Hoje Macau 17 ABRIL 2023 #5230

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Cartão de combate

Com a retoma económica ainda a dar apenas os primeiros passos, o Governo pondera lançar mais uma ronda do cartão electrónico de consumo para combater a crise que se abateu sobre o território em consequência da pandemia da covid-19. “Estamos a analisar a hipótese. A vida está mais cara”, disse Ho Iat Seng no plenário de sexta-feira.

GCS
www.hojemacau.com.mo • facebook/hojemacau • twitter/hojemacau DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ MOP$10 SEGUNDA-FEIRA 17 DE ABRIL DE 2023 • ANO XXI • Nº5230
SEGURANÇA
A
PORTUGAL LISBOA SENTE
10-11 PÁGINA 6 GRANDE PLANO BANDA DESENHADA UM RAIDE EM 50 DIAS EVENTOS hojemacau PÁGINAS 4-5 BARCOS DA ARMADA José Simões Morais TURISMO PREÇOS EM ALTA ÚLTIMA JOSEPH FEELY
CHINA VERDES VENTOS
NACIONAL
FORÇA DA PÁTRIA
MACAU PÁGINAS

EXPOSIÇÃO

ENTRE MATAR SAUDADES E DESCOBRIR UMA CIDADE LONGÍNQUA

Macau à beira

Foi inaugurada no sábado, no Terreiro do Paço, a mos-

enquanto alguns macaenses mataram saudades

COM o brilho do rio Tejo ao fundo, perto do Cais das Colunas, a mostra “Sentir Macau Sem Limites - Exposição de Macau em Lisboa” começou a receber os primeiros visitantes e curiosos no Terreiro do Paço, na capital lisboeta. Integrada no programa oficial da visita de Ho Iat Seng, Chefe do Executivo da RAEM, a Portugal, a exposição integra a presença das seis concessionárias de jogo que se fazem representar em stands, incluindo a própria Direcção dos Serviços de Turismo (DST) e o Instituto de Promoção do Comércio e Investimento de Macau (IPIM).

Quem passa no Terreiro do Paço tem acesso a informações sobre as principais festividades de Macau, os pratos típicos, como o minchi, ou os casinos, que

acabam por assumir um papel de destaque. Não faltam ainda oportunidades para tirar fotografias - no stand do MGM, por exemplo, é possível bater no tambor que habitualmente é usado nas tradicionais danças do leão.

Sofia é portuguesa e acaba de sair do pavilhão da DST acompanhada pela

família quando é abordada pelo HM. Nunca foi a Macau, mas confessa sentir “curiosidade”. “Gostamos muito de viajar e por acaso nunca nos aventurámos para a Ásia, acho que seria interessante ir. É um território não muito grande, mas que tem uma grande diversidade cultural, e mesmo ao nível

da comida. Gostamos muito de provar comidas diferentes e parece muito interessante. Penso ser uma cidade muito cosmopolita com a junção de várias culturas.”

Jim, norte-americano, faz-se acompanhar dos pais, esposa e filha. Viajaram directamente dos Estados Unidos para Lisboa e con-

versaram com o HM pouco tempo depois de terem chegado à mostra. “Apenas sabemos que Macau era uma colónia portuguesa e vamos agora ver a informação que está disponível nesta exposição.” Ir a Macau é, para já, uma ideia longínqua. “Nunca pensei muito nisso [em visitar Macau]. Estou a viajar dos Estados Unidos, provavelmente é uma viagem que tão cedo não farei devido ao longo tempo que demoro a chegar lá.”

Quando questionado se vale mais a pena ir visitar Las Vegas, o pai de Jim, Dan, responde de imediato: “Sem dúvida!”. “Las Vegas tem os mesmos casinos que Macau. Temos a Wynn Resorts, a Venetian. Sem dúvida que me iria sentir mais confortável no meu próprio país, mas não jogo. Estivemos em Las Vegas há uns anos para participar numa conferência e não jogámos”, conta.

Tammy, a esposa de Dan, diz que Macau “é uma cidade bonita” pelo pouco que conheceu das histórias contadas de um vizinho que visitou o território.

Matar saudades

Para quem viveu em Macau é fácil chegar ao Terreiro do Paço e esboçar um sorriso de reconhecimento imediato de algo familiar que está distante e não se desprega da pele. Foi o que aconteceu com as macaenses Sofia Marques da Silva e Dora Lameiras, que foram matar saudades de um território que conhecem muito bem e de onde saíram há bastante tempo. No caso de Dora, foi há 18 anos que saiu do território.

“Acho que a exposição não faz inteiramente jus aquilo que Macau é. O jogo tem, efectivamente, ganho muito terreno em Macau, mas acho que existe muito além disso. Gostamos mais

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tra “Sentir Macau Sem Limites - Exposição de Macau em Lisboa”, composta por vários stands representativos do IPIM, Serviços de Turismo e das seis concessionárias de jogo. Muitos dos visitantes, turistas e cidadãos portugueses, revelaram curiosidade em conhecer o território,
“Tenho curiosidade em visitar por ter sido uma colónia portuguesa muito recentemente na história. Há amigos da escola da minha filha que são de Macau e então temos curiosidade em conhecer.”
ANDREA LIMA RESIDENTE DE LISBOA GCS HOJE MACAU

do Tejo

forte ligação com Macau. Acreditamos que o primeiro foco em prol do mercado internacional será Portugal.”

Atrair turistas internacionais é um dos objectivos das novas concessões de jogo. Victor Lau assume que as acções promocionais que têm sido feitas são apenas “um começo”, embora seja “uma grande oportunidade” tentar atrair mais turistas internacionais para os casinos de Macau depois da pandemia.

Na lista dos meramente curiosos está Andrea Lima, que gostava de viajar até Macau. “Tenho curiosidade em visitar por ter sido uma colónia portuguesa muito recentemente na história. Há amigos da escola da minha filha que são de Macau e então temos curiosidade em conhecer.”

Abre-te, sésamo

Delegação com mais de 40 empresários de Macau em visita a Portugal

UMA delegação de mais de 40 empresários iniciou ontem uma visita Portugal, com actividades promocionais nas áreas de economia, comércio e turismo.

A presença dos empresários acontece no âmbito da visita do Chefe do Governo, Ho Iat Seng, a Portugal, que começa amanhã e se prolonga até 22 de Abril, com encontros agendados com o Presidente, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, António Costa, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho.

Os empresários deslocam-se a Lisboa e Porto, “para visitar 13 entidades locais, incluindo instituições industriais e comerciais, bem como empresas de indústrias chave como ‘big health’, alta tecnologia, comércio, entre outras”, segundo as autoridades de Macau.

mantêm uma forte ligação com Macau.”

das zonas antigas”, disse Dora. Para Sofia, a exposição está “engraçada”. “É óptimo poder vir aqui matar saudades e ver aquilo que a exposição traz, estávamos curiosas em relação a isso.”

Questionada sobre a visita de Ho Iat Seng a Portugal, Sofia frisou ser “importante continuar esta ligação”.

“Trata-se de uma cultura tão rica, com a culinária por exemplo, com tantas coisas que devem ser preservadas, que é importante manter esta relação frutífera de tantos anos”, acrescentou.

“Um começo”

Em frente ao pavilhão da Galaxy conversámos com

Victor Lau, da área de vendas em hotelaria e lazer do grupo. “É uma honra estarmos em Portugal e sem dúvida que a nossa direcção futura é o mercado internacional. Claro que Portugal é um dos mercados internacionais inserido nos nossos objectivos, uma vez que os portugueses mantêm uma

O companheiro, Adriano Moutinho, preferia ver as diferenças em Macau no pós-1999. “Gostava de ver, justamente, essa transição entre o ter sido um território português e ser agora chinês, ver como é hoje a realidade cultural dentro da comunidade chinesa. Tudo o que é oriental desperta sempre uma grande curiosidade”, concluiu.

A noite ficou reservada para o espectáculo de videomapping na fachada dos edifícios históricos do Terreiro do Paço, à entrada de ruas icónicas da cidade como a Rua da Prata. A exposição e os espectáculos acontecem até ao próximo sábado, 22 de Abril, e fazem parte de uma grande campanha promocional levada a cabo pela DST.

No sábado passado foi o dia do pré-lançamento da iniciativa, mas a inauguração oficial acontece na quarta-feira. A produção foi feita em parceria com a Câ-

mento de Macau (IPIM) e pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST), “para apresentar o ambiente de comércio, de investimento e de turismo, o layout industrial e as vantagens políticas de Macau e de Hengqin”.

Porta Dourada

Além da livre circulação de capitais, outra das vantagens da zona de cooperação de Hengqin para captação de empresas e investimento é a política de isenção e suspensão de impostos sobre as mercadorias, cuja entrada em todo o mercado chinês, de mais de 1,4 mil milhões de pessoas, estará facilitada, indicam as autoridades locais.

Durante a visita, a delegação participa no “Seminário de Promoção sobre Investimento e Turismo Macau–Portugal”, co-organizado pela AICEP Portugal Global, pelo Turismo de Portugal I.P., pelo Instituto de Promoção do Comércio e do Investi-

Com o apoio do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau, a comitiva tem encontros marcados com a Associação de Comerciantes e Industriais Luso-Chinesa e a Câmara de Comércio Portugal-China Pequenas e Médias Empresas. Visitas de trabalho ao hospital da Luz, Quinta da Marmeleira (Alenquer), grupos Amorim, Sovena e Delta, entre outras, estão também agendadas.

mara Municipal de Lisboa e a Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural. O HM quis saber o orçamento da DST para esta acção promocional em Lisboa, mas até ao fecho da edição não foi obtida uma resposta.

