ani mal. Este é o ponto que precisamos focar em diminuir. Outro ponto é a nutrição. Vacas que se alimentam mais de pastagem e comem menos ração acabam eliminan do mais metano. Precisamos trabalhar com a dieta dos animais de tal forma que eles produzam mais leite, permitindo ao produtor ter menos vaca no rebanho e, de certa forma, que haja diminuição da produção de metano pela diminuição de consumo de pasto, por exemplo. Por ou tro lado, é importante destacar que as pas tagens bem manejadas contribuem para a captação do carbono, ou seja, para o equi líbrio do carbono na fazenda. Agora, se a fazenda tem pasto degradado, não há essa contribuição.
PASTAGEM
O consumo do volumoso é parte essencial para a manutenção da saúde e bom desempenho dos ruminantes.
Com as vacas leiteiras não é dife rente: a oferta de forragem de qualida de garante funcionamento adequado do rúmen e contribui para a saúde e boa produção de leite dos animais.
Quais passos, contudo, são neces sários para garantir uma forragem de qualidade para o rebanho?
Qual forragem produzir?
Antes de tudo é necessário enten der que nem sempre a espécie forragei ra que melhor se adapta na sua fazenda é a mesma que melhor se adaptará na propriedade de outro produtor.
Esta é uma questão multifatorial e que depende da realidade de cada fa zenda. A situação prática a seguir aju dará a esclarecer isso.
Considere uma fazenda produto ra de leite cujo sistema de produção é a base de pasto rotacionado. Logo, a principal forragem para essa fazenda será justamente o pasto.
Da mesma forma, não condiz uma fazenda com sistema de produção con finado ter como principal forragem o pasto, certo? Esses exemplos, por mais básicos e lógicos que sejam, servem para retratar o raciocínio que devemos ter. Em outras palavras, a forragem produzida deve ser coerente com o ob jetivo da fazenda.
As características de área da pro priedade também interferem direta mente. Variáveis como clima, topogra fia, altitude, perfil de solo, média anual de temperatura e pluviosidade fazem toda a diferença no momento de deci dir qual forragem produzir.
Em regiões com boa distribuição de chuvas, por exemplo, é factível a pro dução de culturas mais exigentes, ao passo que em regiões com regime plu viométrico desafiador pode ser mais interessante a produção de culturas mais rústicas e tolerantes.
Em ambos os cenários citados é possível viabilizar a produção forra geira com qualidade. Tudo depende de um diagnóstico situacional bem-feito, que identifique de forma criteriosa as oportunidades da fazenda. Ou seja, devemos sempre identificar o padrão de rebanho leiteiro que estamos tra balhando (exigência e produtividade, principalmente), em qual sistema de produção e em qual região juntamente às suas condições.
Como obter forragem de qualida de?
Independente da espécie forrageira produzida, um ponto é certo. Para ter qualidade de comida é necessário pla nejamento! Planejamento para que a forragem seja de qualidade e em quan tidade adequada para o rebanho.
• Qual o número de cabeças que serão alimentadas com essa forragem?
• Por quanto tempo?
• Qual o consumo médio diário?
• Qual a demanda total de forra gem?
• Qual a produtividade média espe rada da cultura?
• Qual o tamanho da área que será necessário plantar?
Essas são algumas das principais perguntas que devem ser respondidas no momento de planejar a produção de comida para o rebanho leiteiro. Boa parte da energia de todo o planejamen to deve ser direcionada a essas pergun tas.
Uma conhecida frase retrata muito bem este pensamento de planejamento:
“Se eu tivesse apenas uma hora para cortar uma árvore, eu usaria os primei ros quarenta e cinco minutos afiando meu machado.”
Seja pasto ou lavoura, uma condu
ção agronômica afiada é fundamental. Boas diretrizes se fazem necessárias para o manejo do solo, seleção de mu das/sementes, determinação da época de plantio, tratos culturais e organiza ção da colheita. Sem isso não é possível ter muitas esperanças de elevada pro dutividade com uma forragem de alta qualidade ao final.
Alguns processos, é claro, são es pecíficos da espécie forrageira que está sendo trabalhada e o seu objetivo. Se considerarmos a pastagem, um ponto a se preocupar é o manejo do pasto e do pastejo.
• A área será dividida em piquetes/ talhões?
• Qual a capacidade de suporte da pastagem?
• Qual será a taxa de lotação?
• Como os animais serão maneja dos nos piquetes?
• Qual será o período de ocupação?
• Haverá alguma ação de agricul tura durante o período de descanso do pasto?
Pensando agora no uso das lavouras para silagem é importante que se pen se, por exemplo, no ponto de colheita dessa lavoura, no maquinário a ser uti
lizado, no processamento do material, na compactação e vedação do silo, no tempo de armazenamento… enfim, são muitos os pontos de atenção.
E assim, devemos raciocinar para qualquer que seja a forragem. Seja ela pasto, lavoura, pré-secado, ou qualquer outra. O foco principal deve ser em quais medidas devem ser feitas para que a produção e a qualidade da forra gem sejam otimizadas ao máximo.
Considerações
Um dos principais gargalos das fazendas leiteiras é a produção de co mida, em especial a produção de for ragem. A palavra-chave para contornar esse desafio é planejamento.
No entanto, antes de planejar é ne cessário identificar qual forragem será produzida. Para isso, é preciso levar em consideração aspectos específicos do rebanho e da propriedade, conforme citado no texto. De tal maneira, asso ciar a boas práticas agronômicas.
Somente dessa forma é que se tor na possível produzir com garantia uma forragem de qualidade para o gado lei teiro. Afinal, antes de ser um bom pro dutor de leite, é necessário ser um bom agricultor!
Escolha de híbridos para silagem de milho
A silagem de milho é a principal for ragem utilizada na dieta de ruminantes confinados no Brasil, e isso ocorre por que a cultura do milho possui caracte rísticas que a levaram a ser o volumoso de eleição entre os produtores de bovi nos de leite, como: alta produtividade de matéria seca por área; alta produção de energia e/ou amido por kg/MS; am pla variedade de híbridos no mercado com adaptabilidade a diversos climas e regiões; alta capacidade de intervenção técnica; possibilidade de resistência e tratamento a pragas e doenças, além de boa digestibilidade da fibra, gerando alto valor nutricional.
Principalmente em rebanhos leitei ros de alta produção e eficiência, ob servamos uma tendência em trabalhar dietas com inclusão de forragem eleva da na busca de maior saúde ruminal, produção de sólidos, longevidade, en tre outras características de produção. Porém, para associar saúde, produção e dieta de alta forragem é necessário se obter uma silagem de milho de ótima
qualidade, que permita seu consumo e forneça o aporte de nutrientes exigidos pelos animais.
A produção de silagem de milho com alto valor nutricional inclui pra ticamente três fatores principais: alta densidade energética, alta digestibili dade do amido e boa digestibilidade da FDN (fibra em detergente neutro).
Para produzir silagem de alta den sidade energética é necessário que ela possua teor de amido elevado, ou seja, a lavoura de milho precisa produzir muitos grãos, sendo este o primeiro re quisito na escolha do híbrido.
O amido é a principal fonte de carboidratos para síntese de proteí na microbiana no rúmen e precursor de glicose para a vaca. Portanto, é um nutriente indispensável para a produ ção de leite e manutenção do animal. Com as produtividades dos híbridos de hoje em dia, podemos considerar que um teor de amido alto na silagem seria acima de 30% na matéria seca, o que já não é tão raro de se encontrar
atualmente. Além da escolha de um hí brido de alta produção de grãos, outras estratégias podem ser adotadas para produzir alto amido, como elevação da altura de corte, colheita mais tardia, en tre outras.
As dietas de vacas leiteiras de alta produção geralmente possuem de 20 a 30% de amido. Portanto, quanto maior for o teor de amido da forragem, me nos necessário será a suplementação de milho oriundo da ração, ou seja, menor gasto com concentrado e menor custo alimentar por vaca/dia.
No cenário atual de preços de mi lho, cada ponto percentual de amido na silagem pode representar em torno de 200 a 300 g de milho moído a mais ou a menos na dieta para se obter o mesmo teor de amido final. Em outras pala vras, considerando-se a mesma dieta e o preço do milho em torno de R$1,50/ kg, uma silagem com 20% de amido pode representar um custo alimentar de R$3,00 a R$4,50 por vaca/dia maior quando comparado à uma silagem com
siderado na silagem de milho é a di gestibilidade da fibra. Na nutrição de ruminantes consideramos a fração fi brosa como FDN, que é composta basi camente por: carboidratos estruturais, celulose, hemicelulose e lignina, que sustentam as células vegetais da planta do milho.
30% de amido.
Conforme já mencionamos an teriormente, o amido é responsável pela maior produção de proteína mi crobiana no rúmen, e esta última, por sua vez, é a principal fonte de amino ácidos para vacas leiteiras. Portanto, nas dietas de animais de alta produção sempre se busca a otimização da sínte se de bactérias no rúmen. Para isso, é necessário fornecer o maior aporte de carboidratos possível, principalmente amido, disponíveis à degradação pelas bactérias, ou seja, o amido precisa ter alta taxa de degradação e exposto/aces sível aos microrganismos do rúmen. Contudo, não menos importante que o teor de amido na silagem, é a sua diges tibilidade, pois quanto maior, mais leite produzido.
