O lugar do crime
Embora não atinjam ainda os valores de 2019, os números da criminalidade subiram significativamente no primeiro trimestre do ano, face ao período homólogo de 2022, após o fim das restrições pandémicas. Destaque para o aumento de 44% dos crimes violentos.
UMDD
WONG SIO CHAK DIZ QUE FIM DE ASSOCIAÇÃO É ACTO DE LIBERDADE Trovas do vento que passa
O secretário para a Segurança defendeu ontem que a constituição e o encerramento de associações são liberdades garantidas no território, ao comentar a extinção de um grupo pró-democracia por receio da nova lei de segurança do Estado
“TODOS sabemos que temos a liberdade de associação e o seu encerramento também é uma liberdade. [Alguém ou algum grupo] tem liberdade de constituir uma associação e também tem a liberdade de encerrar a associação”,
disse ontem, em conferência de imprensa, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak. A União de Macau para o Desenvolvimento da Democracia (UMDD), que organizou durante mais de 30 anos uma vigília em memória de Tiananmen, fechou as portas há cerca de quatro meses por receio da nova lei de segurança do Estado, disse no final de Maio à Lusa um dos cofundadores.
“Tendo em conta a revisão da lei de segurança nacional e a imprevisibilidade do futuro, a União de Macau para o Desenvolvimento da
ZONA DE COOPERAÇÃO MAIS DE 700
Democracia tomou a decisão”, justificou Au Kam San.
A Assembleia Legislativa de Macau deu luz verde, também em Maio, às alterações à lei de segurança do Estado que prevê, entre outras disposições, punir qualquer pessoa no estran-
PEDIDOS PARA BOLSAS DE EMPREGO
Acomissão da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau na ilha de Hengqin já recebeu mais de 700 pedidos de inscrição para uma bolsa de emprego na região da parte dos residentes de Macau. Segundo a TDM Rádio Macau, tal significa um aumento de 54,3 por cento face a igual período do ano passado. A Zona de Cooperação tem hoje 6700 residentes, sendo que 199 são estudantes. O Hospital de Hengqin faz anualmente o diagnóstico de doenças para 6800, um aumento de 87 por cento face a 2022.
mudanças no ambiente político”, ressalvou Au Ka San, dizendo que, “por isso, as actividades que marcam o 4 de Junho não podem ser celebradas”.
À Lusa, o Corpo da Polícia de Segurança Pública, que por lei tem de ser notificado da organização de reuniões ou manifestações, confirmou que, até às 18h25 de 4 de Junho deste ano, não tinha recebido nenhuma notificação sobre qualquer intenção de organizar uma vigília.
Em 2022, Au Kam San não endereçou às autoridades, pela primeira vez, um pedido para assinalar publicamente os acontecimentos de Tiananmen, optando por marcar o evento de forma privada e nas redes sociais.
geiro que cometa crimes contra o território.
“Fiquei preocupado que, depois da revisão da lei, se uma pessoa dissesse algo, outros membros [da associação] pudessem ser afectados”, acrescentou Au Kam San.
“Todos sabemos que temos a liberdade de associação e o seu encerramento também é uma liberdade. [Alguém ou algum grupo] tem liberdade de constituir uma associação e também tem a liberdade de encerrar a associação.”
WONG SIO CHAK SECRETÁRIO PARA A SEGURANÇA
Além de dizer desconhecer a situação, Wong Sio Chak notou ontem, durante o encontro com os jornalistas, que “é inconveniente” comentar as razões que levaram ao encerramento da UMDD. Macau “garante a liberdade de associação”, concluiu.
Não volta a ser Nas últimas três décadas, foi pelas mãos desta união que o dia 4 de Junho de 1989 foi recordado em Macau, com a organização anual de uma exposição fotográfica e de uma vigília. Mas “houve
Em 2020, as autoridades proibiram, em Macau e Hong Kong, pela primeira vez em 30 anos, a realização da vigília em espaço público, numa decisão justificada com as medidas de prevenção da pandemia da covid-19. No ano seguinte, a PSP citou pela primeira vez razões políticas para interditar a comemoração, alegando risco de violações do Código Penal, nomeadamente dos artigos sobre a “ofensa a pessoa colectiva que exerça autoridade pública” e o “incitamento à alteração violenta do sistema estabelecido”.
Durante a conferência de imprensa de ontem, Wong Sio Chak foi também questionado sobre o número de agentes destacados na noite de 4 de Junho para o Largo do Senado, onde se realizava habitualmente a vigília, mas o dirigente sublinhou que estes dados não podem ser divulgados.
QINGDAO ORGANIZADO SEMINÁRIO PARA PROMOVER MACAU
Fu Yongee, subdirector da Comissão de Gestão da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, anunciou ainda em conferência de imprensa que há 5600 empresas de Macau na Zona, um aumento de 22,3 por cento em relação há dois anos, sendo que as empresas na área da pesquisa científica e dos serviços técnicos representam 18,84 por cento deste novo total. As empresas oriundas de Macau contam com um capital social de 140 mil milhões de patacas. As receitas reais são de 14,1 mil milhões, mais 21 por cento em termos anuais.
ARRANCOU ontem a operação de charme “Semana de Macau em Qingdao Shandong”, que terá lugar na cidade de Qingdao até segunda-feira, indicou ontem a Direcção dos Serviços de Turismo (DST).
Entre o cartaz de actividades, destaque para “uma promoção de rua, um seminário de promoção do turismo de Macau, um seminário de promoção do comércio e do
investimento de Macau e actividades temáticas de promoção gastronómica”.
Ontem foi realizado um seminário de promoção do turismo, para apresentar os novos recursos turísticos e o actual ambiente da indústria em Macau, divulgar os elementos diversificados de “turismo +”, para que os operadores turísticos dos dois lados possam estabelecer contactos e explorar
em conjunto as fontes de visitantes. Participaram no seminário, a directora da DST, Helena de Senna Fernandes, a vice-inspectora do Departamento de Cultura e Turismo de Qingdao, Xu Hongwei, e cerca de 104
operadores turísticos de Qingdao e Macau. Helena de Senna Fernandes referiu que, nos últimos anos, “Qingdao e Macau têm mantido uma interacção estreita, trocando e promovendo entre si trabalhos nas áreas de “turismo + desporto” e “turismo + cultura”, com o objectivo de lançar novos produtos e serviços turísticos para incrementar o fluxo de visitantes entre Qingdao e Macau.
Turismo Concertos trouxeram mais de 200 mil turistas
Os concertos realizados no último mês de Maio atraíram para Macau mais de 200 mil turistas. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, Lo Wang Chun, presidente da Associação Comercial de Macau Federal da Indústria de Convenções e Exposições, defende que esta é uma forma eficaz de atrair visitantes, o que ajuda a impulsionar os negócios que dependem
do turismo e todo o sector. O responsável indicou que têm sido organizados, este ano, concertos com frequência, notando-se uma recuperação notável em relação aos últimos meses. Lo Wang Chun deu como exemplo a realização de um concerto com um cantor de Hong Kong que conta já com uma venda de bilhetes superior a 100 mil.
CRIME ACTOS VIOLENTOS AUMENTAM 44 POR CENTO
Delitos à solta
O fim das restrições fronteiriças levou ao aumento da criminalidade no território. No primeiro trimestre do ano, a criminalidade violenta aumentou significativamente, seguindo a tendência de outros tipos de crime, como furtos, roubos, burlas, passagem de moeda falsa. Wong Sio Chak realça que apesar do aumento da criminalidade, esta é inferior ao registo de 2019
DURANTE os primeiros três meses de 2023, o número de crimes aumentou face ao período homólogo do ano transacto. Porém, o registo do primeiro trimestre do ano foi “significativamente inferior ao registado no período homólogo de 2019, ou seja, antes da epidemia”, indicou ontem Wong Sio Chak, na apresentação das estatísticas da criminalidade relativas ao primeiro trimestre deste ano.
O Governo reconhece que, em termos anuais, “registou-se um aumento notável” de “crimes de burla, aos crimes contra o património, aos crimes de pagamento online com cartões de crédito e a outros crimes cibernéticos”, justificando o acréscimo com o aumento de turistas, após o alagamento das medidas de passagem transfronteiriça e “com a grande dependência da internet que o público criou durante a epidemia”.
No cômputo geral, nos primeiros três meses do ano, foram registados 3.006
Covid-19 Mais 214 casos esta quarta-feira
Foram registados, esta quarta-feira, 214 novos casos de covid-19, com nove pessoas a serem internadas no Centro Hospitalar Conde de São Januário. Além disso, foi descoberto, no mesmo dia, um caso colectivo de gripe numa turma da creche “Gaivotinha”
da União Geral das Associações dos Moradores de Macau, tendo sido infectadas seis crianças com idades compreendidas entre um e dois anos. Os sintomas começaram a manifestar-se na segunda-feira, tratando-se todos de casos ligeiros.
crimes, total que representa uma subida de 17,2 por cento face ao mesmo período de 2022.