Com esta mostra e os espectáculos, a DST pretende “mostrar os novos elementos turísticos de Macau, procurando atrair visitantes portugueses e europeus ao território”, a fim de dinamizar a economia após um contexto de crise. Andreia

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“Claro que Portugal é um dos mercados internacionais inserido nos nossos objectivos, uma vez que os portugueses
“Acho que a exposição não faz inteiramente jus aquilo que Macau é. O jogo tem, efectivamente, ganho muito terreno em Macau, mas acho que existe muito além disso.”
DORA LAMEIRAS MACAENSE Sofia Silva GCS HOJE MACAU HOJE MACAU HOJE MACAU

ECONOMIA HO IAT SENG ADMITE LANÇAMENTO DE NOVO CARTÃO DE CONSUMO

A tempestade perfeita

Cheques Pagamento arranca em Julho

O Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, garantiu no hemiciclo que o esquema de comparticipação pecuniária voltará este ano ao modelo habitual que vigorava antes da pandemia, começando os pagamentos a ser feitos em Julho. “Esse montante [gasto nos cheques] está contemplado no orçamento para este ano e o subsídio de oito mil patacas termina em Junho. O regulamento administrativo foi submetido, há dias, à análise do Conselho Executivo e será publicado na próxima semana. Penso que não poderemos começar a distribuir os cheques antes de Julho, não podemos acelerar os trabalhos”, concluiu. De frisar que os cheques para os residentes permanentes mantêm-se no valor de dez mil patacas, enquanto os cheques para os residentes não permanentes serão de seis mil patacas.

Previdência Injecções só com saldo de 300 milhões

Ho Iat Seng assegurou que a injecção de sete mil patacas nas contas individuais dos residentes do Fundo de Previdência Central só será uma realidade com um saldo orçamental de 300 milhões de patacas. “Temos cerca de 400 mil beneficiários que não são apenas idosos, e essa comparticipação extraordinária implica cerca de 200 milhões de patacas [no orçamento]. No próximo ano, quando elaborarmos o nosso orçamento, veremos se conseguimos chegar a um equilíbrio orçamental, e aí poderemos ponderar. Sem um saldo de, pelo menos, 300 milhões, não poderemos avançar com essa contribuição.”

De fora fica, para já, a possibilidade de recorrer à Reserva Financeira para pagar este apoio. “Não vamos esgotar a nossa Reserva Financeira. Temos de ter a premissa de ter um saldo orçamental que nos permita avançar com essa verba. Somando todos os apoios, os idosos podem receber cerca de cinco mil patacas por mês. Caso seja necessário temos outros programas de apoio”, disse.

Obrigações Governo viaja até ao Luxemburgo

Ho Iat Seng garantiu, em resposta a uma intervenção do deputado Si Ka Lon, que irá ao Luxemburgo para estudar o mercado de obrigações com o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong. A ideia é “discutir” e “falar” sobre a emissão de obrigações em mercados secundários. “Não podemos abusar da emissão de obrigações. Temos de trabalhar com prudência. Podemos emitir muitas obrigações, mas será que seremos capazes de restituir ou devolver todo o montante? Não será bom se emitirmos meramente obrigações sem mercados secundários. Graças ao apoio do Interior da China conseguimos realizar a primeira emissão, mas temos ainda de aperfeiçoar o sistema.” Relativamente ao quadro regulatório, o Chefe do Executivo adiantou que “pretendemos ter uma gestão muito rigorosa, mas, ao mesmo tempo, que exista um ambiente flexível sem muitas limitações”. “Estamos a analisar mercados bolsistas, o modelo de emissão de obrigações e as leis em vigor”, concluiu.

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OS residentes de Macau podem usufruir de uma nova ronda de cartão de consumo electrónico no futuro. A possibilidade foi levantada por Ho Iat Seng na sessão plenária de sexta-feira, em que o Chefe do Executivo respondeu a questões dos deputados.

Pereira Coutinho deu conta desse desejo da população. “Deparei-me com muitas solicitações na sociedade, é uma aspiração forte”, indicou o deputado sobre a antecipação da distribuição do cheque pecuniário e de uma nova ronda de cartão de consumo.

Ho Iat Seng revelou que o Governo está a analisar a possibilidade de lançar mais uma ronda de cartão de consumo, ressalvando a necessidade de cumprir os trâmites legais. “Estamos a analisar a hipótese. Depois da pandemia, ainda estamos meramente no início da recuperação. Mas a vida está mais cara. Para actualizar montantes temos de apresentar as nossas propostas à Assembleia Legislativa”, indicou Ho Iat Seng.

A economia de Macau parece ter voltado gradualmente à normalidade desde que, em Janeiro, o Governo decidiu eliminar as

restrições no contexto da pandemia. No entanto, dois dos quatro deputados da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) que se sentam na Assembleia Legislativa (AL), Ella Lei e Leong Sun Iok, falaram dos salários que não conseguem acompanhar a inflação, entre outras problemáticas.

“Os salários estiveram congelados durante três anos, o rendimento médio de vários sectores, como os da hotelaria e do imobiliário, entre outros, reduziu-se em duas mil patacas, enquanto no sector da construção a redução foi de cerca de mil patacas. Não é de estranhar que os residentes estejam atentos à antecipação da comparticipação pecuniária. Os salários reais dos trabalhadores diminuíram significativamente e

O Chefe do Executivo admitiu que “a reabertura da economia pôs a descoberto as nossas fragilidades”, pedindo mais tempo aos deputados

estes sofrem com a inflação”, acusou Ella Lei, ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM).

José Pereira Coutinho lembrou que há muitas pessoas a fazerem compras do lado de lá da fronteira, sendo necessário aumentar os montantes dos apoios sociais, enquanto Leong Sun Iok, também ligado à FAOM, mencionou também a

inflação, o “preço elevado dos combustíveis” e as “dificuldades em encontrar trabalho”, pois existem “vagas com salários baixos”.

O Chefe do Executivo admitiu que “a reabertura da economia pôs a descoberto as nossas fragilidades”, pedindo mais tempo aos deputados. Afinal de contas, “temos de ter em conta que estamos apenas no início da recuperação [económica] após a pandemia”. Sobre o pedido de aumento de apoios, Ho Iat Seng respondeu que “se o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) atingir os três por cento vamos actualizar os montantes dos apoios”.

“Houve uma redução de rendimentos devido à pandemia, mas vemos que o nível médio vai aumentar novamente”, disse.

Sem medidas

Sem avançar com medidas concretas, Ho Iat Seng lembrou que, no ano passado, o Governo ajudou 6.288 residentes a encontrar trabalho, um número que “tem vindo a aumentar”. O responsável lembrou que o Governo não pode obrigar os locais a aceitarem trabalhos que considerem não ser adequados.

“Vemos que nas feiras de emprego houve postos de trabalho que não foram preenchidos. Há uma grande diversidade de ramos de actividade que precisam de trabalhadores, mas não podemos uma pessoa obrigar a aceitar uma vaga. Temos de estabelecer uma correspondência entre a oferta de vagas e os candidatos. Esperamos uma descida da taxa de desemprego no futuro. No passado, nos melhores tempos, tínhamos uma taxa de 1,7 por cento, e notamos uma descida na procura por emprego nos dados da Conta Única.”

GRANDE BAÍA PONDERADO MODELO “UMA VIAGEM, VÁRIAS ESTADIAS”

HOIat Seng falou aos deputados, na sexta-feira, da possibilidade de vir a ser adoptado o modelo “uma viagem, várias estadias” nas cidades que compõem a Grande Baía. O governante lembrou ainda que passaram apenas três meses desde o fim das restrições relacionadas com a pandemia e que é necessário “mais tempo” para que as medidas do Executivo surtam efeito na captação de mais turistas. “Temos de recuperar a confiança dos turistas e temos de fazer uma maior ligação com as cidades da Grande Baía. Estamos a trabalhar num modelo de uma viagem, várias estadias.”

Banca Forte investimento em Hengqin

Ho Iat Seng, Chefe do Executivo, declarou na sexta-feira que “a responsabilidade principal [sobre o investimento na Zona de Cooperação Aprofun-

dada de Macau e Guangdong em Hengqin] recai no sector bancário”. “Da nossa parte temos de comunicar bem com o sector financeiro, em conjunto com o governo de Hengqin, Guangdong e com a Associação dos Bancos de Macau. A associação tem esta responsabilidade de proceder aos trabalhos de organização [do investimento e financiamento], emitindo orientações e directivas”, concluiu.

HO IAT SENG CHEFE DO EXECUTIVO

Ho Iat Seng frisou também que, nos anos de pandemia, “não houve muita procura de emprego além de trabalhos ligados às áreas da segurança e limpeza, mas nos últimos meses tem havido um maior número de ofertas em outras áreas, como a hotelaria”. “Há muitos hotéis que, por falta de trabalhadores, não abrem quartos [aos hóspedes] Há falta de mão-de-obra e o Governo está a monitorizar esses dados. Esperamos que as dificuldades de quem precisa de emprego possam ser resolvidas”, rematou. Andreia Sofia Silva

Visita “Zona de Cooperação é algo novo” para o país

Ho Iat Seng falou, na última sexta-feira, de alguns objectivos a atingir com a visita a Portugal, que começa amanhã. “Queremos que vários sectores [económicos] de Portugal possam perceber ou compreender quais as oportunidades de investimento para os países lusófonos. Vamos ter esta visita porque a Zona de Cooperação de Macau e Guangdong em Hengqin é nova para Portugal. Iremos ter representantes de empresas para podermos desenvolver as nossas funções e para que Portugal saiba quais são as oportunidades de desenvolvimento. Vamos convidar empresários portugueses para participar numa exposição que vamos realizar”, disse. Até ao fecho desta edição não foi ainda divulgada a agenda oficial cumprida pela delegação chefiada pelo Chefe do Executivo nas cidades de Lisboa e Porto. O HM confirmou junto do Grupo Delta que a visita pensada para a fábrica de café em Campo Maior, e para a qual chegaram a ser feitos contactos por parte das autoridades de Macau, já não será realizada por motivos de agenda.

Ho Iat Seng admitiu que o aumento dos turistas de fora da China continua a ser difícil. “O nosso aeroporto tem falta de capacidade de acolhimento e isso é um grande entrave para que possamos ter mais voos internacionais. Tivemos um atraso em termos de recursos humanos no aeroporto e estamos a envidar esforços para incrementar o turismo internacional. O Governo tem injectado muitos recursos nesta área para atrair mais turistas e temos feito acções promocionais com visitas dos media da Coreia do Sul, Tailândia e Malásia, com pacotes de oferta para turistas”, adiantou.