Outro ponto importante a ser considerado na silagem de milho é a digestibilidade da fibra. Na nutrição de ruminantes consideramos a fração fibrosa com o FDN, que é composta basicamente por: carboidratos estruturais, celulose, hemicelulose e lignina, que sustentam as células vegetais da planta do milho.
Quanto maior for a digestibilidade da fibra, maior a possibilidade de inclu são da forragem na dieta, promovendo mais saúde para o animal e menor cus to alimentar. Também, mais nutrientes serão disponíveis no rúmen gerando mais energia disponível para lactação.
Para saber todos os detalhes sobre a digestibilidade da fibra, aponte seu celular para o QR Code e acesse o con teúdo completo.
Quanto maior for a digestibilidade da fibra, maior a possibilidade de inclusão da forragem na dieta, promovendo mais saúde para o animal e me nor custo alimentar. Também, mais nutrientes serão disponíveis no rúmen gerando mais energia disponível para lactação.
do endosperma do grão, ou em outras palavras, se o grão é duro ou macio, endosperma vítreo ou farináceo. Grãos mais vítreos possuem maior matriz proteica entre os grânulos de amido, conforme demonstrado na foto mi croscópica abaixo, formando uma “pa rede” densa e dificultando o acesso das bactérias para a degradação (figura 1). Os grãos menos vítreos, ou farináceos, possuem os grânulos de amido mais es paçados e menos quantidade de matriz proteica entre eles, facilitando a sua de gradação (figura 2).
Para saber todos os detalhes sobre a digestibilidade da fibra, aponte seu celular para o QR Code e acesse o conteúdo completo .
Sendo assim, no processo de es colha do híbrido é extremamente im portante avaliar o grau de vitreosidade
Outro fator importante com relação à vitreosidade do grão refere-se ao pro cessamento no momento da colheita do milho. Híbridos que possuem grãos mais macios certamente serão proces sados mais facilmente, seja a colheita realizada com máquinas que possuem processador de grãos, ou não.
Outro ponto importante a ser con
A pecuária 4.0 é para todos?
O produtor de leite está sempre à procura de formas mais eficientes de trabalho, pois economia de tempo e ges tão adequada dos recursos significam economia de dinheiro. Em busca de soluções inovadoras aplicadas à criação de bovinos, é comum os produtores se depararam com a expressão “Pecuária 4.0”. Mas, afinal, o que ela significa? É possível aplicá-la em qualquer proprie dade leiteira?
Pecuária 4.0 seria o equivalente, dentro da criação animal, da chamada Indústria 4.0. Esta, por sua vez, é o mo delo produtivo que estamos passando na atualidade. Isso significa que já existi ram a indústria 1.0, 2.0 e 3.0, sendo que o início de cada um desses momentos esteve relacionado à aplicação de novas tecnologias, como o uso de máquinas a vapor, energia elétrica e informática. A indústria 4.0, por sua vez, é caracteriza da pela era dos dados e uso de tecnolo gias consideradas “disruptivas”, como a inteligência artificial e a automação, por exemplo.
A aplicação de tecnologias na pecuá ria também foi acompanhando, sempre que possível, as alterações observadas na indústria; afinal, as ferramentas se tor nam mais acessíveis e necessárias para acompanhar a demanda produtiva.
Assim, surgiu a Pecuária 4.0, que apresenta diversas características:
- uso de internet das coisas: esse ter mo é utilizado quando há integração das fases de trabalho com a internet, permi tindo a integração e controle, inclusive à distância;
- uso de inteligência artificial: uso de algoritmos, isto é, cálculos de acordo com as informações da produção;
- automação: uso de mecanismos au tomatizados, como robôs.
Em um primeiro momento pode parecer, ao produtor de leite tradicio nal, que essas tecnologias não estão dentro de sua realidade. Pode existir o questionamento sobre se determinadas tecnologias são aplicáveis a sua produ ção, tanto em termos de investimento quanto os ganhos que podem trazer. Po rém, é preciso destacar que a aplicação de novas tecnologias não tem o intuito de gerar um status ao produtor, para ser considerado “moderno” e “atualizado”. O grande objetivo é fazer com que a fa zenda, assim como ocorre com a indús tria, se torne mais eficiente, com aumen to da produtividade, padronização dos processos, diminuição do desperdício e gerenciamento de informações para ge ração do conhecimento dos padrões da propriedade.
Além disso, quando se fala sobre tec nologias disruptivas em uma fazenda, muitas vezes vem à mente ferramentas que requerem alto investimento, como ordenhas robotizadas e drones. Entre tanto, nas fazendas leiteiras, a pecuária 4.0 pode ser implementada de várias formas, que muitas vezes cabem no bol so do pequeno e/ou médio produtor. Al guns exemplos são:
- uso de sistema de gerenciamento de dados da fazenda; - dispositivos eletrônicos de identifi cação; - software de balanceamento indivi dual de dieta;
- mecanismos automatizados.
Um sistema de gerenciamento de da dos da fazenda é uma forma de garantir o controle da produção mesmo à dis tância. Além disso, é possível controlar a produção de leite e os protocolos re produtivos e detectar se os animais estão produzindo dentro do esperado. Assim, o produtor toma decisões baseadas em
Em um primeiro momento pode parecer, ao produtor de leite
que essas tecnologias não estão dentro de sua
existir o questionamento sobre se determinadas tecnologias são
produção, tanto em termos de
informações concretas, geradas pelo sis tema, com a finalidade de atingir metas específicas para aquela fazenda. Trata -se de uma ferramenta de menor custo, visto que a estrutura é custeada pela em presa fornecedora do serviço, e já muito utilizada em propriedades leiteiras.
Os dispositivos eletrônicos de identi ficação também possuem boa aplicabi lidade atualmente. Coleiras eletrônicas, brincos eletrônicos ou com código de barras e bolus ruminais e transponders
injetáveis são dispositivos que já utiliza dos em diversas propriedades. O bolus intra-ruminal consiste em um disposi tivo eletrônico que é alocado dentro do rúmen do animal. As principais vanta gens são a identificação livre de fraudes, impedindo a re-identificação do animal, e a manutenção do bem-estar animal. Além disso, o transponder pode ser re aproveitado após o descarte do animal. O transponder injetável, por sua vez, possui mecanismo de funcionamento semelhante ao do bolus ruminal, porém aplicado no subcutâneo do animal.
Em relação ao brinco com código de barras, o investimento inicial é baixo, pois os brincos são fabricados em mate rial plástico semelhante ao dos brincos de identificação tradicionais. Nesse caso, o investimento maior é o leitor de códi go de barras, o qual possui vida útil tal que compensa o investimento.
Em um sistema digital de balancea mento de dietas, há individualização das dietas a serem fornecidas aos animais, sendo respeitadas as particularidades da categoria e do próprio animal. É neces sário utilizar, nesse caso, sensores nos animais.
A automação, por sua vez, pode ser inserida na fazenda com a construção de cochos com abertura autorizada pela detecção do sensor (transponder) loca lizado no animal, geralmente localizado em uma coleira eletrônica.
Outra forma de utilizar essas tec nologias inovadoras é a automação das colheitas, isto é, o uso de maquinário agrícola que inicia e realiza automatica mente o processo, o que compõe, tam bém, a chamada Agricultura 4.0.
Entre os exemplos citados, a utiliza ção de um software de gerenciamento da propriedade leiteira é o melhor começo para o pequeno produtor, por ser uma ferramenta economicamente viável, ao mesmo tempo em que é indispensável para o médio e grande pecuarista. A pe cuária 4.0 é a criação de animais baseada em dados, e a coleta e gerenciamento precisa ser realizada por um software especializado. Assim, independente do grau de tecnificação da fazenda, ela sempre será beneficiada por esse tipo de sistema.
Então, voltando à pergunta: A Pecu ária 4.0 é para todos? A resposta é: SIM! É para todos! O que precisa ser avaliado é o investimento que pode ser realizado na realidade de uma determinada fazen da para escolher o melhor recurso em termos de custo-benefício. As boas prá ticas no uso dessas ferramentas fazem com que o produtor economize tempo e tenha processos mais eficientes.
Assim, o uso dessas tecnologias tor na a produção mais eficiente e padro nizada, melhorando a gestão e obtendo bom retorno sobre o investimento rea lizado.
Dados: os mais fortes e atuais aliados da pecuária leiteira
O sucesso da pecuária leiteira está ligada à gestão precisa de dados e soluções inteligentes automatizadas
Conduzir a pecuária leiteira a um novo patamar por meio de uma gestão precisa de dados e soluções inteligentes automatizadas, ágeis e fáceis de serem manipuladas. Essa é uma realidade que ganha cada vez mais espaço na ati vidade, visto que maximiza o valor do negócio, seja integrando e conectando informações, seja explorando o mundo dos algoritmos em busca de resultados mais precisos.
São várias as tecnologias dispo níveis hoje, com esse intuito, mas em comum elas priorizam a transparência e clareza da propriedade rural, ressig nificando o valor do conjunto de in formações capturadas, organizando-as e decifrando possíveis obstáculos que emperram a alavancagem da produção de leite. De maneira bem resumida, elas permitem que o pecuarista e sua equipe conheçam com mais detalhes
os entraves da fazenda, contribuindo para que ela se posicione no mercado estrategicamente e com discernimento.