Os crimes violentos aumentaram 44,2 por cento, para um total de 62 ocorrências. Neste capítulo, destaque para os crimes de roubo que duplicaram em termos anuais, para um total de oito, e o fogo posto que aumentou 166,7 por cento, para um total de 16 casos.
As violações também aumentaram, 28,6 por cento, para nove casos, assim como o abuso sexual de crianças que aumentou de nove para 10 casos (+ 11,1 por cento).
As coisas alheias
A categoria dos crimes contra o património foi o que mais casos registou, totalizando 58,7 por cento
de todos os crimes praticados no território. Além do roubo, quase todos os delitos criminais mais que duplicaram durante os primeiros três meses do ano. Além dos crimes de roubo, os furtos por carteiritas também duplicaram, para um total de 54 casos, e o furto de motociclo aumentou 137,5 por cento para 19 ocorrências.
Os crimes de apropriação ilegítima aumentaram 34,5 por cento para um total de 480 casos, enquanto os crimes de burla subiram anualmente 35,5 por cento para 435 casos.
Também os crimes informáticos quase duplicaram, com as autoridades a registar 94 ocorrências nos primeiros três meses do ano, o equivalente a uma subida de 95,8 por cento.
Apesar do aumento generalizado de crimes, o número de indivíduos conduzidos ao Ministério Público teve um ligeiro aumento de 930
O Governo reconhece o “aumento notável” de “crimes de burla, contra o património, pagamento online com cartões de crédito e outros crimes cibernéticos”, justificando o acréscimo com o aumento de turistas e “a grande dependência da internet que o público criou durante a epidemia”
casos no primeiro trimestre de 2022, para 931 no mesmo período deste ano.
Um dos crimes endémicos no panorama local, devido ao elevado número de casinos, é de troca ilegal de dinheiro, crime que aumentou 78,4 por cento nos primeiros três meses de 2023, em termos anuais.
O Governo indicou que no período em análise realizou operações especiais, tais
como a “Operação preventiva do Inverno 2022”, com inspecções diárias “em estreita cooperação com as concessionárias de jogos”. Nestas acções foram interceptados 3.655 praticantes de troca de dinheiro. O Governo sublinhou que “a maior parte dos agentes é do Interior da China, facto que traduz uma tendência profissionalizada e de actuação em grupo”. João Luz com Nunu Wu
HABITAÇÃO RON LAM REVELA PRÁTICAS POUCO ÉTICAS DE CONSTRUTORES
Sem pingo de vergonha
Na altura da assinatura de escritura para comprar um apartamento, alguns proprietários foram convidados a passar procurações que conferem elevados poderes aos construtores.
Ron Lam revelou ontem situações em que os construtores podem alterar a altura dos prédios, a dimensão das áreas comuns e até mesmo representar os proprietários em tribunal
Cheok Ka Governo recebe petição de moradores
Uma disputa judicial sobre títulos de propriedade de terrenos na povoação de Cheok Ka, na Taipa, levou ontem um grupo de moradores a entregar uma petição na sede do Governo, dirigida ao Chefe do Executivo. Em causa está o facto de o Tribunal de Última Instância (TUI) ter decidido a favor do proprietário dos terrenos, sendo que a petição pede que o Chefe do Executivo interceda nesta matéria a favor do pagamento de uma compensação aos moradores que eventualmente terão de deixar as suas casas. Hong Iok Heong, porta-voz do grupo, disse, segundo o canal chinês da Rádio Macau, que há oito famílias que vivem na povoação há cerca de 70 anos, não se tendo registado qualquer contacto com o promotor que ganhou a acção em tribunal. Estas famílias esperam poder ser compensadas caso tenham de sair do local.
Cultura Pedidos ao FDC através da “Conta Única”
O sistema de “Conta Única de Macau” vai passar a permitir, a partir de Setembro, inscrições para financiamento através do Fundo de Desenvolvimento da Cultura (FDC). Assim, as associações e empresas que pretendam candidatar-se aos planos de apoio, mas que ainda não tenham criado a Conta Única, na secção de “entidades”, devem proceder às formalidades da abertura de conta junto dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) com a maior brevidade possível para a activação da conta. O plano de financiamento de FDC para 2024 arranca em Setembro.
Emprego Inscrições para mais sessões a partir de hoje
Odeputado Ron Lam
revelou ontem um rol de práticas pouco éticas que resultaram em queixas que recebeu de residentes que compraram, ou que estavam em vias, de comprar uma casa.
A larga maioria dos casos abusivos surgiu na altura em que os promotores do empreendimento e os proprietários assinavam a escritura para oficializar a compra de fracções habitacionais. Nesse momento, os construtores, ou empresas promotoras do empreendimento, sugeriam a assinatura de procurações que lhes conferiam amplos poderes.
Segundo o comunicado divulgado ontem por Ron Lam, em alguns casos estes acordos eram firmados ainda durante o contrato-promessa, com os promitentes compradores a
abdicarem de ter voz em alterações que o construtor queira fazer aos espaços comuns do edifício ou à altura do prédio. O deputado indicou ainda casos em que os proprietários permitem aos construtores afixarem publicidade em todas as paredes exteriores do prédio, e em espa-
Ron Lam revelou que, por vezes, quando os proprietários são convidados a assinar as procurações acabam também por pagar as despesas jurídicas das mesmas, que costumam ascender a mais de 1.000 patacas
ços comuns, sem que as receitas da publicidade revertam para os proprietários de fracções ou para a administração do condomínio. Para “esfregar sal na ferida”, o legislador revelou que, por vezes, quando os proprietários são convidados a assinar as procurações acabam também por pagar as despesas jurídicas das mesmas, que costumam ascender a mais de 1.000 patacas.
Abrir mão
Apesar de os contratos-promessa não contemplarem a redução da área bruta de utilização dos apartamentos, Ron Lam destacou que as alterações de espaços comuns podem mudar a relação de proporção do valor das fracções na quota-parte de áreas comuns, nomeadamente quanto à despesa com o condomínio e o direito de voto nas assembleias de condóminos.
Um dos casos que chegou ao gabinete do deputado nos últimos dias diz respeito a um prédio em que o construtor pediu aos proprietários para assinarem uma procuração a abdicar do direito de se fazerem representar em disputas judiciais em acções de reivindicação, que estabelece o reconhecimento do direito de propriedade.
Outra situação relatada, dá conta de casos em que os promitentes compradores, quem assinou contrato-promessa de compra e venda de uma propriedade, ficaram responsáveis pelo pagamento da renda de concessão do terreno onde seria construído o prédio.
Face às situações relatadas, Ron Lam apelou ao cuidado de quem vai comprar apartamentos em Macau para comportamentos pouco éticos de promotores de empreendimentos e pediu ao Governo para tomar atenção a estes casos. Nunu Wu com João Luz
A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) começa a aceitar a partir de hoje e até ao dia 14 inscrições para três novas sessões de emparelhamento de emprego que irá disponibilizar aos residentes 322 ofertas de emprego. No dia 15 deste mês será realizada, no hotel Grand Lisboa, uma sessão destinada ao sector hoteleiro, com 37 ofertas de emprego. No dia seguinte, acontece uma sessão para o sector da restauração, com 134 ofertas de emprego, seguindo-se outra sessão destinada aos sectores da segurança e limpeza, com 151 vagas. Essas sessões serão realizadas na Federação para as Associações dos Operários de Macau, na Rua da Ribeira do Patane, nos 2-6, Edifício Industrial da FAOM.
Habitação Índice global cresce 0,9 por cento
O Índice de Preços à Habitação (IPH) cresceu ligeiramente 0,9 por cento entre os meses de Fevereiro e Abril deste ano face ao primeiro trimestre do ano, tendo sido de 251,2 pontos. Concretamente, o IPH na península foi de 249,9 pontos, mais 0,8 por cento, enquanto nas ilhas de Taipa e Coloane foi de 256,6, mais 1,1 por cento. O IPH de habitações já construídas, de 269,6 pontos, cresceu 0,9 por cento face ao período anterior, destacando-se que o índice da península de Macau (259,9) e o índice da Taipa e Coloane (308,2) que subiram 0,8 e 1,2 por cento, respectivamente. Em termos do ano de construção dos edifícios, o índice de preços de habitações construídas pertencentes ao escalão dos 11 aos 20 anos de construção e o índice do escalão inferior ou igual a 5 anos cresceram 1,8 e 1,1 por cento, respectivamente.
ELEIÇÕES PETIÇÃO PARA FACILITAR VOTO NA DIÁSPORA
Dar mais um grito
milhares de quilómetros ou mesmo noutro país ou continente”.