Hotelaria Pedidas mais unidades de baixo custo

Ho Iat Seng, Chefe do Executivo, deixou um pedido especial ao sector hoteleiro, tendo em conta o elevado preço dos hotéis. “Esperamos que os hotéis não muito luxuosos possam desenvolver as suas actividades. Os hotéis de três e quatro estrelas podem investir mais, fazer obras de remodelação para atrair as excursões. Não queremos apenas

atrair turistas de alta qualidade, mas ter vários tipos de turistas. Amigos meus disseram-me que os quartos de hotel são caros. Respondi que são quartos bonitos, grandes, com quase o dobro do tamanho em relação aos quartos do Interior da China. Não podemos, por exemplo, baixar o nível do Venetian. Os hotéis mais antigos poderão ser alvo de renovação porque isso poderá melhorar a imagem de Macau.” O governante lembrou que a maioria dos excursionistas optam por hotéis de baixo custo.

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“Houve uma redução de rendimentos devido à pandemia, mas vemos que o nível médio vai aumentar novamente.”
Salários que não acompanham a inflação, maior taxa de desemprego e falta de recursos humanos. Ho Iat Seng, Chefe do Executivo, admitiu que o fim das restrições “pôs a descoberto as fragilidades” do sector económico e pediu mais tempo, pois a recuperação só agora está a começar
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Lições de amor

Pedida segurança nacional nos currículos escolares

FORAM vários os políticos locais que juntaram as suas vozes aos discursos oficiais de celebração do “8.º Dia da Educação da Segurança Nacional”, enaltecendo eventos como a “Exposição sobre a Educação da Segurança Nacional”, inaugurada no sábado no complexo do Fórum Macau.

SEGURANÇA NACIONAL HO APOSTADO EM CONTER INTERFERÊNCIAS E SABOTAGEM

Em defesa do país

O Chefe do Executivo garantiu que irá continuar a persistir na salvaguarda do “pleno poder de governação do Governo Central” e na execução da futura lei de segurança nacional. Ho Iat Seng comprometeu-se no fortalecimento das “forças políticas do amor pela pátria e Macau” e na “prevenção e contenção de qualquer interferência e sabotagem”

OGoverno da RAEM vai “persistir na salvaguarda do pleno poder de governação do Governo Central, na implementação e salvaguarda do regime jurídico de defesa da segurança nacional e do seu mecanismo de execução e, simultaneamente, na implementação do princípio ‘Macau governada por patriotas’, na constante promoção e fortalecimento das forças políticas do amor pela Pátria e por Macau, e na prevenção e contenção de qualquer interferência e sabotagem”.

A garantia foi deixada por Ho Iat Seng no discurso da cerimónia de inauguração da “Exposição sobre a Educação da Segurança Nacional”, proferido no sábado no complexo do Fórum Macau.

O Chefe do Executivo sublinhou que “a segurança nacional é um apoio fundamental para o desenvolvimento harmonioso e a

transmissão do multiculturalismo em Macau”, salientando a importância de preservar e transmitir a singularidade governativa e cultural de Macau. Para tal, é “determinante a segurança do Estado e a estabilidade da sociedade de Macau, a promoção e desenvolvimento dos valores fundamentais do amor pela pátria e por Macau, sendo a implementação do ‘conceito geral da segurança do Estado’ a tarefa principal da RAEM”.

Juventude patriótica

A inauguração da exposição foi acompanhada também por concursos de composição em língua chinesa e de vídeo de curta-metragem “A Minha Noção sobre a Segurança Cultural” para os mais novos.

Ho Iat enalteceu os jovens participantes, realçando os seus “fortes sentimentos de identidade e de orgulho pela cultura chinesa”, pela “coragem

Matadouro Ron Lam pede reconstrução em Zhuhai

Ron Lam quer saber se o Governo está disponível para construir o Matadouro em Zhuhai, de forma a aumentar a produção. Com o contrato do Matadouro a terminar em Junho de 2024, Ron Lam questiona o Governo sobre os planos para o futuro da instalação e a possibilidade

de ser feita uma consulta pública. O deputado também quer saber se a concessão do espaço pode ser atribuída através de concurso público, de forma a resolver o problema do matadouro, que apresenta perdas financeiras crónicas. Com uma nova concessão, Ron Lam acredita que também

de mostrar o seu sentido de responsabilidade pela salvaguarda da segurança cultural nacional”, argumentando que os jovens de Macau “têm grandes expectativas pela materialização das metas grandiosas do fortalecimento do país e da revitalização da nação”.

Por sua vez, o director do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na

A deputada Wong Kit Cheng afirmou ao jornal Ou Mun o Governo da RAEM deve estudar a possibilidade de incluir nos currículos escolares disciplinas que se debrucem sobre a educação e a segurança nacional. A representante da Associação Geral das Mulheres de Macau defende a importância de estabelecer uma forte consciência de defesa da segurança nacional desde a infância, através de organização de aulas e publicação de materiais didácticos dedicados ao tema, e pela formação de professores.

que vai ser possível renovar a estrutura, não só ao nível dos trabalhadores, sendo que um terço tem mais de 65 anos, mas também devido às infra-estruturas. No caso de o Executivo recusar fazer um concurso público, o deputado espera que sejam apresentadas respostas a estas problemas.

RAEM, Zheng Xincong, indicou que a defesa da soberania, da segurança e dos interesses do desenvolvimento do Estado são princípios supremos da política ‘Um País, Dois Sistemas’.

Zheng Xincong destacou a necessidade de aperfeiçoar de forma continuada a legislação complementar e o mecanismo de execução para reforçar a garantia da segurança nacional no regime jurídico da RAEM.

O director do Gabinete de Ligação frisou ainda que a segurança nacional é fundamental para a revitalização da nação e que a sua defesa “é um dever de todos e ninguém lhe pode ficar indiferente”.

O responsável recordou também as palavras de Xi Jinping que apontou que “o impulso para o fortalecimento nacional conta com a prosperidade e estabilidade a longo prazo de Hong Kong e Macau”. João Luz

Por seu lado, o director dos Serviços de Saúde e presidente da Federação de Juventude de Macau Alvis Lo garantiu que a associação que lidera “vai continuar a orientar os mais jovens para aprenderem aprofundadamente o espírito do 20. º Congresso Nacional e das duas sessões, concretizando o princípio essencial de Macau governada por patriotas e a perspectiva geral da segurança nacional”. A opinião do director dos Serviços de Saúde foi também expressada ao jornal Ou Mun.

O responsável demonstrou total apoio, em nome da Federação de Juventude de Macau, aos esforços do Governo de Ho Iat Seng para aperfeiçoar consecutivamente o regime jurídico da defesa da segurança nacional e o seu mecanismo executivo. Além disso, Alvis Lo sublinhou a importância de “reforçar a educação juvenil do amor à pátria e a Macau”, através de visitas à exposição de segurança nacional, organização de palestras.

Anda no ar

O jornal Ou Mun ouviu um naipe de deputados, entre os quais Vong Hin Fai que destacou que a segurança nacional tem influência directa nos interesses essenciais da nação chinesa, mas também envolve os interesses fundamentais da RAEM.

Também Si Ka Lon apelou a todos os sectores da sociedade para que se comprometam com o conhecimento actualizado das circunstâncias referentes à segurança nacional e que tenham a defesa do Estado como valor fundamental.

O deputado ligado à comunidade de Fujian acrescentou que a população de Macau deve estar atenta à evolução dos contextos que influenciam a segurança nacional, de forma a contribuir para a construção de um país socialista moderno, promovendo o grande rejuvenescimento da nação chinesa e o desenvolvimento próspero de Macau. N.W. e J.L.

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TIAGO ALCÂNTARA
Ho Iat Seng afirmou que os jovens de Macau “têm grandes expectativas pela materialização das metas grandiosas do fortalecimento do país e da revitalização da nação”

Tabaco Realizadas 800 inspecções por dia

Em Janeiro, os agentes de fiscalização afectos ao controlo do tabagismo fizeram cerca de 72.300 inspecções a estabelecimentos, de acordo com dados dos Serviços de Saúde. Este número representa uma média diárias de 800 inspecções. As operações resultaram em “786 acusações das quais 772 são referentes a casos de fumadores ilegais, 12 a casos de venda de produtos de tabaco que não satisfaziam as normas de rotulagem, 1 a caso de venda de produtos de tabaco em prateleiras ao público e 1 a caso de venda ilegal de cigarros electrónicos”. Os estabelecimentos de restauração registaram 172 casos (21,9 por cento), os recintos fechados de colectiva registaram 77 casos (9,8 por cento) e os centros de máquinas de diversão e videojogos registaram 73 casos (9,3 por cento).

Máscaras Nova ronda de venda começa hoje

Começa hoje uma nova ronda do programa de fornecimento de máscaras à população, anunciou o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus. A 53.ª ronda do programa criado no início da pandemia, vai decorrer até 16 de Março e permite aos residentes, trabalhadores não-residentes e estudantes não-residentes comprarem 30 máscaras pelo preço de 24 patacas. As máscaras estão à venda em 63 postos de venda: 55 farmácias, 5 postos de serviços da Associação Geral das Mulheres de Macau e 3 postos de serviços da Federação das Associações dos Operários de Macau.

AMCM 215,1 mil milhões de reservas cambiais

Em Março as reservas cambiais da RAEM cifraram em 215,1 mil milhões patacas, de acordo com as estimativas preliminares apresentadas na sexta-feira pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM). O montante representa uma redução 0,8 por cento face a Fevereiro, quando as reservas estavam cifradas em 216,9 mil milhões de patacas. No final de Março de 2023, as reservas cambiais registaram cerca de 10 vezes em relação à circulação monetária, ou 84,1 por cento do agregado monetário M2 em patacas, um agregado que é constituído pelo papel moeda em circulação e os depósitos de curto prazo, no final de Fevereiro. A taxa de câmbio efectiva da pataca, ponderada pelas suas quotas do comércio, foi de 102,1 em Março de 2023, registaram acrescimentos de 0,44 pontos e 4,55 pontos, respectivamente, sobre os dados do mês anterior e relativos a Março de 2022. Estas alterações, indica a AMCM, revelam que “globalmente, a pataca subiu face às moedas dos principais parceiros comerciais de Macau”.