Para Cristian Martins, gerente de Produtos da Rúmina, são inúmeras as informações desde o momento em que a semente de milho é semeada até o preço do litro de leite no mercado. Se gundo ele, a pecuária de leite é comple xa e diversos fatores podem afetar a efi ciência econômica da fazenda. Dessa forma, tecnologias como softwares de gestão de rebanho e algoritmos de in teligência artificial têm se tornado cada vez mais importantes para os produto res identificarem os principais fatores que impactam na eficiência econômica da fazenda.
“Você já parou para pensar no volu me de dados que podem ser extraídos de uma fazenda de leite? Por meio de tecnologias é possível entender o com
portamento de índices zootécnicos e seus impactos na eficiência produtiva, medir a eficácia das ações tomadas e até mesmo predizer ocorrências de principais doenças e tendências futu ras do rebanho”, comentou.
Em cima disso, quem poderia ima ginar há uns anos que o setor leiteiro seria auxiliado no diagnóstico automá tico da mastite clínica e na análise de dados por meio da inteligência artifi cial? Pois bem, essa já é uma realidade. E isso só foi possível devido a um ban co de dados robusto com milhões de imagens de leitura de placa de cultura armazenadas ao longo do tempo. De maneira resumida, a tecnologia com para a foto tirada pelo produtor com todas as outras do seu banco de dados para diagnosticar qual é o agente cau sador da mastite naquele caso, levando em consideração as características de
forma e cor das colônias bacterianas. Além disso, existe um outro algoritmo que avalia o escore das chances de cura da mastite, gerando informações com dados reais para a comunidade de On Farmers, produtores que usam o siste ma OnFarm de cultura microbiológica na fazenda.
Cristian ainda acrescentou que nos últimos anos, uma nova descrição sur giu para a sigla “IA”. “O que durante muito tempo foi destinado apenas para representar a inseminação artificial, agora pode ter mais uma associação: inteligência artificial. Ela já está pre sente em diversas fazendas do Brasil e poderá ser considerada uma revolução tanto quanto a inseminação artificial foi quando surgiu no mercado, mu dando de patamar o desempenho das fazendas”.
São diversos os exemplos em que vemos atualmente a inteligência artifi cial sendo aplicada: nos sistemas de or denha voluntários (robôs); sistemas de colares de monitoramento de cio e de tecção de doenças; ou, ainda, na aná lise de dados do rebanho em busca de entender padrões, análise da eficácia de ações e até mesmo predizer tendên cias do rebanho com base nos padrões históricos. De acordo com o gerente de Produtos Rúmina, o uso de softwares de gestão e soluções utilizando inteli gência artificial são caminhos sem vol ta para as fazendas que querem seguir aumentando sua eficiência produtiva, econômica e sustentável.
E como ter eficiência na gestão, na análise de dados e na tomada de decisões?
Basicamente, o produtor pode se guir alguns passos para alcançar os melhores resultados dentro da sua fa zenda. A gestão por resultados começa pelo registro de dados no campo, de pois, o lançamento dessas informações em uma base de dados. A partir disso, é possível fazer uma análise e interpre tação para, então, o produtor tomar as melhores decisões.
Para a escolha da tecnologia, como um software por exemplo, é necessá rio antes de tudo entender quais são as demandas da fazenda de leite para não perder o foco e direcionar os passos em prol dos principais objetivos. Não é coerente o levantamento e registro de um extenso volume de dados sem o tratamento adequado e uso estratégico dos mesmos. Na rotina no campo são diversos os indicadores que devem ser
acompanhados e trabalhados. Eles vão desde a compra dos insumos, acompa nhamento zootécnico e planejamento financeiro e econômico.
Vale destacar que a base desses sis temas tecnológicos é construída nor malmente por meio dos próprios da dos da fazenda e que - de maneira ágil e eficaz - pode ajudar a identificar o re trato atual da leiteria e fazer uma leitu ra do que mais necessita de atenção no momento. O intuito é sempre ter um plano de ação definido, com metas res ponsáveis, prazos e desdobramentos.
E é através da era tecnológica que hoje já é possível:
• saber quais são os melhores tra tamentos e como controlar determi nadas doenças no rebanho, como a mastite;
• quais são os sêmens que propor cionam as maiores taxas de concepção;
• até quando o investimento em ra ção está sendo convertido em produ ção de leite;
• eliminar erros oriundos de lança mentos feitos à mão;
• ter acesso a aplicativos para uso no campo;
• realizar backups na nuvem com segurança de dados, entre outros.
A transformação de dados em in formações para tomada de decisões é o caminho para aproveitar as oportu nidades com uma análise assertiva. É muito importante que esses registros sejam adequados e, para isso, cada fa zenda deve estruturar o seu processo e definir o que funciona melhor den
tro de sua realidade. Uma questão que pode parecer muito básica, mas que vale ser comentada é que a qualidade dos dados é fundamental. Se a infor mação inserida no banco de dados do sistema for imprecisa, o resultado tam bém vai ser impreciso e não será útil para tomar decisões que tragam retor no para a fazenda.
Inclusive, o Índice Ideagri de Leite Brasileiro (IILB), referência sobre qua lidade e eficiência produtiva da pecu ária leiteira nacional, mostrou que o setor leiteiro ainda tem grande espaço para crescer. De acordo com o boletim publicado pela Ideagri, empresa que o desenvolve, na pecuária moderna as fazendas que se destacam são as que realizam uma gestão inteligente dos dados.
Assim, pode-se notar que o mundo digital e a internet das coisas (IoT) vêm sendo grandes facilitadores da agrope cuária. No meio rural, cabe a cada fa zenda leiteira encontrar a tecnologia que mais contribuirá com as suas ações do cotidiano. Vale apostar - sem medo do novo - nessa nova realidade, já que, sem dúvidas, os frutos colhidos serão extremamente fartos.
O que lemos para escrever esse artigo:
Como ter eficiência na gestão de da dos e na tomada de decisões?, Ideagri, 2021. Disponível em: <https://ideagri. com.br/posts/como-ter-eficiencia-na -gestao-na-analise-de-dados-e-na -tomada-de-decisoes>. Acesso em: 13/09/2022.
SANIDADE
Para ter qualidade no leite, redução de mastite e lucratividade, é essencial o uso de indicadores como a contagem de células somáticas e a contagem padrão em placas.
A Contagem Padrão em Placas (CPP) e a Contagem de Células Somáticas (CCS) são aliadas do produtor de leite visto que são parâmetros que os guiam na iden tificação de possíveis problemas com a qualidade do leite.
A CCS nada mais é do que a quantidade de células de defesa
da vaca e de células epiteliais da glândula mamária por cada mL de leite. Esse indicador se relaciona diretamente com a saúde da glân dula mamária já que quando há um processo infeccioso em curso, ocorre a migração dessas linha gens celulares para tentar comba ter o microrganismo responsável
Rotina de ordenha deve ser organizada e com respeito a todos os procedimentosRaquel Maria Cury Rodrigues, Zootecnista pela Unesp de Botucatu e Especialista em Gestão da Produção pela Ufscar Giulia Soares Latosinski, Médica Veterinária, Mestre em Medicina Veteri nária Preventiva com ênfase em qualidade do leite, diagnóstico e controle de mastite bovina pela FMVZ/UNESP Botucatu e Analista de Sucesso do Cliente na OnFarm O sucesso da pecuária leiteira está ligada à gestão precisa de dados e soluções inteligentes automatizadas
pela mastite.
São diversas as consequências negativas causadas pelos altos va lores de CCS, tanto com relação ao impacto negativo na produção de leite, como no rendimento in dustrial devido às alterações na composição da matéria-prima. Por isso, é importante que a CCS seja controlada e que haja a im plantação de medidas de controle com base nas prioridades, objeti vos, situação financeira e poten cial de crescimento da fazenda.
Não ter um plano para detectar continuamente as vacas com mas tite subclínica pode acabar saindo caro para o bolso do produtor de leite.
Então, como controlar a conta gem de células somáticas no reba nho?
Antes de tudo, é interessante destacar que a CCS do tanque é um indicador para a mastite sub clínica no rebanho. Já a CCS indi vidual, além de também calcular a prevalência de mastite subclínica, monitora a incidência de novos casos e a prevalência de animais crônicos.
A implementação da rotina na coleta dos dados e a identificação dos patógenos causadores de mas tite são peças-chave no combate à doença. Tratar (quando necessá rio) as vacas às cegas, faz com que as chances de cura sejam menores, assim como a rentabilidade do ne gócio.
Assim, é recomendado a cul tura microbiológica do leite em animais que apresentarem CCS >200 mil células/ml e de todos no vos casos de infecções subclínicas (CCS <200 mil na análise anterior e >200 mil na análise atual), dos animais pós-parto (principalmen te novilhas) e de mastite clínica.
Além da avaliação desses indi cadores, é necessário acompanhar a situação do rebanho e desenhar o escopo do problema, começan do, por exemplo, com esses itens:
Análise da frequência de novos casos;
Infecções curadas e crônicas;
Ajustes na linha de ordenha; Separação dos animais sadios e infectados;
Cálculo de contribuição indi vidual das vacas sobre a CCS do tanque.
