Trunfos da terra
Direito e língua portuguesa são algumas das singularidades de Macau que devem ser aproveitadas e potenciadas para a RAEM se afirmar no mercado da Grande Baía. A mensagem é do antigo deputado Leonel Alves, antes da partida para Pequim, onde vai participar na Conferência Consultiva Política do Povo Chinês que decorre este fim-de-semana na capital chinesa.
CONTOS DE MACAU E OUTRAS HISTÓRIAS
TAIWAN VOOS DE AVIÕES MILITARES DO EUA NO ESTREITO MOTIVAM RESPOSTA CHINESA
Provocacões sem `
AChina e os Estados
Unidos exibiram o seu poderio militar em torno de Taiwan nos últimos três dias, à medida que as tensões entre as duas potências rivais se exacerbam. O Exército de Libertação Popular (EPL) enviou 68 aviões e 10 navios de guerra para perto de Taiwan desde segunda-feira, segundo o Ministério da Defesa da ilha, enquanto os EUA confirmaram que o seu avião de reconhecimento P-8A Poseidon tinha sido destacado para voar através do Estreito de Taiwan.
As plataformas de verificação de voo online mostraram que os EUA tinham também enviado aviões de reabastecimento aéreo e bombardeiros para perto da área. Os jactos militares chineses foram destacados logo após a Marinha dos EUA ter anunciado na segunda-feira que o P-8A estava a voar através do Estreito de Taiwan.
O Ministério da Defesa de Taiwan disse ter detectado 29 aviões e quatro navios da China continental nas 24 horas que terminaram às 6 da manhã de quinta-feira. Entre eles, 17 jactos J-10 e quatro caças de ataque J-16, e foi o maior destacamento até agora esta semana, com 21 saídas a entrarem na zona de identificação de defesa aérea do sudoeste da ilha, informou o ministério.
Na terça-feira, o EPL destacou dois navios e 25 aviões, incluindo 19 J-10 jactos, enquanto na segunda -feira enviou 14 aviões e três navios para a zona. No entanto, o ministério disse que nenhum dos aviões do EPL tinha atravessado a linha mediana que serve de barreira não oficial entre a ilha e a China continental.
A notícia de que o P-8A Posei don tinha voado sobre o estreito provocou protestos por parte de Pequim. O Comando do Teatro Oriental do PLA, que supervisio na o Estreito de Taiwan, disse na segunda-feira que os EUA “tinham deliberadamente interrompido e minado a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan”.
A Sétima Frota dos EUA disse considerar o Estreito de Taiwan uma via navegável internacional, e que operações como o trânsito de segunda-feira iriam continuar. “Os Estados Unidos continuarão a voar, navegar e operar em qualquer lugar que o direito internacional permita, incluindo dentro do Estreito de Taiwan”, disse, acrescentando que o avião estava a operar no “espaço aéreo internacional”.
Na segunda-feira, um mapa de radar de voo mostrou que três aviões Stratotankers KC-135R da Força Aérea dos EUA estavam no Canal de Bashi, a sul de Taiwan. Mas o mapa de radar não tinha um carimbo da hora clara, e os
funcionários dos EUA não comentaram o destacamento de aviões de reabastecimento aéreo.
Na terça-feira, Aircraft Spots, uma conta do Twitter dedicada ao rastreio dos movimentos aéreos militares, disse que os bombardeiros B-52 dos EUA estavam a voar na região a caminho de se juntarem ao Avalon Airshow na Austrália a 4 de Março.
Zhou Chenming, um investigador do grupo de reflexão de ciência e tecnologia militar Yuan Wang sediado em Pequim, disse que era possível que os aviões chineses tivessem sido enviados para interceptar pelo menos dois bombardeiros B-52 americanos que sobrevoavam o Canal Bashi na terça-feira.
“São os bombardeiros B-52 dos militares americanos que forçam o EPL a destacar caças para os impedir de voar perto de Taiwan, como o P-8A fez na segunda-feira”, disse Zhou, acrescentando que os movimentos iriam agravar ainda mais as tensões no estreito.
Fu Qianshao, um analista de aviação militar chinês, disse que os
Os EUA fizeram esta semana aumentar drasticamente a tensão no Estreito de Taiwan, através da realização de voos militares, o que levou a uma resposta da China, que enviou para a região navios e aviões de combate
fim
“Pode-se ver que os militares dos EUA intensificaram as suas actividades. Iremos também inevitavelmente aumentar o nível de prontidão de combate, e assim que ocorrer uma abordagem ameaçadora, iremos inevitavelmente tomar medidas relevantes”.
De acordo com Fu, as actividades do EPL em torno de Taiwan faziam parte do seu plano de treino regular, mas a actividade poderá aumentar em resposta às provocações dos EUA. “As suas actividades em redor do Estreito de Taiwan são próximas da China continental, o que constitui uma ameaça para nós”, disse Fu. “Por conseguinte, aumentámos as nossas patrulhas para evitar abordagens perigosas no nosso espaço aéreo”.
“Pode-se ver que os militares dos EUA intensificaram as suas actividades. Iremos também inevitavelmente aumentar o nível de prontidão de combate, e assim que ocorrer uma abordagem ameaçadora, iremos inevitavelmente tomar medidas relevantes”
Lu Li-shih, um antigo instrutor da Academia Naval de Taiwan em Kaohsiung, disse que a resposta do EPL poderia ser vista como parte das suas contramedidas para fazer face aos voos de vigilância dos EUA ao longo da costa sudeste da China continental. “Os EUA têm tentado utilizar [estes] voos para alcançar a sua estratégia de ‘dissuasão por detecção’ nos últimos anos para dissuadir o EPL de expandir a sua influência militar na região”, disse Lu.
No entanto, os destacamentos do EPL nos últimos dias mostraram que a estratégia dos EUA tinha falhado, uma vez que Pequim já tinha apresentado contra-medidas para dissuadir os voos de reconhecimento americanos e outras provocações, disse Lu.
Manobras de Março
A Câmara de Representantes dos Estados Unidos da América parece empenhada em dificultar as relações entre as duas maiores potências mundiais
AChina criticou ontem um novo comité da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos dedicado a combater Pequim, exigindo que os seus membros “descartem o viés ideológico e a mentalidade de ‘tudo ou nada’ da Guerra Fria”.
O novo comité da Câmara dos Representantes para o Partido Comunista Chinês deve “ver a China e a relação China - EUA sob uma luz objectiva e racional”, disse a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning, em conferência de imprensa.
“Exigimos que as instituições e indivíduos relevantes dos EUA descartem o seu viés ideológico e mentalidade de ‘tudo ou nada’ da Guerra Fria”, afirmou. Eles devem “parar de enquadrar a China como uma ameaça, com base em desinformação, parar de denegrir o Partido Comunista da China e parar de tentar marcar pontos políticos, em detrimento das relações China-EUA”, acrescentou Mao.
O comité iniciou o seu trabalho na terça-feira com uma audiência em horário nobre, na qual o seu presidente pediu aos legisladores que agissem com urgência, enquadrando a competição entre os EUA e a China como “uma luta existencial sobre como será a vida no século XXI”.
As relações entre Pequim e Washington deterioraram-se, nos últimos anos, devido a uma guerra comercial e tecnológica, diferendos em questões de direitos humanos, o estatuto de Hong Kong e Taiwan ou a soberania do mar do Sul da China, tendo os EUA interferido em todos estes processos, que a China considera questões internas.
“Não tenciono vê-los no G20, embora suspeite que certamente estaremos juntos em algumas sessões”, disse Blinken, em declarações feitas na capital uzbeque, Tashkent, após um encontro com o Presidente do Uzbequistão, Shavkat Mirziyóyev, e com o seu homólogo, Bajityor Saidov.
Questionado sobre o facto de muitos dos países não alinhados ou neutros gostarem de ver negociações de paz para a Ucrânia, nomeadamente através do plano apresentado pela China, Blinken reconheceu que “existem alguns elementos positivos” nessa proposta. “Mas, se a China realmente levasse a sério o primeiro princípio que enunciou - a soberania - teria passado todo o ano passado a apoiar a restauração da plena soberania da Ucrânia”, lembrou o chefe da diplomacia norte-americana.
que está centrada na promoção de conversações para a paz.
“A comunidade internacional, incluindo o G20, precisa de desempenhar um papel construtivo na resolução da situação, reduzindo a temperatura e facilitando uma solução política para a crise”, disse Mao Ning.
Alguns peritos acreditam que a China irá introduzir a sua Iniciativa de Desenvolvimento Global, que coloca o desenvolvimento em primeiro lugar e a população no centro e procura acelerar a implementação da Agenda 2030, no encontro, e fornece soluções para enfrentar a crise alimentar e energética, bem como as alterações climáticas.
EUA tinham intensificado as provocações enviando aviões de guerra em torno de Taiwan, representando uma ameaça para o espaço aéreo da China continental. “Os EUA enviaram aviões anti-submarinos, aviões de reconhecimento e bombardeiros, pelo que devemos estar sempre vigilantes para monitorizar as suas actividades”, disse Fu.
Song Zhongping, um antigo instrutor do EPL, disse que o EPL iria reforçar as suas contramedidas contra as acções intensificadas dos EUA. “Os EUA querem sempre alterar o status quo no Estreito de Taiwan”, disse Song. “Irá inevitavelmente conduzir a uma intensificação dos confrontos entre a China e os EUA”.