CRIME ENGANADA POR BURLÃO QUE SE PASSOU POR POLÍCIA DO INTERIOR

Os princípios do medo

Apesar de “só”

ter perdido 174 mil dólares de Hong Kong, a vítima tentou vender um imóvel em Macau para “financiar” a investigação do alegado da polícia do Interior. A mulher chegou a equacionar vender uma casa para entregar dinheiro aos burlões

UMA mulher com 60 anos foi burlada em 174 mil dólares de Hong Kong, depois de ter sido enganada por, pelo menos, duas pessoas, que se fizeram passar por um funcionário de uma empresa especializada no envio de correio e um agente da polícia do Interior.

Segundo a Polícia Judiciária, citada pelo Ou Mun, o caso aconteceu a 26 de Março. Num primeiro momento, a mulher recebeu uma chamada de um alegado trabalhador de uma empresa especializada no envio de correio do Interior da China para Macau. A conversa serviu para que o burlão informasse a vítima que estava a ser acusada de ter enviado uma encomenda de correio para o Interior que continha o passaporte de outra pessoa e uma grande quantia de dinheiro. O suspeito acrescentou ainda que o dinheiro tinha sido enviado para o Interior ao abrigo de um esquema de lavagem de capitais.

Como a mulher negou qualquer envolvimento com a “encomenda”, a chamada telefónica foi transferida para outra pessoa,

que se apresentou com agente de uma polícia chinesa.

O agente “já foste”

Face à perspectiva de ter problemas legais com as autoridades do Interior, a mulher concordou

imediatamente em realizar uma videochamada com o alegado agente. A conversa serviu para responder a várias perguntas e fornecer os dados da sua conta bancária.

De acordo com o relato, o “agente” explicou à vítima que

Com a desculpa da complexa burocracia do sistema de investigação no Interior, o “agente” pediu à vítima para adiantar 174 mil dólares de Hong Kong

estava a ser investigada por ter enviado 2 milhões de renminbis para o Interior para serem lavados, com o passaporte de outra pessoa. No entanto, como o agente reconhecia que a vítima negava qualquer envolvimento, concordou em “aprofundar a investigação” para ilibar a mulher.

Contudo, com a desculpa da complexa burocracia do sistema de investigação no Interior, o “agente” pediu à vítima para adiantar 174 mil dólares de Hong Kong, que seriam utilizados para financiar a investigação. Após a conclusão da investigação, o agente prometeu que o dinheiro seria devolvido na íntegra. Num segundo momento, a vítima admitiu que era proprietária de um imóvel em Macau avaliado em 6 milhões de dólares de Hong Kong. Face a esta informação, o “agente” pediu-lhe que vendesse o imóvel, para pagar as investigações. No entanto, como o imóvel era ainda propriedade de outra pessoa, que recusou a venda, a mulher não conseguiu o dinheiro. Foi também nessa altura que a vítima desconfiou de que teria sido burlada e decidiu apresentar queixa. João Santos Filipe

CRIPTOMOEDA MULHER PERDE MAIS DE 380 MIL PATACAS EM BURLA

U MA mulher perdeu cerca de 380 mil pataca através de uma burla em criptomoeda. A informação foi divulgada pela Polícia Judiciária (PJ) no sábado, e foi citada ontem pelo Jornal Ou Mun.

Num primeiro momento, a mulher foi convencida por um estranho que conheceu online a entrar num programa de investimento em moeda digital. A 12 de

Março, a vítima aderiu ao “programa de investimento”, fez o download de uma aplicação digital e carregou a conta pessoal com 9 mil

patacas. Após alguns dias, decidiu retirar o seu dinheiro, o que conseguiu, e obteve um lucro de 960 patacas.

Depois da operação bem-sucedida, a 3 de Abril, o suspeito voltou a contactar a mulher, que decidiu fazer um novo investimento, no valor de 200 mil patacas, com perspectivas de aumentar ainda mais os seus ganhos.

No dia seguinte o suspeito voltou a contactá-la

para lhe dizer que havia uma nova promoção: se a mulher entrasse numa nova ronda de investimento com mais 80 mil dólares americanos na aplicação, ficava automaticamente habilitada para receber uma comissão de 8 mil dólares americanos.

A mulher explicou que não tinha tanto dinheiro, mas o “parceiro” de negócios arranjou uma solução: era possível investir esse mon-

tante em parceria com outras pessoas. No seguimento da conversa, a mulher investiu mais 170 mil patacas.

A 9 de Abril a vítima tentou levantar os alegados ganhos, mas não conseguiu. Ao invés recebeu uma mensagem que precisava de investir mais 20 mil dólares americanos. Face à situação, suspeitou que teria sido vítima de burla e apresentou queixa às autoridades.

sociedade 7 segunda-feira 17.4.2023 www.hojemacau.com.mo
GCS

MUITA MADEIRA teca foi precisa na construção de inúmeros e enormes juncos para criar uma armada. Também a nova capital Beijing requeria grandes quantidades para edificar especialmente a Cidade Imperial e além das árvores desbastadas nas províncias chinesas, ainda foi necessário recorrer a florestas de outros países.

Nos Estaleiros do Tesouro (Baochuan chang), situados fora da muralha da cidade de Nanjing, saiu parte dos navios da armada e todos os baochuan, onde no maior seguiria o Almirante Zheng He. Com compartimentos interiores forrados a madeiras preciosas, à ida transportava os exóticos produtos chineses de troca e no regresso, trazia os oferecidos tributos de grande valor, tesouros a dar o nome do admirável maior junco da armada, os baochuan.

As técnicas de construção naval eram passadas oralmente e só muito mais tarde, para não cair em mãos erradas, o navio de guerra foi registado em desenho nos documentos históricos chineses.

Para trás estavam saberes adquiridos por dinastias com experiência de navegar e invenções náuticas reconhecidas nas viagens já realizadas ao longo de milénios.

As invenções chinesas como o leme de popa e o sistema de o içar e baixar, a divisão do casco do barco em compartimentos estanques, as velas e a bússola marítima, permitiram aos juncos chineses chegar por mar aberto a longínquos países e regiões, do Oceano Pacífico, até ao continente americano e no Índico, do Golfo Pérsico às costas de África Oriental.

"O leme enquanto instrumento de manobra foi uma invenção dos antigos construtores de barcos de Guangdong” segundo Joseph Needham, que elogia e reconhece ser essa invenção pioneira no mundo náutico.

Também a passagem dos lemes laterais para um leme centrado na popa (a parte traseira do junco) começou a ser utilizado no século I, aparecendo na Europa no século XIII. Este leme axial, fixado no eixo longitudinal da embarcação, variava nas formas e dimensões conforme as condições de navegação, tendo um sistema de roldanas a içar e baixá-lo, permitindo assim entrar em zonas de fundos baixos. Existe o leme perfurado, para menor resistência à força da água e o leme compensado, em que parte da superfície da porta do leme se encontra para trás do eixo, a dar uma manobra mais fácil. No baochuang de Zheng He o leme tinha 11,7 metros e por isso ha-

Barcos da Armada

via necessidade de uma grande roldana para o descer ou subir.

O vento era a força motriz das embarcações e os das monções permitia percorrer grandes distâncias devido à sua acção nas inúmeras velas quadradas feitas de junco, reforçadas por ripas de bambu transversais e colocadas nos múltiplos mastros. O aparecimento da vela na China terá ocorrido pelo menos no início do primeiro milénio antes da nossa Era.

As anteparas nos barcos chineses existiam desde o século II colocadas transversalmente nos cascos para tornar estanques as diversas secções das embarcações, diminuindo

os riscos destes se afundarem. Ideia da observação da cana de bambu cujo interior está dividido por septos transversais. O capitão Fernão Peres de Andrade em 1517 às portas de Cantão, na Boca do Tigre, ao observar a construção de um barco viu serem-lhe colocadas anteparas no interior do casco, tomando os europeus pela primeira vez conhecimento dessa técnica, mas só a utilizaram no século XVIII.

Na armada de Zheng He para comunicar entre juncos usava-se um sistema de sinais e sons e daí existirem em cada um, tambores, gongos, címbalos, sinos, trompetas, lanternas e bandeiras. Os

pombos eram para levar entre os barcos mensagens escritas, quando necessário mais detalhe.

Tipos de barcos

• O baochuan (宝船, Junco do Tesouro) de casco em V, o modelo do junco Fuchuan de Fujian, nos seus mais de 120 metros (44 zhang) de comprimento e 50 metros (18 zhang) de largura tinha nove mastros e doze velas, deslocando oito mil toneladas. Mas Ma Huan (马 欢), tradutor na armada de Zheng He, refere ter o maior baochuan 44,4 zhang (147 m) e de largura 18 zhang (60 m), enquanto o de tamanho médio contava

VIA do MEIO 17.4.2023 segunda-feira 8
JOSEPH FEELY

Armada (XI)

com 37 zhang de comprimento e 15 de largura. Como 1 zhang = 10 chi corresponde a 3,333 metros, então o real tamanho do barco era algo inacreditável. Na primeira viagem marítima de Zheng

He foram 62 baochuan, 48 na terceira viagem e 61 na sétima.

O baochuan contava com quatro conveses (entre o mastro grande e a proa) ligados por escadas e no superior era o Palácio com cabines feitas de madeiras preciosas talhadas com belíssimos trabalhos, havendo instalados em cada um dos lados laterais 16 canhões de tamanho médio para auto defesa. No convés abaixo, as câmaras adornadas meticulosamente,

Para comunicar entre juncos usava-se um sistema de sinais e sons e daí existirem em cada um, tambores, gongos, címbalos, sinos, trompetas, lanternas e bandeiras. Os pombos eram para levar entre os barcos mensagens escritas, quando necessário mais detalhe

onde não faltava água potável e comida seca, contava em cada lado oito grandes canhões. Já o convés mais abaixo armazenava as prendas a oferecer e oferecidas, sendo guardadas em caixas de madeira as sedas, chá e especiarias. No convés inferior, pedras para estabilizar o barco e madeira para os reparos de emergência. Ao redor dos Juncos do Tesouro (baochuan) navegavam barcos de menor porte, de transporte de tropas, para combate e de abastecimento.