Outras dicas valiosas para evi tar o aumento de contagem de cé lulas somáticas são:
Manutenção das vacas leiteiras em ambientes limpos, confortá veis, bem dimensionados e lim pos constantemente para reduzir a contaminação dos tetos;
Rotina de ordenha organizada e com respeito a todos os procedi mentos a fim de resultar em tetos limpos, secos e bem estimulados;
Rotina de manutenção e uso adequado dos equipamentos de ordenha. Estes, devem passar por avaliação e manutenção periódica para a garantia do seu bom fun cionamento;
Dar a devida atenção para a secagem das vacas a fim de evitar novas infecções;
Descarte e/ou segregação de vacas com mastite crônica;
Implantação de medidas de biossegurança contra mastite con tagiosa e;
Avaliação periódica das medi das de controle de mastite.
Contagem padrão em placas: um bom indicador higiênico-sa nitário da ordenha
A CPP quantifica o número total de bactérias aeróbias do lei te cru. Ela é utilizada para moni torar a qualidade do manejo de ordenha, já que acaba sendo um retrato das práticas adequadas de limpeza do sistema de ordenha, higiene do úbere, técnicas para prevenção, controle da mastite, entre outros.
Na CPP, uma alíquota de leite é distribuída em placas com meio de cultura e incubada. As bacté rias presentes no leite, e que se encontram viáveis, crescem a tal ponto de serem visíveis a olho nu, chamadas “colônias”. Com isso é possível contar quantas cresceram e em função do volume da amos tra, determina-se a CPP expressa
em unidades formadoras de colô nias por mL de leite (UFC/mL).
Embora seja muito difícil eli minar todas as fontes de conta minação bacteriana no leite, há muitas medidas para reduzir essa contagem focando principalmen te em procedimentos de ordenha bem realizados.
É interessante destacar que a contaminação do leite cru ocorre principalmente durante e após a ordenha. A contaminação ambien tal da pele dos tetos e do úbere são potenciais fontes de contaminação do leite cru durante a ordenha. Os tetos podem estar contaminados pela microbiota normal da pele dos tetos ou por microrganismos ambientais. A microbiota da pele dos tetos tem menor contribuição para a contaminação do leite, pois não se multiplicam no leite refri gerado.
Ainda abordando o tema re frigeração, vale a pena destacar a importância dessa importante eta pa dentro da propriedade após a ordenha, pois quanto mais rápido for a redução da temperatura, me lhor será a conservação do leite. O resfriamento imediato após a or denha em temperatura ideal com condições adequadas de higiene sem dúvidas é um dos principais pontos na produção de leite com qualidade, pois com a temperatu ra de armazenamento correta, di minui-se a taxa de multiplicação bacteriana.
Segundo a IN 76, tanto na re frigeração do leite quanto no seu transporte até o estabelecimento, devem ser observados os seguin tes limites máximos de tempera tura:
I – Recebimento do leite no es tabelecimento: 7,0° C (sete graus Celsius), admitindo-se, excepcio nalmente, o recebimento até 9,0° C (nove graus Celsius);
II – Conservação e expedição do leite no posto de refrigeração: 4,0° C (quatro graus Celsius);
III – Conservação do leite na usina de beneficiamento ou fábri ca de laticínios antes da pasteu
rização: 4,0ºC (quatro graus Cel sius).
Importância da manutenção do equipamento de ordenha
Os resíduos orgânicos que compõem o leite, como gordura, proteína e lactose, ficam aderidos à superfície interna dos equipa mentos de ordenha e favorecem a multiplicação de microrganismos
contaminantes. Os equipamentos de ordenha são a principal fonte de contaminação do leite cru.
Sendo assim, os procedimen tos de limpeza e higienização dos equipamentos afetam diretamente a contagem padrão em placas do tanque e por isso, é fundamental que essas práticas façam parte da
rotina, inclusive, com o uso de água clorada e de boa qualidade.
É por meio dessas e de outras ferramentas que se torna possível produzir leite com qualidade e que atenda as demandas do mer cado, tornando a cadeia leiteira brasileira forte e competitiva no cenário do agronegócio.
Produtor de leite ultrapassa dificuldades e atinge resultados surpreendentes em menos de um ano com ajuda de consultoria
Conheça a história de parceria do produtor Antônio Norberto da Silva com o Embaré Assist, programa de assistência técnica ao produtor da Alvoar Lácteos – Unidade Sudeste
Localizada em Martinho Cam pos (MG), a Fazenda Urucum en frentava uma série de obstáculos para intensificar sua produção de leite. Em abril deste ano (2022), Antônio Norberto da Silva procu rou os técnicos da Alvoar Lácteos para auxiliá-lo.
Com o objetivo de oferecer as sistência extremamente flexível às necessidades e deficiências da fa zenda do Sr. Antônio, a Alvoar Lác teos o incluiu no programa Embaré Assist e, com apenas cinco meses de atuação, todos os indicadores técni cos e gerenciais determinados para
fazenda registraram avanços signi ficativos.
Alguns índices já haviam, inclu sive, superado a meta prevista para dezembro. Dentre os destaques está a produção, que registrou um cres cimento de cerca de 45% no perí odo (abril a setembro). O aumen to do volume foi acompanhado de melhoria significativa na qualida de, com queda na taxa de Conta gem de Células Somáticas (CCS) e com redução de infecções uterinas, que agora ficaram limitadas a 3%. Ou seja, com a identificação e im plementação de ações corretivas na produção e gestão foi possível ga rantir a expansão sustentável e lu crativa da atividade.
O desempenho positivo da Fa zenda Urucum é mais um que com prova a eficiência da consultoria técnica e gerencial na transfor mação da produção leiteira. Nes se caso, por exemplo, na primeira etapa, os técnicos do Embaré Assist acompanharam toda a rotina, com a finalidade de identificar pontos de melhorias. Após o diagnóstico, foram implantadas técnicas mais eficientes, instaladas práticas de manutenção e limpeza, além de protocolos para tratamentos fárma cos e ocorrências sanitárias.
Para melhorar a produção, na segunda etapa do programa os ani
mais foram agrupados em três lo tes, em função da produção e re produção. Um plano nutricional foi traçado com a utilização das pasta gens, silagem de milho e alimentos concentrados. Com foco na perfor mance de reprodução, foi adotado calendário de vacinação reprodu tiva, avaliação ginecológica e im plantação de protocolos de IATF. Atuou-se, também, na capacitação de colaboradores para adequação dos processos operacionais.
Com técnica e conhecimento, a
fazenda decolou de forma sustentá vel, segura e com qualidade.
Sobre o Embaré Assist
Lançado em janeiro de 2020, o Embaré Assist é um programa de consultoria técnico e gerencial na Unidade Sudeste da Alvoar Lácte os – empresa detentora das mar cas Camponesa, Embaré e Betânia – que busca a máxima eficiência econômica para o produtor de leite. Atualmente, 40 técnicos especiali zados entre médicos veterinários, zootecnistas e engenheiros agrôno mos fazem parte do projeto.
Disponível para todos os produ tores rurais parceiros da Embaré, o programa atua no melhoramen to dos indicadores zootécnicos, na qualidade do leite e nos processos econômicos da fazenda, auxiliando o produtor a gerenciar seu negócio de forma mais eficiente e lucrativa.
Entre janeiro de 2020 e agosto de 2022, foram realizadas mais de 12.000 visitas, com 650 produtores e 13 cooperativas parceiras atendi dos e mais de 7 milhões de reais in vestidos no projeto, que conta com o apoio do Programa Mais Leite Saudável, do Ministério da Agri cultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) e recursos do Programa de Integração Social (PIS) e da Con tribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).
EXPOSIÇÕES E EVENTOS
Novidades nas exposições
A raça Girolando vem partici pando de diversas exposições por todo o Brasil, mostrando sua evolu ção genética nas pistas. Os eventos ranqueados pela Associação Bra sileira dos Criadores de Girolando que ocorreram após a Megaleite e até o dia 11 de setembro de 2022 foram auditados pela entidade e compõem o resultado parcial do
cional de Girolando 2022/2023, que está disponível na íntegra, no site da entidade.
Outra novidade no calendário de eventos é a mudança na data e local da Exposição Interestadual de Girolando – Circuito Megaleite 2022/2023 – Etapa Sul/Sudeste. Ela será realizada durante a Exposição Agropecuária e Industrial de Leopol
Megaleite 2022*
dina (Expoleo), que ocorrerá em abril de 2023, na cidade de Leopoldina/MG. A mudança ocorre porque a edição de 2022 da LeiteShow foi cancelada por seus organizadores. Com essa altera ção, o Núcleo Sem Fronteiras passa a ser responsável pela próxima edição Circuito Megaleite 2022/2023 – Etapa Sul/Sudeste, que acontecerá no parque de exposições de Leopoldina.
*Na edição passada, dois resultados da Megaleite trouxeram fotos incorretas desses dois animais, que corrigimos agora. Aos expositores, pedimos desculpas pelo ocorrido.
GESTÃO
A pecuária leiteira pode se adaptar às mudanças climáticas? Oportunidades do Agro
Você já ouviu falar sobre o conceito “vaca do futuro”? Ele se refere a um animal que cause menor impacto ambiental, eficiente em produção, tolerante às mudanças climáticas e que ainda contribua para a redução na emissão de gases de efeito estufa. Este é o futuro do Agro e nós já demos o primeiro passo para chegar lá.
raça contribui para uma constância de oferta de matéria prima para a indústria, independente da estação do ano e das condições climáticas.