Assim sendo, “o voto online não presencial, que é defendido pela maioria dos cidadãos portugueses no estrangeiro, contribuiria para resolver os problemas supracitados. Porém, continua sem ser testado, quanto mais implementado”.
A
“Também Somos Portugueses - Associação Cívica” acaba de lançar uma petição que reforça duas exigências antigas às autoridades portuguesas: a opção do voto online não presencial e a adopção do voto postal e presencial em todas as eleições portuguesas, bem como o aumento do número de deputados
pelos Círculos da Europa e Fora da Europa
Questões consulares
A petição alerta ainda para os problemas nas infra-estruturas consulares em todo o mundo. No caso de Macau, não existem vagas disponíveis para renovação do passaporte ou cartão de cidadão até final do ano.
“Continuamos com consulados sem recursos suficientes para atendimentos com prazos razoáveis, e com um ensino da língua e cultura portuguesas que tem sido, para os nossos compatriotas, dispendioso e insuficiente. Milhões continuam sem serem contados como cidadãos portugueses. Continuamos a enfrentar todo o tipo de obstáculos para podermos votar, das distâncias aos métodos ineficazes”, aponta a petição.
Ponte Amizade Choque em cadeia com quatro carros
Ocorreu na quarta-feira, por volta das 13h, um acidente de viação na Ponte da Amizade que gerou um choque em cadeia com quatro viaturas. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, estiveram envolvidos no acidente três camiões e um autocarro que iam da Taipa em direcção a Macau. O Corpo de Bombeiros indicou que o motorista de um dos camiões ficou ferido, tendo sido encaminhado para o Centro Hospitalar Conde de São Januário para receber tratamento médico.
AIM Retomados voos com Filipinas, China e Coreia
CHAMA-SE “Para que todos contem - Para que os cidadãos portugueses no estrangeiro tenham voz” e é mais uma petição lançada pela “Também Somos Portugueses (TSP)Associação Cívica” que chama novamente a atenção para a dificuldade que muitos portugueses sentem em exercer o direito de voto nos países ou regiões onde se encontram emigrados, pelo facto de não existir ainda o voto online. Além da TSP, esta petição é também promovida pelo
GRI-DPA - Grupo de Reflexão e Intervenção - Diáspora Portuguesa na Alemanha e Movimento Sinergias da Diáspora. A petição e recolha de assinaturas é dirigida à Assembleia da República em Portugal.
Assim, a petição apela às autoridades portuguesas que seja adoptada a “opção de voto online não presencial, voto postal e voto presencial em todas as eleições”, além de exigir “o aumento do número de deputados representando os cidadãos portugueses no estrangeiro”, nomeadamente
pelos círculos da Europa e Fora da Europa na Assembleia da República. Isto porque, segundo o texto da petição, “a proporcionalidade entre o número de eleitores e de deputados, um dos fundamentos da democracia, exige o aumento do número de deputados representando os cidadãos portugueses no estrangeiro”.
O documento alerta também para o facto de “o voto presencial continuar a ser a única alternativa para a maioria das eleições”, apesar do “problema da distância aos locais de voto, que podem estar a
“O voto online não presencial, que é defendido pela maioria dos cidadãos portugueses no estrangeiro, contribuiria para resolver os problemas supracitados. Porém, continua sem ser testado, quanto mais implementado.”
A fim de recolher as assinaturas dos portugueses espalhados pelo mundo, existem várias formas de submissão do documento. A petição pode ser assinada online, digitalizada e enviada para o email contacto@ tambemsomosportugueses.org ou para a TSP, na morada “Rua Cidade de Malange, 178, r/c C, 1800-101 Lisboa, Portugal”. A.S.S.
O Aeroporto Internacional de Macau (AIM) vai passar a receber mais voos com destinos asiáticos. Assim, e segundo uma nota de imprensa da CAM - Sociedade do AIM, em finais deste mês, será retomado o voo entre Macau e Tuguegarao, nas Filipinas, operado pela Royal Air Philippines. Por sua vez, a Tigerair, de Taiwan, vai passar a voar entre Macau e Taipei, Taichung e Kaohsiung em meados de Julho. No final desse mês, serão retomados os voos operados pela JejuAir entre Macau e Seul, além de que a Air Busan vai passar a operar o voo entre Macau e Busan. Além disso, a Air Macau vai voltar a voar para a cidade chinesa de Guiyang. Estes regressos devem-se ao fim das restrições no contexto da pandemia, o que faz com que “o volume do tráfego de passageiros no AIM continue a florescer”. “À medida que a época turística se aproxima, o AIM tem vindo, de forma activa, a expandir mais rotas”, lê-se ainda. A informação da CAM foi divulgada no contexto de um encontro anual da empresa.
FORMAÇÃO SUBSIDIADA INSCRIÇÕES ABREM NA SEGUNDA-FEIRA
DURANTE
a próxima semana, entre segunda e sexta-feira, vão estar abertas as inscrições para a próxima ronda de cursos de formação subsidiada, anunciou ontem a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL). Recorde-se que este programa tem como objectivo “ajudar os residentes afectados pela epidemia
a aumentar as suas competências profissionais, a integrar no mercado de trabalho e, ainda, a obter apoio económico”. Como vem sendo habitual, as formações dividem-se em duas categorias: o plano orientado para o aumento das competências técnicas para trabalhadores no activo e profissionais liberais, e o
plano orientado para a empregabilidade” destinado a desempregados e graduados do ensino superior. No caso do primeiro plano de cursos, após a sua conclusão e participação nas respectivas provas, “os formandos, ou ainda o empregador, podem receber subsídios de formação até ao valor de 5 000 patacas”.
O segundo plano é destinado a residentes desempregados por cessação da relação de trabalho desde 1 de Janeiro de 2019, ou que tenham concluído o curso do ensino depois do início de 2019, e que não sejam trabalhadores por conta de outrem. No fim do curso, estes formandos podem receber um subsídio de 6.656 patacas. J.L.
10 DE JUNHO CENTENAS DE ACTIVIDADES PROMOVIDAS EM TODO O MUNDO
Portugal global
Sábado é feriado em Portugal, comemorando-se o Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas. Em Macau, organizam-se uma série de actividades, incluindo a tradicional cerimónia do hastear da bandeira portuguesa e romagem à Gruta de Camões. Noutros locais do mundo, celebra-se a portugalidade com a presença de governantes para todos os gostos
CENTENAS de actividades previstas em todo o mundo, com duas dezenas de membros do Governo em contacto directo com as comunidades lusófonas, assinalam este ano o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. O programa, anunciado na quarta-feira, inclui iniciativas na Europa, América, Ásia, Oceânia e em África.
Em Macau, estará o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, André Moz Caldas. No sábado, tem lugar a habitual recepção do 10 de Junho,
LISBOA GULBENKIAN HOMENAGEIA PAULA REGO COM DUAS DAS MAIS CELEBRADAS PINTURAS
DUAS das mais celebradas pinturas de Paula Rego (1935-2022) estão expostas desde ontem, pela primeira vez, na sede da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, para prestar homenagem e assinalar um ano da morte da artista.
As obras “Anjo” (1998) e “O Banho Turco” (1960) ficarão expostas até ao dia 24 de Julho “como forma de homenagear uma das artistas portuguesas com maior reco-
nhecimento internacional”, assinalou a Gulbenkian, em comunicado.
Paula Rego, “que estabeleceu uma forte relação com a Fundação desde que foi bolseira no início da década de 1960”, manifestou satisfação pública pela aquisição das obras pela Gulbenkian, em 2022, para a Colecção do Centro de Arte Moderna.
As duas pinturas não tinham sido apresentadas pu-
blicamente até agora devido ao encerramento do edifício do CAM para obras de remodelação, tendo abertura prevista para 2024.
Com a aquisição destas duas pinturas, a Fundação tornou-se a instituição privada com o maior e mais significativo conjunto de obras da artista, reunindo 37 peças entre pintura, desenho e gravura.
Enquanto “O Anjo” sintetiza todo o programa ar-
tístico da pintora, “O Banho Turco” possui no verso um nu de Paula Rego, realizado por Victor Willing (19281988), seu marido e também artista.
As duas obras ficarão expostas entre 08 de Junho e 24 de Julho no átrio da sede da Fundação Calouste Gulbenkian, junto à escadaria principal, com entrada livre.
Adicionalmente, duas outras obras da artista podem
ser vistas na exposição “Histórias de uma Colecção. Arte Moderna e Contemporânea” do CAM, a decorrer até 18 de Setembro na Galeria Principal da Fundação.