A recente passagem de um alegado balão de espionagem chinês no espaço aéreo dos EUA alimentou o desejo dos legisladores de fazer mais para combater Pequim. Testemunhando a força dessas preocupações, a votação de 365 contra 65 para criar o comité foi bipartidária, uma raridade num Congresso profundamente dividido.
G20 | EUA recusam reunir com China e Rússia Entretanto, seguindo a atitude de confronto, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, não tenciona reunir com seus homólogos russos, Serguei Lavrov, e chinês, Qin Gang, na reunião ministerial do G20, que começa hoje em Nova Deli.
Blinken insistiu que “a China não pode ter as duas coisas: não pode apresentar-se publicamente como uma força de paz enquanto, de uma forma ou de outra, continua a alimentar as chamas deste incêndio iniciado pelo (Presidente russo) Vladimir Putin.
Esforços chineses
Em resposta a um relatório Bloomberg que diz que a Índia está “a tentar convencer Moscovo e Pequim a alinharem com um consenso sobre a guerra da Rússia na Ucrânia”, semelhante ao alcançado pelos líderes do G20 em 2022, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês disse que a posição da China sobre a questão da Ucrânia é clara e consistente e está totalmente delineada na recentemente divulgada “Posição da China sobre a Resolução Política da Crise da Ucrânia”,
“Se o G20 for fragmentado e se tornar num instrumento de luta geopolítica, também afectará a globalização. Os países em desenvolvimento precisam de estar muito mais unidos, por exemplo, para reforçar a cooperação dentro do mecanismo BRICS para compensar o impacto negativo da pressão geopolítica”, disse Wang Yiwei, director do Instituto de Assuntos Internacionais da Universidade de Renmin da China.
Embora alguns meios de comunicação social norte-americanos tenham tomado o aviso de Blinken a Pequim sobre a crise da Ucrânia como o último sinal de deterioração das relações EUA-China, alguns especialistas acreditam que haverá um certo nível de interacção entre funcionários chineses e norte-americanos no evento. “Os EUA irão certamente aproveitar todas as oportunidades para pressionar não só a Rússia mas também a China, por exemplo, inventando histórias de que a China está a fornecer armas letais à Rússia, para caluniar a China e conter estrategicamente o país”, disse Wang.
CCPPC LEONEL ALVES DEFENDE APOSTA NO DIREITO E LÍNGUA PORTUGUESA
As vantagens locais
Leonel Alves, membro da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, diz que Macau deve apostar em duas áreas que lhe são características para vingar na Grande Baía, nomeadamente o Direito de matriz portuguesa e a língua de Camões. Empregadas domésticas e impostos serão outros temas abordados nas duas sessões
ADVOGADO e ex-deputado, Leonel Alves mantém a actividade política como membro de Macau na Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), cuja sessão anual decorre entre hoje e amanhã, bem como a da Assembleia Popular Nacional (APN).
Em declarações à TDM Rádio Macau, Leonel Alves disse, antes de partir para Pequim, que Macau deve apostar nas áreas do Direito local e língua portuguesa para participar activamente na Grande Baía e cooperar com as nove cidades que fazem parte deste projecto político.
“Macau faz parte da Grande Baía e tem o seu papel próprio e insubstituível, quer pela sua história, quer pelas suas características e quer pelas suas próprias potencialidades. Uma delas
é, sem dúvida, o Direito, que é diferente do resto. Outra característica fundamental é a língua portuguesa, que pode ser mais difundida na Grande Baía”, defendeu.
Leonel Alves disse mesmo, “pela sua experiência
pessoal”, que já contactou “várias entidades, inclusivamente universitárias” onde foi discutida a importância do “aprofundamento do conhecimento da cultura dos países lusófonos para o desenvolvimento económico
da Grande Baía”. Apostar nestas áreas pode levar, assim, a um “incremento qualitativo muito importante do papel de Macau como plataforma, para um maior intercâmbio entre os talentos da Grande Baía e de Macau”.
Macau, território de pequena dimensão, o que acarreta dificuldades de expansão de negócios e que sofre com falta de mão-de-obra, pode beneficiar com a Grande Baía e com a cooperação nestas áreas, adiantou Leonel Alves.
“Isso pode ser muito benéfico pois Macau é uma cidade pequena, os números são sempre muito limitados, a Grande Baía é a grande projecção da China para as próximas décadas e as necessidades que temos, os profissionais que trabalham na Grande Baía creio que muitos deles têm interesse em desenvolver as suas actividades em Macau. Macau está a atravessar este momento histórico e tem de aproveitar este corredor de conhecimentos e de pessoas que têm interesses mútuos”, rematou.
Empregadas na Zona
Leonel Alves confirmou ainda à TDM Rádio Macau que vai subscrever um projecto, em co-autoria com os restantes membros de Macau à CCPPC, destinado a promover uma maior cooperação ao nível dos recursos humanos entre o território e as cidades da Grande Baía. Uma das propostas apresentadas pelos delegados de Macau é a facilitação das condições burocráticas para que empregadas domésticas estrangeiras possam trabalhar na Zona de Cooperação Aprofundada. “É preciso regular as condições em que
as trabalhadoras domésticas podem trabalhar na Zona de Cooperação”, disse Ho Ion Sang, um dos membros de Macau à CCPPC, à TDM Rádio Macau. Além disso, o deputado indirecto diz que “há muitos residentes com vontade de viver em Hengqin, mas desejam serviços médicos de maior qualidade na Zona de Cooperação”, pelo que “é necessário optimizar os serviços médicos nos dois lados”.
“Macau faz parte da Grande Baía e tem o seu papel próprio e insubstituível, quer pela sua história, quer pelas suas próprias potencialidades. Uma delas é o Direito, que é diferente do resto. Outra característica fundamental é a língua portuguesa.”
Por sua vez, Frederico Ma, outro membro da CCPPC, disse que vai fazer uma proposta para uma maior articulação dos sistemas tributários entre Macau, o Interior da China e a Zona de Cooperação. Andreia Sofia Silva
VISITA JOHN LEE ELOGIA INFRA-ESTRUTURAS MICE LUSOFONIA MEMBRO DA CCPPC PEDE BOLSAS
hoje “mais infra-estruturas
MICE e locais para espectáculos, o que personifica o compromisso de Macau em desenvolver os elementos não jogo” na indústria dos casinos. Além disso, a existência de infra-estruturas
MICE de alta qualidade vai “promover melhores condições para a cooperação com cidades vizinhas como Hong Kong”, acrescenta o mesmo comunicado.
Adelegação de Hong
Kong que passou ontem por Macau, chefiada pelo Chefe do Executivo da região vizinha, John Lee, deixou elogios às infra-estruturas da área de convenções e exposições. Segundo uma nota oficial, foi referido que Macau tem
O Chefe do Executivo da antiga colónia britânica, lembrou ainda que deve ser aproveitada a ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau para reforçar a actividade logística entre as duas regiões. John Lee falou também da construção de habitações públicas na zona A dos novos
aterros e manifestou a vontade de saber mais sobre as políticas locais de habitação. Ho Iat Seng terá feito um balanço das medidas que têm sido implementadas nesta área, bem como ao nível da renovação urbana.
O Chefe do Executivo da RAEM referiu também a estratégia “1+4” para a diversificação da economia local, esperando que Hong Kong possa ser parte activa no desenvolvimento de indústrias emergentes, como é o caso da saúde, convenções e exposições, alta tecnologia e sector financeiro. O progresso registado na Zona de Cooperação Aprofundada entre Macau e Hengqin foi ainda discutido neste encontro.
UM representante de Macau disse que vai defender na Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC) a criação de uma bolsa de valores na RAEM para atrair empresas dos países de língua portuguesa. Ao jornal Ou Mun Iat Pou, Un Kin Kuan garantiu que vai fazer a proposta durante a reunião da CCPPC que arranca amanhã.
O também empresário defendeu que empresas dos mercados lusófonos poderiam ter interesse em listar-se numa nova bolsa de valores de Macau.
Un Kin Kuan disse que a criação de uma bolsa de
valores no território, denominada na moeda chinesa, poderia promover a internacionalização do renminbi.
A sessão anual da CCPPC decorre em paralelo com a Assembleia Popular Nacional (APN), a principal legislatura do país, que serve tradicionalmente para apresentar grandes iniciativas.
Em Novembro, o parlamento de Macau aprovou uma revisão do sistema financeiro do território para “impulsionar o sector, nomeadamente a emissão de obrigações e títulos”, disse na altura o presidente da Autoridade Monetária de Macau, Benjamin Chan Sau San.
O Governo tem assumido a vontade de avançar com uma bolsa de valores, em sintonia com o papel que o território tem assumido enquanto plataforma de serviços para a cooperação comercial entre a China e os países de língua portuguesa, assim como para a prestação de serviços financeiros entre Pequim e o bloco lusófono. Em Outubro de 2019, o Banco da China em Macau realizou emissões de obrigações ‘verdes’ – para financiar projectos amigos do ambiente – no valor de 7 mil milhões de yuan (954 milhões de euros) em três moedas (dólar, euro e renminbis) “que incluíram clientes lusófonos”.