Quando os animais estão em estresse térmico podem deixar de produzir em média 1.000kg de leite, considerando uma lactação de 305 dias (Figura 2). Em casos de estresse térmico severo, as perdas produtivas superaram os 2.000kg de leite por lactação. Valores muito expressivos e que demonstram que uma vaca, em uma única lactação, pode deixar de produzir
Com as constantes mudanças ambientais e climáticas e o aumento da frequência de eventos climáticos extremos, o agronegócio vive mo mentos cada vez mais desafiadores, os quais exigem a transição do mo delo de produção, visando sistemas mais eficientes, mais sustentáveis e com menor impacto ambiental. Apesar da suposição de vulnerabili dade do País no tema, é importante lembrar que as mudanças climáticas estão relacionadas com questões so ciais e econômicas, de interesse e impacto em toda a população.
O agronegócio, considerado por muitos como o grande vilão na emissão de gases de efeito estufa, é o principal motor da economia brasileira. No entanto, seu papel é fundamental tanto na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas
e contornar a fragilidade do Brasil para atender os requisitos propostos na COP-26 (Conferência das Na ções Unidas sobre Mudança do Cli ma de 2021), quanto na redução das emissões de gases de efeito estufa. Dentro deste contexto e ocupando papel de destaque, a pecuária pode contribuir significativamente para reduzir as emissões de carbono e promover sistemas sustentáveis em curto, médio e longo prazos, com o uso de animais mais resilientes, eficientes e adaptados às mudanças climáticas.
Particularmente, a pecuária lei teira brasileira, presente em quase todos os municípios, gera em torno de 5 milhões de empregos diretos e/ou indiretos e representa volume de negócios de aproximadamen te US$18 bilhões. No sentido de
contribuir de forma efetiva para a produção de leite mais eficiente, adaptada às mudanças climáticas e com maior consciência ambiental, a pecuária brasileira vem utilizan do animais mais adaptados com predomínio do regime alimentar a pasto. Estes sistemas podem ser estratificados em diferentes níveis organizacionais e tecnológicos, que vão desde pequenas propriedades rurais até grandes cooperativas. No entanto, para a viabilidade e susten tabilidade da propriedade rural, é essencial que o animal seja eficiente em produção sob qualquer adversi dade e, consequentemente, reduza a intensidade de emissão de metano por quilograma de leite produzido, promovendo ganho ambiental.
Nesse contexto, são ressaltadas características importantes da raça Girolando, a qual é genuinamente brasileira e está presente na grande maioria dos estabelecimentos ru rais, sendo responsável por 80% da produção de leite no Brasil. A raça Girolando é oriunda do cruzamen to de animais das raças Holande sa e Gir, que vem sendo realizado há muitas décadas no País. Desde 1997, com a criação oficial da raça pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, ela tem sido objeto de intenso processo de seleção genética.
A avaliação genética da raça, co
ao mercado consumidor, em função da sazonalidade da produção de leite nos trópicos.
a agricultura e pecuária de baixo carbono e preservando as condições de bem-estar animal. Estudos reali zados pela Embrapa Gado de Leite comprovam que ao longo de 18 anos (2000 a 2018), houve aumento de 60% na produção de leite de bovi nos da raça Girolando e os mesmos apresentaram redução de 40% na emissão de metano (g CH4 por qui lograma de leite produzido) (Perei ra e Silva, comunicação pessoal, 14 de setembro de 2022) - (Figura 3).
FIGURA 2 Produção de leite conforme nível de estresse térmico.
ordenada pela Embrapa Gado de lei te e Associação Brasileira dos Cria dores de Girolando, incluiu em seu sumário, em 2022, a classificação de tolerância ao estresse térmico dos animais. Com base nos resultados obtidos por meio de minucioso es tudo, considerando mais de 650 mil controles leiteiros, de mais de 69 mil vacas, e com aproximadamente 21 mil animais genotipados, coleta dos de 2000 a 2020 no Brasil todo, verificou-se ótimo desempenho da raça para tolerância ao calor.
O benefício de uso de animais da raça Girolando para contornar os desafios climáticos se deve ao uso de animais mais tolerantes geneticamente ao estresse térmico, os quais consequentemente são mais eficientes em produção e, com isso, há redução na intensidade de emissão de metano por quilograma de leite produzido, fazendo com que seja possível atender os requisitos da COP 26, em um dos cinco pilares, a agricultura e pecuária de baixo carbono e preservando as condições de bem estar animal. Estudos realizados pela Embrapa Gado de Leite comprovam que ao longo de 18 anos (2000 a 2018), houve aumento de 60% na produção de leite de bovinos da raça Girolando e os mesmos apresentaram redução de 40% na emissão de metano (g CH4 por quilograma de leite produzido) (Pereira e Silva, comunicação pessoal, 14 de setembro de 2022) (Figura 3)
A Figura 1 ilustra os limites de conforto térmico de cada uma das principais composições raciais do Girolando. Na mesma imagem, consta, para comparação, o limi te de conforto térmico identifica do na raça Holandesa, utilizando a mesma metodologia. É possível observar a superioridade dos ani mais Girolando para tolerância ao estresse térmico, uma vez que a di ferença pode chegar a 10ºC quando comparamos os limites extremos de tolerância ao calor. Esta diferença é extremamente significativa quando se trata de sistemas de produção a pasto em clima tropical, como é o caso do Brasil, pois mostra que os animais da raça Girolando mantém estável sua produção de leite, apesar do aumento da temperatura. Dessa forma, a raça contribui para uma constância de oferta de matéria-pri ma para a indústria, independente da estação do ano e das condições climáticas.
Quando os animais estão em estresse térmico podem deixar de produzir em média 1.000kg de lei
te, considerando uma lactação de 305 dias (Figura 2). Em casos de estresse térmico severo, as perdas produtivas superaram os 2.000kg de leite por lactação. Valores muito expressivos e que demonstram que uma vaca, em uma única lactação, pode deixar de produzir até 34%. A perda produtiva gera impacto nega tivo em toda a cadeia do leite e ao mercado consumidor, em função da sazonalidade da produção de leite nos trópicos.
O benefício de uso de animais da raça Girolando para contornar os desafios climáticos se deve ao uso de animais mais tolerantes genetica mente ao estresse térmico, os quais consequentemente são mais efi cientes em produção e, com isso, há redução na intensidade de emissão de metano por quilograma de leite produzido, fazendo com que seja possível atender os requisitos da COP-26, em um dos cinco pilares,
Nesse contexto, a raça Girolando se encaixa no conceito vaca do futu ro, o qual se refere a uma nova ge ração de animais cujas emissões de gases que provocam o efeito estufa são reduzidas, além de ser mais efi cientes produtivamente e tolerantes às mudanças climáticas. Além de oferecer ao mercado um produto com maior consciência ambiental, é possível agregar valor na comercia lização e globalização do material genético dos animais mais adapta dos às mudanças climáticas, expan dindo as fronteiras de um produto de origem brasileira.
Outro aspecto importante é quanto à problemática da possível crise alimentar mundial, pois o uso de animais mais tolerantes às mu danças climáticas, cenário de um futuro incerto, podem contribuir para a eficiência produtiva de um alimento extremamente rico nutri cionalmente e importante para o desenvolvimento infantil e, ainda assim, contribuir na redução de ga ses de efeito estufa.
Nesse contexto, a raça Girolando se encaixa no conceito vaca do futuro, o qual se refere a uma nova geração de animais cujas emissões de
MANEJO
Pasto irrigado potencializa pecuária leiteira
Produção de leite a pasto com uso de pivô central, aliado à genética da raça Girolando, vem garantindo a expansão de projeto pecuário em Goiás
O pasto irrigado por pivô central vem viabilizando a produção de lei te em larga escala da Agropecuária Irmãos Chiari, localizada em Mor rinhos/GO, cujo projeto é atingir nos próximos anos 20 mil litros/dia, aumento de 11% em comparação aos atuais 18 mil/litros/dia. Como já utilizava o pivô para a produção
de grãos na propriedade, o grupo decidiu diversificar os negócios e explorar esse sistema também na pecuária, o que vem ocorrendo des de 2008. “Antes trabalhávamos com um sistema mais simples, de pasto e cocho, mas o irrigado garantiu a expansão do projeto. E a raça Gi rolando encaixou como uma luva
no manejo a pasto, pois os animais adaptam-se muito bem a sistemas mais tropicais. Hoje temos 700 va cas em lactação. Elas são manejadas a pasto e duas vezes ao dia, após cada ordenha, recebem um concen trado”, explica o pecuarista José Re nato Chiari.
A exceção fica para o grupo de
primíparas, mantidas no compost barn durante o dia e, à noite, vão para o pasto. Elas ficam nesse ma nejo até 100 dias após o parto e, de pois, seguem para o sistema de pas to convencional. A estratégia tem como objetivo evitar problemas de balanço energético negativo, con dição fisiológica que pode ocorrer durante o período de transição das vacas, diminuindo a produção de leite e causando perdas econômicas.
A propriedade fica a 850 metros de altitude, o que garante noites frescas para as vacas pastejarem, porém durante o dia é quente. Mor rinhos tem uma época de chuva
Criatório redobra a atenção com a qualidade das forrageiras
bem determinada, sendo seis meses de chuva e seis de seca, exigindo do pecuarista um planejamento muito grande para garantir comida para o gado o ano todo.