Uma delas é a pintura “Retrato de Grimau” (1964), uma das primeiras aquisições para a Colecção do CAM, em 1965, e o tríptico “Vanitas”, encomendado directamente à artista em 2006 para as celebrações do cinquentenário da Gulbenkian.
com a cerimónia do hastear da bandeira no Consulado-geral de Portugal em Macau e Hong Kong e a romagem à Gruta de Camões. No Albergue SCM decorre um seminário profissional sobre a calçada portuguesa com o mestre calceteiro Fernando Simões. Ao longo deste mês, haverá ainda diversas actividades inseridas no programa “Junho, Mês de Portugal na RAEM”.
Em Portugal, o 10 de Junho celebra-se em Peso da Régua, onde o Presidente da República, o primeiro-ministro e o ministro dos Negócios Estrangeiros estarão no sábado.
As celebrações deste dia arrancaram oficialmente na segunda-feira, com a visita de Estado do Presidente da República (PR) à África do Sul, onde se estima que residam mais de 300 mil portugueses e lusodescendentes.
O primeiro-ministro, António Costa, o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, e a ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, assinalam igualmente o Dia de Portugal na África do Sul. Já o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo, celebra o 10 de Junho com a comunidade portuguesa na Namíbia.
Também em África, estarão mais quatro governantes: os ministros da Cultura, Pedro Adão e Silva, e do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, e as ministras da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e da Agricultura e Alimentação, Maria do Céu Antunes, que se juntam aos portugueses e lusodescendentes em Moçam-
Concertos, exposições, peças de teatro, evidenciando o trabalho de artistas portugueses, cinema ou documentários, seminários, feiras tradicionais e momentos de leitura são algumas das iniciativas agendadas para assinalar o 10 de Junho
bique, Cabo Verde, Angola e São Tomé e Príncipe, respectivamente. Na Oceânia, mais concretamente na Austrália, estará o secretário de Estado da Segurança Social, Gabriel Bastos. No continente americano marcarão presença sete membros do Governo.
Cultura para todos
A informação divulgada indica que a ministra da Justiça, Catarina
As celebrações deste dia arrancaram oficialmente na segunda-feira, com a visita de Estado do Presidente da República à África do Sul, onde se estima que residam mais de 300 mil portugueses e lusodescendentes
Sarmento e Castro, vai assinalar o Dia de Portugal junto dos portugueses e lusodescendentes residentes no Canadá, enquanto nos Estados Unidos da América, junto das comunidades portuguesas de São Francisco e Newark, estarão, respectivamente, o secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Tiago Antunes, e a secretária de Estado da Inclusão, Ana Sofia Antunes.
Pela América Latina passarão o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, a celebrar junto da comunidade portuguesa na Venezuela, e a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, que assinala o 10 de Junho na Argentina.
Já o secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro, António Mendonça Mendes, e o secretário de Estado da Mobilidade Urbana, Jorge Delgado, estarão, respectivamente, no Brasil e na Colômbia. Na Europa, em Espanha, vai estar o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva.
Em França, estará a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, na Bélgica vai estar o secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa, Mário Campolargo, no Luxemburgo o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Nuno Santos Félix, e na Suíça o secretário de Estado da Educação, António Leite.
Cumprindo a tradição, a rede diplomática e consular portuguesa vai assinalar o Dia de Portugal com centenas de actividades distintas, combinando iniciativas próprias com as do movimento associativo local, “um esforço empreendido pelas associações lusófonas locais que conta, em inúmeros casos, com o apoio das embaixadas e consulados”, sublinha do MNE.
Concertos, exposições, peças de teatro, evidenciando o trabalho de artistas portugueses, cinema ou documentários, seminários, feiras tradicionais e momentos de leitura são algumas das iniciativas agendadas para assinalar a data.
FRC JUIZ VASCO FONG APRESENTA LIVRO NA ÁREA DO DIREITO
sim na opção político-criminal do legislador, razão pela qual pretende esta obra oferecer um pouco de dogmática à interpretação do artigo em causa, contribuindo, singelamente, para uma discussão pública do seu conteúdo e, quem sabe, a alteração legislativa desta norma penal.
Ojuiz Vasco Fong, do Tribunal de Segunda Instância, apresenta na próxima quarta-feira o livro “Comentário ao Crime de Fuga à Responsabilidade (P.P.Art.89º da Lei do Trânsito de Macau)”, da autoria de Pedro Sá Machado, em colaboração com David Sá Machado, e que será apresentado a partir das 18h30 na Fundação Rui Cunha (FRC). O livro, bilingue, nasce a partir do programa curricular ministrado, por Pedro Sá Machado, na disciplina de Direito Criminal e Processo Criminal I do curso de mestrado em Língua Portuguesa na Faculdade de Direito da Universidade de Macau, o qual passou pela anotação e comentário de decisões de jurisprudência da RAEM suficientemente controversas para uma discussão científica em sala de aula. Ora, um dos acórdãos objecto de debate foi precisamente o que agora dá à estampa.
Na perspectiva do autor, o problema principal do crime de fuga à responsabilidade não está na forma como o juiz decide, mas
Esta obra é uma edição CRED-DM – Centro de Reflexão, Estudo e Difusão do Direito de Macau, ligado à FRC.
Pedro Sá Machado é professor convidado da Faculdade de Direito de Macau, Investigador Colaborador no Instituto Jurídico da Faculdade de Direito de Coimbra, doutor e mestre em Ciências Jurídico- Criminais pela Faculdade de Direito de Coimbra e ainda especialista em Direito Penal Económico Europeu da Faculdade de Direito de Coimbra.
Diversidade de pavilhões no Jardim do Humilde Administrador, Suzhou
•Cima: Figura 27. By kevinmcgill from Den Bosch, Netherlands - Loquat Pavillion, CC BY-SA 2.0, https:// commons.wikimedia.org/w/index.
php?curid=31690333
•Meio: Figura 28. By ChinaTravelSavvy.Com - China
Travel Guide, CC BY-SA 3.0, https:// commons.wikimedia.org/w/index.
php?curid=10545260
•Baixo: Figura 29. By King of Hearts
- Own work, CC BY-SA 4.0, https:// commons.wikimedia.org/w/index.
php?curid=91290184
O SOLO por onde se passeia não é esquecido. Surge amiúde pavimentado com diversas cores e texturas, com seixos, lascas de pedras ou de tijolos que compõem padrões geométricos, florais ou animais.
Um outro elemento arquitectónico que enfatiza a simbiose entre natureza e cultura são os 流杯亭liubeiting, os Pavilhões para Taças Flutuantes. O mais conceituado calígrafo da China, Wang Xizhi (303-361 d.C.) e outros quarenta letrados deslocaram-se um dia até ao Pavilhão das Orquídeas nos arredores de Shaoxing, no Zhejiang, para um “encontro refinado” ( 雅集 yaji). Sentaram-se ao longo da água corrente dos canais e aí levaram a cabo um jogo
literário. Depositaram taças de vinho na água e deixaram-nas flutuar rio abaixo. Quando uma taça parava de se mover em frente de um dos letrados, este tinha não só de ingerir o vinho nela contido mas de compor de imediato um poema. O processo repetiu-se até se esgotar o vinho. Posteriormente, os poemas criados nesse dia foram coligidos num volume com um prefácio célebre tanto pela qualidade literária como caligráfica, o 兰亭集序, Lanting Jixu (Prefácio aos Poemas do Pavilhão das Orquídeas), da autoria de Wang Xizhi. Mais tarde, os poemas foram gravados em estelas colocadas no Pavilhão das Orquídeas. O Pavilhão das Orquídeas ganhou fama e com ele o seu jogo literário e os paisagistas de jardins passaram a mandar construir pavilhões para taças flutuantes.
•Figura 30. Pormenor de À espera da taça flutuante num riacho flutuante do Pavilhão das Orquídeas, de Wang Zhengming de 1542, onde o pintor retratou o encontro refinado de Wang Xizhi e dos seus companheiros. By Wen Zhengming - http://www. allempires.com/forum/forum_posts. asp?TID=13247, Public Domain, https://commons.wikimedia.org/w/ index.php?curid=24725109
Os jardins imperiais
Os jardins chineses que sobreviveram até hoje às vicissitudes da história e da natureza não são muito antigos: ou foram construídos ou reconstruídos na última dinastia chinesa, a dinastia Qing (1644 - 1912 d.C.). Todavia, segundo se depreende a partir de registos históricos da dinastia Zhou (ca. 1046 – 256 a.C.), os seus antepassados
Jardins da China
Cláudia Ribeiro(Continuação da edição anterior)
foram parques muito extensos para lazer e caça mandados construir pela aristocracia da antiguidade. Registos posteriores, da dinastia Han (206 a.C. - 220 d.C.), informam acerca de um interesse emergente na posse de plantas e animais raros. A associação entre rochas e as montanhas dos Imortais já imperava então.