• Barco de transporte das tropas (Zuo [sentar] Chuan 坐船) com seis mastros e comprimento de 24 zhang

e largura de 9,4 zhang, tinha como função prevenir os ataques de piratas e executar guerras anfíbias, seguindo neles os comandantes.

• Barco de combate (Zhan Chuan战 船) com cinco mastros e um comprimento de 18 zhang e a largura de 6 zhang e 8 chi, era leve e ligeiro de fácil manobra. Equipado com armas e soldados preparados para entrar em combate, serviam de escudo a proteger a armada.

• Barco cavalo, (Ma Chuan马船) assim chamado por ser o mais rápido de todos os juncos e o segundo maior da armada, tinha oito mastros e dez velas e em caso de necessidade usado também como barco de combate. Com um comprimento de 37 zhang e largura de 15 zhang, nele havia cabinas para oficiais de médio estatuto, para intérpretes e médicos. Servia ainda de armazém aos equipamentos militares, como armas e ferramentas para reparar os estragos nos barcos, guardava ainda outros bens quotidianos e transportava os cavalos e outros animais provenientes dos tributos dos países.

• Barco de abastecimento (Liang [arroz] Chuan 粮船), com sete mastros e um comprimento de 28 zhang e largura de 12 zhang, transportava à volta de 18 mil toneladas de mantimentos para alimentar a tripulação da armada nos dois anos de viagem. Existiam na armada normalmente quinze desses barcos e cada levava 1200 toneladas de mantimentos e animais vivos para consumo. Os alimentos constavam de carne salgada e fumada, marisco seco, arroz e trigo, vegetais conservados por sal e picles, molhos, vinagre e vinho, frutas secas ou em calda de mel ou açúcar, cocos, bananas e outras frutas. Enquanto se navegava alguns tripulantes dedicavam-se a pescar para passar tempo e guarnecer de peixe fresco as refeições. Existiam barcos com hortas onde vinham plantados os legumes e outros vegetais, como soja, excelente em vitaminas e contra o escorbuto.

• Barco para o transporte de água (shuichuan, 水船) tinha o mesmo tamanho e características dos de abastecimento e na armada havia à volta de vinte. Com sete mastros e 28 zhang de comprimento e doze zhang de largura, estavam equipados com cisternas para transportar água potável. Nos portos, além de se fazer aguada, procurava-se trocar mercadorias e assim se embarcava carne fresca e outros alimentos locais.

VIA do MEIO 17.4.2023 segunda-feira 9
José Simões Morais

ENERGIA PAÍS CONVERTE “BERÇO” DO PETRÓLEO EM ‘HUB’ DE RENOVÁVEIS

Ambições verdes

instalada de energia eólica e solar quanto todos os outros países do mundo combinados.

Em Gansu, onde vastas planícies são interrompidas por vales profundos e cadeias montanhosas com picos nevados, estão alguns dos maiores parques eólicos e solares do planeta, visando aproveitar a abundância de vento, sol e água da região.

Em Gansu, onde vastas planícies são interrompidas

vales profundos e cadeias montanhosas com picos nevados, estão alguns dos maiores parques eólicos e solares do planeta

NO remoto oeste chinês, berço da exploração de petróleo e carvão, estão a ser construídos alguns dos maiores parques eólicos e fotovoltaicos do mundo, ilustrando os esforços da China para reduzir a dependência

dos combustíveis fósseis. Em Gansu, uma província empobrecida e esparsamente povoada, a energia eléctrica gerada a partir de fontes renováveis ascende já a 40 por cento da produção total, explicou Ding Kun, vice-director da Divisão de Desenvolvimento da filial local

da State Grid, a estatal chinesa que em Portugal detém 25 por cento da REN - Redes Energéticas Nacionais.

Trata-se de um valor superior à média do país, que se fixou em 31,9 por cento, no ano passado, segundo dados publicados pelo

grupo de reflexão (‘think tank’) Ember.

A China é o maior emissor de gases poluentes do mundo, devido à sua dependência do carvão, mas é também líder global em energias renováveis. Em 2022, o país asiático acrescentou tanta capacidade

A capacidade de exploração técnica de energia eólica e solar da província ascende a 5,6 mil milhões de quilowatts e 95 mil milhões de quilowatts, respectivamente, explicou Ding Kun.

Era do renovável

No norte da região, na borda oriental do deserto de Gobi, que se estende por mais de 1.600 quilómetros quadrados, está o parque

UCRÂNIA PEQUIM CONTESTA SANÇÕES IMPOSTAS PELOS EUA CONTRA MAIS EMPRESAS CHINESAS

AChina contestou no passado sábado as sanções dos EUA contra mais empresas chinesas pelas supostas tentativas de escaparem ao controlo norte-americano das exportações para a Rússia, considerando-as uma medida ilegal que ameaça as cadeias de abastecimento globais.

O Departamento de Comércio dos EUA colocou na quarta-feira mais cinco empresas com sede na China continental e em Hong Kong na sua

lista de entidades sancionadas, impedindo-as de negociar com qualquer empresa norte-americana sem que previamente recebam uma licença especial muito difícil de obter.

Washington tem reforçado a aplicação de sanções contra empresas estrangeiras que considera estarem a apoiar a Rússia na sua guerra contra a Ucrânia, forçando-as a escolher entre negociar com Moscovo ou com os EUA.

Um total de 28 entidades de países como Malta, Turquia e Singapura foi agora acrescentado à lista.

Num comunicado divulgado no sábado, o Ministério do Comércio da China afirma que esta acção dos EUA “não tem base na lei internacional e não é autorizada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas”.

“É uma sanção unilateral típica e uma forma de ‘jurisdição de braço longo’ que prejudica se-

riamente os direitos e os interesses legítimos das empresas e afecta a segurança e a estabilidade da cadeia de abastecimento global. A China opõe-se firmemente a isso”, refere.

Os EUA, acrescenta, “devem corrigir imediatamente estas irregularidades e interromper sua repressão irracional sobre as empresas chinesas”.

O ministério refere que China “protegerá resolutamente os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas”.

10 china 17.4.2023 segunda-feira www.hojemacau.com.mo
por

de Jiuquan – o maior da China e um dos maiores do mundo, com capacidade instalada de mais de 20 gigawatts.

Em 2022, o país asiático acrescentou tanta capacidade instalada de energia eólica e solar quanto todos os outros países do mundo combinados

A cerca de 200 quilómetros, a outrora próspera cidade de Yumen, o “berço da indústria petrolífera chinesa” que entrou em decadência, nos últimos 20 anos, à medida que os poços de crude se esgotaram, está a construir um dos maiores parques de energia solar do país.

Um sinal escrito em inglês e chinês continua a identificar Yumen como “Terra Sagrada do Petróleo”. No centro da cidade, ergue-se uma estátua de Wang Jinxi, o “Homem de Aço” que liderava uma equipa encarregue da perfuração de campos petrolíferos, e que se tornou numa figura exaltada pelo regime, nos anos 1960, como parte das campanhas para inspirar os operários. Ele “trabalhava tão afincadamente que, por vezes, se esquecia de comer”, contava a propaganda maoista.

Mas, numa planície desértica nas redondezas da cidade, estão agora a ser instalados anéis gigantes de painéis solares. No centro de cada círculo há uma torre, projectada para receber a luz do sol reflectida e concentrá-la num feixe, gerando calor suficiente para operar uma usina termoelétrica – uma técnica designada Energia Solar de Concentração. Aproveitando as capacidades tecnológicas da State Grid para transmissão de energia a longa distância, a energia produzida em Gansu viaja

UCRÂNIA CHINA DIZ QUE NÃO VAI VENDER ARMAS

AChina não vai vender armas para nenhum dos lados em conflito na Ucrânia, garantiu sábado o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, em resposta às preocupações ocidentais de que Pequim pode fornecer assistência militar a Moscovo.

Qin Gang tornou-se o responsável chinês de mais alto escalão a fazer uma declaração tão explicita sobre a venda de armas à Rússia, noticiou a agência Associated Press (AP).

O chefe da diplomacia chinesa acrescentou que a China também irá regular a exportação de artigos com uso duplo: civil e militar. “Em relação à exportação de itens militares, a China adopta uma atitude prudente e responsável”, frisou Qin, durante uma conferência de imprensa ao lado da homóloga alemã, Annalena Baerbock.

“A China não fornecerá armas às partes relevantes do conflito e administrará e controlará as exportações de itens de uso duplo de acordo com as leis e regulamentos”, assegurou.

O ministro chinês também reiterou a disponibilidade da China em ajudar a encontrar uma solução pacífica para o conflito.

A Casa Branca saudou sábado as garantias feitas por Qin de que a China não fornecerá armas à Rússia, mas expressou uma certa apreensão.

cerca de 1.500 quilómetros até à província de Hunan, fornecendo assim o sudeste chinês, a região mais industrializada do país. Gansu ambiciona ser um ‘hub’ na produção e distribuição de ener-

gia ‘verde’ para o resto da China, devido à sua localização central no noroeste do país. A província faz fronteira com Shaanxi, Qinghai, Ningxia e Xinjiang, regiões administrativas cujas redes de

distribuição eléctrica não estão directamente conectadas entre si.

“As redes dessas regiões estão conectadas a Gansu e conectadas entre si através de Gansu”, resumiu Ding. João Pimenta, Lusa

SUDÃO CHINA APELA A CESSAR-FOGO PARA EVITAR QUE “SITUAÇÃO SE AGRAVE”

AChina acompanha com “grande atenção” a situação no Sudão e exorta as duas partes a “chegarem a um cessar-fogo e evitarem que a situação se agrave”, segundo um comunicado divulgado ontem pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. “A China está a acompanhar de perto a situação no Sudão e insta os dois lados a chegarem a um cessar-fogo e a evitarem que a situação se agrave. A China espera que todas as partes conversem e impulsionem o processo de transição política”, refere.