A Agropecuária Irmãos Chiari conta com três pivôs, sendo dois de 17ha, que dão 34ha, e um maior que cobre 44ha. É feita a rotação dos pivôs para que possam irrigar toda a área de pasto, que e dividida em formato de pizza, 35 no total. Cada pivô irriga duas partes, ficando um período de 12 horas em cada pizza. Sempre oferecendo pasto de ponta para os animais em lactação.
A estrutura do pivô ainda é utili
zada para fazer uma aspersão sobre os animais durante o dia. “Quando as vacas se aquecem vão lá tomar uma chuveirada. Isso ajuda na par te de controle do estresse térmico”, destaca.
Como no verão a fazenda tem ex cesso de produção de forrageira, as sobras são utilizadas para fabricação de silagem de capim (pré-secado de capim), garantindo alimento para o rebanho no inverno. Outra estra tégia adotada é a sobressemeadura, que consiste em plantar pastagens anuais de inverno sobre a pastagem perene de verão ou o campo nativo. Com essa medida, a produção das forrageiras de inverno preenche o vazio criado pelas espécies de ve rão, que no caso da Agropecuária Irmãos Chiari são cultivadas tifton e mombaça. “Nos meses de abril e maio, plantamos aveia e azevém em cima do pasto de verão para garan tirmos boas pastagens nos meses de junho e julho. Com essas duas me didas, estamos conseguindo fugir da diferença de produção de forra geira comum no inverno/verão. Es tamos muito felizes com o sistema a pasto”, conta Chiari. Para ajudar na adubação dos pastos, a fazenda faz a compostagem do esterco, contri buindo para a redução dos custos.
O pecuarista alerta, porém, que a produção a pasto exige cuidados constantes. “É preciso estar ligado o tempo inteiro, pois trabalhamos com muitas variáveis dentro de uma produção a céu aberto, literalmente. É importante acompanhar a quali dade do pasto, a disponibilidade de forragem, buscando o melhor pasto para ser consumido, pois as vacas precisam do máximo consumo pos sível para produzirem bem”, orienta.
Apesar da atenção redobrada com a qualidade das forrageiras, a produção a pasto é vantajosa econo micamente, principalmente em mo mentos de alto custo dos insumos, como vem acontecendo agora. Se gundo Chiari, o produtor consegue produzir leite com um custo menor que o sistema confinado.
Chiari destaca ainda que, dentro do sistema a pasto, é mais interes sante trabalhar com um índice de produção/hectare e não produção/
vaca. “Estamos alcançando uma produção/hectare bem interessan te. Hoje, trabalhamos com 22 litros/ leite/dia, em média a pasto, mas o importante é que estamos atingindo entre 45 mil e 50 mil litros/hectare/ ano. É um conceito muito difundido na agricultura, não se fala em quan tas espigas colhidas, mas quantas sacas de milho. E na pecuária leitei ra precisamos adotar esse conceito, passando a usar como referência a produção/hectare”, acredita o pecu arista.
Produção de genética- Além de grande produtor de leite, a Agro pecuária Irmãos Chiari atua no mercado de genética. Conta com doadoras das raças Girolando, Gir Leiteiro e Guzerá, dentre outras. “A mudança no conceito de produ ção de vacas de leite aconteceu em 2003, quando nasceu ICH Canela,
um animal diferenciado. A partir desse momento, fortalecemos nosso trabalho de seleção e multiplicação genética do Girolando. ICH Canela foi a primeira vaca Girolando a ter produção vitalícia de 100.000kg. Dentro do Sumário de Fêmeas da raça, alcançou destaque entre as top 1000, inclusive com várias de suas filhas também bem avaliadas”, es clarece José Renato Chiari.
O criatório ainda conta com touros em central e tem alcançado destaque nas pistas de julgamento em todo o País. Na ExpoZebu 2022, conquistou premiações em várias composições raciais, dentre elas: Grande Campeã CCG 1/2, Grande Campeã CCG 3/4, Melhor Fêmea Jovem Girolando. Na Megaleite 2022, fez a Grande Campeã Giro lando, Campeã Vaca Jovem, Cam peã Úbere Jovem e Grande Campeã
Animais do rebanho participam do PMGG
CCG 3/4.
Segundo o criador José Renato Chiari, a procura pela raça Girolan do vem crescendo em todo o País por conta da sua boa produção a pasto e outras características de im pacto econômico, como por exem plo a longevidade.
De acordo com dados da Embra pa Gado de Leite, há um crescente incremento na produção de leite das vacas Girolando. Consideran do a produção de leite em até 305 dias, em 2000, a produção média alcançava 3.695kg e, já em 2021, essa média aumentou para 6.032kg, representando um aumento de 60% no período de 20 anos. Além disso, corresponde a 80% do leite produ zido no Brasil, sendo capazes de manter bom nível de produção em diferentes sistemas de manejo e de condições climáticas.
NOVOS ASSOCIADOS
ESTES SÃO OS NOVOS CRIADORES E ENTIDADES DE CLASSE QUE PASSARAM A INTEGRAR O QUADRO SOCIAL DA GIROLANDO NOS MESES DE AGOSTO E SETEMBRO DE 2022.
Nº CRIADOR
10719 10667 10695 10665 10692 10716 10663 10668 10682 10688 10689 10691 10655 10670 10705 10699 10678 10703 10609 10702 10706 10714 10696 10662 10686 10685 10684 10658 10711 9523 10712 10704 10707
Agropecuária B2J Ltda
Agropecuária Capim Branco Ltda
Agropecuária Nascente do Matão Ltda
Alexandre Gontijo Queiroz Araújo Costa
Ana Laura Silva Souza
André Luiz Silva Martins de Almeida
Arquimandes Barcelos Corrêa
Charles Ramon Alves Xavier
Cintia Barbosa de Almeida
Cláudio Toledo Lana
Claudiomar Silvério de Souza
Cristiano Passarin
Daniel de Carvalho e Silva
Edivaldo Ferreira Júnior
Ednei Geraldo do Carmo
Eduardo Augusto Menezes
Edvaldo Godofredo Dantas Gama Sobrinho
Evandro da Silva Golfeto
Fábio Alexandre Carneiro
Fabrício Ribeiro Velozo
Flávia Tamara do Vale Carvalho
Francisco Valdery Alves de Magalhães
Genyl Francisco de Lima
Gustavo Almeida da Silva Paes
Hebert Valério Filho
Heleno Guimarães de Carvalho
Integra Leite Ltda
Joab Tárcio da Silveira
João Batista de Miranda Siqueira
João Bernardino de Castro Neto
João Carlos Duarte
Joao Félix de Godoi
João Paulo de Oliveira Rodrigues Rezende
MUNÍCIPIO
Goiânia – GO
Anápolis - GO São José do Rio Preto - SP
Bom Despacho - MG Anápolis – GO Divinópolis – MG Uberaba - MG
Montes Claros - MG
Brasília de Minas - MG Caratinga - MG Jaraguá – GO Ji-Paraná – RO Taubaté - SP
Sacramento - MG Belo Vale – MG Curvelo - MG Ribeira do Pombal - BA Glória De Dourados – MS Ribeirão Preto – SP Patrocínio do Muriaé – MG Natércia – MG
Senador Pompeu – CE Lagarto - SE Juiz de Fora – MG Uberaba - MG Palmas – TO Lavras - MG
São João do Manteninha - MG Barbacena – MG Parnamirim - RN Brasília – DF Corinto – MG Iturama - MG
10681 10710 10720 10693 10715 10666 10659 10664 10669 10679 10683 10718 10674 10717 10694 10660 10677 10656 10680 10698 10701 10709 10700 10672 10671 10675 10661 10708 10673 10676 10657 10687 10697
Jociley Luiz Alves
Jorge Paulo de Jesus José Aguinaldo Ribeiro
Jose Benedito de Castro Fe
José Carlos Alves
José Oscar Silva
Leandro Cézar da Silva
Leonardo Fernando Cherin Pires
Marcelo Rodrigues Pacífico
Márcio Barros Santana Garboggini
Marcio Tadeu Boisa Alonso
Marco Aurélio Dayrell de Magalhães
Marcos Aurélio Santos de Araújo
Maria Izabel Pereira de Oliveira
Maria Merça da Silva Mesquita
Matheus Antônio Gontijo Pinto
Nathan Daniel Sardinha Moreira
Pasu Patrimonial Ltda
Pedro Machado Silva Bandoli
Rafael de Paula Guedes
Rafael Moraes Nolasco
Raymara Santos Vieira
Renato Oliveira Silva
Rodrigo Castro Félix Santos
Ronildo Pereira de Oliveira
Ronildo Vieira de Paulo
Ruy Carlos Leite de Abreu Júnior
Sandro Borges de Barros
Silvânia Alves Santos
Tales Matheus Lopes
Teotônio Paula Duarte
Thiago Monteiro de Barros Ferreira Vinícius Fedrigo
Ouro Preto Do Oeste - RO
Andradas - MG Luz – MG
Corrente – PI Inhapim – MG Água Comprida - MG
Bom Despacho - MG
Uberaba - MG
Goiânia - GO Salvador – BA
Penápolis - SP
Curvelo – MG
Uberaba - MG
Presidente Bernardes – SP
Sete Lagoas – MG Moema - MG Brasília - DF Salvador - BA Natividade – RJ Eugenópolis - MG Guaçuí – ES Ribeira do Pombal – BA
Governador Valadares - MG Antas - BA Governador Valadares - MG Lagamar - MG Engenheiro Beltrão - PR Goiânia – GO
Ribeira do Pombal - BA Cabo Frio - RJ
Campina Verde - MG Juiz de Fora - MG Uberaba – MG
MATÉRIA DE CAPA
Uma gestão para acelerar a evolução da raça
realizadas pela atual Diretoria da Girolando
vários
A Associação Brasileira dos Cria dores de Girolando chega, em 2022, a seus 44 anos de fundação, com muito a comemorar. Com associados em todo o País, a entidade atingiu a marca recorde de 2.109.070 registros e controles genealógicos em setem bro de 2022. Apesar da pandemia, houve crescimento nessa área em relação aos anos anteriores. De ja neiro de 2020 a setembro de 2022, foram efetuados pela equipe técnica 256.423 registros/controles.