Os primeiros jardins imperiais, isto é, pertença do imperador, têm origem nos parques de caça da nobreza da antiguidade e serviam ainda como demonstração de prestígio e poder. Foi este um dos propósitos cimeiros do primeiro imperador, Qinshi Huangdi, ao mandar construir o 上林 Shanglin (Bosque Supremo), com cento e quarenta edifícios, montanhas e cursos de água e abrigando colecções de plantas e animais raros. Com o imperador Han
de construção e cenários provenientes de todo o império. Além disso, elementos vindos do Ocidente, requerendo a colaboração de padres jesuítas, foram igualmente incorporados alguns dos jardins.
Combinando jardins luxuriantes com esplendorosos palácios imperiais, os jardins imperiais eram de uma vastidão impressionante, mesmo os de menores dimensões. Abarcavam vastos cenários com diferentes características, alguns deles tirando proveito da natureza local, outros criados artificialmente. Dada a vastidão, materializavam a concepção muito chinesa de 园 中园 yuanzhongyuan, “jardins por dentro de jardins”, que se manteve até ao final do séc. XIX. Criavam-se complexos de jardins dentro de jardins através de divisórias como pátios, muros ou portas, caminhos empedrados e pontes, que iam bloqueando ou desimpedindo a visão. E, para além dos jardins, espraiavam-se campos para cultivar amoreiras e criar bichos-da-seda.
•Figura 31. Recriação de uma rua comercial de Suzhou no Palácio de Verão, Pequim. By Reinhold Möller, CC BY-SA 4.0, https:// commons.wikimedia.org/w/index. php?curid=116170239
(1115-1234 d. C.) transformaram o pântano num lago e mandaram construir no centro uma ilha artificial, a Ilha da Flor de Jade, além de ergueram na área o Grande Palácio da Tranquilidade. Os governantes da dinastia mongol Yuan (1279–1368 d.C.) construíram a sua capital em redor desse Palácio, mas acrescentaram muralhas, renovaram o lago e renomearam-no Lago Tai Ye.
Wudi foram criados os modelos para as composições rochosas dos jardins posteriores. As classes superiores da dinastia Han também já mandavam construir jardins. Ficaram então formados os princípios básicos, como o par montanha e água, a arquitectura e o cânone tradicional de árvores e plantas.
Mas a grande época dos jardins imperiais foi a última dinastia chinesa, a Qing. O imperador Qianlong, em particular, foi um verdadeiro fou des jardins, chegando mesmo a inventar os parques temáticos. Os projectos dos Qing seguiam de perto o tratado clássico acerca da arte dos jardins, o Yuan Ye de Ji Cheng. E davam ênfase à concepção do jardim como microcosmos do império, ao adoptar técnicas
Entre as estruturas arquitectónicas podiam encontrar-se locais para receber a corte, templos para venerar os antepassados e o Buda, óperas, plataformas ou pavilhões para contemplar espectáculos de fogo de artifício, ruas comerciais, edifícios para receber hóspedes e para habitação, para ler e para entreter, etc.
O Palácio de Verão 颐和 园Yiheyuan, em Pequim, foi construído em 1750, mas destruído em 1860. Foi mandado reconstruir pela imperatriz Cixi. É um microcosmos do império em duzentos e noventa hectares. Grande parte da inspiração provém da cidade de Hangzhou e do Lago Oeste, assim como de Suzhou e dos jardins junto ao lago Tai. Ostenta uma cópia do Jardim Jichang na montanha Huishan, o Jardim da Alegria Harmoniosa (Xiequ yuan). Na área por trás do lago desenrola-se uma rua que imita as ruas comerciais de Suzhou e Nanquim.
Para além disto, o jardim do Palácio de Verão recorre à acima mencionada técnica jie jing, pedir de empréstimo a paisagem em redor, avistando-se as montanhas do oeste e a colina Yuquan reflectindo-se no lago Kunming. Além disso, este lago apresenta três ilhas artificiais no centro a evocarem Yingzhou, Penglai e Fangzhang. A estrutura principal é o templo budista da Grande Gratidão e da Longevidade, mandado construído para celebrar o aniversário da imperatriz Cixi. Mas o centro do jardim, sobre a mais alta plataforma, é ocupado pelo pavilhão octogonal Foxiang (Pavilhão do Incenso de Buda). Entre vários pavilhões vêem-se repuxos de água que foram criados à semelhança dos pavilhões de Versailles pelo jesuíta Benoît.
•Figura 33. O Grande Corredor no Palácio de Verão, Pequim. By d'n'c - The Long Long Corridor [Summer Palace (Yiheyuan) / Beijing], CC BY-SA 2.0, https:// commons.wikimedia.org/w/index. php?curid=39196805
Não muito longe, situam-se obras-primas da engenharia civil, a Ponte do Cinturão de Jade e a Ponte de Dezassete Arcos.
Quando decidiram mudar a capital para Pequim em 1421, os governantes Ming (1368-1644 d.C.), porém, instalaram-se numa nova Cidade Proibida. O lago Taiye foi de novo renovado e acrescentaram-lhe vários elementos artificiais. O Parque Beihai tornou-se no jardim mais importante da cidade. Os Qing acrescentaram muitos elementos arquitectónicos e acrescentaram-lhe mais área.
O Parque Beihai combina a grandiosidade dos jardins do norte com o requinte dos jardins do sul e exibe uma conjugação perfeita de palácios imperiais e de construções religiosas.
Na Ilha da Flor de Jade ergue-se a sua imagem de marca, o Dagoba Branco de trinta e sete metros de altura. Construído em 1651 no antigo local do Palácio na Lua, foi ali que Kublai Khan recebeu Marco Polo. O Dagoba Branco foi destruído por um terremoto e reconstruído duas vezes. Actualmente, apoia-se numa base de pedra e serve de miradouro com uma bela vista de todo o cenário.
•Figura 32. O pavilhão octogonal Foxiang sobranceiro ao Lago Kunming no Palácio de Verão, Pequim. By Pavel Špindler, CC BY 3.0, https:// commons.wikimedia.org/w/index.
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No sopé sul da colina da Longevidade, é possível percorrer os setecentos e vinte e oito metros do Grande Corredor e apreciar as suas mais de oito mil pinturas.
•Cima: Figura 34. A Ponte do Cinturão de Jade no Palácio de Verão, Pequim. By Colin Capelle - https:// www.flickr.com/photos/51252776@ N04/8082529196/, CC BY 2.0, https:// commons.wikimedia.org/w/index.
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•Baixo: Figura 35. A Ponte de Dezassete Arcos no Palácio de Verão, Pequim. By N509FZOwn work, CC BY-SA 4.0, https:// commons.wikimedia.org/w/index.
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O Parque Beihai 北海公园, em Pequim, conta com uma área de mais de sessenta e nove hectares com um lago que cobre mais de metade. Ergue-se sobre o que foi outrora uma área pantanosa com ligação ao rio Gaoliang. Os governantes da dinastia Jin
https://commons.wikimedia.org/w/ index.php?curid=22602015
ECONOMIA BANCOS REDUZEM REMUNERAÇÃO DOS DEPÓSITOS A PRAZO
Atrás do prejuízo
A medida visa promover a recuperação económica após o fim da estratégia ‘zero covid’ levada a cabo nos últimos anos
OS principais bancos estatais da China reduziram ontem as taxas dos depósitos a prazo, visando estimular o crescimento da segunda maior economia mundial, face à recuperação débil
registada após o fim da estratégia ‘zero covid’.
Vários indicadores económicos, incluindo o comércio externo, consumo ou actividade da indústria transformadora sugerem um desaceleramento na recuperação da economia da China, após Pequim ter abolido, em Dezembro, as medidas de prevenção contra a covid-19, que no ano passado empurraram o país para um ciclo de bloqueios e estagnação.
Para desencorajar a poupança, de modo a promover a actividade e apoiar a economia, os principais bancos do país reduziram as taxas para a remuneração dos depósitos.
O Banco Industrial e Comercial da China, o Banco de Construção da China, o Banco da China e o
Para desencorajar a poupança, de modo a promover a actividade e apoiar a economia, os principais bancos do país reduziram as taxas para a remuneração dos depósitos
Banco Agrícola da China reduziram em cerca de 15 pontos base a taxa de remuneração para depósitos a prazo.
A medida, que responde a um pedido do Governo chinês, entrou ontem em vigor.
“É provável que os bancos menores sigam o exemplo”, afirmou Ting Lu, analista do banco de investimento japonês Nomura Bank.
Os principais bancos chineses já tinham reduzido em Setembro, pela primeira vez desde 2015, a taxa de juros dos depósitos.
Das quedas
Segundo dados divulgados na quarta-feira pelas alfândegas da China, as exportações do país registaram em Maio uma queda
MONGÓLIA INTERIOR XI JINPING PEDE “MILAGRES” CONTRA DESERTIFICAÇÃO
OPresidente chinês, Xi Jinping, pediu ontem “novos milagres” na luta contra a desertificação, durante uma visita à região da Mongólia Interior, onde tiveram origem várias das tempestades de areia que atingiram o norte da China, nos últimos anos.