Em Dezembro de 2022, o Presidente chinês Xi Jinping reuniu-se em Riade com o Presidente do Conselho Soberano, o general

Abdel Fattah al-Burhan, a quem transmitiu que a China apoiava todas as partes no Sudão “para continuarem a promover uma transição política estável através do diálogo e da consulta”.

“A China opõe-se à interferência de forças externas nos assuntos internos do Sudão e continuará a falar a favor dos amigos sudaneses no cenário internacional”, disse Xi na altura.

No Sudão, o ponto determinante do conflito entre os militares rivais, após

semanas de tensão, ocorreu no sábado quando o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) - liderado pelo vice-presidente do Conselho Soberano e número dois do exército, Mohamed Hamdan Dagalo - acusou o exército sudanês de atacar uma das suas bases em Cartum.

Por sua vez, as forças armadas asseguraram que esta acção ocorreu em resposta a um ataque que o RSF tinha efectuado em Cartum.

O resultado destas acusações mútuas tem sido uma

batalha terrestre e aérea, já que o exército sudanês enviou os seus caças para bombardear posições das forças paramilitares.

Estes confrontos ocorreram apenas dois dias depois de o exército ter alertado que o país atravessa uma “situação perigosa” que pode levar a um conflito armado, depois de unidades do RSF se terem “mobilizado” na capital sudanesa e noutras cidades, sem o consentimento ou coordenação das forças armadas.

“Como dissemos sempre, não acreditamos que seja do interesse da China seguir nessa direcção. Continuaremos a monitorizar de perto”, destacou a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Adrienne Watson, em comunicado.

A diplomata alemã, também se referiu sábado ao papel da China como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, referindo que tinha uma responsabilidade especial para ajudar a acabar com o conflito.

“Devo dizer abertamente que me pergunto por que razão a posição chinesa não incluiu até agora um pedido ao agressor russo para parar a guerra”, disse Annalena Baerbock.

A chefe da diplomacia alemã sublinhou que “nenhum outro país tem mais influência na Rússia do que a China”.

china 11 segunda-feira 17.4.2023 www.hojemacau.com.mo

CINEMA JOÃO CANIJO VENCE PRÉMIO DE MELHOR

REALIZADOR NO FESTIVAL DE CINEMA DO URUGUAI

tador, um efeito cansativo mas esteticamente admirável”, acrescentou.

O filme “Mal Viver” já tinha vencido no final de Fevereiro o Urso de Prata para prémio do júri do 73.º Festival de Cinema de Berlim.

BD LIVRO SOBRE II RAIDE MACAU-LISBOA APRESENTADO NA

Mundo de

Oportuguês João Canijo venceu este sábado o prémio de melhor realizador no Festival de Cinema Internacional do Uruguai, divulgou a Cinemateca Uruguaia, em Montevideu, que organizou o evento.

“A composição obsessiva dos planos e o desenvolvimento de um conceito sonoro não menos minucioso, são as marcas de um realizador que tem uma ideia

de cinema e uma forma de a concretizar plano a plano”, destacou o júri, na apreciação do filme “Mal Viver”.

“A força formal está ao serviço da exploração da psique de uma mulher numa crise radical que afecta todos os seus vínculos essenciais. Os mecanismos dramáticos transferem a experiência das personagens quase directamente para o espec-

O filme é, segundo a sinopse, “a história de uma família de várias mulheres de diferentes gerações, que arrastam uma vida dilacerada pelo ressentimento e o rancor, que a chegada inesperada de uma neta vem abalar, no tempo de um fim de semana”.

O elenco conta com as actrizes Rita Blanco, Anabela Moreira, Madalena Almeida, Cleia Almeida, Vera Barreto, Filipa Areosa, Leonor Silveira, Lia Carvalho, Beatriz Batarda, Leonor Vasconcelos e Carolina Amaral, às quais se juntam os actores Nuno Lopes e Rafael Morais.

O filme estreia nas salas portuguesas a 11 de Maio.

AFundação Casa de Macau (FCM) acolheu a apresentação, na última sexta-feira, da banda desenhada sobre o II Raide Macau-Lisboa, uma obra intitulada “II Raide Macau-Lisboa: Da China a Portugal pela Rota Proibida” e lançada, no final do ano passado, no Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora, o Amadora BD. Esta foi uma viagem realizada em 1990 em que dez participantes, grande parte residentes em Macau, realizaram 22 mil quilómetros de jipe em 50 dias. O guião da banda desenhada esteve a cargo de Marco Fraga, enquanto Filipe Lopes fez as ilustrações.

AVISO

COBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL

1. Faço saber que, o prazo de concessão por arrendamento dos terrenos da RAEM abaixo indicados, chegou ao seu término, e, que de acordo com o artigo 53.º da Lei n.º 10/2013 <<Lei de Terras>>, de 2 de Setembro, conjugado com os artigos 2.º e 4.º da Portaria n.º 219/93/M, de 2 de Agosto, foi o mesmo automaticamente renovado por um período de dez anos a contar da data do seu termo, pelo que devem os interessados proceder ao pagamento da contribuição especial liquidada pela Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana.

Localização dos terrenos:

- Avenida do Almirante Lacerda, n.ºs 127 a 129 e Avenida Marginal do Patane, n.ºs 402 a 406, em Macau, (Edifício Kam Lung);

- Avenida de Demétrio Cinatti, n.ºs 94 a 99, em Macau, (Edifício Ponte Cais n.º 22A);

- Rua de Francisco Xavier Pereira, n.ºs 110 a 110C, em Macau, (Edifício New China Plaza);

- Estrada de D. Maria II, n.ºs 30 a 34 e Avenida de Venceslau de Morais, n.ºs 218 a 222, em Macau, (Edifício CEM.);

- Avenida de Venceslau de Morais, n.ºs 190 a 216 e Rua do Padre Eugénio Taverna, n.ºs 161 a 327, em Macau, (Edifício Pak Tat Sun Chuen);

-

Rua dos Pescadores, n.ºs 354 a 408 e Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, n.ºs 431 a 487, em Macau, (Edifício Industrial Nam Fung);

Avenida do General Castelo Branco, n.ºs 69 a 87, Rua da Concórdia, n.ºs 58 a 78, Rua do General Castelo Banco, n.ºs 2 e 4 e Rua do Conselheiro Borja, n.ºs 1 e 3, em Macau, (Edifício Ko Fu e Ko Fong);

- Avenida do General Castelo Branco, n.ºs 89 a 113, Rua da Concórdia, n.ºs 80 e 104 e Rua do Conselheiro Borja, n.ºs 2 e 4, em Macau, (Edifício Yuet Fat – Yuet Tak);

- Rua do Comandante João Belo, n.ºs 3 a 125, Rua do General Ivens Ferraz, n.ºs 4 a 88 e Avenida do General Castelo Branco, n.ºs 25 a 39, em Macau, (Edifício To Pou Garden);

- Rua Quatro do Bairro Iao Hon, n.ºs 67 a 81, Rua Seis do Bairro Iao Hon, n.ºs 66 a 86, Avenida da Longevidade, n.ºs 23 a 47 e Rua Dois do Bairro Iao Hon, n.ºs 24 a 48, em Macau, (Edifício Centro Comercial Wong Kam);

- Rua de Viseu, n.ºs 395 a 451, na Ilha da Taipa, (Edifício Man Fai);

- Rua de Choi Long, sem número, na Ilha da Taipa, (Edifício Regal Seaview Garden Moradia A a O);

- Estrada de Seac Pai Van, n.ºs 908 a 1008, na Ilha de Coloane, (Edifício On Son) ;

- Estrada de Hac-Sá, n.ºs 1918 a 2168 e Estrada da Barragem Ka-Hó, n.º 95, na Ilha de Coloane, (Edifício Grand Coloane Resort Macau).

2. Agradece-se aos contribuintes que, no prazo de 30 dias subsequentes à data da notificação, se dirijam à Recebedoria destes serviços, situada no rés-do-chão do Edifício “Finanças”, ao Centro de Serviços da RAEM, ou, ao Centro de Serviços da RAEM das Ilhas, para os efeitos do respectivo pagamento.

3. Na falta de pagamento da contribuição no prazo estipulado, procede-se à cobrança coerciva da dívida, de acordo com o disposto no artigo 6.º da Portaria acima mencionada.

Aos, 2 de Março de 2023.

O Director dos Serviços de Finanças, Iong Kong Leong

António Calado, antigo professor de educação física, foi um dos integrantes da expedição, assumindo ser o “pai” do raide. Andava ele fascinado pelo Paris-Dakar quando, pouco tempo depois de chegar a Macau com a família, ouviu as histórias do primeiro raide realizado entre o território e Lisboa. Aí, surgiu a ideia de fazer uma segunda aventura, mas com um percurso diferente. Um dos primeiros encon-

ÓBITO MORREU O GUITARRISTA MARK SHEEHAN

Oguitarrista Mark Sheehan, 46 anos, da banda rock irlandesa The Script morreu na sexta-feira no hospital, após breve doença, anunciou em comunicado a banda, citado pela agência noticiosa Associated Press (AP).

No comunicado, a banda refere-se a Sheehan como “marido, pai, irmão, companheiro de banda e amigo muito amado”.

O Presidente da República da Irlanda homenageou a memória de Mark Sheehan. Michael D. Higgins elogiou a “originalidade e excelência” da banda e enviou condolências à família de Sheehan.

“Através da sua música, Mark e The Script desempenharam um papel importante na continuação e promoção desta orgulhosa tradição de sucesso musical irlandês em todo o mundo”, afirmou Higgins.

Formada em Dublin em 2001 por Sheehan, o cantor Danny O’Donoghue e o baterista Glen Power, os The

Script lideraram as tabelas de venda e audição britânicas e irlandesas com seu álbum homónimo de estreia, em 2008, que inclui os sucessos “We Cry”, “Breakeven” e “The Man Who Can’t Be Moved”, que alcançou o primeiro lugar em cinco países.

O som de rock com influência pop da banda tornou-a uma das maiores bandas da Irlanda na década de 2010, refere a AP.