PLANO DIRECTOR ZONA ESTE, PORTO EXTERIOR E ZONA NORTE SÃO PRIORITÁRIAS
LAI Weng Leong, director da Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana (DSCC) disse, em resposta a uma interpelação escrita da deputada Ella Lei, que a prioridade na área do urbanismo, quanto ao desenvolvimento dos planos de pormenor, passa pela Zona Este, Porto Exterior e Zona Norte, tendo já sido iniciada a sua elaboração. Quanto às restantes zonas do território definidas no Plano Director “o Governo irá, com a maior brevidade possível, iniciar os trabalhos de elaboração dos planos de pormenor”. A DSSC pretende “aperfeiçoar a distribuição do espaço em geral, optimizar as instalações colectivas e aumentar a área dos espaços verdes e de lazer, a fim de criar um ambiente comunitário com boas condições de habitabilidade”.
Quanto à melhoria das infra-estruturas urbanísticas no Porto Interior, incluindo ao nível das inundações que ocorrem com frequência, o Governo diz que “é uma meta de longo prazo” que depende de “uma ponderação geral de factores relacionados com o trânsito, prevenção de desastres, protecção ambiental e espaços públicos, entre outros”.
Ella Lei colocou ainda questões sobre o desenvolvimento da zona da Praia do Manduco, mas estes planos “devem ser estudados e implementados tendo em conta a elaboração dos planos de pormenor e pareceres dos serviços competentes e diversos sectores da sociedade”, apontou a DSCC.
Sobre a higienização urbana entre o Porto Interior e a Praia do Manduco, Lai Weng Leong adiantou que o Instituto para os Assuntos Municipais já instalou 14 novos contentores de compressão do lixo, prometendo melhorar gradualmente, com a empresa concessionária, a gestão dos resíduos na zona.
DOCUMENTOS SERVIÇOS CONSULARES AUMENTAM RESPOSTA
Medidas da época
A medida visa responder ao “súbito e forte aumento de procura” do serviço de renovação de documentos, gerado pelo levantamento das restrições de viagem impostas pela política de zero-casos de covid-19
PARA fazer face ao aumento da procura dos serviços de renovação de documentos de identificação e viagem, o Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong anunciou ter aumentado a capacidade de resposta em 25 por cento. A revelação foi feita através de uma publicação nas redes sociais.
“Após o período da pandemia e o levantamento das restrições locais, o Consulado-Geral de Portugal em Macau
e Hong-Kong teve um súbito e forte aumento de procura a que procuramos atender na medida das nossas capacidades e dos recursos disponíveis”, foi admitido. “A partir de hoje [ontem], dia 2 de Março, a capacidade de atendimento de utentes interessados em renovar o cartão do cidadão e/ou o passaporte foi reforçada em 25 por cento, pelo que esperamos encurtar os prazos de atendimento”, foi acrescentado.
Desde o início do ano que Macau levantou várias
CPSP Detidos travestis filipinos junto ao Grand Lisboa
Agentes do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) detiveram três travestis filipinos que tentavam atrair pessoas na rua, junto ao Grand Lisboa e Hotel Lisboa. Segundo um comunicado do CPSP, publicado na rede social Facebook, os agentes suspeitam da prática de prostituição da parte dos homens que têm entre
30 e 40 anos de idade. Estes confessaram que abordavam peões na rua oferecendo serviços de massagens para ganharem dinheiro. Os agentes encaminharam os três homens para o departamento de controlo fronteiriço da CPSP, uma vez que os seus actos não correspondem a actividades de turistas.
restrições de viagem relacionadas com a política de zero casos de covid-19, o que tem motivado uma grande procura por viagens.
Como a maior parte dos países exigem para emitir vistos para turistas passaportes com uma validade de pelo menos seis meses, várias pessoas tentam agora renovar os documentos para poderem voltar a viajar.
Reposta às críticas
O anúncio do Consulado-Geral de Portugal em
Macau e Hong Kong foi feito depois de inúmeras críticas ao serviço, que se devem não só à lentidão na resposta aos serviços de marcação online, mas também porque é praticamente impossível para os portugueses entrarem no espaço, sem marcação prévia. À porta do consulado, qualquer pessoa que deseje entrar, é questionada sobre se tem marcação.
Sobre a possibilidade de serem contratadas mais pessoas para o consulado, foi explicado que “a
contratação de pessoal na Administração Pública obedece a regras legais e prazos incontornáveis”.
Por outro lado, foi defendido o sistema em vigor, em que é pedido às pessoas para fazerem marcações online. “A marcação de atendimento (através de um dos endereços de correio eletrónico constantes desta página) é indispensável, sendo também recomendado solicitar quaisquer esclarecimentos por essa via que nos permite responder a um maior número de pedidos e com mais precisão do que o atendimento telefónico”, foi defendido.
Ainda assim, foi garantido que os “casos inequivocamente urgentes (e apenas estes, de modo a salvaguardar o princípio do atendimento por ordem da admissão dos pedidos) serão tratados em tempo útil e devem ser solicitados, com fundamento do pedido de tratamento de urgência”.
João Santos FilipeTemplos Pedidos mais fornos ecológicos nos locais de culto
O deputado Leong Hong Sai considera que o território deve adoptar mais fornos ecológicos nos lugares de culto, em vez dos fornos tradicionais instalados cemitérios e funerárias. A posição foi tomada numa interpelação em que o legislador ligado aos Moradores questiona o Governo sobre o número de formos ecológicos actualmente em
funcionamento na RAEM e a proporção face aos modelos tradicionais. Leong Hong Sai recordou que em 2019 o Templo de Kun Iam Tong começou a utilizar fornos ecológicos, de forma a que o culto seja menos prejudicial para o ambiente e para reduzir o impacto nas comunidades. Contudo, Leong quer que o exemplo seja seguido por
outros espaços de culto e pergunta se o Governo tem planos para subsidiar a troca dos fornos. O deputado apontou ainda que o Conselho de Produtividade de Hong Kong fez um estudo sobre como reduzir a emissão de substâncias poluentes na queima de papéis votivos, que recomendou que seja tida como referência.
MELCO ANO DE 2022 COM PREJUÍZO DE 7,5 MIL MILHÕES DE PATACAS
Melhores dias virão
Num dos anos mais difíceis para a economia local, devido à política de zero casos de covid-19, a Melco Resorts and Entertainment apresentou perdas significativas. Contudo, Lawrence Ho está confiante no futuro
Aconcessionária Melco Resorts and Entertainment Ltd anunciou ontem um prejuízo de cerca de 7,5 mil milhões de patacas (930,5 milhões de dólares americanos) durante 2022, mais 14,6 por cento do que no ano anterior.
Num comunicado enviado à bolsa de valores Nasdaq, em Nova Iorque, nos EUA, a Melco revelou que perdeu 1,7 mil milhões de patacas no último trimestre do ano passado.
O prejuízo foi 3,3 por cento maior do que o registado no trimestre anterior e representa um agravamento de 57,5 por cento em comparação com o mesmo período de 2021 (1,3 mil milhões de patacas).
As receitas também caíram significativamente no último trimestre de 2022, com a Melco a registar 2,7 mil milhões de patacas, menos 30 por cento do que no mesmo período de 2021. No comunicado, o presidente da empresa, Lawrence Ho Yau-lung, sublinhou que os resultados “continuaram a ser afectados pelas restrições fronteiriças impostas em toda a China continental e em Macau”.
No último trimestre, Macau recebeu quase 900 mil visitantes, menos 50,8 por cento em relação ao mesmo período de 2021, também devido à vaga de casos de covid-19 que atingia a China continental, de onde chega a esmagadora maioria dos visitantes.
Desde o início da pandemia, as operadoras têm acumulado prejuízos sem precedentes em Macau, que seguiu até meados de Dezembro a política chinesa de ‘zero covid’, com a imposição de quarentenas, confinamentos e testagem massiva.
Investimento de 10 mil milhões
Ainda assim, a Melco prevê gastar cerca de 10 mil mi-
EPM LISBOA RESPONSABILISADA POR ATRASO NA AMPLIAÇÃO
OMinistério da Educação de Portugal será um dos grandes responsáveis pelo atraso das obras de expansão da Escola Portuguesa de Macau (EPM). A notícia foi avançada ontem pela TDM Rádio Macau, que acrescenta que a EPM não tem condições para abrir mais três turmas, vendo-se obrigada a recusar novas matrículas. A TDM Rádio Macau baseia-se em fontes próximas do processo para noticiar que há vários anos que o Ministério não dá uma resposta sobre as obras o que estará a “provocar mal-estar em Macau”.
A EPM conta actualmente com 705 alunos e pretendia abrir, em Setembro, mais três turmas, cada uma delas com cerca de 60 a 70 alunos. Uma fonte disse mesmo que o Ministério “não tem respondido aos pedidos enviados de Macau”, sendo que Lisboa tem de garantir apoio financeiro para as obras. Outra fonte disse ainda: “Os Serviços de Educação e o Chefe do Executivo têm manifestado sempre apoio ao eventual desenvolvimento da Escola Portuguesa, mas sem o sim de Lisboa não se pode avançar. As autoridades locais não percebem tanta indefinição e quando perguntam já não sabemos
o que dizer”. De frisar que a EPM conta com o Ministério da Educação como sócio maioritário de um projecto educativo que tem recebido apoio da Fundação Macau desde a saída da Fundação Oriente, bem como financiamento regular da parte da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude. “Macau não vai pagar tudo e Lisboa tem de assumir o que lhe compete”, referiu ainda outra fonte ouvida pela TDM Rádio Macau. Outra questão relacionada com a EPM, que permanece sem avanços, é a duração dos mandatos do Conselho de Administração da Fundação Escola Portuguesa e do Conselho de Curadores. Os membros têm visto os seus mandatos serem renovados automaticamente, mas há muito que não há rostos novos ou mudanças de fundo nestas duas estruturas. Na última reunião, online, Roberto Carneiro, presidente do conselho de administração da Fundação da EPM, não compareceu.