Citado pela agência noticiosa oficial Xinhua, o Presidente da China exor-
tou a que se trabalhe com “coragem, determinação e perseverança”, no sentido de “consolidar a barreira verde que se estende ao longo de milhares de quilómetros” no norte do país.
Xi Jinping, que fez estas declarações na localidade de Bayannur, na fronteira com a Mongólia, destacou que o pasto nos prados da região tem sido “excessivo” e que
“algo deve ser feito para reabilitar as pastagens”.
O líder chinês também lembrou que a “China é um dos países onde o fenómeno da desertificação é mais grave” e que os “problemas de desertificação se registam em áreas economicamente subdesenvolvidas”.
“As catástrofes do sistema ecológico causadas pela desertificação, os perigos
das tempestades de areia e da erosão dos solos limitaram o desenvolvimento económico e social do norte da China”, disse Xi, acrescentando, no entanto, que o controlo da desertificação no país “mostra uma tendência positiva”.
Xi culpou as “condições anormais geradas por alterações climáticas” pelas tempestades de areia que
O Banco Industrial e Comercial da China, o Banco de Construção da China, o Banco da China e o Banco Agrícola da China reduziram em cerca de 15 pontos base a taxa de remuneração para depósitos a prazo
atingiram a China com “mais frequência” nos últimos dois anos.
Em Abril passado, tempestades de areia originárias de partes do deserto de Gobi, situado no norte da China e no sul da Mongólia, varreram o norte do país, afectando mais de 400 milhões de pessoas e uma área com 2,29 milhões de quilómetros quadrados.
homóloga de 7,5 por cento, enquanto as importações caíram 4,5 por cento.
A recuperação do consumo em Maio ficou também aquém do esperado, sinalizando falta de confiança dos consumidores, perante as fracas perspectivas económicas e possíveis perdas de empregos.
Segundo dados divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatística (GNE) da China, a taxa oficial de desemprego jovem (entre os 16 e 24 anos) ascendeu a 20,4 por cento em Abril, um novo máximo histórico e muito acima do valor de 13 por cento registado em 2019, antes da pandemia.
Também a actividade da indústria transformadora da China voltou a contrair no mês passado,
de acordo com dados oficiais divulgados na semana passada.
Cortes nas taxas fixadas pelo Banco Popular da China são esperados devido à “rápida deterioração” de vários indicadores económicos, disse Ting Lu.
O crescimento económico nos primeiros três meses do ano acelerou para 4,5 por cento, em comparação com igual período de 2022, mas os analistas dizem que o pico da recuperação provavelmente já passou.
O ritmo de crescimento ficou também aquém da meta estabelecida pelo Partido Comunista para este ano: “cerca de 5 por cento”.
AChina disse ontem esperar que Portugal adopte políticas “racionais” e “autónomas”, após um órgão consultivo do Governo português ter deliberado a exclusão de facto de empresas chinesas do desenvolvimento das redes de quinta geração (5G).
“Esperamos que o lado português faça escolhas políticas racionais de forma autónoma e adira à criação de um ambiente de negócios aberto, justo e não discriminatório”, afirmou o ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, numa nota enviada à agência Lusa, em Pequim.
A diplomacia chinesa considerou que “construir muros e barreiras” e “quebrar laços” só “prejudica os mais vulneráveis”.
“A cooperação com benefícios mútuos é o único caminho certo”, realçou.
No mês passado, a Comissão de Avaliação de Segurança, no âmbito do Conselho Superior de Segurança do Ciberespaço de Portugal, divulgou uma deliberação sobre o “alto risco” para a segurança das redes e de serviços 5G do uso de equipamentos de fornecedores que, entre outros critérios, sejam de fora da União Europeia, NATO ou OCDE e cujo “ordenamento jurídico do país em que estão domiciliados permita que o Governo exerça controlo, interferência ou pressão sobre as suas actividades a operar em países terceiros”.
A deliberação não refere nomes de empresas ou de países, mas surge após anos de pressão exercida por Washington sobre os países aliados para que excluam o grupo tecnológico chinês Huawei das infraestruturas de telecomunicações.
Os Estados Unidos apontam para a Lei Nacional de Inteligência da China, que estipula que “todas as organizações e cidadãos devem apoiar, ajudar e cooperar com o Estado em matéria de Inteligência Nacional”.
A empresa negou categoricamente aquelas acusações e lembrou que a lei chinesa não exige que a Huawei instale mecanismos
Apanhar a rede
Pequim quer que Portugal adopte políticas “racionais” e “autónomas” sobre 5G
ocultos nas redes ou equipamentos que permitam o acesso não autorizado a dados e informações.
Outros países, incluindo Reino Unido, Austrália ou Suécia, baniram já a Huawei de participar no desenvolvimento das suas redes de 5G.
Conselhos vários No comunicado enviado à Lusa, o Governo chinês diz que se opõe à “politização” de questões tecnológicas, ao “abuso do poder do Estado” e à “violação das regras do comércio internacional” e dos “princípios da economia de mercado”.
“A China é contra a formulação de políticas e regulamentos discriminatórios e exclusivos e opõe-se à supressão e imposição de restrições a empresas estrangeiras”, lê-se na mesma nota.
“Esperamos que o lado português proteja os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas e adopte medidas práticas para atrair investimento estrangeiro e expandir as oportunidades de cooperação”, acrescentou.
As redes de quinta geração, a Internet do futuro, estão na base de vários avanços tecnológicos, incluindo a condução autónoma ou fábricas inteligentes.
UCRÂNIA MANIFESTADA “GRANDE PREOCUPAÇÃO” COM IMPACTO HUMANITÁRIO DA DESTRUIÇÃO DE BARRAGEM
AChina manifestou na quarta-feira “grande preocupação” perante a destruição da barragem de Kakhovka (sul da Ucrânia) e o consequente impacto humanitário, económico e ecológico, num momento em que Kiev e Moscovo trocam acusações sobre a responsabilidade pelo sucedido.
Numa conferência de imprensa, o porta-voz do
Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, afirmou que “todas as partes no conflito” devem “respeitar o direito humanitário” e “fazer tudo o que estiver ao seu alcance para proteger os civis e salvaguardar as instalações civis” no contexto do conflito em curso no território ucraniano, desencadeado pela ofensiva militar russa iniciada em Fevereiro de 2022.
“A posição da China sobre a crise na Ucrânia é consistente e clara. Nas circunstâncias actuais, esperamos que todas
as partes se comprometam com uma solução política para a crise e trabalhem em conjunto para aliviar a situação”, referiu o porta-voz, de acordo com uma transcrição disponibilizada no site do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.
A barragem de Kakhovka situa-se na região de Kherson, anexada pela Rússia, mas as forças ucranianas
controlam a parte situada na margem direita do rio Dniepre e as tropas russas a margem esquerda.
Mais de 2.700 pessoas foram retiradas de zonas inundadas na sequência da destruição, na terça-feira, da barragem de Kakhovka, anunciaram as autoridades ucranianas e russas na quarta-feira.
A generalidade da comunidade internacional culpou
a Rússia, mas o secretário-geral da ONU, António Guterres, mostrou-se prudente numa reação divulgada na terça-feira, por falta de informações independentes.
Considerou, porém, tratar-se de uma “monumental catástrofe humana, económica e ecológica”, e mais uma “consequência devastadora da invasão russa” da Ucrânia.
JAPÃO ECONOMIA A CRESCER NO 1º TRIMESTRE
Bom arranque
OJapão reviu ontem em alta a estimativa para o crescimento da economia no primeiro trimestre do ano, para 0,7 por cento, em relação aos três meses anteriores, segundo dados preliminares divulgados ontem pelo Governo nipónico.
A estimativa é superior ao valor preliminar de 0,4 por cento divulgado a 17 de Maio pelo Governo japonês e deve–se a um aumento superior ao inicialmente calculado no investimento de capital das empresas. De acordo com dados oficiais,
os investimentos feitos pelas empresas japonesas entre Janeiro e Março subiram 1,4 por cento em comparação com o último trimestre de 2022, uma revisão em alta do valor de 0,9 por cento publicado em Maio.
Esta variação compensou uma revisão em baixa, de um décimo, para 0,5 por cento, da recuperação do consumo nos primeiros três meses do ano. O consumo é o principal motor económico do país, representando cerca de 60 por cento da economia nipónica.
Em comparação com o mesmo trimestre de 2022, o Produto Interno Bruto (PIB) japonês terá crescido 1,9 por cento, mais seis décimos percentuais do que o inicialmente estimado. O PIB do Japão tinha crescido 1 por cento durante o ano passado devido a uma diminuição do consumo.