Os The Script tiveram seis álbuns no Top 10 no Reino Unido e um álbum entre os três primeiros nos Estados Unidos. Sheehan era casado com Rina Sheehan, com quem tinha três filhos.

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FUNDAÇÃO CASA DE MACAU

aventuras

tros entre os tripulantes da viagem aconteceu no restaurante Fernando, na praia de Hac-Sá, momento retratado na banda desenhada.

“Inicialmente queríamos ir pela Mongólia, mas não conseguimos as autorizações. Fizemos então um trajecto bem mais rico. Saímos de Macau em direcção a Pequim, descemos até Xi’an, entrámos pelo deserto do Gobi, e depois fomos até Khorgos, perto da fronteira com o Cazaquistão. Atravessámos o Mar Cáspio de ferry e desembarcámos na Arménia, que estava em estado de sítio. Fizemos a viagem toda numa noite, com controlos de estrada, depois entrámos na Geórgia, subimos o Cáucaso e chegámos a Moscovo.”

Ver a Perestroika

A equipa fica alguns dias na capital russa devido à burocracia com os vistos de dois participantes russos que integravam a comitiva, Igor Lomakin e Sergei Moizeev, ambos jornalistas da Rádio Moscovo. A participação tinha acontecido graças a um amigo em comum que trabalhava nos serviços de economia.

na obra “II Raide Macau-Lisboa:

Em Moscovo, enfrentam os tumultos políticos e sociais que então se viviam graças à Perestroika. “Apanhámos com manifestações e filas de pessoas para comprarem produtos como pão ou vodka”, recorda António Calado.

O grupo atravessou dois desertos, nomeadamente o de Gobi e o de Karakum, no Turquemenistão, mas

enfrentar temperaturas de 50 graus nem foi o mais difícil. Pelo meio houve muitas peripécias, incluindo algumas mais descontraídas, como quando a equipa foi convidada a andar de camelo no Gobi e alguns caíram na areia.

O projecto, bilingue, foi financiado pelos autores, contou com apoios da Fundação Oriente e da Associação Tentáculo, a que está ligado Filipe Lopes, que, para realizar este trabalho, se baseou nas histórias contadas por quem as viveu, bem como vídeos e fotografias. Joaquim Correia, antigo bibliotecário da Universidade de Macau, recorda uma viagem que serviu para unir povos diferentes e do lado singular desta obra. “Não há nenhuma publicação que conte uma história como esta em banda desenhada”, defendeu. A obra já se encontra à venda nas livrarias em Portugal, estando prevista uma edição em outros idiomas, nomeadamente inglês e russo, com a inclusão de fotografias e relatos diários da viagem. Andreia Sofia Silva

Oportuguês Edgar Martins foi aclamado Fotógrafo do Ano nos Prémios Mundiais de Fotografia Sony 2023 graças a uma série de retratos em homenagem ao amigo fotojornalista Anton Hammerl, morto durante a guerra civil líbia, em 2011.

Martins, vencedor na categoria Retrato, foi seleccionado por um júri entre os vencedores das 10 diferentes categorias em competição, tendo-se destacado pela série “A Nossa Guerra”, realizada após uma primeira visita à Líbia em 2019.

Frustrado com a falta de resultados na investigação à morte de Hammerl, raptado

Os retratos de uma guerra

Edgar Martins aclamado Fotógrafo do Ano nos Prémios Sony 2023

e executado por uma milícia governamental, Martins procurou conhecidos e pessoas envolvidas na guerra civil resultante da queda do regime de Mohammar Khadaffi durante a Primavera Árabe. “Apercebi-me, a partir do momento em que cheguei ao país, de que iria ser muito difícil conduzir ou criar ou desenvolver qualquer tipo de investigação coerente num sítio tão fragmentado e volátil. Decidi então produzir um projecto inspirado, não só na história dele, mas também

um projecto que tivesse em conta outras questões mais ontológicas”, disse Martins à agência Lusa.

O fotógrafo português radicado no Reino Unido falava durante a antevisão da exposição das fotografias em Londres, antes de conhecer a atribuição do galardão principal desta edição dos Prémios Sony.

Edgar Martins salientou que, para além de uma homenagem ao amigo, este projecto “fala sobre a dificuldade de documentar, a

dificuldade de testemunhar, imaginar e representar a guerra e tempos de guerra”.

“Ao recriar um pouco a viagem do Anton, o espaço que ele tomou, ao ir aos sítios que ele visitou e ao sítio onde morreu, ao encontrar-me com as pessoas com que ele se encontrou e que fotografou, e outras envolvidas no projecto, nomeadamente rebeldes, milícias, todo o tipo de combatentes, militantes, dissidentes líbios, mas também pessoas locais que

encenavam as suas próprias histórias, ao encontrar interseções relevantes entre os nossos percursos e também

percebendo as motivações por trás do dele, eu creio que fui ao reencontro dele, ainda que brevemente”, disse.

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Em 1990 um grupo de dez homens, a maioria residente em Macau, decidiu meter-se em jipes e fazer um longo percurso de Macau a Lisboa. As aventuras vividas durante 50 dias, ao longo de 22 mil quilómetros, estão agora contadas em banda desenhada
Da China a Portugal pela Rota Proibida”. A apresentação decorreu na sexta-feira na Fundação Casa de Macau
“Inicialmente queríamos ir pela Mongólia, mas não conseguimos as autorizações. Fizemos então um trajecto bem mais rico.”
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ANTÓNIO CALADO MEMBRO DA EXPEDIÇÃO

UM FILME HOJE

NOUTRO PAÍS | SANG-SOO HONG | 2012

O realizador sul-coreano fez este filme leve e descomprometido no qual a actriz francesa Isabelle Huppert é a protagonista, dando corpo a três mulheres diferentes que visitam a Coreia do Sul na qualidade de turistas. Não se tratando de um grande filme, não deixa de ser uma película que entretém o espectador sem grandes ambições e que acaba por ser divertida, ao espelhar as diferenças culturais entre ocidentais e asiáticos. Andreia Sofia Silva

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores João Luz; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; João Santos Filipe; Nunu Wu Colaboradores Anabela Canas; António Cabrita; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Duarte Drumond Braga; Gonçalo Waddington; José Simões Morais; Julie Oyang; Paulo Maia e Carmo; Rosa Coutinho Cabral; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Colunistas André Namora; David Chan; João Romão; Olavo Rasquinho; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Tânia dos Santos Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Pátio da Sé, n.º22, Edf. Tak Fok, R/C-B, Macau; Telefone 28752401 Fax 28752405; e-mail info@hojemacau.com.mo; Sítio www.hojemacau.com.mo

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GOVERNO DE POLÉMICAS

PORTUGAL TEM sido governado por uma maioria absoluta do Partido Socialista. O povo votou cheio de esperança de que muito iria mudar na estrutura do Estado. O povo pensou que essa maioria absoluta política teria entre mãos todas as formas de valorizar a credibilidade política. Uma política que deveria ser praticada por dirigentes governamentais competentes e sérios. O povo admitiu que o actual primeiro-ministro, António Costa, tinha todo o poder de modificar uma situação degradada no tecido social nacional. No entanto, temos estado perante as mais diversas polémicas derivadas de casos e “casinhos” que só têm colocado o panorama político em discussões, divergências, ilegalidades e críticas, algumas do próprio Presidente da República. A situação governamental tem sido de uma tristeza atroz e desde que a ministra da Saúde, Marta Temido, se demitiu, de madrugada, sem que ninguém tivesse sabido as verdadeiras razões da sua saída do Governo, nunca mais pararam os factos que têm levado ao descrédito do Governo. As últimas sondagens apresentam um empate técnico entre o PSD e o PS. Não foi o PSD que subiu, já que tem sido um partido com uma prática absolutamente negativa. O que tem acontecido é que o povo está a perder a confiança num Governo socialista que apenas vai deixando andar a governação ao “Deus dará”. As demissões no Governo têm-se sucedido. O caso mais vergonhoso prendeu-se com o ex-ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos e o seu secretário de Estado Hugo Mendes. Demitiram-se os dois por falta de seriedade. O ex-ministro Santos - no caso da TAP, onde a CEO francesa entrou em litígio com a administradora Alexandra Reis e que levou ao seu despedimento com uma indemnização de 500 mil euros, afirmou primeiramente que nada sabia e que tudo era tratado com a TAP pelo seu secretário de Estado. Mais tarde, veio a público confirmar que o seu secretário de Estado lhe tinha dado conhecimento do andamento litigioso na administração da TAP. No Partido Socialista nota-se que existem as mais diversas facções, o PS de António Costa, o PS de Pedro Nuno Santos, o PS de Fernando Medina, o PS de Carlos César, o PS de Francisco Assis e a divisão é de tal gravidade que na semana passada o grupo parlamentar do PS, sem conhecimento do seu secretário-geral António Costa, promoveu uma reunião secreta com a CEO da TAP a fim de preparar as perguntas e respostas que a CEO da TAP deveria pronunciar na existente Comissão Parlamentar de Inquérito ao caso TAP. Sobre este propósito, as audiências na referida Comissão de Inquérito, foram um escândalo quando os inquiridos, nomeadamente, a CEO da TAP, Alexandra Reis e o ex-presidente do Conselho de Administração da TAP, Manuel Beja, anunciaram o contrário uns dos outros e chegou-se à pouca vergonha de ficarmos a saber que o Governo interferia

Polémica atrás de polémica, veio a lume a possibilidade da dissolução da Assembleia da República, mas o Presidente Marcelo logo respondeu que isso não está no seu horizonte porque a oposição não tem condições alternativas ao novo Governo na gestão da TAP e que inclusivamente os comunicados emanados pela TAP eram redigidos pela tutela governamental. A comissão de Inquérito tem sido um “buraco” difícil de poder ser tapado porque até um dos deputados socialistas, Carlos Pereira, que mais atacava os inquiridos, acabou por se demitir da Comissão de Inquérito, por suspeição de irregularidades e fraudes financeiras. A TAP tem estado na berlinda depois de os portugueses terem injectado na empresa 3,2 mil milhões de euros. Ora, este cenário na TAP

onde têm ocorrido os mais variados casos de discussão, nomeadamente, a pretensão de adquirir uma nova frota automóvel, de despedir milhares de trabalhadores, de se ter privatizado a empresa o que veio a demonstrar ter sido um fiasco e o Governo de seguida ter nacionalizado a empresa, para agora querer novamente privatizar.