Óbito Nanette Ho morreu segunda-feira
lhões de patacas no segmento além-casino numa década, incluindo no “único parque aquático em Macau com instalações interiores abertas durante todo o ano”.
MAIS STUDIO CITY EM JUNHO
Até ao final de Junho, a Melco vai abrir ao público a segunda fase do casino Studio City. A revelação foi feita por Lawrence Ho, nas declarações que acompanharam o anúncio dos resultados do ano passado. A abertura não vai ser total, mas inclui uma das torres que serve de hotel, assim como um parque aquático interior. Sobre este parque, Lawrence Ho prometeu “o maior do género” em toda a Ásia.
A aposta em elementos não jogo foi uma das exigências das autoridades de Macau para a renovação por 10 anos das licenças das seis concessionárias a operar no território, que entraram em vigor em 1 de Janeiro.
Lawrence Ho, filho do falecido magnata do jogo Stanley Ho, disse sentir-se “encorajado pelo aumento dos visitantes” após o fim da política de “covid zero”, algo que reforça a “crença no regresso da procura não satisfeita”.
A cidade registou em Janeiro mais de um milhão de visitantes, numa subida de 101,3 por cento em termos anuais, e a taxa de ocupação hoteleira foi
Lawrence Ho disse sentir-se
pelo aumento dos visitantes” após o fim da política de “covid zero”
de 71,2 por cento, o valor mais elevado desde o início da pandemia.
Nos primeiros dois meses de 2022, as receitas do jogo em Macau atingiram 21,9 mil milhões de patacas, mais 55,3 por cento do que em igual período de 2021, e o melhor arranque dos últimos três anos.
Nanette Ho, irmã de Stanley Ho e accionista da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau, morreu na segunda-feira aos 106 anos, por volta das 17h30. A notícia foi avançada ontem através de um obituário publicado no
Jornal Ou Mun. Além de vários cargos assumidos por Nanette, o obituário destaca ainda que foi uma mulher com uma grande paixão pelo “trabalho, educação e o bem-estar social”. O funeral está agendado para sábado.
DST Esperados 50 mil visitantes diários
A directora dos Serviços de Turismo (DST), Maria Helena de Senna Fernandes, fez uma revisão do número médio diário de visitantes de 40 mil para 50 mil. Segundo o jornal Ou Mun, a revisão da previsão foi explicada com uma
nova tendência que está a ser verificada a nível dos turistas. Ao contrário do habitual, depois do Ano Novo Lunar não houve uma redução do número de visitantes, que se manteve alto e que justifica o optimismo. Além disso, existe a esperança de que, com os novos contactos com o turismo de Taiwan e a retoma dos voos internacionais ao longo deste mês, o número de visitantes se mantenha alto.
Maria Helena de Senna Fernandes afirmou também que a DST está a ponderar convidar agências de viagens de Singapura, Malásia e Tailândia a visitarem Macau.
“encorajado
MÁSCARA NÃO UTILIZAÇÃO ACONSELHADA NAS ESCOLAS
Achefe da Divisão de Ensino Primário e de Ensino Infantil da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude, Choi Man Chi, considera que a não utilização de máscaras nas escolas beneficia a aprendizagem e
a comunicação. A posição foi tomada em declarações ao jornal Ou Mun, depois de na quarta-feira terem começado as entrevistas de admissão para as instituições de ensino infantil.
A utilização de máscara fica, nesta altura, ao critério
Apandemia e as medidas de controlo levaram a um aumento do vício do jogo online entre os estudantes universitários de Macau. A conclusão faz parte do estudo A Prevalência e os Factores de Risco ligados aos Vício do Jogo Online durante a Pandemia da Covid-19 entre os Estudantes Universitários de Macau, publicado a 27 de Fevereiro na revista científica SAGE Open Nursing.
O trabalho elaborado pelas académicas Wang Yan, Karry Liu e Bernice Lam Nogueira teve por base 229 questionários válidos a alunos do ensino superior local, recolhidos entre Dezembro de 2021 e Março de 2022, que abordaram os hábitos de jogo online e os sentimentos associados ao este tipo de actividade.
Segundo as conclusões, “a prevalência do vício do jogo online era de 7,4 por cento entre os estudantes universitários, um valor superior ao registado antes do início da pandemia”. “Apesar da prevalência entre os estudantes universitários em Macau não ser a mais elevada a nível mundial, nota-se um aumento significativo desde o início da pandemia”, é acrescentado.
Como forma de comparação, é indicado que no Interior a prevalência era de 10,1 por cento e que em Itália chegava a valores de 14,9 por cento.
Em relação ao aumento da prevalência do vício do jogo online, os autores explicam as alterações com o stress relacionado com a pandemia.
“O stress social causado pela pandemia é uma das causas que podem explicar o aumento da prevalência do vício do jogo”, é apontado. “Ao jogarem jogos online as pessoas a sentiram-se menos sozinhas porque estavam entretidas e ligadas aos amigos, apesar de estarem confinadas casa”, foi justificado.
Alunos mais afectados
As autoras recordam também que “durante o pior período da pande-
dos pais. Mas, também a vice-directora da Escola da Associação Geral das Mulheres e a Escola Choi Nong Chi Tai, Loi I Leng, defendeu a não utilização de máscara. Na perspectiva da escola, e ao fim de três anos, a não utilização de máscara
é encarada como “benéfica” para a aprendizagem, porque permite uma maior interacção entre alunos e professores.
Loi argumentou igualmente que sem máscara os professores podem corrigir mais facilmente a pronúncia
dos alunos, porque podem ver a forma como pronunciam as palavras. Sobre o processo de admissão do ensino infantil, que vai
PANDEMIA VÍCIO DE JOGO ONLINE AUMENTOU ENTRE JOVENS
Sem alternativas
num ambiente em que até os exames foram realizados online, levaram a um aumento do vício do jogo. Os estudantes do sexo masculino são os mais afectados
decorrer no próximo mês, Choi Man Chi indicou que pela primeira vez houve “apenas” 5.200 inscrições, o que representa uma diminuição face aos últimos anos. Esta diminuição foi justificada com a redução da natalidade.
Penhores Detido por entregar relógios falsos
Um residente de Hong Kong foi detido por burlar duas casas de penhores ao entregar relógios falsos, cujos originais estariam avaliados em 110 mil dólares de Hong Kong. De acordo com o canal chinês da Rádio Macau, o suspeito de 42 anos foi denunciado na quarta-feira quando uma das vítimas, proprietário de uma loja no NAPE, descobriu que dois relógios que lhe tinham sido entregues pelo suspeito eram falsos. Como consequência, a vítima perdeu 50 mil dólares de Hong Kong. Quando deteve o suspeito, no Terminal Marítimo de Passageiros da Taipa, a PJ ficou ainda a saber que o alegado criminoso tinha utilizado outros dois relógios falsos, desta feita imitação de dois produtos avaliados em 60 mil dólares de Hong Kong, noutra casa de penhores. A PJ continuar a investigar o caso para perceber se houve mais casas de penhores burladas e a origem das falsificações.
DSAL Abertas mais de 1400 vagas de emprego
mia”, as aulas presenciais estiveram suspensas, tendo sido trocadas pelo ensino à distância. “Os alunos universitários assistiram às aulas, debates e até fizeram os exames através de equipamentos com ligação à internet”, é recordado.
Mais de metade dos inquiridos, mesmo os que não mostram padrões de estarem viciados em jogos electrónicos, admitiram que esta foi uma forma de “escapar ou aliviar estados depressivos”.
Quando analisado o extracto da população universitária mais afectado pelo vício do jogo, a
investigação conclui que se trata de jovens do sexo masculino, com uma percentagem de 12 por cento entre a população mascu -
lina. O vício é menos presente entre o sexo feminino, não indo além dos 4,8 por cento, quando consideradas todas as estudantes avaliadas.
Com os dados obtidos, as autoras recomendam assim que “os educadores universitários” devem seguir de perto a população jovem masculina, com um hábito de jogo de mais de 10 anos, para se inteirarem de casos de vício. Além disso, devem ensinar os jovens a autodisciplinar-se quanto às horas que passam a jogar. João Santos Filipe
Arranca hoje mais uma campanha “Vagas de emprego local” levada a cabo pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) e que dura até dia 26 deste mês. São disponibilizadas um total de 1434 vagas de emprego para residentes nas áreas do atendimento ao público, serviços logísticos de hotéis, estabelecimentos de restauração e empresas que operam na área do lazer. Podem assim ser ocupadas vagas para as categorias de gerentes na área da restauração, cozinheiro, empregado de bar, limpeza, arrumação de quartos ou segurança, entre outras. Os residentes interessados podem candidatar-se online no portal da DSAL disponibilizado para o efeito. As sessões de entrevista decorrem dia 13 no Galaxy, dia 18 na Melco, 21 na Wynn, 22 na Sociedade de Jogos de Macau, dia 29 no MGM e 31 de Março na Sands China.