O governo japonês também baixou a estimativa para o investimento público feito durante os primeiros três meses de 2023, que, segundo os dados revistos de ontem, aumentou 1,5 por cento em relação ao trimestre anterior, ante os 2,4 por cento indicados no relatório preliminar.
No final de Abril, o novo governador do Banco do Japão (BoJ) disse que a instituição vai manter a ampla estratégia de flexibilização monetária, que inclui taxas ultra baixas, porque a inflação ainda não é suficiente-
O Japão registou um défice comercial recorde de 21,7 biliões de ienes (147,2 mil milhões de euros) no ano fiscal de 2022, que terminou a 31 de Março deste ano
mente forte para considerar a retirada destas medidas.
Défice recorde
Questionado se o BoJ está a considerar alterar o plano para controlar a curva de rendimento das obrigações do Estado, Kazuo Ueda disse que isto dependeria da evolução da economia, da inflação e de outros factores.
Contudo, tanto o governador cessante, Haruhiko Kuroda, como Ueda insistiram na necessidade de manter as actuais medidas de flexibilização, dada a situação da economia japonesa, e apesar da aceleração da inflação nos últimos meses devido principalmente à subida global dos preços da energia e das matérias-primas.
O Japão registou um défice comercial recorde de 21,7 biliões de ienes (147,2 mil milhões de euros) no ano fiscal de 2022, que terminou a 31 de Março deste ano.
As importações japonesas cresceram 32,2 por cento, para 121 biliões de ienes (818,4 mil milhões de euros), um
crescimento de 32,2 por cento, duas vez mais rápido do que as exportações, que aumentaram 15,5 por cento para 99,2 biliões de ienes (671,4 mil milhões de euros).
EXCEDENTES A SUBIR
A balança de pagamentos do Japão registou um excedente de 1,89 biliões de ienes (12,7 mil milhões de euros) em Abril, mais 76,3 por cento do que em igual mês do ano passado, avançou ontem o Governo. Ainda assim, o excedente foi 16,8 por cento inferior ao obtido em Março, de acordo com os dados divulgados pelo Ministério das Finanças japonês. A balança de pagamentos do Japão permaneceu no positivo em Abril devido à balança de rendimentos, referente aos investimentos no estrangeiro, que registou um excedente de 3,1 biliões de ienes (20,5 mil milhões de euros), mais 3,1 por cento do que em igual mês de 2022. A balança de pagamentos reflecte os pagamentos e receitas do comércio exterior de bens, serviços, rendimentos e transferências, sendo considerado um dos mais amplos indicadores comerciais de um país.
FILIPINAS VULCÃO LEVA À RETIRADA DE CENTENAS
AS Filipinas preparam hoje a retirada de centenas de pessoas, face ao risco de erupção do vulcão Mayon, na ilha de Luzon, após ter sido detectado um aumento significativo da queda de rochas na cratera e da actividade sísmica.
A informação foi confirmada pela agência sismológica das Filipinas (Phivolcs), citada pela agência EFE. Nos últimos três dias, a Phivolcs registou três sismos ao redor do Mayon e um aumento de
episódios de queda de pedras da parte superior da cratera, muitas delas com resíduos de lava, o que eleva o alerta de 2 para 3 (num máximo de 5), devido a “maior tendência de uma erupção perigosa”. Face ao risco, a Phivolcs recomen-
dou a retirada de residentes num raio de seis quilómetros ao redor do vulcão e as autoridades proibiram os voos sobre o vulcão, devido “ao perigo que representa a expulsão de cinza para os aviões”. “Centenas de pessoas deverão ser retiradas nas próximas horas” nas aldeias e localidades ao redor do vulcão, devido ao aumento do alerta de erupção, precisou a directora da Divisão de Vigilância Vulcânica da agência, Mariton Bornas.
O ano começou bem para o país do sol nascente com os índices económicos, assentes no consumo interno, a superarem as melhores expectativas nos primeiros três meses de 2023
O consumo é o principal motor económico do país, representando cerca de 60% da economia nipónica
OS portugueses Rúben Dias e Bernardo Silva são presenças quase certas no ‘onze’ do Manchester City para a final da Liga dos Campeões em futebol, este sábado, em Istambul, à imagem do que sucedeu há dois anos, no Dragão.
Então, em 29 de Maio de 2021, num embate disputado apenas perante 14.110 espectadores, devido às restrições impostas pela pandemia da covid-19, os dois internacionais lusos foram titulares, mas perderam para o Chelsea.
Rúben Dias jogou os 90 minutos e Bernardo Silva foi substituído aos 64, pelo brasileiro Fernandinho, num embate decidido pelo alemão Kai Havertz, que marcou aos 42, aproveitando a ‘avenida’ no miolo do meio-campo do City, órfão de Rodri, que Guardiola, estranhamente, deixou de fora, jogando sem um verdadeiro ‘6’.
Por seu lado, João Cancelo - produto das camadas
PALMARÉS DO MANCHESTER CITY
LC RÚBEN DIAS E BERNARDO SILVA TÊM SEGUNDA OPORTUNIDADE
Os sonhos lusitanos
cionais lusos, com três ceptros, todos pelos madrilenos (2013/14, 2015/16 e 2016/17).
Os
jogadores formados no Benfica podem juntar os seus nomes aos de outras grandes glórias do clube como Eusébio, Torres e Simões, também eles vencedores da prova máxima europeia nos idos anos 60 do século passado
jovens do Benfica, como Rúben Dias e Bernardo Silva – também pode repetir a experiência de há dois anos e sagrar-se campeão europeu sem jogar a final.
No jogo do Dragão, o lateral internacional luso foi suplente não utilizado e, desta vez, ganhará, eventualmente, a prova por ter atuado nos seis jogos da fase de grupos, antes de ser emprestado ao Bayern Munique, no qual acabou a época.
O lateral, o central e o médio podem acabar com
Nome Manchester City Football Club
Fundação 16 de Abril de 1894
Estádio Etihad Stadium
Presidente Khaldoon Al Mubarak
Treinador Pep Guardiola
PALMARÉS DO INTER MILÃO
Nome Football Club Internazionale Milano
Fundação 09 de Março de 1908
Estádio Giuseppe Meazza
Presidente Steven Zhang
Treinador Simone Inzaghi
uma série de quatro épocas consecutivas sem vencedores lusos, já que Liverpool (2018/19), Bayern Munique (2019/20), Chelsea (2020/21) e Real Madrid (2021/22) não utilizaram qualquer futebolista português nas respectivas campanhas rumo ao título.
Para encontrar os últimos portugueses campeões europeus é preciso recuar a 2017/18, época em que Cristiano Ronaldo, Pepe e Fábio Coentrão ganharam a prova ao serviço dos ‘merengues’.
Cristiano Ronaldo, presentemente desterrado no Al Nassr, somou o quinto título
Quanto a Fábio Coentrão, juntou-se a 16 outros jogadores lusos com dois triunfos, lote que inclui 12 bicampeões pelo Benfica (1960/61 e 1961/62), nomeadamente Cruz, Cavém, Costa Pereira, José Augusto, Coluna, José Águas, Ângelo, Germano, Santana, Neto, Mário João e Serra. Também somam dois troféus Paulo Sousa (Juventus em 1995/96 e Borussia Dortmund em 1996/97), Deco (FC Porto em 2003/04 e FC Barcelona em 2005/06), e Paulo Ferreira e Bosingwa (FC Porto em 2003/04 e Chelsea em 2011/12).
Os eleitos
Para já, Cancelo, Rúben Dias e Bernardo Silva não podem ascender a este patamar, de 17 eleitos, mas têm a possibilidade de se juntar a outros ‘monstros’ do futebol luso, nomeadamente a Eusébio e Simões (campeões pelo Benfica em 1961/62).
A final da edição 2022/23 da Liga dos Campeões, entre os ingleses de Manchester City e os italianos do Inter Milão, realizase amanhã, a partir das 20:00 (em Lisboa), no Estádio Olímpico Atatürk, em Istambul, na Turquia
(2008/09, pelo Manchester United, e 2013/14, 2015/16, 2016/17 e 2017/18, todos pelo Real Madrid), sendo o português com mais vitórias na prova.
Por seu lado, Pepe, que agora alinha no FC Porto, isolou-se no segundo lugar do ranking dos interna -
Futre, Fernando Gomes, Sousa, Jaime Pacheco, João Pinto, André, Jaime Magalhães ou Inácio (FC Porto, em 1986/87), Figo (Real Madrid, em 2001/02), Rui Costa (AC Milan, em 2002/03), Vítor Baía, Jorge Costa, Costinha ou Maniche (FC Porto, em 2003/04) e Nani (Manchester United, em 2007/08) também somam um troféu.