Para chegar a esses números, a Associação investiu na equipe téc nica. Foram realizadas capacitações anuais, que ocorreram durante a
“Semana Técnica Nacional Giro lando”, para aprimorar o Serviço de Registro Genealógico. Também foi ampliada a equipe, com a contra tação de novos técnicos para os estados do Piauí, Amazonas, Mato Grosso, Tocantins e Rondônia, que estão prestando diversos serviços, tais como: controle de genealogia, registro genealógico, controle leitei ro, inspeção zootécnica e zoneamen to técnico, além de palestras para fomentar o uso da raça nos estados.
Outra ação foi a campanha de incentivo ao Registro Genealógico, ocorrida em 2020, que con cedeu descontos no valor do regis
tro genealógico da modalidade de Controle de Genealogia Definitivo (CGD) de animais com Genealogia Desconhecida (GD), conhecido tam bém como “Livro Aberto - LA”. Com a iniciativa, foi possível viabilizar ainda mais a inscrição do rebanho base de novos associados, bem como de novos animais e seus descenden tes, junto ao Serviço de Registro Ge nealógico. Os descontos variaram de 30% a 50%.
Campanha de redução das multas sobre comunicações em atraso foi outro benefício concedi do pela Diretoria e ocorreu nos três
Ações
levaram a entidade a conquis tar
avanços em várias áreas, dentre elas: melhoramento genético, amplia ção do atendimento e parcerias com outras entidades
anos da gestão. Foi aplicada uma redução significativa no valor das multas com até 30 dias de atraso no envio das comunicações, chegando ao valor de R$0,01 (um centavo), além de reduções consideráveis nos valores das demais faixas. A co
brança da multa é uma determina ção do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Com a cobrança simbólica de um centavo, a Girolando reafirma suas políticas de descontos e de benefí cios adotadas nos últimos anos.
Para viabilizar a ampliação de seu quadro associativo, a entidade realizou anualmente a Campa nha de Novos Associados garantindo a redução de taxa de admissão. Mais de 400 pessoas aderiram.
MATÉRIA DE CAPA
PMGG antecipa o futuro da raça
Programa ampliou o número de características avaliadas pelo Sumário de Touros, aprimorou o Sistema de Avaliação Linear e subsidiou as análises dos componentes qualitativos
Tendo como principal pilar da gestão o Programa de Melhora mento Genético da Raça Girolando (PMGG), a Associação, em parceria com a Embrapa Gado de Leite, pro moveu uma série de investimentos para ampliar as avalições genéticas da raça.
Para aumentar o banco de dados do PMGG, os técnicos da Associa ção passaram, em 2020, a realizar c oleta de informações referentes
do leite
aos componentes qualitativos do leite , como Controle de Células So máticas, gordura e proteína em to dos os rebanhos atendidos pelo Ser viço de Controle Leiteiro Oficial da raça Girolando. A medida atendeu à Instrução Normativa n° 78, de 26 de novembro de 2018.
Como forma de auxiliar na im plantação dessa rotina, o Fundo de Investimento do Programa de Me lhoramento Genético da Raça Gi
rolando (FIPMGG) fez uso de seus recursos a fim de subsidiar parte das análises nos três anos da ges tão . Foi feito o custeio de 50% do va lor cobrado por análise no primeiro ano, de 40% no segundo ano, e de 30% no terceiro. O benefício pôde ser retirado na forma de serviços oferecidos pela Associação, que pu deram ser os presentes na tabela de emolumentos, multas por atraso em comunicações e reposições de brin
cos de identificação.
Sistema de Avaliação Linear
Um grande avanço do PMGG foi a remodelação do Sistema de Avaliação Linear da Raça Girolan do (SALG), que ocorreu a partir de 2020. Ele tem como objetivo mensu rar e avaliar características de con formação de animais da raça Giro lando, de modo a gerar informações de alta confiabilidade que possam ser usadas para as predições dos va lores genéticos e, posteriormente, dos valores genômicos. Essas pre dições serão úteis para que os cria dores, dentro dos seus rebanhos, possam efetuar a seleção dos touros e das matrizes, almejando o melho ramento genético das características de importância econômica, atingin do mais rapidamente os objetivos de seleção propostos.
Técnicos da Associação foram treinados para atuarem nessa coleta dos escores em rebanhos de várias regiões do País.
O Sumário de Touros trouxe pela primeira vez, em 2022, as avaliações genéticas na forma de STAs (capa cidade prevista de transmissão do SALG padronizada das característi cas de manejo e de conformação) de diversos reprodutores.
Outra ação adotada pela Asso ciação para o avanço do SALG foi o custeio da genotipagem dos animais avaliados, que deve chegar a mais 7.000 genotipagens , a ser implanta da neste final de 2022.
O Sumário de Touros avançou
em outras frentes que trarão grande impacto no melhoramento genéti co da raça. Em 2021, o documento trouxe avaliação genética para a ca racterística de Longevidade
No Sumário de Touros Girolando 2022 foi apresentada a avaliação dos touros para Tolerância ao Estres se Térmico. Para a realização desse trabalho foram considerados dados coletados pelo Controle Leiteiro Oficial do Girolando entre os anos de 2000 e 2020, constituindo uma base de dados com mais de 650 mil controles leiteiros, de mais de 69 mil vacas e com aproximadamente 21 mil animais genotipados.
A edição de 2022 o Sumário pu blicou 15 novas características e 6 índices de seleção . Agora, o Sumá rio de Touros traz PTAs genéticas e genômicas para produção de leite
em até 305 dias (PTAL), intervalo de partos (PTA IP), idade ao primeiro parto (PTA IPP), tolerância ao es tresse térmico (TE), peso do bezerro ao nascimento (PTA PN), período gestacional da vaca (PTA PG), Ín dice de Produção e Persistência na Lactação do Girolando (IPPLG), Ín dice de Eficiência Tropical do Giro lando (IETG), Índice de Facilidade de Parto do Girolando (IFPG), Ín dice de Reprodução do Girolando (IRG), Composto do Sistema Loco motor do Girolando (CSLG), Com posto Sistema Mamário do Girolan do (CSMG).
Avanços nas pesquisas - Para dar robustez aos estudos da raça, a Associação contratou três pesqui sadoras para o PMGG. Tolerância ao estresse térmico, eficiência tro pical, longevidade, persistência
Média de GPTA por Grupo de Touros (PL305)
na lactação e avaliação genômica multirracial são exemplos de pes quisas realizadas.
Fundo de investimento - O Co mitê do Fundo de Investimento do Programa de Melhoramento Gené tico da Raça Girolando (FIPMGG) busca direcionar os recursos para o enriquecimento de informações fe notípicas e genotípicas que servirão de apoio técnico e comercial para as avaliações genéticas/genômicas de machos e fêmeas Girolando. Nos últimos três anos, o Fundo direcio nou vários recursos para o PMGG , como o subsídio para coleta de amostras de leite do Controle Leitei ro e para a genotipagem de animais do SALG.
O Fundo também teve o ingresso de três centrais de inseminação ar tificial em seu grupo: ST Genetics, Select Sires e AG (em processo de oficialização). Também integram o comitê: Alta, ABS, CRV, Genex e Semex.
Girolando nas universidades - A “Vitrine Tecnológica Girolando PS e 5/8” foi erguida em Uberaba/MG, na fazenda modelo da Fazu (Facul dades Associadas de Uberaba), para possibilitar aos produtores rurais mais acesso às inovações da pecuá ria leiteira. A iniciativa é resultado da cooperação técnica intensificada em 2022, entre a Associação o e a
instituição de ensino.
O espaço é dedicado à seleção de um rebanho Girolando, composto de animais Puro Sintético e de com posição racial 5/8. Para ampliação do rebanho da Fazu, a Associação doou 20 doses de sêmen de touros participantes do Teste de Progênie. Esse material genético está sendo utilizado para inseminar as fêmeas do plantel da faculdade. A parceria entre as duas entidades ainda pre vê o desenvolvimento de pesquisas com a raça, capacitação da equipe técnica da Associação e um progra ma de estágio contínuo para atuação dos estudantes nas rotinas técnicas da Associação.