O confinamento e a impossibilidade de socializar com os colegas,
As autoras recomendam “os educadores universitários” a seguir de perto a população jovem masculina para se inteirarem de casos de vício
Chá de nuvens
Carlos Morais JoséNota sobre a Montanha da Vila de Pedra
PARTINDO DE SICHUAN, o caminho vai direto ao norte. Ao descer do porto da montanha, o caminho se bifurca; para oeste, não se encontra nada de interessante; e para o norte, logo se vira para o leste. A quatro léguas de distância, o caminho se vê interrompido por um rio. A beirada do rio tem rochas cujos tetos se assemelham a vigas e colunas. Ao
lado, há uma espécie de muralha e algo parecido com uma porta. Dentro, reina a escuridão. Se alguém lançar um grito, ouvirá apenas o burburinho da água, como em uma caverna; o eco ressoa algum tempo e depois cessa. Dando uma volta, se pode chegar ao alto; dali se descobre uma vista muito ampla. Sem que haja
I
Subi os dez mil degraus para beber um chá de nuvens com Han Shan, Li Bai e Mi Fu, mas no cimo da montanha somente o riso das nascentes me acolhia. Ainda assim, fiz arder o carvão e aqueci a água num bule de nevoeiro. Era tarde quando o vento separou as brumas e rios de nuvens tombaram avermelhados dos setenta e dois picos, verdadeiros mestres de horizontes e visões. Foi em vão que ascendi e em vão me procurei em Huangshan: nada havia para encontrar. No vazio que transporto, remoinhavam ainda fantasmas e vozes incrédulas. Cansado, adormeci ou assim sonhei ter acontecido. No dia seguinte, pela friagem da aurora, de novo aqueci a água e as nuvens vieram dóceis ao meu bule. Bebi o chá e quando terminei as montanhas haviam partido. Ao meu lado, jazia um livro sem palavras. O vazio não estava em mim mas no mundo. Estar só era um inútil exercício.
II
Não aguentava, no entanto, a presença de ninguém. Pesava-me a gente, os desejos alheados, a conversa. Era por dez mil almas habitado. De que me serviriam os outros? De novo, me lancei ao caminho, seguindo as nuvens. Precisava de reencontrar Huangshan, de repetir os degraus e, como Sísifo, sempre recomeçar. Creio ter chegado ao anoitecer, pois entre as árvores os cães latiam e os símios erguiam aos céus os seus lamentos. De tão espar-
gida, a névoa perdera a densidade e houvera luz e talvez eu pudesse olhar Huangshan e nela encontrar os mestres ausentes. Mas também a lua se esquecera de comparecer e eu sentia ainda medo de cego subir tantos degraus. No sopé da montanha, montei a minha tenda e no vinho ascendi a nuvens saturadas de imprecações. Ainda assim, funâmbulo no diâmetro das espirais, julguei encontrar algum sossego.
III
Nunca mais as nuvens se dignaram a repousar no meu bule, nem o riso das nascentes me alegrou os dias. Falava agora com o vento e o trovão. Em vertigens de relâmpagos, por instantes, cuidava vislumbrar Huangshan e tanto me bastava. Latia com os cães e uivava com os macacos, ignorando o bule e o sino. Por dez mil dias o fiz, por dez mil vezes olhei o céu sem nuvens. Não sei se conseguirei voltar à cidade de meus pais; se a estrada conduz ao lago ou ao palácio. Bebi em todas as tabernas, dormi com todas as mulheres aquiescentes. Pegadas na bruma, não as segui. De nada me valeu procurar Huangshan, de nada me serviu beber o chá de nuvens: sob o céu, tudo era, doravante, um labirinto e eu, minotauro coxo e cego, tacteava impudente, sem guia e sem destino, orando baixo aos deuses surdos para que nunca me deixassem encontrar uma saída.
In O Comedor de Nuvens
O insecto chamado
O FUBAN é um pequeno insecto capaz de levar cargas sobre o lombo. Quando encontra algo em seu caminho, colhe imediatamente e, levantando a cabeça, deposita em seu lombo e leva. Deste modo, o peso que transporta é cada vez maior; no entanto, quando está cansado a ponto de sucumbir, segue fazendo o mesmo até não poder mais. Como seu lombo é rugoso, as coisas se acumulam ali sem cair nem se perder. No final, o insectotropeça e cai no chão, e com tanto peso, não consegue mais levantar-se. Às vezes as pessoas tem piedade dele e tiram a carga de suas costas.
Mesmo assim, quando se vê livre, levanta e começa a fazer as mesmas coisas de antes. Como também gosta de trepar cada vez mais alto, com a carga nas costas, chega um momento em que ele se esgota, cai no solo e morre.
Hoje os homens anseiam por acumular bens; apenas o encontram e, no lugar de evitá-los, tomam-no e começam a aumentar seu patrimônio, sem perceber as consequências disso. Seu único temor é não acumular bastante. Acabam exaustos e tropeçam, vendo-se então obrigados a abandonar tudo, pondo-se em marcha e se instalando em outro lugar.
Montanha Pedra
terra fértil, crescem lindas arvores e magníficos bambus profundamente enraizados. As plantas, ora ralas, ora frondosas, ora inclinadas, ora retas, parecem haver sido dispostas por algum ser consciente. Há muito tempo venho me perguntando se há um criador de todas as coisas; aqui me inclino a pensar que sim.
Segunda jornada à Falésia Vermelha
NO MESMO ano, na lua cheia do décimo mês, na companhia de dois amigos, parti de minha casa, a pé, em direcção ao pavilhão de Lingao. O orvalho já se havia transformado em geada gelada, as árvores tinham perdido todas as folhas. Na terra, distinguiam-se as sombras dos homens e, levantando-se a cabeça, aparecia uma lua brilhante. Olhávamos à nossa volta e contemplávamos a paisagem, caminhávamos cantando, ou íamos conversando uns com os outros. Por fim, eu disse, suspirando: “Tenho amigos comigo, mas não temos vinho. Mesmo se tivéssemos vinho não haveria iguarias para acompanhar. O prateado da lua, a doçura da brisa, que fazer numa noite tão bonita?”
chamado
Fuban
Tanto o fazem que, não raro, terminam doentes. mas quando conseguem se levantar, começam a fazer tudo igual, de novo.
Cada dia que passa, estes homens pensam em subir de posição, em aumentar sua fortuna; sua conduta e sua avidez crescem sem cessar e acabam levando-os ao perigo e a queda final. Mesmo vendo que muitos antes deles perderam tudo e morreram, não sabem aprender com o exemplo.
Por mais imponente que seja o seu aspecto, e quão eminente seja sua posição, estes levam o nome de “homens”, mas abrigam a mente de um inseto. Isso não é realmente triste?
Um dos meus amigos respondeu: “Hoje, ao cair da noite recolhi a minha rede e a pesca foram uns tantos
peixes de bocas grandes e escamas finas, uma espécie de percas. Mas onde encontrar vinho?”
Regressámos a minha casa e falei com a minha esposa. Ela disse: “Tenho uns potes de vinho que ficaram guardados já há algum tempo, esperando que um dia te recordasses deles.” Partimos de novo com o vinho rumo à Falésia Vermelha. Impetuosa a corrente do rio, as escarpas subiam a mil pés de altura. Enormes as montanhas, pequena a lua, baixo o caudal e as ondas, as pedras no leito rompiam as águas. Habitamos estes lugares há já tantos anos e ainda não conhecemos o rio e as montanhas.
Saímos da barca, levantei a cabaia comprida, trepei pela margem rochosa, caminhei sobre pedras afiadas, afastando, ao passar, as ervas selvagens. Sentei-me sobre penedos seme-
lhantes a tigres ou leopardos, atravessei matagais, os arbustos pareciam dragões com cornos, no alto, havia ninhos de falcões. Levantando os braços procurei encontrar um poiso entre a ramaria, para passar a noite, baixando a cabeça, tentei descobrir o palácio solitário do deus das águas.
Não fui seguido pelos meus dois amigos. Dei então um enorme grito que perfurou o espaço e fez estremecer as ervas e as árvores. Sonoridades na montanha, o eco, o vale respondeu. Levantou-se vento, a água caía nas cascatas. Em mim, alguma inquietação, tristeza, receio. Eu tremia, não queria ficar na margem do rio. Regressei à nossa barca que vogava ao sabor da corrente. Para satisfação de todos, era ela quem decidia por onde devia navegar.
Era quase meia-noite. À nossa volta, um imenso silêncio e calmaria. Apenas um grou solitário, vindo de leste, sobrevoava o rio. Asas grandes como as rodas de uma carroça, o corpo, negro em cima, branco, em baixo. Grasnava, longos gritos que rasgavam a escuridão. Passou, rasando, por cima da nossa barca e seguiu para oeste.
Os meus amigos partiram e eu adormeci. Sonhei que um monge taoista, vestindo um manto de penas ondulantes, passava junto ao pavilhão de Lingao. Saudou-me e disse: “A vossa viagem à Falésia Vermelha foi ou não foi uma jornada de espantar?”
Perguntei-lhe como se chamava. Um leve aceno de cabeça e não me respondeu. Questionei-o, outra vez: “Não foste tu que ontem à noite sobrevoaste o nosso barco?” O monge sorriu. Sobressaltado, despertei por completo. Abri a janela da barca, olhei a paisagem, não se via ninguém.