As polémicas sucedem-se. A CEO da TAP foi demitida em directo na televisão pelo novo ministro das Infraestruturas, João Galamba, o qual nunca devia ter entrado para o Governo devido à sua total incompetência política. Polémicas que chegam ao ponto de se saber que a mulher de João Galamba trabalha no Ministério das Finanças como coordenadora de um departamento e cujo contrato não foi publicado em Diário da República como a lei nacional assim o exige, mas, entretanto, possivelmente por vergonha já pediu a demissão. Algumas das polémicas têm trazido a lume trapalhadas e cambalachos que quase diariamente a imprensa dá à estampa.

Outra das grandes polémicas é a decisão sobre o novo aeroporto de Lisboa. Parece que andam a brincar aos aeroportos. Agora, já foram considerados nove locais para a construção do novo aeroporto de Lisboa, incluindo Monte Real e Santarém, que em nada se podem comparar com a estrutura já existente em Beja. O primeiro-ministro anunciou aos jornalistas que até ao fim do ano nada deve estar decidido, porque a pressa é má companheira. O que não é boa companhia é a inércia governamental que está a deixar o povo em polvorosa e a desacreditar, cada vez mais, na maioria absoluta socialista. A inflacção desceu um pouco, mas os preços dos bens essenciais continuam a subir. As famílias pobres já não aguentam

a sobrevivência triste e degradada que lhes caiu em sorte. Os portugueses desanimam constantemente, basta referir que pagam o passe para os transportes públicos e estes estão assiduamente em greve, verificando-se que milhares de trabalhadores não conseguem chegar ao local de trabalho.

Polémica atrás de polémica, veio a lume a possibilidade da dissolução da Assembleia da República, mas o Presidente Marcelo logo respondeu que isso não está no seu horizonte porque a oposição não tem condições alternativas ao novo Governo. De imediato, o líder do PSD, Luís Montenegro, veio contrariar o Presidente dizendo que o PSD está preparado para governar já hoje. Um líder social-democrata sem qualquer credibilidade e que está à frente de um partido, que além de exercer uma oposição péssima, ainda tem mais facções internas que o Partido Socialista. No meio disto tudo, as sondagens indicam que os neofascistas do Chega continuam a ter cada vez mais apoiantes. Um caso grave para a democracia que não está a ser entendido pelo Governo, quando não se preocupa em governar alterando muitas das estruturas nacionais, nomeadamente, a ferrovia e o fim das portagens nas autoestradas. As polémicas têm sido de tal gravidade que até proporcionaram ao ex-Presidente da República, Cavaco Silva, dar-se ao desplante de comentar a má prática governamental e afirmar que Portugal está a degradar-se. Neste particular, estamos perante um político que devia estar calado, à semelhança de Ramalho Eanes, com a agravante de nos lembrarmos o mal que Cavaco Silva fez aos portugueses nos mais diversos parâmetros da governação enquanto ocupou 10 anos o cargo de Chefe do Executivo. Uma coisa é certa: as polémicas não vão terminar.

vozes 15 segunda-feira 17.4.2023 www.hojemacau.com.mo
ai, portugal, portugal André Namora

“À pobreza faltam muitas coisas, à avareza falta tudo.”

Um novo grupo

Lula quer G20 político para negociar paz

OPresidente brasileiro propôs ontem uma mediação conjunta com China e Emirados Árabes Unidos (EAU) na guerra entre a Rússia e a Ucrânia, uma questão que disse ter discutido em Pequim e em Abu Dhabi.

As autoridades explicam o incremento com a “ascensão de preços dos quartos de hotéis e dos bilhetes de avião”

TURISMO PREÇOS AUMENTARAM NO PRIMEIRO TRIMESTRE

O custo do lazer

OÍndice de Preços Turísticos cresceu 18,16 por cento no primeiro trimestre deste ano em relação aos primeiros três meses de 2022, segundo dados divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). As autoridades explicam o incremento com a “ascensão de preços dos quartos de hotéis e dos bilhetes de avião”.

De entre os índices de preços das secções de bens e serviços, a secção alojamento aumentou 124,89 por cento, face ao primeiro trimestre de 2022, ou seja, o custo que os turistas tiveram de desembolsar para pagar despesas de hotelaria mais do que duplicaram no espaço de um ano.

Em relação às secções de divertimento e actividades culturais, assim como transportes e comunicações, a DSEC revela que os índices de preços

também aumentaram 15,68 por cento e 8,11 por cento, respectivamente, em termos anuais.

Pretérito perfeito

Comparando os primeiros três meses do ano ao trimestre anterior, os dados divulgados pela DSEC continuam a demonstrar uma taxa de inflacção dos preços do turismo na mesma linha da análise em termos anuais.

Assim sendo, no primeiro trimestre de 2023 o Índice de Preços Turísticos cresceu 15,87 por cento, quando comparado com o quarto trimestre de 2022.

As autoridades salientam que os índices de preços das secções alojamento, bem como divertimento e actividades culturais subiram 126,39 por cento e 16,50 por cento, respectivamente, em termos trimestrais. Mais uma vez, a DSEC aponta a subida dos preços com

o encarecimento dos “quartos de hotéis, dos fogos de artifício e dos panchões”. Porém, é indicado que o índice de preços da secção vestuário e calçado baixou 3,56 por cento, em termos trimestrais, devido aos saldos do vestuário de Inverno.

O Índice de Preços Turístico médio dos quatro trimestres terminados no trimestre de referência, em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores, aumentou 3,90 por cento.

Os índices de preços das secções divertimento e actividades culturais (+21,31 por cento) e alojamento (+14,65 por cento) tiveram os acréscimos mais acentuados. Os índices de preços das secções produtos alimentares, bebidas alcoólicas e tabaco (+4,27 por cento) e medicamentos e bens de uso pessoal (+4,10 por cento) também registaram acréscimos. João Luz

TAIWAN DESTROÇOS DE SATÉLITE CHINÊS CAEM NO MAR

Olançamento de um satélite pela China causou ontem a queda de destroços numa área marítima a norte de Taiwan que Pequim tinha fechado à navegação, anunciou o Ministério da Defesa de Taipé.

O satélite passou “ao largo da costa norte de Taiwan” e os destroços do foguetão

caíram na zona de alerta, disse a fonte citada pela agência francesa AFP.

Os destroços do foguetão não afectaram a “segurança interna do território” de Taiwan, acrescentou o ministério.

Os meios de comunicação estatais chineses confirmaram o lançamento de um “novo satélite meteoroló -

gico” a partir de um centro espacial no norte da China às 09:36 locais de ontem.

A zona de exclusão marítima, localizada a cerca de 160 quilómetros de Taipé, foi fechada à navegação entre as 09:00 e as 15:00 de ontem.

A medida foi decretada pelas autoridades marítimas de Fujian, a província chinesa

em frente a Taiwan, devido à “possível queda de destroços de foguetões”.

O satélite “fornecerá serviços de previsão meteorológica, prevenção e mitigação de catástrofes, resposta às alterações climáticas e conservação ecológica”, disse a agência oficial chinesa Xinhua.

Luiz Inacio Lula da Silva, que concluiu ontem uma visita aos EAU depois de ter estado na China, também reafirmou as acusações aos Estados Unidos da América (EUA) e à União Europeia (UE) de prolongarem a guerra.

A guerra foi provocada por “decisões tomadas por dois países”, Rússia e Ucrânia, disse Lula da Silva na conferência de imprensa em Abu Dhabi que encerrou a visita aos EAU, citado pela agência francesa AFP.

Lula da Silva disse esperar que China, EAU e outros países se juntem num “G20 político” para tentar pôr fim à guerra desencadeada pela invasão russa da Ucrânia em 24 de Fevereiro de 2022.

“O Presidente Putin não está a tomar qualquer iniciativa para parar a guerra; [o Presidente Volodymyr] Zelensky da Ucrânia não está a tomar qualquer iniciativa para parar a guerra”, disse o líder brasileiro, através de um tradutor oficial.

“A Europa e os EUA continuam a contribuir para a continuação da guerra. Portanto, têm de se sentar à volta da mesa

e dizer: ‘basta’”, afirmou. Na China, o Presidente brasileiro tinha acusado Washington de “encorajar a guerra” na Ucrânia. Lula da Silva disse ter sugerido aos presidentes dos EAU, Mohammed bin Zayed Al-Nahyane, e da China, Xi Jinping, a criação de um grupo de países que teriam a missão de mediar.

“O G20 [foi] formado para salvar a economia [mundial], que estava em crise”, disse.

“Agora, é importante criar outro tipo de G20 para pôr fim a esta guerra e estabelecer a paz. Esta é a minha intenção e penso que vamos ser bem-sucedidos”, afirmou.

Lula da Silva disse ainda que já tinha discutido a iniciativa com o Presidente dos EUA, Joe Biden, o chanceler alemão, Olaf Scholz, o Presidente francês, Emmanuel Macron, e os líderes dos países sul-americanos.

Regresso ao mundo O Presidente do Brasil chegou aos EAU no sábado, após uma visita de dois dias à China, durante a qual assinou acordos no valor de 10 mil milhões de dólares.

Lula da Silva, que voltou ao poder em Janeiro após dois mandatos entre 2003 e 2010, disse em Pequim que o Brasil estava de volta ao palco internacional e esperava mediar a guerra da Rússia contra a Ucrânia.

Ao contrário de outros países, a China e o Brasil nunca impuseram sanções financeiras à Rússia e estão ambos a tentar posicionar-se como mediadores.

Os EAU também tomaram uma posição neutra no conflito, atraindo um grande número de empresários russos que fogem do impacto das sanções ocidentais, particularmente no Dubai, um importante centro financeiro.

segunda-feira 17.4.2023
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