Outra instituição de ensino par ceira é a Universidade Federal de Viçosa (UFV). Na entidade, foi for mado um rebanho da raça a partir da doação de novilhas, feita por as sociados da Girolando. Nos últimos três anos, a UFV desenvolveu diver sas pesquisas com a raça, dentre elas redução da idade ao primeiro parto, programação fetal e nutrição. A par ceria ainda vem contribuindo para a formação de futuros profissio nais das áreas de Ciências Agrárias (Agronomia, Medicina Veteriná ria, Zootecnia, Agronegócio e La ticínios), permitindo uma vivência maior com a raça e em experimentos diversos.
Modernização dos Sistemas de Tecnologia
Investimentos em infraestrutura e desenvolvimento asseguraram ao banco de dados da Girolando mais consistência e segurança
Detentora de um dos maiores bancos de dados de bovinos leiteiros do Brasil, a Girolando priorizou nos últimos três anos os investimentos em tecnologias para garantir o funcionamento de todos os seus sistemas. A equipe do setor de Tecnologia da Informação da entidade também foi reforçada.
Outros investimentos foram feitos em Desenvolvimento e Infraestrutura. Con fira:
Desenvolvimento
• Conclusão de 452 adequações nos sistemas;
• Início do desenvolvimento do siste ma de Certificação Internacional;
• Desenvolvimento do Novo Sistema de Controle Leiteiro;
• Adequações nos sistemas para aten der as necessidades do Regulamento Gi rolando e Mapa;
• Adequação dos sistemas à LGPD;
• Adequações nos bancos de dados para suportar a comercialização de afixos;
• Ampliação da equipe de desenvolvi mento.
Infraestrutura
• Troca dos equipamentos do Data
center da Girolando (servidores, nobre ak, switch e rack), utilizando sempre tec nologia de ponta;
• Otimização do sistema de backup dos servidores, garantindo ainda mais segurança;
• Reforma no ambiente de redes e parte elétrica do STA, otimizando a per formance dos sistemas;
• Aumento de velocidade no Link -Dedicado, a fim de garantir maior velo cidade nos acessos internos;
• Integração do banco de dados com a Ideagri e Sobcontrole.
MATÉRIA DE CAPA
Aposta nas exposições e eventos
A Girolando criou novos formatos de eventos para permitir que a raça continu asse em destaque no cenário nacional
A agenda de eventos da raça Giro lando foi marcada pela inovação nos últimos três anos, como uma forma de driblar as limitações impostas pela pandemia. A Associação foi a primei ra no Brasil a realizar uma exposição totalmente virtual: a Megaleite na TV, ocorrida em 2020. Com transmissão pelo canal parceiro Terraviva, o even to contou com programação técnica intensa na TV, permitindo que os pe cuaristas de todo o País acompanhas sem de casa as novidades da pecuária leiteira.
Já no ano de 2021 a entidade re alizou o Encontro Virtual da Raça Girolando, permitindo acompanhar palestras ao vivo com renomados es pecialistas do Brasil e dos Estados Uni dos, além de visitas em salas virtuais para conhecer as novidades e tecno logias de diversas empresas. Durante o evento, foi celebrada a marca his tórica dos 2 milhões de registros. O agrônomo e ex-ministro da Agricul tura, Alysson Paolinelli, fez o registro genealógico simbólico de um animal, representando o feito alcançado, pela primeira vez no Brasil, por uma raça leiteira nacional.
Outra inovação foi a 1ª Copa Vir tual Girolando, ocorrida na platafor
ma STyle, permitindo que criadores de todo o território nacional pudes sem expor seus animais. O objetivo foi possibilitar a avaliação morfológica, de maneira totalmente virtual, de animais Girolando e de seus cruzamentos, por meio de fotos e vídeos.
Em 2022, a entidade realizou du rante a Exposição Internacional das Raças Zebuínas (ExpoZebu), em Ube raba/MG, o Dia G, com o tema “Carac terísticas e performance da raça nacio nal”.
A Megaleite (Exposição Brasilei ra do Agronegócio do Leite) voltou a ser presencial em 2022, ocorrendo em Belo Horizonte/MG. O evento termi nou com uma movimentação finan ceira recorde, estimada em R$200 milhões. Mais de 80 empresas expo sitoras participaram da Megaleite, que teve um público de 70 mil pessoas de sete países.
Incentivo - A Associação de Giro lando realizou ações para incentivar os eventos da raça pelo País. Uma delas foi o lançamento do selo para chan celar eventos dos Núcleos - “Núcle os Girolando em Ação. A Associação apoia os eventos” e o selo para leilões “Leilão Apoiado” e “Leilão Homologa do”. Também foi criado o Certificado
MATÉRIA DE CAPA
Girolando forte pelo Brasil
A Associação trabalhou em conjunto com outras entidades para defender os direitos dos produtores rurais
Um dos projetos defendidos pela Associação foi a criação do “Dia Na cional da Raça Girolando”. O Projeto de Lei 1.229/2022, de autoria do depu tado federal Emidinho Madeira, tem por objetivo instituir no Brasil o Dia Nacional da Raça Girolando. A proposta é que ele seja comemorado em 1º de fevereiro, data em que o Gi rolando foi reconhecido oficialmente como raça, pelo Ministério da Agri cultura, Pecuária e Abastecimento.
Já para garantir a isenção de ICMS sobre a comercialização de animais da raça, a entidade reivindicou ao Con selho Nacional de Política Fazendária (Confaz) a atualização da redação do
Convênio ICM nº 35/77. O pedido foi atendido em julho de 2022. Assim, passam a ser documentos de comprovação do controle de ge nealogia oficial para fins de isenção do ICMS, o Certificado de Controle de Genealogia e o Registro Genealó gico.
A alteração aprovada pelo Confaz vinha sendo pleiteada pela Direto ria da Girolando desde 2020, com o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e da Confederação da Agri cultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Outra reivindicação referente à tributação foi a prorrogação dos Convênios 100/97 e 52/91. Em 2021, a entidade enviou ao governa
dor de Minas Gerais, Romeu Zema, documento solicitando empenho do Estado na prorrogação, por no mí nimo mais 12 meses, dos Convênios Confaz 100/97 e 52/91. O Convênio 100/97 tinha prazo de vigência até de zembro de 2020, mas o Conselho Na cional de Política Fazendária (Confaz) aprovou em outubro de 2020 a prorro gação dos dois Convênios até março de 2021.
A Girolando defendeu em 2022 a retomada da alíquota sobre a impor tação de queijos muçarela, em 28%. A entidade defendeu que a redução a zero da alíquota traria grandes preju ízos para os produtores rurais, que já enfrentam dificuldades por conta do baixo preço do leite pago ao produtor
e da alta nos custos dos insumos.
A Associação também participou de reuniões promovidas pela CNA e Câmara Setorial do Leite para deli berações sobre o mercado leiteiro e previsibilidade de preços do leite. A Girolando passou a integrar o Grupo de Inteligência Setorial de Ube raba (GIS-Agro), voltado para as ins tituições e empresas que fazem parte do Parque Tecnológico de Uberaba. O grupo tem como objetivo compar tilhar ideias entre as instituições/em presas, construir projetos e buscar no vas oportunidades, além de promover a integração do agronegócio com os setores de Tecnologia da Informação e Ensino Acadêmico.
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Avanços na promoção da raça
Realização de eventos e campanhas de marketing contribuíram para divulgação do Girolando no País
A raça Girolando ganhou mais espaço nas redes sociais e veícu los de comunicação nos últimos três anos. A Associação investiu na realização de lives técnicas e webinars em seus canais de comu nicação, levando informações para pessoas de vários países.
Nas redes sociais, já são mais de 137 mil seguidores, incluindo Ins tagram, Facebook, Twitter e You tube. Além disso, a entidade ga
nhou um novo portal, totalmente reestruturado, para tornar o acesso mais ágil e fácil às informações. Outra ação importante foi a ampla campanha promocional “Gi rolando 5/8 - A Raça Nacional”. Ao longo do ano de 2022, várias ações de marketing foram executadas para levar mais informações sobre os animais Puro Sintético e 5/8, composições raciais que são con sideradas a raça propriamente dita
pelo Mapa. Também vem sendo feita nas redes sociais campanha de incentivo ao consumo de leite.
Ação social - A Megaleite 2022 contribuiu para ajudar famílias ne cessitadas e instituições sociais de Minas Gerais. Durante o evento, vários visitantes que passaram pelo Parque da Gameleira doaram um litro de leite. O total arrecadado foi destinado ao Projeto Mãos de Clara, Tio Flávio, Associação das Obras Pavonianas de Assistência e Cape-MG. A ação solidária foi promovida pela Associação Bra sileira dos Criadores de Girolan do em parceria com o movimento #BEBAMAISLEITE.
Três instituições sociais de Minas Gerais foram beneficiadas pelo projeto “Leite é Vida”, con duzido pela Associação Brasileira dos Criadores de Girolando e pela empresa Alvoar Lácteos. Elas rece beram recursos arrecadados com a venda do leite captado durante a Megaleite 2022, exposição pecu ária ocorrida em junho na capital mineira. O montante angariado foi de R$36.101,76 e cada instituição recebeu R$12.033,92.
As entidades beneficiadas fo ram a Casa de Acolhida Padre Eus táquio – Cape, em Belo Horizonte/ MG, que trabalha no acolhimento de crianças, adolescentes e seus acompanhantes durante o trata mento contra o câncer e outras doenças não infecciosas; o Lar São Vicente, em Lagoa da Prata/MG, que atende idosos; e a Apae, de Uberaba/MG.
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