BRASIL WANG YI FRISA IMPORTÂNCIA DAS RELAÇÕES COM O PAÍS
Um parceiro chave
Na preparação da visita de Lula da Silva à China, que deverá acontecer no final deste mês, o principal diplomata chinês, Wang Yi, encontrou-se com o com o secretário para os Negócios Estrangeiros do PT, Romênio Pereira
Ochefe dos Negócios Estrangeiros do Partido Comunista Chinês (PCC) frisou a importância estratégica da relação entre Pequim e Brasília, num encontro com o secretário para os Negócios Estrangeiros do Partido dos Trabalhadores do Brasil.
Os dois países mantêm uma “cooperação frutífera” em várias áreas e uma “coordenação próxima” na governação das questões internacionais, considerou Wang Yi, na quarta-feira, num encontro com Romênio Pereira, de acordo com a agência de notícias oficial Xinhua.
Os laços bilaterais estão dotados de uma “perspectiva estratégica e de longo prazo”, afirmou o director do Gabinete para os Negócios Estrangeiros do PCC, durante o encontro realizado em Pequim.
O responsável lembrou ainda que as relações estão
FINANÇAS MINISTRO DIZ QUE DÍVIDA DOS GOVERNOS LOCAIS NÃO AMEAÇA ESTABILIDADE
Adívida dos governos locais e regionais da China “não constitui um problema” para o sistema financeiro chinês, disse ontem o ministro das Finanças do país, Liu Kun, em conferência de imprensa.
As dívidas dos governos locais chineses, que há anos são apontadas por analistas como potenciais fontes de risco, aumentaram em 2022, devido à estratégia de ‘zero casos’ de covid-19, que paralisou a actividade económica e acarretou despesas extras.
O portal de notícias económicas Caixin noticiou recentemente que, em 2022, o montante gasto em políticas de prevenção epidémica atingiu o equivalente a 10,3 mil milhões de dólares, só na província de Guangdong, no sudeste do país. Na província de Zhejiang, no leste, as despesas com testes de ácido nucleico e pessoal ascenderam a 6,3 mil milhões de dólares.
O município de Pequim gastou 4,3 mil milhões de dólares.
Pelo menos 17 das 31 regiões que compõem o país enfrentaram uma relação entre dívida pendente e receita tributária em 2022 superior a 120 por cento, segundo cálculos da agência Bloomberg.
Liu assegurou que o principal problema da dívida da China é a sua distribuição “desigual” entre as regiões, já que algumas delas enfrentam maiores riscos de dívida e maior pressão com amortizações e juros.
O ministro assegurou que Pequim tem exigido às autoridades competentes que resolvam os problemas de endividamento dos diferentes governos - também afectados pela crise no sector imobiliário, o que dificulta as receitas através da venda de terrenos, uma das principais fontes de dinheiro das administrações locais - e garantam o equilíbrio.
HONG KONG CRÍTICAS A EUA POR PEDIR SANÇÕES POR JULGAMENTO DE ACTIVISTAS
vinculadas ao desenvolvimento dos respectivos países e à paz e estabilidade mundiais.
“O Partido Comunista Chinês quer manter intercâmbios aprofundados de experiência em governação do Estado com o Partido dos Trabalhadores e abrir novas perspectivas para a parceria estratégica abrangente entre China e Brasil”, apontou.
De acordo com a Xinhua, Romênio Pereira disse que o Partido dos Trabalhadores atribui grande importância ao intercâmbio de experiências com o PCC sobre a governação do Partido e do Estado, e que espera “impulsionar a cooperação
bilateral em vários campos para os benefícios dos dois povos”.
A deslocação de Romênio Pereira antecede a visita de Estado do líder brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, à China, que se deve realizar no final de Março, segundo fontes do governo brasileiro.
Colegas de trabalho Durante os primeiros dois mandatos de Lula da Silva, entre 2003 e 2011, a relação comercial e política entre Brasil e China intensificou-se, marcada, em particular, pela constituição do bloco de economias emergentes BRICS, que inclui ainda Rússia, Índia e África do Sul.
“O Partido Comunista Chinês quer manter intercâmbios aprofundados de experiência em governação do Estado com o Partido dos Trabalhadores e abrir novas perspectivas para a parceria estratégica abrangente entre China e Brasil” WANG YI CHEFE DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS DO PCC
Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil, com o comércio bilateral a passar de nove mil milhões de dólares, em 2004, para 135 mil milhões, em 2021. Nos últimos anos, a participação da China nas exportações do Brasil superou os 30 por cento, à boleia do apetite do país asiático por matérias-primas, sobretudo soja e minério de ferro.
Entre 2007 e 2020, a China investiu, no total, 66 mil milhões de dólares no Brasil.
A relação entre Pequim e Brasília arrefeceu, no entanto, durante o mandato de Bolsonaro, que assumiu o poder com a promessa de reformular a política externa brasileira, com uma reaproximação aos Estados Unidos, e pondo em causa décadas de aliança com o mundo emergente.
O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil Ernesto Araújo, que foi, entretanto, substituído, adoptou mesmo uma retórica hostil face à China.
OGoverno
de Hong Kong acusou de “intimidação” um comité do parlamento dos EUA que apelou ao Presidente norte-americano, Joe Biden, para impor sanções aos procuradores e dirigentes responsáveis pelo julgamento de activistas pró-democracia.
Num comunicado divulgado na quarta-feira, as autoridades da região administrativa especial chinesa disseram que os comentários do Comité Executivo do Congresso dos Estados Unidos sobre a China são “de motivação exclusivamente política”.
Na terça-feira, os líderes do comité, o republicano Christopher
H. Smith e o democrata Jeff Merkley, reiteraram o apelo à imposição de sanções aos responsáveis pela detenção e julgamento de activistas políticos. O apelo surgiu no segundo aniversário da detenção de 47 proeminentes figuras pró-democracia, acusadas de tentarem derrubar o Governo pró-Pequim de Hong Kong, e cujo julgamento começou a 6 de Fevereiro.
O Executivo de Hong Kong defendeu que os procuradores “têm cumprido os seus honrosos deveres de administrar a justiça de forma independente e imparcial” e que “nenhum caso será tratado de forma diferente devido às crenças políticas” dos envolvidos.
O comunicado avisou que a declaração do comité do Congresso norte-americano “pode até mesmo constituir delito de desacato ao tribunal ou delito de tentativa de perverter o curso da justiça”.
Uma matilha de ambição
Selecção de râguebi quer vencer Espanha e reencontrar Geórgia na final do Europeu
Oseleccionador de râguebi de Portugal disse ontem que vencer no sábado a Espanha é importante para reencontrar a Geórgia na final do Europe Championship 2023, adversário certo para aferir a evolução dos ‘lobos’ a caminho do Mundial.
“É o adversário ideal para percebermos se aumentámos a velocidade do nosso jogo e vai ajudar-nos a saber que nível conseguimos atingir antes de iniciar a preparação para o Mundial”, assumiu Patrice Lagisquet, em declarações à agência Lusa.
Segundo o técnico francês, “não vai ser fácil” para Portugal “mostrar que consegue competir” com uma equipa que, recentemente, “venceu a Itália e o País de Gales”, mas mais do que pensar no título do Europe Championship, Lagisquet pensa que Portugal está “a fazer o caminho para o Mundial” França2023.
“Temos de melhorar muito antes de sermos capazes de enfrentar País de Gales, Austrália, Ilhas Fiji… E a Geórgia é a melhor equipa nesta competição [Europe Championship], por isso tentamos mostrar que conseguimos competir com eles”, justificou.
Mas antes, lembrou o ‘Express de Bayonne’, é preciso vencer a Espanha, no Estádio do Restelo, rival que perdeu em casa com os georgianos, por 41-3, mas que “não está assim tão longe do nível que tinha no ano passado”, quando venceu Portugal por 33-28, em Madrid.
A selecção portuguesa tem vindo a subir no ranking mundial e igualou, após a vitória sobre a Roménia, a sua melhor classificação de sempre, o 16.º lugar, uma posição que “prova o trabalho que foi feito pelos jogadores nos últimos três anos e meio”.
“Sei que o ranking é mais importante para nações como Portugal e significa que, sim, estamos melhores. Mas o mais importante é continuarmos a mostrar que conseguimos competir contra a Geórgia, o Japão, a Itália, toda estas equipas que estão perto ou fazem parte do ‘tier 1’”, apontou Lagisquet.
O intruso
Portugal recebe a Espanha no sábado, em encontro das meias-finais do Europe Championship 2023 com início marcado para as 17:00, no Estádio do Restelo, em Lisboa, e arbitragem do francês Thomas Charabas.
A selecção portuguesa disputa um lugar na final do Europeu que está marcada para 18 de Março, em Badajoz, frente ao vencedor da outra meia-final, entre Geórgia e Roménia, marcada para domingo, em Tbilissi.
O Europe Championship é a principal competição europeia de selecções, com excepção do torneio das Seis Nações, e tem sido dominada pela Geórgia (14 títulos) e pela Roménia (5 títulos), mas Portugal foi a única selecção a ‘intrometer-se’, em 2004, no domínio das duas seleções do leste europeu.