A final da edição 2022/23 da Liga dos Campeões, entre os ingleses de Manchester City e os italianos do Inter Milão, realiza-se amanhã, a partir das 20:00 (em Lisboa), no Estádio Olímpico Atatürk, em Istambul, na Turquia.
Num mundo cada vez mais globalizado e onde a Moda dita hábitos de consumo muito fortes, é cada vez mais importante perceber onde é feita a roupa que vestimos e compramos a preços muito baixos. Este documentário revela a forma perversa como muitas multinacionais recorrem a fábricas na Índia ou no Bangladesh para produzir as suas roupas, ignorando o facto dos trabalhadores terem o mínimo de condições de trabalho, além de serem vítimas de doenças causadas por químicos utilizados na produção têxtil. Um documentário importante em prol da consciencialização de um problema cada vez maior.
Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores João Luz; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; João Santos Filipe; Nunu Wu Colaboradores Anabela Canas; António Cabrita; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Duarte Drumond Braga; Gonçalo Waddington; José Simões Morais; Julie Oyang; Paulo Maia e Carmo; Rosa Coutinho Cabral; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Colunistas André Namora; David Chan; João Romão; Olavo Rasquinho; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Tânia dos Santos Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Pátio da Sé, n.º22, Edf. Tak Fok, R/C-B, Macau; Telefone 28752401 Fax 28752405; e-mail info@hojemacau.com.mo; Sítio www.hojemacau.com.mo
AS ACÇÕES VALEM MAIS DO QUE AS PALAVRAS
AS BELAS fábulas contadas ao longo de milhares de anos não passam de histórias e não é possível matar a fome com o desenho de uma fatia de bolo. Para vivermos num mundo de fadas encantado, temos de construí-lo com as nossas próprias mãos.
Recentemente, durante a sessão de interpelações orais da Assembleia Legislativa, o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, afirmou que, em Maio, se deslocaram no Metro Ligeiro cerca de 5.500 passageiros. Raimundo do Rosário acredita que com a abertura em sequência da Linha da Barra, da Linha de Hengqin e a da Linha da Taipa, haverá cada vez mais pessoas a utilizar o Metro Ligeiro. Salientou também que não é fácil conseguir um orçamento equilibrado na área dos transportes públicos, em parte alguma do mundo. Finalizou, mencionando que houve um concurso público para administrar as lojas na Estação da Barra do Metro Ligeiro, mas que até agora ninguém concorreu, o que demonstra a falta de interesse na proposta.
Se bem me lembro, durante o planeamento inicial da construção do Metro Ligeiro, as autoridades apresentaram-no ao público recorrendo a estimativas quantitativas e afirmaram que cada quilómetro de linha serviria aproximadamente 50.000 habitantes, demonstrando desta forma que seria um meio de transporte útil. No entanto, a realidade mostrou que os custos de construção do Metro Ligeiro, contando
com alguns problemas de ordem técnica, excederam amplamente as estimativas. Não estaremos de forma alguma a exagerar se chamarmos a este projecto um elefante branco. De uma perspectiva comercial, não é surpreendente que não surjam propostas para gerir as lojas da Estação da Barra do Metro Ligeiro, porque a incerteza paira sobre o futuro desta estação. Se o Governo não tomar em linha de conta os aspectos práticos, os projectos fracassam.
Por outro lado, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U, fala ponderadamente, mas dizer a verdade não significa que os problemas se vão resolver ou que se vá adoptar uma abordagem pragmática. Segundo alguns noticiários, quando interpelada pelos deputados da Assembleia Legislativa, a secretária Au afirmou que, de acordo com a previsão da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude, no próximo ano, o número de estudantes em Macau atingiria o seu pico, chegando aos 88.000, número que virá progressivamente a decair para os 81.000 em 2030. Ao mesmo tempo que promovem reformas em escolas sem características pedagógicas distintivas, as autoridades vão exigir que outras reduzam o número de alunos por turma no ano lectivo de 2025/2026. Caso contrário, as “escolas pequenas” ou sem características pedagógicas distintivas vão ter dificuldade em recrutar alunos.
Aparentemente a secretária Au tem, de facto, feito grandes esforços para preservar a sobrevivência das “pequenas escolas” e das escolas sem características pedagógicas distintivas face a uma taxa de natalidade persistentemente baixa em Macau. No entanto, estas políticas proteccionistas podem na verdade ajudar as escolas sem características pedagógicas distintivas a proceder a reformas e melhorar a sua qualidade de ensino ao longo dos anos? Há alguns anos, a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude convidou grupos pedagógicos de Xangai a visitar Macau para o intercâmbio de experiências e pontos de vista, nomeadamente a experiência de transformação de escolas “desfavorecidas” de Xangai, que tinham uma notação pedagógica fraca e passaram a ter uma boa notação. Se Xangai pode fazê-lo, porque é que Macau não pode?
Já se passaram vários anos e, em Macau, a taxa de retenção de alunos no ensino não superior tem vindo consistentemente a baixar devido a vários esforços. No Estudo sobre o Progresso Internacional da Literacia (Progress in International Reading Literacy Study), Macau aparece classificado a nível mundial entre o 9.º e o 15.º lugar. Com um desempenho tão extraordinário, se ainda nos preocupamos com a sobrevivência das «pequenas escolas» e das escolas sem características pedagógicas distintivas, onde é que estão os verdadeiros problemas?
De uma perspectiva comercial, não é surpreendente que não surjam propostas para gerir as lojas da Estação da Barra do Metro Ligeiro, porque a incerteza paira sobre o futuro desta estação. Se o Governo não tiver em linha de conta os aspectos práticos, os projectos fracassam
Oaquecimento causado pelas actividades humanas fez aumentar a temperatura em mais de 0,2°C, entre 2013 e 2022, com emissões de gases de efeito estufa a um nível sem precedentes, refere um estudo internacional ontem publicado.
“No período 2013-2022, o aquecimento causado pela humanidade aumentou para um nível sem precedentes de mais de 0,2°C por década”, lê-se num artigo publicado na revista científica Earth System Science Data.
O artigo é assinado por cerca de 50 investigadores e baseado nos métodos do Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC), ligado à ONU.
O objectivo do estudo é fornecer indicadores actualizados do relatório do IPCC de 2021 e fornecer dados abertos actualizados todos os anos, para alimentar as negociações da COP e o debate político, já que a década actual é vista como decisiva para salvar a meta do acordo de Paris de 2015.
“É uma dura realidade que mostra a urgência de reduzir as emissões globais de
cair do céu a cair de um prédio de
Terra a ferver
Aquecimento causado pela humanidade atinge ritmo sem precedentes
No entanto, o aquecimento provocado pelas actividades humanas, essencialmente com a utilização de combustíveis fósseis (carvão, petróleo, gás), já atingiu 1,14°C no período 2013-2022 e 1,26°C em 2022, de acordo com os cálculos do estudo.
Os cientistas alertam que a humanidade está a enfrentar uma década “crítica” e que o limite de 1,5°C pode ser alcançado ou superado nos próximos 10 anos
Vaticano Papa está “em boas condições”
CO2 e metano para ajudar a limitar o aquecimento global e o consequente aumento do risco”, disse aos jornalistas a paleoclimatologista francesa Valérie Masson-Delmotte, que participou do estudo.
Pressão crescente
Representantes de todos os países estão em Bona para
preparar a COP28, a grande conferência do clima da ONU marcada para o final do ano no Dubai.
Entre outros temas, a discussão sobre a utilização de combustíveis fósseis deverá marcar a conferência.
Os dados divulgados ontem surgem a meio de um ano decisivo para a política
climática, estando prevista para Setembro a publicação da primeira “avaliação global” dos compromissos dos vários Estados na implementação do acordo de Paris, que pretende limitar o aquecimento abaixo de 2°C e, se possível, 1,5°C, em comparação com o período pré-industrial.
Os cientistas alertam que a humanidade está a enfrentar uma década “crítica” e que o limite de 1,5°C pode ser alcançado ou superado nos próximos 10 anos.
O Papa passou “uma noite tranquila”, está “em boas condições” e os controlos de rotina são bons, após a operação a que foi submetido na quarta-feira a uma hérnia abdominal no hospital Gemelli de Roma, informou ontem o Vaticano. “A equipa médica que acompanha o pós-operatório do Papa informou que ele passou uma noite tranquila e conseguiu descansar durante muito tempo; está em boas condições, acordado e a respirar espontaneamente”, lê-se numa nota do porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni. Bruni acrescentou que “os controlos de rotina são bons e que, durante o dia, o Papa fará o necessário repouso pós-operatório”. “O Papa está a ser informado das mensagens de proximidade e afecto que chegaram nas últimas horas e expressa a sua gratidão, ao mesmo tempo que pede para continuarem a rezar por ele”, conclui o comunicado.
“Prefiro
dois andares.”
Machado de Assis PALAVRA DO DIA