AUTOMOBILISMO PRIMEIRAS INFORMAÇÕES SOBRE AS CORRIDAS LOCAIS
Tudo o que está por vir
No início desta semana, os pilotos de Macau ficaram finalmente a saber com que linhas se vão coser as corridas da temporada de 2023, após terem sido informados, no mês de Janeiro, que este ano a fisionomia das corridas locais iria mudar drasticamente
APESAR da contestação em alguns sectores do automobilismo local, a Associação Geral Automóvel Macau-China (AAMC) decidiu colocar um ponto final nas históricas categorias Roadsport “1950cc & Acima” e “1600cc Turbo”. Quer isto dizer que estes carros, que escreveram mais de uma década de páginas do automobilismo do território, deixarão de competir, ficando a partir de agora, como única competição automóvel de Macau, a “Macau Roadsport Challenge”, que contemplará apenas os modelos Toyota GR86 (ZN8) e Subaru BRZ (ZD8).
A regulamentação técnica da competição foi publicada no portal da associação e difere em muito, por exemplo, da competição “low cost” japonesa de sucesso que utiliza os
mesmíssimos carros. Esta tem como curiosidade o uso de pneus de estrada e o facto de todos os carros terem que estar matricu-
O calendário da temporada de 2023 ainda não é do domínio público, mas os pilotos consultados pelo HM acreditam que vão ter dois fins de semana de corridas organizadas pela associação, que servirão para qualificar os condutores locais para a 70.ª edição do Grande Prémio de Macau
lados, limitando o raio de acção dos preparadores e os custos inerentes de possíveis alterações para os pilotos e equipas.
Mesmo assim, em relação às suas precedentes, esta é uma regulamentação bastante conservadora, pois o motor, a transmissão ou caixa de velocidades têm de ser iguais às de origem, assim como os travões, incluindo os discos e os calços, ou o material das portas. No entanto, a embraiagem pode ser de competição, o escape pode ser mexido e existem várias molas de amortecedores especificamente homologadas para estas corridas. Perante este cenário, o custo de uma viatura nova poderá ultrapassar com facilidade as trezentas mil patacas.
Calendário por desvendar
O calendário da temporada de 2023 ainda não é do domínio
público, mas os pilotos consultados pelo HM acreditam que vão ter dois fins de semana de corridas organizadas pela associação, que servirão para qualificar os condutores locais para a 70ª edição do Grande Prémio de Macau, evento que este ano se prepara para ser realizado em dois fins de semana consecutivos no mês de Novembro.
Estas corridas, provavelmente a serem realizadas no final da Primavera e início do Verão, poderão não ser organizadas no Circuito Internacional de Guangdong, como tem sido hábito nos últimos anos. Recorde-se que antes da pandemia existiam planos para levar as competições motorizadas da RAEM ao Circuito Internacional de Zhuzhou, na Província de Hunan. Sérgio Fonseca
“Macau era uma Casablanca da Ásia”
Assume-se como “um escritor diferente da China”. O fascínio pelo Oriente nasceu da aprendizagem do mandarim. Autor de obras como “Midnight in Peking” ou “City of Devils: The Two Men Ruled the Underworld of Old Shanghai”, bestsellers do New York Times, Paul French estará hoje na Livraria Portuguesa, a partir das 18h30, para falar da sua obra e das “estranhas histórias da velha Macau” que contribuem para que o território mantenha ainda uma aura de mistério
Há muito que escreve sobre a China e vai hoje à Livraria Portuguesa falar do seu trabalho. O que podemos esperar desta conversa? Vou contar algumas histórias sobre Macau e os portugueses em Macau. Quando escrevi o livro sobre os gangsters estrangeiros em Xangai nos anos 30 [City of Devils: The Two Men Ruled the Underworld of Old Shanghai], com histórias reais, eu próprio, mesmo conhecendo muito sobre a história de Xangai, fiquei surpreendido com o facto de haver tantos portugueses envolvidos no mundo do crime da cidade. Geriam clubes nocturnos, investiam dinheiro no jogo. Outra coisa curiosa, é que eles aprenderam técnicas de jogo em Macau, levaram slot-machines para Xangai a partir de Macau. Essa é uma ligação interessante que existe entre Macau e Xangai que não é conhecida. Sempre que falamos de Macau falamos de missionários, diplomatas, mas houve muitas outras pessoas que viajaram para Macau. Era como um lugar de escape para quem tivesse problemas em Portugal, era um sítio onde se falava a mesma língua [português] e em que se podia escapar à polícia.
Como teve o primeiro contacto com estas histórias?
Lendo jornais antigos. Claro que a maior parte destas histórias foram publicadas pelos jornais de Hong Kong ou de Xangai nas edições internacionais. Muitas destas histórias simplesmente caíram no esquecimento. Encontrei uma delas numa edição do South China Morning Post de 1936, que dizia que o Japão ofereceu dinheiro a Lisboa para comprar Macau. Não é uma história muito conhecida, mas é um pouco estranha. O Japão pensou que Lisboa poderia dizer sim [à venda do território]. Nos anos 30 Macau rendia muito dinheiro a Lisboa e Portugal não estava ao mesmo nível
chineses e as pessoas de Hong Kong, por causa dos negócios. Na II Guerra Mundial Macau passa a ser importante por causa da sua neutralidade e torna-se numa espécie de “Casablanca da Ásia” em termos da presença de espiões, por exemplo. Macau era o lugar onde os nazis, os japoneses e os chineses se misturaram durante o conflito. Fiz também muito trabalho sobre os judeus refugiados em Macau. Durante a II Guerra Mundial, Macau era um lugar fascinante e teve um papel muito importante.
Porque ficou tão fascinado por este mundo?
do Reino Unido. O Reino Unido jamais venderia Hong Kong. Para o Japão seria uma forma mais fácil de conquistar território na Ásia [caso comprasse Macau].
“Quero escrever livros que muitas pessoas possam comprar no aeroporto para ler no avião ou na praia quando vão de férias, por exemplo. Têm acesso à história da China, mas também a boas histórias.”
Há ainda muito a descobrir sobre a história e as pessoas de Macau? Persiste um certo mistério? Há muitas coisas por descobrir em Macau, é um território com essa reputação. Se olharmos para o caos da China nos anos 20 e 30, e para Hong Kong, pouco policiado pelos britânicos na qualidade de colónia, Macau era um sítio muito fácil nesse sentido, era permitido fazerem-se muitas coisas. Muitos ficavam satisfeitos com isso, os
“Macau não é como as outras antigas colónias, nomeadamente as britânicas, como Hong Kong ou Singapura, por exemplo. Lisboa não tinha muito interesse em Macau, (...) não enviava muitos soldados. Deixava o território andar ao seu ritmo.”
Penso que é fascinante para muitas pessoas, mas no meu caso foi devido à língua chinesa. Estudei chinês no Reino Unido e em Xangai. Comecei a investigar mais sobre a história dos estrangeiros em Xangai, mas também em Macau e Pequim, e claro Hong Kong despertou sempre um interesse em mim por ser uma colónia britânica na Ásia, e também pela transição. Mas as histórias de Macau sempre me apareceram sem eu estar à procura delas. Sempre procurei mais por registos de Hong Kong, e de repente deparei-me com a história de um grupo de portugueses que viveu em Macau nos anos 20 e que tentou começar uma revolução em prol da independência, para criar uma espécie de “República de Macau”, separada de Lisboa. Era uma operação relacionada com acções de chantagem. Chegaram ao Governo e disseram: “Vamos começar uma revolução. Dêem-nos dinheiro”. E até foram bem-sucedidos, puseram notícias nos jornais e tiveram apoio de algumas pessoas. Havia um sentimento de rebelião no ar, sobretudo no seio dos militares e da marinha devido às condições de trabalho e de estadia, por isso surgiu a ideia de independência, mas toda a operação não passou de uma acção de chantagem. Esta história apareceu-me assim, do nada.... Há também a história de um refugiado polaco que tentou nadar até Macau e as autoridades portuguesas tentaram empurrá-lo para o lado da China, enquanto ele lutava por chegar ao território português. Acabou depois por ser enviado para o Brasil.
A história de Macau está cheia destes episódios. É um território que terá sempre esta ideia de ser “fora da lei”?
Está certa. Sempre houve um certo mistério e exotismo. Macau não é como as outras antigas colónias, nomeadamente as britânicas, como Hong Kong ou Singapura, por exemplo. Lisboa não tinha muito interesse em Macau, tal
como não tinha com Goa ou Timor. Não fazia uma série de coisas, não enviava muitos soldados. Deixava o território andar ao seu ritmo. Acabei de reeditar o livro sobre os escritos de Harry Harvey [Where Strange Gods Calls, editado nos anos 20], e o estilo com que descreve a Macau da altura é sempre com ligação aos casinos, diferente de tudo o resto, com a presença do catolicismo. Isso aparece também em muitos outros escritores, como Ian Fleming nos livros de James Bond, nos anos 60. Ele descreve Macau quase no mesmo estilo. O que podemos retirar daqui é que Macau era, de facto, um lugar onde podíamos, de certa forma, escapar às autoridades. Havia jogo, prostituição, e Lisboa não estava, de facto, a prestar muita atenção.
Mas a China esteve sempre a prestar atenção e por vezes tirava vantagens disso.
Houve sempre boas relações e Macau manteve-se com administração portuguesa porque havia o interesse no comércio da parte da China. Temos o exemplo do comércio do ópio, no qual Portugal não estava envolvido. Era um negócio
essencialmente americano. Todos comercializavam matérias-primas como prata e ouro. Macau era, para muitos, uma base para entrar em Guangdong.
Acaba de lançar três novos livros incluídos na colecção “China Revisited”, que contêm histórias de viajantes comuns que vieram para Macau, Hong Kong e sul da China entre os séculos XIX e XX. Com a pandemia, e sem poder viajar, passei muito tempo na biblioteca de Londres que tem uma boa colecção dos escritos de antigos viajantes em todo o mundo, incluindo a China, na época vitoriana. Decidi prestar mais atenção a esses escritos, e cerca de 90 por cento são de viagens entre Xangai e Pequim e para a zona mais ocidental da China. Pensei que seria bom fazer algo com isto, sobretudo relacionado com Macau
e a zona de Guangdong. Os relatos de missionários são, muitas vezes, aborrecidos, então o meu foco era ir além disso. Tenho o exemplo de Benjamim Harry, um missionário americano que viaja para Hong Kong e que é muito interessante, porque vai a Guangzhou e dá-nos grandes descrições da cidade, que claro que mudou muito, sobretudo nos anos 30. Foi também o primeiro ocidental a visitar e a escrever sobre a ilha de Hainão, que nessa altura era uma zona ligada à agricultura com plantações de cocos. Estava muito longe de ser o “Hawai da China” como hoje é conhecida a região.
O seu trabalho já foi reconhecido pelo jornal New York Times. Alguma vez pensou ter uma carreira internacional?
Penso que sou um escritor da China diferente. A maior parte das pessoas que escrevem sobre a China são académicos ou jornalistas que vivem algum tempo no país e querem contar o que viram com mais detalhe do que aquilo que publicam nos jornais. Eu tento fazer algo diferente. Quero escrever livros que muitas pessoas possam comprar no aeroporto para ler no
“Sempre que falamos de Macau falamos de missionários, diplomatas, mas houve muitas outras pessoas que viajaram para Macau. Era um lugar de escape para quem tivesse problemas em Portugal.”
avião ou na praia quando vão de férias, por exemplo. Têm acesso à história da China, mas também a boas histórias.
Está também a trabalhar num livro sobre Wallis Simpson, a mulher divorciada por quem Eduardo VIII abdicou do trono britânico, nomeadamente sobre o período em que viveu na China, de 1924 a 1925. Fale-nos mais deste projecto. Claro que não é possível crescer no Reino Unido sem conhecer a história de Wallis Simpson. É uma boa história para mim porque me dá a oportunidade de escrever mais
sobre os anos 20 na China e claro que será uma história interessante para as pessoas. Todos conhecem a história da abdicação do trono, ela sempre foi considerada a mulher mais detestada de sempre, dependendo da perspectiva. Mas ela é interessante porque há uma série de rumores e notícias falsas sobre o que lhe aconteceu na China. Wallis foi para lá com o marido da altura, um oficial da marinha americana, e passaram por Hong Kong e Xangai. Ele era uma pessoa horrível e batia-lhe. De Xangai ela vai para Pequim onde passa cerca de sete a oito meses num alojamento muito agradável. Depois Wallis Simpson regressa aos EUA, mas nesse ano em que esteve na China aprendeu muito sobre ela própria, percebendo que não tinha de estar casada com aquele homem, a ser agredida, e que podia ser independente e misturar-se com uma certa elite internacional e cosmopolita. Tornou-se então naquela mulher para a qual todos olham quando entram na sala, que se move nos círculos da realeza, e foi aí que Eduardo VIII olhou para ela. Mas o livro vai também contar um pouco sobre a história da China. Andreia Sofia Silva
“Durante a II Guerra Mundial, Macau era um lugar fascinante e teve um papel muito importante.”
Há filmes que não têm tempo. Seja pela realização, pela particularidade do argumento ou pela assinatura da edição, são películas para se verem e reverem. “Chunking Express” do realizador de Hong Kong Wong Kar Wai é um bom exemplo disso. O filme é de 1994 mas é sempre uma lufada de ar fresco. O argumento trata da história de um polícia de coração partido que se envolve com uma criminosa foragida. Ambos com uma percepção da realidade distorcida, acabam por criar um relacionamento no mínimo original. Hoje Macau
Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores João Luz; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; João Santos Filipe; Nunu Wu Colaboradores Anabela Canas; António Cabrita; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Duarte Drumond Braga; Gonçalo Waddington; José Simões Morais; Julie Oyang; Paulo Maia e Carmo; Rosa Coutinho Cabral; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Colunistas André Namora; David Chan; João Romão; Olavo Rasquinho; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Tânia dos Santos Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Pátio da Sé, n.º22, Edf. Tak Fok, R/C-B, Macau; Telefone 28752401 Fax 28752405; e-mail info@hojemacau.com.mo; Sítio www.hojemacau.com.mo
MACAU, TERRA ABENÇOADA?
MACAU É A Terra Abençoada dos Lótus? Sim, antigamente foi.
Em 1920, a população de Macau era constituída por 83.984 almas. Chegados a 1939, já habitavam em Macau 245.194 pessoas. O principal motivo deste grande aumento populacional foi a agressão japonesa à China, que levou muitas pessoas do Interior a fugir para Macau para escapar à guerra, tornando-se habitantes provisórios desta pequena cidade sob administração portuguesa. Quando a Guerra do Pacífico eclodiu, em 1941, Hong Kong, cidade vizinha, foi ocupada pelas forças japonesas, enquanto Macau ainda conseguia manter a neutralidade devido ao seu estatuto político único, com a bandeira portuguesa ainda hasteada sobre o Palácio do Governo de Macau.
Em 16 de Agosto de 1971, o tufão Rose atingiu Hong Kong e Macau. Na madrugada de 17, o SS Fatshan, um navio de passageiros a vapor que navegava entre Hong Kong e Macau, foi apanhado por uma forte tempestade provocada pelo tufão e forçado a ancorar ao largo da Ilha Stonecutters, em Hong Kong. Durante a tempestade, a âncora de Fatshan foi quebrada, porque provavelmente terá colidido com navios à deriva, e o Fatshan virou-se e afundou. Morreram 88 pessoas na sequência do naufrágio. Houve quem dissesse que se o capitão do Fatshan tivesse providenciado para que os seus passageiros desembarcassem na manhã do dia 16 e depois navegasse directamente para Macau para se abrigar, poderia ter evitado o naufrágio. Mas isto não foi possível porque a via navegável para o Porto Interior era constituída por águas estreitas e rasas, pelo que foi impossível dar entrada em segurança a um enorme navio de 10.000 toneladas.
Macau caracteriza-se por ter uma pequena área territorial, carente de recursos, com uma economia sub-desenvolvida, sem valor militar estratégico e que sempre adoptou uma orientação política moderada. Foram estas características que lhe permitiram sobreviver num ambiente multifacetado, com muitas variáveis em jogo.
Macau é a Terra Abençoada dos Lótus? Sim, actualmente ainda é!
Antes e depois da Transferência de Macau, houve em certas alturas problemas com a segurança pública e com a economia. Mas a sociedade rapidamente voltou à normalidade devido ao empenho de todas as partes interessadas. Mais tarde, o Governo da RAE liberalizou o monopólio dos jogos de casino
Macau só pode continuar a ser a Terra Abençoada dos Lótus, se não houver pessoas que, motivadas pelos seus próprios interesses, venham a provocar problemas no Lago Nam Van e no Lago Sai Van, o que, por sua vez, geraria conflitos sociais e dissensão
da cidade e introduziu a política de “Vistos Individuais”, capitalizando assim o princípio “Um País, Dois Sistemas” e trazendo duas décadas de prosperidade para Macau.
Até finais de 2021, o valor dos capitais da Reserva Financeira de Macau ascendia a 643,17 mil milhões de patacas. E apesar do impacto da epidemia, até finais de 2022, o valor dos capitais da Reserva Financeira ainda ascendia a 557,97 mil milhões de
patacas. A cidade tem uma população de apenas 600.000 habitantes e enquanto o Governo da RAE for gerindo as finanças com prudência e se mantenha fiel ao Plano de Comparticipação Pecuniária no Desenvolvimento Económico, distribuindo subsídios de vida, é certo que o seu povo não sofrerá. Neste aspecto, Macau é verdadeiramente a Terra Abençoada! Macau continuará a ser a Terra Abençoada dos Lótus no futuro?
Anthony Cheung Bing-leung, o antigo Secretário dos Transportes e da Habitação de Hong Kong e ex-presidente da Universidade de Pedagogia de Hong Kong, escreveu um artigo para um jornal da cidade, onde salientou que, sob as actuais circunstância geo-políticas, Hong Kong pode vir a desempenhar um papel de ponte entre a China e o mundo. Inspirando-se na história evolutiva de Macau, e tendo em consideração o seu posicionamento pela Mãe Pátria como centro mundial de turismo e lazer, o melhor para a cidade é vir a tornar-se uma zona tampão, proporcionando um espaço para aliviar as tensões geo-políticas actuais. As plantas de lótus geralmente crescem em lagos e poças, raramente em rios e oceanos. Isto porque o crescimento de uma planta de lótus requer um ambiente estável. No futuro, Macau só pode continuar a ser a Terra Abençoada dos Lótus, se não houver pessoas que, motivadas pelos seus próprios interesses, venham a provocar problemas no Lago Nam Van e no Lago Sai Van, o que, por sua vez, geraria conflitos sociais e dissensão.
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